- a proposito de portugal sem fumo TEXTO_ Carl os Perdigão uma reflexao nacional Revista Factor es de Carlos Perdigão Cardiologista pela Ordem dos Médicos. Graduação em Chefe de Serviço Hospitalar de Cardiologia. Professor Agregado de Cardiologia da Faculdade de Medicina de Lisboa. Coordenador do Gabinete de Formação Contínua do Instituto de Formação Avançada da Faculdade de Medicina de Lisboa. “Fellow” da Sociedade Europeia de Cardiologia. Membro de diversas sociedades científicas de áreas da sua especialidade. Mais de duas centenas de trabalhos publicados. Organiza regularmente Cursos e diversas acções de pós graduação na sua área. Vice-Presidente da Direcção da Sociedade Portuguesa de Cardiologia para o biénio 2005-2007. Resumo do artigo A propósito da reunião “Portugal sem Fumo”, organizada pelo Forum Hospital do Futuro em 25 de Junho, aborda-se a dimensão do problema na Europa tal como ele é apresentado no Livro Verde “Por uma Europa sem Fumo: opções estratégicas a nível comunitário” e analisa-se o impacto das medidas restritivas. Põe-se em evidência a importância do estudo “Carga e custos da doença atribuível ao tabagismo em Portugal”, apresentado nesta reunião. Apresentam-se as reflexões/conclusões do painel que integrou a reunião, onde são apresentadas propostas concretas para implementar um plano de acção concertado entre os vários agentes envolvidos neste problema. No dia 25 de Junho passado, numa organização do Forum Hospital do Futuro, reuniram-se nas instalações do INFARMED, em Lisboa, um conjunto de personalidades e/ou representantes de entidades públicas, privadas ou sociais, formando um painel multidisciplinar unido em torno de um objectivo comum: fazer uma reflexão sobre o problema do tabagismo em geral, com base no Livro Verde da Comissão Europeia “Por uma Europa sem fumo” e no Plano Nacional de Saúde; ouvir em primeira mão a apresentação do estudo “Custo e carga da doença do tabagismo em Portugal”; e debater as medidas de saúde pública associadas ao problema, bem como a abordagem ao fumador. A magnitude do problema São os cidadãos dos países mais pobres e com menores índices de desenvolvimento, aqueles que mais fumam, gastando cerca de 20% do seu rendimento em tabaco. Os dados da Organização Mundial de Saúde referentes ao triénio 1999-2001 apontam para uma percentagem de fumadores em Portugal de aproximadamente 20%. São os jovens aqueles que mais fumam. A percentagem de jovens fumadores com 15 anos ultrapassa os 20%, atingindo os 26% nas jovens do sexo feminino (vs 18% no sexo masculino). Nos homens, verificou-se um redução evidente no consumo de tabaco; nas mulheres, uma tendência para estabilização ou mesmo um ligeiro aumento. 82 83 “…A MAIORIA DA OPINIÃO PÚBLICA EUROPEIA É FAVORÁVEL À APLICAÇÃO DE POLÍTICAS ANTI-TABACO E QUE ESTAS PODERÃO CONTRIBUIR PARA A DIMINUIÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIOECONÓMICAS NO PLANO DA SAÚDE.” Estima-se que, no ano 2000, em Portugal, se perderam 15 anos de vida por cada morte atribuída ao tabaco, enquanto que, na Suécia, este valor se situa na ordem dos 12 anos de vida perdidos por cada morte atribuída ao tabaco; pelo contrário, na Hungria, ascende aos 17 anos de vida perdidos por cada morte atribuída ao tabaco. Risco 2007, N º6, (Jul-Set), pá g. 82-87 Livro Verde “Por uma Europa sem Fumo: opções estratégicas a nível comunitário” Em Janeiro deste ano, a Comissão Europeia apresentou o Livro Verde “Por uma Europa sem Fumo: opções estratégicas a nível comunitário”, que constitui uma excelente base de trabalho para uma reflexão sobre o problema do tabagismo. Esta reflexão deverá ter em consideração os quatro níveis de problemas que nele são defendidos: 1 – Ao nível do impacto na saúde, defende que iniciativas que