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PROJETO DE EXTENSÃO: ATIVIDADES LÚDICAS EM
FISIOLOGIA HUMANA
Celina Ducat Zanini (UNICENTRO) – [email protected]
Marcela Komechen Brecailo (UNICENTRO) – [email protected]
Área Temática da Extensão Universitária: Educação
Linha Temática da Extensão Universitária: Metodologias e estratégias de ensino e
aprendizagem
Palavras-chaves: Fisiologia; Educação; Nutrição; Lúdico.
1. Introdução
A disciplina de Fisiologia Humana em Nutrição mostra-se essencial ao
currículo básico, visto que tem como princípio o estudo das funções vitais do
organismo, como processos mecânicos, físicos e bioquímicos. Traz conhecimentos
sobre: neurofisiologia, sistema sensorial, sistema motor, sistema nervoso autônomo,
sistema circulatório, fisiologia cardíaca e da circulação periférica, fisiologia
respiratória, fisiologia renal, fisiologia endócrina e noções de fisiologia do sistema
digestório.
Como a disciplina de Fisiologia Humana baseia-se na teoria, apropriando-se
de aulas expositivas dialogadas em seu percurso, a inclusão de atividades lúdicas
(práticas pedagógicas) possibilitou trabalhos mais visuais, práticos e dinâmicos. Por
isso, utilizou-se como aporte teórico, Piaget, psicólogo que desenvolveu seus
estudos sobre a aprendizagem, nos quais se enfatiza a importância do jogo e do
lúdico enquanto ferramentas que auxiliam o desenvolvimento da aprendizagem, e o
trabalho com a construção do conhecimento. (PIAGET, J.)
Essas atividades fazem parte de uma das tendências pedagógicas utilizadas
no processo de ensino-aprendizagem. Assim, (COSCRATO; PINA; MELLO; 2010,
p.2).
“o lúdico contempla os critérios para uma aprendizagem efetiva, no sentido
de que chama a atenção para um determinado assunto (intencionalidade /
reciprocidade), seu significado pode ser discutido entre todos os participantes
e o conhecimento gerado a partir da atividade lúdica pode ser transportado
para o campo da realidade, caracterizando a transcendência”.
Segundo Albrecht (2009, p. 71), os alunos estão mais dispostos para a
participação das atividades lúdicas propostas, mostrando-se mais atentos,
participando ativamente da maioria delas, e dedicando-se ao máximo à realização
das mesmas. Entende-se que desta maneira, o aprendizado e a aquisição de
conhecimento estarão facilitados, melhorando ao fim o desempenho acadêmico
Anais do Salão de Extensão
(PEREIRA, 2003). Deste modo, o objetivo desse projeto de extensão foi facilitar o
aprendizado da fisiologia humana para os alunos do curso de nutrição, por meio do
desenvolvimento de atividades lúdicas.
2. Metodologia
A partir dos conteúdos a serem ministrados na 1ª série de Nutrição na
disciplina de Fisiologia Humana, foram elaboradas algumas atividades
complementares. Ao total foram abordados três conteúdos para a criação das
atividades lúdicas.
A primeira atividade foi referente à fisiologia do sistema nervoso. Onde os
alunos montaram um painel com os diferentes comandos do sistema nervoso
simpático e parassimpático.
O sistema Circulatório foi o segundo tema escolhido para as práticas. Como
esse assunto compreende muitos tópicos foram elaboradas várias atividades como:
um teatro sobre a formação das hemácias, paródia sobre a circulação sanguínea e
uma dança (quadrilha) sobre o metabolismo do ferro.
A terceira e ultima atividade desenvolvida foi a criação de quatro jogos
complementares, sobre fisiologia do sistema hormonal. As categorias de jogos
escolhidos foram: jogo de tabuleiro; jogo de perguntas; jogo da adivinhação; e jogo
da memória.
Todas essas atividades foram utilizadas pelos alunos da 1ª série do curso de
Nutrição em 2011, porém, podem ser disponibilizados para uso nas disciplinas de
Fisiologia Humana, para qualquer curso da área da saúde.
3. Resultados Obtidos
A partir dos conteúdos e atividades lúdicas propostas procedeu-se a criação
de um painel montado no chão, representando o sistema nervoso simpático e
parassimpático, diferenciando os tipos de fibras, gânglios, e órgão a ser atingido.
Todos os alunos auxiliaram na construção do mesmo.
