CEFAC CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA AUDIOLOGIA SAÚDE DO TRABALHADOR PERFIL AUDIOLÓGICO DE LAVADORES Um estudo fonoaudiológico em postos de gasolina PATRICIA FUMERO SÃO PAULO 2000 CEFAC CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA AUDIOLOGIA SAÚDE DO TRABALHADOR PERFIL AUDIOLÓGICO DE LAVADORES Um estudo fonoaudiológico em postos de gasolina Monografia de Conclusão do Curso de Especialização em Audiologia Saúde do Trabalhador. Orientadora: Mirian Goldenberg PATRICIA FUMERO SÃO PAULO 2000 Esta pesquisa tem como objetivo analisar o perfil audiológico de indivíduos lavadores de automóveis de postos de gasolina da cidade de São Paulo. A idéia de pesquisar o perfil audiológico destes trabalhadores surgiu a partir da observação destes indivíduos lavadores de automóveis, que são expostos durante a sua jornada de trabalho a níveis de ruído que varia de 78 a 85 dB e não utilizam equipamento de proteção individual para a redução da transmissão do ruído à orelha interna destes trabalhadores. Sabe-se que um tom de aproximadamente 70 dB NPS a 1.000 Hz ocasiona uma determinada resposta. Esse tom, contínuo por um longo tempo pode elicitar uma mudança temporária ou permanente no limiar auditivo. Além da investigação do perfil audiológico dos lavadores, essa pesquisa em segundo momento propõe uma promoção de cuidados à saúde ocupacional, para este ramo de atividade profissional, através de uma proposta de um Programa de Conservação Auditiva, descrito por Miranda (1998). Todo trabalhador exposto a ruído deve ser submetido a um processo de análise da Perda Auditiva Induzida pelo Ruído – PAIR. A simples existência de uma máquina ruidosa no ambiente de trabalho não significa que o trabalhador que o opera esteja a ponto de ocorrerem o risco de desenvolver a PAIR. O risco de dano à saúde para a grande maioria dos agentes de natureza ocupacional depende, fundamentalmente da sua quantidade ou intensidade e do tempo diário de exposição. A análise do perfil audiológico será realizada através dos exames audiológicos destes trabalhadores e como método de classificação da perda auditiva será utilizado o método de Davis, H. (1970). SUMMARY The surch has the objective to analyse the audiology profile of washermen of petrol stations of S.P. city. The idea of surching the audiology profile of these workers, that are exposure during their work journey to noise levels that vary 78 from 85 dB and don’t use way protection form to happen the reduction of noise transmission to internal ear these workers. It’s knour that a tone of about 70 dB NPS to 1000 causes a certain answer. This same tone, continual for a long time can cause a temporary change or constant in ear threshold. This surch has the objective to investigate the audiology profile of this people, if it’s possible to collaborate to ocupational health to this professional activity profile used the Miranda method (1998). All the worker’s exposed to noise must be submited a analysis process of loss induce by noise. The simple existence of noise machine in work atmosphere doesn’t mean that the worker, who uses it is exposure to the point of to happen the risk to develop the PAIR. The risk of health damage for most of health agents of ocupational nature depends fundamentaly it’s quantity or intensity and diary time of exposure. The analysis of audiology profile will be realized through of audiology examination of these workers and as classification method of the loss will be used the Davis method (1970). SUMÁRIO 1. Introdução 1 2. Discussão Teórica 5 2.1 Características do Som 5 2.2 Percepção Auditiva 5 2.3 Perda Auditiva Induzida pelo Ruído – PAIR 6 2.4 Fisiopatologia 7 2.5 Ruído 9 2.6 Parâmetros Legais 13 2.7 Programa de Conservação Auditiva – PCA 18 3. Pesquisa Prática 22 3.1 Materiais e Métodos 25 3.2 Análise dos Resultados 26 4. Considerações Finais 31 5. Referências Bibliográficas 37 1. INTRODUÇÃO A audição é uma sensação fundamental à vida, pois é a base da comunicação humana. O órgão responsável pela audição é o ouvido, o qual se localiza na intimidade do osso temporal e se divide em ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno. Miniti, Bento & Butugan (1993), relatam o mecanismo auditivo que contém informações fisiológicas do aparelho auditivo. O fenômeno da audição é resultado de uma série de eventos complexos que resultam na interpretação cortical dos sons. A energia sonora, que é vibração mecânica, é transmitida através de um meio elástico, que é o ar, atingindo a membrana timpânica, fazendo-a vibrar. A membrana timpânica serve, portanto, como receptor e coletor da pressão acústica gerada pela vibração. Sendo fina (0,07 mm de espessura), delicada