incentivem zonas sem fumo irão beneficiar as pessoas que sofrem com essa exposição, mas também contribuirão para a redução do consumo de tabaco junto da população em geral. O que se irá traduzir numa redução da morbilidade e mortalidade derivadas da exposição ao fumo do tabaco, bem como numa melhoria da qualidade de vida. 2 – A nível económico, defende que a exposição ao fumo de tabaco tem grandes impactos, tanto directos (despesas de cuidados de saúde) como indirectos (por exemplo, perda de produtividade). A implementação de zonas sem fumo poderá trazer importantes consequências económicas, para as quais há que estar preparado. Por um lado, os benefícios liquídos, estimados em vários milhões de euros. Por outro, o impacto negativo na industria do tabaco, com perda de emprego e redução das receitas fiscais dos Estados-Membros derivadas do imposto sobre o tabaco. “…A UMA PRIMEIRA FASE DE PROIBIÇÃO DO CONSUMO DE TABACO EM LOCAIS PÚBLICOS, DEVERÁ SEGUIR-SE A PROIBIÇÃO DE FUMAR EM TODOS OS RECINTOS FECHADOS E EM LOCAIS DE GRANDE CONCENTRAÇÃO DE PESSOAS…” 3 – A nível social, advoga que a maioria da opinião pública europeia é favorável à aplicação de políticas anti-tabaco e que estas poderão contribuir para a diminuição das desigualdades socio-económicas no plano da saúde. 4 – Finalmente, a nível legal, a adopção de políticas anti-tabaco faz parte da obrigação legal da União Europeia, no âmbito da Convenção Quadro para a Luta Anti-tabaco da Organização Mundial de Saúde, que ficou de apresentar as orientações relativas a zonas sem fumo no primeiro semestre de 2007. Na verdade, o Livro Verde enfatiza o problema da exposição ao fumo do tabaco, os chamados fumadores passivos ou fumadores em 2ª mão. Já as Recomendações sobre a prevenção e consumo de tabaco, de 2002, preconizavam a protecção dos locais de trabalho, locais públicos e transportes públicos. E existe uma base racional e evidência clínica que suportam a adopção de medidas restritivas ao consumo de tabaco a nível comunitário. Estima-se em mais de 79.000 os adultos que morrem por ano devido à exposição passiva ao fumo de tabaco nos 25 países da União Europeia, dos quais 7.000 por exposição no local de trabalho e 72.000 por exposição em casa (mortes por doença cardiovascular, cancro do pulmão e doenças respiratórias). A exposição é máxima nos bares e discotecas, mas é muito elevada na hotelaria e locais de laser. Viver com um fumador acarreta um risco de doença coronária de 25 a 30% superior ao dos não fumadores. O aumento de risco para acidente vascular cerebral não está ainda determinado. Sabe-se que o risco aumenta com a duração da exposição. Embora este risco seja inferior ao do fumador activo, torna-se um problema de saúde pública porque envolve muita gente. Sabe-se também que para as doenças cardiovasculares a resposta dose-dependente não é linear, já que pequenas quantidades de fumo de tabaco têm um impacto na coagulação e na formação do trombo, bem como um efeito a longo prazo no desenvolvimento da arteriosclerose. A totalidade dos benefícios da redução do tabagismo activo ou passivo podem verificar-se na comunidade ao fim de trinta anos, mas podem verificar-se benefícios significativos na saúde cardiovascular e respiratória ao fim de um a cinco anos. Impacto das medidas restritivas Existe na comunidade um ambiente favorável às medidas restritivas: 3/4 da população está consciente dos riscos do tabaco, 95% sabe do efeito prejudicial do fumo do tabaco no bebé da grávida. Isto permite e justifica um maior empenhamento nas medidas anti-tabaco, com vista a que o consumo de tabaco deixe de ser considerado socialmente como um hábito normal, facilitando assim alterações comportamentais que se podem resumir a três aspectos: 1 – Facilitar a decisão do fumador de deixar ou de reduzir o consumo do tabaco, ajudando-o no processo de cessação tabágica. 