ProcedimentosdaReunião InternacionaldeConsensosobre InfeçãoPeriprotésica Mediadores: JavadParvizi,MD,FRCS ThorstenGehrkeMD Prefácio “Aportadotemplodasabedoriaéoconhecimentodanossaprópriaignorância.” BenjaminFranklin AlutacontraainfeçãoétãoantigaquantoaHumanidade.Nosúltimosséculos,apráticada medicina foi transformada pelas descobertas extraordinárias de estudiosos extraordinários como Louis Pasteur, Ignaz Philipp Semmelweis, Alexander Fleming e Joseph Lister. Contudo, com todos os progressos e avanços alcançados, a nossa missão na prevenção da infeção cirúrgica mantém-se inacabada. Não é exagero afirmar que o medo reside no coração de qualquercirurgiãoqueentranoblocooperatóriodiariamente. Ainfeçãoperiprotésica(IPP),comtodasassuasconsequênciasdesastrosas,continuaacolocar umdesafioparaacomunidadeortopédica.Oscirurgiõesortopédicostêmdespendidograndes esforços para implementar estratégias que possam minimizar as infeções do local cirúrgico (ILC). Apesar de alto nível de evidência apoiar algumas dessas práticas, muitas são baseados empoucaounenhumafundamentaçãocientífica.Assim,háumanotávelvariaçãonaspráticas deprevençãoegestãodasIPPportodooglobo. Acomunidademédicareconheceaimportânciadeevidênciadealtonívelecompromete-seao longo das gerações a continuar a produzi-las, sempre que possível. A comunidade também reconhecequealgunsaspetosdamedicinanãoseprestarãonuncaàcriaçãodeevidênciade alta qualidade, nem se deve tentar fazê-lo. Foi reconhecendo este último aspeto que a Reunião Internacional de Consenso sobre Infeção Periprotésica foi organizada. Delegados de várias disciplinas, como cirurgia ortopédica, doenças infeciosas, patologias músculoesqueléticas, microbiologia, anestesia, medicina nuclear, dermatologia, reumatologia, radiologia músculo-esquelética, cirurgia veterinária, farmácia, e ainda numerosos cientistas interessadoseminfeçõesortopédicas,sereuniramparaavaliaraevidênciadisponível,quando existente,ouchegaraumconsensoemrelaçãoàspráticaseprocedimentosatuaisdasILC/IPP. Oprocessodegeraroconsensoduroumaisde10meses.Todasaspedrasforamrevolvidasem busca de evidência para estas perguntas, com mais de 3,500 publicações relacionadas avaliadas.Aevidência,quandodisponível,foiavaliada.Casocontrário,asabedoriacoletivade 400 delegados de 52 países, representando mais de 160 sociedades médicas foi acumulada parachegaraumconsensosobreaspráticasquenãopossuamelevadoníveldeevidência.Os membrosdaMusculoskeletalInfectionSociety(MSIS)edaEuropeanBoneandJointInfection Society (EBJIS), as duas sociedades cuja missão é melhorar o tratamento de doentes com infeçãomúsculo-esquelética,contribuíramgrandementeparaestainiciativa. Osdelegadosestiveramenvolvidosemtodosospassosdoprocesso,atravésdeumapáginada internetcriadaespecialmenteparaestepropósito(www.ForMD.com)queresultounatrocade maisde25,000comunicações.OdocumentodoConsensofoicriadousandoométodoDelphi, sob orientação do Dr. Cats-Baril, especialista de renome mundial no desenvolvimento de consensos.Odesigndoprocessodeconsensofoiestabelecidodemodoapoderincluiromaior número possível de interessados, permitir a sua participação em fóruns e uma revisão abrangente da literatura. Todos os tópicos relevantes relativos a infeção periprotésica foram divididos por 15 grupos de trabalhos diferentes, da seguinte forma: mitigação e educação sobre comorbilidades associadas com o aumento da taxa de ILC/IPP; preparação cutânea 2 perioperatória; antibióticos perioperatórios, ambiente cirúrgico, conservação sanguínea; seleção do implante protésico; diagnóstico de IPP; tratamento da ferida cirúrgica; espaçadores; irrigação e desbridamento; tratamento antibiótico e tempo de reimplantação; reimplantação num ou dois tempos cirúrgicos; tratamento de IPP por fungos ou atípica; antibioterapia oral e prevenção de IPP tardia. Cada declaração de consenso foi escrutinada aprofundadamente, especialmente aquelas com diferenciação numa área muita específica, para assegurar que a implementação destas práticas conduzem, de facto, à melhoria da assistênciaaosdoentes. Após resumir a literatura disponível e organizar uma versão preliminar do documento do consenso,maisde300delegadosreuniram-sepresencialmenteemFiladélfia,ondeativamente discutiramevotaramasquestõeseasdeclaraçõesdoconsenso.Aprimeirareuniãoaconteceu nodia31dejulho,reunindo-seempequenosgruposdetrabalho,ondediscutiameresolviam quaisquer desacordos, para poderem terminar as suas exposições. Depois, os delegados reuniram-seemassembleiaparamaisumadiscussãoreferenteàsperguntaseafirmaçõesdo consenso. Após rever o conteúdo de todos os grupos de trabalho, o consenso foi redigido, sendo incluído, na mesma noite, num programa de votação eletrónica, para que os votos se iniciassem no dia seguinte. A 01 de agosto, houve outra assembleia, onde foram votadas as 207perguntasepropostasdeconsensoapresentadasemplenário.Avotaçãofoifeitaatravés detecladoseletrónicos,quepermitiamvotarafavor,contraouabster-se.Aforçadoconsenso foi determinada de acordo com a seguinte escala: 1) Maioria simples: Sem Consenso (concordância entre 50.1% e 59%), 2) Maioria: Fraco Consenso (concordância entre 60% e 65%), 3) Maioria Qualificada: Forte Consenso (concordância entre 66% e 99%) e 4) Unanimidade: 100% de concordância. Das 207 questões, conseguiu a unanimidade apenas uma pergunta (Controle de tráfego na sala cirúrgica); 202 perguntas tiveram um forte consenso;duasquestõestiveramconsensofracoenoutrasduasnãofoiatingidoconsensode todo. O documento aqui apresentado resulta de inúmeras horas de trabalho dos mediadores, coordenadores e delegados, que se comprometeram com esta iniciativa única. A informação publicada neste documento é baseada em evidência sempre que existente, ou são resultado do conhecimento acumulado pelos mais de 400 especialistas mundiais em infeção músculoesquelética, de 52 países. Estamos seguros que este «manual de boas práticas» resultante destainiciativaajudaráacuidardemuitosdosnossosdoentes,nosanosvindouros.Convém referir que as informações contidas neste documento servem apenas como um guia para os médicos que tratam doentes com infeção músculo-esquelética e não devem ser vistas como um manual normativo. Os clínicos devem usar do seu conhecimento e perspicácia clínica na tomada de quaisquer decisões relacionadas com os doentes individualmente. Em certas circunstâncias, poderá ser necessária a implementação de cuidados diferentes daqueles sugeridosnestedocumento. Avantecomanossalutacontraainfeção. JavadParviziMD,FRCS 3 Agradecimentos Um projeto desta envergadura não seria possível sem a participação e liderança de muitos. Gostaríamos de agradecer Mitchell Maltenfort PhD, gerente de Bioestatística e Bioética no Instituto Rothman, que foi um elemento crucial na orquestração da revisão da literatura apresentada, no desenvolvimento do documento e nos numerosos processos de edição que lheseguiram.TiffanyMorrisonMSeasuaequipadeveriamtertodoocréditopelasuadireção naorganizaçãodoencontro,quenãofoitarefafácil.Tiffanyeasuaequipatrabalharamlongas horasnosmesesanterioresaoencontroparaasseguraraperfeiçãoefuncionamentodecada detalheedeveriamteroscréditospelosucessodoencontro. Um agradecimento especial para Katherine Huff BA do Instituto Rothman pelos seus inestimáveisdoteseditoriaisementedetalhistaquepodiaverasárvoresnaflorestamaciçae garantiuaprecisãodecadadeclaraçãofeitanestedocumento. Precisamos de agradecer a Greg Chang e à sua equipa do ForMD que forneceu a plataforma «social» para a comunicação. As inúmeras interações e inestimáveis discussões que tiveram lugarentredelegadosnãoseriampossíveissemoForMD.Aequipadeveserfelicitadapeloseu trabalho duro e atitude extremamente responsiva que permitiu a comunicação eficiente e oportunaentreosmembrosdoconsenso. Devemos uma menção especial à Dra. Sandra Berríos-Torres, do Centro para o Controlo de Doenças (Centre for Disease Control and Prevention), na medida em que nos forneceu a sua experiênciaeliderançaemtodooprocessodoconsensoeespecificamenteportertrabalhado comosmediadoresdealgunsgruposdetrabalho.Fez-nosigualmenteagentilezadeparticipar pessoalmentenareunião.ComorepresentantedeumaagênciafederaldosEstadosUnidos,a Dra.Berríos-Torresnãovotouemqualquerumadasdeclaraçõesdoconsenso.Apesarnãoser possível incluí-la como delegada no documento, a sua contribuição para esta iniciativa é-nos muitoapreciada. 4 ComimensaGratidãoaosnossosPatrocinadores Um encontro desta magnitude não poderia ter lugar sem o generoso apoio de parceiros da indústria cuja missão se estabelece em paralelo com a nossa na prestação dos melhores cuidadosparaosdoentes.Estamosemdívidaparacomtodososnossosparceirosdeindústria peloseuapoiofinanceiroepeloseucontributonoprocessodeestudoaolongodoprocesso. Agradecemososeucontributodurantearevisãodeliteraturaerefinamentodasperguntaseo seuacordodenãofazerpartedosdelegadosvotantes. PatrocinadoresdePlatina 5 PatrocinadoresdePrata 6 PatrocinadoresdeBronze Patrocinadores 7 SUMÁRIOEXECUTIVO A infeção periprotésica (IPP), com todas as suas desastrosas implicações, continua a ser um desafio para a comunidade ortopédica. Os cirurgiões ortopédicos continuam a desenvolver esforçosnosentidoaimplementarestratégiasquepossamreduziroriscodeinfeçõesdolocal cirúrgico(ILC).Aindaqueevidênciasdealtaqualidadepossamauxiliaralgumasdestaspráticas, muitas têm pouco ou nenhum fundamento científico. Desse modo, não existe uma homogeneização das práticas de prevenção e tratamento das IPP pelo mundo. Foi para abordar este problema que se organizou a Reunião Internacional de Consenso sobre Infeção Periprotésica. Delegados de várias disciplinas, incluindo cirurgia ortopédica e doenças infeciosas,entremuitasoutrasáreas,participaramnesteencontro.Oprocessodecriaçãodo consenso estendeu-se ao longo de 10 meses. Mais de 3,500 publicações relevantes foram avaliadaspor400delegadosde52países,representandoinúmerassociedades. OpresentedocumentodoconsensofoidesenvolvidousandoométodoDelphi,soborientação doDr.Cats-Baril.Odesigndoprocessodeconsensofoiestabelecidodemodoapoderincluiro maiornúmeropossíveldeinteressados,permitirasua participaçãoemfórunseumarevisão abrangente da literatura. Os seguintes temas foram abordados: mitigação e educação sobre comorbilidades associadas com o aumento da taxa de ILC/IPP; preparação cutânea perioperatória; antibióticos perioperatórios, ambiente cirúrgico, conservação sanguínea; seleção do implante protésico; diagnóstico de IPP; tratamento da ferida cirúrgica; espaçadores; irrigação e desbridamento; tratamento antibiótico e tempo de reimplantação; reimplantação num ou dois tempos cirúrgicos; tratamento de IPP por fungos ou atípica; antibioterapia oral e prevenção de IPP tardia. Cada declaração de consenso foi escrutinada aprofundadamente, especialmente aquelas com diferenciação numa área muita específica, para assegurar que a implementação destas práticas conduzem, de facto, à melhoria da assistênciaaosdoentes.Combasenesteprocesso,foramelaboradasaspresentesdeclarações doconsenso. 8 ÍNDICE SECÇÃO PÁGINA Prefácio 2 Patrocinadores 5 SociedadesRepresentadas 14 NaçõesRepresentadas 16 20 GRUPODETRABALHO1:MITIGAÇÃOEEDUCAÇÃO Mediadores: VinayKAggarwal,MD,EricHTischler,BA Coordenadores: CharlesLautenbach,MD,GeraldRWilliamsJr,MD. Delegados: Joseph A Abboud, MD, Mark Altena, MD, Thomas Bradbury, MD, Jason Calhoun MD, FACS, DouglasDennisMD,DanielJDelGaizoMD,LluísFont-VizcarraMD,KaisaHuotariMD,Stephen KatesMD,Kyung-HoiKooPhD,TadMMabryMD,CalinStefanMouchaMD,JulioCesarPalacio MD, Trisha Nicole Peel MBBS, Rudolf W.Poolman MD, PhD, William J Robb III MD, Ralph Salvagno MD, Thorsten Seyler MD, Gabor Skaliczki MD, Edward M Vasarhelyi MD, William CharlesWattersIII,MD GRUPODETRABALHO2:PREPARAÇÃOCUTÂNEAPRÉ-OPERATÓRIA 37 Mediadores: AnthonyTTokarski,BS Coordenadores: DavidBlaha,MD,MichaelA.Mont,MD,ParagSancheti,MS,DNB,MCh Delegados: Lyssette Cardona MD, MPH, MHA, AAVIHS, FIDSA, Gilberto Lara Cotacio MD, Mark Froimson MD, Bhaveen Kapadia MD, James Kuderna MD, PhD, Juan Carlos López MD, Wadih Y Matar MD,MSc,FRCSC,JosephMcCarthyMD,RhidianMorgan-JonesMBBCh,FRCS,MichaelPatzakis MD,RanSchwarzkopfMD,GholamHossainShahcheraghiMD,XifuShangMD,PetriVirolainen MD,PhD,MontriD.WongworawatMD,AdolphYatesJr,MD GRUPODETRABALHO3:ANTIBIÓTICOSPERIOPERATÓRIOS 45 Mediadores: ErikHansen,MD Coordenadores: KatherineBelden,MD,RandiSilibovsky,MD(US),MarkusVogtMD(International) Delegados: 9 William Arnold MD, PhD, Goran Bicanic MD, PhD, Stefano Bini MD, Fabio Catani MD, Jiying Chen MD, PhD, Mohammad Ghazavi MD, FRCSC, Karine M. Godefroy MD, Paul Holham MD, Hamid Hosseinzadeh MD, Kang II Kim MD, PhD, Klaus Kirketerp-Møller MD, Lars Lidgren MD PhD,JianHaoLinMD,JessHLonnerMD,ChristopherCMooreMD,PanayiotisPapagelopoulos MD,LazarosPoultsidesMDMScPhD,RLorRandallMD,BrianRoslundPharmD,KhalidSaleh MDMSCFRCSCMHCM,JuliaVSalmonMD,EdwardSchwarzPhD,JoseStuyckMD,AnnetteW DahlMD,KojiYamadaMD GRUPODETRABALHO4:AMBIENTECIRÚRGICO 93 Mediadores: PouyaAlijanipour,MD,JosephKaramMD Coordenadores: AdolfoLlinás,MD,KellyGVince,MD,CharalamposZalavrasMD Delegados: MatthewAustinMD,GrantGarriguesMD,SnirHellerMD,JamesHuddlestonMD,BrianKlatt MD,ViktorKrebsMD,ChristophLohmannMD,EdwardJMcPhersonMD,RobertMolloyMD, Ali Oliashirazi MD, Mitchell Schwaber MD, Eoin Sheehan MD, Eric Smith MD, Robert Sterling MD,GregoryStocksMD,ShrinandVaidyaMD GRUPODETRABALHO5:CONSERVAÇÃOSANGUÍNEA 129 Mediadores: MohammadRRasouli,MD Coordenadores: LuizSérgioMarcelinoGomes,MD,PhD,BrianParsley,MD Delegados: WaelBarsoumMD,HariBezwadaMD,JamesCashmanMD,JulioGarciaMD,WilliamHamilton MD,EricHumeMD,RajeshMalhotraMD,StavrosMemtsoudisMD,PhD,AlvinOngMD,Fabio OrozcoMD,DouglasPadgettMD,RicardoReinaMD,MarcoTelokenMD,EmmanuelThienpont MD,JonathanHWatersMD GRUPODETRABALHO6:SELEÇÃODOIMPLANTE 144 Mediadores: ClaudioDiaz-LedezmaMD Coordenadores: JavadParviziMD,FRCS,YixinZhouMD Delegados: Valentin Antoci MD, Paul Ducheyne PhD, Andrew Freiberg MD, Gustavo Garcia Rangel MD, SeungBeomHanMD,NoreenHickokPhD,CarlosHigueraMD,ConstantinosKetonisMD,Feza Korkusuz MD, Jacek Kruczynski MD, Francisco Macule MD, Jacek Markuszewski MD, Oliver Marín-Peña MD, Dinesh Nathwani MD, Phillip Noble PhD, Kevin Ong PhD, Nelson Ono MD, Mohammad Sadegh Parvizi PhD, Zachary Post MD, Salvador Rivero-Boschert MD, Thomas SchaerVMD,IrvingShapiroDDS,PhD 10 GRUPODETRABALHO7:DIAGNÓSTICODEINFEÇÃOPERIPROTÉSICA 158 Mediador: BenjaminZmistowskiBS Coordenadores: CraigDellaValleMD,ThomasWBauerMD,KonstantinosN.MalizosMD,PhD Delegados: Abbas Alavi MD, Hani Bedair MD, Robert E Booth MD, Peter Choong MD, Carl Deirmengian MD,GarthDEhrlichPhD,AnilGambirMD,RonaldHuangMD,YairKissinMD,HideoKobayashi MD, Naomi Kobayashi MD, Veit Krenn MD, Drago Lorenzo MD, SB Marston MD, Geert Meermans MD, Javier Perez MD, JJ Ploegmakers MD, Aaron Rosenberg MD, C Simpendorfer MD, Peter Thomas MD, Stephan Tohtz MD, Jorge A Villafuerte MD, Peter Wahl MD, FrankChristiaanWagenaarMD,EivindWitzoMD. GRUPODETRABALHO8:TRATAMENTODAFERIDACIRÚRGICA 175 Mediador: ElieGhanemMD Coordenadores: VolkmarHeppertMD,MarkSpangehlMD,FRCSC Delegados: JohnAbrahamMD,KhalidAzzamMD,LowryBarnesMD,FedericoJoseBurgoMD,WalidEbeid MD, Nitin Goyal MD, Ernesto Guerra MD, Kirby Hitt MD, Sofiene Kallel MD, Gregg Klein MD, YonaKosashviliMD,BrettLevineMDLauraMatsenMD,MichaelJMorrisMD,JamesJPurtill MD, Chitranjan Ranawat MD, FRCS, FRCSC, Peter F Sharkey MD, Rafael Sierra MD, Anna StefansdottirMD,PhD GRUPODETRABALHO9:ESPAÇADORES 196 Mediador: MustafaCitak,MD Coordenadores: Jean-NoelArgensonMD,BasMasriMD,FRCSC,DanielKendoffMD,BryanSpringerMD Delegados: VolkerAltMD,AndreaBaldiniMD,QuanjunCuiMD,GregoryKDeirmengianMD,Hernandel Sel MD, Michael F Harrer MD, Craig Israelite MD, David Jahoda MD, Paul C Jutte MD, Eric Levicoff MD, Enzo Meani MD, Fernando Motta MD, Orestes Ronaldo Pena MD, Amar S Ranawat MD, Oleg Safir MD, Matthew W Squire MD, Michael J Taunton MD, Charles Vogely MD,SamuelSWellmanMD GRUPODETRABALHO10:IRRIGAÇÃOEDESBRIDAMENTO 213 Mediador: CarlHaasperMD,PhD,MSc 11 Coordenadores: MartinButtaroMD,WilliamHozackMD Delegados: Craig A Aboltins MD, Olivier Borens MD, JJ Callaghan MD, Pedro Ivo de Carvalho MD, Yuhan ChangMD,PabloCoronaMD,FerdinandoDaRinMD,SilvanoEspositoMD,ThomasKFehring MD,XavierFloresSanchezMD,Gwo-ChinLeeMD,JCMartinez-PastorMD,SMJavadMortazavi MD, Nicolas O Noiseux MD, Kuo-Ti Peng MD, Harold Delano Schutte MD, Daniel Schweitzer MD,RihardTrebšeMD,EleftheriosTsiridisMD,LeoWhitesideMD.19 GRUPODETRABALHO11:ANTIBIOTIOTERAPIAEMOMENTODAREIMPLANTAÇÃO 223 Mediador: CamiloRestrepo,MD Coordenadores: StevenSchmittMD,DavidBacksteinMD Delegados: BryanTAlexanderPharmD,MajaBabicMD,BarryD.BrauseMD,JohnLEsterhaiMD,RobertP. GoodMD,PeterHJørgensenMD,PaulLeeMB,BCh,FRCS,CameliaMarculescuMD,Claudio MellaMD,CarstenPerkaMD,AidinEslamPourMD,HarryERubashMD,TomoyukiSaitoMD, RolandoSuarezMD,RobertTownsendMD,IRemziTözünMD,MichelPJVandenBekeromMD GRUPODETRABALHO12:REVISÃOEM1ou2TEMPOS 232 Mediador: PaulLichsteinMD,MS Coordenadores: Thorsten Gehrke MD, Adolph Lombardi MD, FACS, Carlo Romano MD, Ian Stockley MB, ChB, MD,FRCS Delegados: George Babis MD, Jerzy Bialecki MD, László Bucsi MD, Xu Cai MD, Li Cao MD, Brian de Beaubien MD, Johannes Erhardt MD, Stuart Goodman MD, PhD, FRCSC, FACS, FBSE, William JiranekMD,PeterKeogh,DavidLewallen,MD,MS,PaulMannerMD,WojciechMarczynskiMD, J.BohannonMasonMD,KevinMulhallMB,MCh,FRCSI,WaynePaproskyMD,PreeteshPatel MD,FranciscoPiccalugaMD,GregoryPolkowskiMD,LuisPulidoMD,IanStockleyMBBS,ChB, FRCS, Juan Suarez MD, Fritz Thorey MD, Rashid Tikhilov MD, Job Diego Velazquez MD,Heinz WinklerMD GRUPODETRABALHO13:TRATAMENTODASIPPFÚNGICASOUATÍPICAS 243 Mediador: MatthiasGebauer,MD Coordenadores: LarsFrommelt Delegados: 12 PramodAchanMBBS,TimNBoardMD,JanetConwayMD,WilliamGriffinMD,NimaHeidari MBBS,GlennKerrMD,AlexMcLarenMD,SandraBlissNelsonMD,MarcNijhofMD,AkosZahar MD GRUPODETRABALHO14:ANTIBIOTERAPIAORAL 252 Mediador: PatrickO’Toole,MD Coordenadores: DouglasOsmonMD AlexSorianoDO Delegados: Erik Berdal MD, Mathias Bostrum, Rafael Franco-Cendejas MD, DeYoung Huang PhD, Charles Nelson,FNishisaka,BrianRoslund,CassandraDSalgado,RobertSawyerMD,JohnSegretiMD, EricSennevillePhD,XianLongZhang20 GRUPODETRABALHO15:PREVENÇÃODAIPPTARDIA 263 Mediador: AntoniaChenMD,MBA Coordenadores: FaresHaddadMb,ChB,FRCS,PaulLachiewicz Delegados: Michael Bolognesi MD, Luis E Cortes MD, Massimo Franceschini MD, Jiri Gallo MD, Aaron Glynn MD, Alejandro Gonzalez Della Valle MD, Aydin Gahramanov MD, Monti Khatod MD, Stergios Lazarinis MD, PhD, Guenther Lob MD, Arvind Nana MD, Peter Ochsner MD, Ibrahim TuncayMD,TobiasWinklerMD,YiRongZengMD. PESQUISASFUTURAS 288 13 SOCIEDADESREPRESENTADAS AmericanAssociationofHipandKneeSurgeons(AAHKS) AmericanAcademyofOrthopaedicSurgeons(AAOS) AmericanAssociationofTissueBanks(AATB) AmericanCollegeofRheumatology(ACR)AmericanCollegeofSurgeons(ACS) AmericanOrthopaedicAssociation(AOA) AmericanShoulderandElbowSurgeons(ASES) AmericanSocietyofBoneandMineralResearch(ASBMR) AmericanSocietyofAnesthesiologists(ASA) AmericanSocietyofRegionalAnesthesia(ASRA) AOTraumaClinicalPriorityProgramonBoneInfection AssociationResearchCirculationOsseuse(ARCO) AsiaPacificArthroplastyAssociation(APAS) AsiaPacificKneeSociety(APKS) AsiaPacificOrthopaedicAssociation(APOA) AsociaciónArgentinadeOrtopediayTraumatología(AAOT) AssociaçãoBrasileiraparaoEstudodeImplantesOsteoarticulares(AsBIO) AssociationforStudyandApplicationofMethodsofIlizarov(ASAMI) AssociationofBoneandJointSurgeons(ABJS) AssociationofOrthopaedicandTraumasurgeonsofRussianFederation(AOTRF) AssociationofperiOperativeRegisteredNurses(AORN) AssociationofSurgeonsofGreatBritainandIreland(ASGBI) AustralianKneeSociety(AusKS) AustralianOrthopaedicAssociation(AOA) AzerbaijanAssociationofOrthopaedicsandTraumatology BelgianKneeSociety(BelKS) BelgianOrthopaedicandTraumaSociety(BVOT) BrazilianHipSociety(SBQ) BrazilianKneeSociety(BKS) BritishAssociationforSurgeryoftheKnee(BASK) BritishHipSociety(BHS) BritishOrthopaedicAssociation(BOA) BulgarianOrthopaedicAssociation(BulOrtho) BulgarianOrthopedicsandTraumatologyAssociation(BOTA) CanadianOrthopaedicAssociation(COA) CzechSocietyforOrthopaedicsandTraumatology(CSOT) ChineseOrthopaedicAssociation(COA) ColegioMexicanoDeOrtopediayTraumatología(CMO) CombinedServicesOrthopaedicSocietyCSOS CroatianOrthopaedicandTraumatologyAssociation(COTA) DanskOrtopaediskSelskab(DOS) DutchOrthopaedicAssociation(NOV) EasternOrthopaedicAssociation(EOA) EgyptianOrthopaedicAssociation(EOA) EuropeanBoneandJointInfectionSociety(EBJIS) EuropeanFederationofNationalAssociationsofOrthopaedicSportsTraumatology(EFOST) EuropeanFederationofNationalAssociationsofOrthopaedicsandTraumatology(EFORT) EuropeanHipSociety(EHS) EuropeanKneeAssociates(EKA) EuropeanSocietyforSurgeryofShoulderandElbow(ESSSE) EuropeanSocietyofBiomaterials(ESB) FinnishOrthopaedicAssociation(FOA) GermanSocietyforOrthopaedicandTraumaSurgery(DGOU) GermanSocietyofPathology(DGP) GrupodeEstudiodelaPatologíaSépticadelAparatoLocomotor(GEPSAL) GruppoItalianoperloStudioeilTrattamentodelleInfezioniOsteoarticolari(G.I.S.T.I.O.) HellenicAssociationofOrthopaedicSurgeryandTraumatology(HAOST) HungarianOrthopaedicAssociation(HOA) IndianOrthopaedicAssociation(IOACON) IndianSocietyofHipandkneeSurgeons(ISHKS) IndonesianOrthopaedicAssociationIndoOA InfectiousDiseasesSocietyofAmerica(IDSA) 14 InstitutionofMechanicalEngineersIMechE InternationalCongressofJointReconstruction(ICJR) InternationalGeriatricFractureSociety InternationalSocietyforTechnologyinArthroplasty(ISTA) InternationalSocietyofArthroscopy,KneeSurgeryandOrthopaedicSportsMedicine(ISAKOS) InternationalSocietyofOrthopaedicSurgeryandTraumatology(SICOT) IranianOrthopaedicAssociation(IranOA) IrishOrthopaedicAssociation(IOA) IsraelMinistryofHealth,NationalCenterforInfectionControl IsraeliOrthopaedicAssociation(IOA) JapaneseOrthopaedicAssociation(JOA) KoreanHipSociety(KHS) KoreanKneeSociety(KKS) KoreanOrthopaedicAssociation(KOA) MidAmericanOrthopaedicAssociation(MOA) MusculoskeletalInfectionSociety(MSIS) MusculoskeletalTumourSociety(MSTS) NewZealandOrthopaedicAssociation(NZOA) NordicOrthopaedicFederation(NORF) NorwegianOrthopaedicAssociation(NOA) OrthopaedicResearchSociety(ORS) ÖsterreichischeGesellschaftfürOrthopädieundorthopädischeChirurgie“(ÖGO) PanArabOrthopaedicAssociation(PAOA) PeruvianSocietyofOrthopaedicsandTraumatology(PSOT)PhillippineOrthopaedicAssociation(PhilOrtho) PolishSocietyofOrthopaedicsandTraumatology(PSOT) RheumatoidArthritisSurgicalSociety(RASS) RomanianOrthopaedicAssociation(SOROT) RussianOrthopaedicSociety(ROS) SingaporeOrthopaedicAssociation(SOA) SociedadeBrasilieradeOrtopediaeTraumatologia(SBOT) SocietatCatalanadeCirugíaOrtopédicaITraumatología(SCCOT) SociedadChilenadeOrtopediayTraumatología(SCHOT) SociedadColombianadeCirugíaOrtopédicayTraumatología(SCCOT) SociedadEspañoladeFijaciónExternayCirugiaReconstructivam(SEFEx) SociedadLatinoamericanaDeArtroscopíaRodillaYTraumatologíaDeportiva(SLARD) SociedadVenezolanadeCirugíaOrtopédicayTraumatología(SVCOT) SociedadePortuguesadeOrtopediaeTraumatologia(SPOT) SocietàItalianadiOrtopediaeTraumatologia(SIOT) SociétéFrançaisedeChirurgieOrthopédiqueetTraumatologique(SOFCOT) SouthAfricanKneeSociety(SAKS) SouthAfricanOrthopaedicAssociation(SAOA) SouthernOrthopaedicAssociation(SouthOA) SpanishOrthopaedicSociety(SECOT) SpanishKneeSociety(SKS) SwedishOrthopaedicAssociation(SOF) SwissOrthopaedicandTraumaAssociation(SGOT/SSOT) TaiwaneseOrthopaedicAssociation(TaiOA) TheHipSociety(HS) TheInternationalHipSociety(IHS) TheKneeSociety(AKS) TurkishOrthopaedicAssociation(TOTBID) WashingtonStateOrthopaedicAssociation(WSOS) WeckebachInstituut(WI) WesternOrthopaedicAssociation(WestOA) WorldOrthopaedicConcern(WOC) 15 16 17 18 19 GrupodeTrabalho1:MitigaçãoeEducação Mediadores: VinayKAggarwal,MD,EricHTischler,BA Coordenadores: CharlesLautenbach,MD,GeraldRWilliamsJr,MD Delegados: Joseph A Abboud, MD; Mark Altena, MD; Thomas Bradbury, MD; Jason Calhoun, MD, FACS; Douglas Dennis, MD; Daniel J Del Gaizo, MD; Lluís Font-Vizcarra, MD; Kaisa Huotari, MD; StephenKates,MD;Kyung-HoiKoo,PhD;TadMMabry,MD;CalinStefanMoucha,MD;Julio CesarPalacio,MD;TrishaNicolePeel,MBBS;RudolfW.Poolman,MD,PhD;WilliamJRobbIII, MD; Ralph Salvagno, MD; Thorsten Seyler, MD; Gabor Skaliczki, MD; Edward M Vasarhelyi, MD;WilliamCharlesWattersIII,MD. Questão1A:Quaissãoosfatoresderiscosignificativosparaodesenvolvimentodeinfeção dolocalcirúrgico(ILC)ouinfeçãoperiprotésica(IPP)apósCirurgiadesubstituiçãoprotésica (AT)eletiva? Consenso: A infeção ativa numa articulação artrítica (Artrite Séptica), a presença de septicemia, e/ou a presença de infeção ativa, seja cutânea, subcutânea ou profunda, são fatoresderiscosignificativos,quepredispõemosdoentesàILCeIPP,esãocontraindicaçõesà realizaçãodeumacirurgiadesubstituiçãoprotésica. VotaçãodosDelegados:AFavor:99%,Contra:0%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Questão1B:QuaissãoospotenciaisfatoresderiscoparaodesenvolvimentodeILCouIPP apóscirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso: Os fatores de risco para ILC ou IPP incluem: história de cirurgia prévia, diabetes mellitus descompensada (glicemia> 200 mg/dL ou Hb A1C> 7%), desnutrição, obesidade mórbida (IMC> 40 Kg/m2), doença hepática ativa, doença renal crónica, fumo excessivo (> 1 maçodecigarrosaodia),consumoexcessivodeálcool(>40unidadesporsemana),abusode drogas endovenosas, hospitalização recente, permanência prolongada em instituições de reabilitação, sexo masculino, diagnóstico de artrite pós-traumática, artropatia inflamatória, cirurgiaprévianaarticulaçãoafetadaeimunodeficiênciasevera. VotaçãodosDelegados:AFavor:94%,Contra:4%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: InfeçãoArticularAtiva,CorrenteSanguíneaouTecidosLocais Apresençadeumainfeçãoativanumaarticulaçãoartríticalevaataxassignificativamentealtas de IPP após cirurgia de substituição protésica.1, 2 Alguns estudos longitudinais e relatos de casos também indicam que a presença de infeção, sistémica ou local, pode resultar em 20 inoculaçãohematogéneaoudiretadoimplanteapóscirurgiadesubstituiçãoprotésica.3-9Desta forma, a artroplastia eletiva deve ser retardada em doentes com infeção ativa, até que a infeçãosejatratadaadequadamenteeasuaerradicaçãosejaconfirmada. HistóriadeCirurgiaPrévia O ambiente tecidular ao redor da ferida cirúrgica pode estar comprometido em doentes submetidos a procedimentos operatórios prévios, o que poderá contribuir para o desenvolvimento de ILC ou IPP após cirurgia de substituição protésica.10 Peersman et al. compararam doentes infetados e não infetados após prótese total do joelho (PTJ), e concluíram que um historial de procedimentos cirúrgicos abertos foi um fator de risco significativo (p <0.0001) para o desenvolvimento de IPP após cirurgia de substituição protésica.11 Ainda que a literatura correlacionando história de cirurgia prévia e o desenvolvimento de IPP não seja abundante, nós recomendamos que a história de cirurgia préviasejadevidamentedocumentada,eoambientelocalsejaadequadamenteavaliado.Uma investigação apropriada de processo infecioso, como discutida em local próprio neste documento, deve ser realizada em todos os doentes com cirurgias prévias no local a ser submetido a cirurgia de substituição protésica. Este fato poderá determinar modificações na abordagem e na técnica cirúrgica, necessárias para diminuir o risco de desenvolvimento de infeção.10 HiperglicemiaDescompensada Numerosos estudos e meta-análises indicam que a glicemia pré-operatória, quando elevada (glicemia de jejum> 180 mg/dL ou 10 mmol/L), está associada ao aumento na incidência de complicações pós-operatórias e eventos adversos.12-14 Ainda que pouco estudada em cirurgia de substituição protésica, na cirurgia geral demonstra-se uma tendência sugestiva de que a hiperglicemiapós-operatóriaprecoceresultaemmaiorincidênciadeILC.15 Destemodo,deveseintensificarasaçõesparamanterumcontroleadequadodosníveisglicémicosdurantetodo operíodoperioperatório.Poucasinformaçõessãodisponíveisparaoesclarecimentodopapel dos níveis de hemoglobina A1C (HbA1C) como fator preditivo para IPP.16,17 Enquanto não forem determinados os níveis de HbA1C, a partir dos quais os riscos de IPP estejam aumentados, é recomendável a otimização pré-operatória dos níveis glicémicos em doentes diabéticos, e devemos refletir com prudência sobre a realização de cirurgia de substituição protésica eletiva em doentes com níveis de glicemia de jejum> 200 mg/dL (10 mmol/L) e HbA1C>7%. São necessários mais estudos para determinar se os doentes elegíveis para cirurgia de substituição protésica devem ser submetidos à avaliação rotineira dos níveis glicémicos, tal comojátemsidopraticadonacirurgiacardiotorácica. Desnutrição Adesnutriçãopoderesultaremváriasreaçõesadversasapóscirurgiadesubstituiçãoprotésica, incluindo-seacicatrizaçãodeficiente,longapermanênciahospitalar,maiorduraçãodacirurgia edotempoanestésicoedrenagempersistentedaferidacirúrgica,oquelevaaoaumentoda suscetibilidade à infeção.18-21 Estudos relatam os padrões laboratoriais pré-operatórios que podemserutilizadosnadeteçãodedoentesdesnutridos.18,21,22 Osparâmetrosdedesnutrição podem variar e incluem a transferrina, contagem total de linfócitos, albumina total e préalbumina. Atualmente, os critérios a utilizar para se avaliar o estado nutricional incluem a albumina sérica (normal 3.5-5.0 g/dL), transferrina sérica (normal 204-360 mg/dL), pré21 albumina (normal 15-35 mg/dL) e contagem total de linfócitos séricos (800-2,000/mm3). Devido à correlação entre o estado nutricional e a recuperação pós-operatória, os doentes suspeitos de desnutrição devem ser avaliados quando ao estado nutricional previamente a cirurgia de substituição protésica eletiva.23 Embora não esteja ainda estabelecido o melhor método para a correção da desnutrição pré-operatória, presentemente, incluem a administração de suplementos hiperproteicos, suplementação mineral e de vitaminas,24 aumentodaingestãocalórica,mobilizaçãoprecoceefisioterapia.22 ObesidadeMórbida Informaçõesrecentes(2010)doCentreforDiseaseControlandPrevention(CDC)indicamque mais de um terço dos Americanos, ou mais de 60 milhões de adultos acima de 20 anos de idade, são classificados como obesos [Índice de massa corporal (IMC) ≥30.0 kg/m2].25 Alguns estudosdemonstraramqueosdoentesobesosapresentamriscoaumentadoparacicatrização inadequadadaferidacirúrgicaeparaIPP.26-29Ascausasdoaumentodestesriscospodemestar relacionadas ao aumento do tempo da cirurgia, uma maior necessidade de transfusão sanguíneahomólogaeapresençadeoutrascomorbilidades,comodiabetesmellitus.27, 29-31 A decisãodeserealizarcirurgiadesubstituiçãoprotésicaeletivaemobesosmórbidos,comIMC ≥40.0kg/m2,deveserfundamentadanaconsideraçãodomaiorriscodecomplicações,ondese incluiainfeção.Arelaçãorisco/benefíciodeveserconsideradacombomsensoeaescolhapor um termo de consentimento informado específico é fundamental, uma vez que as complicações pós-operatórias são mais frequentes neste grupo de doentes.32 É importante enfatizar que, em obesos submetidos a procedimentos cirúrgicos, existe o risco de subdosagemdeantibióticos,33eassimadoseadequadadeveserajustada,comoserádiscutido maisadiantenestedocumento. Tabagismo Otabagismoestáassociadoàmorbilidadeemortalidadepós-operatória.34 Umameta-análise de 6 estudos randomizados demonstrou que a interrupção pré-operatória do uso do fumo diminuioriscototaldecomplicaçõespós-operatórias[riscorelativo(RR)=0.76,95%intervalo de confiança (CI)=0.69-0.84].35 A mesma meta-análise também consolidou os dados de 15 estudosobservacionaiseencontrouqueainterrupçãodousodotabacoproporcionoumenor taxadecomplicaçõesdacicatrizaçãodaferidacirúrgica(RR=0.73,CI=0.61-0.87).35 Singhetal. relataram que fumadores ativos submetidos a cirurgia de substituição protésica apresentam maior tendência a desenvolver ILC, enquanto ex-fumadores não apresentaram risco tão aumentadodomesmo.34 Umintervalomaiordeinterrupçãodousodotabacopreviamentea cirurgia está associado a taxas mais baixas de complicações pós-operatórias.35-38 Além disto, um estudo envolvendo doentes submetidos a prótese total da anca (PTA) mostrou que as complicações pós-operatórias foram significativamente mais elevadas em fumadores compulsivos(>25cigarrosaodia).39 Noperíodopré-operatórioéimportanteinquirirsobreos hábitostabágicoseapresentarestratégiasparaainterrupçãodohábitodefumar,demodoa reduzir as complicações pós-operatórias da ferida cirúrgica e diminuir os riscos de ILC e IPP. Estudos em procedimentos ortopédicos e não ortopédicos sugerem que os programas de interrupção do tabagismo, quando instituídos entre 4 a 6 semanas antes da cirurgia eletiva, podemdiminuirosriscosdeinfeçãoecomplicaçõesdaferidacirúrgica.40 Alcoolismo Osdoentesqueconsomemálcoolcomfrequênciapodemapresentarumaumentoavultadodo risco de complicações pós-operatórias após a artroplastia.41 Pela aplicação do questionário 22 denominado Teste de Consumo e Identificação de Distúrbios relacionados ao uso de Álcool (Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption) em 9,176 veteranos americanos do sexo masculino, submetidos a cirurgias não cardíacas de grande porte, Bradley et al. encontraram que a incidência de ILC e outras infeções pós-operatórias estavam significativamente associadas ao abuso de álcool.42 Não está determinado um período de tempo adequado para a interrupção do uso de álcool para doentes a serem submetidos a cirurgia de substituição protésica. Porém, pelo menos 4 semanas de abstinência podem ser necessáriasparareverterasanomaliasfisiológicasquepredispõemosdoentesaoaumentodo risco de morbilidade pós-operatória.43 No período pré-operatório há a oportunidade de identificar doentes com consumo excessivo de álcool. Ainda que os benefícios de programas dirigidosàinterrupçãodousodeálcoolnãoestejambemestabelecidosnaliteratura,aguardar até que os doentes reduzam o consumo de álcool pré-operatoriamente parece ser um procedimento mais razoável (isto para doentes não dependentes) e prorrogar a cirurgia a doentesalcoólicos,pelomenosatéqueasuasituaçãosejacontroladaouresolvida. DoençaRenalAtiva Poucos estudos têm explorado as complicações associadas com doença renal ativa, em doentes submetidos a cirurgia de substituição protésica. Sunday et al. descreveram as complicaçõesemcirurgiadesubstituiçãoprotésicaparadoentescomdoençarenalavançada, emhemodiálise.Osautoresencontraramqueosprocedimentosprimáriosederevisão,neste grupoespecífico,estiveramassociadoscomaltataxadecomplicaçõesemorte,sendoque29% dosdoentesmorreramdecomplicaçõesintra-hospitalarese2doentesapresentaraminfeção devastadora (14.5%).44 Também Lieberman et al. explanaram uma alta taxa de complicações (81%), que incluiu 19% de infeção profunda, em doentes portadores de insuficiência renal crónica.45Sakalkaleetal.avaliaramdoentesemestadoavançadodeinsuficiênciarenalcrónica eencontraramumaelevadamortalidadeeumataxadecomplicaçõesaoníveldos58%,com uma incidência de 13% de infeção profunda.46 No geral, o risco de surgir uma infeção pósoperatória após cirurgia de substituição protésica é significativamente maior em doentes portadores de insuficiência renal crónica, especialmente aqueles em tratamento por hemodiálise. DoençaHepáticaAtiva Inúmeros estudos avaliaram a cirurgia de substituição protésica em doentes portadores de doença hepática, sintomática ou assintomática. Num estudo comparativo de doentes submetidosacirurgiadesubstituiçãoprotésica,Pouretal.notaramque,quandocomparado aogrupodecontrolo,osdoentesportadoresdehepatiteCassintomáticaapresentaramuma taxa mais alta de complicações cirúrgicas, em que se incluíam complicações da ferida cirúrgica.47 Ainda que o mecanismo responsável pelo aumento da taxa de complicações seja desconhecido,mesmoosdoentesportadoresdehepatiteassintomáticadevemseralertados sobre o risco potencial de aumento da taxa de complicações pós cirurgia de substituição protésicaeletiva.Hsiehetal.constataramque,emdoentescomcirroseavançadasubmetidos acirurgiadesubstituiçãoprotésica,umataxaelevadadecomplicações,especialmentefalência séptica,eumataxadesobrevivênciaprotésicade77.8%nos5anosseguintes.48Poroutrolado, Cohenetal.verificaramque,mesmoemdoentescirróticos,acirurgiadesubstituiçãoprotésica eletivapodeserrealizadacomsegurança,semaumentodoseventosadversos.49 Destaforma, aavaliaçãolaboratorialpré-operatóriarotineiraparadoençahepáticanãopareceterbenefício adicionalemdoenteselegíveisparacirurgiadesubstituiçãoprotésica,semhistorialprévioou sinaisdedoençahepáticaduranteoexamefísico. 