e elástica, é extremamente sensível a estas pequenas vibrações sonoras. Sua forma cônica possibilita uma maior área sem que necessite canal auditivo mais longo. Outra função é a de fechar e portanto a de proteger a cavidade do ouvido médio contra a entrada de agentes estranhos. Sua área é de 65mm2 e forma um ângulo de 55º em relação ao meato auditivo externo. Os ossículos da cavidade timpânica estão delicadamente suspensos na cavidade timpânica para transmitir as vibrações sonoras com mais eficiência. Quando uma pressão positiva é exercida sobre a membrana timpânica, o cabo do martelo que está nela inserido se move medialmente, enquanto que sua cabeça se movimenta lateralmente, puxando o corpo da bigorna com ela. Este movimento faz com que o ramo longo da bigorna se movimente em torno da cabeça do estribo, causando um movimento através de sua platina na endolinfa que está em contato na janela oval. Este movimento faz com que haja uma amplificação decorrente de um efeito alavanca e da diferença de área entre a membrana do tímpano e a janela oval (aproximadamente 32 vezes menor). Todo este conjunto tímpano-ossicular é responsável por aproximadamente 40 dB de transmissão sonora. Com os líquidos cocleares (endolinfa e perilinfa) não são compressíveis, é necessária a ação da membrana da janela redonda na outra extremidade do canal coclear para que haja um movimento líquido intracóclea. Os ligamentos anulares do estribo e o tipo balanço rotativo para dentro e para fora da janela oval induz movimentos dos líquidos da cóclea. A perilinfa preenche duas rampas ductos na cóclea, a timpânica e a vestibular. Estas rampas paralelas se comunicam no helicotrema (ápice da cóclea). O movimento líquido causa o reflexo da janela redonda contrário ao movimento da platina do estribo. Este movimento causa um impulso nervoso com o epitélio neural do labirinto membranoso agindo como um transdutor elétrico. O epitélio neural é composto por aproximadamente 15.000 células ciliadas arranjadas em uma coluna de células ciliadas internas e quatro colunas de células ciliadas externas. As células ciliadas se deitam sobre células de suporte, estando todo o conjunto sobre a membrana basilar. Este conjunto é contido no ducto coclear e é embebido em endolinfa. A posição das células ciliadas é ordenada de modo a que cada local possa responder por determinadas frequências. As células ciliadas responsáveis pelas frequências altas acima de 2.000 Hz são as do turno basal da cóclea, enquanto que as de baixa frequência são encontradas no turno médio e apical da cóclea. Os neurônios periféricos que estão distribuídos nas células ciliadas recebem a informação gerada na célula para transmiti-la ao córtex cerebral. As respostas corticais são realizadas no lobo temporal nas áreas 41 e 42 de Brodmann onde há locais tonotópicos frequenciais específicos. Dessas partes citadas anteriormente, a mais importantes é o ouvido interno, pois sua porção anterior, a cóclea, abriga o órgão de Corti, que é uma estrutura mecano-receptora essencial à audição Oliveira (1997). 2. DISCUSSÃO TEÓRICA 2.1 Características do Som O som é o resultado da transmissão de energia de partículas de ar em vibração de uma fonte sonora em direção a partes mais distantes. A frequência sonora se expressa em ciclos por segundo (c/s) ou Hertz (Hz). Caracteriza a altura de um som, definindo-o em termos de frequência decrescente, como agudo, médio ou grave. A frequência é inversamente propocional ao comprimento de onda do som. 2.2 Percepção Auditiva A capacidade para ouvir sons varia bastante de pessoa para pessoa. Em um adulto normal, os limites de audibilidade situam-se em torno de 16 Hz para as baixas frequências e por volta de 16.000 Hz para as altas frequências, o que corresponde a 10 oitavas. O ouvido humano não percebe com a mesma intensidade sons de frequências diferentes. Como há um limite mínimo de intensidade de percepção zero dB é igual a (2X10-4) dina/cm2 a 1000 Hz), também existe uma intensidade máxima, que para o ser humano está situado em torno dos 120 dB’s quando começa a sensação dolorosa. A sensibilidade do ouvido humano não é proporcional a intensidade sonora, ou seja, o ouvido não sente com dupla intensidade um som cuja intensidade tenha sido dobrada. 