2 – Desencorajar as crianças e os jovens de iniciar o consumo de tabaco. Neste aspecto é importante a proibição do consumo em bares e locais de laser frequentados por jovens. 3 – Evitar que os fumadores fumem na presença de crianças e grávidas, especialmente em casa. Isto é especialmente importante já que a maior exposição das crianças ao fumo do tabaco é em casa (local onde as proibições não têm efeito). O Livro Verde sugere também que a uma primeira fase de proibição do consumo de tabaco em locais públicos, deverá seguir-se a proibição de fumar em todos os recintos fechados e em locais de grande concentração de pessoas, como plataformas de transportes públicos, estádios desportivos ou exteriores de casas de espectáculos e de grandes edifícios. Os efeitos das leis que proíbem o consumo começam a dar os seus frutos: as vendas de tabaco caíram 8% em Itália e 14% na Noruega. Na Irlanda, 80% dos fumadores atribuem às leis de proibição a razão porque deixaram de fumar e em 88% a razão para não recomeçar a fumar. 84 Custo e carga da doença do tabagismo em Portugal Durante a reunião foi apresentado pelo Professor Miguel Gouveia, do Centro de Estudos Aplicados, FCEE, da Universidade Católica Portuguesa, os primeiros resultados do estudo “Carga e custos da doença atribuível ao tabagismo em Portugal”. Deste estudo são autores, para além de Miguel Gouveia, Margarida Borges, Luís dos Santos Pinheiro, João Costa, Sérgio Paulo e António Vaz Carneiro, do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, da Faculdade de Medicina de Lisboa. Com base em dados de 2005, o trabalho procura identificar e estimar quantitativamente os efeitos negativos do consumo do tabaco nos níveis de saúde e nos custos do sistema de saúde. O estudo aponta para um crescimento do tabagismo feminino, uma diminuição do masculino, com crescimento do ex-tabagismo (comparação dos dados de 2005 com os de 1998). Estima também que o tabaco tenha sido responsável por cerca de 12.600 (11,7%) do total de mortes (108.000) ocorrido em Portugal continental em 2005. Numa avaliação por DALYs (anos de vida perdidos ajustados pela incapacidade), uma medida implementada pela OMS que mede as perdas de saúde quer devido à mortalidade quer devido à doença não fatal, ao autores estimam que em 2005 o tabaco tenha sido responsável por se terem perdido 146 mil anos de vida. 85 Numa avaliação dos ganhos potenciais de deixar de fumar, os autores estimam que se todos os fumadores portugueses tivessem cessado o consumo de tabaco em 2005, teria havido menos 6.200 mortes e menos 51 mil anos de vida ajustados perdidos. Na avaliação dos custos feito pelo Professor Miguel Gouveia e colaboradores, estima-se que “…OS AUTORES ESTIMAM QUE SE TODOS OS FUMADORES PORTUGUESES TIVESSEM CESSADO O CONSUMO DE TABACO EM 2005, TERIA HAVIDO MENOS 6.200 MORTES E MENOS 51 MIL ANOS DE VIDA AJUSTADOS PERDIDOS.” o tabaco tenha sido responsável por 126 milhões de euros de custos com internamentos hospitalares e por mais 308 milhões de euros em custos no ambulatório (medicamentos, consultas, meios de diagnóstico). A cessação tabágica por todos os fumadores portugueses corresponderia a uma redução de 64 milhões de euros em internamentos hospitalares e de 80 milhões de euros nos cuidados ambulatórios. Este é sem dúvida um dos mais importantes estudos feitos em Portugal nesta área, e que apoia a necessidade de medidas anti-tabágicas mais severas e consistentes. Medidas de Incentivo à cessação tabágica do Plano Nacional de Saúde 2004/2010 O Plano Nacional de Saúde 2004/2010, no que respeita ao tabagismo, apresenta várias metas e sugestões para alcançar até 2010. A abordagem