23 Imunossupressão AindaqueaassociaçãoentreimunossupressãoeoaumentodaincidênciadeILCsejaassunto controverso, muitos cirurgiões acreditam que os doentes imunossuprimidos têm um risco aumentadoparaodesenvolvimentodeIPP.Exemplosdeagentesimunossupressoresincluem os glucocorticoides, como a prednisona, citostáticos como a ciclofosfamida e metotrexato, drogasqueagemnasimunofilinascomootacrolimus,eoutrosagentescomoosinterferonse fatores inibidores da necrose tumoral alfa (TNF-α). Berbari et al. criaram um modelo de estratificaçãoderiscoparaILCeIPPemqueincluíramaimunossupressãocomoumfatorde riscosignificativoparaaIPP(HR=1.96,95%CI=1.37-2.82).50Complementarmente,Peersmanet al. encontraram que a terapia imunossupressora era um fator predisponente à ILC.11 Em doentessubmetidosatransplantedeórgãos,emparticularaotransplantehepático,sãovários os estudos que relatam um risco aumentado de fratura osteoporótica e osteonecrose, com terapia imunossupressora concomitante.51,52 Contudo, imunossupressão em simultâneo com pobre qualidade óssea tem provocado opiniões adversas relativamente ao risco efetivo de infeção pós-operatória.53 Parte da dificuldade da análise da imunossupressão como fator de risco para a IPP é, em parte, devida a atual variabilidade na definição de imunossupressão. Serãonecessários,futuramente,maisestudosnosentidodedelinearoverdadeiroimpactoda imunossupressão no desenvolvimento de ILC e IPP, em doentes submetidos a cirurgia de substituiçãoprotésicaeletiva. AbusodeDrogasEndovenosas Osdoentescomhistorialdeabusodedrogasendovenosas(ADEV)comosteoartrosedolorosa colocamumadifícildecisãosobreotratamento.Lehmanetal.determinaramataxadeIPPem doentescomVírusdaImunodeficiênciaHumana(VIH),ouADEV,apóscirurgiadesubstituição protésica.VinteenovedoentescomVIHe/ouhistóriadeADEVforamsubmetidosacirurgiade substituição protésica. Dos 28 doentes VIH-positivos submetidos a cirurgia de substituição protésica,4(14%)desenvolveraminfeção.Duasdas8artroplastias(25%)realizadasnogrupo ADEV desenvolveram infeção. Duas de 5 artroplastias totais (40%) em doentes ADEV e VIHpositivos desenvolveram infeção.54 Estas informações foram, depois, corroboradas com o estudodeHabermannetal.,querelatavacomplicaçãosépticapós-operatóriaem28.6%entre os doentes com história de ADEV.55 Estudos adicionais serão necessários para determinar os efeitosdiretosdoADEVnodesenvolvimentodeILCouIPP.Estegrupodetrabalhoédaopinião queaosdoentescomconsumoativodedrogasendovenosasnãodeveseroferecidaacirurgia desubstituiçãoprotésicaeletiva. InfeçãopeloVírusdaImunodeficiênciaHumana Asinovaçõesrecentesnaterapiamedicamentosamelhoraramdrasticamenteaexpectativade vida de doentes VIH-positivos. Doentes VIH-positivos apresentam uma progressão bastante variávelparaaSíndromedaImunodeficiênciaadquirida(SIDA),quepodeserobservadapela taxa de declínio variável na contagem de células CD4. Doentes com contagem celular CD4 maior que 400 células/ml e carga viral não detetável podem ser candidatos a cirurgia de substituiçãoprotésicaeletiva,umavezqueoriscodeILCsubsequentepodeestarminorado. Habermann et al não encontraram diferença no desfecho funcional pós cirurgia de substituição protésica entre doentes com ou sem VIH.55 Além disto, Hicks et al. constataram que,aindaqueastaxasdesepsisarticularpóscirurgiadesubstituiçãoprotésicaemdoentes VIH-positivos(18.7%)sejammaioresqueapopulaçãonormal,asobrevidaalongoprazocom grande alívio dos sintomas é uma expectativa razoável numa grande proporção de doentes 24 com esta patologia.56 É nossa recomendação que tratando-se de doentes VIH-positivos, o cirurgiãoortopédicodeveatuaremconjuntocominfeciologistasnocontrolodacontagemde CD4edacargaviraleque,assimadecisãosobreaofertadecirurgiadesubstituiçãoprotésica sejafeitaindividualmentecasoacaso. InternamentoHospitalarouPermanênciaProlongadaemCentrosdeReabilitação Leeetal.reviram169ILCemdoentesidosossubmetidosacirurgiaortopédicaecompararam comumgrupocontrolede171doentes.Aadmissãohospitalaroriundadeumainstituiçãode cuidadosàsaúdeestavaindependentementeassociadaaomaiorriscodeinfeção(ratio=4.35; 95%CI=1.64–11.11).57 OutrosFatoresdeRisco Muitos estudos mostram uma clara tendência de maior propensão do sexo masculino ao desenvolvimentodeILC/IPP.Também,odiagnósticopré-operatóriodeartritepós-traumática, associadoounãoacirurgiaprévia,éumfatorderiscoparaIPP.58-60 Aviso: Ainda que exista a necessidade de evitar a cirurgia protésica eletiva em alguns doentes em risco extremo de ILC/IPP, não existe evidência pertinente na literatura em relação ao limiar exatoparaatomadadedecisão.Aincapacidadeimpostapeladoençadegenerativadeveser avaliadaemrelaçãoaopotencialparadesenvolvimentodeIPP.Algunsespecialistastentaram introduzir um modelo matemático, que pode refinar o processo decisório de submeter o paciente a cirurgia de substituição protésica eletiva. Dr. Charles Lautenbach desenvolveu um sistema de contagem, como uma escala que leva em consideração a dor, perda da função e fatoresquepredispõemàmorbilidadeemortalidade,demodoqueoresultadopermitisseao cirurgiãoavaliar,maisobjetivamente,ajustificaçãoparaarealizaçãodacirurgia,peseembora o alto risco de morbi-mortalidade. A descrição do método de Estimativa de Indicação e Contraindicação de Artroplastia, através do Sistema de Lautenbach, está disponível em: www.boneinfection.co.za. Questão 2: Qual a importância da higiene oral em doentes submetidos a cirurgia de substituiçãoprotésicaeletiva? Consenso:Todososdoentessubmetidosacirurgiadesubstituiçãoprotésicaeletivadevemser avaliados quanto a evidências de infeção ativa, que pode ser realizada pela aplicação de questionárioouexameodontológico. VotaçãodosDelegados:AFavor:80%,Contra:18%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: Jáestábemestabelecidoqueapropagação hematogénea, a partir de uma fonte deinfeção remota, pode ocasionar IPP, ainda que anos após a cirurgia de substituição protésica. Várias fontes,incluindodadosdoCDC–NationalHealthandNutritionExaminationSurvey,revelaram a alta prevalência de doença periodontal, sobretudo em doentes idosos.61 Infeções odontológicas podem atuar como um foco potencialmente perigoso de bactérias e, alguns estudosdemonstraramqueestasbactériaspodemsermicrobiologicamenteindistinguíveisde outroselementospatogénicosencontradosnoslocaisdeIPP.62Contudo,aindasedebatesobre 25 a utilidade da avaliação e tratamento pré-operatório de patologias odontológicas tendo em vista o garante de uma higiene oral adequada, de modo a prevenir a bacteriemia ou IPP em todososdoenteselegíveisparacirurgiadesubstituiçãoprotésica. Barrington et al. observaram que em 100 cirurgias de substituição protésica consecutivas, a avaliação pré-operatória revelou uma incidência de 23% de patologias odontológicas, mas nenhum paciente deste conjunto desenvolveu ILC ou IPP.63 Vários autores observaram que apenasumapequenapercentagemdeinfeçõesarticularespodemserseguramenteatribuídas apatogéneosouprocedimentosodontológicos.Laporteetal.examinaram,retrospetivamente, 2.973 doentes e notaram que, dos 52 doentes com infeções tardias somente em 3 houve associação nítida com procedimentos odontológicos.64 A base de incidência de infeção hematogéneatardiaemcirurgiadesubstituiçãoprotésicatemsidocalculadaentre<0.01%e 0.6%,compatogéneosoriginadosdefontesodontológicassendoentre0.04%e0.07%.65 Atualmente, não existem recomendações oficiais da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos(AAOS)noquedizrespeitoàcorreçãodeproblemasodontológicospreviamentea cirurgia de substituição protésica, para a prevenção de IPP.66 Contudo, excluindo evidências nítidasdesepsisoralemáhigieneoralextrema,nãoseencontrammuitasrazõesparasujeitar o paciente a uma avaliação e tratamento rotineiro para todos os doentes com anomalias odontológicas. Por outro lado, sinais e sintomas de infeção odontológica ativa devem ser apurados antes de submeter o paciente a cirurgia de substituição protésica. Um recente estudoprospetivodeTokarskietal.demonstrouqueaaplicaçãodeumquestionárioreduzido paraosdoentes,podeidentificarosfatoresderiscoparadoençasodontológicasativas.60Neste estudo, incluem-se como fatores de risco para uma higiene oral deficiente ou doença odontológica ativa: tabagismo, uso inadequado do fio dental, história de uma ou mais extrações dentárias, idade avançada, uso de narcóticos, e falta de acompanhamento odontológiconosúltimos12mesespréviosàaplicaçãodoquestionário.Oestudodemonstrou que os doentes com 4 dos 6 fatores de risco apresentaram um aumento de 4 vezes na incidência de má higiene oral. Com base neste estudo, uma avaliação oral seletiva fundamentadanaestratificaçãoderiscopareceserumaabordagemlógica. Questão3A:QualdeveseroprocedimentoparaapesquisadeportadoresdeEstafilococos aureusresistenteàmeticilina*(MRSA)eEstafilococosaureussensívelàmeticilina(MSSA)? Consenso: Ainda que este grupo seja da opinião que NÃO é recomendável executar um rastreio universal e descolonização de todos os doentes elegíveis para a cirurgia de substituiçãoprotésica,aceitaqueapesquisapré-operatóriaedescolonizaçãodeportadoresde MRSA e MSSA diminui a taxa de ILC e a incidência de infeções estafilocócicas e não estafilocócicas. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%,Contra:11%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Questão3B:QualdeveseroregimedetratamentoparaadescolonizaçãodeMRSAeMSSA? Consenso: Por uma curta duração, a forma de tratamento corrente mais aceite para a descolonizaçãodeMRSAe/ouMSSAéaaplicaçãonasaldemupirocina. VotaçãodosDelegados:AFavor:80%,Contra:11%,Abstenção:9%(ForteConsenso) 26 Justificação: ExtensaliteraturadocumentaconsistentementequeosdoenteshospedeirosdoEstafilococos aureus, mais frequentemente na porção anterior da narina, são como que reservatórios bacterianos,podendoagircomoagentesdecontágio,namedidaemquesãopotenciaisfontes deinfeçõeshospitalaresepós-operatórias.67 AtaxadecolonizaçãonasaldeS.aureustemsido extensivamentepesquisadaemdoentes,profissionaisdesaúdeenapopulaçãoemgeral.68,69 Kalmeijeretal.determinaramqueahospedagemnasaldealtosníveisdeS.aureusfoiofator maisimportante,eoúnicofatorderiscoindependenteesignificativoparaodesenvolvimento de ILC por S. aureus.70 Inúmeros estudos e revisões sistemáticas de literatura na área ortopédica e de cirurgia geral indicam que o número de ILC por S.aureus pode ser reduzido através da identificação e descolonização de hospedeiros nasais de S. aureus, durante o período de internamento.71,72 A descolonização cutânea anterior ao ato cirúrgico tem sido, desdemuito,objetodemuitadiscussão,comváriosmétodosaserpropostosparaoprocesso de erradicação. A pomada de mupirocina nasal tem sido bem aceite para a redução de hospedeiros nasais de MRSA. Porém, o uso prolongado do medicamento pode levar ao desenvolvimentoderesistênciabacteriana.67,73,74 Outros métodos de descolonização incluem a foto-desinfeção, o banho pré-operatório com gluconato de clorexidina (GCH), e a aplicação de soluções à base de iodo horas antes da cirurgia.LençosimpregnadoscomGCHa2%,eliminandoanecessidadedobanhologoantes dacirurgia,começaramaganharpopularidadeeproeminênciaentrealiteraturaortopédica.75 Questão4:OsprofissionaisdesaúdedevemserpesquisadosparacolonizaçãoporMRSAe MSSA? Consenso:NÃO.NãosejustificaorastreiorotineirodeMRSAeMSSAparaosprofissionaisde saúde. A pesquisa de MRSA/MSSA deve ser reservada aos profissionais com infeções bacterianassintomáticas. VotaçãodosDelegados:AFavor:82%,Contra:15%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: Tem havido muita controvérsia no que diz respeito aos profissionais de saúde serem transmissores de MRSA. Infeções sintomáticas por MRSA têm sido descritas entre os profissionais de saúde.76-78 A controvérsia assenta no benefício real do rastreio realizado em todos os profissionais de saúde. O Grupo de Trabalho em Infeções da Holanda recomendao rastreioemprofissionaisdesaúde,apósaexposiçãoadoentesMRSA-positivos;enquantoas sociedades de especialistas da Alemanha e América do Norte79-81 discordam. Oponentes ao rastreiodoMRSAchamamatençãoparaoriscodeestigmatizaçãodosprofissionaisafetados, exposição a procedimentos de descolonização potencialmente tóxicos e custos elevados do processo de rastreio82. Desta forma, aconselha-se um rastreio mais seletivo, em que se incluemapenasosprofissionaisdesaúdesintomáticos,aoinvésdeumrastreiouniversal.83 Questão 5: Qual o papel do rastreio urinário de rotina em doentes a serem submetidos a cirurgiadesubstituiçãoprotésica? 27 Consenso:OrastreiourinárioderotinaNÃOéobrigatóriaemdoenteselegíveisparacirurgia desubstituiçãoprotésica.Orastreiourinárioprévioacirurgiadesubstituiçãoprotésicaeletiva deve ser reservada para doentes com historial de ou sintomas de infeção do trato urinário (ITU). VotaçãodosDelegados:AFavor:74%,Contra:24%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: Infeçõesdotratourináriosãocausaspotenciaisdebacteriemiaeinfeçõespós-operatóriasda ferida cirúrgica, particularmente em doentes submetidos a cirurgia de substituição protésica eletiva. Doentes com análise e/ou cultura urinárias positivas são usualmente tratados com antibióticospreviamenteacirurgiaeletiva.Contudo,nãoestáclaroqueumaanáliseecultura urinária positiva, submetida a tratamento antibiótico subsequente, possa influenciar a incidência de infeção pós-operatória. Na literatura que concerne a cirurgia de substituição protésica,umestudonãoencontrouassociaçãosignificativaentreITUperioperatóriaeinfeção profundapóscirurgiadesubstituiçãoprotésica.84 Emoutroestudofoiobservadoquedoentes comITUassintomática,detetadaporanáliseeculturaurinária,apresentaramummaiorrisco de ILC pós-operatória, apesar do tratamento.85 A avaliação da relação custo-eficácia estimou que,anualmente,emedianteorastreiourinárioderotina,4.58infeçõespós-operatóriasem cirurgias não protésicas do joelho podem ser prevenidas. Contudo, cada infeção prevenida custaU$1,500dólares.86 Atualmente,aindanãoexistemestudosdarelaçãocusto-eficáciaou diretrizesdeorganizaçõesoficiaiscomoaSociedadeAmericanadeDoençasInfeciosasnoque diz respeito o rastreio urinário de rotina e tratamento antibiótico em todos doentes submetidos a cirurgia de substituição protésica.87,88 Desta forma, parece lógico destinar a pesquisa urinária e tratamento antibiótico apenas para os doentes com história de ITU recorrenteouparaaquelescomevidênciadesintomassugestivosdeinfeçãoativa. Questão 6: As drogas modificadoras do curso da doença (DMCD) devem ser interrompidas previamenteacirurgiadesubstituiçãoprotésicaeletiva? Consenso: Sim. As DMCD devem ser interrompidas previamente a cirurgia de substituição protésicaeletiva.Otempoparaainterrupçãodadrogadeveserbaseadonotipodemedicação específica e em cada paciente individualmente. A interrupção de medicações imunossupressorasdeveserassistidaeexecutadasoborientaçãodomédicoresponsável. VotaçãodosDelegados:AFavor:92%,Contra:5%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificativas: CombasenaextensarevisãopresentenabasededadosdoMedicare,osdoentescomArtrite Reumatoide (AR) apresentam riscos mais elevados de contrair IPP.89 A taxa de infeção entre doentescomARsubmetidosaprótesetotaldojoelho(PTJ)é1.6vezesmaiorqueemdoentes comosteoartrosesubmetidosaomesmoprocedimento.90Omaiorriscodeinfeçãoemdoentes com AR pode ser devido à terapia imunossupressora, incluindo os corticoides, como a prednisona,easDMCD,comoometotrexato.91,92Altasdosesdecorticoidesebloqueadoresdo Fator de Necrose Tumoral (Anti-TNF), utilizados no período de 1 ano prévio à cirurgia, demonstraramumaumentodoriscodeinfeçãosubsequente.93,94 Doisestudos,umdosquais prospetivo,randomizadoecontrolado(RCT),nãodetetaramdiferençaquernascomplicações daferidacirúrgica,quernataxadeinfeçãoentredoentessubmetidosacirurgiadesubstituição 28 protésica que continuaram ou que interromperam o uso de metotrexato previamente à cirugia.95,96 Por outro lado, outros 2 estudos, um dos quais prospetivo não randomizado, mostrou uma taxa aumentada de ILC e IPP em doentes que continuaram o uso de DMCD previamente a cirurgia de substituição protésica.94,97 Nós recomendamos que o controlo das DMCD seja baseado na sua meia-vida. A Associação Canadiana de Reumatologia recomenda que o uso destas drogas seja interrompido previamente ao ato cirúrgico por um período equivalentea3-5vezesasemi-vidadecadasubstânciaespecífica,períodoestequepodedurar Medicação MeiaVida* Anti-inflamatóriosnãoEsteroides (AINE) 2-17Horas Recomendação Interromperamedicaçãonasemanaantesda cirurgia Interromperamedicação1semanaantesda cirurgia Metotrexato 0.7-5.8Horas Sulfassalazina Azatioprina 5-7.6 Horas Leflunomida ~2Semanas Manteraté6semanasantesdacirurgia 1-2Meses Manteratéaodiadacirurgia(inclusive) Hidroxicloroquina (Doentescomdisfunçãorenal,suspender2semanasantesda cirurgia) Reiniciar2semanasapósacirurgia Interromperamedicaçãoumasemanaantesda cirurgia 98 de 0 a 3 meses. É importante observar que os corticoides não devem ser interrompidos abruptamentedevidoaoriscodeinduziradeficiênciadecortisol,decorrentedasupressãodo eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal. A interrupção da medicação imunossupressora deve ser feitasoborientaçãoecontrolodoclínicoresponsável. NaTabelaabaixopodemosverasrecomendaçõesparainterrupçãodemedicamentosDMCD, emfunçãodasuameia-vida. AgentesModificadoresdaRespostaBiológica Etanercept 4.3Dias Manterpelomenosaté1.5semanasantesda cirurgia Infliximab 8-10Dias Manteraté3semanasantesdacirurgia Golimumab Tocilizumab Abatacept Adalimumab Certolizumab 12-14Dias Manteraté1mêsantesdacirurgia Rituximab 21Dias Manteraté2mesesantesdacirurgia AgentesAntigotosos Alopurinol Colchicina Probenecid 1-2Horas 26-32Horas 26-32Horas Interromper1semanaantesdacirurgia 29 7B: Em doentes com artrite séptica prévia, que estratégias devem ser adotadas para minimizaroriscodeIPPsubsequente? Consenso: TODOS os doentes com artrite séptica prévia deverão submeter-se a avaliação sorológicaeaspiraçãoarticularpreviamenteacirurgiadesubstituiçãoprotésica,sempreque possível. VotaçãodosDelegados:AFavor:84%,Contra:14%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Consenso:Aindaqueomomentoidealparaarealizaçãodacirurgiadesubstituiçãoprotésica eletiva num doente com artrite séptica prévia necessite de mais pesquisas, os cirurgiões devem assegurar-se que não existe nenhuma evidência de infeção ativa, realizando culturas intraoperatórias. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%,Contra:14%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Consenso:Duranteaartroplastiaemqueocimentoósseoéutilizado,antibióticosdevemser adicionadosaocimento. VotaçãodosDelegados:AFavor:90%,Contra:5%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Consenso: Para o caso das culturas intraoperatórias serem positivas, recomenda-se o uso prolongadodeantibióticos. VotaçãodosDelegados:AFavor:93%,Contra:5%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: A Artrite Séptica pode acarretar destruição rápida da cartilagem articular e resultar em osteoartrose avançada. Os Estafilococos são a causa mais frequente de infeção articular bacteriana, e o S.aureus é um agente etiológico primário com forte incidência de casos no Reino Unido, França e Austrália.99-101 Marcadores inflamatórios tais como a Velocidade de Sedimentação(VS)eProteínaCReativa(PCR)sãohabitualmentedoseadosparaaavaliaçãode doentescomartriteséptica.102-104 Arelevânciadestesmarcadores,naavaliaçãodaerradicação doestadoinfeciosoemdoentescomartritesépticaprévia,aindanãoéconhecido.Emalguns doentescomartritesépticapréviaestesmarcadoresapresentaramvaloresnormais.Portanto, amaioriadosdoentescomartritesépticapréviadevemsersubmetidosàaspiraçãoarticular antes da realização da artroplastia eletiva. As amostras devem ser enviadas para cultura, contagem total de leucócitos e contagem diferencial de neutrófilos. Alguns especialistas também realizam o doseamento do nível de glicose, procalcitonina, assim como outros parâmetros para a verificação da existência de processo infecioso. O nível de limiar para qualquer um dos parâmetros mencionados para o diagnóstico da infeção persistente nesses doentesédesconhecido,mascombasenaliteraturadeartroplastia,umacontagemdecélulas >3,000 céls/μl e um diferencial de neutrófilos > 80% podem indicar uma infeção activa.105,106 Duranteaartroplastiaeletiva,devemsercolhidasváriasamostrasparacultura(3-5).106,107Caso o cimento ósseo seja utilizado, o cirurgião deve considerar a adição de antibiótico com espectro de ação adequado para cobrir os patogéneos isolados previamente. A dose de antibiótico adicionada deve ser baixa para manter as propriedades mecânicas do cimento. Doentes com culturas positivas devem ser tratados com os devidos antibióticos para uso prolongado,apósaartroplastiaeletiva.Doentesnosquaisaanálisedolíquidosinovialrevela umapercentagemdeneutrófilosaumentado,e/ouaumentodacontagemtotaldeleucócitos, devem ter o período de incubação das culturas estendido, na expectativa de isolar o 30 patogéneo responsável pela infeção. Nestes doentes, torna-se necessário, ponderar a utilizaçãodaPolimeraseChainReaction,ououtrosmarcadoresmoleculares. 31 Referências: 1. Cherney DL, Amstutz HC. Total hip replacement in the previously septic hip. J Bone Joint SurgAm.1983;65(9):1256-1265. 2. Jupiter JB, Karchmer AW, Lowell JD, Harris WH. Total hip arthroplasty in the treatment of adulthipswithcurrentorquiescentsepsis.JBoneJointSurgAm.1981;63(2):194-200. 3.CruessRL,BickelWS,vonKesslerKL.Infectionsintotalhipssecondarytoaprimarysource elsewhere.ClinOrthopRelatRes.1975(106):99-101. 4. del Sel HJ, Charnley J. 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The OSIRIS CollaborativeStudyGroup.JClinMicrobiol.1998;36(10):2932-2939. 37 GrupodeTrabalho2:PreparaçãoCutâneaPerioperatória Mediador: AnthonyTTokarski,BS Coordenadores: DavidBlaha,MD,MichaelA.Mont,MD,ParagSanchetiMS,DNB,MCh Delegados: Lyssette Cardona MD, MPH, MHA, AAVIHS, FIDSA, Gilberto Lara Cotacio MD, Mark Froimson MD, Bhaveen Kapadia MD, James Kuderna MD, PhD, Juan Carlos López MD, Wadih Y Matar MD,MSc,FRCSC,JosephMcCarthyMD,RhidianMorgan-JonesMBBCh,FRCS,MichaelPatzakis MD, Ran Schwarzkopf MD, Gholam Hossain Shahcheraghi MD, Xifu Shang MD, Petri VirolainenMD,PhD,MontriD.WongworawatMD,AdolphYatesJr,MD Questão1A:Existelugarparaalimpezadepelepré-operatóriacomumantisséptico? Consenso:Sim.Aantissepsiapré-operatóriadapelecomgluconatodeclorexidina(GCH)deve ser realizada. Na presença de hipersensibilidade ao GCH, ou quando não disponível, o consensoéquetambéméapropriadoousodosabãoantisséptico. VotaçãodosDelegados:AFavor:90Contra:8%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Questão1B:Quetipoequandodeveserrealizadaalimpezadepelepré-operatóriacomum antisséptico? Consenso:Recomenda-sequealimpezadepeledetodoocorposejainiciadapelomenosna noiteanterioracirurgiadesubstituiçãoprotésicaeletiva.Oconsensoéque,apósobanho,os doentes sejam aconselhados a dormir com roupas e lençóis limpos, sem aplicar qualquer produtotópico. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%,Contra:10%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Banhooulimpezapré-operatória: Duas metanálises de 7 estudos controlados e randomizados (ECR), realizadas pelo grupo Cochranechegamàconclusãoqueobanhopré-operatóriocomGCHnãoreduzataxadeILC quandocomparadoàsituaçãosemobanho(3ECR)ouplacebo(4ECR).1 Doisoutrosestudos observacionais usando lençóis impregnados com GCH em doentes submetidos a cirurgia de substituição protésica, demonstraram uma redução não estatisticamente significativa na incidência de ILC.2, 3 Numa série prospetiva de doentes consecutivos que utilizaram lençóis impregnadoscomGCHnodiaanteriorepelamanhãdaPTA,Johnsonetal.concluíramqueos doentesqueaderiramaesteprotocoloapresentarammenortaxadeILCquandocomparados aos que não aderiram ao protocolo.2 Estes resultados foram reproduzidos, utilizando-se o mesmoprotocolo,paraaprótesetotaldojoelho(PTJ).3 Emnenhumdos2estudososdoentes foram randomizados para receber ou não o tratamento, porém, os autores compararam os doentesqueaderiramtotalmenteaoprotocolocomaquelesquenãoaderiram.Doentescom adesãoparcialaoprotocoloforamexcluídosdeambososestudos. 38 ClorexidinaeorganismosresistentesàMeticilina(Oxacilina): UmarevisãosistemáticadeliteraturaconduzidaporKarkietal.Revelouque,numametanálise dedoisestudosdotipoantes/depois,adesinfeçãocutâneacompanodebanhoimpregnado com GCH, sem enxaguamento, foi efetiva na redução do risco de colonização da pele por Estafilococos aureus resistente à meticilina (MRSA) no ambiente de Unidade de Cuidados Intensivos. Contudo, uma metanálise de 4 estudos tipo antes/depois não mostraram evidências que os panos de banho impregnados com GCH reduzam o risco de infeção por MRSA.4 Outros estudos mostraram que a desinfeção com GCH leva à menor taxa de colonização por MRSA no ambiente hospitalar.5,6 Um estudo caso-controlo que avaliou o protocolo de mupirocina nasal por 5 dias e a desinfeção cutânea com um pano de banho impregnado com GCH (iniciado no dia prévio a cirurgia e estendendo-se até 1-3 dias pósoperatórios) numa população cirúrgica não geral, afirma estatisticamente uma diminuição significativadataxade ILCporMRSAnosdoisanosqueseseguiramàimplementaçãodeste protocolo.7 Contudo,nestesestudosospanosdebanhoimpregnadoscomGCHforamapenas partedeumprotocolomaisvastodedescolonizaçãodoStaphlylococcusaureus.Destemodo, nãoépossível,isoladamente,precisaroimpactodadescolonizaçãoouusodepanosdebanho impregnadosemGCH. Timingdobanhooulimpezapré-operatória: Nenhumestudosefocounoimpactodotimingidealdalimpezapré-operatóriacomagentes antissépticos. Alguns estudos implementaram protocolos de lavagem do local cirúrgico na noiteanteriorenamanhãdodiacirúrgico3,8,9,enquantooutrosprotocolostêmcontinuadoa práticadalimpezalocalatéoterceirodiapós-operatório.7 Um estudo realizado com uma pequena amostra de voluntários observou a diminuição da colonizaçãomicrobianacomalavagemcomGCHduranteumperíodode5dias.3,7Atualmente, o CDC recomenda que o banho pré-operatório se inicie pelo menos na noite anterior à cirurgia.10 Deve ter-se o cuidado de aconselhar adequadamente os doentes para que não façam lavagem excessiva com o GCH, visto que os estudos não sugerem benefícios de tal prática,podendoatécausarirritaçãodapele.11,12 Limpezadecorpointeirovs.Limpezarestritaaolocalcirúrgico: UmECRcomumagrandeamostramostrouquealimpezadecorpointeirofoimaisefetivana reduçãodataxadeILC,quandocomparadaalimpezarestritadolocalcirúrgico.13 Recomendasequealimpezacutâneadecorpointeirosejarealizadapré-operatoriamente. Questão2:Qualoagenteideal,sealgum,paraapreparaçãocutâneadolocalcirúrgico? Consenso: Não existem diferenças nítidas entre os vários agentes utilizados na preparação cutânea. Existe indícios que a combinação de agentes antissépticos com álcool pode ser importanteparaaantissepsiacutânea. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%,Contra:8%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: Agenteidealparapreparaçãocutânea: 39 AindaqueserecomendepreferencialmenteoGCHparaaprevençãodeinfeçõesrelacionadas acateteresendovenosos,14 atualmenteoCDCnãorecomendaousoespecíficodeumagente ou outro para a prevenção de ILC.10 Quando comparados diretamente, os resultados são discordantes em relação a mostrar provas de eficácia entre o GCH ou a Iodo-povidona, na antissepsiacutâneaenadiminuiçãodataxadeILC.NumvastoECRmulticêntrico,Darouicheet al. demostraram que o GCH alcoólico apresentou uma redução significativa na taxa de ILC quando comparado à Iodopovidona aquosa para lavagem e pintura cirúrgica. No entanto, a preparação de iodo não apresentava solvente alcóolico.15 Por outro lado, num estudo institucional,observacional,controladodedoentesdecirurgia-geral,Swensonetal.apuraram quequandoseutilizavaálcool(comosolventeparalavagemseguidadepinturacomiodo),os doentes preparados com Iodopovidona apresentaram menor taxa de ILC.16 Outros estudos mostraram que não existem diferenças na taxa de ILC em doentes preparados com GCH ou Iodopovidona.17,18 Até ao presente momento não estão disponíveis estudos prospetivos randomizadoscomparandootipodepreparaçãocutâneaemdoentessubmetidosacirurgiade substituição protésica. Logo, nós temos provas insuficientes para sugerir um agente preferencialparaaprevençãodeILCemcirurgiaeletivadesubstituiçãoprotésica. Álcooléumagenteimportanteparaaantissepsiacutânea: Oálcooléutilizadocomoumantissépticodevidoàsuaaçãoantimicrobianaquaseimediata.10 Uma revisão sistemática de 5 ECR concluiu que as fórmulas alcoólicas do GCH foram mais eficazesnaprevençãodeILCdoqueassoluçõesaquosasdeiodo-povidonae,noutrosestudos, nãoforamencontradasprovasconclusivasquantoàmaioreficáciadassoluçõesalcoólicasde GCHemrelaçãoàssoluçõesaquosasoualcoólicasdeiodo-povidona.19 Aindaquesejapossível reconhecerasuperioridadedoGCHsobreaiodo-povidona,ésugeridoque,qualquerumdos agentesutilizadossejadissolvidoemálcool.Contudo,deveserobservadootemponecessário paraasecagemdeprodutosàbasedeálcool,umavezqueincêndiostêmsidorelatadosem ambientecirúrgico.10,20 Questão3A:Qualométodoadequadoparaatricotomia? Consenso: Aparar em vez de rapar com lâmina é o método preferencial para a remoção de pelos.Nãopodemosrecomendarcontraouafavordousodecremesdepilatórios. VotaçãodosDelegados:AFavor:92%,Contra:3%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Questão3B:Quandoatricotomiadeveserrealizada? Consenso:Senecessária,atricotomiadeveserrealizadatãopróximadoiníciocirurgiaquanto possível. VotaçãodosDelegados:AFavor:94%,Contra:4%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: Apararéamelhorformaderemoçãodepelos: Preocupaçõesquantoàtricotomiacomlâminastêmsidolevantadasumavezqueasabrasões ocasionadas por este processo podem tornar-se locais de desenvolvimento bacteriano. Uma revisão sistemática recente de ensaios randomizados e quasi-randomizados, concluíram que 40 somente aparar os pelos reduziu a taxa de ILC quando comparado com a remoção com lâminas.21 Muitosoutrosestudos,salientamasuperioridadedoaparamentosobrearapagem, quando utilizada a ILC como desfecho.22-24 Algumas instituições utilizam agentes depilatórios paraapreparaçãodapele. Atricotomiadeveserfeitalogoantesdoprocedimentocirúrgico: Nãoexistemprovasnaliteraturaatualquedeterminemotipoetempomaisadequadoparaa remoçãodepelosdolocalcirúrgico.Umestudoqueinvestigouosefeitosdaremoçãodepelos nanoiteanterioracirurgiacomparadocomaremoçãofeitanodiadacirurgia,encontrouque oatodeapararospelosnamanhãdodiacirúrgicoesteveassociadocommenortaxadeILC.25 Uma outra revisão retrospetiva traz à luz que rapar os pelos imediatamente antes do procedimentocirúrgicoesteveassociadaaumamenortaxadeILCcomparadacomraparnas 24oumaishoraspréviasaoatocirúrgico.Porém,esteestudonãoincluiudoentesnosquaisos pelos foram somente aparados, e foi delineado para testar o efeito da rapagem versus a remoçãopordepilação.26 OCDCrecomendaanãoremoçãodospelospré-operatoriamente,a menosqueaquelesmaispróximosounolocalcirúrgicopossaminterferircomoatocirúrgico. Se a remoção de pelos for necessária, ela deverá ser realizada imediatamente antes da cirurgia, preferencialmente com barbeadores elétricos.10 Dada a falta de pesquisa específica emrelaçãoaoambienteemquearemoçãodospelosdevaserrealizada,recomendamosque ela deve ser feita no hospital, o mais próximo possível do horário da cirurgia pela própria equipa cirúrgica ou enfermeiras treinadas. Se possível, sugerimos que a tricotomia seja feita foradasalacirúrgica. Questão 4: Que considerações especiais devem ser observadas em doentes portadores de lesõescutâneas? Consenso:AcirurgiadesubstituiçãoprotésicaeletivaNÃOdeveserrealizadaemdoentescom ulceraçõescutâneasativasnavizinhançadolocalcirúrgico.Onossoconsensoéqueasincisões nãodevemserfeitasatravésdelesõesativasdapele.Paraalgumaslesões,taiscomoeczemae psoríase,acirurgiadeveseradiadaatéqueaslesõescutâneassejamtratadas. VotaçãodosDelegados:AFavor:96%,Contra:2%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: CirurgiadesubstituiçãoprotésicaeletivaemDoentescomUlceraçõesCutâneasAtivas: A literatura ortopédica não possui muitos estudos que avaliam a ILC em doentes com ulceraçõescutâneasativas.Mas,umestudoprospetivomostrouqueulceraçõesativasdapele são um fator de risco significativo para a infeção da ferida cirúrgica.27 Desta forma, o que recomendamos é que a cirurgia de substituição protésica eletiva não deva ser realizada em doentes com ulcerações cutâneas ativas que abarquem o campo cirúrgico (ulcerações ativas sãodefinidascomoruturadabarreiracutânea,excluindo-searranhadurassuperficiais). Incisõescirúrgicasatravésdelesõeseczematosasoupsoriáticas: Domesmomodo,tambémnãoexistemestudosqueavaliemoriscodeILCquandoasincisões sesituamsobrelesõeseczematosasepsoriáticas.Algunsestudosretrospetivosrelataramaltas taxas de ILC e IPP em doentes cujo diagnóstico incluía psoríase ou eczema.28,29 Contudo, estudos posteriores não avaliaram se o aumento do risco de ILC está relacionado com a 41 localização da incisão propriamente dita ou ao estado de imunossupressão dos doentes portadores destas afeções cutâneas. Em função dos relatos de resultados inferiores, assim como da carga bacteriana aumentada na pele psoriática,30 a realização de incisões cirúrgicas sobre lesões psoriáticas ou eczematosas deve ser evitada, se possível. Para estes doentes, a cirurgiadeveseradiadaatéqueestaslesõessejamtratadas. Questão5A:Comoocirurgiãoeaequipacirúrgicadevemlavarasmãos? Consenso:Ocirurgiãoetodaaequipadesalacirúrgicadevemlavarmecanicamenteasmãos comumagenteantissépticoporumperíodomínimode2minutosparaaprimeiracirurgia.Um tempomaiscurtopodeserapropriadoparaascirurgiassubsequentes. VotaçãodosDelegados:AFavor:71%,Contra:24%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Questão 5B: Qual agente deve ser utilizado para a lavagem da mão do cirurgião e assistentes? Consenso:Nãoexistediferençanítidaentreosdiversosagentesantissépticosnalavagemdas mãos. VotaçãodosDelegados:AFavor:80%,Contra:15%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Duraçãodalavagemdasmãos: Uma revisão de literatura realizada por Tanner et al. avaliou 4 ECR comparando durações diferentes de antissepsia cutânea da equipa cirúrgica.31-34 Todos os estudos utilizaram como desfechoprimárioasUnidadesFormadorasdeColónias(UFC)presentesnasmãosdaequipa cirúrgica,enãoataxadeILC.Umestudonãoencontroudiferençaentrelavagenscomduração de 2-3 minutos e 1 minuto, realizadas com água e sabão.3.4 Outra pesquisa encontrou que a lavagempor1minutoseguidapor3minutosesfregandoasmãoscomálcoolfoimaisefetiva na redução de UFC quando comparada ao esfregar as mãos por 5 minutos.31 Pereira et al. concluíram que a lavagem inicial durante ambos, seja 5 ou 3 minutos, com GCH ou iodopovidonaforamigualmenteeficientesnareduçãodasUFC.32,35Asrecomendaçõesatuaissobre aduraçãodaantissepsiadasmãossãovariáveis.OCDCrecomenda2-5minutos,10 enquantoa AssociationofPerioperativeRegisteredNursesdeterminaquealavagempor3-4minutosétão efetivaquantoalavagempor5minutos.36Baseando-senavariabilidadeexistentenaliteratura atual, recomendamos que a antissepsia cirúrgica das mãos tenha uma duração mínima de 2 minutos. Para a primeira cirurgia nós recomendamos a lavagem mecânica (com escovas cirúrgicasoulavagemcomáguaesabão)porumperíodomínimode2minutos.Nãohánítidas evidências que suportem a utilidade de um método específico de lavagem das mãos para as cirurgias subsequentes. Se existir o risco de contaminação, deve ser repetido o mesmo processoutilizadoparaaprimeiracirurgia. Agentemaisadequadoparalavagemdasmãos: Os resultados em relação ao agente mais efetivo para a antissepsia das mãos são inconclusivos.Somenteumde10ECRavaliadosnarevisãosistemáticafeitaporTanneretal.33 reportouaILCcomodesfechoprimário.Umamploestudocross-over,multicêntrico,deanálise 42 deequivalênciaporagrupamento(equivalence-cluster),comaILCcomodesfecho,demonstrou que o método tradicional de lavagem das mãos (por 5 minutos) com a utilização de agentes aquosos(GCH4%ouiodo-povidona4%)foramigualmenteefetivosnareduçãodaincidência deILCquandocomparadocomalavagempor1minutocomsabãoantisséptico,noiníciodo dia, seguida do método de somente esfregar as mãos com álcool. A eficácia do GCH comparadoaoiodo-povidonanãofoidiretamentetestada,umavezquecadainstituiçãopôde escolher o agente incluído no protocolo.37 Um estudo observacional, retrospetivo, que determinouainfeçãodaferidacirúrgicacomodesfechoprimário,nãodetetoudiferençaentre a lavagem com produto de base alcoólica e a escovagem tradicional por 6 minutos. Mas, os autoresnãodescrevemoprotocoloouoagenteutilizadonogrupodelavagemtradicional.38 43 Referências: 1. Webster J, Osborne S. Preoperative bathing or showering with skin antiseptics to prevent surgicalsiteinfection.CochraneDatabaseSystRev.2012;9:CD004985. 2. Johnson AJ, Daley JA, Zywiel MG, Delanois RE, Mont MA. Preoperative chlorhexidine preparationandtheincidenceofsurgicalsiteinfectionsafterhiparthroplasty.JArthroplasty. 2010;25(6Suppl):98-102. 3. Zywiel MG, Daley JA, Delanois RE, Naziri Q, Johnson AJ, Mont MA. Advance pre-operative chlorhexidinereducestheincidenceofsurgicalsiteinfectionsinkneearthroplasty.IntOrthop. 2011;35(7):1001-1006. 4. 