SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GSE-24 19 a 24 Outubro de 2003 Uberlândia - Minas Gerais GRUPO XIII GRUPO DE ESTUDO DE SUBESTAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS - GSE SUBSTITUIÇÃO DE RETIFICADORES 125VCC POR FONTES CHAVEADAS MICROPROCESSADAS Naira Fraga Batista Geraldo de Camargo* CTEEP Joseval Gomes Fasseira RESUMO Este trabalho tem por objetivo apresentar a evolução, o desempenho e os ganhos obtidos com a instalação de Sistema de Retificadores Chaveados, supervisionados por uma Unidade de Supervisão microprocessada. Através deste Sistema é possível identificar eventuais falhas com total precisão, minimizando custos e agilizando o processo de reparo, possibilitando o Planejamento, a Programação e o Gerenciamento das atividades da Manutenção . 1.1 – Sistemas antigos Os Retificadores que estamos substituindo, ainda são da década de 60, a maioria do tipo NIFE – BTU. São Retificadores estáticos, cuja tensão e correntes são controladas por um transdutor autoexcitado; algumas pontes retificadoras ainda são de selênio, tanto no circuito de potência como no circuito de controle (Figura-1). Esses Retificadores ocupam um espaço físico muito grande, além de uma variação considerável da tensão de saída e alto ripple (gráficos 1 a, b ,c). PALAVRAS-CHAVE: Retificador, Fonte Chaveada, Sistema 125Vcc, Bateria. 1.0 - HISTÓRICO A CTEEP, como uma das maiores Empresa de Transmissão de Energia Elétrica do país é muito criteriosa e exigente quanto à qualidade dos equipamentos e soluções utilizadas. Por isso a Empresa possui profissionais especializados na homologação e testes de equipamentos. Nossa equipe realizou visitas às Fábricas de Retificadores, onde a tecnologia é desenvolvida e analisou três fatores fundamentais: Hardware, Software e Assistência Técnica (treinamentos e peças reservas). Todos os resultados apresentados no campo da energia confiável foram plenamente satisfatórios, com soluções completas para atender às nossas necessidades. Com a instalação de relés de proteção digitais, controladores lógicos programáveis e outros equipamentos que necessitam tensão 125vcc estabilizada e altamente confiável, levantou-se a necessidade de melhorias na Qualidade do Serviço Gráfico 1-(a): Tensão de saída dos Retificadores NIFE Auxiliar 125Vcc das Subestações, devido ao alto ripple BTU da SE Bauru. e a oscilação de tensão dos atuais Retificadores. *Rodovia Marechal Rondom – Km 348,2 - CEP 17015-970 - Bauru - SP - BRASIL Tel.: (14) 239-1010 - Fax: (14) 239-2056 - E-MAIL: [email protected] 2 Gráfico 1-(b): Ripple da Tensão de saída dos Retificadores NIFE BTU da SE Bauru. Gráfico 1-(c): Ripple da Tensão de saída dos Retificadores NIFE BTU da SE Bauru (ampliado). 2.0 – ESPECIFICAÇÃO DE NOVOS SISTEMAS Figura 1-(a): Sistema NIFE - 3BTU da SE Araraquara de Retificadores 125Vcc do tipo Após reuniões com a Divisão de Manutenção de Subestações - TES e contatos com vários fabricantes, ficou definido que em algumas Subestações os Retificadores Estáticos seriam substituidos por fontes chaveadas microprocessadas devido as dimensões compactas, características precisas de respostas e tecnologia de alta freqüência de chaveamento na conversão de potência, possibilitando redução dos componentes magnéticos, dimensões e peso. Optou-se por um Projeto modular expansivo, compacto, paraleláveis, composto por Fontes Chaveadas e Unidade de Supervisão microprocessada com comunicação e monitoração local e remota, através de softwares de configuração e gerenciamento. Pensando em diminuir o custo da Manutenção especificamos Retificadores com MTBF – Tempo Médio entre Falhas superior a 50 anos. 3.0 – COMPOSIÇÃO DO SISTEMA Um dos Sistemas instalados pela CTEEP é o da Subestação de Bauru. Fornecido pelo grupo Invensys Energy Systems com a marca Saturnia. Trata-se de um Sistemas de Retificadores (SRs) modelo 2x160A/125V. O Sistema de Retificadores (SR) da Saturnia tem como composição básica as seguintes unidades: 3.1 – Unidade Retificadora Chaveada (UR) Figura 1- (b): Transformador e Transdutor NIFE - BTU A Unidade Retificadora (UR) converte a energia CA em energia CC para suprir a corrente requerida pelos consumidores e para a manutenção da carga e recarga das Baterias do sistema CC. Utiliza a tecnologia de chaveamento em alta freqüência, com regulação da tensão de saída da UR feita por Modulação de Largura 3 de Pulso (PWM). Esta tecnologia permite elevado rendimento na conversão de potência. O Sistema normalmente é composto de mais de uma UR, na quantidade proporcional a capacidade requerida pelo sistema mais uma UR reserva (N + 1). As UR’s são disposta em rack, com capacidade de até quatro UR’s e funcionam em paralelo (Figura 2-a). 