centrada na família e no ciclo de vida, estabelecendo metas para reduzir a percentagem de fumadores nas diferentes faixas etárias (jovens, adultos e idosos), parece ser a estratégia central do Plano. Uma maior informação aos cidadãos, bem como o aumento do acesso à mesma, promovendo comportamentos saudáveis e evitando os consumos prejudiciais, nomeadamente o do tabaco, é outra das estratégias propostas pelo Plano. O Plano apela ainda à colaboração entre diferentes organismos, como Ministérios e Municípios, para promover aquela informação e implementar uma educação para a saúde que inclua o combate ao tabagismo. Define ainda como locais privilegiados para este combate os locais de trabalho e de laser, as escolas, as prisões. As reflexões /conclusões do Painel Após longo período de reflexão e debate em volta dos documentos e temas em apreciação, as conclusões centraram-se em duas questões principais: que medidas deveriam ser adoptadas para atingir os objectivos definidos; como contribuir para tratar efectivamente os fumadores com motivação para deixar de fumar, permitindo o seu acesso ao tratamento integrado e de qualidade (apoio médico, farmacológico, social, educacional) como uma forma de obter ganhos em Saúde. Na resposta à primeira pergunta, “que medidas deveriam ser adoptadas para atingir os objectivos definidos”, considerou-se o conjunto de intervenções a implementar por cada um dos quatro sistema com capacidade de intervenção: Pelo Sistema de Educação • Enquadramento legal, claro e consistente, que não permita, na escola e à sua volta, fumar, vender, publicitar e comprar tabaco. • Escolas livres de tabaco • Integrar nos planos curriculares a abordagem às temáticas da prevenção do consumo de tabaco • Utilizar técnicas de formação contínua, formais e não formais, que recorram a linguagens mais próximas dos jovens • Formação de professores com competências na área do tabagismo • Dotar as equipas de saúde escolar com competências nesta área e recursos humanos para apoio às escolas “CRIAR UMA REDE DE Pelo Sistema Ambiental • Promover o direito a respirar ar livre de tabaco • Garantir e acompanhar o cumprimento da legislação ambiental e da higiene e segurança no trabalho • O Estado deve garantir a todos os trabalhadores portugueses um ambiente de trabalho livre de tabaco. • Vigilância e monitorização da qualidade do ar interior • Campanha de informação sobre acidentes e tabaco - laborais, trânsito, domésticos e incêndios florestais TRATAMENTO E PREVENÇÃO Pelo Sistema de Saúde • Formação de profissionais com competências para tratar e prevenir o tabagismo e o consumo de tabaco • Realização de "intervenções breves" por médicos e enfermeiros de família durante as suas consultas, bem como por todos os profissionais de saúde com formação • O tabagismo não é uma doença na representação social, mas é uma doença que tem de ser reconhecida (diagnosticada e tratada) em termos profissionais. É necessário assumir este novo paradigma motivando os profissionais de saúde a intervir na comunidade • Acesso a consultas de cessação tabágica com isenção de taxa moderadora à semelhança das restantes dependências e disponibilização de medicamentos prescritos para cessação tabágica • Forte intervenção da saúde pública programas - promoção da rede espaços livres de tabaco PRIMÁRIOS E DOTAR OS DO TABAGISMO COM PROFISSIONAIS COM FORMAÇÃO, COM ACESSO A PROGRAMAS DE APOIO INTENSIVO NOS CUIDADOS HOSPITAIS DE COMPETÊNCIAS PARA TRATAR OS SEUS DOENTES” Pelas Organizações públicas e privadas numa perspectiva de indução de Comportamentos e Atitudes adequados: • Programa Nacional Integrado para a Prevenção e Tratamento do Tabagismo e Desenvolvimento de Redes Regionais\Locais • Desenvolver uma estratégia de comunicação, integrada