Hamilton Xavier - Correio Lageano

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Andressa Ramos
Segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Névio Fernandes é um dos mais antigos jornalistas em atividade de Santa Catarina. Mesmo fora do cotidiano da redação, ele mantém a sua coluna diária no Correio Lageano
Névio Fernandes
De calça curta, mas com uma
grande vontade, o menino lageano
Névio Santana Fernandes, de 12
anos, queria noticiar os fatos da cidade e do país para as pessoas e decidiu escrever, a mão, seu primeiro
jornal, que tinha agenda de aniversários e fotos recortadas de outros
jornais.
“Meu jornal percorria de mão em
mão e chegou até nas mãos do governador da época, Aderbal Ramos
da Silva”, lembra Névio, que descreve que, para pegar novas histórias,
ia até a praça de Lages para saber
das novidades, e ouvia rádio para
que, assim, pudesse escrever notícias factuais em seu jornal, que foi
intitulado “A Cidade”. Permaneceu
semanal por três anos. “Eu ficava
deitado em cima da mesa, debruçado sobre as folhas, para escrever
o jornal. O mais difícil era fazer os
cabeçalhos”, lembra Névio, hoje aos
79 anos.
Por meio do veículo que lançou,
outros jornais chamaram Névio para trabalhar como free lancer. “Trabalhei nos jornais Guia Serrano e
Região Serrana”, comenta.
O jornalista trabalhou também
como contabilista, mas destaca que
neste tempo nunca deixou de lado o
jornalismo. Assim, em 1956 foi contratado pelo Correio Lageano como repórter das editorias de esportes e polícia. Ele relata as primeiras
experiências. “Na época da madeira
tinha muito acidente de serrarias, e
na cidade tinha uma enfermaria só
com pessoas acidentadas na parte
madeireira”, detalha.
Dois anos mais tarde, com 23
anos, foi promovido a editor-chefe,
e o cargo seguiu por 39 anos. “Como
editor, tive a oportunidade de conhecer 11 presidentes da República”.
Em 1993 se aposentou, mesmo
assim continuou trabalhando. Porém, em 2007 resolveu parar de
trabalhar na redação, mas não largou o jornalismo. Névio Fernandes
escreve artigos diários desde 1983,
são mais de 9.200 publicados.
“Eu quero escrever até quando
puder, até onde a memória aguentar
a gente vai”, finaliza.
Hamilton
Xavier
Hamilton Rogério
Wepper Xavier, 62
anos, dedica seu
trabalho ao meio rural
há 32 anos.
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