3.2 – Unidade de Distribuição (UD) Na UD é feita todas as conexões de potência do Sistema de Retificadores. Ela é composta de conectores para entrada de alimentação CA, saídas para consumidores CC e Bateria, varistores e fusíveis para proteção das outras unidades, instrumentos de medição Amperímetros e Voltímetros digitais. Também disjuntores para proteção e comando liga-desliga colocados na alimentação CA e saídas CC Consumidor e Bateria (Figura 2-b). Figura 2-(a): Sistema de Fontes Chaveadas e Unidades de Supervisão 125Vcc da SE Bauru 3.3 – Unidade de Supervisão (US) É responsável pela supervisão geral do sistema, a saber: a alimentação CA, o fornecimento de CC para as Baterias, as UR’s e a saída para os Consumidores dentro da faixa tolerada pelo mesmo e as Baterias. Além desta propriedade, é responsável pela sinalização local e remota do comportamento de todas as Unidades integrantes do Sistema, bem como pela atuação dos sensores em geral (Figura 2-b). 3.3.1 – Atuação no controle de Retificadores A Unidade de Supervisão dispõe de circuitos para controle do funcionamento dos Retificadores no Sistema de Operação Contínua dos Retificadores em paralelo (HOT STAND-BY). Neste sistema, cada Retificador é comutado, por vez, para a posição Liga, via chave apropriada no mesmo. Com isto, o Retificador é ligado assumindo características de tensão regulada e de limitação de corrente. Devido ao uso de Bateria Regulada por Válvula é acoplado um circuito a Unidade de Supervisão que fará a variação da tensão dos Retificadores em função da temperatura das Baterias. Os Retificadores com suas características básicas de saída inalteradas receberão comandos da Unidade de Supervisão apenas para desligamento de proteção, quando da ocorrência de tensão alta no consumidor e CA anormal. Figura 2-(b): Sistema 125Vcc: Unidade de Distribuição e Unidade de supervisão 3.3.2 – Supervisão dos Equipamentos do Sistema A Unidade de Supervisão engloba uma série de sensores, alguns, desempenhando funções essenciais e outros com funções que embora não essenciais, exercem grande influência na obtenção de elevada confiabilidade para a fonte. Considera-se como funções essenciais aquelas indispensáveis ao funcionamento ou às proteções básicas dos equipamentos e dos consumidores. Entre os sensores existente convém destacar: - Sensor de Flutuação anormal - Sensor de Falha de CA. - Sensor de compensação temperatura amostrada sobre as Baterias Diagrama de bloco do Sistema de Retificadores 4 4.0 – TENSÃO DE SAÍDA 5.0 – SISTEMA DE SUPERVISÃO REMOTO (SIS) Para que possamos fazer uma comparação com a tensão de saída apresentada pelos Retificadores NIFE, verificaremos a seguir as formas de ondas de saída do Sistema 125Vcc da Saturnia (gráfico 2). Lembramos, que conforme Instrução TR/070 (Ensaios e Verificações em Baterias e Retificadores) o valor máximo admissível da tensão de ondulação “ripple” é de 2% da tensão nominal (RMS). Foram realizadas diversas medições da tensão de ondulação da saída, para correntes de saída de 5%, 50% e 100% da corrente nominal. Em todas as medidas o ripple foi inferior a 1 (um) Volt. Este software permite que um operador remoto possa efetuar comandos, ajustes e configuração do equipamento, afim de que o mesmo possa verificar o correto funcionamento ou verificar/corrigir algumas falhas antes de se deslocar para o local onde o equipamento está instalado. Para que este software possa ser instalado em um microprocessador tipo PC, o mesmo deverá conter as seguintes características mínimas: - Microprocessador Pentium 133MHz; - 16 Megabytes de memória RAM; - Espaço de 1 Mbyte