2.3 Perda Auditiva Induzida pelo Ruído - PAIR Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) é uma entidade bem conhecida desde o século passado e já em 1830 recebia o nome de “surdez dos ferreiros”. Pesquisas mais conclusivas a seu respeito datam de 1906 e devem-se a Haberman, o qual, estudando o ouvido interno de um cadáver após exercer por muito tempo o ofício de caldereiro, encontrou alterações degenerativas no órgão de Corti e nas células do gânglio espiral. Nas últimas décadas, a medicina ocupacional e a militar têm realizado muitos estudos, em razão do número significativo de casos encontrados. A exposição crônica ao ruído destruindo as células sensoriais do órgão de Corti, produz uma deterioração auditiva lenta, progressiva e irreversível, com características de disacusia sensório-neural, em geral simétrica e com aspectos clínicos relativamente definidos (Ibañes & Seligman, 1993). PAIR é uma perda do tipo neurossensorial, bilateral e irreversível. Inicialmente, ocorre o acometimento dos limiares auditivos em uma ou mais frequências da faixa de 3.000 a 6.000 Hz Santos & Russo (1993). Para Ferreira Júnior (1998), PAIR é a doença crônica e irreversível resultante da agressão às células ciliares do órgão auditivo de Corti, que decorre da exposição sistemática e prolongada a ruído, cujos níveis de pressão sonora (NPS) são elevados. No que se refere ao ruído, a referência são os NPS, medidos em decibel na escala de atenuação A dB(A), aos quais o trabalhador é exposto durante horas por dia. Entende-se por (NPS) níveis de pressão sonora, igual a 20 vezes o logaritmo da pressão sobre uma pressão de referência (Po) que, no caso, é a menor pressão sonora audível, tornando-se por base um tom de 1000 HZ = 20 µ Pa. 2.4 Fisiopatologia As lesões do órgão de Corti ocorrem preferentemente na espira basal da cóclea, na área responsável pela audição de sons de 3 a 6 kHz, independente do espectro de frequências do ruído agressor. O caminho percorrido pelo estímulo auditivo, é bem provável que após alcançar o nervo auditivo central, impulsos viajem ao longo da formação reticular para alcançarem o nervo hipotalâmico. Do nervo hipotalâmico o produto da estimulação viaja até a glândula pituitária onde são produzidos efeitos endócrinos (Cantrell, 1979). A perda auditiva decorre de lesão das células sensoriais do órgão de Corti no ouvido interno, é em geral bilateral, e tem evolução insidiosa, com perdas progressivas e irreversíveis. A perda progressiva está diretamente relacionadas com o tempo de exposição, com os níveis de pressão sonora, e com a susceptibilidade individual (Miranda, 1998). Essa perda manifesta-se, primeira e predominantemente, nas frequências de 6000, 4000 e 3000 Hz e, com o agravamento da lesão, estende-se às frequências de 8000, 2000, 1000, 500 e 250 Hz. A lesão auditiva decorrente da exposição ao ruído tem como principal características sua irreversibilidade e agravamento, caso não ocorra diminuição ou eliminação da exposição. Pessoas com esse tipo de problema apresentam perda auditiva neurossensorial, que iniciam nas frequências agudas (4.000 Hz), tem zumbido e sentem dificuldades em conversar em locais ruidosos. Progressivamente as frequências médias e graves são atingidas, apresentando a curva audiométrica configuração descendente, havendo geralmente recuperação em 8000 Hz Maniglia & Carmo (1998). 2.5 Ruído O termo ruído é definido como sendo um som qualquer, que não apresenta característica musical ou harmônica, sendo constituído por uma infinidade de frequências discretas que não guardam nenhuma relação entre si e que variam de forma aleatória no tempo (AUDIOLINK). Ruído é uma sensação auditiva desagradável ou ainda um som não desejado pelo ouvinte, presumivelmente porque, sendo desagradável ou inoportuno, interfere na percepção do som desejado ou é fisiologicamente nocivo (Ibañes & Seligman, 1993). A exposição ao ruído ocupacional de grandes níveis é um risco potencial à audição, e mesmo baixos níveis podem causar perda auditiva em algumas pessoas (Kwitko, 1998). O risco de dano à saúde para a maioria dos agentes de natureza ocupacional, depende da quantidade ou intensidade e tempo diário de exposição. Como conseqüência da grande variação na susceptibilidade, de uma mesma exposição origina diferentes graus de perda para cada indivíduo exposto. As causas mais comuns de perda auditiva induzida pelo ruído em adultos, são exposição ao ruído, os efeitos da idade, a interação dos efeitos do ruído e da idade e a interação do ruído com outras variáveis (Kwitko, 1998). A PAIR ambiente é conseqüência da exposição prolongada a um ruidoso. Para tanto, concorrem dois aspectos fundamentais: as características do ruído e a suscetibilidade individual. Dentre as características do ruído podemos citar a intensidade, freqüência e tempo de exposição. Em relação a intensidade sabe-se que a partir de 85/90 dB(A), o ruído começa a causar uma lesão coclear irreversível. A freqüência, embora qualquer área do espectro sonoro seja capaz de desencadear problemas cocleares, têm-se como mais traumatizantes os ruídos compostos pelas frequências altas. Com relação ao tempo de exposição ao ruído, um ruído na freqüência de 4000 Hz pode causar patologia coclear a 81 dB, enquanto outro de 125 Hz não criará distúrbios até 96 dB. Foi comprovado, para os adultos, que a exposição prolongada ao ruído causa não só perda de audição, como outros distúrbios. A lesão está diretamente proporcional ao tempo de exposição ao ruído. Com 100 horas de exposição já se pode encontrar patologia coclear irreversível. ambientes Intervalos adequados são para descanso fundamentais na acústico em tentativa de recuperação enzimática das células sensoriais. Com relação a suscetibilidade individual, a maioria dos autores admite a preponderância masculina tanto na incidência como no grau da perda auditiva (Quick & lapertosa, 1983). A idade também vai interferir já que os muito jovens e os mais idosos apresentam maior suscetibilidade a adquirir a perda auditiva (Gil-Carcego, 1980). O ruído é um agente físico que pode causar danos ao organismo humano, porque ele ultrapassa a função auditiva, atingindo assim os sistemas circulatório, endócrino, nervoso, digestivo e outras atividades físicas, mentais e sociais (Maniglia & Carmo, 1998). Segundo Sih (1997), ao ruído excessivo têm sido atribuídos distúrbios de saúde física e emocional. O ruído quando excessivo, ativa o sistema nervoso, que o prepara contra a agressão, acelerando as atividades cerebrais, aumentando a pressão arterial, paralisação dos movimentos peristálticos e intestinais, diminuição da irrigação da pele e aparecimento da impotência sexual (Souza, 1998). Para Santos & Russo (1993), os sintomas da PAIR são dificuldades para ouvir determinados sons, em geral, sons agudos, como por exemplo: campainha do telefone, relógio, zumbido persistente está presente com longa duração. Os trabalhadores são expostos a níveis de ruído durante as jornadas de trabalho e existe a preocupação da relação quantidade e duração de tempo, na qual esses trabalhadores são expostos podendo desenvolver uma PAIR. O ruído é, na maioria dos países, o agente nocivo mais prevalente nos ambientes de trabalho. Sua presença nas atividades laboriais soma-se à sua intensa disseminação nos ambientes urbanos e sociais, especialmente nas atividades de lazer. Essa disseminação quase universal do ruído nos ambientes sociais e de trabalho ganha maior importância quando se considera que o dano auditivo dele decorrente é irreversível, e que a exposição produz outros distúrbios – orgânicos, fisiológicos e psicoemocionais que resultam em uma evidente diminuição da qualidade de vida e de saúde dos trabalhadores (Miranda, 1998). 2.6 Parâmetros Legais No Brasil, a exposição de trabalhadores ao ruído e suas conseqüências é regulamentada por dois ministérios: do trabalho e da Previdência Social. O Ministério do Trabalho determina parâmetros mínimos de avaliação e acompanhamento exposição ao ruído. dos trabalhadores sujeitos à A comissão tripartite Partidária Permanente aprovou por consenso o texto da instrução técnica do Ministério do Trabalho sobre a Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR), que será incorporado à NR7. A instrução considera dentro dos limites aceitáveis os audiogramas com valores menores ou iguais a 25 dB em todas as frequências examinadas. Os audiogramas seriam sugestivos de perda auditiva os casos em que as frequências 3000 e / ou 4000 e /ou 6000 Hz, apresentarem limiares acima de 25 dbNA e mais elevados estas comprometidas ou não, tanto no teste da via aérea quanto da via óssea, em um em ambos os lados. Raramente, o ruído leva à perda auditiva profunda pois, geralmente, não ultrapassa os 75 decibéis nas frequências altas e 40 decibéis nas baixas frequências, atingindo seu nível máximo nos primeiros 10 a 15 anos de exposição. A seguir segue o quadro de alguns níveis de pressão sonora (NPS) máximos permitidos por tempo de exposição diária, propostos na NR – 15 da Portaria 3.214/78 do MTb Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente – Anexo nº 1. NÍVEL DE RUÍDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora e 45 minutos 102 45 minutos 104 35 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT inclui a PAIR no acidente do trabalho. Acidente do trabalho (ou, simplesmente, acidente) é a ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, que provoca lesão pessoal ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa lesão” (NBR 14280/99, Cadastro de Acidentes do Trabalho – Procedimento e Classificação). No caso acima, inclui-se a exposição do trabalhador ao ruído excessivo, como causa do acidente, e a PAIR a consequência (doença profissional). A Norma Técnica para Avaliação de Incapacidade para Fins de Benefícios Previdenciários – de 19/08/98, cita que em saúde ocupacional, para que haja exposição, o contato deve acontecer de maneira, tempo e intensidades. Isto quer dizer que, para haver lesão, o nível elevado de pressão sonora de intensidade maior que 85 dB (A) deve atuar sobre a orelha suscetível, durante oito horas diárias, ou doze equivalente, ao longo de vários anos. Um elicita a tom de aproximadamente 70 dB NPS a 1.000 Hz n-resposta. Esse mesmo tom, contínuo por um longo tempo pode elicitar uma mudança temporária ou permanente no limiar. A intensidade deste som está próximo ao desconforto (Cantrell, 1979). Segundo o Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva, 1994 a PAIR pode acarretar alterações importantes que interferem na qualidade de vida do trabalhador. São elas: a incapacidade auditiva (hearing disability) e a desvantagem (handicap). A incapacidade auditiva (hearing disability) refere-se aos problemas auditivos relacionados com a percepção da fala em ambientes ruidosos, televisão, rádio, cinema, teatro, sinais sonoros de alerta, música e sons ambientais. A desvantagem (handicap), relaciona-se às conseqüências não auditivas da perda, influenciada por fatores psicossociais e ambientais. Dentre eles destacam-se estresse, ansiedade, isolamento e auto - imagem pobre, as quais comprometem os relacionamentos familiar, profissional e social. Sendo assim, a exposição ao ruído deve ser limitada ao máximo, através de técnicas de engenharia e consciência da importância do trabalho preventivo, nos programas de conservação auditiva (PCA) dos locais de trabalho, cujo funcionários estão sendo expostos ao ruído excessivo. 2.7 Programa de Conservação Auditiva - PCA O PCA apresenta etapas básicas que vão desde o mapeamento ambiental, até medidas de controle de ruído, monitoramento audiométrico e educação do trabalhador. Para a viabilização do PCA é necessário o envolvimento dos profissionais da área de saúde (médicos do trabalho e fonoaudiólogos), segurança industrial e de recursos humanos da empresa e, principalmente, dos trabalhadores. Em um ambiente de trabalho, onde empregados estão expostos a níveis de ruído que podem originar perdas auditivas, um programa de conservação auditiva necessita ser implantado. O PCA tem como objetivos: Prevenir a perda auditiva neurossensorial devido à exposição ao ruído ocupacional. Minimizar a responsabilidade do empregador diante das reclamatórias que empregados impetram por perda auditiva. Identificar empregados com problemas de ouvido e audição não relacionados com o trabalho, encaminhando-os para adequado diagnóstico e tratamento. Reduzir a perda auditiva causada pela nosoacusia e socioacusia. Adequar a empresa a todas exigências legais. Reduzir o absenteísmo, elevar o moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos, fisiológicos e psicológicos, que podem estar relacionados com a exposição excessiva ao ruído. Um adequado PCA é constituído por sete ítens interativos: 1- avaliação dos níveis de ruído; 2- medidas de engenharia e administrativas para minimizá-los; 3- testes audiométricos; 4- utilização de EPI’s auditivos; 5- educação para o conhecimento dos males causados pelo ruído, motivação da administração para implementar o PCA e dos empregados para o uso do EPI; 6- documentação de todas as atividades para respaldo legal; e para 7- auditoria interna do PCA, que informará se o mesmo está ou não cumprindo com suas finalidades. O capítulo V da Consolidação das Leis do trabalho prevê a “adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância”, mas permite que tal seja feito por intermédio de equipamento de proteção individual – EPI. O parágrafo 9.3.5.5 da portaria nº 3214/78 do Ministério de Trabalho, cita que a utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar as Normas Legais e administrativas em vigor e envolver, no mínimo: a) seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está exposto e à atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para o controle da exposição ao risco e o conforto oferecido segundo avaliação do trabalhador usuário; b) programa de treinamento dos trabalhadores quanto a sua correta utilização e orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece; c) estabelecimento de normas ou procedimentos para promover o fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, visando garantir as condições de proteção originalmente estabelecidas; d) caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva identificação dos EPI’s utilizados para os riscos ambientais. O texto da NR 6 da portaria 3214 do MTb diz que o empregador deve fornecer a proteção individual a seus empregados. O uso de protetores auditivos está indicado para exposições a ruído igual ou superior a 85 dB(A), independente do tempo de exposição, mesmo que esse tempo seja apenas de alguns minutos diários. Até 105 dB(A) , a grande maioria dos expostos estará protegido pelo uso de um dos dois tipos de protetores disponíveis (inserção ou conchas), desde que utilizados corretamente e por todo tempo de exposição. Acima de 105 dB(A) e até 115 dB(A) – nível máximo permitido por lei, recomenda-se a utilização simultânea dos dois tipos de protetores (Gerges, 1992). 3. PESQUISA PRÁTICA Esta pesquisa tem como objetivo investigar e analisar o perfil audiológico de 17 indivíduos lavadores de automóveis de postos de gasolina, da cidade de São Paulo e propor um programa de conservação auditiva para este ramo profissional. O nível de exposição diária do ruído dos indivíduos da amostra apresentada na atual pesquisa varia de 78 a 85 dB, e o equipamento utilizado nos boxes de lavagens é o de bomba. O tempo da atividade profissional desses indivíduos da amostra varia entre 2 a 14 anos. Os sujeitos avaliados referiram não usar qualquer tipo de EPI (Equipamento de Proteção Individual) durante a jornada de trabalho. O exame realizado para traçar o perfil audiológico será o exame audiométrico, que tem como objetivo identificar empregados que estão iniciando a perda de sua audição, e assim realizar intervenções antes que esta se torne mais acentuada. A análise do perfil audiológico será realizada através da classificação do grau da perda auditiva, empregada por Davis (1970). Este critério de classificação da perda auditiva utiliza a média aritmética das frequências audiométricas de 500, 1.000 e 2.000 Hz da melhor orelha, consideradas as frequências mais importantes para a compreensão da fala. Para que a análise do perfil audiológico dos indivíduos lavadores de automóveis de postos de gasolina, não sofra interferência de outros agentes causadores da uma perda auditiva, foi realizado um levantamento das variáveis que poderiam interferir no resultado e análise final desta pesquisa. As variáveis são: Idade Sexo Antecedentes audiológicos Histórico de exposição ao ruído A idade é considerada uma das variáveis devido a ocorrência da presbiacusia, que é uma disacusia (dificuldade em ouvir) neurossensorial observada na terceira idade, que compromete principalmente os sons agudos, em ambos os ouvidos. Dessa forma a amostra é de indivíduos na faixa etária entre 21 e 45 anos. O sexo é a segunda variável devido a ocorrência de patologias auditivas com maior ocorrência no sexo feminino, como por exemplo a otospongiose, descrito por Von Troltsch, em 1881, para designar as alterações escleróticas da mucosa timpânica. A lesão histológica da otospongiose consiste em focos de neoformação óssea com numerosos espaços vasculares dentro do tecido ósseo da cápsula labiríntica. Os antecedentes audiológicos e histórico da exposição ao ruído, são fatores de exclusão para esta pesquisa que tem como objetivo a detecção da existência e a ocorrência do prejuízo da audição na jornada de trabalho dos indivíduos lavadores de automóveis. 3.1 MATERIAIS E MÉTODOS Todos os exames audiométricos foram fornecidos pela LABORAL – Serviços de Saúde e Segurança no Trabalho, São Paulo – SP. O instrumento utilizado no presente trabalho foi o exame audiométrico é a determinação dos limiares auditivos, isto é, o estabelecimento do mínimo de intensidade sonora necessária para provocar a sensação auditiva e a comparação destes valores ao padrão de normalidade, usando como referência o tom puro. O uso do tom puro permite um melhor controle sobre a frequência e a intensidade do estímulo apresentados, dessa forma melhores informações sobre a acuidade auditiva do indivíduo sob teste. Na audiometria tonal por via aérea, realizadas em serviços contratados, foram testadas as frequências de 500, 1.000, 2.000, 3.000, 4.00, 6.000, 8.000 Hertz, exames realizados por profissionais habilitados (fonoaudiólogos) após repouso acústico de 14 horas e precedidos de meatoscopia (exame visual do conduto auditivo externo com o auxílio do otoscópio), no momento do exame. No caso de alteração detectada no teste pela via aérea, ou seja, a ocorrência de um rebaixamento do limiar tonal de valor acima de 25 dB em qualquer frequência, o mesmo será feito pela via óssea nas frequências de 500, 1.000, 2.000, 3.000 e 4.000 Hz. Como critério para análise dos resultados foi utilizada para classificação do grau da perda auditiva, a recomendação de Davis H. (1970), que utiliza a média aritmética das frequências audiométricas de 500, 1.000, 2.000 Hz da melhor orelha, consideradas as frequências mais importantes para a compreensão da fala. A recomendação para classificação é a seguinte: AUDIÇÃO NORMAL NÍVEL DE AUDIÇÃO ATÉ 25 dBNA Perda Auditiva Leve De 26 a 40 dBNA Perda Auditiva Moderada De 41 a 55 dBNA Perda Auditiva Moderada / De 56 a 70 dBNA Severa Perda Auditiva Severa De 71 a 90 dBNA Perda Auditiva Profunda Acima de 90 dBNA * Nível de audição: referente ao zero audiométrico 3.