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Godefroy MD, Paul Holham MD, HamidHosseinzadehMD,KangIIKimMD,PhD,KlausKirketerp-MøllerMD,LarsLidgrenMD, PhD,JianHaoLinMD,JessHLonnerMD,ChristopherCMooreMD,PanayiotisPapagelopoulos MD,LazarosPoultsidesMD,MSc,PhD,RLorRandallMD,BrianRoslundPharmD,KhalidSaleh MDMSCFRCSCMHCM,JuliaVSalmonMD,EdwardSchwarzPhD,JoseStuyckMD,AnnetteW DahlMD,KojiYamadaMD Questão1:Qualomomentoidealdadosepré-operatóriadeantibióticos? Consenso:Adosepré-operatóriadeantibióticosdeveseradministradadentrodoperíodode1 hora da incisão cirúrgica, que pode ser estendido até 2 horas quando da utilização de vancomicinaefluoroquinolonas.Alémdisto,medidasdevigilânciasãocríticasparagarantiro compromissodomédicocomesteobjetivo. VotaçãodosDelegados:AFavor:97%,Contra:2%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: O fundamento para a utilização racional dos antibióticos profiláticos é inibir ou mesmo eliminar micro-organismos contaminantes que ganham acesso ao local cirúrgico durante o procedimento e assim reduzir a probabilidade da ocorrência de infeção. Logo, o objetivodaadministraçãopré-operatóriadeantibióticoséalcançaraconcentraçãoadequada nos tecidos (sangue, partes moles e tecido ósseo) no próprio momento da incisão cirúrgica, que exceda a concentração inibitória mínima (CIM) para os organismos mais prováveis de seremencontradosaolongodetodaacirurgia.Istodependedoantibióticoutilizado.Háum grandenúmerodeestudosquevalidamaimportânciadadosepré-operatóriadeantibióticos na redução da taxa de ILC e IPP. Contudo, as opiniões são contraditórias em relação ao momento ideal para esta dose. Alguns estudos sugerem que o período de 2 horas prévios à incisãoéomelhor,enquantooutrosrecomendamatomadosantibióticosomaispróximodo início da incisão quanto possível. Várias diretrizes institucionais apoiam a toma da dose préoperatória dentro de 1 hora, como uma medida parte do Surgical Care Improvement Project (SCIP).Alémdestasdiretrizes,éigualmenteimportanteaadoçãodemedidasdevigilânciaque documentemaadesãoaestesprotocolos. A Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos (AAOS), o Centre for Disease Control and Prevention (CDC) e diretrizes do SCIP recomendam que os antibióticos profiláticos sejam completamenteinfundidosematé1horapréviaàincisãocirúrgica.1ArecomendaçãodaAAOS para o uso de antibiótico profilático endovenoso (EV) em cirurgia de substituição protésica eletiva (recomendação 2) afirma que “o tempo e dosagem da administração de antibiótico deveotimizaraeficáciaterapêutica.Antibióticosprofiláticosdeverãoseradministradosdentro 46 do período de 1 hora antes da incisão cirúrgica.” Devido ao maior tempo de infusão, vancomicinaefluoroquinolonasdevemseriniciados2horasantesdaincisãocirúrgica.Quando ogarroteproximaléusado,oantibióticodevesercompletamenteinfundidoantesdogarrote ser insuflado.2 O US advisory statement recomenda que a antibioterapia profilática seja administradadentrodeumahoraantesdaincisão,einterrompida24horasapósotérminoda cirurgia,3 enquantoasdiretrizesEuropeiasrecomendamumadoseúnica30minutosantesda incisão.4 Tempomenorque2horas: O artigo de referência neste tema avaliou o tempo de administração de antibióticos profiláticoseoriscodeILCemcirurgiaslimpaselimpas-contaminadasrealizadasnumgrande hospital comunitário.5 Este estudo envolveu 2,847 doentes, dos quais 313 (11%) foram submetidosasubstituiçãoarticularprotésica.Osautoresverificaramqueataxadeinfeçãofoi inferior em doentes que receberam antibiótico entre 0 e 2 horas antes da incisão.5 Especificamente, de 1,708 doentes que receberam antibióticos profiláticos neste intervalo, somente 10 (0.6%) desenvolveram ILC subsequente, comparados com 14 (3.8%) de 369 doentes que receberam antibióticos entre 2 a 24 horas pré-operatórias, 4 (14%) de 282 doentes que receberam antibióticos dentro de 3 horas após a incisão e 16 (3.3%) de 488 doentes que receberam antibióticos 3 a 24 horas após a incisão. Contudo, este estudo foi realizadoentre1985e1986,quandohaviaconsiderávelvariaçãonotempodeadministração dos antibióticos profiláticos e somente 35% dos doentes receberam a dosagem dentro do padrão atual de 1 hora antes da incisão. Além disto, este estudo não encontrou diferença significativanataxadeILCquandoosantibióticosforamadministradosentre1e2horasantes da incisão cirúrgica, comparado com antibióticos administrados entre 0 e 3 horas pósoperatórias. Tempomenorque1hora: O Projeto Nacional de Prevenção de Infeção Cirúrgica do Medicare organizou o encontro SurgicalInfectionPreventionGuidelineWritersWorkgroup(SIPGWW)queutilizoualiteratura disponívelparaelaborarumdocumentodeconsenso.AposiçãodoSIPGWWéqueainfusão daprimeiradosedeantimicrobianodevaseriniciadadentrode60minutospréviosàincisão.3, 6 Galandiuk et al. harmonizaram os resultados de dois ECR que compararam a profilaxia antibiótica (com dose única de piperacilina ou doses múltiplas de cefoxitina) em procedimentos cirúrgicos eletivos do trato gastrointestinal. Os autores chegaram, então à conclusãoque,entreoutrosfatorespreditivosnegativos,aadministraçãodoantibióticonum período de tempo maior que 60 minutos pré-operatoriamente esteve associada com taxas maisaltasdecomplicaçõesinfecciosas.7 Num grande estudo de coorte retrospetivo, que utilizou dados do National Veterans Affairs sobre profilaxia antibiótica em 32.459 procedimentos cirúrgicos, realizados no período entre 2005 e 2009, Hawn et al. deduziram que maior taxa de ILC esteve associada com a administração de antibióticos num intervalo superior a 60 minutos prévios à incisão [Odds ratio(OR)nãoajustado1.34,intervalodeconfiança95%(IC95%)1.08-1.66]comparadacom procedimentosnosquaisosantibióticosforamadministradosdentrodoperíodode1horada incisão. Contudo, em modelos aditivos ajustados para paciente, procedimento, e variáveis relacionadas aos antibióticos, nenhuma associação significativa foi observada entre o tempo deprofilaxiaeinfeçãodolocalcirúrgico.8 Tempoentre30-60minutos: 47 Dadosestatísticosprospetivosdeumúnicohospitalacadémico,queanalisouaincidênciade ILCemfunçãodotempodeadministraçãodoantibiótico,numasériede3,836procedimentos cirúrgicos consecutivos, Weber et al. depreenderam que a administração de dose única profilática de cefuroxima é mais efetiva quando realizada entre 30-59 minutos antes da incisão, do que quando administrada nos últimos 30 minutos. A taxa média de ILC para esta coorte mista de procedimentos cirúrgicos vasculares, gerais e ortopédicos, foi 4.7% (180), sendo que os antibióticos profiláticos foram administrados dentro dos 30 minutos finais em 59%detodososprocedimentos.Aanálisederegressãologísticamúltiplamostrouumgrande aumento da probabilidade de ILC quando a profilaxia antibiótica ocorreu em menos de 30 minutos(RiscoRelativoestimadoOR2.01;ORajustada1.95,95%IC,1.4-2.8;p<0.001)eentre 60e120minutos(RiscoRelativoestimadoOR1.75;ORajustada1.74;95%IC1.0-2.9,p=0.035) quandocomparadascomointervalodereferênciaentre30e59minutosantesdaincisão.9,54 Tempomenorque30minutos: Num amplo estudo observacional prospetivo multicêntrico, que aprofundou a relação entre tempodeadministraçãodoantibióticoeriscodeILC,Steinbergetal.deduziramqueoriscode ILCaumentoudeformaprogressivanamedidaemqueaumentouointervalodetempoentrea infusão de antibiótico e a realização da incisão. Os autores analisaram a profilaxia antimicrobiana de 4.472 cirurgias cardíacas, artroplastia da anca ou joelho e histerectomia, alocadas ao acaso, realizadas em 29 diferentes hospitais, e avaliadas quanto a taxa de ILC através da metodologia do National Nosocomial Infections Surveillance. Quando os antibióticos que requerem tempo estendido de aplicação (vancomicina, por exemplo) foram excluídos, o risco de infeção subsequente à administração de antibióticos dentro de 30 minutos foi de 1.6%, comparado com 2.4% quando a administração foi feita entre 31 e 60 minutosantesdacirurgia(OR1.74;95%IC0.98-3.04).10 NoutrorecenteestudoobservacionalmulticêntriconaHolanda,queconsiderouosfatoresde risco para infeções pós-operatórias em 1,922 próteses totais da anca (PTA), os autores encontraramumpadrãosimilardediminuiçãodataxadeinfeçãonosdoentesquereceberam aprofilaxiadentrodotempode30minutospréviosàincisão,emboranãotenhaatingidoum nível de significância estatística.4 Os autores recolheram informações sobre ILC e fatores de risco potenciais relacionados à profilaxia, paciente e procedimento de 11 hospitais que participaram do Surgical Prophylaxis and Surveillance Intervention Project, e utilizaram a análisederegressãologísticamúltiplaparaidentificarasvariáveispreditivasdeILC.Apesarde não ter havido uma tendência estatisticamente significativa para menor taxa de infeção em doentesquereceberamprofilaxia30minutosantesdacirurgia,ooddsratio(OR)maiselevado paraILCfoiencontradoemdoentesquereceberamprofilaxiaapósaincisão(OR2.8,95%CI 0.9-8.6,p=0.07)eaduraçãodacirurgia(prolongada)foioúnicofatorderiscosignificativopara ILCsubsequenteàPTA. TempocomousodeGarrote: Num ECR de 22 doentes no qual a profilaxia com cefuroxima foi administrada em diferentes intervalos (5, 10, 15, ou 20 minutos) antes de insuflar o garrote, em prótese total do joelho (PTJ),Johnsonetal.mediramosníveisdeantibióticonoossoenotecidoadipososubcutâneo durante o ato operatório. Encontraram que o intervalo de 10 minutos prévios ao ato de insuflar o garrote foi necessário para obter uma profilaxia adequada. Ainda que os doentes apresentassemníveisadequadosnoossoaos5minutos,umperíododetempode10minutos 48 ou mais foi necessário para que os doentes apresentassem níveis terapêuticos no tecido celularsubcutâneo.11 UmoutroECRsimilar,24doentessubmetidosaPTJforamrandomizados pararecebercefazolina1,2,ou5minutosantesdainsuflaçãodogarrote.Amostrasséricas,de partes moles, e do tecido ósseo foram submetidas a doseamento da concentração de cefazolina [definida como 4xCIM 90 (CIM 90=1 micrograma/ml)]. A percentagem média da penetração de cefazolina nas partes moles e osso para os grupos de 5, 2 e 1 minuto foi respetivamentede14.5%e4.6%,6.7%(partesmoles)e3.0%,5.9%e4.6%(osso).Osautores observaramaindaqueapercentagemdedoentesqueatingiramonívelde4xCIM90paraas partesmoleseosso,foimaiornogrupode5minutos,quandocomparadoaosgruposde2ou 1 minuto.12 Num outro estudo prospetivo, Soriano et al., randomizaram 908 doentes submetidos a PTJ para receber 1.5 g de cefuroxima 30 minutos antes de insuflar o garrote e placebo 10 minutos antes da libertação do garrote (grupo padrão), ou placebo 30 minutos antesdeinsuflare1.5gdecefuroxima10minutosantesdeliberarogarrote(grupocontrole). Não houve diferença entre os doentes com respeito aos diferentes fatores de risco para ILC/IPP. Os autores não encontraram diferença significativa na incidência de infeção para o grupo padrão (3.6%) e para o grupodecontrolo (2.6%)atéumseguimentode12meses.Os autoresconcluíramqueaadministraçãodeantibióticoslogoantesdaretiradadogarrotenão foiinferioraoregimeprofiláticopadrão.13 MedidasdeVigilância: Num estudo que examinava o impacto de um novo projeto nacional para reduzir a taxa de infeção em cirurgias artroplásticas na Suécia, Dahl et al. encontraram que somente 57% dos doentes receberam antibióticos pré-operatórios durante o intervalo recomendado pelo projeto.Em2009,apósaintroduçãodousodochecklistpelaOrganizaçãoMundialdaSaúde,e de um novo formulário para o Registo Sueco de Artroplastia do Joelho, que incluiu o tempo para a administração de antibióticos pré-operatórios, o número de doentes que receberam antibióticos pré-operatórios em tempo apropriado aumentou para 69% em 2009 e 79% em 2010.14 Questão 2: Há um antibiótico preferencial para ser administrado rotineiramente na profilaxiacirúrgicaperioperatória? Consenso:Cefalosporinasdeprimeiraousegundagerações(cefazolinaoucefuroxima)devem seradministradasrotineiramentenaprofilaxiacirúrgicaperioperatória.AIsoxazolilpenicilinaé utilizadacomoumaalternativaapropriada. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%,Contra:8%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação:Cefalosporinasdeprimeiraousegundageraçãodevemserutilizadasderotinada profilaxiacirúrgicaperioperatóriadevidoaoamploespectrodeação,relaçãocusto/eficáciae pela necessidade de se preservar agentes terapêuticos mais novos e mais caros para microorganismos resistentes e patógenos emergentes. Estes antibióticos cobrem patógenos Gram positivos e bacilos aeróbicos Gram negativos clinicamente relevantes, e também microorganismosanaeróbicosGrampositivos.6Também,apresentamexcelenteperfildedistribuição no tecido ósseo, sinovial, muscular e em hematomas.15 Muitos estudos confirmam que a concentraçãobactericidaparaamaioriadosEstafilococosaureusnãoresistentesàmeticilinaé obtida rapidamente nestes tecidos, em poucos minutos após sua administração.16, 17 O antibióticoprofiláticopreferencialdeveserbactericida(penicilina,cefalosporina,vancomicina 49 ou aminoglicosídeos), e não simplesmente bacteriostático como a clindamicina, que é uma lincosamida.Devetambémtersemi-vidaquecubraointervalocrítico(primeiras2horasapós aincisão,ouacontaminação)emconcentraçõesterapêuticas,desdeoiníciodaincisãoatéque a ferida cirúrgica feche. A falência em manter as concentrações tecidulares acima da CIM, aumenta o risco de infeção.18 Na Escandinávia e algumas outras regiões, as isoxazolil penicilinas, como a cloxacilina, flucloxacilina, naficilina ou oxacilina são utilizadas como alternativa pertinente. Algumas instituições utilizam o carbapenem (especificamente imipenem/cilastinaemeropenem)emdoentescomalergiaàpenicilina,poisacreditamqueo potencial para reação cruzada entre o carbapenem e penicilina é ainda menor do que se acredita.19 Num ECR multicêntrico com a utilização de placebo, Hill et al. conseguiram demonstrar com credibilidadeaeficáciadacefazolina,comoprofilaxiaantibiótica,nareduçãodoriscodeIPP. Em 2,137 doentes submetidos a PTA, randomizados para 5 dias de cefazolina ou antibiótico placebo, observou-se a redução da incidência de infeção profunda de 3.3% para 0.9% (p <0.01).20 Tyllianakisetal.realizaramumECRcomparandoacefuroximaa2agentesantiestafilocócicos específicos(ácidofusídicoevancomicina)paraaprofilaxiaemPTAePTJ,numainstituiçãona qual a prevalência de S.aureus e S.epidermidis resistentes à meticilina excedeu 25% das infeçõesortopédicas.Em435doentes(260ancase175joelhos)seguidosnomínimo2anos,os autores não encontraram diferença estatística significativa entre os grupos de tratamento, querparaaPTAouPTJ,apesardeadmitiremqueapotênciadoestudoparadetetardiferenças significativas entre os grupos foi baixa e que, portanto não foi possível chegar a conclusões definitivas.21 Aeficáciadacefuroximapor1diacontra3diasdecefazolina,naocorrênciade infeção da ferida cirúrgica, foi estudada por Mauerhan et al. num estudo multicêntrico duplamente cego de 1,354 doentes submetidos a artroplastia da anca ou joelho. Não encontraramumadiferençasignificativaentreos2regimes.NosdoentesdePTJataxadeIPP foi de 0.6% (1/178) para os que receberam cefuroxima e de 1.4% (3/207) para os que receberamcefazolina.NosdoentesdePTAataxadeIPPfoi0.5%(1/187)e1.2%(2/168)para osdoentesquereceberam,respetivamentecefuroximaecefazolina.22 Numestudoqueinvestigouospadrõesdecolonizaçãoeresistênciabacteriananumgrupode doentessubmetidosaartroplastiastotaisprimáriasnaSuécia,Stefansdottiretal.observaram que,naEscandinávia,entreosantibióticosderivadosdaIsoxazolilpenicilina,acloxacilinaéo antibiótico profilático mais utilizado. Além disto, estes agentes β-lactâmicos foram eficazes contra 99% das estirpes de S.aureus e contra 80% das estirpes de Estafilococos coagulasenegativo(CoNS),quecolonizaramosdoentessubmetidosacirurgiadesubstituiçãoprotésica. Para além disso, o cimento ósseo com gentamicina utilizado em muitos destes casos, favoreceu a cobertura contra a maioria das estirpes adicionais de Estafilococos coagulasenegativo.23 Questão 3: Qual o antibiótico de escolha em doentes que possuem implantes protésicos prévios,comoválvulascardíacas? Consenso: O antibiótico de escolha para doentes com implantes protésicos prévios, como válvulacardíaca,éomesmoutilizadorotineiramenteparaartroplastiaeletiva. VotaçãodosDelegados:AFavor:94%,Contra:3%,Abstenção:3% 50 Justificação: Doentes com implantes protésicos prévios, como válvulas cardíacas, estão em risco para endocardite infeciosa devido à bacteriemia que, embora relativamente rara, pode levar a complicações catastróficas e morte. As diretrizes para a prevenção de endocardite infeciosa tem sido publicadas pela Associação Americana do Coração (AHA) há mais de 50 anos. As primeiras 9 diretrizes (publicadas entre 1955 e 1997) foram fundamentadas em evidências científicas de nível inferior e, só mais recentemente as diretrizes tem sido estratificadascombasenoriscodaendocardite infeciosa.Demodosimilaràsalteraçõesdas recomendações para profilaxia dental em doentes submetidos a cirurgia de substituição protésica,asdiretrizesparaaprofilaxiaantibióticadaendocarditeinfeciosade2007,daAHAe da Sociedade Americana de Doenças Infeciosas (IDSA), recomendam profilaxia antibiótica apenas para doentes de alto risco de endocardite infeciosa e para procedimentos dentários selecionados, como aqueles que envolvem a manipulação de tecido gengival ou região periapicaldodenteouaindaperfuraçãodamucosaoral.24 Asinfeçõesquecomplicamascirurgiasdesubstituiçãovalvaresubstituiçãoarticularprotésica, temváriosfatoresemcomum.S.aureusandS.epidermidissãopatógenoscomunseastaxasde infeção são similares.23-25 É geralmente aceite que a profilaxia antimicrobiana reduz a frequênciadeinfeçõespós-operatóriasprecoces.Narealidade,quandotaisinfeçõesocorrem, elassãodedifícilcontrolo,casonãoseremovamosimplantes.Osantibióticosrecomendados paraaprofilaxiadaendocarditesãosimilaresaosdaprofilaxiaparaIPP.Deformasemelhante, se uma infeção é sabidamente ou presumivelmente causada por S. aureus, o regime antibiótico deve incluir uma penicilina antiestafilocócica ou uma cefalosporina, enquanto a vancomicina deve ser usada nos casos em que a infeção seja causada ou presumivelmente causadaporMRSA.25 Aindaquealiteraturajustifiqueousodeantibióticosprofiláticosaté48horaspós-operatórias nacirurgiacardíaca,oobjetivoéprevenirainfeçãosuperficialeprofundadoesterno,enãoé relevanteparanossadiscussãonoquedizrespeitoacirurgiadesubstituiçãoarticularprotésica em doentes portadores de implantes valvares cardíacos.26,27 Curiosamente, nos últimos anos temsaídoalgunsestudosmostrandooaumentonousorotineirodavancomicinanaprofilaxia dedoentessubmetidosaoimplantedeválvulascardíacas.Haydonetal.fizeramarevisãoos padrõesnacionaisdepráticasparaaprofilaxiaantibióticaemcirurgiacardíacanaAustrália,e encontraram que, entre 2004 e 2008, duplicou a proporção de unidades cardíacas que se utilizamdavancomicinaparaprofilaxiarotineira,de31%para62%(p<0.001).28 Questão 4: Que alternativas estão disponíveis para a profilaxia de rotina quando as cefalosporinasnãosãoumaopção? Consenso: Atualmente a teicoplanina e a vancomicina são alternativas razoáveis quando a profilaxiaantibióticaderotinanãopodeseradministrada. VotaçãodosDelegados:AFavor:73%,Contra:22%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: A teicoplanina tem-se mostrado eficiente e segura como agente profilático na cirurgiadeimplante protésiconaEuropa.Nãoestá,contudo,disponívelnosEUA,Canadáou China.29-32 Devido à crescente frequência de infeções por MRSA e MRSE nos últimos anos, o uso profilático de antibióticos alternativos como os glicopeptídeos (vancomicina e teicoplanina)emhospitaisnosquaisMRSA/MRSEsãoprevalentes,podeserjustificado.33 51 Umavezqueavancomicinatemadministraçãomaisdifícil,menorsemi-vidaemenorperfilde tolerância,ateicoplaninapodeserumamelhoropçãonestecenário.34Ateicoplaninaénotável porterumalongasemi-vida(32-176horas),baixatoxicidade,eboapenetraçãotissular,quea permite atingir concentrações terapêuticas, no tecido ósseo e em tecidos adjacentes.33, 35 A ceftarolina (cefalosporina de quinta geração) tem o mesmo espectro de atividade que a ceftriaxona,comatividadeadicionalsobreoMRSA.AFDA(FoodandDrugAdministration)ea Agência Europeia de Medicamentos aprovaram a indicação do uso da ceftarolina somente para o tratamento de infeções complicadas da pele e partes moles, e não para medidas de profilaxia. Num ECR multicêntrico, Periti et al. confrontaram a administração de dose única de teicoplanina (bólus 400mg EV no momento da anestesia), com 5 doses de cefazolina num intervalode24horas(2gnainduçãoseguidade1gacada6horas)comoprofilaxiaemdoentes aseremsubmetidosacirurgiadesubstituiçãoprotésica.Foramrandomizados846doentese6 doentes (1.5%) no grupo da teicoplanina e 7 doentes (1.7%) no grupo da cefazolina, desenvolveraminfeçãodaferidacirúrgicaduranteointernamento,diferençaestaquenãofoi estatisticamenterelevante.Adicionalmente,umadiferençanãosignificativanaocorrênciade eventosadversosfoiregistadanos2grupos,com3doentes(0.7%)nogrupodateicoplaninae 9(2.1%)nogrupodacefazolina.32 Questão 5A: Que antibiótico deverá ser administrado em doentes com reconhecida anafilaxiaàpenicilina? Consenso:Emdoentescomanafilaxiareconhecidaàpenicilina,avancomicinaouclindamicina deveseradministradacomoagenteprofilático.Ateicoplaninaéumaopçãonospaísesemque estádisponívelcomercialmente. VotaçãodosDelegados:AFavor:88%,Contra:10%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Questão 5B: Que antibiótico deve ser administrado em doentes com reconhecida reação alérgicanãoanafiláticaàpenicilina? Consenso:Emdoentescomreaçãonãoanafiláticareconhecidaàpenicilina,acefalosporinade segunda geraçãopodeserusadacomsegurança,umavezquelimitaaocorrênciadereação. Por vezes, o teste cutâneo de reação à penicilina pode ajudar a esclarecer se o paciente apresentaumaalergiareal. VotaçãodosDelegados:AFavor:87%,Contra:9%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Quando os doentes manifestam alergia à penicilina, devem ser obtidas mais informaçõesparadeterminarseumarespostamediadaporimunoglobulinaE(IgE-anafilática) ocorreu. Em doentes com uma resposta documentada à penicilina, mediada por IgE, as cefalosporinasdeterceiraequartageraçõespodemserusadas.Ascefalosporinasdeprimeirae segunda gerações com cadeias laterais R1 similares aos da penicilina (ceflaclor, cefadroxil, 52 cefatrizina, cefprozila, cefalexina ou cefradina) devem ser evitadas, porém podem ser administradasseascadeiaslateraisR1foremdiferentes. A vancomicina e clindamicina são recomendadas como alternativas para doentes que apresentam verdadeira alergia tipo I aos β-lactâmicos, manifestada por urticária imediata, edemalaríngeooubroncoespasmo.3 Aclindamicinaémelhoropçãoparadoentescomalergia β-lactâmicareconhecidaoucomcontraindicaçõesaoseuuso,eeminstituiçõescombaixataxa deinfeçãoporMRSA.Aclindamicinatemboabiodisponibilidadeeem30minutosdepoisda infusãojámostravaloresdeconcentraçãoqueexcedemaCIMparaS.aureusemamostrasde tecidoósseohumanooudeanimais.36Contudo,aclindamicinaéumagentebacteriostático.A vancomicinaisoladatembaixaatividadecontraEstafilococosaureuseestudosclínicosindicam que a vancomicina isolada como profilaxia, aumenta o risco de ILC. Portanto, um segundo agentedeveserconsiderado(levofloxacina,moxifloxacina)nestacondição.8 Areaçãocruzadaentrepenicilinaecefalosporinaésobrestimada,emuitoinferioraoqueselê emestudosprévios.Oriscoestimadode10%dereaçõesalérgicasàcefalosporina,emdoentes alérgicos à penicilina, é baseado em dados coletados e revistos das décadas de 60 e 70. Isto ocorreu,emgrandeparte,devidoàsrevisõesamplamentedivulgadasnaliteratura,feitaspor DashandPetz,quereportaramreaçõesalérgicasem7.7%e8.1%respetivamente,emdoentes alérgicos à penicilina (baseada na história do paciente) e apenas incluiu cefalosporinas de primeira geração e o cefamandol, de segunda geração.37, 38 A elevada incidência de reação cruzadarelatadaemestudospréviospodeserdevida,tambémemparte,àcontaminaçãodas drogasdeestudocomprodutosdapenicilina,duranteoprocessodefabricação.39,40Alémdo mais,osautoresdosestudosmaisantigospossuíamumadefiniçãomaisalargadadealergiae não levavam em conta o fato de que os doentes alérgicos à penicilina apresentam um risco aumentadodereaçõesadversasamuitasoutrasmedicações.41,42Otestecutâneoemdoentes alérgicosàpenicilinanãopodepredizer,deformaconfiável,areaçãoalérgicaàcefalosporina, particularmente aos compostos com cadeias laterais não similares43, mas pode ser útil na determinaçãodaexistênciadeumaalergiarealàpenicilina.44 Vinte e sete artigos sobre o tema de reação cruzada penicilina/cefalosporina foram revistos, dos quais, 2 metanálises, 12 coortes prospetivas, 3 coortes retrospetivas, 2 pesquisas empíricase9estudoslaboratoriais.Osautoresmostraramqueapenicilinatemalergiacruzada comascefalosporinasdeprimeirageração(OR4.8;CI3.7-6.2)edesprezívelcomasdesegunda geração (OR 1.1; CI 0.6-2.1). Além disto, a investigação básicas e os estudos estatísticos indicam que a cadeia lateral R1 e não o anel β-lactâmico, é responsável por esta reação cruzada.Osautoresconcluíramqueaocorrênciadereaçãocruzadapenicilina/cefalosporinaé inferioràpreviamenterelatadade10%,emboraexistaumaforteassociaçãoentreamoxicilina e ampicilina com as cefalosporinas de primeira e segunda gerações, que apresentam cadeia lateralR1similares.Emgeral,afrequênciadereaçãocruzadaentrepenicilinaecefalosporina em indivíduos que referem alergia à penicilina é de aproximadamente 1%, e de 2.55% em doentes com alergia confirmada à penicilina. Para doentes alérgicos à penicilina, o uso de cefalosporinasdeterceira ouquarta gerações,ououtrascefalosporinas,comoacefuroximae ceftriaxona, com cadeias laterais diferentes da penicilina, apresentam um risco mínimo de alergiacruzada.45 Uma revisão similar de 44 artigos sobre a evidência de reação cruzada entre penicilina e cefalosporina, em estudos humanos e de animais, suporta o achado de que a cefalosporina pode ser prescrita com segurança para doentes com reações não potencialmente fatais à penicilina(incluindoAnafilaxiatipoI,SíndromedeStevens-Johnson,Necroseepidérmicatóxica 53 eAngioedema).46 Oriscorelativodereaçãoanafiláticaàscefalosporinasvariaentre1:1,000e 1:1,000,000 e este risco aumenta quatro vezes em doentes com história de alergia à penicilina.47 Com fundamento numa análise de 9 artigos que compararam reações alérgicas às cefalosporinas,emdoentesalérgicosenãoalérgicosàpenicilina,Pichicheroetal.concluíram queascefalosporinasdeprimeira geraçãoapresentamreaçõescruzadascomapenicilina,que porémsãodesprezíveiscomcefalosporinasdesegundaeterceiragerações.Especificamente,o aumentosignificativonasreaçõesalérgicasàcefalotina(OR2.5,95%CI1.1-5.5),cefaloridina (OR8.7,95%CI5.9-12.8)ecefalexina(OR5.8,CI3.6-9.2),etodasascefalosporinasdeprimeira geração, além do cefamandol (OR 4.8, CI 3.7-6.2), foram observadas em doentes alérgicos à penicilina.Nenhumaumentofoiobservadoemrelaçãoàscefalosporinasdesegunda geração (OR1.1,CI0.6-2.1)outerceirageração(OR0.5,CI0.2-1.1).41,42 Num estudo de coorte retrospetivo envolvendo 2,933 doentes que receberam uma cefalosporina(maisfrequentementeacefazolina),incluindo413alérgicosàpenicilina,apenas umdoenteapresentouumapossívelreaçãoàcefalosporina;eumdosdoentesnãoalérgicosà penicilinadesenvolveureaçõescutâneasenquantooantibióticoestavaaserinfundido,oque requereuainterrupçãodaadministração.48 Numaaprofundadarevisãoretrospetivade534,810doentesquereceberampenicilinaseguida decefalosporina,comnomínimo60diasdeintervalo,Apteretal.depreenderamqueumtotal de3,877doentesapresentaramumeventotipoalérgicoapósaadministraçãodepenicilina,e somente43(1.1%)apresentaramumasegundareaçãotipoalérgicaapósaadministraçãode cefalosporina(Risconãoajustado(RR)10.0;95%CI7.4-13.6).Curiosamente,numaanáliseem separadoenvolvendoassulfonamidas,1.6%dosdoentessensíveisàpenicilinaapresentaram uma segunda reação tipo alérgica, após receber uma sulfonamida (7.2; 95% CI 3.8-12.5), sugerindoqueosdoentesalérgicosàpenicilinatemmaiorprobabilidadedeseremalérgicosa outras medicações em geral. Mas, isto não indica, obrigatoriamente, a ocorrência de uma reaçãocruzada.49 Parketal.elaboraramumestudodecoorteretrospetivoparadeterminarseosdoentescom alergia à penicilina apresentavam risco aumentado de reações adversas quando da administração de cefalosporina. Oitenta e cinco doentes com história de alergia e teste cutâneo positivo para a penicilina, e 726 doentes com história de alergia e teste cutâneo negativoparapenicilina,receberamumacefalosporinadeprimeira geração.Cinco(6%)dos85 doentes apresentaram reação adversa à cefalosporina comparado com apenas 5 (0.7%) dos 726 doentes da população de controlo (p=0.0019). A taxa presumida de reação adversa à cefalosporina,mediadaporIgE,entreoscasosfoide2(2%)de85,comparadoa1(0.1%)de 726dapopulaçãodereferência(p=0.03).50 Questão6:Quaissãoasindicaçõesparaaadministraçãodevancomicina? Consenso: A vancomicina deve ser considerada para doentes portadores de MRSA ou que apresentamalergiaanafiláticaàspenicilinas.Consideraçãoespecialdeveserdadaaorastreio dedoentesdealtorisco,taiscomo: -DoentesderegiõescomaltaprevalênciadeMRSA 54 -Doentesinstitucionalizados(casasdecuidadosdeenfermagem,doentesemdiáliseedoentes deunidadedecuidadosintensivos). -Profissionaisdesaúde. VotaçãodosDelegados:AFavor:93%,Contra:7%,Abstenção:0% Justificação: ArecomendaçãodaAAOSsobreousodeantibióticosprofiláticosEV(recomendação2)afirma que:“avancomicinapodeserusadaemdoentescolonizadosporMRSAoueminstalaçõescom surtorecentedeMRSA”.51 Domesmomodo,aposiçãodoconsensonoencontrodoMedicare NationalSurgicalInfectionPreventionProject’sSIPGWW,foideque“paradoentescolonizados com MRSA, a vancomicina deve ser considerada como o agente antimicrobiano apropriado paraaprofilaxia”.6 Alémdisto,aSocietyforHealthcareEpidemiologyofAmericarecomendou, recentemente, a vigilância rotineira por culturas, no momento da admissão, em doentes suspeitos(altorisco)decolonizaçãoporMRSA.52 Questão 7: Existem evidências que podem dar suporte ao uso rotineiro de vancomicina na profilaxiapré-operatória? Consenso: Não. O uso rotineiro da vancomicina na profilaxia pré-operatória não é recomendado. VotaçãodosDelegados:AFavor:93%,Contra:6%,Abstenção:1% Justificação: Os dados atuais sugerem que o papel da vancomicina na profilaxia em cirurgia ortopédica é limitado. Há ampla evidência que a vancomicina é inferior contra estirpes de Estafilococos sensíveis a meticilina, quando comparada às cefalosporinas e penicilinas resistentes à penicilina.8,53 Várias análises sistemáticas concluíram que nenhum benefício clínico evidente ou relação preço-qualidade foi demonstrado no uso rotineiro de vancomicina profilática, quando comparada à cefalosporina. Contudo, a maioria desses estudos foram realizados antes do aumentodaprevalênciadeMRSAepodenãorefletircomprecisãoocenárioatual.Emalguns hospitais, infeções por estirpes de MRSA adquiridas na comunidade (CA-MRSA), são atualmenteresponsáveisporumaimportantefraçãodasILC.54,55Noentanto,nãoháconsenso a cerca do que constitui uma alta prevalência de resistência à meticilina e também não há nenhuma evidência de que o uso profilático rotineiro da vancomicina, em instituições nas quais se detetou risco mais alto de infeções por MRSA, resulte em menor taxa de ILC comparadoaousodascefalosporinas.Aindaque2ECRtenhamsidorealizadoseminstituições comaltaprevalênciadeMRSA,adiferençanastaxasdeILCeresultadosforamcontraditórios. Da mesma forma, vários estudos utilizaram modelos de análise decisória para calcular os limites da prevalência de MRSA, para os quais o uso de vancomicina teria benefício clínico e melhorrelaçãocusto/eficáciadoqueacefalosporinaprofilática.Contudo,todosessesestudos apresentamamesmalimitação,ouseja,afaltaderandomização,quepoderiaprovidenciara probabilidade basal para a eficácia clínica de cada tratamento, para diferentes taxas de 55 prevalênciadeMRSA.Aindaqueexistaumcrescentecorpodeevidênciasparadarsuporteao uso rotineiro de vancomicina na profilaxia pré-operatória, deve-se pesar também o fato de que há uma ameaça cada vez maior de colonização e infeção por Enterococcus resistentes à vancomicina (VRE)56 e aumento da prevalência de estirpes de MRSA com suscetibilidade reduzidaparaavancomicina.57,58 A escolha da droga profilática deve considerar os padrões de resistência antibiótica dos sistemashospitalares.NumestudorecentedeFulkersonetal.,asensibilidadedoS.epidermidis eS.aureusàcefazolina,emdoiscentrosacadémicosdealtovolumeemNovaIorqueeChicago, foide,respetivamente,44%e74%.59Osmicro-organismosinfeciososmaiscomunsemdoentes submetidos a cirurgia de substituição protésica nesses hospitais foram, em 26% a 56%, resistentes aos agentes profiláticos recomendados pela padronização. Trinta e três das 194 infeções foram diagnosticadas dentro de 1 mês após a cirurgia. Destas, 8 foram devidas a S epidermidise16aS.aureus.Destas,somente2das8(25%)infeçõesporS.epidermidise11das 16(69%)infeçõesporS.aureusforamsensíveisàcefazolina.Contudo,estesmicro-organismos foram100%sensíveisàvancomicina. No Royal Orthopaedic Hospital e Queen Elizabeth Hospital, em Inglaterra, um estudo das infeções profundas após PTA e PTJ, num período de 15 anos, mostrou que 22 das 75 (29%) infeções em PTA e PTJ foram causadas por micro-organismos resistentes ao antibiótico profilático (cefuroxima). Incluem-se aí todas as 3 infeções por MRSA, todas 3 infeções por Pseudomonasaeruginosae11infeçõesporestafilococoscoagulasenegativos.60,61 Wieseland Esterhairecomendamaadministraçãodevancomicinaeminstituiçõesondeaprevalênciade MRSAsejamaiorque10%a20porcento.62 Num hospital de alta prevalência para MRSA, Merrer et al. conduziram um estudo observacional prospetivo comparando a incidência de ILC na profilaxia pré-operatória com vancomicina ou cefazolina, em doentes com fratura do colo do fémur, assim como compararamoimpactodaprofilaxiaantibióticanosurgimentodeVREeEstafilococosaureus. OsautoresnãoencontraramdiferençasignificativanataxadeILC,sendoquefoidetetadoum totalde8infeções(3%),dasquais4%nogrupodacefazolinae2%nogrupodavancomicina (p=0.47). Uma semana após a cirurgia, um total de 6 doentes (2%) apresentaram infeção hospitalar por MRSA, dos quais 0.7% no grupo da cefazolina e 5% no grupo da vancomicina (p=0.04), e nenhuma delas resistente aos glicopeptídeos. Adicionalmente, 3 doentes (1%) adquiriramVRE,todasnogrupodacefazolina(p=0.27).63 Cranny et al. utilizaram uma combinação de revisão sistemática e modelamento econômico pararesponderquestõessobreoníveldeprevalênciadeMRSA,apartirdoqualatransiçãode antibióticos não glicopeptídeos para glicopeptídeos na profilaxia rotineira, fosse indicada em ambientescomaltoriscodeinfeçõesporMRSA.Arevisãoparaeficáciaidentificou16ECRcom 3 estudos adicionais que incluíram somente eventos adversos. Os autores não encontraram provas que suportassem a maior eficácia de glicopeptídeos sobre não glicopeptídeos na prevençãodeILC.AmaioriadosensaiosnãorelataramnemaprevalênciabasaldeMRSAnas unidades cirúrgicas participantes, nem as infeções por MRSA como desfecho. O estudo da relação qualidade-preço incluiu 5 avaliações económicas da profilaxia com glicopeptídeo. Somenteumestudoincorporouaqualidadedevidarelacionadaàsaúdeerealizouaanálisede custo/utilidade. Em conclusão, os autores afirmam que atualmente as evidências são insuficientes para determinar se há um limiar de prevalência de MRSA, a partir do qual a mudançadaprofilaxiadenãoglicopeptídeosparaglicopeptídeospossaserrentável.64 56 Bolon et al. realizaram uma metanálise de 7 ECR, publicados na literatura de cirurgia cardiotorácica, que compararam a ILC em doentes que receberam profilaxia com glicopeptídeo, com doentes que receberam agentes β-lactâmicos. Ainda que nenhum dos 2 agentesapresentassesuperioridadenaprevençãododesfechoprimário[ocorrênciadeILCaos 30dias(RR1.14,95%CI0.91-1.42)],aprofilaxiacomvancomicinafoisuperiornaprevençãode ILCcausadaporbactériasGrampositivosresistentesàmeticilina(RR0.54,95%CI0.33-0.90), aos30diasapósacirurgia.65 AsrecomendaçõesdaAAOSparaousodeantibióticosprofiláticosemcirurgiadesubstituição protésicaprimária(recomendação2)afirmaque:“avancomicinapodeserusadaemdoentes sabidamentecolonizadosporMRSA,oueminstalaçõesqueapresentaramsurtosrecentesde MRSA.”1 As diretrizes do Hospital Infection Control Practices Advisory Committee também sugeremqueaaltafrequênciadeinfeçãoporMRSAnumainstituição,deveinfluenciarnouso devancomicinaparaaprofilaxia,porémalertaquenãoháconsensoacercadecomosedefine aaltaprevalênciaderesistênciaàmeticilina.66 Dois ECR avaliaram a profilaxia antibiótica em hospitais com alta prevalência de MRSA. Tacconnellietal.randomizaramdoentessubmetidosacirurgiadederivaçãocérebro-espinhal parareceberemvancomicinaoucefazolina.AprevalênciadeMRSAnestehospitaluniversitário de 1700 camas, em 2001, foi de 1 caso novo para 100 admissões hospitalares. As infeções cirúrgicas ocorreram em 4% dos doentes que receberam vancomicina (4/88) e em 14% dos quereceberamcefazolina(12/88,RR,0.22;95%CI0,11-0.99,p=0.03).Abactériadetetadafoi MRSA em 2 de 4 doentes (50%) que receberam vancomicina, e em 9 de 12 (75%) dos que receberamcefazolina.67 Finkelsteinetal.escolheramaleatoriamente855doentessubmetidos a cirurgia cardiotorácica, para receberem vancomicina ou cefazolina. A prevalência de novos casos de infeção por MRSA na enfermaria de cirurgia cardíaca, reportada em 1995 e 1996 foram, respetivamente de 3.0 e 2.6 para 100 admissões. As taxas de ILC foram similares em ambos os grupos (9.5% para a vancomicina e 9.0% para a cefazolina). Uma tendência para maiornúmerodeinfeçõesporpatógenosGrampositivosresistentesàmeticilinafoiobservada no grupo da cefazolina (4.2% contra 2.0%; p=0.09), enquanto um maior número de infeções porestafilococossensíveisàmeticilinafoiobservadonogrupoquerecebeuvancomicina(3.7% contra1.3%;p=0.04).68 Outros3estudosclínicosutilizaramosperíodospréepósintervençãoparaavaliaroefeitoda mudança para a vancomicina na profilaxia cirúrgica em doentes submetidos a cirurgia cardiotorácica ou ortopédica. Garey et al. mostraram que a mudança de cefuroxima para vancomicina reduziu a taxa mensal de ILC em 2.1 casos/100 bypass coronários, quando comparada a cirurgia de substituição valvar. Esta redução foi atribuída à menor taxa de infeções causadas por MRSA e estafilococos coagulase negativo, ao longo dos 4 anos de estudo, em cerca de 6,500 doentes.69 Da mesma forma, Spelman et al. reportaram uma redução das taxas de ILC, de 10.5% para 4.9% (p <0.001), depois da mudança da profilaxia antibióticadacefazolinaparaavancomicinaassociadaàrifampicinaem1,114procedimentos de bypass coronários. Esta redução foi atribuída à diminuição na incidência de infeções por MRSA,de67%duranteoperíodode1anopré-intervenção,para0%noperíodode1anopósintervenção.70 Smithetal.reviram,retrospetivamente,onúmerodeIPPtotaleporMRSAem 5,036 cirurgias de substituição protésica, assim como a taxa bruta de IPP num período préintervençãode2anos,quandoacefazolinaeraoantibióticodeescolha,comoperíodode2 anospós-intervenção,emqueavancomicinafoioantibióticodeescolha.Aconclusãofoique duranteousodavancomicinaataxatotaldeIPPfoireduzidasignificativamente(1.0%contra 57 0.5%, p=0.03) e a taxa de infeção por MRSA foi também reduzida (0.23% contra 0.07%, p=0.14).Alémdisto,asIPPforamtratadascommaiorsucessoporirrigaçãoedesbridamento somente,semousodeespaçadorescomantibióticos(76.9%contra22.2%,p=0.002).71 Um estudo, cujos dados foram publicados na Australian Surveillance Data (Victorian HealthcareAssociatedSurveillanceSystem–VICNISS)sobremaisde20,000cirurgiascardíacas e artroplastias, identificou 1,610 casos nos quais a vancomicina foi administrada, em comparaçãocom20,939casosnosquaisumagenteβ-lactâmicoprofiláticofoiusado.Oodds ratio (OR), ajustado para ILC por S.aureus sensíveis à meticilina, foi 2.79 (95% CI 1.6-4.9) no grupodavancomicina(p<0.001),enquantoorationãoajustadoparaILCporMRSAfoide0.44 (OR0.19-1,004;p=0.05).72 Muitos estudos contemporâneos produzem modelos de análise decisória para determinar o limiardeprevalênciadeMRSA,emqueavancomicinapoderiareduziraincidênciaecustoda ILC. Para cirurgia de bypass coronário, os autores de 2 estudos recomendaram o limiar de infeçãoporMRSAcomosendo3%,entreasinfeçõescausadasporS.aureus.73-75 Milleretal. propuseram que taxas menores de prevalência de MRSA (ex. 3-10%) se situavam dentro da margem de erro do modelo criado, e que a profilaxia cirúrgica com vancomicina teria um efeitomodestonareduçãodaincidênciadeILC.Nacirurgiavascular,aprevalênciade50%de MRSA foi sugerida como limite, antes de substituir um antibiótico β-lactâmico por vancomicina,paraaprofilaxia.76 Osautorestambémsugeriramqueumaminoglicosídeofosse adicionadoaoregimeprofilático,umavezqueaprevalênciadeMRSApodeatingir10%,oque estáemacordocomasdiretrizesrecentesdaBritishSocietyofAntimicrobialChemotherapy.77 Elliot et al. desenvolveram um modelo económico para explorar a relação qualidade-preço (custosvs.eficácia)davancomicinae/oucefalosporinaparaaprofilaxiacirúrgica,emdoentes submetidos a PTA. A vancomicina foi recomendada quando a taxa de ILC por MRSA fosse ≤0.15%eataxadeILCnão-MRSAfosse≥0.1%,ouaindaquandoataxadeinfeçãoporMRSA fosse≤0.2%eataxadeoutrasinfeçõesfosse>0.2%.78Todosestesestudosdeanálisedecisória salientaram que a grande limitação foi a falta de evidência oriunda de ECR, com a alta prevalênciadeinfeçõesporMRSAcomoumdosfatoresdemaiorinfluêncianassuposiçõesdo modelamento. Questão 8: Existe lugar para o uso rotineiro da associação de dois antibióticos profiláticos (cefalosporinaseaminoglicosídeosoucefalosporinasevancomicina)? Consenso:Ousorotineirodaassociaçãode2antibióticosprofiláticosnãoérecomendada. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%,Contra:14%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: Há estudos clínicos que usam os períodos pré e pós intervenção para avaliar o efeito da mudança para a vancomicina, como profilaxia cirúrgica em doentes submetidos a cirurgia cardiotorácica.Walshetal.implantaramumprogramaabrangenteparacontrolodeMRSA,no qual a vancomicina foi acrescentada à profilaxia rotineira com cefazolina, em doentes com testenasalpositivoparaMRSA.Outroscomponentesdoprogramaincluíramadescolonização detodaaequipadeassistênciacardiotorácicaaaplicaçãodemupirocinanasalpor5diasem todos os doentes, iniciada no dia anterior à cirurgia, a aplicação de mupirocina tópica nos orifícios de saída após a remoção dos drenos torácico e do mediastino, e novo rastreio dos 58 doentes para colonização por MRSA no momento da alta hospitalar. Este programa resultou numareduçãosignificativanataxadeILC(2.1%para0.8%,p<0.001),assimcomoareduçãode 93%nasinfeçõesdaferidacirúrgicaporMRSA(de32infeções/2,767procedimentosdurante3 anos do período pré-intervenção para 2 infeções/2,496 procedimentos durante 3 anos do períodopós-intervenção).79 Dhadwal et al. conduziram um ECR duplo-cego, para comparar a eficácia de uma dose de vancomicina ajustada ao peso, associada à gentamicina e rifampicina durante 48 horas, com umregimedecefuroximapor24horas,paraaprofilaxiadeinfeçõesdoesternonumgrupode altoriscosubmetidosacirurgiaderevascularizaçãomiocárdica.Astaxasdeinfeçãoreduziram significativamente,de23.6%(25/106)nogrupodacefuroximapara8.4%(8/95)nogrupode vancomicinacombinada(p=0.004).80 Patricketal.lideraramumECRparacompararcefazolina evancomicinaoudaptomicinaem181doentesdebaixorisco,submetidosacirurgiavascular. Somente6infeçõespós-operatóriasporMRSAforamencontradas(2nogrupodacefazolina,4 no grupo da cefazolina e vancomicina e nenhuma no grupo da cefazolina e daptomicina), fazendoainterpretaçãodasdiferençasentreregimesdeantibióticosdifícil.81 Sewicketal.reviramretrospetivamente1,828cirurgiasdesubstituiçãoprotésicaprimáriasque receberam um regime duplo de cefazolina e vancomicina, ou somente cefazolina, com o objetivodedeterminarataxadeILC,assimcomoamicrobiologiadasILCsubsequente.Vintee duas ILC (1.2%) foram observadas, sem diferença significativa na taxa de infeção entre o regimeduplo(1.1%)eoregimeúnicocomcefazolina(1.4%,p=0.636),aindaqueaprevalência de infeção subsequente por MRSA fosse significativamente inferior (0.002% contra 0.08%, p=0.02).82Ritteretal.aplicaramumadoseprofiláticaúnicadevancomicinaegentamicinanum grupo de 201 doentes submetidos a cirurgia de substituição protésica, e documentaram a concentração sanguínea bactericida durante, e por 24 horas após a cirurgia, sem detetar nenhumainfeção.83 Elliotetal.desenvolveramummodeloeconómicoparaexplorararelaçãoqualidade-preçoda vancomicinae/oucefalosporinanaprofilaxiacirúrgicaemdoentessubmetidosaPTA.Aterapia combinada(talcomovancomicina+cefalosporina)foirecomendadaquandoataxadeILCpor MRSAfoi≥0.25%eataxadeILCpornãoMRSA≥0,2%.78,69 Assim, sendo, tendo por base a literatura disponível, este grupo de trabalho concebe que a associaçãode2antibióticospodeserutilizadademodoapermitirumacoberturamaisampla, eminstituiçõesouregiõesondeexistaumaaltataxadeinfeçõesporMRSA,paraaqualouso profiláticodavancomicinasejajulgadoapropriado,comodiscutidonaquestão6acima. Questão9:Qualdeveseroantibióticodeeleiçãoparadoentescomrastreiourináriopositivo e/oualgaliaçãoprolongada? Consenso: A presença de sintomas urinários é indicação para rastreio urinário, prévio à cirurgia de substituição protésica. Doentes com bacteriúria assintomática podem ser submetidos cirurgia de substituição protésica com segurança, desde que a profilaxia antibióticaderotinasejarealizada.Doentescominfeçõesagudasdotratourináriodevemser tratadospreviamenteacirurgiadesubstituiçãoprotésicaeletiva. VotaçãodosDelegados:AFavor:82%,Contra:12%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: 59 Há pouca literatura sobre o risco de IPP em doentes com sedimento urinário perioperatório anormal.Aindaquemuitosrelatosdecasosdosanos70tenhamassociadoainfeçãodotrato urinário (ITU) à IPP pós-operatória84, 85, a literatura que suporta a correlação entre ITU préoperatória e IPP pós cirurgia de substituição protésica é inadequada.86 Somente 3 estudos abordaram diretamente a relação entre bacteriúria pré-operatória e IPP pós cirurgia de substituiçãoprotésica,sendoquenenhumrelatouqualquercorrelaçãopositiva.87-89 Nãoéde nosso conhecimento a existência de estudos acerca da realização de cirurgia de substituição protésicamedianteprofilaxiaantibióticaderotina,emdoentescomITUsintomáticas.Nãohá evidênciasqueindiquemoucontraindiquemarealizaçãodacirurgianestegrupodedoentes. A presença de sintomas de ITU deve indicar uma avaliação urinária pré-operatória nos candidatos acirurgiadesubstituição protésica. Os sintomas podem ter natureza irritativa ou obstrutiva. Sintomas irritativos, tais como disúria, urgência urinária ou alterações da frequência, podem ou não estar associados à bacteriúria, e assim a contagem de leucócitos numa amostra limpa do jato urinário médio, não centrifugada, deve ser realizada nesses doentes.Nosdoentescomnúmerodeleucócitosmaiorque104/ml,acontagembacterianae culturadevemserrealizadas,enosdoentescommaisde4leucócitosporcampoecontagem bacterianaacimade103/mL,acirurgiadeveseradiadaatéqueotratamentocomoantibiótico adequado seja realizado, e nova análise urinária seja efetuada. Por outro lado, doentes com bacteriúria assintomática podem ser submetidos a cirurgia de substituição protésica com segurança, desde que a profilaxia antibiótica de rotina seja realizada. Doentes com sinais obstrutivosdevemsersubmetidosaavaliaçãourológicaantesdaartroplastia,umavezquea retençãourináriapós-operatóriatemsidoindicadacomofatorderiscoparaaIPP.86,90,91 Um estudo prospetivo multicêntrico de 362 PTJ e 2.651 PTA, os autores reportaram 2.5% e 0.64% de IPP, respetivamente, no seguimento de 1 ano pós-operatório. Ainda que a análise univariadanãomostrasseassociaçãoentreIPPeITUpré-operatória(>105 UFC/mL),aanálise deregressãomúltiplaindicouqueaITUpós-operatóriaaumentouoriscodeIPPemPTA.88 Em 1,934 cirurgias (1,291 cirurgias ortopédicas) realizadas no Veterans Administration Hospital, a cultura pré-operatória de urina foi obtida em 25% (489) doentes. Destas, a bacteriúria foi detetada em 54 (11%) doentes, dos quais somente 16 receberam agentes antimicrobianos. A incidência de ILC foi similar entre os doentes com bacteriúria (20%) e os doentessembacteriúria(16%,p=0.56),aindaqueataxadeITUfossemaisfrequenteentreos doentescombacteriúria(9%)doqueentreosdoentessembacteriúria(2%,p=0.01).Entreos 54 doentes com cultura urinária positiva, doentes tratados foram comparados com os não tratados e, inesperadamente maior proporção de doentes tratados desenvolveram ILC (45% contra14%,p=0.03).Esteefeitofoimaispronunciadoentredoentescombacteriúriaelevada (>105 UFC/mL),nosquaisaILCocorreuem4de8(50%)dosdoentestratados,eem1de15 (7%)dosdoentesnãotratados(p=0.03).Estesfactoslevaramosautoresachegaràconclusão que, neste sistema, as culturas de urina pré-operatórias foram solicitadas de forma inconsistente e, quando foram, raramente apresentaram bacteriúria. Mesmo quando a bacteriúria foi detetada, ela não foi rotineiramente tratada. Os autores verificaram que o tratamento da bacteriúria associada a ILC foi possivelmente confundida por fatores que contribuíramparaadecisãoinicialdeprimeiramenteadministrarantibióticos.92 Um estudo retrospetivo de 274 PTA encontrou que 5 doentes com IPP apresentaram ITU perioperatória. Contudo, o mesmo organismo da ITU e da anca foi isolado somente em 3 doentes. Destes, somente um tinha urinálise pré-operatória documentada.93 Numa avaliação retrospetiva de 277 doentes (364 cirurgias de substituição protésica) observou-se que 35 60 doentestinhamevidênciadeITUpréouperioperatóriacomcontagemdecolóniasmaiorque 105UFC/mL em amostras urinárias com colheita limpa. Somente 3 doentes (1.1%) desenvolveramIPPaos9,19e45mesesrespetivamente,eemnenhumpacienteainfeçãofoi supostamente devida à ITU perioperatória.87 Outro estudo retrospetivo detetou 57 doentes combacteriúriadurante ointernamentohospitalar(55assintomáticos,2sintomáticos)entre 299 artroplastias. Vinte dos 57 doentes foram operados antes que os resultados fossem disponíveis, porém pós-operatoriamente estes doentes receberam tratamento antibiótico específicoparaITU.Em18doentesoiníciodotratamentofoianterioràcirurgia,enquantoque em 19 doentes o tratamento da ITU foi iniciada e terminada antes da mesma. Nenhum dos doentesdesenvolveuIPP,oquelevouosautoresaconcluíremqueotratamentoantibióticoda ITU pode ser iniciado em qualquer tempo do período perioperatório em que a cultura seja obtida.89 Aincidênciadebacteriúriaaumentaem0.5%a1%paraumaalgaliaçãoúnicadealívio,em10% a30%paraalgaliaçõescomduraçãodeaté4diaseematé95%paraalgaliaçõescomduração de30diasoumais.94,95 Questão 10: A escolha do antibiótico pré-operatório deve ser diferente em doentes que já foramtratadospreviamenteporoutrainfeçãoarticular? Consenso: O tipo de antibiótico pré-operatório a ser administrado em doentes com artrite sépticaouIPPpréviasdevecobriroagenteinfeciosopréviodamesmaarticulaçãoacometida. Nestes doentes nós recomendamos o uso de cimento com antibiótico, quando a fixação cimentadaforutilizada. VotaçãodosDelegados:AFavor:84%,Contra:10%,Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificação: NãoháevidênciadequeaartritesépticaouIPPpodesercompletamentecurada.Jerryetal. geriramumestudoem65doentes,submetidosaPTJ,comhistóriadesepsisouosteomielite préviasnaregiãodojoelho,emquereportaramtaxasdeIPPde4%e15%respectivamente.96 Leeetal.avaliaramumasérieconsecutivade20PTJprimáriaem19doentescomhistóriade sepsis ou osteomielite prévias na região do joelho. A avaliação pré-operatória para infeção incluiu serologia e radiografias simples em todos doentes, enquanto em 8 doentes a cintilografiacomleucócitosmarcadosfoirealizadae,em7doentesfoifeitapunçãoaspirativa do joelho. Intraoperatoriamente, o estudo anatomopatológico extemporâneo para procurar sinais de inflamação aguda, foi utilizado para guiar a decisão sobre a realização do procedimento em 1 ou 2 tempos cirúrgicos. Todos componentes da PTJ foram fixados com cimento com antibiótico contendo 1g de vancomicina e 1.2g de tobramicina por pacote de cimento ósseo Simplex. Dos 17 doentes com seguimento mínimo de 2 anos pós-operatórios, somente 1 desenvolveu IPP, aproximadamente 3 anos e meio após a artroplastia. Curiosamente, este mesmo paciente foi um dos 2 tratados em 2 tempos e que também apresentava comorbilidade imunossupressiva, incluindo artrite reumatóide, diabetes insulinodependenteeusodeprednisonadiariamente.97 61 Larsonetal.empreenderam-senumestudoretrospetivodecasosdecontroloemparelhados paraavaliarosresultadosclínicosde19doentessubmetidosaPTJapósfraturasdopratotibial infetadas, comparando-os com 19 controles emparelhados por idade, sexo e ano da artroplastia, submetidos a PTJ por fratura do planalto tibial sem história de infeção. Dos 19 casos, 13 receberam PTJ numa só intervenção, enquanto os restantes receberam PTJ em 2 etapassejacomespaçadorescomantibióticoou desbridamentoeantibióticosEVOcimento comantibióticofoiusadonamaioriados doentes.Osjoelhospreviamenteinfetadostiveram 4,1vezesmaispropensãoarequererprocedimentosadicionaisporcomplicações,comparados aosjoelhosseminfeçãoprévia(95%CI1.2-18.3,p=0.02).Asobrevivênciaaos5anoslivrede infeção foi de 73%±10% no grupo com infeção prévia, comparado com 100% no grupo de controlo(p=0.023).Osautoresrecomendamquenosdoentesdealtorisco,commenosde1 anodeintervalodecorridodesdeainfeçãoativa,sejamsubmetidosaPTJem2temposcom46semanasdeintervaloeantibioterapia.98 Questão11:Osantibióticospós-operatóriosdevemsermantidosduranteapermanênciada algáliaoudrenocirúrgico? Consenso: Não. Não há evidências que suportem o uso contínuo de antibióticos pósoperatórios durante a permanência de cateteres urinários ou drenos cirúrgicos. Cateteres urináriosedrenosdevemserremovidos,comsegurançaetãorápidoquantosejapermitido. VotaçãodosDelegados:AFavor:90%,Contra:7%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: O uso da algaliação de curta duração durante o período pós-operatório reduz a incidênciaderetençãourináriaedistensãoexcessivadabexigaurinária,semaumentarorisco deITUeéportantoumapráticacomumemvárioshospitais.99Contudo,temsidodemonstrado que a permanência do cateter por mais de 48 horas aumenta o risco de ITU.100,101 Tanto a retençãourináriaquantoacateterizaçãopodemlevaràbacteriúria,101-103 queaumentaem3-6 vezesoriscodeIPP.87,88,104,105 Aliteraturanaáreadeoncologiacirúrgicademonstraqueacolonizaçãobacterianadedrenos cirúrgicosusadosemprocedimentosmamárioseaxilareséumfatorderiscosignificativopara ILC,eosmicro-organismoscausadoresdaILCforamosmesmosquecolonizaramodreno,em 83%doscasos.106Outrosestudosdemonstraramqueháumaassociaçãoentrealongaduração dodrenoeoaumentodaincidênciadeILC.107 AsrecomendaçõesdaAAOSparaousodeantibióticosprofiláticosemartroplastiasprimárias (recomendação 3), afirma que: “a duração da administração de antibiótico profilático no período pós-operatório, não deve exceder 24 horas. Os antibióticos profiláticos devem ser interrompidosdentrodoperíodode24horasapósotérminodacirurgia.Aliteraturamédica não suporta a manutenção de antibióticos até que todos os drenos e cateteres sejam removidos,enãomostramevidênciasdebenefíciosquandomantidospormaisde24horas.”2 Acolonizaçãodedrenospelafloracutâneacertamentepodeocorrer,massomente10%dos casoscomculturapositivadaextremidadedosdrenos,desenvolveminfeçãoevidente.108 Michelsonetal.conduziramumECRde100cirurgiasdesubstituiçãoprotésicaqueutilizou2 métodos de manuseamento da bexiga urinária: algaliação urinária de curta duração (<24 horas) e cateterização intermitente. Todos os doentes receberam a cefazolina como antibióticoprofilático.Osautoresconstatarammenorincidênciaderetençãourinárianogrupo 62 com algaliação prolongada (27% vs. 52%, p <0.01) e menor taxa de distensão da bexiga urinária(7%vs.45%;p<0.01).Alémdisto,osdoentescomalgaliaçãoprolongadapormaisde 48 horas apresentaram uma taxa significativamente maior de infeção urinária (35%) em relação aos doentes com algaliação de alívio e/ou algaliação prolongada por menos de 48 horas(6%,p<0.01).99 Van den Brand et al. realizaram um estudo prospetivo para determinar se a algaliação prolongadapor48horasouacateterizaçãointermitentelevaamenortaxadebacteriúriaou ITU,comdoseprofiláticaúnicadecefazolina,emPTJePTAprimárias.Oprotocoloconsistiade profilaxiacomcefazolinaEVdurante48horasnoperíodopós-operatório.Doentesnosquaiso cateter persistiu após o término da cefazolina EV foram adicionalmente tratados com antibiótico profilático oral (nitrofurantoina) até a remoção do cateter. Dos 99 doentes que completaram o estudo, 14 (5 homens e 9 mulheres) desenvolveram bacteriúria. O grupo de algaliaçãoprolongadaapresentoubacteriúriaem11/46doentes(24%),enquantonogrupode cateterização de alívio (intermitente) 3/53 doentes (6%) apresentaram bacteriúria (p=0.018).109 Achados similares foram descritos por Oishi et al., que reviram 95 doentes consecutivos submetidos a algaliação prolongada (72 horas) ou de alívio. Doentes do grupo de algaliação prolongadaapresentarammenorincidênciaderetençãourinária(7%contra84%,p<0.005)e distensão da bexiga urinária (7% contra 41%, p <0.005). Ainda que não estatisticamente significativo, nenhum paciente no grupo de algaliação prolongada desenvolveu infeção, enquanto que, no grupo com algaliação de alívio, 1 doente (2%) apresentou bacteriúria e 1 doente(2%)desenvolveuITU(p>0.1).110,74 Koulouvaris et al. realizaram um estudo de caso-controle, retrospetivo para determinar se a ITUoubacteriúriaassintomática,tratadapré-oupós-operatoriamente,aumentaoriscodeIPP eseospatógenossãoosmesmosparaITUeIPP.Osautoresemparelharam58doentescom ILC, com 58 doentes que não desenvolveram ILC, baseados na idade, sexo, cirurgião, articulação,anodacirurgiaeduraçãodoseguimento.Nãofoiencontradaassociaçãoentrea ITUpré-operatóriaeILC(OR0.34;95%CI0.086-1.357,p=0.13),comotambémentreaITUpósoperatória e ILC (OR 4.22; 95% CI 0.46-38.9, p=0.20). Somente um paciente apresentou a mesmabactéria(E.faecalis)cultivadanaurinaenaferidacirúrgica.111 NumapesquisafeitaentremembrosdaSociedadeAmericanadeCirurgiõesdaMamasobreo uso de antibióticos perioperatórios em cirurgias de mama não reconstrutivas, que requerem drenos, 38% dos participantes mantiveram antibióticos durante 2-7 dias, enquanto 39% mantiveram-nos até a remoção dos drenos. Para cirurgia de reconstrução a percentagem foi de 33% para ambas as durações de antibioterapia.112 Num estudo similar das Sociedades de Cirurgia Plástica Americana e Canadiana, os autores encontraram que 72% dos cirurgiões plásticosmantiveramantibióticospós-operatórios,anívelambulatoriale46%atéaremoção dosdrenos.113 Questão12:Qualéaevidênciadaduraçãomaisapropriadadosantibióticospós-operatórios parareduziraincidênciadeILCouIPP? Consenso:Antibióticospós-operatóriosnãodevemseradministradospormaisde24horas. VotaçãodosDelegados:AFavor:87%,Contra:10%,Abstenção:3%(ForteConsenso) 63 Justificação: Muitos estudos em todas as especialidades cirúrgicas têm sido realizados para comparar duraçõesdeprofilaxiaantibióticaeaimensamaiorianãomostrouhaverqualquerbenefíciono seu uso por mais de 24 horas em cirurgia limpos em casos eletivos.114-116 A profilaxia pósoperatóriaprolongadadeveserdesestimulada,devidoapossibilidadedetoxicidadeadicional doantimicrobiano,seleçãodepatogéneosresistentesecustosdesnecessários.24 AsrecomendaçõesdaAAOSparaousodeantibióticosEVemcirurgiadesubstituiçãoprotésica primária(recomendação3)estabelece:“aduraçãodaadministraçãodeantibióticoprofilático nãodeveexcederoperíododas24horaspós-operatórias.Antibioterapiaprofiláticadeveser interrompidadentrode24horasdacirurgia.”1 McDonald et al. procederam a uma revisão sistemática entre diferentes especialidades cirúrgicas para determinar a eficácia geral da dose única ou múltipla dos antibióticos profiláticos em cirurgia de grande porte. Incluíram somente ECR publicados em inglês que usaramomesmoantibióticoemcadabraçodetratamento.Sejanosmodelosfixos(OR1.06, 95% CI 0.89-1.25) ou efeitos aleatórios (OR 1.04; 95% CI 0.86-1.25), não houve vantagem significativa de nenhum regime, único ou múltiplo, na prevenção da ILC. Para além disso, a análise de subgrupos não mostrou diferenças significativas no tipo de antibiótico usado, duração do braço de doses múltiplas (> ou < que 24 horas), ou tipo de cirurgia (ginecoobstétricasououtras).117 Mauerhan contrapôs a eficácia do regime de cefuroxima por 1 dia com a de 3 dias de cefazolina, num estudo prospetivo, multicêntrico, duplamente cego de 1,354 doentes submetidos a cirurgia de substituição protésica e concluiu que não houve diferença significativa na prevalência de ILC entre os dois grupos. No grupo submetido a PTA, a prevalênciadeILCprofundafoi0.5%(1/187)paraosdoentestratadoscomcefuroxima,e1.2% (2/168)paraaquelesquereceberamcefazolina.NogrupodePTJ,ataxadeILCprofundafoide 0.6%(1/178)nogrupodacefuroximae1.4%(3/207)paraogrupodacefazolina.22 Heydemann e Nelson, num estudo de procedimentos de artroplastia de anca e joelho, inicialmentecomeçaramporcompararumregimede24horasdenafcilinaoucefalozinacom um regime de 7 dias do mesmo e não encontraram nenhuma diferença na prevalência de infeção.Contrapuseram,então,umadoseúnicapré-operatória,comumregimede48horas,e também não encontraram diferença significativa na prevalência de infeção. Um total de 466 procedimentosforamrealizadosduranteos4anosdeestudo.Nenhumainfeçãoprofundase desenvolveunosdoisgrupos,dedoseúnicaoude48horasdeantibioterapiaprofilática.Uma infeção protésica (1/127, 0.8%) ocorreu no grupo de 24 horas e duas (2/128, 1.6%) no protocolode7dias,comumataxageraldeinfeçãode0.6%(3/466).Osautoresreconheceram afaltadepotênciadoestudoparacompararoregimededoseúnicaedemaisdeumadose, devidoaotamanhoreduzidodaamostra.118 Stone et al. realizaram 2 diferentes ECR placebo, que envolviam diferentes durações de profilaxiaantibióticaemdoentessubmetidosacirurgiaeletivagástrica,biliaroucolónicanum estudo,enumoutro,emdoentessubmetidosalaparotomiadeurgência,enãoencontraram emambassituações,nenhumadiferençasignificativanastaxasdeILC.Especificamente,num ECR de 220 doentes submetidos a cirurgia geral eletiva, que foram escolhidos de forma aleatória para cefamandol perioperatório mais 5 dias de placebo ou cefamandol 64 perioperatório, que se estendeu por mais 5 dias, os autores não encontraram diferença significativanataxadeILC(6%e5%,respetivamente).NosegundoECRdedoentessubmetidos alaparotomiadeurgência,noqualacefalotinaperioperatóriafoiusada,nãohouvediferença significativa na taxa de infeção peritoneal entre os que receberam somente profilaxia perioperatória (8% e 4%, respetivamente) comparada com os que receberam 5-7 dias adicionaisdeterapiapós-operatória(10%e5%respetivamente).119 Uma revisão retrospetiva de 1,341 cirurgia de substituição protésica, realizada por Williams and Gustilo afirma que não se encontra diferença significativa nas taxas de infeção entre os regimesde1-diae3-diasdeprofilaxiaantibiótica,masosautoresenfatizaramaimportância dadosepré-operatória,quefoide2gdecefazolina.120 Estudos clínicos pré e pós intervencionais analisaram o efeito da duração do antibiótico na profilaxiacirúrgica.UmainstituiçãolançouumprogramadevigilânciadeILCparamonitorizar todasascirurgiasortopédicas,emudouoesquemadeantibióticoprofiláticodecefuroximaEV comumadosepré-operatóriae2dosespós-operatóriasacada8horas,paraumadosepréoperatória única de cefazolinaEV para todas as cirurgias ortopédicas limpas. Os autores não encontraram diferença relevante nas taxas de infeção superficial ou profunda em 1,367 cirurgias de substituição protésica primárias, seja com a dose pré-operatória única de cefazolinaou3dosesdecefuroxima.AtaxadeILCparaPTAfoide1.1%(95%CI,0%-3.3%)no grupo da cefuroxima e 1.1% (95% CI, 0%-2.2%) no grupo da cefazolina (p=1.0). Para a PTJ a taxadeILCfoide1.6%(95%CI,0%-3.8%)nogrupodacefuroximae1,0%(95%CI,0.3%-1.7%) nogrupodacefazolina(p=0.63).121 Questão 13: Até que os resultados finais das culturas estejam disponíveis, qual é o antibióticoquedeveseradministradoemdoentescomsupostaIPP? Consenso: Num paciente com infeção presumida, em que as culturas estão pendentes, a cobertura antibiótica empírica vai depender da epidemiologia microbiológica local. Os dados daculturairãoauxiliarnaadaptaçãodosregimesdeantibióticos. VotaçãodosDelegados:AFavor:96%,Contra:1%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: Devemserdesenvolvidasdiretrizesbaseadasnaepidemiologiamicrobiológicadeinstituições individuais.124 Nos EUA, a vancomicina é recomendada para cobertura de patógenos Gram positivos,devidoaaltataxaderesistênciaàmeticilinaeàgentamicina,ouascefalosporinasde terceira e quarta gerações, para cobertura de Gram negativos. Todavia, em áreas com baixa prevalência de MRSA, a vancomicina não deve ser recomendada como droga de primeira escolha,atéqueosresultadosdaculturasejamobtidos,eassimoutrosantibióticospodemser indicados. Sharma et al. organizaram o espectro da sensibilidade antibiótica de espécimes de bactérias isoladas de cirurgia de revisão de PTA e PTJ, de modo a recomendar empiricamente o antibióticomaisapropriado,antesdaculturaserobtida.Osautoresidentificaram147doentes com amostras positivas, produzindo 248 microorganismos de 195 amostras de tecido, 43 amostras de líquido articular e 10 zaragatoas. Entre os 248 patogéneos isolados, o género, Estafilococosfoiomaiscomum(53%),seguidoporpatogéneosGramnegativos(24%).88%dos patogéneos Gram negativos foram detetados até 48 horas após a colheita e 94% dos gram 65 positivos dentro de 96 horas. No geral, 46% dos patogéneos eram sensíveis à cefalotina, enquanto somente 35% dos CoNS eram sensíveis à cefalotina. Nenhuma resistência à vancomicinafoiencontradaentreosGrampositivos.Destaforma,osautoresconcluíramque osantibióticosprofiláticosempíricosnarevisãodePTAePTJdevemincluiravancomicina,para patogéneos Gram positivos, e gentamicina para bactérias Gram negativos, e se a infeção é provável, ambos antibióticos devem ser mantidos continuamente por 96 e 48 horas, respetivamente,amenosqueaculturaouhistologiasugiramoutrosagentes.122 Joelho: Numa revisão retrospetiva de 121 doentes submetidos à revisão de PTJ por infeção, entre1994e2008noReinoUnido,o patogéneomaiscomumfoioCoNS(49%)eoS.aureus (13%). A prevalência de CoNS parece estar aumentando, enquanto a de S.aureus e outros patogéneos está a decair. Vancomicina e Teicoplanina foram os antibióticos mais efetivos, apresentando uma taxa de sensibilidade geral de 100% e 96%, respetivamente. Também, os autoresreportaramque,combasenoseumodeloteóricodecomparaçãodasensibilidadedos patogéneos aos antibióticos específicos, a gentamicina combinada com a vancomicina ou teicoplanina é o regime empírico mais efetivo. Ainda que os autores reconheçam o grande potencial nefrotóxico como efeito colateral, estes antibióticos podem ser adicionados ao cimentoósseocomsegurançarelativa.Osautorestambémsugeremqueesteregimeempírico podepotencialmentepermitirarevisãoem1tempocirúrgico,aserrealizadoquandoainfeção semanifesta.123 Em infeções precoces e tardias observadas nos dados do Registo Sueco de Artroplastias do Joelho, de 1986-2000, em 426 cirurgias de revisão, o CoNS foi o mais prevalente (105/299, 35.1%)e2vezesmaiscomumqueoS.aureus(55/299,18.4%).Eminfeçõeshematogéneas,o S.aureus foi o patogéneo dominante (67/99, 67.7%), seguido pelo Streptococcus e bactérias Gram negativos. Resistência à meticilina foi encontrada em 1/84 dos S.aureus isolados e em 62/100 dos CoNS isolados. Durante o período de estudo entre 1986-2000, a resistência à meticilinaentreosCoNSaumentou(p=0.002).Aresistênciaàgentamicinafoiencontradaem 1/28dosS.aureusisolados,eem19/29dosCoNSisolados.Assim,osautoresconcluemqueos antibióticos empíricos devem cobrir CoNS, uma vez que a maioria das infeções precoces são causadas por este patogéneo. Também levantam a discussão de que outros antibióticos devemserusadosnocimentoósseo,dadaaaltataxaderesistênciaàgentamicinapelosCoNS emrevisãodePTJinfectada.23 ORegistoSuecodeArtroplastiasdoJoelhoadquiriudadospreviamenteusadosparadescrever a microbiologia de 357 PTJ infetadas, em doentes operados antes de 1986. O S.aureus foi o patogéneo mais comum (45.4%) seguido pelo CoNS (18%).124 Em estudos posteriores os estafilococos continuaram a ser o patogéneo mais comum, com o S.aureus responsável por 13%-51%dasinfeçõeseosCoNSpor15%-49%.123,125,126 Anca:Rafiqetal.numarevisãoretrospetiva,amicrobiologiade337revisõesinfetadasdePTA de 1 tempo cirúrgico e descobriram que o CoNS foi o patogéneo predominante (67%) e o Estafilococos (13%) está a tornar-se mais prevalente. Notaram ainda, um aumento na resistência antibiótica (24% para a gentamicina), o que os levou a sugerir que outros antibióticos, tais como a eritromicina e o ácido fusídico sejam adicionados ao cimento ósseo duranteestesprocedimentos.127 NumestudoqueexaminouamicrobiologiadebactériascontaminantedurantePTAprimárias, Al-maiyah et al. recolheram culturas das luvas cirúrgicas (n=627 impressões) da equipa operatória em 50 PTA após colocação dos campos, e a cada intervalo de 20 minutos, e no 66 momentoantesdacimentação.Encontraramcontaminaçãoem57(9%)dasimpressõeseum total de 106 bactérias isoladas, com o CoNS sendo o mais frequente (68.9%), seguido pelo micrococcus (12.3%) e difteroides (9.4%). O S.aureus representou somente 6.6% dos casos. Curiosamente, somente metade (52%) dos CoNS foram sensíveis à cefuroxima, que neste período era o antibiótico profilático de escolha institucional e sugeriram os autores, que agentesalternativospodemserindicados.128 Phillips et al. reviram a microbiologia da infeção profunda pós artroplastia da anca e joelho numhospitalortopédicoespecializadodoReinoUnido,porumperíodode15anos.OCoNSfoi o agente infetante mais comum (36%), seguido pelo S.aureus (25%), enterococcus (9%), e MRSA(4%).Dosorganismosinfetantes,72%eramsensíveisaosagentesprofiláticosderotina. Não houve alteração significativa na microbiologia durante os 15 anos avaliados por este estudo.129,79 Ocasião(Momento)daInfeção: Umaanáliseretrospetivafoirealizadaem146doentes,dosquais194culturaspositivasforam obtidas durante a revisão de PTA ou PTJ. Setenta por cento das infeções foram classificadas como crónicas, 17% como agudas pós-operatórias, e 13% como agudas hematogéneas. Bactérias Gram positivos causaram a maioria das infeções (87%, 168/194). Em 61% das amostrasasbactériaseramsensíveisàcefazolina,88%àgentamicinae96%àvancomicina.As estirpesmaisresistentesaosantibióticosforamobtidasdedoentesnosquaisàantibioterapia préviahaviafalhado.Asinfeçõespós-operatóriasagudastinhamperfilderesistênciamaiordo queasinfeçõescrónicas.Asbactériasisoladasdeinfeçõeshematogéneasagudastinhamalta sensibilidade à cefazolina e também à gentamicina. O que levou os autores às seguintes recomendações: - Até que as culturas estejam disponíveis, cefazolina e gentamicina devem ser usadas nas infeçõeshematogéneasagudas. - Todas infeções crónicas e pós-operatórias agudas causadas por bactérias Gram positivos, e todos os casos em que a pesquisa de Gram falha em identificar a bactéria, devem receber vancomicina. -NasinfeçõesporbactériasGramnegativosascefalosporinasdeterceira ouquarta gerações sãoindicadas. - Nas infeções mistas (bactérias Gram positivos e Gram negativos) uma combinação de vancomicinaecefalosporinasdeterceiraouquartageraçõeséindicada. - Uma vez que 93% (180/194) das culturas se revelaram positivas até o quarto dia pósoperatório, os autores recomendam que se as culturas não forem positivas até o quarto dia pós-operatório,ainterrupçãodaterapiaantibióticaempíricadeveserconsiderada.59 Outrareconsideraçãoretrospetivade97doentes(106infeçõesem98ancas),Tsukayamaetal. notaram que os cocos aeróbicos Gram positivos foram isolados em 109 (74%) das 147 amostras; bacilos Gram negativos em 21 (14%); e anaeróbios em 12 (8%). Entre espécies de CoNS, 27 (48%) foram resistentes à oxacilina, enquanto que 33 (100%) dos CoNS foram sensíveis à oxacilina. Os autores observaram ainda, que a maioria das bactérias Gram negativos isoladas tiveram origem em infeções pós-operatórias precoces e crónicas tardias, enquanto que as bactérias isoladas de infeções hematogéneas agudas foram exclusivamente cocosGrampositivos.130 67 IrrigaçãoeDesbridamento(I&D): Uma revisão retrospetiva foi realizada para descrever o espectro microbiológico das IPP em 112doentestratadosporI&Doulavagemartroscópicarealizadasentre1998e2003,eassim orientar a escolha da antibioterapia de modo empírico. De um modo geral, os microorganismos mais frequentemente isolados foram CoNS (47%) e MSSA (44%), enquanto que 8% foram MRSA e 7% foram anaeróbicos. Nesta revisão, 60% dos CoNS isolados foram resistentes à meticilina. A maioria das bactérias Gram negativos isoladas foram resistentes à cefuroxima e todas foram sensíveis ao meropenem. Baseados na alta taxa de infeção polimicrobiana precoce, resistência às cefalosporinas entre as bactérias Gram negativas, resistência à β-lactamase entre os microorganismos Gram negativos e resistência aos antibióticosβ-lactâmicosentreosCoNS,osautoresrecomendamousodeglicopeptídeoscom 1carbamapenemcomoregimeinicial,modificadodeacordocomaculturaesensibilidadeno momentoemqueforemdisponíveis.131 Questão 14: Qual o antibiótico pré-operatório apropriado para o segundo tempo do tratamentocirúrgicoestagiadodeIPP? Consenso: O antibiótico pré-operatório apropriado, para o segundo tempo do tratamento estagiado, deve cobrir os microorganismos infetantes prévios. Implantes cimentados devem utilizarcimentoósseocomantibiótico. VotaçãodosDelegados:AFavor:66%,Contra:31%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: Doentes submetidos a cirurgia de reimplantação em 2 tempos são de alto risco para o desenvolvimentodeinfeçõesrecorrentes.132,133Ainfeçãorecorrentepodeserconsequênciada erradicaçãoincompletadabactériapréviaduranteoprocedimentocomosespaçadores,ouda ocorrênciadeumanovainfeção.Demodoaabrangeradequadamenteambososcenários,os antibióticos pré-operatórios profiláticos devem incluir a cobertura dos microorganismos prévios,assimcomoosmicroorganismosinfetantesmaiscomuns. O cimento ósseo com antibiótico demonstrou ser efetivo na redução da falência séptica pós artroplastia em doentes de alto risco, e é aprovado pelo FDA para o uso durante a reimplantação de componentes, no tratamento em 2 tempos cirúrgicos. Ainda que não haja evidênciaparasuportaraprática,faztodosentidonateoria,adicionarantibióticosquesejam efetivosnotratamentodainfeçãooriginal. Uma revisão sistemática de 31 estudos comparou os resultados clínicos obtidos com o tratamento em 1 e 2 tempos cirúrgicos em revisões de PTJ, com diferentes tipos de espaçadores. Os autores notaram que, após a revisão original para infeção, uma infeção profundafoidetetadaem0a31%doscasos.Destes,ainfeçãofoiconsideradarecorrenteem0 a 18% dos casos, enquanto nova infeção variou entre 0 e 31%. Ainda que a duração do seguimento pós-operatório não pareceu influenciar a taxa de infeção recorrente, os estudos commenosde4anosdeseguimentoapresentampoucasnovasinfeções.134 Azzam et al. analisaram retrospetivamente 33 doentes que apresentaram falência do tratamentoinicialem2tempos,dosquais18foramsubmetidosanovotratamentoestagiado. 68 Neste grupo, o microorganismo isolado foi diferente do patogéneo infetante prévio em somente1dos18doentes.132 Numestudosimilar,Kalraetal.avaliaramretrospetivamente11doentesquedesenvolveram reinfeçãoapósotratamentoestagiadoparaPTAinfetada,emqueotratamentosubsequente foitambémrealizadoporre-revisãoem2tempos.Nestasérie,ospatogéneosforammúltiplos em3doentesesomente2apresentaramreinfeçãopelomesmomicroorganismo.133 Numarevisãodosresultadosde69pacientescomIPPpósPTJ,Montetal.determinaramque8 de 9 reinfeções foram ocasionadas por patogéneos que haviam causado a infeção inicial, apesardequeem6de8doentesasensibilidadebacterianaaosantibióticoshaviamudado.126 Kubistaetal.publicaramosresultadosde368doentestratadosporrevisãoestagiadadePTJ infetada. Desta coorte, 58 (15.8%) desenvolveram reinfecção e um organismo causador foi identificadoem47de58(81%)dosdoentes.135 Numa avaliação retrospetiva de 117 doentes submetidos ao tratamento cirúrgico estagiado para IPP do joelho, 33 de 117 pacientes (28%) necessitaram de reoperação por infeção. No momentodareimplantação,cimentoósseocomantibiótico(1.2gdetobramicinapara40gde cimento) foi usado para fixação dos componentes. Todavia, não foi feita referência aos antibióticosparenteraisouperioperatóriosutilizadosnosegundotempo.136 Questão 15: Em cirurgias de longa duração, quando deve ser administrada intraoperatoriamenteumadoseadicionaldeantibióticoprofilático? Consenso: Uma dose adicional de antibiótico deve ser administrada intraoperatoriamente após2semi-vidasdoagenteprofilático.Asdiretrizesgeraisparaafrequênciadeadministração intraoperatória de antibióticos é mostrada em tabela anexa. Nós recomendamos que a dose adicional de antibiótico profilático seja administrada nos casos de grande perda sanguínea (>2000ml), e aporte de líquido de hidratação >2000ml. Como estas variáveis são independentes, a dose adicional deve ser considerada assim que um destes parâmetros seja atingido. VotaçãodosDelegados:AFavor:94%,Contra:5%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: Em casos de grandes perdas sanguíneas e grandes volumes de líquidos de hidrataçãoháumaperdaconsideráveldoagenteprofilático,oquepodeoriginarníveisabaixo da CIM. Isto também é verdadeiro para cirurgias que se estendem além da semi-vida do agente.Portanto,doseadicionaldeantibiótico(DAA)énecessáriapararestabelecerosníveis apropriados,acimadaCIM.UmaDAAtem-semostradoefetivanareduçãodastaxasdeILCem doentes cardíacos, e devem ser administradas intraoperatoriamente após um período de 2 vezesasemi-vidadoagenteprofiláticoutilizado.3,74,75 As recomendações da AAOS para o uso de antibióticos profiláticos EV em cirurgia de substituição protésica primária (recomendação 2) afirma que: “a duração e dose de antibióticos deve otimizar a eficácia da terapia.”1 Ambos, IDSA e AAOS atestam que: “Doses intraoperatórias adicionais de antibióticos são aconselhadas quando a duração do procedimento excede uma a duas vezes a semi-vida do antibiótico ou quando existe considerável perda hemática durante a cirurgia.” As diretrizes gerais para a frequência da administração de antibióticos intraoperatórios são as seguintes: Cefazolina a cada 2 a 5 (4) 69 horas,cefuroximaacada3-4horas,clindamicinaacada3-6horas,isoxazolilpenicilinaacada3 horasevancomicinaacada6-12horas.2,137,138 Num estudo prospetivo multicêntrico, explorando a relação entre frequência, duração, dose adicionaldeantimicrobianoprofiláticoeoriscodeILC,Steinbergetalconcluíramqueadose intraoperatória esteve associada a menor risco de infeção, somente quando o antibiótico profilático fosse administrado dentro do prazo recomendado. Em 1,062 (24%) casos, o procedimento cirúrgico teve duração mínima de 4 horas. Devido à semi-vida mais longa e necessidade reduzida de redosagem, os doentes que receberam vancomicina ou fluoroquinolonasforamexcluídosdaanálisedeimpactodaDAAnoriscodeinfeção(n=372).A DAAintraoperatóriafoifeitaem21%dos690procedimentoscirúrgicosprolongados.Dogrupo cujaduraçãodacirurgiaexcedeu4horaseadosepré-operatóriafoifeitadentrodoperíodode 1 hora, 2 de 112 (1.8%) que receberam DAA intraoperatória desenvolveram infeção, comparadoa22de400(5.5%)doentesquenãoreceberamadose(OR3.08,p=0.06).10 801 doentes submetidos a cirurgias limpas contaminadas foram escolhidos aleatoriamente pelogrupodetrabalhodeScheretal.,paraumdos3regimesdeantibiótico:1gdecefazolina pré-operatória;1gdecefazolinapré-operatóriaeoutradose3horasapós;e1gdecefotetam pré-operatória.AindaquetodososregimesmostrassemtaxasimilardeILCemcirurgiascom duraçãomenorde3horas,nascirurgiasqueseprolongarampormaisde3horas,ogrupoque recebeu somente 1 dose pré-operatória de cefazolina apresentou uma taxa de ILC significativamente mais elevada do que o grupo que recebeu uma nova dose de cefazolina (6.1%vs.1.3%,p<0-01).139 Shapiroetal.geraramumECRcomplaceboparatestaraeficáciadacefazolinaperioperatória naprevençãodainfeçãoapóshisterectomiavaginalouabdominal.Numsubgrupo,osautores analisaramoefeitodaduraçãodacirurgianaeficáciadaprofilaxiaperioperatória,pelocálculo das chances relativas ajustadas de infeção com e sem profilaxia, em diferentes durações da cirurgia. Encontraram que a eficácia da profilaxia diminui rapidamente com o aumento do tempo cirúrgico, sendo que para até 3 horas e 20 minutos, não teve efeito mensurável (OR=1).140 Polk et al. exploraram prospectivamente os níveis de 3 diferentes cefalosporinas (cefazolina, cefaloridina e cefalotina) administradas em dose única pré-operatória, e encontraram que concentraçõesaceitáveisdecefazolinaforammantidaspróximasdolocalcirúrgico,até3horas apósaadministração,enquantoosníveisdecefalotina,próximosàincisão,nãosemantiveram emconcentraçõesconsistentescomatividadeantimicrobianaefetiva.141 Ohgeetal.estudaram,prospectivamente,aconcentraçãodecefazolinanotecidodopâncreas em 10 doentes submetidos à pancreatectomia e determinaram o tempo ótimo, intraoperatório, para a repetição da dose de cefazolina. De acordo com as descobertas da pesquisa,osautoresrecomendaramqueumasegundadosedeKefazoldeveseradministrada 3 horas após a primeira dose, para que níveis adequados da atividade antibiótica sejam mantidos. A medida da CIM de 4 espécies bacterianas isoladas, a saber, 360 MSSA, 204 K.pneumoniae,314E.coli,e30espéciesdeStreptococcus,comotambémosníveistecidulares decefazolinaforamdeterminados.Aconcentraçãoantibióticanotecidoadiposoeperitoneu3 horasapósaadministraçãodokefazolfoiinferiorqueaCIM80paraK.pneumoniae,E.coli,e asespéciesdeStreptococcus.142 Numa avaliação retrospetiva de 131 doentes com cancro colo-rectal primário, em cirurgias prolongadasexcedendo4horas,astaxasdeILCforam8.5%e26.5%,respetivamenteparaos 70 doentesquereceberam(n=47)ounão(n=49)adoseadicionalintraoperatóriadeantibiótico. Estesvaloresforamestatisticamentesignificativostantonaanáliseunivariada(p=0.031)como naanálisemultivariada(p=0.008).143 Zanettietal.compararam,retrospetivamente,oriscodeILCem1.548doentessubmetidosa cirurgiacardíacacomduraçãomaiorque240minutos,apósadministraçãodadoseprofilática pré-operatóriadecefazolina.OriscogeraldeILCfoiparecidoentreosdoentescom[43/459, (9.4%)]esem[101/1089,(9.3%)]DAAintraoperatóriadecefazolina(OR1.01,95%CI0.7-1.47). Contudo,aaplicaçãodeumasegundadosefoibenéficaparaosprocedimentosqueexcederam 400 minutos de duração, nos quais a infeção ocorreu em 14/182 (7.7%) dos doentes que receberamdosagemintraoperatóriaeem32/200(16,0%)doentesquenãoreceberamadose intraoperatóriadoantibiótico(ORajustada0.44,95%CI0.23-0.86).