Efetuou-se também um teatro sobre a formação das hemácias, desde a
formação do pró-eritroblasto, dando origem as células filhas até a maturação
constituindo o normoblasto. O teatro se desenvolveu em forma de cinema mudo,
somente com caracterização, com a participação de 6 alunos. A paródia- teatro,
contou com 11 integrantes, onde montou-se com os alunos um coração fictício com
os seus corpos e um dos alunos fazia o caminho conforme relatado na paródia da
música da Xuxa “ Ilariê”:
“Ta na hora, ta na hora/ desse sangue circular/ do ventrículo direito/para a artéria
pulmonar/ nos pulmões a hematose/ onde os gases vão trocar/ pelas veias
pulmonares/ para a aurícula voltar/ Ilá, ilá, ilá, iê Sístole/ Ilá, ilá, ilá, iê Diástole/ do
ventrículo esquerdo/ para a aorta vai passar/ os tecidos e os órgãos/ vão agora
energizar/ muda o sangue pra venoso/ ao coração vai retornar/ para aurícula direita/
o processo terminar”.
A dança deu-se em forma de quadrilha com enfoque no metabolismo do ferro.
Foi escolhido uma música de quadrilha e um narrador. O qual narrava os
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acontecimentos do metabolismo, como mostra:
“Olha as apoferritinas e os ferros chegando ai gente/ As ferritinas estarão dançando
no sentido contrario dos ferros/ Vamos juntar os casais. Epa! Mais agora já viraram
ferritina/ As apoferritinas dançam com os ferros./ E os ferros que não foram
escolhidos ficam tristes, mas é assim as apoferritinas são muito féis./ E o organismo
(geralmente medula óssea) ta precisando de ferro, e já ta vindo o ladrão das moças.
Por fim, fabricou-se jogos relacionados à Fisiologia Hormonal, conforme
segue:
A) Jogo de tabuleiro: desenvolvimento de um tabuleiro com eventos fisiológicos. Os
participantes deveriam jogar um dado e responder a uma pergunta sobre Fisiologia
do Sistema Hormonal. Cada vez que acertasse, andava o número de casas que
tirou no dado. O primeiro que chegar ao final era o vencedor.
B) Jogo de perguntas: os participantes se dividiram em duas equipes. Um outro
indivíduo era o mediador, que fazia as perguntas e contava a pontuação. Cada
integrante respondia uma vez, sorteando sua pergunta, e alternando as equipes. As
perguntas eram do tipo: abertas, verdadeiro ou falso ou de múltipla escolha. Ao final
das perguntas, a equipe que obtinha mais pontos era a vencedora.
C) Jogo da adivinhação: cada participante jogava sozinho (todos contra todos).
Foram utilizadas fichas que continham 3 dicas sobre um evento fisiológico, glândula,
hormônio, etc. O participante tentava adivinhar sobre o que se estava explicando, a
partir das dicas. Cada vez que adivinhasse, ganhava pontos. Quanto menos dicas
precisasse, maior seria a pontuação. Ao final, quem obtivesse mais pontos era o
vencedor.
D) Jogo da memória: foram utilizadas cartas que continham os nomes de hormônios
e uma de suas ações biológicas. Estes pares deveriam ser encontrados como num
jogo da memória. Cada participante jogava sozinho (todos contra todos). Um
indivíduo era o juiz, para conferir a dupla de cartas formada. Ao final das cartas,
quem obtivesse o maior número de pares seria o vencedor.
A interação com os alunos que utilizaram dessas atividades foram altamente
produtiva, sendo que ao final de cada atividade os mesmos relataram que se
divertiram ao mesmo tempo em que aprenderam. Outros relataram ainda que o
entendimento do conteúdo foi mais abrangente após a utilização dos mesmos.
4. Considerações finais
Essas atividades facilitaram a interpretação da Fisiologia nos assuntos
abordados na disciplina, também possibilitou trabalhos orientados e interativos
dentro da sala de aula. Com a criação dessas atividades os alunos envolvidos
tiveram a possibilidade de aprender Fisiologia humana de uma maneira mais lúdica,
assim sendo de uma forma mais fácil de compreensão e assimilação dos conteúdos
abordados na disciplina.
5. Referências
ALBRECHT, T. D. Atividades lúdicas no ensino fundamental: uma intervenção
pedagógica. Campo Grande, 2009. 124 p. Dissertação (Mestrado), Universidade
Anais do Salão de Extensão
Católica Dom Bosco.
COSCRATO, G.; PINA, J.C.; MELLO, D. F. Utilização de atividades lúdicas na
educação em saúde: uma revisão integrativa da literatura. Acta paulista de
enfermagem. v.23 n.2 São Paulo Mar./Apr. 2010
PEREIRA, A L. As tendências pedagógicas e a prática educativa nas ciências da
saúde. Cad. Saúde Pública. 2003, v19, n5. Rio de Janeiro.
PIAGET, J. Fazer e compreender. São Paulo: Melhoramento
Anais do Salão de Extensão
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