no disco rígido para instalação do software; - Modem interno de 28800 bps ou superior; - Windows 95 ou superior. SAÍDA CONSUMIDORESSAÍDA BATERIASENTRADACAUR2UR3UR4UR1USUDRACK LinhaTelefônica RS232SISTEMA DESUPERVISÃO REMOTO (SIS) ( Supervisão via RS232 )SISTEMA DESUPERVISÃO REM Gráfico 2-(a): Tensão de saída Sistema 125VCC da Satúrnia. Sistema de Supervisão Remoto 6.0 – BATERIAS ESTACIONÁRIAS CHUMBO ÁCIDAS REGULADAS POR VÁLVULA A Bateria Regulada por Válvula é um produto de última geração, produzida por diversos fabricantes de sistemas de energia e acumuladores. Comercializada no Brasil a aproximadamente 8 anos e em operação na CTEEP há quatro anos, porém temos uma Bateria instalada em caráter de experiência a sete anos. Foi desenvolvida para operar sem manutenção, sendo projetada para uma vida útil superior a 10 anos (Figura.3). Gráfico 2-(b): Ripple da tensão de saída das Fontes Chaveadas Saturnia. 5 6.2.2 – Temperaturas abaixo da nominal Nas temperaturas abaixo de 25°C, todas as reações se processam com menor velocidade, ocasionando efeitos opostos como: - Diminuição da capacidade disponível; - Aumento da vida útil em flutuação; - Diminuição da auto descarga; - Diminuição da probabilidade de secagem do eletrólito. Portanto deve-se considerar que para acumuladores Regulados por Válvula a faixa operacional ideal é de 20 a 25°C. Não é permitido exceder a temperatura máxima de 45°C, sendo que a partir de 35°C aumenta a formação de gases. Figura 3: Baterias estacionárias chumbo-ácidas reguladas por válvula 125Vcc da SE Bauru. 6.1 – Principais características - Regulada por válvula, com elementos fechados e baixíssima emissão de gases; - Eletrólito fixo na forma de gel (ácido sulfúrico diluído com densidade 1,25 Kg/l à 25°C; - Válvula de segurança reguladora pressão, combinada com pastilha porosa corta chama como segurança adicional contra explosão; - Instalação nas posições vertical e horizontal, com melhor aproveitamento de espaço físico; - Interligações totalmente isoladas, com possibilidade de medição de tensão, sem a retirada da capa protetora; - Não requer adição de água durante toda vida útil. Tendo em vista as características acima torna-se possível a instalação de Baterias Reguladas por Válvulas em salas com outros equipamentos. 6.2 – Características de vida Operando a temperatura recomendada, entre 20 e 25°C e sob ótimas condições de flutuação, de acordo com o fabricante, a expectativa de vida em serviço mencionada pelo fabricante é superior a 10 anos, porém a garantia é de 10 anos. A extensão da vida em flutuação é influenciada por descargas freqüentes, descargas profundas, tensão de flutuação e os serviços envolvidos. 6.2.1 – Temperaturas acima da nominal Nas temperaturas acima de 25°C, todas as reações (atividades) eletroquímicas do acumulador se processam com maior velocidade, ocasionando os seguintes efeitos: - Aumento provisório da capacidade disponível; - Diminuição da vida útil; - Aumento da auto descarga; - Diminuição na tensão dos elementos para uma determinada corrente de carga; - Elevada corrente de carga para uma determinada tensão de carga; - Aumento da probabilidade de secagem (dry-out) do eletrólito. 7.0 –CONCLUSÃO Nossas Manutenções Preventivas, que antes eram semestrais, passaram a serem executadas a cada dois anos, com controles e leituras de valores através de comunicação remota com o equipamento do próprio Laboratório de Manutenção. Atendendo a Política de Qualidade da nossa Empresa, as Equipes de Manutenção em Equipamentos Auxiliares, com apoio da Divisão de Manutenção de Subestações - TES, vêm buscando satisfazer as necessidades do Sistema e superar as expectativas dos clientes, através da modernização dos nossos equipamentos, processos e controles. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (1) Manual técnico de operação dos Retificadores NIFE 125VC, tipo BTUZ; (2) Manual Técnico de Instalação e Operaçâo de Sistemas de Retificadores 125VCC tipo SR160A/125V da SATURNIA SISTEMAS DE ENERGIA LTDA; (3) Manual Técnico de Instalação e Operaçâo de Baterias Estácionárias Chumbo-ácidas reguladas por válvula, tipo OPzV da SATURNIA SISTEMAS DE ENERGIA LTDA;