Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas – DECIV Manutenção de Via Permanente Ferroviária – CIV 451 Aula 8 APARELHOS DE VIA Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes CLASSIFICAÇÃO DOS APARELHOS DE VIA Para fins didáticos, classificaremos os aparelhos de via em: •Aparelhos de mudança de via comuns; •Aparelhos de mudança de via especiais – giradores e carretões; •Triângulos de reversão; •Cruzamentos; •Para – choques; Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS A sujeição do veículo ferroviário aos trilhos e a existência do friso nas rodas criam problemas, quando se deseja passar os veículos de uma linha para outra ou para um desvio. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Para que o friso da roda tenha passagem livre, torna-se necessário introduzir uma aparelhagem que permita a interrupção do trilho, formando canais por onde passam os frisos. Daí a necessidade do chamado “aparelho de mudança de via”. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Os aparelhos de mudança de via correntes ou comuns, às vezes chamados impropriamente de chaves, compões-se das seguintes partes principais: Agulhas; Contra-agulhas ou “encosto da agulha”; Aparelho de manobra; Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Trilhos de enlace ou de ligação; “Coração” ou “Jacaré”; Calços; Coxins e Contratrilhos. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Vamos descreves sucintamente cada uma destas partes: A) Agulhas – São peças de aço, despontadas, de modo a que sua extremidades na parte anterior se adaptem perfeitamente aos trilhos de encostos (contra-agulha), de um lado ou de outro da fila de trilhos, de acordo com a direção que deve tomar o veículo. Na extremidade posterior, as agulhas são ligadas aos trilhos de enlace ou de ligação por meio de talas flexíveis, formando uma articulação. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS As agulhas são peças móveis e invariavelmente paralelas entre si. São ligadas por uma barra de ferro, chamado tirantes das agulhas, ao aparelho de manobra. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Como vamos ver em seguida, o comprimento das agulhas é padronizado. Pelas Normas Técnicas Brasileiras esse comprimento varia de 3,65 m a 9,14 m. O ângulo β formado pela agulha com a contra-agulha, chama-se ângulo de desvio. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS As agulhas são comumente retilíneas para maior facilidade de construção e a escolha de seu comprimento é muito importante. O intervalo entre a agulha e a contra-agulha no talão desta, não pode descer abaixo do necessário à passagem do friso das rodas, sem atritar no talão da agulha. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Se a agulha é muito curta, torna-se grande o ângulo β e tem-se uma brusca mudança de direção, que pode ocasionar um descarrilamento ou mesmo a sua quebra. A distância entre as faces internas da agulha e contraagulha é no mínimo de 0,06 m (6 centímetros) a fim de dar livre passagem aos frisos, sem atrito, no talão da agulha. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Assim sendo, a distância mínima de centro a centro dos trilhos no talão da agulha é: i = 0,06 + C C – Largura do Boleto do Trilho 6 cm: Distância entre as faces internas da agulha e contra-agulha. É da ordem de 13 a 17 cm, adotando-se a folga de 8 a 10 cm entre a agulha e a contra-agulha no talão da mesma. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS O valor de β em aparelhos modernos varia de 25’ a 40’, para maiores velocidades e comumente 1° a 1° e 40’ para aparelhos de mudança de via (AMV) para baixas velocidades. Quanto menor é o ângulo de desvio melhor será a circulação sobre a agulha, tornando a manobra das mesmas mais difícil. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS O ângulo β é determinado pela expressão: i sen h Manutenção de Via Permanente Ferroviária i – Distância de centro a centro, entre agulha e contra agulha. h - Comprimento das agulhas. Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS B) Contra-agulha ou encosto da agulha – Geralmente são peças usinadas a partir dos próprios trilhos, adaptadas para servir de “batente” da agulha. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS C) Aparelho de manobra – É toda aparelhagem que permite movimentar as agulhas, dando passagem para uma ou outra via. Destacam-se deste, as seguintes peças principais: • Tirante ou barra de ligação (peça que liga o meio da trela ao aparelho de manobra); • Trela (peça que liga as pontas das agulhas, tornando-as invariavelmente paralelas); Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS • Contra-peso, queijo ou libra, é uma peça em forma de queijo, que auxilia a movimentação da alavanca de manobra, forçando a agulha a manter-se encostada à contra-agulha Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS • Alavanca de manobra – peça que é impulsionada pelo “guarda-chaves”, para movimentar as agulhas, a fim de dar passagem para uma ou outra linha. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS D) Trilhos de ligação – São os trilhos que fazem a ligação do talão das agulhas, ao “coração” do AMV (aparelho de mudança de via). A ligação desses trilhos com a peça denominada coração é feita por meio de talas bem parafusadas. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS E) Coração ou Jacaré – É a parte principal de um AMV e que praticamente o caracteriza. Pode ser constituído de trilhos comuns cortados, usinados e aparafusados e cravados a uma chapa de aço que se assenta no lastro. Ou então de uma só peça de aço fundido. Ultimamente prefere-se este último tipo, que é o mais robusto e feito com aço-manganês, acarretando grande resistência ao desgaste. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS O coração é composto das seguintes partes: • Ponta – (teórica e prática). Para sua maior durabilidade, a ponta do coração9 é rombuda, e chama-se ponta prática. A ponta teórica fica no prolongamento das arestas da ponta prática. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS • Patas de lebre – São as pontas externas e laterais do coração, dobradas em forma de “patas”. • Ângulo do coração – É o ângulo formando pelas duas peças (ou trilhos usinados) que encaminham as rodas para a direção de uma ou outra linha. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS F) Calços – São peças de ferro fundido, aparafusadas entre os trilhos e contratrilhos, ou entre a agulha e contra-agulha e têm a finalidade de manter invariável a distância entre eles. G) Coxins – São chapas colocadas sob as agulhas, e mantidas sempre lubrificadas, pois sobre elas deslizam as agulhas, quando movimentadas. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS H) Contratrilhos – São trilhos de comprimento adequado, colocados junto aos trilhos externos e de um lado e outro do coração tendo por finalidade “puxar” o rodeiro (eixo com rodas) para fora, evitando que os frisos das rodas se choquem contra a ponta do coração. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS 1) APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA (AMVS) Características de um AMV: Abertura do coração Comprimento das agulhas Folga no talão das agulhas Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS 1) APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA (AMVS) Com esses três elementos, são deduzidas as outras grandezas necessárias ao dimensionamento de um desvio ferroviário. A principal característica é, como já dissemos, a abertura do coração. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS 1) APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA (AMVS) A abertura do coração poderá ser definida por três processos diferentes: Pelo número do coração. Pela tangente do ângulo do coração. Por “processo prático” para uso dos mestres de linha. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS A) Número do coração – Denomina-se número do coração à grandeza dada pela expressão: N cd ab (1) Sendo cd uma distância qualquer, a partir da ponta teórica do coração e na bissetriz do ângulo α e ab a distância perpendicular a cd, entre as arestas do coração. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Podemos dar uma outra forma à expressão (1): Então: cd cd 1 1 ad ab 2ad 2 2tg cd 2 N 1 2tg 2 Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Dada a dificuldade em se estabelecer posição certa da ponta teórica, pode-se prescindir da posição desta e determinar de outro modo o número do coração. Para isto, teremos à esquerda de um comprimento qualquer cg e tiremos a perpendicular ef. Teremos: Então: cd cg cd cg dg ab ef ab ef ab ef dg N ab ef Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Para se ter o número de um coração, sem conhecer a ponta teórica, será mais simples tomar um segmento qualquer dg segundo a bissetriz do ângulo do coração e medir as distancias ab e ef. Convém esclarecer que o conceito do número do coração é o modo universal de se identificar um AMV. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS B) Tangente do ângulo do coração – A norma Brasileira para estradas de ferro, ao invés de padronizar o número do coração prefere se referir à tangente do ângulo do coração, variando de tg α = 1:8 até tg α = 1:20. Conhecida a tangente do ângulo do coração, é fácil determinar o número correspondente, lembrando-se que: 1 1 tg 2 tg e 2 tg 1 N 2tg 2 Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Mas, para fins práticos, sem erro sensível, poderemos fazer: 2tg E neste caso teremos 2 1 N 2tg tg 1 tg 2 Como nas Normas Brasileiras a tangente de α é dada por uma fração 1/n, teremos: 1 N n 1 n Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Conclui-se, pois, que o número do coração é o denominador da fração, que pelas Normas exprime a tangente do ângulo do coração. Por exemplo se tg α = 1:15, sabemos que N = 15, com suficiente aproximação. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS C) Processo prático de uso dos Mestres de Linha – Os mestres de linha, quando desejam pedir um coração para substituir um que avariou ou mesmo pedir um AMV para um pátio de estação, fazem a medida da abertura do coração por outro processo: Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Tomam o comprimento de um metro a partir da ponta teórica (avaliada) e na extremidade dessa extensão, medem a abertura, em cm, entre as arestas externas do coração, perpendicular à bissetriz do ângulo. A abertura do coração é expressa pela fração ordinária 1:l sendo l a dimensão perpendicular, em centímetros. (Por exemplo: 1:11 – que dizer 1 m, na bissetriz e 11 cm na normal à bissetriz). Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Recebida essa medida, cumpre ao engenheiro convertê-la em “número do coração”, do seguinte modo: N cd 100 cm ab l cm No exemplo dado, teríamos: N 100 9,09 11 Ou seja, coração de n° 9. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA COMUNS Em resumo, qualquer que seja o processo utilizado para a medida do coração, deve-se transformá-la para a medida universal, número do coração, utilizando a expressão dada: cd 1 N ab 2tg 2 Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes DETERMINAÇÃO DOS ELEMENTOS NECESSÁRIOS AO PROJETO DOS PÁTIOS FERROVIÁRIOS (FÓRMULAS DOS DESVIOS) Como vimos, temos sempre três elementos previamente fixado para o projeto dos desvios: a abertura do coração, o comprimento das agulhas e a abertura no talão das agulhas, sendo que os dois primeiros elementos são estabelecidos pelas Normas. Um quarto elemento que também deve ser previamente fixado, é a entrevia ou entrelinha. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes DETERMINAÇÃO DOS ELEMENTOS NECESSÁRIOS AO PROJETO DOS PÁTIOS FERROVIÁRIOS (FÓRMULAS DOS DESVIOS) A Norma Brasileira chama de entrevia a distância de segurança entre os centros de duas linhas ferroviárias paralelas e de entrelinha, a distâncias de segurança entre os dois trilhos mais próximos, de duas linhas paralelas. Esses valores são fixados pelas Normas. Chamaremos doravante de E a entrelinha. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE É o caso mais comum e desejável. Um desvio deve sempre sair de uma reta, a fim de evitar um desgaste anormal das peças do AMV, principalmente as agulhas, quando o desvio sai de uma linha curva. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE Elementos dados (ou fixados previamente) •B – Bitola, mais a largura do boleto B=b+c •N – Número do coração •E – Entrelinha Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE Elementos dados (ou fixados previamente) •h – Comprimento das agulhas •i – Distância entre os centros da agulha e contraagulha no talão (i = f + c, sendo f a folga no talão e c a largura do boleto) Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE Elementos dados (ou fixados previamente) •t – Parte reta do coração, na frente da ponta do mesmo (elemento construtivo do coração) •n – Parte reta do coração, atrás da ponta do mesmo (elemento construtivo) Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE Elementos a determinar •β – Ângulo do desvio •R – Raio do arco BE •R’ – Raio do arco HJ •m – Projeção das agulhas na direção horizontal Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE Elementos a determinar •l – distância do talão da agulha à ponta do coração •l’ – distância da ponta do coração ao marco de desvio (ponto onde as linhas se tornam paralelas e distanciadas de um valor de segurança, chamado Manutenção de Via Permanente Ferroviária entrelinha) Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE Elementos dados (ou fixados previamente) •BE – Comprimento do arco de ligação BE •HJ – Comprimento do arco de ligação HJ Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE Elementos dados (ou fixados previamente) •l – Distância do talão da agulha à ponta do coração •l’ – Distância da ponta do coração ao marco do desvio (Ponto onde as linhas se tornam paralelas e distanciadas de um valor de segurança, chamado entrelinhas) Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE 1 N A) 2tg tg 2 2 N – Número do 2 coração 1 2N arctg 1 2N 1 2arctg 2N Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE B) sen i h h – Comprimento das agulhas i arcsen h C) m h cos Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE D) l DE FG CE CD FG l CE AB FG Mas CE R sen AB R sen l – Distância do talão da agulha R – Raio do arco BE FG t cos Substituin do : l R sen R sen t cos Donde : l R(sen sen ) t cos Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE E) B EF DB i R – Raio do arco BE t – Parte reta do coração, na frente da ponta Sendo B = b + c do mesmo (bitola, mais largura do boleto do trilho) i – Distância entre os centros da agulha e contra-agulha no talão (i = f + c, sendo f a Mas EF t sen DB AC OA OC ou DB R(cos cos ) Substituin do : B t sen R(cos cos ) i Donde se tira : folga no talão e c a largura do boleto) B t sen i R cos cos Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE l’ – Distância da ponta do coração ao F) l ' GI ' IJ Mas : GI ' e IJ R ' tg E tg marco do desvio E – Entrelinha R’ – Raio do arco HJ 2 Substituin do : E l' R' tg tg 2 Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE G) II ' E (n HI ) sen Mas : HI R ' tg 2 R’ – Raio do arco HJ E – Entrelinha Substituin do : n – Parte reta do coração, atrás da ponta E n R ' tg sen 2 Donde : do mesmo (elemento construtivo) E n R ' tg sen 2 E n R ' sen tg 2 e, finalmente : R' E n sen tg 2 sen Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE G) Cabe observar aqui que, se o arco HJ iniciar alguns metros além da parte reta (n) do coração, se quisermos manter a mesma entrelinha E, o raio diminuirá e teremos: R' ' E n' sen tg 2 sen Em que n’> n Se, entretanto, quisermos manter o raio R’ como foi atrás deduzido, teremos que aumentar o valor da entrelinha E. Neste caso, fixa-se o valor de R’ e tira-se E da expressão acima. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE H) Chamando , tira se da figura : 180 em minutos ou arco BE R min 60 180 Donde : arco BE R rad R R – Raio do arco BE arco BE 0,0002909R min Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ELEMENTOS PARA PROJETO E LOCAÇÃO DE DESVIO SAINDO DE UMA TANGENTE I) Analogamente: arco HJ 0,0002909R' min R’ – Raio do arco HJ Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS E FEIXES DE DESVIOS Denomina-se comprimento útil de um desvio, a parte do desvio onde poderão estacionar os veículos, sem perigo de abalroamento com os trens que circulam na linha mais próxima. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS E FEIXES DE DESVIOS O comprimento útil é materializado, nos pátios, colocando-se pedaços de trilhos cravados no solo, chamados marcos de desvios e caracterizam a posição de início do paralelismo entre duas linhas. O comprimento útil é determinado em função do número de veículos a desviar. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS E FEIXES DE DESVIOS Desvio VIVO: Quando dá saída para os dois lados MORTO: Quando só tem saída para um lado, ficando uma das pontas com um pára-choque de desvio. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS E FEIXES DE DESVIOS O comprimento total de um pátio dotado de desvios paralelos como mostra a figura abaixo, será: L 2m l l ' lu Onde lu é o comprimento útil Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS E FEIXES DE DESVIOS 1) Feixe de Desvios em quem todos os desvios são paralelos à linha direta principal É um tipo clássico de pátio, conforme mostra a figura: Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS E FEIXES DE DESVIOS 1) Feixe de Desvios em quem todos os desvios são paralelos à linha direta principal Vê-se que neste tipo de feixe, o comprimento dos desvios vai sucessivamente diminuindo, bem como o comprimento útil de cada desvio (l”u<l’u<lu). Para maior aproveitamento do terreno, as pontas das agulhas de cada desvio devem ficar próximas ao marco do desvio anterior, como mostra a figura anterior. Desse modo, as agulhas ficarão em reta. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS 2) Feixes de Desvios em que todos os desvios são paralelos à linha direta, e saindo dessa mesma linha. Nesse tipo de feixe, além dos elementos que já conhecemos, necessitamos determinar a distância AC, isto é, a distância de separação das pontas dos corações dos AMV vizinhos, bem como as posições em que vão ficar os “marcos” dos desvios. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS 2) Feixes de Desvios em que todos os desvios são paralelos à linha direta, e saindo dessa mesma linha. BC AC sen Donde: Mas Logo: AC BC sen BC B E BE AC sen Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS 2) Feixes de Desvios em que todos os desvios são paralelos à linha direta, e saindo dessa mesma linha. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS Elementos a determinar 1 2arctg 2N i arcsen h m h. cos l R(sen sen ) t cos Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS Elementos a determinar B t sen i R cos cos E l' R' tg tg 2 R' E n sen tg 2 . sen BE 0,0002909R. (θ em minutos) HJ 0,0002909R'. (α em minutos) Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS 3) Feixe de Desvios partindo de um desvio com inclinação α, em relação à linha direta Num pátio de triagem ou formação de trens, são necessários, quase sempre, vários feixes de desvios. Uma forma muito utilizada é a indicada na figura: Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS 3) Feixe de Desvios partindo de um desvio com inclinação α, em relação à linha direta Para um projeto desse tipo de feixe, além dos elementos já deduzidos, necessitamos conhecer a distância u (de coração a coração) e a posição do marco dos desvios sucessivos. Temos no triângulo ABC: BC BE AB sen sen Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS 3) Feixe de Desvios partindo de um desvio com inclinação α, em relação à linha direta E AB> m+l+n, como no caso precedente, e o marco M ficará ao ponto C’, logo: BC AC ' AC t t tg ou BE AC ' t tg E ficamos, assim, em condições de projetar e locar esse feixe. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS 3) Feixe de Desvios partindo de um desvio com inclinação α, em relação à linha direta Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes REMODELAÇÃO DA VIA PERMANENTE Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes PÁTIOS FERROVIÁRIOS Renovação completa dos materiais da superestrutura da ferrovia Substituição total dos trilhos por outros de maior peso; Colocação de uma maior quantidade de dormentes; Substituição total ou parcial do lastro. Pode ser feito por firmas empreiteiras especializada. Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DEPARTAMENTO VIA PERMANENTE RESIDÊNCIA A RESIDÊNCIA B RESIDÊNCIA C 1 Engenheiro + auxiliares 180/250 km SEÇÃO A SEÇÃO B SEÇÃO C 1 Mestre + Auxiliares 60/80 km Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes