Interação alélica em genética quantitativa de livros do ensino médio

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59º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 59o Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2013
Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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Interação alélica em genética quantitativa de
livros do ensino médio de Biologia: conteúdo
e representações gráficas
OLIVEIRA, JS1; LIMA, RPM1,3; OLIVEIRA, AC2,3
Bacharelando(a) de Ciências Biológicas; 2Biólogo, Dr, Professor Titular; 3Laboratório de Genética de Plantas,
Departamento de Ciências Naturais, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), campus Vitória da Conquista
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Palavras-chave: livros de Biologia, ensino médio, interações alélicas, genética quantitativa, herança poligênica
As interações alélicas na herança poligênica ocorrem por ação de alelos que agem de forma suplementar, resultando
fenótipos que são medidos, pesados e/ou contados. A descrição dos tipos de interação alélica [aditiva (A), dominância
(D), sobredominância (S) e epistática (E)] em livros de ensino médio de Biologia constitui excelente oportunidade
para estudantes secundaristas alargarem seus conhecimentos acerca da interface da genética com o seu cotidiano, já
que abarga desde a descrição de mecanismos biológicos em nossa espécie, como a cor da pele; até a compreensão de
tecnologias como o de melhoramento genético de plantas e animais, de elevada repercussão na sociedade. O presente
trabalho objetivou, tendo por base nove coleções de livros de ensino de Biologia do ensino médio, publicados entre os
anos de 2008 a 2011; quantificar (i) a importância editorial, expressa quanto ao número total e a porcentagem relativa
de páginas, que o tema tem nessas obras dentro do âmbito dos capítulos de Genética; (ii) os tipos de interação alélica
que são apresentados; (iii) os tipos de origem de exemplos (animal, vegetal ou humana) empregados e (iv) os tipos de
representações esquemáticas [Triângulo de Pascal (TP), Quadro de Punnett (QP) e histograma (H)] adotadas nas obras
quanto à temática. O número total de páginas e a porcentagem relativa de páginas destinadas ao assunto variaram de
2 a 8 e de 2,4% a 7,8%; respectivamente, denotando um grau de ênfase diferenciado entre os autores. Todos os livros
pesquisados retrataram somente a interação alélica do tipo aditiva, não contextualizando os tipos D, S e E. Quanto
a origem dos exemplos, 77,7% das obras utilizaram de exemplo em humanos, ligado a cor da pele; 11,1% adotaram
exemplo vegetal (cor da grão do trigo) e 22,2% empregaram os dois exemplos citados. Quanto as representações
esquemáticas, que são importantes auxiliares no aprendizado do conteúdo dissertativo; o TP, QP e H foram adotados
por 44,4%; 77,7% e 55,5% das obras consultadas. Somente 33,3% das obras lançou mão de todas as três representações
esquemáticas citadas, e ainda de forma desarticulada, sem se explorar as relações conceituais que existem entre as mesmas.
Conclui-se, com a presente pesquisa, que os estudantes que se valem das atuais coleções de livros de Biologia no ensino
médio aprendem genética quantitativa como uma derivação da lógica mendeliana, estritamente vinculada à descrição
de processos biológicos quase que exclusivamente a exemplos humanos e relacionado à gradiência de cor. Os estudantes
deixam, ainda, de ganhar competências e habilidades aguardadas no aprendizado de Biologia quanto a capacidade de
relacionar conhecimento científico a desenvolvimento tecnológico; na medida que demais tipos de interações alélicas e,
emprego desse conhecimento genético em melhoramento animal vegetal, por exemplo; não são, sequer, sumarizados.
Apoio financeiro: UESB
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