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS Achados encontrados em relação ao grau da perda auditiva a partir da análise dos 17 audiogramas: GRAU DA PERDA AUDITIVA RESULTADOS Audição Normal 15 Perda Auditiva Leve 00 Perda Auditiva Moderada 01 Perda Auditiva Moderada / Severa 01 Perda Auditiva Severa 00 Perda Auditiva Profunda 00 TOTAL 17 Do grupo analisado com 17 lavadores, quinze encontram-se com a audição normal, isto é, limiar auditivo abaixo de 25 dBNA em todas as frequências testadas. Foi observada presença de perda auditiva simétrica, de grau da perda auditiva moderada e moderada/severa em dois audiogramas dos dezessete indivíduos testados. Não foram registrados audiogramas com perda auditiva leve, severa e profunda. Relação do grau da perda auditiva com o tempo de atividade profissional: GRAU DA PERDA AUDITIVA TEMPO DE ATIVIDADE PROFISSIONAL Perda Auditiva Leve 00 Perda Auditiva Moderada 03 anos Perda Auditiva Moderada/Severa 09 A 12 anos Perda Auditiva Severa 00 Perda Auditiva Profunda 00 Audição Normal 02 a 08 anos O indivíduo com perda auditiva moderada possui três anos de atividade profissional com jornada de trabalho de oito horas diárias. O indivíduo com perda auditiva moderada / severa está com tempo de atividade profissional entre nove a doze anos. Dos indivíduos com audição normal, o tempo de atividade profissional varia de dois a oito anos. Não foram encontrados casos de perda auditiva leve, severa e profunda. Relação do grau da perda auditiva com as freqüências acometidas: GRAU DA PERDA AUDITIVA FREQUÊNCIA ACOMETIDA Perda Auditiva Leve 00 Perda Auditiva Moderada 3.000 e 4.000 Hz Perda Auditiva Moderada / Severa 3.000, 4.000, 6.000 e 8.000 Hz Perda Auditiva Severa 00 Perda Auditiva Profunda 00 As freqüências acometidas na perda auditiva moderada foram 3.000 e 4.000 Hz. Na perda auditiva moderada/severa foram 3.000, 4.000, 6.000 e 8.000 Hz. Não foi encontrado acometimento das freqüências nas perdas auditiva leve, severa e profunda. A PAIR é uma perda neurossensorial, bilateral, tendo início e predomínio nas freqüências de 3.000, 4.000 ou 6.000 Hz, progredindo, posteriormente, para as faixas de freqüências 8.000, 2.000, 500, e 250 Hz Ferreira, J. A (1998). A partir dos dados obtidos dos audiogramas, foi possível concluir que nesta atividade profissional ocorre o aparecimento da perda auditiva em dois audiogramas, com rebaixamento tonal dos limiares, nas freqüências de 3.000, 4.000 e 6.000 e 8.000 Hz, podendo ser incluídas na descrição da PAIR. É possível observar que a quantidade de freqüências acometidas aumentou, de acordo com o aumento do tempo de atividade profissional. Estes indivíduos estudados são expostos ao ruído e não fazem uso de equipamentos proteção individual. Pode-se pensar que com o passar dos anos, os funcionários analisados com audição normal, podem vir a adquirir alguma perda auditiva decorrente a exposição ao ruído que ocorre na jornada diária de trabalho. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A idéia de pesquisar o perfil audiológico dos lavadores de automóveis de postos de gasolina surgiu a partir da observação destes indivíduos que são expostos, durante a jornada de trabalho, a níveis de ruído que variam de 75 a 85 dB. Esta pesquisa avaliou 17 audiogramas de funcionários de postos de gasolina da cidade de São Paulo, do sexo masculino, entre 21 e 45 anos, com tempo de atividade profissional entre 2 a 14 anos. De todos os sujeitos avaliados, nenhum faz uso de equipamentos de proteção individual (EPI), que tem como função a redução da transmissão do ruído à orelha interna. A partir da análise realizada dos exames audiológicos, foi observada presença de perda auditiva induzida por ruído (PAIR) em 02 audiogramas. Os exames de audiometria estão sendo realizados , como forma de controle da audição, mas faz-se necessário a implantação do uso de EPI , que é indicado para exposições a ruído igual ou superior a 85 dB(A), independente do tempo de exposição, mesmo que esse tempo seja apenas de alguns minutos diários. É preciso então fornecer informações para melhora da qualidade de vida destes funcionários, tendo assim um melhor rendimento na atividade profissional, aumentando a qualidade e a produtividade. Para o empresário e administradores, isto significa uma contenção maior das despesas, diminuindo as ausências dos funcionários, para consultas médicas ou afastamento temporário decorrente de algum