e diferenciada para obtenção dos resultados esperados. • Criar um concurso nacional anual (com suporte 86 de website na Internet) para premiar as melhores iniciativas conducentes a um Portugal sem Fumo, com diversas categorias, por exemplo: sistema educativo, de saúde, organizações públicas e organizações privadas • Criação de bases de dados (intervenções clínicas e comunitárias) para monitorizar/ acompanhar (health outcomes research/health services research) • Responsabilização ética dos decisores e executores pela coerência e consistência das posições públicas dos decisores (Ministérios Saúde, Economia, Educação, Ambiente) quanto ao tabagismo Na resposta à segunda pergunta, “como contribuir para tratar efectivamente os fumadores com motivação para deixar de fumar, permitindo o seu acesso ao tratamento integrado e de qualidade (apoio médico, farmacológico, social, educacional) como uma forma de obter ganhos em Saúde”, foram propostas as seguintes acções: • Criar uma rede de tratamento e prevenção do tabagismo com profissionais com formação, com acesso a programas de apoio intensivo nos Cuidados Primários e dotar os Hospitais de competências para tratar os seus doentes • Informar (campanhas intensivas) a sociedade sobre os efeitos do fumo ambiental (fumador passivo), nomeadamente nos locais de trabalho, nos serviços, nos locais de lazer e nos domicílios • Serviços de saúde comunitários organizados de forma a oferecer acompanhamento de pessoas e grupos ( p. ex. acesso telefónico) com avaliação dos ganhos em saúde 87 • Rastreios (locais de trabalho, farmácias, serviços públicos, via publica) de fumadores e aconselhamento/encaminhamento para consulta de avaliação de risco. • Relevar o papel da intervenção da saúde ocupacional na prevenção e orientação dos doentes Conclusão Pelas implicações que tem na saúde e na economia, o tabagismo é hoje um problema de saúde pública. Estão referenciadas as estratégias que têm tido alguma eficácia para a redução do consumo de tabaco : 1 - medidas impeditivas do consumo de tabaco em espaços fechados, modificando o enquadramento legal relativo ao tabagismo. 2 - preço do tabaco e a carga fiscal a ele associada (que poderá ser um factor dissuasor, sobretudo entre os mais jovens) 3 - dinamização de programas para deixar de fumar A luta contra o consumo de tabaco é um problema que terá que envolver o Estado e a Sociedade Civil, cabendo às Sociedades Científicas e aos médicos a sua quota-parte de responsabilidade. Os profissionais de saúde olham hoje para este problema de uma forma diferente, encarando o tabagismo como uma forma de dependência, cujo tratamento implica acompanhamento e, em muitos casos, medicamentos de suporte. Enquanto factor de risco, o consumo de tabaco tem sido uma das modificações do estilo de vida mais difíceis de implementar. Recentemente, Maarten Simoons, ao comentar os resultados dos Euro Heart Survey, referia que os médicos têm tido uma acção positiva na implementação das novas abordagens terapêuticas (PCI, stents, CDI), mas não têm tido a mesma acção na implementação das recomendações no que respeita às modificações dos estilos de vida, sendo esta uma preocupação das acções de formação e da indústria. Na verdade, os médicos têm que acreditar que a sua acção pode ser decisiva neste combate. Carlos Perdigão Bibliografia Macedo A., Santos A. Fumar ou não fumar. Aspectos críticos da decisão. Revista Factores de Risco 2006; nª3: ……. Rocha. E. O tabaco e as doenças cardiovasculares. Factores de Risco 2007; nª5: 25-29. Nunes E. Consumo de tabaco. Efeitos na saúde. Rev. Port. Clin. Geral 2006. 22 : 225-244. www.portugalsemfumo.org www.who.int/tobacco/en/ www.parar.net/ www.tabagismo.info/ www.ec.europa.eu/health/ph www.dgsaude.min-saude.pt/