Àaplicaçãodeumadose intraoperatóriadecefazolinaesteveassociadaumareduçãode16%noriscoglobaldeILCpós cirurgiacardíaca,incluindoprocedimentosexcedendo240minutosdeduração.74,75 Perda Sanguínea: Swoboda et al. propuseram-se a determinar o efeito da perda sanguínea intraoperatória na concentração sérica e tissular de cefazolina e gentamicina profiláticas, atravésdeumestudoprospetivodecirurgiaseletivasdacolunavertebral,comgrandeperda sanguíneaesperada.Aos60minutosapósaincisão,aperdasanguíneacorrelacionou-secoma concentração tissular de cefazolina (r=-0.66, p=0.05), e com o a desaparecimento da gentamicina dos tecidos (r=0.82, p=0.01). Baseados nos valores farmacocinéticos obtidos, a dose adicional de cefazolina deve ser feita quando a cirurgia excede 3 horas e a perda sanguíneaémaiorque1500ml.Umadoseprofiláticadegentamicinamaiorque1,8mg/kgdeve seradministradaemperíodomaiorque30minutospréviosàincisãocirúrgica.144 Perda Sanguínea/Reposição Volémica: Markantonis et al. analisaram os efeitos da perda sanguínea e dos fluidos de reposição volémica nas concentrações de gentamicina sérica, gordurasubcutânea,gorduranoepíploneparededocólon,emdoentessubmetidosacirurgia colo-retal.Agentamicinafoiadministradanadosepadrãode2mg/kg,eamostrasdesanguee tecidos foram obtidas concomitantemente em tempos determinados durante todo o procedimento cirúrgico. A concentração média durante a incisão cirúrgica foi 7.83 (0.82) μg/mL e reduziu para 2.60 (0.28) μg/mL durante o encerramento da pele, resultando em eficácia limítrofe mesmo microorganismos Gram negativos sensíveis (CIM-1.0). Uma forte correlaçãonegativafoiencontradaentreovolumedefluidosdereposiçãoadministradosEVe asconcentraçõesséricasetecidularesdegentamicina(p<0.04).145 Klekampetal.analisaramdoentesortopédicoscomperdasanguíneapequenaegrande,que receberamprofilaxiacomvancomicina,comoobjetivodedeterminaroefeitodasmudanças intraoperatórias de volume sobre as concentrações séricas do antibiótico. Seis doentes constituíram o grupo de grande perda sanguínea (>2L) e 7 constituíram o grupo de controlo (<2L), com uma média estimada de perda sanguínea, respetivamente de 4.4L e 1.0L; e o volume de líquido de reposição, excluídos hemoderivados, nas quantidades de 12.4L e 5.1L. Foi observada modesta correlação inversa entre perda sanguínea e a semi-vida sérica da vancomicina intraoperatória. Embora os controles mantivessem concentrações de vancomicina intra-operatórias ligeiramente mais elevados, a cada momento, não houve diferençaestatisticamentesignificativaentreosgrupos,noquedizrespeitoàsconcentrações absolutas ou taxa de declínio. Ao fim de 8 horas, a concentração sérica de vancomicina excedeuaCIM-90paraoS.aureusemcercadeoitovezesemtodos,excetoumpacientecom obesidade mórbida, que apresentou perda sanguínea maciça. Assim, a perda sanguínea duranteprocedimentosortopédicostemumefeitomínimosobreacinéticaintra-operatóriade 71 vancomicina,eaadministraçãodevancomicinaacada8a12horaspareceapropriadoparaa maioriadosdoentes.146 Dois estudos controlados sobre a profilaxia cirúrgica com cefazolina mostraram, de forma similar, os efeitos mínimos da perda sanguínea sobre as concentrações de drogas durante a PTA e artrodese da coluna vertebral. Meter et al. examinaram o efeito da perda sanguínea intra-operatória e reposição volémica, nos níveis séricos de cefazolina em 18 doentes submetidos a PTA. Quatro horas após a administração, o nível sérico de cefazolina foi de 45 mcg/mL,queultrapassouemmuitoaCIMparaS.aureus(0.5mcg/mL),apesardeumaperdade sangueintra-operatóriamédiade1137±-436ml.Istolevouosautoresaconcluirque,mesmo com perdas sanguíneas de 2 litros, não é necessário qualquer DAA de cefazolina antes de 4 horas,afimdemanteraCIMparaosmicroorganismosinfeciososmaiscomuns.147Oestudofoi repetido em 19 doentes submetidos a fusão espinal posterior instrumentada, e constataram que não houve diferença significativa entre o desaparecimento pré e intraoperatório da cefazolina,equenãohouvecorrelaçãoentreaperdasanguíneaeoníveldecefazolina.148 Questão 16: As doses de antibiótico pré-operatório devem ser ajustadas ao peso do paciente? Consenso: Os antibióticos pré-operatórios têm uma diferente farmacocinética em função do pesocorporal,eassimasdosesdevemserajustadasaopesodopaciente. VotaçãodosDelegados:AFavor:95%,Contra:4%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: Devidoàimprevisibilidaderelativadafarmacocinéticaemindivíduosobesos,asdosesdevem ser preferencialmente estimadas com base em estudos específicos para medicamentos individuais, realizados nesta população. Apenas alguns antibióticos (aminoglicosídeos, vancomicina, daptomicina, e linezolida) têm sido estudados na população obesa. As recomendaçõesdaAAOSparaousoEVdeantibióticosprofiláticosemcirurgiadesubstituição protésica primária, (recomendação 2) afirma que "tempo e dosagem da administração de antibióticos deve otimizar a eficácia da terapia. A dose deve ser proporcional ao peso do paciente;paradoentesacimade80kg,asdosesdecefazolinadevemserduplicadas”.2 Adoserecomendadadecefazolinaébaseadanoíndicedemassacorporal(IMC)dopaciente, de1.0gparaaspessoasquepesammenosde80kgede2,0gparaaquelesquepesammais de 80 kg. A dose de adulto da cefuroxima é de 1.5 gramas. A dose recomendada de clindamicina é de 600 a 900 miligramas.61 A dose recomendada de vancomicina, baseada no IMC, é de 10-15mg/kg, até um limite de 1g, em doentes com função renal normal.149 No entanto, existe literatura que suporta o uso de doses mais elevadas de vancomicina, enfatizando que doses maiores de 4g/dia têm sido associadas ao aumento do risco de nefrotoxicidade. Um nível mínimo é obtido antes da quarta dose programada e, em certas ocasiões, pode haver a necessidade de encurtar o intervalo das aplicações, para manter um nívelterapêuticomínimo(porexemplo,emlugardeseracada12horas,éacada8horas). Pelofactode30%dotecidoadipososerconstituídoporágua,umaabordagemempíricaéade usarafórmuladeDevineparacalcularopesocorporalideal(PI),aoqualéadicionadoumfator decorreçãodopesodedosagem(FC)de0.3vezesadiferençaentreopesocorporalreal(PR)e PI:[PI+0.3x(PR-PI)]parasechegaraumpesoquepossaservirdebaseparaadosagemde 72 antibióticos hidrofílicos. Não há estudos que confirmem esta abordagem para as drogas βlactâmicas. Estudos clínicos sugerem um FC de 0.4 para aminoglicosídeos e 0,45 para as quinolonas.150 Para os aminoglicosídeos, alguns sugerem usar o peso real (PR)151,153 utilizando um fator de correçãodedosagem,enquantooutrossugeremadosagemcombasenopesocorporalmagro (PM) com um acompanhamento adequado na primeira dose152. As orientações atuais para a administraçãodavancomicinasãobaseadasnasdosesdeataquedevancomicinaemrelação aopesocorporaltotaldopaciente(PT),eamanutençãodasdoses,emrelaçãoàdepuraçãoda creatinina(CCr)dopaciente.153,154 Noentanto,adecisãosobrerealizarcálculosdoCCrapartir do PR, PI ou outra medida, ainda está por ser determinada. Como regra geral, os doentes obesos e obesos mórbidos necessitam doses mais elevadas de cefalosporina para alcançar resultados semelhantes, no entanto, há poucas recomendações de dosagens absolutas. Pelo menosumestudodemonstrouqueumadosede2gdecefazolinadeveproporcionarosníveis suficientesporpelomenos4horas,mesmonasuper-obesidademórbida(IMC≥50kg/m2).155,87 OutrosestudosconfirmamqueavancomicinadeveseradministradadeacordocomoPR,com ajustes de dose com base em concentrações séricas,156 enquanto que a administração de aminoglicosídeos requer o cálculo do peso corporal adequado, através de um fator de correção.157 Forse et. al. efetuaram um ECR em doentes obesos mórbidos submetidos à gastroplastia, e descobriram que os níveis sanguíneos e tecidulares de cefazolina foram significativamente menores para todos os doentes com obesidade mórbida que receberam 1g de cefazolina, comparados com os níveis sanguíneos e tecidulares da droga encontrada em doentes com pesonormal,quereceberamumadosesemelhantedeantibiótico.Alémdisso,osdoentescom obesidade mórbida que receberam apenas 1g de cefazolina tinham níveis de antibióticos abaixo da CIM de 2mcg/mL para cocos Gram positivos e 4mcg/mL para bacilos Gram negativos. As concentrações séricas e teciduais foram adequadas somente quando 2g de cefazolina foram administrados. Além disso, em relação a 1 g, a administração de 2g de cefazolina reduziu a taxa de infeção da ferida de 16.5% para 5.6%, nesses doentes com obesidademórbida.18 Van Kralingen et al. estudaram a influência do peso corporal e idade sobre os parâmetros farmacocinéticos e concentrações de cefazolina, avaliadas ao longo do tempo, em doentes obesos. Vinte doentes com obesidade mórbida (IMC 38-79 kg/m2) foram estudados após a administraçãode2gdecefazolinaduranteainduçãoanestésica.Amostrasdesangueforam colhidasaté4horasapósaadministração,paradeterminarasconcentraçõesplasmáticasde cefazolina total e não ligada. O clearance de cefazolina foi de 4.2 ± 1.0 L/h (média ± desvio padrão) e mostrou uma correlação negativa com a idade (p = 0.003), mas não com o peso corporal(p>0.05).Emtodososdoentes,asconcentraçõesdecefazolinanãoligadamanteveseacimade1mg/L(CIM90)paraMSSA,até4horasapósaadministração.158 Hoetal.tentaramdeterminarumregimededosagemidealparaacefazolinacomoantibiótico profilático, em cirurgias de doentes com obesidade mórbida (OM). Vinte e cinco doentes submetidosaprocedimentoscirúrgicoseletivosreceberamumadoseúnicadecefazolina:10 com obesidade mórbida (IMC 40-50 kg/m2) receberam 2g via intravenosa êmbolo (EVE), 5 obesidademórbidareceberam2gviainfusãode30minutos(OM2INF),5comsuper-obesidade mórbida(SOM2INF,IMC>50kg/m2)receberam2gviainfusão,e5comSOMreceberam3gvia infusão (SOM3INF). A duração da proteção, determinada usando um alvo farmacodinâmico 73 parafT>CIMde70%,foide5.1horasparaOM2-EVE,4.8horasparaOM2INF,5.8horaspara SOM2INF, e 6.8 horas para SOM3INF. Os autores concluíram que uma dose única de 2g de cefazolina parece fornecer exposição antibiótica suficiente para procedimentos cirúrgicos geraismaiscomuns,commenosde5horasdeduração,independentementedoIMC.155 Em contraste, Edmiston et al. afirmam que 2g de cefazolina podem não ser suficientes para doentes com IMC >50 kg/m2, com base em medições das concentrações séricas totais em doentesobesosmórbidossubmetidosabypassgástrico.Osautoresincluíram38doentesnum dostrêsgruposdeIMC:A)IMCentre40e49kg/m2(n=17),B)IMCentre50e59kg/m2(n= 11),eC)IMC>60kg/m2(n=10),easconcentraçõesséricasetecidularesdecefazolinaforam doseadas.Elesconcluíramqueosníveistecidularesterapêuticossóforamobtidosem48,1%, 28,6%,e10,2%%,respetivamentenosgruposA,B,eC.Osautoresdosearamasconcentrações séricas, na pele, no tecido adiposo, e no epíplon, mas não avaliaram as concentrações de cefazolinanãoligada,quepodemigrarrapidamenteatravésdostecidos.159 A Tabela abaixo lista as dosagens recomendadas (mg) de alguns antimicrobianos, de acordo comopesocorporal(Kg): Antimicrobiano Cefazolina Cefuroxima PesoCorporalReal (PR;kg) DoseRecomendada Intervaloemhorasaté (mg) àdoseadicional <60 1000 Cada4horas 60-120 2000 Cada4horas >120 3000 Cada4horas 1500 Cada4horas 15mg/kg(Dose Máxima:2000mg) 6-12 900 3 400 NãoDisponível Ajuste desnecessário Vancomicina Dosagemdeacordo comopeso Clindamicina Ajuste desnecessário Teicoplanina Ajuste desnecessário Indicação ProfilaxiaPerioperatória Primária ProfilaxiaPerioperatória Primária ProfilaxiaPerioperatória parahospedeirosdeMRSA e/oudoentescomalergia aosβ-lactâmicos ProfilaxiaPerioperatória paradoentescomalergia aosβ-lactâmicos Profilaxiaperioperatória parahospedeirosdeMRSA e/oudoentescomalergia aosβ-lactâmicos Questão 17A: Que tipo de antibiótico profilático perioperatório é recomendado para portadoresactuaisdeMRSA? Consenso: Para portadores atuais de MRSA, a vancomicina ou a teicoplanina são recomendadosnaprofilaxiaantibióticaperioperatória. VotaçãodosDelegados:AFavor:86%,Contra:12%,Abstenção:2%(ForteConsenso) 74 Questão17B:OsdoentescomhistóriapréviadeMRSAdevemserreavaliados?Qualdeveser oantibióticoperioperatórioprofiláticodeescolhaparaestesdoentes? Consenso:DoentescomhistóriapréviadeMRSAdevemserreavaliadospré-operatoriamente. Caso sejam negativos para MRSA, recomendamos a profilaxia antibiótica perioperatória de rotina. VotaçãodosDelegados:AFavor:76%,Contra:23%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: AadoçãodeumprogramadeprevençãodeinfeçãoporMRSApodereduzirsignificativamente aILCporMRSA.Noentanto,éimprovávelqueumaintervençãosingularouisolada,aindaque específicaparaaprevençãodeinfeçãoporMRSA,(comoousodavancomicina)possaprevenir ILC adequadamente. Vários estudos mostram dados convincentes sobre a eficácia clínica da vancomicinanaprevençãodainfeçãocirúrgica,quandoaprevalênciadeMRSAéalta.69, 70, 79 Mais pesquisa será necessária para determinar quais os componentes de um programa específico de prevenção são essenciais na profilaxia de ILC por MRSA.160 Não é seguro se a descontaminação pode alterar o tipo de antibiótico utilizado, uma vez que poucos estudos reavaliaram o estado de contaminação por MRSA dos doentes, imediatamente antes da cirurgia. AsrecomendaçõesdaAAOSparaousoEVdeantibióticoprofiláticoemcirurgiadesubstituição protésicaprimária(recomendação2)afirmaque"avancomicinapodeserutilizadoemdoentes sabidamentecolonizadosporMRSAoueminstalaçõescomsurtosrecentesdeMRSA."1 Além disso,aSocietyforHealthcareEpidemiologyofAmericarecomendou,recentemente,culturas de vigilância rotineiras no momento da admissão ao hospital em doentes com alto risco de contaminaçãoporMRSA.52 Walshetal.criaramumprogramaabrangentedeprevençãodainfeçãoporMRSA,emquea vancomicina foi adicionada ao regime de cefazolina profilática de rotina, em doentes que revelem ser portadores nasais de MRSA. Outros componentes do programa incluíram a descolonizaçãodetodaaequipadecirurgiacardiotorácicaquetiveramrastreiopositivoparao transportenasaldeMRSA,aaplicaçãodepomadademupirocinanasalpor5diasemtodosos doentes,iniciadaumdiaantesdacirurgia,aaplicaçãodemupirocinatópicanosorifíciosapósa remoção dos drenos torácicos e mediastinais, e novo rastreio dos doentes para colonização porMRSAnomomentodaaltahospitalar.Esteprogramaresultounumareduçãosignificativa nataxadeILC(de2.1%para0.8%,p<0.001),bemcomoareduçãode93%dasILCporMRSA (de32infeçõesem2,767procedimentosduranteoperíododepré-intervençãode3anos,para 2infeçõesem2,496procedimentosduranteoperíodopós-intervençãode3anos).Osdados sugerem que a adoção de um pacote de medidas na prevenção das ILC por MRSA pode ser críticoquandocomparadoaumaintervençãoúnica.79 Pofahl et al. avaliaram o impacto da adoção de programas de rastreio e tratamento subsequentedeILCporMRSA.Apósainstituiçãodeprogramasdevigilância,ataxadeILCpor MRSAreduziude0.23%para0.09%,comreduçãomaispronunciadaobservadaemcirurgiade substituição protésica (de 0.30% para 0%, p=0.04). Contudo, os autores observaram que as 75 mudanças dos antibióticos perioperatórios em doentes MRSA-positivos foram definidas por decisãodocirurgiãoresponsável.161 Questão 18: Qual a profilaxia antibiótica recomendada para doentes submetidos a reconstruçõesortopédicasdegrandeporte,porcondiçõestumoraisounãoneoplásicas,em quesãoutilizadasmegapróteses? Consenso: Até o surgimento de novas evidências, nós recomendamos o uso rotineiro de profilaxiaantibióticaemdoentessubmetidosareconstruçõesortopédicasdegrandeporte. VotaçãodosDelegados:AFavor:93%,Contra:6%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: A infeção profunda foi reportada como sendo uma das complicações mais comuns após a substituiçãoendoprotésicadegrandesdefeitosósseos,variandoentre5%e35%emalgumas séries.162-166 As taxas de reinfeção após cirurgia de revisão para a infeção endoprotésica têm sido relatadas em níveis que chegam a atingir 43%.165 Apesar disso, não há evidências suficientes para sugerir que um regime antibiótico perioperatório diferente se justifique. Recentemente, foi criado um estudo multicêntrico, cego, randomizado, controlado, com um design de braços paralelos (estudo PARTITY), que vai avaliar 920 doentes do Canadá e dos EUA, submetidos a excisão cirúrgica e reconstrução endoprotésica de tumores ósseos primários.Osdoentesirãoreceberantibióticosprofiláticospós-operatóriosdecurta(24h)ou longa (5 dias) duração. O desfecho primário será a taxa de infeção pós-operatória profunda, em cada braço. Os desfechos secundários incluem: o tipo e frequência de eventos adversos relacionados com antibióticos, os resultados funcionais dos doentes e a pontuação de qualidadedevida,reoperaçãoemortalidade.167 Outra área de desenvolvimento diz respeito ao revestimento com prata de implantes e dispositivos médicos, tais como válvulas cardíacas, cateteres cardíacos e cateteres urinários, que tem demonstrado a capacidade de reduzir a taxa de infeção de dispositivos médicos e, portanto,umaextensãológicadotrabalhofoiadetraduziresseconceitoparaodomínioda endoprótese.168,169 Tanto a ciência básica como a pesquisa clínica sugerem a redução da incidência de ILC e IPP em endopróteses revestidas com prata. Recentemente, implantes de titânio revestidos com iodo têm sido igualmente eficazes na prevenção e tratamento de infeçõesemcirurgiasortopédicasdegrandeporte.170,171 Num estudo experimental em coelhos, a taxa de infeção em próteses não revestidas e revestidas com prata foi avaliada, após a inoculação de S.aureus, e em que também foram doseadas as concentrações de prata no sangue, urina e órgãos-alvo de possíveis efeitos colaterais tóxicos. Os autores demonstraram, de forma convincente, que as megapróteses revestidas com prata apresentaram taxa de infeção significativamente inferior, quando comparadacomogrupodeprótesesemtitânionãorevestidas(7%e47%,respetivamente,p <0.05).173 Além disso, as medições de proteína C-reativa, neutrófilos, temperatura rectal, e o peso corporal mostraram sinais inflamatórios significativamente menores (p <0.05) no grupo de revestimento com prata. Num segundo estudo, os mesmos autores analisaram os potenciaisefeitoscolateraistoxicológicosdestesimplanteseencontraramqueaconcentração sanguínea [mediana 1.883 partes por bilhão (PPB)] e tissular (0.798-86,002 PPB) de prata 76 estavam elevadas, sem alterações patológicas dos parâmetros laboratoriais e sem alterações histológicasdosórgãos.174 Num estudo observacional prospetivo, Hardes et al. compararam a taxa de infeção em 51 doentes com sarcoma ósseo (fémur proximal, n=22; tíbia proximal, n=29) submetidos ao implante de megapróteses revestidas de prata, com 74 doentes (fémur proximal, n=33; tíbia proximal,n=41),nosquaisfoiutilizadaumamegaprótesedetitânio,nãorevestida.Osautores relataram a redução substancial da taxa de infeção, de 17.6% no grupo de titânio não revestido, comparada com 5,9% no grupo de implantes revestidos de prata (p=0.06). Além disso, enquanto 38,5% dos doentes, em última instância, sofreu amputação quando do desenvolvimentodeIPP,issonãoocorreu,emnenhumcasonogrupodeestudo.Noentanto, Hardes et al. observaram que a duração da cirurgia necessária para a substituição da tíbia proximal,foisignificativamentemenornogrupocomrevestimentodeprata(p=0.034),equea duraçãoprolongadadacirurgiaesteveassociadocomumaumentodataxadeIPP(p=0.025).173 Omesmogruporelatouafaltadeefeitoslateraistoxicológicosdemegaprótesesrevestidasde prataem20doentescommetástasesósseas.173Osautoresrelataramqueosníveisdepratano sanguenãoultrapassaram56.4PPBepodem,assim,serconsideradosnão-tóxicos.Excluíram aindamudançassignificativasnafunçãohepáticaerenalcombaseemvaloreslaboratoriais;e o exame histopatológico do ambiente periprotésico, em dois doentes, não apresentou sinais degranulomasdecorpoestranhoouinflamaçãocrónica,apesardeconcentraçõesefetivasde pratadeaté1.626PPBestaremrelacionadasdiretamentecomasuperfíciedaprótese.173 Tsuchiya et al. relataram que os implantes com revestimento de iodo foram usados para prevenir a infeção em 257 doentes com o estado geral comprometido. A infeção aguda desenvolveu-seemapenas3casosdetumoreumpédiabético,entretodosos257doentes. Anomalias da função da glândula tiróide não foram detetadas. Nenhum dos doentes apresentoudescelagemdosimplantes.Excelentecrescimentoósseofoiencontradoemtorno detodasasprótesesde ancaeimplantesparatumores.Osresultadosindicamqueotitânio revestidodeiodotematividadeantibacterianafavorável,biocompatibilidade,ecomnenhuma citotoxicidade.170 Gosheger examinou 197 doentes com megapróteses e encontrou que os implantados com prótesesdecrómio-cobaltotiverammaisinfeçõesdoqueaquelescomimplantesdetitânio.174 Revendo 197doentes(77 doentescomumsistemadeligade crómio-cobaltoe120 doentes com um sistema de liga de titânio) que foram submetidos a reconstrução de extremidades inferiorescommegapróteses,umataxadeinfeçãode31,2%nogrupodecrómio-cobalto,em comparação com 14,2% no grupo de titânio (p <0,01). Quando se realizou uma análise secundária combinando dois subgrupos idênticos, o grupo crómio-cobalto ainda estava associada a uma taxa significativamente mais elevada de infeção, com 5 infeções de 26 megaprótesescontraumainfeçãoem36megaprótesesdetitânio(p<0,05).174 Questão 19: A profilaxia antibiótica deve ser diferente em doentes submetidos a reconstruçõescomalotransplantemaciço? Consenso: Nós recomendamos o uso de profilaxia antibiótica de rotina em doentes submetidosàreconstruçãocomalotransplantemaciço. 77 VotaçãodosDelegados:AFavor:93%,Contra:5%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: A região periprotésica é de si um local de menor resistência. O enxerto ósseo maciço é, em essência,umgrandecorpoestranho,logo,alémdosimplantesprotésicos,representaumlocal adicional para a infeção profunda após a cirurgia. Além disso, enxertos maciços são usados com mais frequentemente no ambiente de artropatia de revisão, em que há o comprometimento vascular e de partes moles, o que agrava o risco de infeção. Portanto, parecerazoávelquerermodificaroprotocolodeantibióticoperioperatórioparaprotegerestas reconstruções. Infelizmente, não existem estudos suficientes para apoiar a alteração dos regimes de antibióticos perioperatórios, uma vez que a maioria dos estudos sobre o uso de alotransplante maciço não indica nem detalha os esquemas de antibióticos profiláticos utilizados.Mesmoqueessesdadosestivessemdisponíveis,nãoseriaapropriadocompararas taxas de infeção de diferentes séries clínicas com base em seus protocolos antibióticos perioperatórios, devido à heterogeneidade das populações de doentes. No entanto, há uma crescente tendência na literatura para apoiar o uso de alotransplantes impregnados de antibiótico,nocenárioderevisão,comoformadediminuirastaxasdeinfeção.Aacrescentara isso,existemváriosrelatosdousodealotransplantesousubstitutosósseosimpregnadoscom antibióticos, como uma maneira de preencher defeitos ósseos e promover o crescimento ósseo, ao mesmo tempo em que liberta doses supraterapêuticas de antibióticos para o ambientelocal,emcasosdeosteomielite.Aindaquenãoexistaliteraturaatualabordandoesta tecnologianassituaçõesdedefeitosósseosemartroplastiaderevisãoinfetadas,elapodeser umatécnicapromissora. Witso et al. utilizaram alotransplantes impregnados com netilmicina para reconstrução em cirurgias de revisão da anca e joelho, e não encontraram efeitos adversos.175 Buttaro et al. tiveram resultados favoráveis usando os enxertos esponjosos suplementados com vancomicina, para a reconstrução após PTA infectada.176,177 Michalak et al. e Khoo et al. utilizaram alotransplantes segmentares impregnados com gentamicina e flucloxacilina respetivamente.178,179 No entanto, todos esses grupos utilizaram enxertos impregnados de antibióticosapenasnasegundaetapadeumarevisãoestagiada,apósaresoluçãodaevidência clínicaelaboratorialdeinfeção. Winkler et al. realizaram 37 revisões não cimentadas num tempo cirúrgico, usando alotransplante de osso esponjoso impregnado com antibióticos e observou uma taxa de sucesso de 92%, definida como infeção recorrente, num seguimento médio de 4.4 anos (variaçãode2-8anos).Alémdisso,nãoforamobservadosefeitosadversos,eaincorporação deenxertoósseofoicomparávelàdosenxertosnãoimpregnados.180 Numasériesemelhante,Buttaroetal.analisaramaincidênciadeinfeção,apósareconstrução numtempoderevisõesassépticasdaanca,utilizandoalotransplanteimpactado(femorale/ou acetabular)impregnadocomvancomicina,eoscomponentesprotésicosfixadoscomcimento semantibiótico.Em75doentesconsecutivos(80ancas),seguidosporumamédiade36meses (24-59 meses), a infeção profunda ocorreu num doente (1.25%), dois anos após o procedimentocirúrgico,oquelevouoautoràsuspeitadeorigemhematogénea.181 O alotransplante ósseo esponjoso pode armazenar e libertar elevadas quantidades locais iniciais de vancomicina, sem comprometer a incorporação do enxerto, e alguns resultados favoráveis com esta técnica foram publicados após a revisão por etapas de PTA infetada.176,177,182-184 78 Questão 20: Os doentes com diabetes descompensada, imunossuprimidos ou com doença autoimunerequeremprofilaxiaantibióticaperioperatóriadiferente? Consenso:Não.Aprofilaxiaantibióticaderotinaéindicadaparaestesdoentes. VotaçãodosDelegados:AFavor:90%,Contra:9%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: Tem sido demonstrado em vários estudos que a diabetes mellitus (DM), e em especial a diabetes descompensado (DM), é um fator de risco para a infeção pós-operatória em PTA e PTJ.185-188 Um estudo estatístico recente, dentro do sistema Kaiser de Saúde, não encontrou aumento significativo do risco de revisão ou infeção profunda em doentes diabéticos compensados (HbA1c <7%) ou não compensados (HbA1c >7%). Especificamente, em comparaçãocomdoentesnãodiabéticos,nãohouveassociaçãoentreDMcompensadoerisco derevisão(OR1.32CI95%0.99-1.76).Damesmaforma,quandocomparadosaosdoentesnão diabéticos,nãohouveassociaçãoentreDMdescompensadaeriscoderevisão(OR1.03CI95% 0.68-1.54).189 A obesidade também tem sido associada com uma taxa significativamente maior de infeção pós-operatóriaapóscirurgiadesubstituiçãoprotésica.190-192 O vírus da imunodeficiência humana (VIH), também tem sido associado com uma taxa preocupante de complicações pós-operatórias, incluindo a infeção. Parvizi et al. relataram 6 infeções profundas em 21 doentes VIH positivos submetidos a cirurgia de substituição protésica. Os autores observaram que o estado imunológico dos doentes estava relacionado com o risco de IPP profunda, em que 5 dos 6 doentes desenvolveram Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) subsequente, e a contagem de CD4 foi significativamente menor(239±112μL)noseguimentomaistardiodosdoentesquedesenvolveraminfeção,em comparação com 523 ± 171μL na população de estudo como um todo (p <0.001). Neste estudo,osautoresrelataramousodeantibióticosprofiláticos(cefalosporinas)pré-operatórios e 3 doses pós-operatórias, com o acréscimo de antibiótico (vancomicina e tobramicina) no cimentoósseoem2doentessupostamentedealtoriscoparaainfeção.193 Damesmaforma,Ragnietal.encontraramumataxadeinfeçãopós-operatóriamuitoelevada (26.5%) em 34 cirurgias de substituição protésica em doentes hemofílicos VIH-positivos, os quaistinhamcontagemdeCD4menorque200/μLnomomentodacirurgia.194Habermanetal. observaramumataxadeinfeçãode12.7%numgrupode41doentesVIH-positivossubmetidos acirurgiadesubstituiçãoprotésica,masnãoidentificaramnenhumadiferençanosresultados relativos à contagem de CD4.195 O protocolo de antibiótico perioperatório incluiu 5 dias de cefuroxima,eousodecimentocomantibiótico(PalacosR,Zimmer,Warsaw,IN)emtodosos procedimentos. Numa série menor, de 6 doentes infetados pelo VIH submetidos cirurgia de substituiçãoprotésica,Wangetal.nãoobservaramnenhumainfeçãoououtrascomplicações. Os autores também utilizaram cimento ósseo com antibiótico (vancomicina) em todos os casos.196 Unger et al. avaliaram os resultados de 26 PTJ em hemofílicos VIH-positivos e não encontraram nenhum caso deinfeçãoprofunda, mas écuriosonotar que a contagem média decélulasCD4dessesdoentesfoide463μL.197 HistoricamenteahemofiliatemsidoconsideradaumfatorderiscoparaaIPP,empartedevido àsuarelaçãocomoVIHeSIDA,mastambémcomoumfatorderiscoindependente.Umartigo 79 deSilvaetal.reviuosresultadosalongoprazodasPTJprimáriasemdoentescomhemofilia,e observaramosautoresumaprevalênciadeIPPde16%,comumataxadeinfeçãoemdoentes VIHpositivosenegativos,respetivamentede17%e13%,(p=0.5).Oprotocoloperioperatório dos autores incluiu 3-5 dias de antibiótico profilático e a fixação dos implantes com cimento semantibiótico.198Poroutrolado,Rodriguez-Marchanrelatouumataxadeinfeçãodesomente 3% em 35 cirurgias de substituição protésica em doentes hemofílicos. Contudo, utilizaram cimento com antibiótico para a fixação dos implantes e 2 dias de profilaxia antibiótica perioperatória.199 Doentesesplenectomizadostêmriscoaumentadoparainfeçõesporbactériasencapsuladas;e aindaquehajasuporteparavacinaçãoeprofilaxiacompenicilinaemdoentesabaixode16e acima de 50 anos de idade, não há presentemente consenso sobre o manuseamento perioperatório apropriado destes doentes, imunocomprometidos. Num relato de caso sobre umpacienteesplenectomizadosubmetidoaPTJ,Shaaranietal.descreveramaevoluçãopara infeçãoporMRSA.Nestecaso,ocimentoósseosemantibióticofoiusadoparaafixaçãodos implantes,eopacienterecebeuprofilaxiaantibióticapré-operatóriaEVcomcefalosporinade segundageração.200 Adoençarenal(incluindoainsuficiência,dependênciadediáliseetransplanterenal)temsido implicada no aumento do risco de IPP. McCleery et al. analisaram o Registo Escocês de Artroplastia para determinar as taxas de IPP em doentes com insuficiência renal (IR), com necessidadedediáliseetransplantados.Relatamosautores,quedoentescomIRtiveramum aumentosignificativodoriscodeinfeçãoprecoce(1.6%,RR1.52,p=0.02)etardia(4.47%,RR 2.2, p <0.001). Doentes dialisados apresentaram aumento significativo do risco de infeção (8.0%,RR3.99,p<0.001)erevisãoprecoce(3.7%,RR4.4,p<0.001).Doentestransplantados renaistiveramaumentosignificativodoriscodeinfeçãotardia,adespeitodotransplanteser realizadoantesdaPTJ(9.1%,RR4.5,p=0.03)ouemqualquertempo(8.0%,RR4.0,p=0.05).201 Lieberman et al. documentaram uma taxa de infeção profunda de 19% em 16 doentes em diáliseporIRcrónica,eresultadosmaisfavoráveisemdoentestransplantados.202 Sakalkaleet al. relataram uma taxa de infeção profunda de 13% em 12 doentes dialisados em estádio terminal de IR, submetidos a PTA. Neste estudo os antibióticos profiláticos perioperatórios foramadministradospor2-5dias.203 Poroutrolado,outrosautoresnãoobservaramaumento nataxadeinfeçãoemdoentessobhemodiálisecrónica,quesesubmeteramàPTA.204,205 A doença hepática tem sido também associada ao aumento da morbilidade após cirurgia de substituição protésica. Pour et al efetuaram um estudo de caso-controlo de 71 doentes não cirróticoscomhepatiteC,submetidosacirurgiadesubstituiçãoprotésica,eencontraramque estegrupoapresentoumaiorestaxasdedrenagempersistenteapósPTA,quandocomparada aoscontrolosemparelhados(15%e3.8%,respetivamente,p=0.03).206Orozcoetal.publicaram recentementeumestudodecaso-controloparaanalisaroefeitodafibroseetrombocitopenia no diagnóstico de hepatite C, e nos resultados clínicos. Numa análise de 72 doentes (77 cirurgias de substituição protésica), os autores aperceberam-se que doentes com hepatite C fibróticaapresentarammaiortaxadeinfeçãoprofunda(21vs.0%,p=0.047)edecelulite(21 vs.0%,p=0.047),aopassoquetrombocitopeniademonstrouumatendênciaparaaumentodo riscodeinfeções.207 O transplante de órgãos sólidos (TOS) é um fator de risco paraIPP, devido à necessidade do usocrónicodemedicaçõesimunossupressoras.Vergidisetal.efetuaramumestudodecasode controlo de doentes com TOS, que desenvolveram IPP, comparando-os aos doentes não infetados (os controlos foram emparelhados por tipo de transplante, tipo de substituição 80 protésica, e sequência do procedimento cirúrgico de transplante ou cirurgia de substituição protésica). Dos 367 doentes com ambos, cirurgia de substituição protésica e TOS, foram encontrados 12 casos de IPP, dos quais 8 associados a transplante renal, 3 a transplante hepáticoe1atransplantecardíaco.MicroorganismosGrampositivosforamencontradosem8 doentes, micobactéria não tuberculosa em 2 doentes e em 2 doentes as culturas foram negativas. De notar que os doentes receberam cefazolina perioperatória, ou vancomicina no casodecolonizaçãoouinfeçãopréviaporMRSA.208Tannenbaumetal.relataramosresultados de35cirurgiasdesubstituiçãoprotésicaem19doentestransplantados(renalouhepático)e encontraram 5 doentes com IPP, submetidos a cirurgia de substituição protésica após o transplante. Não foram detetadas infeções em doentes que realizaram a cirurgia de substituição protésica antes do transplante. Nesta série, os antibióticos profiláticos foram administrados por pelo menos 48 horas, ou até que os drenos fossem removidos, e quando utilizado,aocimentoósseonãoforamacrescentadosantibióticos.209 Questão 21A: Os antibióticos devem ser diferentes para cirurgia de substituição protésica primáriaederevisão? Consenso: Não. A profilaxia antibiótica perioperatória deve ser a mesma para artroplastia primáriaourevisãonãoinfetada. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%,Contra:10%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Questão21B:OsantibióticosdevemserdiferentesparaPTAePTJ? Consenso:Aantibioterapiaprofiláticaperioperatóriadeveseramesmaparaancaejoelho. VotaçãodosDelegados:AFavor:99%,Contra:1%,Abstenção:0%(ForteConsenso) Justificação: Doentes submetidos a revisão de artroplastia apresentam maior risco de desenvolverIPP do quedoentessubmetidosacirurgiadesubstituiçãoprotésicaprimáriaeosdoentessubmetidos asprocedimentosderevisãodejoelhoaindamaiorrisco.210-212Umestudorecentedemonstrou a eficácia de programas de prevenção de infeção em doentes cirúrgicos de alto risco, que levamemcontaaepidemiologiaeantibiogramalocaisdeumainstituição.213 Liu et al. determinaram o impacto da adição de vancomicina à cefazolina como profilaxia antimicrobiana em 414 doentes submetidos à revisão de PTJ, e fundamentados no aumento marcante da IPP em revisão de PTJ, nas quais muitas são resistentes à meticilina. Após a introdução da vancomicina ao programa de profilaxia antibiótica de rotina pré-operatória, a taxa de infeção reduziu de 7.89% para 3.13% (p=0.046). Em particular, foi observada uma redução significativa na taxa de IPP por organismos resistentes à meticilina, no período do estudo(de4.2%para0.9%,p=0.049).213 Questão 22: Qual a melhor opção de antibiótico profilático em doentes colonizados por enterobactériasresistentesaocarbapenemouAcinetobacterspmultirresistente? 81 Consenso:Asinformaçõesatuaissãoinsuficientespararecomendarumaprofilaxiaantibiótica expandida em doentes que se sabem colonizados ou infetados por patogéneos multirresistentes. VotaçãodosDelegados:AFavor:76%,Contra:8%,Abstenção:16%(ForteConsenso) Justificação: Háumapreocupaçãocrescentecomaameaçarepresentadamundialmente,porestirpesdeK. pneumoniaecomsensibilidadereduzidaaoscarbapenens.214EstaresistênciaéconferidaporK. pneumocarbapenemase(KPC),queéumaβ-lactamaseaqualconferetambémresistênciaàs cefalosporinasdeamploespectro,assimcomoàscombinaçõesdeinibidoresβ-lactâmicos/βlactamase, disponíveis comercialmente.215 Uma vez que existem poucas opções de antimicrobianos,aprevençãodeK.pneumocarbapenemaseK.pneumoniae(KPC-KP)tornouseumadasprincipaisprioridadesdosqueestudaminfeçõesnosocomiais.216 Ainda não há atualmente nenhuma certeza sobre qual a profilaxia antimicrobiana cirúrgica num doente com infeção prévia ou colonização por patógenos Gram negativos resistentes. Porém,seporumlado,parecelógicorealizaraprofilaxiacomumagenteativocontraMRSA paraqualquerpacientequesesabequeestácontaminadoporestepatogéneoGrampositivos submetido a uma incisão na pele, especificamente para um patogéneo gram negativo resistente,aprofilaxianumpacientecominfeçãopréviaoucolonizaçãoporessepatogéneo, podenãosernecessáriaparaumprocedimentopuramentecutâneo. Revendoaliteratura,osmicróbiosprodutoresdeKPCsãoresistentesamuitasmoléculasnãoβ-lactâmicas. A maioria das estirpes são resistentes às fluoroquinolonas, aminoglicosídeos, e cotrimoxazol. Algumas são sensíveis à amicacina e gentamicina e a maioria são sensíveis à colistinaetigeciclina.214,217-219 Num ECR cross-over, multicêntrico, De Smet et al. estudaram a descolonização em doentes portadoresdeorganismosmultirresistentes,atravésdadescontaminaçãoorofaríngeaseletiva e/ou do trato digestivo (SOD/SDD), utilizando uma seleção aleatória por grupos (cluster) de 5,939doentesdeunidadesdeterapiaintensivanaHolanda.SODincluiu4diasdecefotaxima endovenoso e aplicação tópica de tobramicina, colistina, e anfotericina B na orofaringe e estômago. SDD consistiu somente da aplicação orofaríngea dos mesmos agentes antimicrobianos.Usandoumaanálisederegressãologísticadeefeitosaleatórios,ooddsratio (OR) para a morte no 28º dia nos grupos SOD e SDD, em comparação com o grupo de tratamento padrão, foi de 0.86 (CI 95%,0.74-0.99) e 0.83 (CI 95% 0.72-0.97) respectivamente.220 Perez et al. recorreram a um modelo experimental em ratos para examinar o efeito do tratamentocomantibióticosnacriaçãoeeliminaçãodecolonizaçãointestinalporKPC-KP.Eles administraram3diasdeantibióticos(clindamicina,Zosyn,atigeciclina,ertapenem,cefepima, eciprofloxacina)préviosàadministraçãoorogástricadeKPC-KP.Osautoresrelataramque,dos quatroantibióticoscomatividademínimacontraaestirpeKPC-KP(CIM>16mcg/mL),aqueles que suprimiram anaeróbios e Bacteroides (isto é, a clindamicina e Zosyn) promoveram a colonizaçãoporKPC-KP(p<0.001),enquantoqueosagentesquenãosuprimiramanaeróbiose Bacteroides (isto é, a ciprofloxacina e cefepima) não promoveram a colonização (p = 0.35). Entre os antibióticos com atividade moderada contra KPC-KP, o ertapenem (CIM 4mcg/mL) nãopromoveuacolonizaçãoporKPC-KP,enquantoqueatigeciclina(CIM3mcg/mL)promoveu acolonização(p<0.001),apesardenãoreduzirosníveisdeanaeróbioseBacteroidestotais.A 82 administração orogástrica de gentamicina e polimixina E cancelaram o KPC-KP para níveis indetetáveisnamaioriadosratos.Osautoresindicaramqueosantibióticosqueperturbama microflora intestinal anaeróbia carecem de atividade significativa contra a KPC-KP, e promovem a colonização, enquanto a administração de antibióticos não absorvidos por via oral,podeserumaestratégiaeficazparasuprimiracolonizaçãoporestemicroorganismo.221 83 Referências: 1. Recommendations for the Use of Intravenous Antibiotic Prophylaxis in Primary Total Joint Arthroplasty.http://www.aaos.org/about/papers/advistmt/1027.asp.Accessed2013. 2. Prokuski L. Prophylactic antibiotics in orthopaedic surgery. 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Consenso:Aprobabilidadedeinfeçãonolocaldacirurgiaestádiretamenterelacionadacoma quantidade de bactérias que alcança a ferida cirúrgica. Apoiamos todas as estratégias para minimizaronúmerodepartículasebactériasnaferidacirúrgica. VotaçãodosDelegados:AFavor:97%,Contra:2%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: Acredita-sequeainfeçãodolocalcirúrgico(ILC)ocorraporinoculaçãobacteriananaalturada cirurgia,oucomoresultadodecontaminaçãobacterianadaferidaatravésdeespaçosabertos para as camadas de tecido profundo.1-3 A probabilidade de ILC é o resultado da interação de parâmetrosquepodemseragrupadosemtrêsgrandesgrupos.2 Oprimeirogrupoconsistede fatoresrelacionadoscomacapacidadedabactériadecausarinfeção.Temavercomacarga de inoculação inicial e com os fatores de virulência geneticamente determinados, que são requeridos para aadesão, reproduçãoeprodução de toxinas e os mecanismos de defesa do hospedeiro.Osegundogrupoenvolveosfatoresrelacionadoscomacapacidadededefesado hospedeiro,incluindomecanismoslocaisesistémicos.Oterceirogrupoérepresentadopelas determinantes ambientais de exposição, tais como o tamanho, o tempo e a localização da feridaoperatória,quedãoaoportunidadeparaabactériaentrar,superarasdefesaslocaise darinícioareaçõesinflamatóriaslocaisesistémicas. Ousodecamposplásticosimpregnadoscomiodorevelamdiminuiçãodonúmerodebactérias napele.Contudo,nãoháumacorrelaçãoestabelecidacomaILC,nãosendopossívelnenhuma recomendação.(VideTema4,Questão27). Questão2:Onúmerodebactériasnoambientecirúrgicoestádiretamenterelacionadocom aprobabilidadedeinfeçãonaferidaoperatória? Consenso: Reconhecemos que as partículas transportadas pelo ar devam ser consideradas a grande fonte de contaminação no ambiente cirúrgico e que as bactérias carregadas pelas pessoasquealicirculamsejamasfontespreponderantesdesseselementos.Ofocodasnossas 95 recomendaçõeséreduzirovolumedebactériasnoambientecirúrgico,comatençãoparticular paraaspartículasaéreas. VotaçãodosDelegados:AFavor:93%,Contra:5%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: Oaréumapossívelfontedecontaminaçãonoambientecirúrgico.2,4 Estudostêmcomprovado que o número de bactérias transportadas pelo ar, ao redor da ferida operatória, está relacionado com a incidência de infeção periprotésica.1 Foi sugerido também que, se fosse possível medir com precisão o número de bactérias na ferida operatória, isso constituiria a previsão mais precisa de uma infeção subsequente.5 A bactéria pode ser considerada como parte da massa total de partículas no ar. Alguns estudos sugerem que a contagem de partículasnoardeveserconsideradacomosubstitutaempotencialdadensidademicrobiana aérea.6 Outrosautorestemencontradocorrelaçãoentreonúmerodepartículasmaioresque 10 micrómetros, com a densidade de bactérias viáveis no local da cirurgia (medidos pelas unidades formadores de colónias-UFC).7 Foi sugerido que a monitorização da contagem de partículas seja utilizada como um substituto em tempo real, do aumento do risco de contaminação ou de infeção.7 Pessoas na sala cirúrgica transportam e dispersam uma considerável carga de bactérias e partículas bacterianas. Estas partículas circulam em todo ambientecirúrgicopelascorrentesaéreas.Adeslocaçãodeobjetos(equipamentos,incluindo aberturas e encerramentos de portas) podem criar importantes correntes aéreas e aumento daprobabilidadedadeposiçãodebactériasnolocalcirúrgico.3,8 Questão 3: A sala cirúrgica onde é realizada uma cirurgia de substituição protésica eletiva deveestarequipadacomFluxodeArLaminar(FAL)? Consenso: Acreditamos que uma artroplastia pode ser realizada em sala cirúrgica sem FAL. HaviaaexpectativadequesalascomFALeoutrasestratégiaspoderiamreduziraspartículas bacterianas.OsestudosnãotêmprovadoadiminuiçãodeILCemsalasequipadascomFALe, alguns casos são associados com aumento das taxas de infeção. São tecnologias difíceis que devem atuar em estrita adesão com os protocolos de manutenção. Recomendamos maiores investigaçõesnesteassunto. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%,Contra:7%,Abstenção:8%(ForteConsenso) Justificação: Os estudos mais citados, que defendem o uso de fluxo de ar laminar foram realizados nas décadas de 70 e 80, por Charnley e Lidwell et al.9, 10 Porém, vários estudos contemporâneos não tem demonstrado benefícios na redução da ocorrência de infeção.11-14 Breier et al. realizaramumestudonacionalnaAlemanha,controladoparafatoresdeconfusãocomanálise multivariada, e não detetaram efeitos independentes do FAL nas taxas de infeção cirúrgica, mesmonoquedizrespeitoàssalascomtetoalto(dimensõesdepelomenos3.2mx3.2m).11 UmestudorecentedeHooperetal.,combasesnoregistodeartroplastiasdaNovaZelândia, avaliouoassuntoemlargaescala.13 Osautoresanalisaram51,485artroplastiastotaisdeancas (PTA) e 36,826 artroplastias totais de joelhos (PTJ) e indicaram um acréscimo das taxas de infeção precoce com o uso de FAL, especialmente paraPTA. Este aumento foi independente dascaracterísticasdosdoentes,tempocirúrgico,cirurgiãoouinstituição.Infelizmente,exceto 96 peloestudorealizadoporSalvatietal.,noqualoFALhorizontaldemonstrouumincremento doriscodeinfeçãoemPTJ,outrosestudos,incluindoaquelesquedefendemousodeFAL,10 aqueles opostos ao uso,13 e aqueles com resultados indiferentes,15-17 não procederam a uma sub-análiseparadistinguirainfluênciadediferentestiposdeFALnasinfeçõesperiprotésicas. Questão 4: Existem evidências suficientes para o uso universal de Fatos/Capacete de exaustãoemcirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso: Não há, até o presente, provas conclusivas que defendam o uso rotineiro desta indumentárianasartroplastiastotais. VotaçãodosDelegados:AFavor:84%,Contra:11%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Semelhante ao assunto do FAL, o uso de indumentária com sistema de exaustão durante artroplastiastotaisépolémico.OestudorecentedeMineretal.nãodemonstroubenefíciona suautilização,14 eumestudodeHooperetal.demonstrouumincrementonataxadeinfeção precocecomautilizaçãodestaindumentária,tantoemsalaconvencionalquantoemsalacom FAL.13 No entanto, existem algumas sugestões de que deva ser utilizado em salas equipadas comFAL,paraprevenircontaminação.18,19 Questão 5: Quais estratégias que devem ser implementadas quanto ao tráfego na sala cirúrgica? Consenso:Recomenda-sequeotráfegoemsalacirúrgicasejaomínimopossível. VotaçãodosDelegados:AFavor:100%,Contra:0%,Abstenção:0%(ConsensoUnânime) Justificação:Aspessoassãograndefontedecontaminaçãodoarnasalacirúrgica,tantopelo tráfegoquepromoveagitação,quantopelotransportedebactérias.Ritteretal.constataram que a contagem de bactérias no ar da sala cirúrgica aumenta 34 vezes na presença de 5 pessoas quando comparado com a sala vazia.17 Manter a porta aberta também aumenta consideravelmente a contaminação do ar.17 Anderson et al. demonstraram uma correlação positivaentreotráfegodepessoaseacontagemdebactériasnoar,duranteprocedimentos ortopédicos15 e também identificaram uma correlação direta entre o número de pessoas presentes na sala cirúrgica e a contagem de bactérias. Quraishi et al. demonstraram uma correlação direta entre o nível de atividade das pessoas na sala cirúrgica e a deposição de bactérias na área esterilizada.20 Panahi et al. aprofundaram a abertura de portas durante artroplastiasprimáriasederevisão.21Identificaram0.65e0.84aberturasporminutonoscasos deartroplastiasprimáriasederevisão,respetivamente.Aspessoasresponsáveispelaabertura de portas foram maioritariamente os representantes técnicos de implantes e circulantes de sala.Lynchetal.mostraramumarelaçãoexponencialentreonúmerodeaberturasdeportase o número de pessoas dentro da sala. Na maioria das vezes, a abertura de portas esteve relacionada com a solicitação de informações (motivos facilmente evitáveis).22 As aberturas constantes das portas podem resultar na queda do gradiente de pressão, requerendo maior bombeamento de ar pelos sistemas de FAL e, por isso, os filtros de alta eficiência se consomem mais rapidamente. Tem sido proposto que o pessoal de sala passe por uma área sub-estéril, cada vez que entrar ou sair da sala cirúrgica, embora esta prática não tenha 97 evidências que a validem. O planeamento operatório poderá prever o tamanho aproximado dosimplantes,compotencialdeuso,osquaisdevemestaremsaladesdeoinício. Questão6:Ocontrolodasluzesdeveserrealizadocompedaisaocontráriodemanualmente alcançarofoco? Consenso: Alertamos que o manuseamento do foco cirúrgico pode ser uma fonte de contaminação e, assim deve ser minimizado. Outras estratégias relacionadas com o controle deluzesdeverãoserdesenvolvidasparaminimizaracontaminação. VotaçãodosDelegados:AFavor:91%,Contra:4%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Davis et al. identificaram uma taxa de contaminação de 14.5% ao manusear os focos de luz durante os casos de artroplastias totais.23 Hussein et al. não demonstraram evidências de contaminaçãonosfocos(atravésdeluvasplásticasoumetálicasautoclavadas)após15casos de artroplastias totais primárias.24 No entanto, não identificamos outros estudo na literatura direcionados ao risco de contaminação da bata do cirurgião ou de partes do campo estéril quando comparados com o alcance, no alto, para o ajuste da iluminação, ou estudos que avaliem deslocamentos de ar secundários aos movimentos do cirurgião para a mesma finalidade. Questão 7: O uso da luz ultravioleta (UV) tem algum papel na prevenção de infeção pós artroplastiastotais? Consenso: Acreditamos que ambientes com UV possam diminuir as taxas de infeção, mas reconhecemos que a mesma possa oferecer riscos para o pessoal de sala. Reconhecemos tambémqueobenefíciodaUVpossaserainibiçãodotráfegonasala. VotaçãodosDelegados:AFavor:74%,Contra:13%,Abstenção:13%(ForteConsenso) Justificação: EmboraaluzUVtenhademonstradoumdecréscimosignificativonacontagembacterianada sala cirúrgica, assim como no aparecimento de infeção pós-operatória, o seu uso é danoso paraopessoaldesalaeaumentaoriscodelesõesdacórneaedecancrodapele.Diretrizesde centros de controlo de doenças norte americanos são contra a utilização de UV em sala cirúrgicaparaprevenirinfeções.5,25-30 Questão 8: As luzes UV para descontaminação/esterilização ou as unidades portáteis utilizadas em ambientes não ocupados (noites e finais de semana) fazem diferença na esterilidadedoambientecirúrgico? Consenso: Existe a expectativa de que as luzes UV diminuam a carga bacteriana nas salas cirúrgicas, mas a tecnologia desta aplicação não foi estudada. Pode ser considerada auxiliar, mas não como um substituto da limpeza convencional. Existem riscos potenciais de ficarem ligadasinadvertidamente,desdeoiníciododia. 98 VotaçãodosDelegados:AFavor:84%,Contra:3%,Abstenção:13%(ForteConsenso) Justificação: Após uma afincada revisão de literatura, não foram encontradas provas que defendam ou refutem o uso de luz UV para manter o ambiente cirúrgico estéril, fora dos períodosdecirurgias. Questão9:Opacienteeopessoaldesaladevemusarmáscarasparaevitaracontaminação doarnoambientecirúrgico? Consenso: Apesar de não existirem estudos conclusivos que certifiquem a redução nas taxas de infeção quando usadas as máscaras, por todos e apropriadamente, acreditamos que existam razões para esperar uma diminuição da contagem de bactérias no ar. Até que seja comprovado não existir vantagem em não usar máscaras, nós acreditamos que é parte da segurança do paciente que todos a usem, durante todo o tempo em que se encontrem no ambientecirúrgico.Nãoháindíciossuficientesparaapoiarousodemáscaraspordoentes,que supereobenefíciodoacessoàsviasaéreas. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%,Contra:7%,Abstenção:8%(ForteConsenso) Justificação: O benefício do uso de máscaras, pelo pessoal de sala, na prevenção da contaminação aérea e da ferida operatória, tem sido posto em causa por vários autores.31-33 UmestudodeLippeEdwardsde3ensaioscomumtotalde2,113indivíduos,concluiuqueo uso de máscaras não tem efeito significativo nas infeções da ferida operatória, em doentes submetidos a cirurgias limpas.32 Sellden et al. escolheram evitar o uso de máscaras para o pessoal que não participa do ato cirúrgico.34 Um recente ECR de Webster et al. demonstrou quequandonenhumapessoa,dasquenãoparticipamdacirurgia,usoumáscaras,nãohouve aumento das taxas de infeção no local da cirurgia. No entanto, este estudo incluiu procedimentos não-ortopédicos e ortopédicos, que foram seguidos apenas por 6 semanas.35 Além disso, não está definido se os procedimentos ortopédicos incluíram implantes. Não identificamos estudos específicos que investigassem o uso de máscaras pelos doentes submetidos a artroplastias totais ou estudos que avaliassem o benefício desta prática na reduçãodacontaminaçãodoar. Questão10:Qualvestuárioquedeveserutilizadopelopessoaldesala? Consenso:Recomendamosquetodosusemasroupaslimpastradicionaisdocentrocirúrgico, incluindo toucas descartáveis. Vestuário usado fora do hospital não deve ser usado durante artroplastiastotais. VotaçãodosDelegados:AFavor:98%,Contra:1%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: Alguns aspetos relacionados ao vestuário do pessoal de sala (tais como batas e luvas)sãodiscutidosemoutrassecções.Sãocrescentesascontrovérsiasrelacionadasaouso de máscaras e toucas na prevenção deinfeções, com base nos resultados inconsistentes das investigações clínicas nos campos da cirurgia geral, ginecológica e cardiológica.36-42 Contudo, comoafirmadopelasdiretrizesdoCDC28,ousodemáscarasportodasaspessoasdesalaéum comportamentovantajosoesemnenhumprejuízo,queprovidenciaumobstáculomecânicoàs secreçõesoroenasofaríngeas.Estassecreçõespodemconterpartículasbacterianasetodosos esforços para diminuir a exposição da ferida operatória às mesmas, devem ser realizados. 99 Alémdisso,máscaraspodemprotegeraspessoasdeeventuaiscontatoscomsangueououtras secreçõesdopaciente. Questão 11: Que restrições devem ser adotadas quanto ao uso de dispositivos eletrônicos portáteis (tais como telefones celulares, laptops, tablets ou aparelhos de som) na sala cirúrgica? Consenso: Reconhecemos que dispositivos eletrónicos portáteis possam estar contaminados com bactérias. Também reconhecemos que a conversação excessiva está associada com maiores níveis de bactérias no ambiente cirúrgico. Recomendamos que a utilização de dispositivos eletrónicos portáteis seja limitada àquela relacionada com os cuidados do paciente. VotaçãodosDelegados:AFavor:84%,Contra:14%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: Muitosestudostemdemonstradoaltastaxasdecontaminaçãodetelefonesmóveiseoutros dispositivos eletrónicos portáteis utilizados por funcionários dos hospitais, que pode variar entre44%a98%,comaltapercentagemdeestirpesdebactériasGramnegativosresistentes, especificamenteasprodutorasdeβ-lactamasedeamploespectro,edeS.aureusresistentesà metilicilina (MRSA).43-49 Ulger et al. demonstraram que 52% dasestirpes de S.aureus isoladas detelefonesmóveiseramresistentesàmeticilina.48 Bradyetal.demonstraramquealimpeza detelefonesmóveiscomsoluçãoàbasedeálcoolreduziusignificativamenteacontaminação dos mesmos,43 em semelhança ao que foi observado previamente por Singh et al., com pagers50 eHassounetal.comagendaseletrónicas.51 Porisso,alimpezaregularcomálcoolé fortementerecomendada,bemcomoosesforçosparaahigienizaçãodasmãos,paraprevenir infeções nosocomiais, incluindo as infeções cirúrgicas. Limitações ao uso destes dispositivos portáteis na sala cirúrgica é também aconselhado, embora não exista nada na literatura que associeoseuusoaoaumentodastaxasdeinfeção. Questão12:OtempocirúrgicoprolongadopredispõeaummaiorriscodeIPP? Consenso: Reconhecemos que as taxas de infeção cirúrgica aumentam diretamente com a duração da cirurgia. Algumas cirurgias apresentam um grau inevitável de complexidade e necessitammaiortempo.Diminuirotempocirúrgicoéumametaimportantequenecessitada cooperação e esforços de toda a equipa, bem como da instituição. Recomendamos que um esforço coordenado seja instituído para minimizar o tempo cirúrgico sem comprometer a técnica. VotaçãodosDelegados:AFavor:96%,Contra:3%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: Vários estudos têm associado o aumento do tempo cirúrgico com o risco de infeção após artroplastias, com significância estatística.52-65 Skramm et al. investigaram a incidência de infeção cirúrgica pós PTA e PTJ por fraturas. Na avaliação dos fatores de risco para infeção, a duração da cirurgia foi o único fator de risco independente significativo no modelo de regressão logística. Também foram considerados a idade, o nível da American SocietyofAnesthesiologists(ASA),eoníveldeemergência.61 VanKasterenetaldeclaramque o tempo da cirurgia maior do que o percentil 75 é um fator de risco para infeção peri100 prostética,64 comopreviamentesugeridopeloíndicederiscodaNationalNoscomialInfections Surveillance(NNIS).66 NoestudopopulacionalbaseadonoRegistoNacionaldeArtroplastiasda Dinamarca,queincluiu80,756casosdePTAprimárias,otempocirúrgicofoiumfatorderisco independente significativo para revisão por infeção.57 Resultados similares foram publicados em países como Noruega e Inglaterra.60, 62 Peersman et al. sugeriram o uso dos tempos operatórios como um fator preditivo de risco para a infeção após PTJ, num modelo de risco estratificado.58 Uma revisão sistemática de apenas estudos observacionais que investigaram infeçõescirúrgicasprofundasemPTA,emqueseincluírammaisde100doentes,Urquhartet al encontraram apenas dois estudos que examinaram o tempo operatório.54,60 Após a consolidaçãodosdadosdestesdoisestudos,admitiramaduraçãodacirurgiacomoumfator deriscoindependenteparainfeçãocirúrgica.Alémdisso,numaanáliserecentede56,216PTJ primárias, Namba et al. conseguiram identificar um aumento de 9% no risco de infeção cirúrgicaprofunda,paracada15minutosdeincrementonotempooperatório.56 Noentanto, existem preocupações metodológicas sobre os estudos que suportam o papel do tempo operatóriocomoumfatorderiscoparainfeçãoperiprotésica,incluindodadosnãoreunidos,9a falta de consideração dos potenciais fatores de confusão,57,58 e aspetos estatísticos.59-61 Por outro lado, há estudos que não conseguiram demonstrar tal correlação67 ou até mesmo encontraram correlação oposta.68 Além disso, nenhum dos estudos anteriores considerou o potencial fator de confusão relacionado com doses de antibiótico repetidas, durante um procedimentoprolongado. A duração do procedimento pode ser um indicador de complexidade da cirurgia (exposição cirúrgica extensa e dano tecidual mais grave), indicação cirúrgica (procedimentos prévios e indicações outras que não a artrose), inexperiência da equipa cirúrgica, um cirurgião com ritmolento,complicaçõesperioperatórias,programasdepadronizaçãoidealinadequados,ou pacientecomcondiçõesmédicaspré-existentes.57,69,70 Talvezoensinodetécnicaoperatória,e oempenhoemseguirsistematicamenteospassostécnicosdefinidos,possamdiminuirorisco deinfeçãocirúrgica.Curiosamente,temsidotambémdemonstradoqueosprocedimentosde duraçãomaislongatêmriscoaumentadoparaarevisãoporlibertaçãoasséptica.62 Questão 13: O agendamento de artroplastias eletivas deve ser realizado de modo a não ocorreremapóscasosdeinfeçãoconhecidaoucasoscontaminados? Consenso:Reconhecemosapreocupaçãoemrelaçãoaoriscodeinfeçãoparaacirurgialimpa apósumacirurgiacontaminada.Reconhecemosqueosestudosnãodemonstraramaumento das taxas de infeção em cirurgia limpa realizada após as de casos contaminados. O que se recomenda é uma limpeza completa, tal como definido pelos padrões institucionais locais, apósacirurgiacontaminadaeantesdeumanovacirurgia. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%,Contra:8%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: Embora a realização de uma artroplastia infetada antes de procedimentos nãoinfetados seja, em teoria, arriscado para a contaminação cruzada, não há provas suficientes para se apoiar ou opor a esta prática. No entanto, esta política poderá permitir reservar o trabalhomaisárduodedesinfeçãodasalacirúrgicadopessoaldelimpezaparanofinaldodia, quando não há nenhuma preocupação económica sobre o tempo necessário para uma desinfeçãoapropriada. 101 Umapráticacomumemcirurgiaortopédica,especialmentenaartroplastiaéorganizarasala cirúrgicadeformaqueoscasosdeinfeção,confirmadosoususpeitos,sejamoperadosnofinal dasessãoouapósosprocedimentosdelimpeza.Nãoháestudosadequadosparacomprovar se a prática de realizar uma artroplastia limpa, após um caso infetado, aumenta a probabilidadedeinfeção.Estudosmicrobiológicosdemonstraramsobrevivênciaalongoprazo de organismos patogénicos nosocomiais em superfícies de objetos inanimados.71 Isto pode sustentar o risco teórico de contaminação cruzada entre os procedimentos, se não houver nenhuma estratégia preventiva para a desinfeção após cada procedimento. Existem apenas dois estudos retrospetivos que se debruçaram nesta questão, mas ambos têm poder insuficienteeconclusõesinconsistentes.72 73 Apesardafaltadeprovas,umaboapráticadeve incluir este fator como potencial para infeção periprotésica, mesmo que não haja provas suficientesparaacontaminaçãocruzadaentreosprocedimentos. Abolghasemian et al. avaliaram o risco de infeção em 85 casos primários e de revisão realizados após a artroplastia de ressecção para infeção periprotésica.72 Depois de um seguimento mínimo de 12 meses, não foi encontrado aumento da taxa de infeções, superficiaisouprofundas,nestegrupo,quandocomparadocom321doentesemparelhadosde acordocomfatoresdemográficosequenãorealizaramartroplastiaapósartroplastiainfetada na mesma sala. Um paciente do grupo de estudo, que desenvolveu uma infeção profunda, teve um agente infecioso diferente daquele do caso cirúrgico anterior. A limpeza da sala cirúrgicaapósumcasoinfetadonãodiferedalimpezaapósumcasoasséptico.Namdarietal. empreenderamumesforçosemelhantequandodetetaramodesenvolvimentodeinfeçãoem 39casosdeartroplastiasprimáriasrealizadasapóscasoscontaminados.Elesidentificaramum caso de infeção periprotésica neste grupo, quando o organismo infecioso causador (Propionibacteriumacnes)foiomesmoquecausouainfeçãonocasosépticoprecedente.No entanto, nenhuma análise microbiológica foi realizada para certificar que ambos os organismostinhamidênticalinhagem.73 Questão 14: A temperatura normal do paciente tem papel essencial na prevenção de infeções? Consenso: Reconhecemos a significância da temperatura habitual do paciente e os dados oriundos de procedimentos não-ortopédicos. Defendemos as recomendações genéricas da literatura relacionada a cirurgia geral e identificamos este, como um tema que requer mais pesquisas. VotaçãodosDelegados:AFavor:92%,Contra:1%,Abstenção:7%(ForteConsenso) Justificação: Kurzetal.realizaramumECRcomdoentesdecirurgiacolo-retaledemonstraramdiminuição significativa nas taxas de infeção operatória nos doentes que receberam fluidos aquecidos e aquecimentocomcobertordearaquecidoforçado(CAAF),comparadoscomosdoentesque nãotiverammanutençãodadassuastemperaturasnormais.74 Mellingetal.coordenaramum ECRemcirurgiasnão-ortopédicaslimpaseidentificaramumpapelsignificativonaprevenção deinfeçãooperatórianosdoentesaquecidos.75 UmprotocolosistemáticoutilizandoCAAFou aquecimento local com calor radiante demonstrou uma diminuição significativa nas taxas de infeçãooperatória.Nenhumestudorandomizadocontrolado,específicoparaartroplastiasou paraprocedimentosortopédicosfoiidentificado. 102 Questão15:CobertoresdeArAquecidoForçado(CAAF)aumentamoriscodeILC? Consenso:Reconhecemosoriscoteóricoimpostopeloscobertoresdearaquecidoforçadoeo fato de nenhum estudo ter demonstrado aumento nas taxas de infeção relacionadas à utilização destes dispositivos. Recomendam-se mais estudos mas nenhuma mudança na práticacorrente. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%,Contra:5%,Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificação: Estudos recentes revelam uma preocupação crescente com a possibilidade de contaminação bacterianadoarpelautilizaçãodeCAAF.Algunsautoresinvestigaramainterrupçãonofluxo dear.McGovernetal.realizaramumestudoexperimentalnoqualperceberamqueosCAAF promoveminterrupçãonofluxodearnolocalcirúrgicoemsalascomFAL,quandocomparados com cobertores tradicionais, em cirurgias simuladas de cirurgia de substituição protésica de anca e cirurgia de coluna.76 Legg et al. notaram um aumento nas partículas aéreas sobre o campo operatório, quando utilizado o CAAF, comparado com aquecimento radiante.77 Ao invés,Sessleretal.nãoidentificaramnenhumagravamentonaqualidadedoarcomousode CAAF sob fluxo de ar laminar.78 Memarzadeh et al. reportaram os resultados de um estudo computacionalconduzidopeloNationalInstitutesofHealthnoqualainterrupçãodofluxode arlaminarfoidiminutocomousodeCAAF.79 Outrosautoresindagaramsobreacontaminaçãobacterianadoarnasalacirúrgica.Morettiet al. examinaram amostras de ar em condições experimentais e demonstraram aumento da contaminação bacteriana após ligarem o CAAF; no entanto, em proporção muito menor do queapioradaqualidadedoarinduzidapelaspessoasquetransportamopacienteparaasala cirúrgica.80 Tumiaetal.examinaramamostrasdearsobcondiçõesdeFALemprocedimentos ortopédicos e não conseguiram identificar nenhum aumento significativo na contagem de bactériasnoar,comousodeCAAF.81Sharpetal.tambémestudaramamostrasdearemsalas equipadas com FAL, para estudar o efeito do CAAF na qualidade do ar, utilizando doentes voluntários com psoríase que tiveram aumento da descamação da pele.82 Foi coletado ar de umadistânciateóricadolocaldacirurgia(30cm),enãohouveculturaspositivas.Umtestede fumaça que foi utilizado para avaliar visualmente o fluxo de ar, não demonstrou turbulência com o uso do FAL. Zink et al. também demonstraram preocupação com a possível contaminaçãodasalacirúrgicacomautilizaçãodeFAL,masnãorecolheramamostrasdear. Colocaram placas de cultura sobre o abdômen de voluntários, mas não detetaram aumento dastaxasdecontaminaçãocomestemétodo.83 Albrecht et al. verificaram que os filtros utilizados nas bombas de ar não são eficientes e revelaram colonização das partes interiores. Em 92% dos dispositivos testados houve crescimentodebactériasquefrequentementeproduzeminfeçãoemartroplastias(espéciesde estafilococos).84 Noentanto,nãoháprovaconcretaparaassociarousodeCAAFcominfeção cirúrgica em artroplastias. McGovern et al estudaram a mudança do sistema de fluxo de ar aquecidoforçadoparaumsistemaalternativoem1,437doentes.Identificou-seumaumento relevantenasinfeçõesarticularesprofundas,comodemonstradasporumoddsratio(OR)de infeção (3.8, p=0.024), durante o período em que o ar aquecido forçado foi utilizado, comparado com o período quando foram utilizados cobertores tradicionais. Os autores 103 admitiramqueoestudofoiobservacional,epodetersidoafetadoporoutrasmedidasparaa prevençãodeinfeção,instituídaspelohospital.76 Questão16:Deve-sesolicitaraopessoaldasalacirúrgicaquedescontaminemasmãos,com espuma antisséptica de base alcoólica, a cada vez que estiverem em contato com objetos (incluindoequipamentomédico)localizadospertodopaciente? Consenso: Nós apoiamos as recomendações atuais para a higienização das mãos no cuidado comopaciente. VotaçãodosDelegados:AFavor:86%,Contra:8%,Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificação:Ahigienizaçãodasmãosrealizadaadequadamenteéumfactodeproteçãopara evitar a transmissão cruzada de agentes infeciosos, tanto para o paciente quanto para os profissionais da área da saúde. De acordo com a OMS, a higienização das mãos deve ser realizada pelo pessoal da sala cirúrgica que está envolvida no exame, manipulação e acomodação do paciente.85 Há uma ampla evidência para confirmar a transmissão de patogéneosdopacienteparaomeioevice-versa.Noentanto,háevidênciasinadequadaspara demonstrar a influência da descontaminação das mãos nesta sequência. Serão necessários estudos clínicos apurados para determinar a eficiência da descontaminação das mãos na prevençãodeILCeIPP.Descontaminaçãofrequentetemsidosugerido.86Contudo,mantém-se umapreocupaçãocomairritaçãodapeleedermatitesdecontato.87 Alémdisso,existealgum riscodemodificaçãodaflorabacterianaecolonizaçãodelesõescutâneas.88 Foram descritos 5 passos sequenciais na transmissão cruzada de patogéneos.86 Estes passos incluem a descamação da pele e sua flora para os objetos inanimados ao redor do paciente, transferência de bactérias para as mãos dos funcionários, sobrevivência dos microrganismos nas mãos dos funcionários, técnica de antissepsia inadequada das mãos e transmissão de bactérias das mãos de funcionários para os doentes ou para objetos que podem entrar e contato com os mesmos. Diariamente, a pele normal liberta aproximadamente 106 escamas contendo microrganismos.89 Por isso, superfícies próximas ao paciente (pavimento, macas, batas, mobília e equipamentos médicos) podem tornar-se contaminadas com a flora do paciente.86,90-92Asmãoseluvasdosfuncionáriospodemsercontaminadasapósocontatocom os objetos inanimados no quarto do paciente.93, 94 Estudos baseados em laboratórios têm demonstradoquemuitasbactérias,incluindoS.aureus,bacilosGramnegativoseEnterococci, podem ser transferidos dos objetos contaminados para as mãos através do toque.86,94,95 Microrganismos podem sobreviver nas mãos por diferentes períodos, desde poucos minutos atéváriashoras;easmãosdosfuncionáriospodemserprogressivamentecolonizadaspormá higienização,períodoslongosdecuidadosealtaquantidadedecontaminação.86 Numestudo, o uso de álcool-gel nas mãos foi associado à diminuição de 36% nas taxas de infeção nosocomial.96Háforteevidênciaquedemonstramelhorianastaxasdeinfeçõesassociadasaos cuidadosdesaúdecomosprogramasdehigienizaçãodasmãosutilizandoálcool-gel.Porém, sãonecessáriosestudoscommodelometodológicomaisadequados.86 104 Questão 17: Quais as recomendações para a higienização das mãos e o uso de luvas pelo pessoal que está em contato com o paciente para exames, manipulação e acomodação na mesacirúrgica? Consenso:Recomendamososprincípiosatuaisdeprecauçõespadronizadas.97 VotaçãodosDelegados:AFavor:92%,Contra:1%,Abstenção:7%(ForteConsenso) Justificação: As luvas devem ser utilizadas pelo pessoal da sala cirúrgica, conforme os princípios padronizados de precauções.97 Proteção adicional é obrigatória nos casos de haver contacto com sangue, fluidos corporais, secreções, excreções, mucosas, soluções de continuidade cutâneasouequipamentocontaminado.97 Ousodeluvasnãoexcluianecessidadedeaplicar osprincípiosdehigienizaçãodasmãos.Nassituaçõesemqueopacientetemrecomendação deprecauçãodecontato,asluvasdevemserutilizadasparaqualquertipodecontato,direto ouindireto.Asdinâmicasdecontaminaçãosãosemelhantesentremãoscomousemluvas.86 Luvas podem ser contaminadas após o toque no paciente ou em objetos inanimados do seu quarto.92, 93, 98, 99 Oriscodecontaminaçãocruzadapelasluvasésemelhanteàqueledasmãos sem luvas.92, 99 Desse modo, quando as luvas forem utilizadas no manuseamento com o paciente, a higienização das mãos deve ser realizada antes de colocá-las e logo após sua remoção. Questão 18: Devem ser usadas três luvas para prevenir contaminação durante cirurgia de substituiçãoprotésica? Consenso: Recomendamos o uso duas luvas e reconhecemos a vantagem teórica do enluvamentotriplo. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%,Contra:7%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Uma taxa relativamente alta de contaminação da luva interna tem sido identificada com o enluvamento duplo em artroplastias totais e, daí, a possibilidade de se considerar o uso de enluvamentotriplo.100,101Hesteretal.compararamastaxasdeperfuraçãodaluvainternacom 3 protocolos de enluvamento em artroplastias: latex/tecido, latex/latex, e latex/tecido/latex.102 Amenortaxadeperfuraçãofoidemonstradaquandoutilizadaaluvade tecido interposta entre as luvas de látex. Uma taxa de perfuração reduzida foi encontrada quando a luva externa é de tecido em comparação com látex. Contudo, as taxas de perfurações,nãoforamestatisticamenterelevantes.Enquantooenluvamentoduplo,comluva externa de tecido, diminui a sensibilidade táctil e dificulta a manipulação do cimento, o enluvamento triplo com luva de tecido interposta entre luvas de látex não apresenta as mesmasdesvantagens.Seboldetal.mostraramqueousodeluvadetecidointerpostaentre látexreduziuastaxasdeperfuraçãodaluvainternaparazero,nasuainstituição.103 Deacordo comsuasobservações,aperíciadocirurgiãonãofoicomprometidaporestaprática.Também demonstraram que as taxas de perfuração da luva interna é menor quando utilizadas luvas externas ortopédicas em comparação com as luvas de látex regular. Sutton et al. demonstraramqueataxadeperfuraçãoémenorquandoutilizadooenluvamentotriplocoma interposiçãodeumamembranaresistenteaocorteentreasluvasdelátex,comparandocomo 105 usodeenluvamentoduplo.104Sumariamente,oenluvamentotriploparecediminuirastaxasde perfuraçãodaluvainterna.Contudo,diminuiasensibilidadetáctileadestrezadocirurgião. Questão19:Comquefrequênciadevemasluvassertrocadasduranteacirurgia? Consenso: Reconhecemos a vantagem de trocar as luvas, pelo menos a cada 90 minutos ou maisfrequentementeequandoperfuradas.Apermeabilidadedasluvasécomprometidaapós o contato com o cimento (polimetacrilato de metila), e, desse modo, as luvas devem ser trocadasapósacimentação. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%,Contra:6%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Al-Maiyah et al. realizaram um estudo controlado, em cirurgia de substituição protésica de anca, no qual o grupo de estudo trocou as luvas a cada 20 minutos e antes da cimentaçãodoimplante,comparadocomogrupocontrolequetrocouasluvassomenteantes da cimentação.105 A troca periódica demonstrou uma redução significativa de perfurações e contaminação.Kayaetal.descreveramqueaperfuraçãodeluvasocorreu,emmédia,após90 minutos. Por isso, sugerem a troca a cada 90 minutos.106 Dawson-Bowling et al. avaliaram a contaminaçãodasluvasapósacolocaçãodoscamposcirúrgicoseantesdaaberturadoúltimo componentedeimplante,verificandotaxasdecontaminaçãode12e24%,respectivamente.107 Beldame et al. identificaram maior taxa de contaminação das luvas antes da implantação da próteseeaconselhamatrocaantesdestemomento.108 Estesautorestambémdemonstraram que, ao trocar as luvas externas que estavam contaminadas, a nova luva permaneceu nãocontaminadaem80%doscasos.Alemdisso,umestudoprospetivorealizadoporCarteretal. indicouqueaperfuraçãodaluvaexternadocirurgiãoocorreuem3.7e8.3%dasartroplastias primárias e de revisão, respetivamente. Os mesmos autores também observaram que a perfuraçãodasluvasinternasfoiignoradaem19%dasperfuraçõesdasduasluvas(externae interna), e urgem uma inspeção mais cuidadosa da luva interna sempre que a externa for trocada.100 Questão20:Quandoéqueascaixasdeinstrumentoscirúrgicosdevemserabertas? Consenso: Recomendamos a abertura das caixas no momento mais próximo do início da cirurgia, sem, no entanto, favorecer atrasos. O tempo entre a abertura das caixas de instrumentoseoiníciodacirurgiadeveseromenorpossível VotaçãodosDelegados:AFavor:98%,Contra:1%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: Dalstrom et al. constataram uma relação direta entre a duração de exposição dos instrumentos e o risco de contaminação bacteriana.109 Algumas caixas revelaram contaminação imediatamente após a abertura. Após eliminadas estas bandejas, os autores demonstraram taxas de contaminação de 4% aos 30 minutos, 15% após 1 hora, 22% após 2 horas, 26% após 3 horas, e 30% após 4 horas. Brown et al. comprovaram que, durante a preparação e colocação de campos cirúrgicos, a contagem de bactérias no ar foi 4.4 vezes maior do que durante a cirurgia. Recomendam, portanto, que a abertura das caixas de instrumentossejarealizadaapósopacienteestarpreparado.110 106 Questão21:Ascaixasdeinstrumentosdevemsercobertascomcamposestéreisquandonão estãoemuso? Consenso:Reconhecemosavantagemteóricaemcobrirascaixasdeinstrumentosquandonão estiverem sendo utilizadas por longos períodos; e a desvantagem no uso de campos longos, quandosãomovidosdeumaáreacontaminadasobreumaáreaestéril.Recomendamosmais estudosemqueseconsideremtemposetécnicas. VotaçãodosDelegados:AFavor:90%,Contra:4%,Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificação: Choskyetal.demonstraramqueacoberturadosinstrumentoscomcamposestéreisreduzem quatrovezesacontaminaçãobacteriana.111 Asdiretrizesparamanutençãodaesterilidadeno campocirúrgico,daAssociationofPerioperativeRegisteredNurses(AORN),nãorecomendaa coberturadasmesascomcamposquecaiamabaixodasuasuperfície,poisestapráticapode produzir movimentos de ar e transferir microrganismos de uma área não estéril (abaixo da mesa)paraumaáreaestéril(sobreamesa).112Poroutrolado,Dalstrometal.constataramque a cobertura das caixas de instrumentos reduz significativamente o risco de contaminação e nãoidentificaramnenhumaumentoderiscodecontaminaçãoaodescobri-las.109 Questão22:Alâminadobisturidevesertrocadaapósaincisãodapele? Consenso:Reconhecemosaltastaxasdecontaminaçãoemestudosdelâminasdebisturique foram utilizados para a incisão na pele e recomendamos a sua troca para o uso em planos profundos. VotaçãodosDelegados:AFavor:88%,Contra:8%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Namaioriadasinstituições,lâminasindividuaissãoutilizadosparaaincisãodapeleeparaos tecidos profundos, durante as artroplastias. No entanto, vários estudos têm questionado a necessidade de tal prática.113-115 Ao comparar a contaminação da pele e lâminas profundas, Ritteretal.nãotestemunharamqualquerdiferençanastaxasdecontaminaçãoemambientes comfluxodearconvencionalelaminar.115 Alémdisso,osorganismosrecuperadosdeculturas de ferida profunda não estão ligados com aqueles que estavam nas lâminas do bisturi, refutando assim a contaminação da ferida profunda pelas lâminas. Outros autores confirmaram esses achados.113,114 No entanto, Davis et al. detetaram uma taxa de contaminação de 9.4% nas lâminas superficiais e apoiam a prática rotineira de troca das mesmasapósincisão.23 Schindleretal.relataramumataxadecontaminaçãode15.3%paraas lâminas da pele, onde em 74% houve crescimento de estafilococos coagulase-negativo, uma das causas mais frequentes de infeção periprotésica.116 Neste estudo, 10.8% das lâminas profundas foram contaminadas, 50% das quais com estafilococos coagulase-negativo. Com basenestesresultados,osautoresapoiamatrocadalâminadapeleapósaincisão. Questão 23: A ponta do eletrocautério deve ser trocada durante a artroplastia? Com que frequência? 107 Consenso: Perante ausência de provas, recomendamos mais estudos e nenhuma prática específica. VotaçãodosDelegados:AFavor:95%,Contra:0%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Após revisão da literatura, não houve estudos relevantes para demonstrar a necessidade e frequência de troca das pontas descartáveis do eletrocautério, durante a artroplastiaeletiva. Questão24:Asponteirasdoaspiradordevemsertrocadasregularmenteduranteacirurgia? Comquefrequência?Aponteiradoaspiradordeveentrarnocanalfemoral? Consenso:Recomenda-seatrocadasponteirasdoaspiradoracada60minutos,combaseem estudosquemostramtaxasmaiselevadasdecontaminação.Ponteirasdeaspiraçãopodemser introduzidasnocanalfemoral,duranteotemponecessárioparaevacuarfluidos,masnãodeve ser deixado no canal, onde circulam grandes quantidades de ar e de partículas que podem contaminaracirurgia. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%,Contra:8%,Abstenção:7%(ForteConsenso) Justificação:Váriosestudostêmdemonstradoaltosíndicesdecontaminaçãodasponteirasdo aspirador durante a cirurgia.23,117-123 Em 1988, Strange-Vognsen et al. identificaram uma taxa de contaminação de 54% em procedimentos ortopédicos.123 Vinte anos depois, Givissis et al. encontraramamesmataxadecontaminação,ondeem78%doscasoshouvecrescimentode Estafilococos.117 Os autores reportaram um caso de infeção cirúrgica profunda onde o organismo era o mesmo que foi isolado na ponteira de aspiração. Considerando o tempo cirúrgico, demonstraram uma taxa de contaminação de 9% nos procedimentos que duraram menos de uma hora, comparados com 66.7% em procedimentos que duraram mais de uma hora.Propõemtrocaraponteiradeaspiraçãoacadahora.DamesmaformaStrange-Vognsen et al., recomendaram desligar a aspiração, quando não estiver em uso. No entanto, há a preocupação de que ao desligar a sucção, possa ocorrer contaminação do campo cirúrgico, devidoaorefluxoderetornodomaterialaolongodotuboedaponta. Greenoughetal.encontraramumataxadecontaminaçãode37%nasaspiraçõesutilizadasem PTA.118 Noentanto,aoavaliaraspontasdesucçãoutilizadasapenasparaalimpezadocanal femoral, apenas uma delas (de entre 31) foi contaminada. Os autores aconselham mudar a ponta de sucção antes de preparar o fémur em PTA. A mesma conclusão foi referida por Robinsonetal.,queefetuaramumestudosemelhanteentreosdoentessubmetidosàPTA,em salascomFAL,eidentificaramumataxadecontaminaçãodaponteiradoaspiradorde41%.122 Questão 25: Devem ser utilizadas cubas ou bacias, reconhecidas como fontes de contaminação? Consenso:Nãorecomendamosousodebaciascheiasdelíquidoqueficamabertasdurantea cirurgia. VotaçãodosDelegados:AFavor:88%,Contra:3%,Abstenção:9%(ForteConsenso) Justificação:Anderssonetal.demonstraramque13das21soluçõesdeirrigaçãoarmazenados em bacias estavam contaminadas no final do procedimento, em salas com ventilação 108 convencional.15 Baird et al. falam de uma taxa de contaminação de 74% de amostras provenientesdefluidosdabacia,emqueoS.epidermidisfoioagentedominante.124A Antoet al. demonstraram uma taxa de contaminação de 24%, de amostras de líquido retiradas de bacias.125 Pelocontrário,Glaitetal.mostraramtaxasmuitomaisbaixasdecontaminaçãodas amostrascolhidasdebaciasqueforamusadasparalavarouarmazenarosinstrumentos,tendo apenas um caso de contaminação em 46 (2.17%).126 No entanto, usaram zaragatoas para a colheita,enquantoosoutrosestudosrealizaramculturadolíquido. Questão26:Osinstrumentaiseguiasdecortedescartáveisreduzemacontaminaçãoe IPP subsequente? Consenso: Reconhecemos possíveis vantagens teóricas de instrumentos descartáveis, mas tendoemcontaaausênciadedadosnãopodemosfazerrecomendações. VotaçãodosDelegados:AFavor:95%,Contra:2%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: Monte et al. provaram uma diminuição da taxa de contaminação de 57% em casos de PTJ não-navegadas, e 32% em casos navegados, quando se utilizou instrumentos, blocosdecorteeprovasdescartáveis.127 Instrumentaçãoespecíficapodediminuirointervalo detempodacirurgiaemPTJ.128Noentanto,nãoexistemestudosqueavaliemespecificamente a incidência de infeção periprotésica em doentes que se utilizaram de guias de corte personalizadosouinstrumentosdescartáveis,comparadosàquelessubmetidosaartroplastias com instrumentos e guias de corte estandardizados. Assim, esta questão continua por resolver. Questão 27: Existe papel para o uso de campos adesivos? Qual o tipo deve ser usado (impregnadosousimples)? Consenso:Nósreconhecemosaexistênciadeestudosquemostramqueoscamposadesivos impregnados com iodo diminuem a contagem de bactérias da pele, mas que nenhuma correlação foi estabelecida com a ILC. Não fazemos qualquer recomendação sobre o uso de barreirasdepele,excetoumestudomaisaprofundado. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%,Contra:7%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Existe preocupação acerca da recolonização do local cirúrgico e da pele, com a flora hospedeira durante a cirurgia.129-132 Os campos adesivos destinam-se a oferecer uma barreiraestéril,noiníciodoprocedimentocirúrgico.Elessãoutilizadosnolocalcirúrgico,para proporcionarumaproteçãosuplementareminimizaroriscoderecolonização.Emboratenha sido demonstrado que campos impregnados diminuam a taxa de recolonização da flora cutânea,asconclusõessobreseuvalornaprevençãode infeçãocirúrgicasão incongruentes. Falta evidência de alta qualidade com a IPP como desfecho. O uso de adesivos impregnados comiododeveserevitadoemdoentescomalergiasistémicaoutópicaaesteagente. A ação bactericida do iodo impregnado nos campos adesivos é inferior às soluções convencionaisdepreparaçãodepele,taiscomoBetadine(NT:iodo-povidona).Autilizaçãode camposadesivosimpregnadosnãosubstituiapreparaçãoconvencionaldapele.133 109 Num estudo experimental sobre a pele de indivíduos normais, o uso de um campo adesivo impregnado com iodo foi significativamente associado à menor taxa de recolonização das bactériasdapele,emcomparaçãocomosmétodosdepreparaçãodepelelocal,comousem adesivonão-impregnado.131 Noentanto,outroestudoexperimentaldeummodeloanimalem que a pele foi contaminada com S.aureus, o campo adesivo impregnado com iodo foi tão ineficazquantoogrupodecontrolo,nareduçãodonúmerodecolóniasformadas.134 Outroestudoexperimentalverificouquecamposnãoimpregnadospodemfacilitarataxade recolonização da pele após preparação antisséptica.135 Em contraste, numa investigação anterior,asbactériasnãosemultiplicamporbaixodeumadesivoplásticoeamigraçãolateral debactériasnãoocorreu.136 UmestudoprospetivodeChiuetal.nãoconseguedemonstraradiferençaentreastaxasde contaminação da ferida, após a cirurgia de fraturas da anca, com e sem o uso de adesivos plásticos(4/65e1/55comesemadesivos,respetivamente).137 Em outro ECR, em cirurgia abdominal, dentro do grupo de procedimentos limpos e limposcontaminados,adesivosimpregnadoscomiodoreduziramsignificativamenteacontaminação da ferida cirúrgica por organismos da flora normal da pele, mas o estudo não foi capaz de detetardiferençasignificativanataxadeILCemcomparaçãocomogrupodecontrolo,noqual não foi utilizado adesivo (5.9% e 5.6% para procedimentos realizados com e sem adesivos, respetivamente).138 Numestudoprospetivocomparando122doentessubmetidosacirurgiadaanca,nosquaisfoi aplicadoocampoIoban(3M),24horasantesdacirurgia,aamostragembacterianadaferida no fim do procedimento mostrou que a taxa de contaminação foi reduzida de 15 para 1.6% comestemétodo.139 Umarevisãocombinouosresultadosdeensaiosclínicosdeprocedimentoscirúrgicoslimpose limpos-contaminados(cesarianas,abdominais,efraturade anca),masamaiorianãorevelou evidência de alta qualidade. Nestes estudos foram utilizados os adesivos plásticos (definido como polietileno, poliuretano ou polivinil) como Op-site (Smith e Nephew), Ioban (3M) e Steridrape(3M,R.U).Osautoresconcluíramqueoscamposadesivosnãoestãoassociadoscom redução das taxas de infeção, em comparação com campos não adesivos e parecem estar associadasaumriscoaumentadodeinfeção.140Noentanto,aqualidadedospoucosestudos incluídos nesta revisão sistemática não é alta. Os autores concluíram que, se a pele do paciente for adequadamente desinfetada antes da cirurgia, é improvável que ela seja a principal causa de infeção cirúrgica e, portanto, as tentativas para isolar a pele da ferida utilizando um campo adesivo, pode ser inútil e potencialmente prejudicial, pela humidade excessivasoboplástico,podendoasbactériasresidentesnosfolículospilososmigraremparaa superfícieesemultiplicarem.137,140 Outraquestãoquedeveserconsideradaéqueotipodepreparaçãodapeleafetaaaderência do plástico.141 Alguns estudos demonstraram que a adição de Duraprep (3M) aumentou a capacidade adesiva do campo plástico.129,130 O uso da preparação da pele que aumenta a aderênciapoderáminimizarodescolamentodocampoeopotencialparaacontaminaçãoda ferida.Concluiu-sequeodesprendimentodosadesivosdapelefoiassociadocomumaumento de6vezesnataxadeinfeção,emcomparaçãocomosprocedimentoscirúrgicosnosquaiso adesivo não se desprendeu.142 Um ECR em doentes submetidos a cirurgia de substituição protésica confirmou que a solução Duraprep (3M) foi associada significativamente a melhor aderência do que a limpeza antisséptica com iodo-povidona e pintura. No entanto, o estudo 110 não foi capaz de demonstrar uma diferença significativa na contaminação da pele entre os grupos, muito embora o Duraprep tenha sido associado com uma menor taxa de contaminação.130 Asreaçõesalérgicasaiodopovidonapodemocorrer,ehápelomenosumrelatodeumcasode dermatite de contacto alérgica associada com o uso de campo cirúrgico impregnado com iodo.143,144 Questão28:Ousodecompressasoucamposestéreis,fixadosnabordadaferidaoperatória, durantetodooprocedimento,diminuiashipótesesdecontaminaçãoeinfeçãodaferida? Consenso: Reconhecemos a prática tradicional de proteção das bordas da ferida operatória comcamposestéreis,mascomoháumagrandevariaçãodométodo,nãofazemosnenhuma recomendação. VotaçãodosDelegados:AFavor:94%,Contra:2%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificativas: As evidências do uso de material estéril protegendo as bordas da ferida operatória estão, na sua maioria, relacionadas a cirurgia abdominal aberta.145 Não há evidências de seu uso em cirurgias ortopédicas e não foram encontradas recomendações relacionadasàsIPP.Compressassãoúteisparaprotegeraferidaoperatóriadepossíveislesões causadasporinstrumentos,comoafastadoreseraspas. Dispositivosdeproteçãodasbordasdaferidatemsidoutilizadosemcirurgiasabdominaispara evitarcontaminaçãoetraumadurantelaparotomias.145,146Existemdoistiposdeprotetores:(1) comanelexternoeinternoconectadosporumplásticoimpermeávelquecobreasbordasda ferida,e(2)comanelinternoprotegidocomtecidoestérilqueseestendeparaforaesobreo abdómen, para ser fixado com adesivo ou agrafes.146 Eles formam uma barreira física para protegerolocaldaincisãodeumacontaminação.Emcontraste,camposadesivosnãocobrem as bordas da ferida. Duas metanálises de ECR compararam o uso de protetores da ferida operatóriacomonão-uso,emlaparotomias.Osautoresconcluíramqueousopareceproteger contrainfeçãodaferidaoperatória.145,146Noentanto,aqualidadedessesestudosépobre.Dois estudos multicêntricos relacionados à laparotomia estão registados e conduzidos presentemente.147,148 Questão29:Qualtipodecampocirúrgicodeveserutilizado(reutilizáveisoudescartáveis)? Consenso: Reconhecemos que a permeabilidade a líquidos se equivale à contaminação e recomendamos campos impermeáveis. Na ausência de dados comparativos entre campos descartáveisoureutilizáveis,maisestudossãorecomendados. Votaçãodosdelegados:AFavor:90%,Contra:6%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: As provas existentes são apenas experimentais. A maioria dos estudos foi realizada em modelos sob condições rigorosas que não estão relacionadas com as situações reais. Faltam ensaiosclínicoscomaIPPcomodesfecho. 111 Além das propriedades físicas do material aplicadas para a fabricação de campos cirúrgicos, fatorescomo,apressão,oatrito,otempodecontactocomomaterialcontaminado,oestado de humidade ou secura, e o agente hidratante (sangue, soro fisiológico, ou soluções antissépticas) podem afetar a permeabilidade bacteriana dos mesmos.149, 150 A passagem de bactériasatravésdecampossecosocorreeéfacilitadaquandooscampossetornamhúmidos por solução fisiológica ou sangue. Diminui, no entanto, quando húmidos por soluções antissépticas (iodo ou clorexidina).149 Além disso, o material dos campos pode apresentar diferentesníveisdeimpermeabilidadedependendodapartículapenetrante(fluidosaquosos, albumina, ou bactérias).151-153 Os tecidos dos campos cirúrgicos variam na sua capacidade de resistir à ação bacteriana. Campos descartáveis são superiores em resistir a penetração de bactérias quando comparados com os tecidos de algodão ou linho reutilizáveis. Quando molhados por soluções salinas, tecidos reutilizáveis foram penetrados por bactérias em 30 minutos, enquanto a maioria dos campos descartáveis não.151 A impermeabilidade não significanecessariamenteserabsolutamenteimpenetrávelàsbactérias,sendoquepodevariar entre diferentes marcas. No entanto, campos descartáveis diminuem drasticamente a passagemdecargabacterianaatravésdeles.154DoisECRforamrealizadoscomparandocampos e batas reutilizáveis e descartáveis em cirurgias de revascularização do miocárdio e cirurgia abdominaleletiva,tendoaILCcomodesfechoprincipal.Nenhumdestesestudosencontraram diferençasentreosdoistiposdemateriais.155,156 Questão 30: Existe evidência de que o uso de campos adesivos em “U”, aplicados antes e depoisdopreparo,efetivamenteisolamaáreacirúrgicadaáreanãopreparada? Consenso: Reconhecemos que os campos adesivos em “U” têm sido uma prática tradicional paraisolaroperíneo,masnaausênciadedados,nãofazemosrecomendações. VotaçãodosDelegados:AFavor:83%,Contra:11%,Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificação:Nãoháestudospublicadosqueserelacionemcomestaquestão. Questão31:Airrigaçãoéútil?Qualdeveserométododeirrigação(pulsátildealtaoubaixa pressãooumanualcomperasdeborracha)? Consenso:Reconhecemosabaseteóricadairrigaçãoparadiluiracontaminaçãoeostecidos não-viáveis, e que um maior volume de irrigação poderia promover maior diluição. Identificamos vantagens e desvantagens nos diferentes métodos, mas não fazemos recomendaçõesdeummétodosobreooutro. VotaçãodosDelegados:AFavor:91%,Contra:4%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Hádadosindiretossobreovolumeidealdeirrigaçãoemartroplastias.Nosestudosemanimais ehumanos,oaumentodovolumedasoluçãodeirrigaçãoremovemaispartículasebactérias, masoefeitomáximodependedosistema.Nãoháestudosclínicosemhumanosrelacionados com o volume de irrigação.157,158 Também faltam estudos de alta qualidade com a IPP como desfecho. Não foram encontradas evidências de diferenças na irrigação de artroplastia primária e de revisão. O uso de lavagem pulsátil de alta pressão pode ser benéfica porque poupatempoeémaiseficientenaremoçãodetecidonecrosadoedetritos.159-164Alémdisso, 112 melhoraaestabilidademecânicadaartroplastiacimentadaporpermitirmelhorpenetraçãodo cimento no osso esponjoso. No entanto, existem algumas preocupações relacionadas com danos aos tecidos e com a propagação de bactérias para as camadas mais profundas. A lavagem pulsátil de alta pressão talvez deva ser reservada para feridas gravemente contaminadas ou por ferimentos abertos nos quais o tratamento será adiado. Irrigação de baixapressãopodeserútilseacontaminaçãoformínimaouotratamentoforimediato.Existe escassez de evidência de alta qualidade emrelaçãoàpressãodelavagemadequadaem PTA primáriaedeRevisão. Odecréscimodaquantidadedebactériaspresentesnolocalcirúrgicotemsidoobservadocom a lavagem com solução salina normal,165 indicando que um componente de remoção física paraqualquersoluçãodeirrigaçãodeveserconsiderada.Paraumacirurgialimpacontaminada (apendicectomia) a irrigação com solução salina normal revelou diminuição da ILC em comparação com as não irrigadas.166,167 Num estudo que utilizou lavagem pulsátil com soro fisiológicoapósPTJcimentada,aspartículasmaioresdoque1mícronforamrecolhidasapós cadalitrodelavagem,até8litros.Opesodestaspartículasatingiuumpiconoprimeirolitroe diminuiu, gradualmente, até o oitavo líquido de lavagem. Foram encontradas diferenças avultadas entre o primeiro e segundo, segundo e terceiro, e terceiro e quarto litros de lavagem.Noentanto,nãoforamencontradasdiferençassignificativasalémdoquartolitro.Os resultadosdesteestudoindicaramque4litrosdelavagempulsátilésuficientepararemoveras partículasdeossoecimentodurantePTJcimentada.Osautoressugeremque,seasbactérias sãoconsideradascomopartículasdecercademaisde1μm,4litrosdelavagempulsátilpode sereficazparaaremoçãodepartículasbacterianas.158 Adefiniçãoprecisadealtaebaixapressãodelavagemnãoestábemestabelecidanaliteratura. Geralmenteabaixode15psi(103.4kPa)emaiorque35psi(241.3kPa),sãoconsideradasde baixa ou alta pressão, respectivamente.168 Lavagem pulsátil de alta pressão aumenta a penetraçãodecimentonoossoesponjosoearesistênciamecânicanainterfacecimento-osso in vitro.169-174 Os estudos in vivo também demonstraram menos zonas de radioluscência em seguimento de radiografias.175 Além disso, uma relação entre a pressão de irrigação e a quantidade de material celular removido das trabéculas ósseas foi demonstrado.176 No entanto, não há consenso sobre um valor limite para a lavagem de alta pressão. Alguns estudossugeremqueatémesmopressõesdelavagem,consideradascomosendodemasiado baixas para ter influência macroscópica, ainda assim podem ter um efeito sobre as células mesenquimais da medula óssea e direcioná-las para se diferenciar em tecido adiposo, diminuindoassimoteordeosteoblastosnamedula.159 Alavagemdealtapressãopoderesultaremdanosaotecidoósseoesponjoso,ossocortical,e muscular,cominfluêncianegativanoprocessodecicatrizaçãoeneoformaçãoóssea.91,176-178A lavagem pulsátil (de alta ou baixa pressão) favorece uma maior propagação bacteriana profundanoossodoqueousodeescovaelavagemmanualcomseringa,invitro,162,179epode espalhar a contaminação para os tecidos próximos.179 A lavagem pulsátil de alta pressão produz penetração bacteriana mais profunda no tecido muscular em comparação com lavagempulsátildebaixapressão.168 Há consideráveis evidências sobre fraturas expostas e ferimentos contaminados. Há alguns, emborapoucos,estudos,passadoserecentes,emhumanoseanimais,invitroeinvivo,que demonstraramquealavagempulsátildealtapressãoémaiseficazdoqueadebaixapressão paraaremoçãodepartículasemsuspensão,bactériasetecidonecrosado,particularmenteem feridas contaminadas que tiveram seu tratamento retardado.159-164 Além disso, num modelo 113 experimental, foi demonstrado que a lavagem pulsátil de baixa pressão foi mais eficaz e eficientedoqueairrigaçãocomaperadeborrachanareduçãodebactérias.180 UmECRmostrouquealavagempulsátil,emcomparaçãocomalavagemnormal,(seringaou bulbo)reduzaincidênciadeIPPapóshemiartroplastiacimentada,porfraturadaanca(3/164e 10/192 para pulsátil e grupos de lavagem com seringa, respetivamente).181 Noutro estudo, o usodelavagempulsátildealtapressão,durantedesbridamentoabertoparaotratamentode infeções agudas de implantes ortopédicos (principalmente PTJ, PTA e hemiartroplastia), foi associada a uma taxa de sucesso semelhante em comparação com o método de lavagem manualconvencionaldebaixapressão(n=79).182 Questão 32: Que tipo de solução de irrigação deve ser usada? Devem ser adicionados antibióticosàsoluçãodeirrigação? Consenso:Reconhecemosavantagemmecânicadairrigação,conformediscutidonaquestão 31,comotambémreconhecemosasprovascontraditóriasrelacionadascomousodeumaou outrasolução,eassimnãofazemosqualquerrecomendaçãoquantoaotipodesolução. VotaçãodosDelegados:AFavor:90%,Contra:7%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação:DetergentestaiscomosabãodeCastela(natural)oucloretodebenzalcóniosão eficazesnadiminuiçãodacargadebactériasemferidasmúsculo-esqueléticasdevidoàssuas propriedades tensoativas. Os detergentes atuam por interrupção das forças eletrostáticas e hidrofóbicas,reduzindoassimacapacidadedasbactériasparaseligaremaotecidomoleeao osso.Épossívelquealgunsdetergentesajamemalgumasbactériasdeformamaiseficientedo queemoutras.157,183 Háfracaevidênciaparaobenefíciodairrigaçãocomsoluçãodeiodo(Betadine)diluída,antes doencerramentodaferidacirúrgica.Noentanto,nãoháefeitosnocivossobreacicatrização de feridas ou de quaisquer outros efeitos adversos graves associados à sua utilização. Preocupações quanto a potencial de condrocitotoxicidade são confirmados apenas por evidência experimental. Baixas concentrações (0.35 a 0.5%), com pouco tempo de lavagem, podem evitar efeitos tóxicos. É necessário comprovar clinicamente com mais estudos para definiraconcentraçãoetempodeexposiçãoideal. Osperfisfarmacodinâmicosdosantibióticosvariamdependendodotipo,dadoseedomodo de libertação.184 A variação destes fatores, a diferença nas cirurgias em que os estudos têm sido realizados, e a falta de critérios de eficácia específicas, tornam difícil chegar a uma conclusão sobre a eficácia de antibióticos tópicos, que tipo e que formulações seriam ideais paraaprofilaxiadaIPP.Alémdisso,asegurançanousodeantibióticosemsoluçãodeirrigação temsidoquestionada.Provassobreairrigaçãodaferidacomsoluçõesdeantibióticosforam obtidasprincipalmentenasespecialidadesnãoortopédicas,emcirurgiaslimpas-contaminadas. A maioria destes ECR determinou que a adição de antibióticos em soluções de irrigação não diminui a incidência de infeção cirúrgica significativamente, em comparação com a irrigação com solução salina normal.160,185-189 Este achado também foi apoiado por outros estudos experimentais.157,190 É necessária mais evidência de alto nível, com ILC e IPP como desfecho, para avaliar a eficácia e os efeitos adversos potenciais da irrigação com soluções de antibióticosnolocaldacirurgia. 114 Estudos in vitro mostram que o sabão de Castela é mais eficaz do que as soluções de antibióticosnaremoçãodeS.aureus,S.epidermidis,ePseudomonasaeruginosaemimplantes metálicoseosso.191,192NumECRnasfraturasabertas,osabãoeasoluçãodebacitracinanão resultaram em nenhuma diferença na incidência de infeção cirúrgica, embora a bacitracina tenhasidoassociadacommaiscomplicaçõesdaferida.193 NumECRnaáreadacirurgiageral,houvemaisinfeçõesdaferidanogrupodesoluçãosalina (39/ 258), em comparação com o grupo de solução de iodopovidona (7/242).194 A irrigação comsoluçãodeiodopovidonadiluído(0.35%)antesdoencerramentodaferidacirúrgica,em PTA e PTJ, foi associada a uma diminuição significativa de infeção periprotésica.195 A mesma solução foi associada com uma diminuição significativa de infeção profunda em cirurgia da coluna(6/206nogruposemsoluçãodeiodoe0/208nogrupocomsoluçãodeiodo).196Dezde 15 estudos (11 ECR e 4 estudos comparativos prospetivos) numa revisão sistemática de diferentesespecialidadescirúrgicas(2estudosemcirurgiadacolunavertebral),demonstraram queairrigaçãocomiodopovidonafoisignificativamentemaiseficaznaprevençãodainfeção cirúrgica do que as intervenções comparativas de salina, água ou não irrigação.197 Os outros cincoestudosnãodetetaramdiferençasignificativa.Estesestudostemimportanteslimitações metodológicas, como a considerável variedade nos tipos de cirurgias, a qualidade das intervenções limpas ou contaminadas, concentração inconsistente de iodopovidona e uso variáveldeantibióticosprofiláticos. NãohárelatosdecomplicaçõescomousodairrigaçãodeBetadinediluídoenãofoirelatado nenhum efeito adverso sobre a cicatrização de feridas, consolidação do osso ou evolução clínica.196 Um estudo demonstrou o aumento de iodo sérico pós-operatório, que não foi relacionado a nenhum evento adverso.197 A citotoxicidade da solução de iodopovidona é discutível. A capacidade para a síntese de ADN dos condrócitos diminuiu significativamente após 5 minutos de exposição à solução de iodopovidona a 1%. Outros estudos também mostram efeitos tóxicos da solução de iodopovidona em fibroblastos, queratinócitos, células sinoviais e condrocitos.198,199 Citotoxicidade relacionada à duração da exposição tem sido descrita em condrócitos bovinos, independentemente da concentração, embora as concentrações mais elevadas foram associadas a menor viabilidade dos condrócitos. Uma concentração de 0.35% de iodopovidona foi a de menor condrotoxicidade, mas ainda assim diminuiu a viabilidade celular quando aplicado por mais do que um minuto. A citotoxicidade foiobservadaemculturasdeosteoblastosdatíbiaembrionáriadegalinhaàumaconcentração de5%deBetadine.Menorefeitocitotóxicoocorreuaumaconcentraçãodeiodopovidonade 0.5%.200 Preparações de iodopovidona de 1, 5, ou 10% não têm efeito deletério sobre a cicatrização de feridas em animais e humanos.201 Irrigação com Iodopovidona não deve ser utilizadaemdoentescomsensibilidadeaoiodo,queimaduras,doençasdatiróideourenal.197A esterilidade da solução de iodopovidona, antes da sua utilização, deve ser cuidadosamente monitorizada,poisasuacontaminaçãotemsidoassociadaacomplicaçõesinfecciosas.202,203 Um estudo mostrou que não houve diferença na qualidade da fixação do cimento quando a irrigação foi feita com iodopovidona ou solução salina normal, embora ambas as soluções tenhamsidoinferioresàsoluçãodeperóxidodehidrogênio.204 Osantibióticostópicosdevem terumlargoespectroebaixaabsorçãosistémica,seremrelativamentebaratoseinofensivos para os tecidos. Os antibióticos mais comumente usados incluem as cefalosporinas, aminoglicosídeos (neomicina), glicopeptídeos, cloranfenicol, polimixina e bacitracina.184,205 As vantagens potenciais do uso de antibióticos tópicos são o baixo potencial para a absorção sistémicaetoxicidade,baixopotencialdedesenvolvimentoderesistênciaaosantibióticos,eo 115 factodequeoseuefeitoéfundamentalmenteindependentedasalteraçõesfisiológicaslocais, quepodemafetaraeficáciadeantibióticossistémicos.206 Noentanto,osantibióticostópicos podem produzir dermatite de contato ou hipersensibilidade e seu uso pode ser associado a efeitossistémicosgraves,comoanafilaxiacomabacitracina,surdezeinsuficiênciarenalcoma combinação de neomicina-bacitracina-polimixina.207-209 Estudos anteriores constataram que a administração tópica de antibióticos profiláticos na incisão cirúrgica, durante vários procedimentosortopédicosenãoortopédicos,émaiseficazdoqueasoluçãosalinanormal. Noentanto,resultadosconsistentesemrelaçãoàsuaeficácianãoforamdescritos.165 Estudos invitroeemanimaisusandooossoousuperfíciesmetálicasnãoconseguirammostrarmelhor desempenhoparasoluçõescomneomicinaebacitracina,emcomparaçãocomasoluçãosalina normal, para a remoção de bactérias do osso, titânio ou aço inoxidável.190-192 Apesar da evidência de que antibióticos tópicos diminuem o inóculo bacteriano em feridas cirúrgicas limpas, não foi demonstrado que eles ofereçam alguma vantagem sobre a profilaxia com antibióticosintravenosa,nemqueelescomprovadamentediminuamaincidênciadeILC.184,186 Umestudonummodelocaninoparaartroplastiarelatouareduçãonataxadeinfeçãocirúrgica com a irrigação de solução contendo neomicina.211 Há uma preocupação sobre o efeito adversodeantibióticostópicosnaferidaenacicatrizaçãoóssea.UmECRemfraturasexpostas demonstrou que a irrigação com solução tópica de bacitracina não diminuiu a incidência de infeçãocirúrgica,emcomparaçãocomsabão,masfoiassociadoàmaiortaxadecomplicações daferida.193 Questão33:Existepapelparaaaplicaçãointra-operatória,deprodutosderivadosdesangue autólogonaferidacirúrgica,paraaprevençãodeinfeção? Consenso: Na ausência de dados, não fazemos nenhuma recomendação sobre o uso de produtosderivadosdesangueautólogonaferidacirúrgica,paraprevenirainfeção. VotaçãodosDelegados:AFavor:94%,Contra:2%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Emboraalgunsbenefíciostenhamsidoobservadosemrelaçãoàaplicaçãointra-operatóriade produtosderivadosdesangueautólogoemartroplastias,amaioriadosestudosnãopossuem forçasuficienteparadetetardiferençasnaincidênciadeIPP.ApenasumECRdemonstrouque ousodessesprodutosdiminuiaincidênciadeinfeçãocirúrgica.212 Sãonecessáriosestudosem largaescala,comaIPPcomodesfecho. Em PTJ, a aplicação do gel de plaquetas autólogas e cola de fibrina, ao final da cirurgia, foi associado com um maior nível de hemoglobina pós-operatória e redução da necessidade de transfusõessanguíneas.Asincidênciasdedrenagempersistenteoudistúrbiosdecicatrização daferidaeinfeçãodaferida(0/85vs.4/80)foisignificativamentemenoremdoentestratados comgeldeplaquetasecoladefibrina.212 Numestudomulticêntrico(n=58)comusodefibrinapulverizada(crioprecipitadobaseadoem fibrinogénionão-autólogo)foiadicionadoamedidashemostáticaspadrãoemPTJ,eresultou numa diminuição da perda de sangue e menores taxas de transfusão sanguínea. Houve três casos de infeção superficial da ferida (2/29 e 1/29 para os grupos de tratamento e controlo, respetivamente),semdiferençassignificativas.213 OutrosECRsimilares,emPTJ(n=53)214 ePTA (n=81)215relatamresultadossimilaresemrelaçãoàperdasanguínea. 116 NumECRutilizandocoladefibrinaautólogaemPTA,houveassociaçãocommenordrenagem persistente da ferida e menor perda sanguínea (sem diferença significativa), mas a taxa de transfusãoeinternamentohospitalarmanteve-sesemelhanteaogrupodecontrolo.216 Uma revisão da literatura incluiu 6 estudos213-218 com o uso de cola de fibrina em cirurgia ortopédica.Foramincluídos482doentes,dosquais235foramescolhidosaleatoriamentepara receber cola de fibrina. A avaliação constatou que o uso cola de fibrina foi associado a uma redução da perda sanguínea pós-operatória, em cerca de 223 ml por paciente, e reduziu o riscodetransfusãoalogénicaem32%.Otratamentocomcoladefibrinanãofoiassociadaao aumentodoriscodeinfeçãodaferida,qualquerinfeção,formaçãodehematomaoumorte.O tempodepermanênciahospitalarnãofoireduzidoemdoentestratadoscomcoladefibrina.219 Questão34:Existealgumefeitodosagrafesmetálicosoudotipodesuturasobreoseventos infeciosos?Seafirmativo,qualéomelhormétododeencerramentoparaprevenireventos infeciosos? Consenso: Na ausência de dados conclusivos, e a grande variabilidade de práticas cirúrgicas, não fazemos nenhuma recomendação sobre suturas ou agrafes específicos para prevenir a infeção. VotaçãodosDelegados:AFavor:92%,Contra:3%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Não há como chegar a uma conclusão clara sobre o melhor método de encerramento para evitar complicações infeciosas, devido a definições inadequadas para as complicações infeciosas da ferida cirúrgica. Além disso, a maioria dos estudos revistos não eram muito detalhados.Faltamprovasemrelaçãoaosdoentescujoestadodesaúdepossainterferircoma cicatrizaçãodeferidaseemlocaiscirúrgicossujeitosaelevadosesforços.Adesivostecidulares devemserconsideradoscomoumselantebiológico,emvezdeummétododeencerramento dotadoderesistênciamecânica. Num ECR, que incluiu 90 doentes submetidos a PTJ, não houve diferenças significativas na infeção, deiscência, estado geral de saúde, e avaliações funcionais e clínicas. O estudo comparou as seguintes situações: (1) combinação de adesivos tecidulares para cápsula e camadasdotecidosubcutâneoe(2-octilounbutil-2)paraacamadacutânea,(2)agrafes,e(3) sutura subcutâneo convencional (suturas utilizadas para a cápsula, camada subcutânea, e cutânea). Observou-se que o tempo de permanência hospitalar foi maior para o grupo dos agrafes.227 Outro estudo incluiu 187 doentes que foram submetidos a PTJ (n=85) e PTA (n=102) e que comparou o encerramento da ferida com 2-octilcianocrilato (Dermabond®), agrafes e suturas.228 Adrenagemespontâneaprecocedaferida(menosde24horaspós-operatórias)foi reduzida com 2-octilcianocrilato, tanto em PTA quanto em PTJ. Em PTJ, a drenagem prolongada da ferida foi observada com 2-octilcianocrilato. Não foi observada diferença significativanaincidênciadeinfeçõesdeferidassuperficiaisentreosgrupos.Nenhumainfeção profundafoidetetada.Aestanquicidadedaferidamedidapelosanguedrenadonopensofoi significativamente melhor com 2-octilcianocrilato, em ambas as articulações. Os autores concluíram que em feridas cirúrgicas mais móveis (como por exemplo em PTJ), 2octilcianocrilatonãoéapropriadoparaoencerramentodapele,pornãooferecerresistência 117 suficienteduranteareabilitação.Noutroestudoqueincluiu90doentescomPTA,adesivose agrafes cirúrgicos foram os dois métodos eficazes de encerramento cutâneo. Agrafes foram maisrápidos,menosdispendiososemaisfáceisdeusardoqueoadesivo.Nãofoiencontrada diferença significativa quanto à ocorrência de complicações, embora o estudo não foi adequadamentedesenvolvidoparadetetarqualquercasodeinfeçãoprofunda.229 Uma revisão de ECR num extenso número de doentes não-ortopédicos, adultos e pediátricos230 concluiuqueassuturasforamsignificativamentemelhoresdoqueosadesivos, paraminimizaradeiscência.Assuturasforamtambémconsideradasdeexecuçãomaisrápida. Não foram encontradas diferenças entre os adesivos tecidulares e o uso de fitas para minimizaradeiscênciaouinfeção.Fitaseagrafesforamnotavelmentemaisrápidosdeusardo que os adesivos tecidulares. Para todos os resultados de deiscência e infeção não houve diferençaestatisticamentesignificativaentreadesivosdealtaoubaixaviscosidade. Smith et al. concretizaram uma metanálise para comparar os resultados clínicos do uso de agrafes e suturas em cirurgias ortopédicas.231 Os autores incluíram seis estudos de pequeno porte e observaram inconvenientes metodológicos incluindo definições inadequadas para as infeçõessuperficiaiseprofundas,namaioriadeles.Combasenessesestudos,detetaramum riscosignificativamentemaiordedesenvolverinfeçãodaferidaquandoamesmafoifechada com agrafes em vez de suturas (17/350 e 3/333 infeções superficiais ou profundas para agrafesesuturas,respetivamente).Cincodosseisestudosincluíramdadosdedoentesquese submeteramacirurgiadeanca.Maiorriscodeinfeçãocomousoagrafestambémocorreuem doentesquesesubmeteramacirurgiadeanca.Hánecessidadedeestudosfuturosparaavaliar estaquestão. Questão35:Ousodalistadeverificaçãodecirurgiaseguraeapausaparaverificação(timeout)afetamataxadeILCemdoentessubmetidosacirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso: Apoiamos o protocolo cirúrgico como benéfico para a segurança do paciente e, particularmente, quando aplicado para garantir a correta administração de antibióticos profiláticos. VotaçãodosDelegados:AFavor:97%,Contra:1%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação:Aslistasdeverificaçãodecirurgiasegura(LVCSouChecklists)parecemmelhorara comunicaçãointerprofissionalnasalacirúrgica.Existeevidênciadealtaqualidadeapoiandoo efeitobenéficodaLVCSetime-outparaareduçãodeinfeçãocirúrgicaeoutrascomplicações pós-operatórias. No entanto, as evidências mostram que muitos elementos de listas de verificaçãonãosãorealizadosdeformaadequada.Nãohánenhumaprovasobreainfluência da implementação de uma lista de verificação cirúrgica obrigatória, que contemple a ILC em artroplastias. Para procedimentos mais simples há evidências do efeito benéfico de LVCS obrigatóriasparaascomplicaçõesinfeciosas. Um estudo mostrou que a implementação de uma lista de verificação pré-operatória, interprofissional na sala cirúrgica, foi associada a um declínio em falhas de comunicação (número médio de falhas de comunicação por procedimento diminuiu de 3.95 para 1.31; o número de falhas de comunicação associadas a consequências negativas visíveis diminuíram 64%).232 118 Pareceexistirumarelaçãoentreaadoçãorotineiradeumalistadeverificaçãopré-operatória e a melhoria no intervalo de tempo de administração de antibiótico profilático.233-235 Num estudoprospetivode8instituiçõesdiferentes,emtodoomundo(incluindolocaisdealtaede baixa rendimento), foram observadas reduções substanciais nas principais complicações cirúrgicas e na mortalidade pós-operatória imediata, após a implementação de uma lista de verificação da Organização Mundial da Saúde. A taxa de adesão à adequada administração antibiótica pré-operatória aumentou de 5 para 83% e a incidência de infeção cirúrgica diminuiu significativamente de 6.2% para 3.4% (p <0.001). A melhoria na qualidade do atendimentofoiobservadamesmocomocumprimentoincompletodachecklist.236 Emoutro estudo realizado em hospitais com alto padrão de atendimento, na Holanda, a checklist cirúrgica de segurança que inclui elementos pré, intra, e pós-operatórios, também reduziu a incidência de infeção cirúrgica (de 3.8% para 2.7%, p = 0.006), bem como de outras complicações pós-operatórias. A adesão foi associada com as melhorias na qualidade dos cuidados.233 Num estudo prospetivo, verificou-se que muitas normas baseadas em evidências para a redução de infeção cirúrgica (momento de administração do antibiótico profilático, manutençãodenormotermiaduranteacirurgia,cateterizaçãourináriaadequadaehigienedas mãos) não foram aplicadas adequadamente para procedimentos de artroplastia e que a situação era ainda pior para cirurgias de fracturas.237 Não há nenhuma evidência sobre a influência de uma checklist obrigatória e na aplicação adequada dos seus componentes. No entanto, existem estudos prospetivos demonstrando que a implementação de LVCS resultou na diminuição da incidência de infeções da corrente sanguínea em doentes da Unidade de CuidadosIntensivos.238,239 119 Referências: 1.LidwellOM,LowburyEJ,WhyteW,BlowersR,StanleySJ,LoweD.Airbornecontaminationof wounds in joint replacement operations: the relationship to sepsis rates. J Hosp Infect. 1983;4(2):111-131. 2. 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VotaçãodosDelegados:AFavor:91%,Contra:5%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Com base nas diretrizes do Centre for Disease Control and Prevention (CDC), a transfusãodesanguealogéniconoperíodoperioperatóriodeartroplastiasaumentaoriscode ILC e/ou IPP. A associação entre transfusão de sangue autólogo e o risco de ILC e/ou IPP é menosclara. Deacordocomprovasdealtaqualidade,dedoisECRedequatroestudosobservacionais,há um aumento do risco de infeção cirúrgica com qualquer transfusão de sangue (alogénico, autólogo,eautólogomaisalogénicocombinados),emcomparaçãocomnenhumatransfusão. Istoestáemconsonânciacomumametanálisedeseisestudos(n=8.493)[(OR):1.56,95%CI: 1.18-2.06,p=0.002]eumametanálise(n=7.484),dequatroestudosobservacionais(OR1,59, 95%CI:1,15-2.18,p=0.004).1 Dadosdeumametanálise(n=970)dedoisECRemPTAsugeremqueatransfusãodesangue autólogo não está associada com maior risco de infeção cirúrgica quando comparada com nenhumatransfusãodesangue(OR:1.15,95%CI:0.43-3.13;p=0.78).1 Evidênciasdebaixaqualidadedeumametanálise(n=5.737)dequatroestudosobservacionais indicam que a transfusão de sangue alogénico está associada com um risco aumentado de infeçãocirúrgica(ValoresnãoajustadosOR:1.46,95%CI:1.09-1.95,p=0.01).1 Evidências de uma metanálise (n=2.592) de três estudos observacionais mostram que a transfusão de sangue alogénico aumenta o risco deinfeção cirúrgica, em comparação com a transfusão de sangue autólogo (OR: 4.57, 95% CI: 2.39-8.73, p <0.0001).1 O estudo de Innerhoferetal.2 demonstrouumriscomaiorparaosanguealogénicoemrelaçãoaosangue autógeno. A diminuição de leucócitos não parece afetar a taxa de infeção com sangue autólogoemcirurgiadaanca.3 132 Evidências de um ECR e de dois estudos observacionais indicaram que não há aumento do risco de infeção cirúrgica em doentes que recebem transfusões de sangue tanto autólogos comoalogénicos.1 Questão 2: Quais são os preditores da necessidade de transfusão de sangue alogénico em doentes submetidos a cirurgia de substituição protésicas totais (cirurgia de substituição protésica)? Consenso: O nível reduzido de hemoglobina pré-operatória é a o melhor preditor de necessidadedetransfusãoalogénicaapóscirurgiadesubstituiçãoprotésica.Outrospreditores são: a anestesia geral, o índice de comorbilidade de Charlson, o sexo feminino, e a maior duraçãodecirurgia. VotaçãodosDelegados:AFavor:90%,Contra:4%,Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificação: Todososfatoresjámencionadostêmsidodescritoscomopreditoresdetransfusãodesangue alogénicoemdoentessubmetidosaartroplastiasprimárias.Noentanto,nestesestudos,vários critérios para a indicação de transfusão têm sido utilizados, sendo que a menor taxa de transfusão,éobservadaquandoseadotacomoindicaçãoumnívelmaisbaixodehemoglobina (7-8 g/dl). Atualmente, o limite ideal de hemoglobina para transfusão sanguínea permanece desconhecido.OúnicoECRemortopediaéoFOCUS,4quenãoencontrouresultadosdiferentes comtransfusãoacimaouabaixode8g/dL.Osresultadosdesteestudoforamsemelhantesaos encontrados no TRICC 5. Há também muitos estudos enfatizando o efeito da duração da cirurgiasobreataxadeperdasanguínea.6-17 Num estudo de uma única instituição, de 11,373 artroplastias, sendo 4,769 PTJ e 6,604 PTA, uma análise multivariada indicou que o sexo masculino (263.59 ml e 233.60 ml em ancas e joelhosrespetivamente),índicedecomorbilidadedeCharlson>3(293.99mle167.96mlem ancasejoelhos),edoaçãodesangueautólogopré-operatória(593.51mlemancase592.30 em joelhos) têm maior perda sanguínea.18 A anestesia regional comparada à anestesia geral reduziu a quantidade de perda sanguínea. A quantidade da perda sanguínea em ambos PTA (OR:1.43,IC95%:1.40-1.46)ePTJ(OR:1.47,95%CI:1.42-1.51)eoíndicedecomorbilidadede Charlson somente em doentes de PTJ (OR: 3.2, 95 % CI: 1.99-5.15) aumentaram o risco de transfusãodesanguealogénico.Adoaçãopré-operatóriadesangueautólogo(OR:0.01,95% CI:0.01-0.02nosancase0.02,95%CI:0.01-0.03nosjoelhos)diminuiuoriscodetransfusãode sanguealogénico. NumestudodeFarisetal.19opoderpreditivode7variáveispré-operatórias(concentraçãode hemoglobina,idade,níveldeeritropoietina,concentraçãodeferritina,ferrosérico,capacidade totaldeligaçãodeferro,evolemia)noriscodetransfusãoemdoentesortopédicosfoitestado em276casoscirúrgicos.Osautoresrevelaramqueaconcentraçãodehemoglobinadebasee a volemia foram preditores significativos do risco de transfusão. Eles também encontraram umacorrelaçãoinversaentreaconcentraçãodehemoglobinaeoriscodetransfusão.Doentes comhemoglobina>10e≤13g/dLtratadoscomplacebo,tiveramumriscoaproximadamente duasvezesmaiorderecebertransfusãodoquedoentestratadoscomhemoglobina>13g/dL. Prazooetal.20tambémcorroboraramqueoníveldehemoglobinapré-operatóriafoiumforte preditivodanecessidadedetransfusãodesangueapóscirurgiadesubstituiçãoprotésica.Eles 133 avaliaram a associação entre a doação de sangue autólogo pré-operatória e o risco de transfusão, em 600 doentes de artroplastias, incluindo 312 PTA e 288 PTJ. Os autores sugeriram que a doação autóloga pré-operatória pode não ser necessária. Os dados desta pesquisatambémsugeremqueautilizaçãodeumsistemaderecuperaçãodecélulaspodeser eficaznareduçãodataxadetransfusãosanguínea. O estudo de Hamaji et al. indicou que a infusão de fluidos pré-operatória pode reduzir a necessidade de transfusão e, possivelmente, a taxa de infeção, no entanto, o estudo é pequeno e com uma elevada taxa de infeção.21 Colóide é preferível sobre cristalóide22 e nenhumdos2métodostemefeitosignificativosobreacoagulaçãoinvitro.23 Questão 3A: Qual o papel do tipo de anestesia na minimização da perda sanguínea e a transfusãoalogénicaduranteaartroplastiaparaIPP? Consenso: Comparada com a anestesia geral, a anestesia do neuroeixo reduz a perda sanguíneadurantePTAePTJ. VotaçãodosDelegados:AFavor:77%,Contra:11%,Abstenção:12%(ForteConsenso) Questão 3B: Existe evidência contra o bloqueio do neuroeixo em casos de IPP (devido ao riscoprováveldeespalharainfeção)? Consenso:Não.Adecisãodeusaranestesiadoneuroeixoougeral,emdoentescominfeção periprotésica é da equipa de anestesia, que precisa ter em conta os inúmeros benefícios da anestesia do neuroeixo em relação ao potencial de desenvolvimento de complicações infeciosasdosistemanervoso(aracnoidite,meningiteeabscesso). VotaçãodosDelegados:AFavor:83%,Contra:6%,Abstenção:11%(ConsensoForte) Justificação: Várias revisões sistemáticas e metanálises24-28 compararam anestesia do neuroeixocomanestesiageral,emrelaçãoaquantidadedaperdasanguíneaetransfusãode sanguedurantecirurgiadesubstituiçãoprotésica.Todasasrevisõesfavorecemaanestesiado neuroeixonareduçãodaquantidadedaperdasanguíneaenecessidadedetransfusão. UmametanáliserealizadaporHuetal.25de21ECR,publicadosentre1966e2008foifeitapara estudararelaçãoentreotipodeanestesiaeanecessidadedetransfusão.Resultadosobtidos apartirdestesensaiosmostraramqueaanestesiadoneuroeixoreduzotempodeoperação (OR:-0.19IC95%:-0.33a-0.05)enecessidadedetransfusão(OR0.45,95%CI:0.22-0.94),em comparação com a anestesia geral. Além disso, uma revisão sistemática de 18 estudos publicadosentrejaneirode1990eoutubrode2008,envolvendo1,239doentessubmetidosa PTAmostrouqueaperdadesanguepodeserminoradaemdoentesquereceberamanestesia do neuroeixo comparada com a anestesia geral.26 Outra revisão sistemática de artigos publicadosaté2004mostrouqueaanestesiadoneuroeixoreduziuonúmerodetransfusões em doentes de PTA (p=0.0009)24. Os autores chegaram à conclusão que os bloqueios do neuroeixo têm um efeito claro e definitivo sobre a perda de sangue operatória, resultando numa redução do número de doentes transfundidos. Além disso, uma metanálise de 10 ensaios clínicos, cujos resultados foram publicados até agosto de 2005, e que incluiu 330 doentes de PTA sob anestesia geral, e 348 doentes sob anestesia do neuroeixo, demonstrou queobloqueiodoneuroeixodiminuiotempooperatóriototalem7.1min/caso(IC95%:2.3134 11.9min)eaperdasanguíneaintra-operatóriaem275ml/caso(95%CI:180-371ml).28 Outro estudo realizado por Stundner et al.29 relatou que a anestesia do neuroeixo em relação à anestesiageralreduziusignificativamenteascomplicaçõesgerais,incluindoanecessidadede transfusão. Por fim, usando um grande banco de dados, Memtsoudis et al.30 demonstraram que a necessidade de transfusão de sangue foi reduzida com a anestesia do neuroeixo em relaçãoaanestesiageral. Pelo contrário, uma revisão sistemática de 28 estudos publicados entre janeiro de 1990 e outubro de 2008, envolvendo 1.538 doentes de PTJ, não encontrou qualquer evidência apoiando a menor quantidade de perda sanguínea ou transfusão de sangue para os doentes quereceberamanestesiadoneuroeixoemrelaçãoaanestesiageral.27,158 Umametanálisede17ECR,ondeestavamenvolvidosváriostiposdecirurgiasdaespecialidade ortopédica, incluindo artroplastias, indicou que a hipotensão induzida pode reduzir a perda sanguínea em 287 ml [95% CI: -447, -127].31 Além disso, uma redução estatisticamente significativanataxadetransfusãofoitambémobservadanomesmogrupo(-667mldesangue transfundido, 95% CI: -963, -370). Não houve diferença estatisticamente significativa em relaçãoàduraçãodacirurgiaemelhoranacondiçãocirúrgica. Há provas claras de que a anestesia regional pode ser realizada de forma segura, se o tratamentoantibióticodainfeçãotenhacomeçadoantesdobloqueio.32 Sãobastanterarasas infeçõesdosistemanervosocentral,taiscomoaracnoidite,meningite,eabcessosrelacionados com a anestesia do neuroeixo. Por isso, a decisão deve ser individualizada nos casos de infeção. As alternativas anestésicas, as vantagens do bloqueio do neuroeixo, e o risco de infeçãodosistemanervosocentral,oque,teoricamente,podeocorrernocasodebacteriemia, devem ser tidos em conta quando da tomada da decisão. A literatura que estuda o risco de abscesso epidural em doentes submetidos a cirurgia para IPP, sob anestesia regional, é escassa.Numestudorecente,Gritsenkoetal.33 sugeriramqueoriscoparaosistemanervoso central, após bloqueio do neuroeixo durante a remoção de implantes infetados, da anca ou joelho, é muito pequena e que os anestésicos neuroaxiais sejam usados mais com mais liberdade,senãohouversinaisdeinfeçãosistémica.Elestambémrecomendaramquenenhum cateterperiduraldevapermanecernolocal,apósoprocedimento.Parecequeváriosbloqueios do neuroeixo, dentro de um curto período de tempo, pode ser um fator de risco para o desenvolvimentodeabscessoepidural,emdoentescominfeçãoperiprotésica. Se a anestesia do neuroeixo é empregada em doentes submetidos a tratamento para IPP, devem ser feitos todos os esforços para remover o cateter epidural logo após a cirurgia. Se ocorrer uma infeção do sistema nervoso central, o diagnóstico precoce e tratamento da infeçãodevemserrealizados,paraevitarassequelasneurológicas. O estudo realizado por Chang et al.34 afirma que o risco de infeção foi 2,2 vezes menor com raquianestesiadoquecomanestesiageral. Questão 4A: Qual é o papel de tecnologias adjuvantes, incluindo sistemas de recuperação celular,drenosdereinfusão,coagulaçãobipolarehemodiluição,paraminimizaraperdade sangueduranteacirurgiaparainfeçãoperiprotésica? 