acometimento auditivo. A PAIR é uma patologia cumulativa e insidiosa, que cresce ao longo dos anos de exposição, associada comumente ao ambiente de trabalho. Na primeira fase do processo da PAIR, ocorre morte da células ciliadas com formação de escaras. As perdas são cumulativas e insidiosas, não alterando os limiares para tons puros. Mais de 50% das células podem desaparecer sem elevar o limiar de tons puros para baixas freqüências. Após semanas ou poucos anos de exposição, dependendo do nível da perda auditiva, começa a ser detectada audiometricamente ao redor de 4000 Hz, numa faixa de 3000 a 6000 Hz. Sabe-se que os sons de baixa freqüência provocam envolvimento de grandes porções da membrana basilar. A extensão da lesão do órgão de Corti é maior com sons de baixa freqüência. Entretanto, sempre precocemente, a audiometria mostra um entalhe em pacientes expostos a ruídos por longo tempo. O maior dano inicial nesta região ocorre no primeiro terço da cóclea ou a 10mm da base, por ser área mais sensível ao dano a fatores metabólicos, anatômicos e vasculares. Raramente é detectada sem audiometria, pois não afeta significativamente a compreensão de fala. Após décadas de exposição, perdas em 4000 Hz se acumulam em menor quantidade nas primeiras décadas e espalham-se até as baixas freqüências, que são importantes para a compreensão da fala. Nesta fase o trabalhador torna-se consciente do seu problema auditivo. Mesmo na ausência do acometimento auditivo, pode existir comprometimento ou indisposição física na saúde em geral, já que é conhecida a influência do ruído nos sistemas circulatório, endócrino, nervoso, digestivo e outras funções mentais, físicas e sociais. As manifestações biopsíquicas do desgaste diretamente produzido pela exposição ao ruído somam-se outros aspectos importantes relacionados à precariedade do suporte social e previdenciário e à ameaça constante do desemprego. A atuação neste ramo profissional é interessante também, para os médicos do trabalho e profissionais afins, que entram em contato com empresários e administradores, para negociação de um programa de conservação auditiva. Este programa tem como objetivo de prevenir a instalação ou evolução de perdas auditivas em trabalhadores expostos ao ruído presente nos locais de trabalho. A seguir segue um cronograma do programa de conservação auditiva proposto por Miranda (1998): 1- Programa de Controle Médico: monitoramento dos trabalhadores expostos ao ruído ambiental através de exames audiométricos realizados por ocasião do exame admissional, seis meses após a admissão e, posteriormente, a cada ano. 2- Programa de Avaliação Ambiental: medição periódica dos níveis de pressão sonora nos ambientes de trabalho (decibelimetria) assim como monitoramento da exposição individual, buscandodefinir a dose de ruído recebida por cada um dos trabalhadores através da utilização de dosímetros. 3- Medidas de Proteção Coletiva: podem ser organizativas (ex: introdução de pausas durante o trabalho, reorganização do processo de trabalho) ou de controle ambiental (manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos ruidosos, reorganização do “loyout”, isolamento e/ou enclausuramento de máquinas e equipamentos, tratamento acústico de paredes, entre outros). 4- Medida de Proteção Individual: uso constante e obrigatório de protetores auriculares (tipo concha ou de inserção). 5- Programa Educativo: conhecimento, tanto com o de objetivo de trabalhadores levar como ao de empregadores, os riscos à exposição ao ruído e as medidas de proteção que podem ser adotadas, buscando seu envolvimento na implantação e na execução do programa de conservação auditiva. A prática da audiometria ocupacional proporciona benefícios educacionais aos empregados e informações epidemiológicas. Dessa forma esta pesquisa contribui para o conhecimento dos profissionais da área da medicina ocupacional, empregadores e empregados no ramo da atividade de lavagem de automóveis, para que seja realizado um trabalho preventivo, educacional para o controle e manutenção da saúde auditiva e geral destes funcionários. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEVILACQUA, M. C.; COSTA, O . A . – Audiologia Atual, I vol, Frontis Editorial, Colectanea Symposyum, 1998. p: 63 – 81. BRASIL – MINISTÉRIO DO TRABALHO – Consolidação das leis do trabalho, 1943. BRASIL – MINISTÉRIO DO TRABALHO – Portaria 3214 de 8/6/1978. CANTRELL, R.W. – Efeitos Fisiológicos da Audição. Otolaryngologic Clinics of North America – 12 (3) august, 1979. DAVIS, H. – Hearing and Deafness. Holt, Rinehart and Winston, 1970. FERREIRA, M. J. - Bom senso e consenso. VK. São Paulo, 1998 26-27p. 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