135 Consenso:Nãohánenhumbenefíciodefinidoparaautilizaçãodesistemasderecuperaçãode células,reinfusãodedrenagens,coagulaçãobipolarehemodiluiçãoparaminimizaraperdade sangueduranteacirurgiaparainfeçãoperiprotésica. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%,Contra:8%,Abstenção:7%(ForteConsenso) Questão 4B: Qual é o papel de tecnologias adjuvantes, incluindo sistemas de recuperação celular,drenosdereinfusão,coagulaçãobipolarehemodiluiçãoparaminimizaraperdade sanguedurantecirurgiadesubstituiçãoprotésicaprimária? Consenso:Nãohánenhumbenefíciodefinidosparaautilizaçãodesistemasdesalvamentode células,drenosdereinfusão,coagulaçãobipolarehemodiluiçãoduranteartroplastiaprimárias unilaterais. VotaçãodosDelegados:AFavor:80%,Contra:11%,Abstenção:9%(ForteConsenso) Justificação: Opapeldarecuperaçãodecélulasnareduçãodastaxasdetransfusãonãoéclaro,noentanto, parecequepodeserusadaemcasosdeinfeção.Filtrosderemoçãodeleucócitospodemser usadosparafiltrartodoosanguerecuperado.Estesfiltrossãoeficazesnaremoçãodeglóbulos brancos e de colonias bacterianas até 104 UFC/ml. Quaisquer bactérias residuais devem ser tratadas por antibióticos perioperatórios, do mesmo modo que seria para qualquer bacteriemia que ocorre durante a cirurgia.35 O uso de coagulação bipolar tem sido associado comresultadosmistosemartroplastiasprimárias.NumECR,duplo-cego,71e69doentesde PTA foram incluídos para o uso de coagulação bipolar ou para o grupo de controlo (eletrocautério convencional), respectivamente.36 Os autores não encontraram diferenças significativas entre os dois grupos em relação, tanto ao volume de perda sanguínea ou de transfusão.Combasenestesresultados,osautoresabandonaramousodecoagulaçãobipolar para doentes de PTA. Noutro ECR de 105 doentes submetidos a PTA primária, Zeh et al.37 constataram que não houve diferença estatisticamente significativa entre a perda sanguínea intraepós-operatória,comousodecoagulaçãobipolareogrupocomusodeeletrocautério convencional. Aocontrário,umestudocaso-controlomostrouqueousodoeletrocautériobipolarpodeser eficaznareduçãodaquantidadedeperdadesangueedaquedadahemoglobinaemdoentes submetidosarevisãodePTAinfectadas.38 Numestudocaso-controlode76PTAconsecutivas de revisão por infeção, um grupo em que foi utilizado cautério bipolar foi comparado com outro grupo em que foi utilizado eletrocautério convencional.38 Os resultados deste estudo mostraram que a perda de sangue total, a perda de sangue intra-operatória, e a redução da hemoglobinaperi-operatóriafoisignificativamentemenornogrupodocautériobipolar.Além disso, num estudo prospetivo, cego, randomizado, 50PTA primárias foram divididas em dois grupos: bipolar e eletrocautério padrão.39 Os resultados deste estudo revelaram que a perda totaldesanguenogrupobipolardiminuiuem40%eataxadetransfusãofoireduzidaem73%. Houve uma redução relevante na perda sanguínea intra e pós-operatória. Do mesmo modo, Marulanda et al.40 demonstraram que o cautério bipolar pode reduzir a perda sanguínea em PTJ. 136 Questão5A:OusododrenoinfluenciaaincidênciadeILCeIPP? Consenso:Não.Nãohánadaquedemonstrequeousodedrenofechadoaumenteoriscode infeçãocirúrgicaapóscirurgiadesubstituiçãoprotésica. VotaçãodosDelegados:AFavor:88%,Contra:8%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Questão5B:Quandoéqueodrenodeveserretirado? Consenso:Nãoháevidênciaconclusivaparaomomentoidealderemoçãododreno. VotaçãodosDelegados:AFavor:68%,Contra:22%,Abstenção:10%(ForteConsenso) Justificação:Combasenumarevisãosistemáticaenumametanálise,41,42 ousododrenoapós artroplastias totais aumenta a taxa de transfusão mas não aumenta o risco de infeção cirúrgica. Estudos revelam que em torno de 90% do sangramento pós-operatório é coletado pelo dreno, dentro das primeiras 24 horas. Considerando um aumento provável no risco de colonizaçãobacterianaapós24horas,43 recomenda-sesuaremoçãodentrodesteperíodo.Em situaçõesselecionadas,ocirurgiãopoderádecidirpelapermanênciadodrenoporumtempo maior. Na revisão sistemática Cochrane foram avaliados todos os ECR ou quasi-ECR randomizados comparandoousodesistemasdedrenagemporsucçãocomonão-usodedrenos,paratodos os tipos de cirurgias ortopédicas eletivas e de emergência.41 Foram incluídos 36 estudos que envolveram 5,464 participantes com 5,697 feridas operatórias. Vários tipos de cirurgias ortopédicas, incluindo PTA e PTJ, foram avaliadas. Não houve diferença estatisticamente significativanaincidênciadeinfeçãodaferida,hematoma,deiscênciaoureintervençõesentre os doentes com dreno e aqueles sem o dreno. Transfusão de sangue foi necessária mais frequentementenaquelesqueutilizaramodreno.Anecessidadedepensosmaisespessosea ocorrênciadeflictenasfoimaiscomumnogruposemdreno.Porisso,oestudodeCochrane concluiu que as provas são insuficientes para defender o uso rotineiro de drenos por sucção emcirurgiaortopédica. NametanálisedeParkeretal.4218estudosemPTAePTJeletivas,incluindo3,495doentescom 3,689 feridas foram avaliadas. Os resultados desta revisão sistemática indicaram que a drenagemporsucçãoaumentaanecessidadedetransfusãoenãotrásnenhumbenefício. Questão6A:Qualopapeldoácidotranexâmico(AT)nareduçãodaperdasanguíneadurante acirurgiaparatratamentodeIPP? Consenso: A administração tanto intravenosa quanto tópica reduz a perda sanguínea e a necessidadedetransfusãoemartroplastias. VotaçãodosDelegados:AFavor:82%,Contra:5%,Abstenção:13%(ForteConsenso) Questão6B:ExistevantagemdaadministraçãotópicasobreaadministraçãoEVdeAT? 137 Consenso: O AT tópico não tem qualquer vantagem evidente sobre a administração intravenosadomedicamentoeambossãoseguros.Noentanto,ousotópicopodeserusado emcertogrupodedoentesemqueousoendovenososejaconsideradoinapropriado. VotaçãodosDelegados:AFavor:76%,Contra:4%,Abstenção:20%(ForteConsenso) Justificação:Combaseem7revisõessistemáticasemetanálises,44-50aadministraçãodoAT reduzovolumedeperdasanguíneaeatransfusãoemdoentessubmetidosaPTAePTJ.Pode concluir-se que a administração de AT é segura e eficaz na redução da perda sanguínea e transfusõesdesanguealogénicoemrevisãodePTJ,incluindocirurgiasparaotratamentode infeçãoarticularperiprotésica.NãohouvenenhumestudoparademonstrarqueousodeAT tópicoouendovenosoestejarelacionadocommaiorincidênciadeeventostromboembólicos. Naverdade,oestudoClinicalRandomisationofanAntifibrinolyticinSignificantHaemorrhage (CRASH)constatouqueoATpodeprotegercontracomplicaçõestrombóticas.51-53 UmarevisãosistemáticaemetanálisedeAlshrydaetal.44avaliou19ECRcomplacebo.Dezoito destes estudos abordaram a administração intravenosa de AT, um estudo avaliou a administração oral,54 outro a aplicação tópica,55 e um comparou o AT associado à hemodiluiçãonormovolemica.56TrêsECRavaliaramoefeitodedoseselevadas(>4gramas)de AT 54, 57, 58 e outros avaliaram o efeito de baixas doses de AT.59-65 A revisão sistemática e metanálise concluíram que o AT provoca uma redução significativa na taxa de transfusão de sangue (RR: 2.56, 95% CI: 2.1-3.1, p <0.001; heterogeneidade I2 = 75%) e a perda de sangue total,numamédiade591ml(95%CI:536-647,p<0.001;I2 =78%).Aanálisedeumsubgrupo dealtadosedeATdemonstrouumareduçãonatransfusãodesangue(RR5.33,95%CI:2.4411.65, p <0.001; I2 = 0%). Esta revisão sistemática e metanálise não revelaram nenhuma evidência de que ocorra um aumento no risco de trombose venosa profunda ou embolia pulmonarapósaadministraçãodeATemdoentesdePTJ. OutrarevisãosistemáticaemetanálisedeSukeiketal.49avaliaramoefeitodaadministração doATemPTA.11ECR66-76 foramincluídosnametanálise.Osautoresmostraramqueousodo ATreduzaperdasanguíneaintra-operatórianumamédiade104ml(95%CI:-164a-44,p= 0.0006,I2:0%),perdadesanguepós-operatória,numamédiade172ml(95%CI:-263a-81,p =0.0002,I2:63%),eaperdadesanguetotal,numamédiade289ml(95%CI:-440a-138,p <0.0002, I2: 54%). O AT resultou numa redução significativa na taxa de transfusão de sangue alogénico (diferença de risco: -0.20, 95% CI: -0.29 a -0.11, p <0.00001, I2: 15%). Não foram observadas diferenças significativas nas taxas de trombose venosa profunda, embolia pulmonar,infeçãoououtrascomplicaçõesentreosgruposdeestudo. Administração de AT é eficaz para reduzir ainda mais a quantidade de perda sanguínea perioperatória em PTJ. Num ECR de 151 doentes, Lin et al.77 escolheram os doentes randomizados para serem submetidos a PTJ unilateral a um dos três grupos: 1) um grupo placebo (50 doentes), 2) um grupo, que recebeu uma injeção de AT (10 mg / kg) durante a intervenção cirúrgica na deflação do garrote (52 doentes), e 3) um grupo que recebeu duas injeçõesdeácidoAT(10mg/kg)noperíodopré-operatórioeintra-operatório(49doentes). Os autores demonstraram que uma dose intra-operatória do AT foi tão eficaz quanto duas dosesparaaconservaçãodesangueduranteaPTJ.NumestudorealizadoporAguileraetal.78 avaliou-seoefeitodoATnareduçãodaperdadesangueedetransfusãodesanguenarevisão PTJ. Neste estudo, os doentes que receberam o AT apresentaram uma quantidade notavelmentemenordeperdadesangue(p=0.015),noentanto,ataxadetransfusãonãofoi estatisticamenteinferior(p=0.057).Nãohouveeventosadversosnosdoentesestudados.Em 138 ensaioclínicorandomizado98doentessubmetidosaPTAouPTJ,Oremusetal.79demostraram que a adição de AT num protocolo de transfusão restritiva, em doentes submetidos a PTJ, tornadesnecessárioousodequalquersistemadesalvamentodesanguepós-operatório. Questão 7: Qual o papel de outros agentes, tais como plasma rico em plaquetas (PRP) ou coladefibrina,paraminimizaraperdasanguínea? Consenso: Não recomendamos o uso rotineiro da PRP. Existe alguma evidência de que os produtosdefibrinapodemreduziraperdasanguínea. VotaçãodosDelegados:AFavor:91%,Contra:1%,Abstenção:8%(ForteConsenso)163 Justificação: Existem vários ECR que apoiam a eficácia de produtos de fibrina na redução da perda sanguínea e da necessidade de transfusões em PTJ. No entanto, os resultados dos estudos sobrePRPsãoambíguoseassimédifíciltirarumaconclusãodefinitiva. NoestudodeDiiorioetal.80134doentessubmetidosaPTJquereceberamPRPforamavaliados retrospetivamente. Os autores não conseguiram demonstrar uma diferença estatisticamente significativaemrelaçãoaovolumedeperdasanguíneaentreosdoentesquereceberamPRPe aqueles que não receberam. Num estudo retrospetivo de 98 PTJ unilaterais em que 61 receberam gel de plaquetas intra-operatório, Gardner et al.81 revelaram que os doentes que receberamogeldeplaquetastinhammenosdiferençaentreosníveisdehemoglobinaprée pós-operatórias no terceiro dia (2,7 vs. 3,2 g/dl, p = 0,026), o que foi considerado como um indicadordeperdasanguínea. Numestudoretrospetivo,Berghoffetal.82 demonstraramqueaadministraçãodeplasmarico em plaquetas e pobre em plaquetas, durante o encerramento da ferida, está associada com ummelhorperfildehemoglobinaemenortaxadetransfusão. Num ECR, 66 doentes submetidos a PTA foram distribuídos aleatoriamente para 1 de 3 dos seguintes grupos 1) 10 mg / kg de AT antes da cirurgia, 2) 10 ml de pulverização de fibrina durante a cirurgia, ou 3) um controle (sem AT e sem pulverização de fibrina).83 Os autores sugeriramqueambos,apulverizaçãodefibrinaeATendovenosoreduziramsignificativamente a quantidade de perda sanguínea em comparação com os controles. Não houve diferença estatisticamenterelevanteentreapulverizaçãodefibrinaeogrupodeATrelacionadaàperda sanguínea.Numensaioclínicorandomizadode100PTA,osdoentesforamdesignadosparao grupo de estudo (cola de fibrina autóloga) ou grupo de controlo (sem cola de fibrina).84 Os resultados deste estudo demostraram uma quantidade significativamente menor de perda sanguínea,naquelesemquefoiutilizadaacoladefibrina(580±240ml),emcomparaçãocom os do grupo de controlo (810 ± 341 ml). Num ensaio clínico randomizado, 81 doentes submetidosaPTAforamalocadospararecebercoladefibrina(10mltotal)ounão.Nogrupo dacoladefibrina,aquantidadedeperdadesanguediminuiusignificativamenteem23.5%.81 Os resultados de dois ECR mostraram que a administração de produtos de fibrina está associado com menor drenagem de sangue da ferida operatória e menor necessidade de transfusãoemdoentesdePTJ.85-87 Questão 8: Qual o papel da recuperação sanguínea (intra e pós-operatório) durante o segundotempoparatrocadeimplantes,notratamentodeIPP? 139 Consenso:Opapeldosalvamentodesangue(intraepós-operatória),duranteasegundafase dotratamentoem2temposdaIPPéinconclusiva.Arecuperaçãodosanguedeveserutilizada comprecaução. VotaçãodosDelegados:AFavor:80%,Contra:11%,Abstenção:9%(ForteConsenso) Justificação: A eficácia do sistema de recuperação de glóbulos vermelhos tem sido demonstrada em cirurgias ortopédicas.88 Embora não haja forte evidência em relação à contraindicaçãoemcasosdeinfeçãoperiprotésica,tradicionalmente,apresençadeinfeçãoé considerada como uma contraindicação para o uso deste tipo de sistema.89 Todavia, alguns autoressugeremquearecuperaçãodecélulaspossaserusadaemcasosdeinfeção.Filtrosde remoçãodeleucócitospodemserusadosparafiltrartodoosanguerecuperado.Estesfiltros são eficazes na remoção de glóbulos brancos e de colónias bacterianas até 104 UFC /ml. Quaisquer bactérias residuais seriam tratadas por antibióticos perioperatórios, do mesmo modoqueseriaparaqualquerbacteriemiaqueocorreduranteacirurgia.35 Numa revisão sistemática Cochrane, foram avaliados ECR em que os doentes submetidos a cirurgiaseletivasforamrandomizadosparaumgrupoderecuperaçãodecélulas,ouumgrupo de controlo (sem intervenção).88 Os resultados desta revisão sistemática indicaram que em procedimentos ortopédicos, o risco relativo de exposição à transfusão cai para 0.46 (95% CI: 0.37-0.57), nos doentes em que as células foram recuperadas, e que o uso de sistemas de recuperaçãodecélulasnãofoiassociadaanenhumeventoadverso. Questão9:Qualopapeldaadministraçãodeeritropoietina,hematínicosououtrosagentes entreosdoistemposdetrocadeimplantes,paraotratamentodeIPP? Consenso: O tratamento da anemia pré-operatória com Ferro, associado ou não à Eritropoietina, reduz o risco de transfusão em doentes submetidos a cirurgia de substituição protésica. VotaçãodosDelegados:AFavor:78%,Contra:9%,Abstenção:13%(ForteConsenso) Justificação: Há evidências que sugerem que o tratamento da anemia pré-operatória com Ferro, associado ou não à Eritropoietina, reduzirá o risco de transfusão em doentes submetidos a cirurgia de substituição protésica.90 No entanto, alguns autores afirmam que a anemiadevaserinvestigada,enãotratadaempiricamente,umavezqueoriscodetumorese sangramentosgastrointestinaiséconsiderável. Uma revisão sistemática realizada por Spahn90 indicou que o tratamento da anemia préoperatória com Ferro, associado ou não a Eritropoietina, reduzirá o risco de transfusão em doentessubmetidosacirurgiadesubstituiçãoprotésica. UmECRmulticêntricoeduplamentecegocomparoudoisregimesdeEpoetin-αnareduçãoda necessidade de transfusão sanguínea alogénica em doentes submetidos a artroplastias. Os doentesforamalocadosparareceber40,000unidadesdeEpoetin-α,4vezesporsemana(alta dose;n=44);ou20,000unidades(baixadose;n=79);ouplacebo(n=78);iniciando4semanas antesdacirurgia.TodososcasosreceberamFerrosuplementar,viaoral(450mg/dia)durante 42 ou mais dias antes da cirurgia. Os resultados revelaram que ambos os regimes foram efetivos em reduzir a necessidade de transfusão sanguínea alogénica. Os doentes que receberamaltasdosestiveramasmenorestaxasdetransfusão.91 140 Emdoisestudos,Delasottaetal.92,93demonstraramque,emanemiasleves,aadministraçãode Epoetin-αdiminuiuastaxasdetransfusãoemdoentessubmetidosarevisõesdePTJePTA. Questão10:Ossistemasdesucçãofechadossãofontesdecontaminação? Consenso: Há evidências que indicam que a extremidade dos drenos possam ser fonte de contaminação. VotaçãodosDelegados:AFavor:70%,Contra:9%,Abstenção:21%(ForteConsenso) Justificação: Alguns estudos demonstram que micro-organismos podem ser obtidos da cultura das extremidades dos drenos aspirativos. No entanto, não há evidências que indiquem a correlaçãodacontaminaçãododrenocominfeçãosubsequente. Robinsonetal.94 avaliaramacolonizaçãodapontadedrenosutilizadosemsalacirúrgicacom arfiltrado,em39 doentes,edetetaramcontaminaçãobacterianaem41%.Demodo similar, Strange-VognseneKlareskovobtiveramculturaspositivasem12de22ponteirasutilizadasem PTA.95 Questão11:Qualopapeldadoaçãosanguíneaautólogapré-operatóriaentreosdoistempos detrocadeimplantesporIPP? Consenso: Não existe razão para doação sanguínea autóloga pré-operatória entre os dois temposdetrocadeimplantesporinfeçãoperiprotésica. VotaçãodosDelegados:AFavor:83%,Contra:7%,Abstenção:10%(ForteConsenso) Justificação: Até ao momento, não há estudos sobre o papel da doação sanguínea autóloga entreosdoistemposdetrocadeimplantesporIPP.Noentanto,considerandooriscoteórico de disseminar a infeção, os bancos de sangue recusam-se a aceitar a doação de indivíduos infetadosoucomsuspeitadeinfeção. 141 Referências: 1.HealthcareInfectionControlPracticeAdvisoryCommittee.CDCandHICPACDraftGuideline forPreventionofSurgicalSiteInfection,ArthroplastySection;Pending. 2.InnerhoferP,KlinglerA,KlimmerC,FriesD,NussbaumerW.Riskforpostoperativeinfection after transfusion of white blood cell-filtered allogeneic or autologous blood components in orthopedicpatientsundergoingprimaryarthroplasty.Transfusion.2005;45(1):103-110. 3. Frietsch T, Karger R, Scholer M, et al. Leukodepletion of autologous whole blood has no impact on perioperative infection rate and length of hospital stay. 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VotaçãodosDelegados:AFavor:92%,Contra:4%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Com base na literatura disponível, não há diferença na incidência de IPP ou ILC após artroplastias cimentadas (sem antibióticos no cimento) e artroplastias não cimentadas. Algunsdadosderegistosapoiamaconstataçãodequenaprótesetotaldaanca(PTA)orisco de revisão devido a infeção é equivalente entre artroplastias não cimentadas e cimentadas com cimento impregnado com antibiótico, mas o risco é maior para artroplastia cimentada semantibióticonocimento. PTACimentadavs.não-Cimentada: Embora tenham sido encontrados vários ensaios clínicos randomizados (ECR) e revisões sistemáticas comparando a sobrevida dos componentes cimentados e não cimentados da PTA1,2,nenhumtinhaIPPcomodesfechoprimário. ExcluindoasPTAhíbridasdaanálise,oRegistroSuecodeArtroplastiadeAnca(SHAR)mostrou queem145,339doentesqueforamsubmetidosa170,413PTAentre1992e2007,ataxade infeção profunda foi de 0.5%. A principal indicação para PTA foi osteoartrose primária (OA), mas os casos de fraturas, artropatias inflamatórias, e outros foram responsáveis por 24%. Artroplastias da anca não cimentadas não apresentaram maior risco de revisão devido à infeçãoemcomparaçãocomPTAcimentadas(oddsratio(OR)=0.9,intervalodeconfiança(CI): 0.6-1.3). Para além disso, uma análise diferencial comparando o cimento impregnado com antibiótico com o cimento sem antibiótico foi feita. Os autores observaram que no SHAR, cimento impregnado com antibiótico em mais de 90% dos casos. Os autores concluíram que "parecequeoriscoderevisãodevidoainfeçãodeveseraproximadamenteigualemPTAnão cimentadas comparado com fixação cimentada, desde que o cimento seja impregnado com antibiótico"3. Os dados do Registo Norueguês mostraram que em mais de 97,344 PTA 147 primáriasrealizadasem79,820doentesde1987à2007,asobrevidaem5anosfoide99.46% quando a revisão era devido à infeção profunda, considerada como desfecho.4 O RR para a primeira revisão devido à infeção foi menor no grupo de doentes que receberam prótese cimentada impregnada com antibiótico. Quando comparado com PTA cimentadas com cimentoimpregnadocomantibiótico,afixaçãonãocimentadatinhaumriscomaiorderevisão devido à infeção (RR: 1.4, IC: 1.0-1.8, p=0.03). A utilização de cimento sem antibióticos também teve RR superior quando comparado com fixação cimentada com antibiótico no cimento(RR:1.9,Cl:1.5-2.3,p<0.001).OmaiorriscodeIPPapresentadoemPTAcimentadas com cimento sem antibióticos foi descrito num estudo anterior do mesmo Registro, descrito porEngesaeteretal.,5quedemonstraramqueoriscoderevisãodevidoàinfeçãofoiomesmo paraPTAnãocimentadasecimentadascomantibióticoimpregnadonocimento,massuperior paraartroplastiascimentadascomcimentosemantibiótico. UmestudoprospetivodetrêsRegistosdeSaúdeNoruegueses,compreendendooperíodode 2005-2009,6 avaliou a taxa de ILC e revisões devido a IPP em PTA. A taxa de ILC foi de 3% (167/5.540)enãofoiinfluenciadapelotipodefixação(cimentada,nãocimentada,ouhíbrida). AtaxaderevisãodevidoàIPPfoide0.8%(236/31.086)efoiinfluenciadapelotipodefixação. Comparado com PTA cimentadas, as PTA não cimentadas tiveram maior risco ajustado de revisãodevidoàinfeção(RR:1.5,IC:1.0–2.2,p=0.03).Ataxaderevisãodevidoàinfeçãona fixaçãohíbridanãofoidiferentequandocomparadacomafixaçãocimentada(RR:1.1,IC:1.6 0.7,p=0.7). NumestudoquedemonstraocrescenteriscodeIPPquefoirealizadopelaArthroplastyNordic Register Association (Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia), o uso de cimento sem antibióticoePTAhíbridasforamconsideradosfatoresderiscoparainfeção.7 Artroplastiadevidoafraturasdaanca: UmarevisãoCochranede2010comparouhemiartroplastiascimentadasenãocimentadasnas fraturas do fémur proximal em adultos. Com relação à taxa de infeção superficial, a revisão não encontrou diferenças entre os grupos (teste para efeito global: Z=0.16, p=0.88). Com relação às infeções profundas, novamente não houve diferenças entre os grupos estudados (testeparaefeitoglobal:Z=0.46,p=0.64).8 Um ECR publicado recentemente, comparou 80 hemiartroplastias cimentadas e 80 hemiartroplastiasnãocimentadasparafraturasdocolodofémuremidososeencontrouquea taxadeinfeçãofoisimilaremambososgrupos:5%(IC:2.0–12.2)nogrupocimentadoversus 6.3% (IC: 2.7 – 13.8) no grupo não cimentado.9 Infelizmente, a utilização de cimento impregnadocomantibióticonãoficouesclarecidapelosautores. ArtroplastiadevidoàOsteonecrose: Umarecentesériedecasosdeumúnicocirurgiãonãoencontroudiferençanataxadeinfeção entre as hastes cimentadas e não cimentadas utilizadas no tratamento da OA avançada secundária à osteonecrose da cabeça femoral. É importante observar que, neste estudo, as hastescimentadasforamdefinidasnocontextodePTAhíbridas.10 ArtroplastiadeRevisão:NocenáriodeRevisãodeArtroplastia,umestudoapartirdoRegisto Sueco comparou a sobrevivência entre haste não cimentada e haste cimentada. Não foi observadodiferençasnataxadefalhasdevidoàinfeção.11 Prótesetotaldojoelho(PTJ)cimentadaversusnãocimentada: 148 Apesar de encontrados vários ECR e revisões sistemáticas que compararam a sobrevivência dos componentes cimentados e não cimentados na PTJ, nenhum apresentou a IPP como o desfechoprimário. Uma revisão recente do grupo Cochrane, comparando o desempenho de componentes cimentadosversusnãocimentadosnaPTJnãoincluiuumacomparaçãoformalsobreILC/IPP comoumeventorelevante.12 UmECRpublicadorecentementeavaliouodesempenhodePTJcimentadasenãocimentadas nomesmopaciente(PTJbilateralem50doentes).Nãofoiencontradadiferençaemtermosde taxadeinfeção.13 Um ECR comparou o desempenho de PTJ cimentadas (277 próteses) com os implantes condilares não-cimentados do tipo press-fit (224 próteses), numa análise de sobrevida de 10 anos. Maior número de implantes cimentados (5 cimentados e um não cimentado) foram revistosporinfeção.Usandorevisãoporinfeçãocomodesfecho,astaxasdesobrevivênciaem 10anosforam98.1%(CI95%94.1-99.4)nogrupocimentadoe99.5%(IC95%95.3-99.9)no gruponãocimentado.Adiferençanãofoiestatisticamentesignificativa(hazardratio4.31,CI 95%0.50-37.14,p=0.18).14 Aanáliseem15anosmostrouqueoscomponentesdogrupode próteses cimentadas foram revistos por infeção em sete doentes (2.5%). No grupo não cimentado, os componentes foram revistos por infeção em quatro doentes (1.8%), não apresentandodiferençasignificativa.15 Relevância da hidroxiapatite (HA): Uma revisão Cochrane estudou a hemiartroplastia e hemiartroplastiacomimplantesrecobertodeHAnasfraturasdofémurproximalemadultos. Nãohouvediferençanataxadeinfeçõessuperficiaisouprofundas.8 Um ECR comparou implantes tibiais recobertos com HA com implantes de fixação tibial cimentada na PTJ primária. Não foi encontrada diferença na taxa de infeção (3 casos de celulite/41PTJcimentadaetrêscasosdecelulite/40PTJrevestidocomHA).16 Outro ECR comparou PTJ revestida de HA (29 joelhos) com PTJ em que se utilizou componentestibiaiscimentados(28joelhos).Duasinfeçõesforamencontradasnogrupodos joelhoscomHAenenhumanogrupocimentado,semdiferençaestatística.17 Questão2A:Ocimentoimpregnadocomantibiótico(ABX-PMMA)reduzaincidênciadeIPP apóscirurgiadesubstituiçãoprotésicaeletiva? Consenso: Sim. Cimento de polimetilmetacrilato impregnado com antibiótico (ABX-PMMA) reduzaincidênciadeIPPapóscirurgiadesubstituiçãoprotésicaedeveserusadoemdoentes comaltoriscodeIPPapósartroplastiaeletiva. VotaçãodosDelegados:AFavor:90%,Contra:9%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Questão 2B: O cimento impregnado com antibiótico reduz a incidência de IPP após artroplastiaderevisãoeletiva? Consenso:Sim.Antibióticodeveseradicionadoaocimentoemtodososdoentessubmetidosà fixaçãocimentadaoudotipohíbrida,comopartedatécnicadeartroplastiaderevisão. 149 VotaçãodosDelegados:AFavor:88%,Contra:9%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: Há evidências de que a adição de antibióticos ao cimento de PMMA leva à redução na incidência de IPP e na frequência de falência das próteses após artroplastia eletiva.18-21 Numerosos estudos tem demonstrado que a adição de antibiótico em pó ao cimento,principalmentenasartroplastiasderevisãolevaàreduçãodrásticanaincidênciade descelamento tardio por infeção.21, 22 Assim, é justificado afirmar que os antibióticos (dose e tipoacritériodocirurgião)devemseradicionadosaocimentonarealizaçãodeartroplastiade revisão,especialmentenarevisãorealizadaporinfeção. O uso de ABX-PMMA durante artroplastia primária não é tão evidente. As principais preocupações e questões não resolvidas que estão relacionadas ao uso rotineiro de ABX - PMMAduranteartroplastiaprimáriasão:a)otipoedosedoantibiótico;b)custo;c)possível aparecimentodeorganismosresistentes;d)enfraquecimentomecânicodocimentodePMMA e um possível aumento na falência mecânica da prótese e e) utilização não indicada pelo fabricante(“off-label”). Édifícildeterminar,apartirdaliteraturaqualequaldosedeantibióticodeveseradicionado aocimento,eseháumadiferençaentreasváriasformulaçõesdecimentonoquedizrespeito à sua capacidade para prevenir a infeção. Existe uma clara diferença no perfil de eluição de antibióticosimpregnadosnocimentodePMMA,queéafetadopelotipodeantibiótico,pela sua dose, e pelo tipo de PMMA. Cimentos com alta viscosidade contendo co-polímeros MAMMA,taiscomocobaltoL-HV,PalacosR+L,RefobacineSmartSetLHV,têmmostradoperfis demelhoreluiçãocomparadocomoutrosantibióticosdePMMA.23-28 O que ainda permanece desconhecido é, se o uso de cimento com antibiótico durante a artroplastiaprimáriaeletiva, tem boa relação qualidade-preço.29 Uma das razões para a falta de resultados conclusivos sobre o aspeto económico dessa prática relaciona-se com a incapacidadededeterminarocustoexatodotratamentodaIPP.Todososcustosdisponíveis para o tratamento de IPP são estimativas e variam largamente. No entanto, é um facto conhecidoqueocustodotratamentodeIPP,causadapororganismosresistentesàmeticilina, é extremamente elevado.30 Assim, em áreas geográficas do mundo onde a incidência de IPP por S.aureus resistente a meticilina é elevada, o custo da utilização rotineira de cimento impregnado com antibiótico pode ser justificado. Devido ao custo,29 a utilização rotineira de ABX-PMMA durante artroplastia primária eletiva deve ser limitada a doentes com risco elevadodeIPP(taiscomoaquelescomdiabetesoucondiçõesimunossupressoras). Uma preocupação que persiste é se a mistura manual de antibiótico no cimento (em baixa quantidade) pode acarretar numa redução significativa nas propriedades mecânicas do cimentoesubsequentedescolamentodaprótese.31,32Devidoaesteaspeto,nósrecomendamos que seja utilizado ABX- PMMA pré-misturado (se o custo puder ser justificado), mas se a utilização de cimento com mistura manual for considerada, a dose de antibiótico adicionada aocimentodevepermanecerentre1ge1.5gporpacotede40gdecimento. VáriosantibióticospodemsermisturadoscomoPMMA,taiscomoGentamicina,Tobramicina, Cefuroxima,18Vancomicina,Piperacilina/Tazobactam,33eClindamicina.34 Potencialmente, outros antibióticos podem ser adicionados ao PMMA, incluindo Cefazolina, Ciprofloxacina,Gatifloxacina,Levofloxacina,Linezolidaerifampicina.35Umapublicaçãorecente deHanetal.36afirmouqueapolimerizaçãodocimentoósseofoiretardadaparaumamédiade 150 122.5 minutos quando a rifampicina foi adicionada à matriz. Os autores concluíram que a rifampicinaéinadequadacomoantibióticoaseradicionadoaocimentoósseo. Um modelo animal comparou diferentes combinações: Cefazolina (Ancef; 4.5g/40g cimento em pó), Ciprofloxacina (Cipro; 6g/40g pó), Clindamicina (Dalacin; 6g/40g de pó), Ticarcilina (Ticar;12g/40gempó),Tobramicina(Nebcin;9.8g/40gpó);eVancomicina(Vancocin;4g/40g pó).37 Clindamicina, Vancomicina e Tobramicina mostraram a melhor eluição no osso e no tecidodegranulação. Além disso, o registro de artroplastias da Associação Nacional de Ortopedistas da Austrália mostrou que PTA feitas com cimento com ABX resultou em menor taxa de descolamento secundárioainfeçãoeporcausasassépticas.38 Questão3:OtipodepartribológiconaPTApodeinfluenciaraincidênciadeILC/IPP? Consenso: Os dados observacionais sugerem que o par tribológico metal-metal pode estar associadoaomaiorriscodeIPP. VotaçãodosDelegados:AFavor:78%,Contra:15%,Abstenção:7%(ForteConsenso) Justificação: Diferentes estudos avaliaram o desempenho de diferentes superfícies articulares em PTA. Milošev et al.39 contrapuseram a sobrevida aos 10 anos, de próteses de anca com uso de polietilenoconvencional,metal-metalousuperfíciesdecerâmica-cerâmicaenãoencontraram diferençasnataxadeIPP.Nikolaouetal.40 numECRcompararamocrómio-cobalto/polietileno de ultra-alto peso molecular, crómio-cobalto/polietileno reticulado (“cross-linked”) e a superficiecerâmica/cerâmica.Maisumavez,nãoforamencontradasdiferençasemtermosde IPP. Usando dados do Medicare, Bozic et al.41 observaram que as superfícies metal/metal foram associadas com um risco maior de IPP (“hazard ratio”: 3.03, CI: 1.02-9.09) quando comparado com as superfícies de cerâmica/cerâmica (0.59% e 0.32%, respetivamente). Num estudo mais recente do mesmo grupo,42 esta observação foi corroborada. Após o ajuste de fatoresdopacienteedohospital,assuperfíciesmetal\metalforamassociadascommaiorrisco deIPP(p=0.001)emrelaçãoàmetal\polietileno,emaiorriscodeIPP(p=0.014)emrelaçãoàs superfíciescerâmica\cerâmica. Questão4:Otamanhodaprótese(volumedematerialimplantado)influencianaincidência deILCemcirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso:Sim.Aincidênciadeinfeçãoémaiorapósautilizaçãodemegapróteses. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%,Contra:11%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Embora se saiba que a incidência de infeção após a utilização de megapróteses para a reconstrução(tantoparaascondiçõesneoplásicasquantoparaasnãoneoplásicas)émaiordo que para a artroplastia de rotina,43 não há nenhuma evidência clara de que isto esteja relacionadocomotamanhoouvolumedapróteseusada.Osdoentessubmetidosaoimplante demegaprótesespossuemmaiorriscodeinfeção,devidoàextensãodadisseçãodostecidos 151 moles,perdasanguíneaemgrandequantidadecomconsequentenecessidadedetransfusão,o diagnóstico subjacente de cancro para alguns doentes, estado imunodeprimido, idade avançada(paradoentescomalteraçõesnãoneoplásicas)emauestadolocaldaspartesmoles (fibrose).44 Não existe nenhum estudo específico que avaliasse a influência do tamanho e do volumedaprótesenaincidênciadeIPP. Questão 5: Existe diferença entre os vários tipos de cimento com relação à incidência da ILC/IPPapósacirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso:NãoháclaradiferençanaincidênciadaILC/IPPapósartroplastia,quandodiferentes formulaçõesdecimentodePMMAsãousados. VotaçãodosDelegados:AFavor:92%,Contra:3%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Emboraexistamalgunsestudosinvitro,comparandoosperfisdeeluiçãodediferentesmarcas comerciaisdePMMA,24,28,45 nãoforamencontradosestudosclínicosquesuportemautilização deumaououtraformulaçãodePMMA,porsersuperioremtermosdeincidênciadeIPP. Questão 6: Há diferença entre os vários tipos de cimento, com relação à eluição do antibiótico? Consenso:Existeumaevidentediferençanoperfildeeluiçãodosantibióticosimpregnadosno cimento de PMMA, que é determinado pelo tipo de cimento, além do tipo e da dose de antibióticoagregado. VotaçãodosDelegados:AFavor:96%,Contra:0%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Existem vários estudos que avaliaram a eluição de antibióticos impregnados no cimento de PMMA.Amaiorpartesãoestudosinvitroquenãoenvolvemsituaçõesclínicas.Cimentosde alta viscosidade contendo copolímeros MA-MMA, tais como cobalto L-HV, Palacos R+G, Refobacin e SmartSet GHV, demonstraram ter uma libertação cumulativa mais elevada de antibióticodoqueoutrasformulaçõesdePMMA.23-28,45 Meyer et al. compararam a eluição do antibiótico nas formulações de Cemex Genta (1.0 g Gentamicina), Cobalto L-HV (0.5 g Gentamicina), Palacos R + L (0.5 g Gentamicina), P (1.0 g, Tobramicina), SmartSet GMV (1.0 g gentamicina), e Simplex VersaBond AB (1.0 g de gentamicina).CobaltoG-HVePalacosR+Gproduziramatividadeantimicrobianaacumuladade 5diassemelhante,sejacomoregimedemisturaavácuoouatmosférica.Estesdoiscimentos produziram atividades antimicrobianas cumulativas que foram estatisticamente maiores do que todos outros cimentos testados exceto Cemex Genta, quando misturado a vácuoapesar deconterapenasmetadedadosedeantibióticodosoutroscimentos.25 Squireetal.compararamaeficáciadoantibióticodeCemexGenta(1.0ggentamicina),cobalto L -HV (0.5g gentamicina), Palacos R+G (0.5g gentamicina), Simplex P (1.0g tobramicina), SmartSetGMV(1.0ggentamicina),SimplexSmartSetGHV(1.0ggentamicina)eVersaBondAB (1.0gdegentamicina).Deummodogeral,oscimentosdebaixaemédiaviscosidademostram 152 amaioreficáciaantimicrobianaapósumdia,masnossegundoesétimodiasoscimentosde altaviscosidadedemonstrarammaiorinibiçãodocrescimentobacteriano.Nãoforamnotadas diferençassignificativasentrePalacosR+G,CobaltoL-HV,eSmartSetGHVemqualquerumdos intervalos de tempo. Novamente, o desempenho do Palacos R+G e Cobalto GL – HV, neste estudo, foi conseguido apenas com metade da dose de antibiótico encontrada nas outras formulaçõesdecimento.27 Estes dois estudos25,27 sugerem que a atividade e eluição do antibiótico nas formulações dos cimentos ósseos Palacos e HV Cobalto é muito parecida (não houve diferenças estatisticamentesignificativasnascomparaçõesentreosdoisestudos)eascaracterísticasde eluiçãosãogeralmentesuperioresàsdosoutroscimentosósseosdePMMA. Dall et al. compararam a eluição de gentamicina do Palacos R+G com o Refobacin R.23 Não houvediferençasestatisticamentesignificativasparaaeluiçãodeGentamicinaem1horaou em 72 horas. Neut et al. também compararam a libertação de Gentamicina e eficácia antibacteriana de Palacos R+G com o Refobacin R.26 Não houve diferenças estatisticamente significativasentreRefobacinReoPalacosR+Gparaalibertaçãodegentamicina,oueficácia antimicrobianadaeluiçãodagentamicina. Os mecanismos específicos relativos a eluição de antibiótico pelo cimento não são perfeitamente claros, mas sabe-se que a hidrofilia de diferentes tipos de polímeros acrílicos variam,sendoqueoscopolímerosdeMMA-MAsãomaishidrófilosdoqueoPMMApuro,eo PMMA mais hidrófilo do que o copolímero MMA-estireno.46 Cimentos compostos com mais polímeros hidrofílicos irão trocar água mais facilmente com o ambiente libertando, assim, antibióticossolúveismaisfacilmente.Aviscosidadedocimento,resultandonamorfologiada massadecimento(porexemplo,operfildeporosidade)tambémpodeinfluenciarnaeluição doantibiótico.25 Questão7:ExistediferençanaincidênciadaILC/IPPcomautilizaçãodediferentestiposde prótesesnãocimentadas? Consenso:AincidênciadeILC/IPPpodesermenorcomousodeimplantesdemetalporoso (tântalo)emrelaçãoaosimplantesdetitânioduranteaartroplastiaderevisão. VotaçãodosDelegados:AFavor:44%,Contra:33%,Abstenção:23%(Semconsenso) Justificação:Nãohánenhumestudoquedemonstreparaládequalquerdúvidaqueháuma clara diferença na incidência da ILC/IPP após cirurgia de substituição protésica primária, utilizandodiferentescomponentesnãocimentados.Existeevidêncianaliteratura,47-51 alémde um recente estudo não publicado, que mostra a incidência da infeção menor com o uso de próteses de tântalo (Tokarski et al., aguarda publicação), que se mostrou particularmente verdadeiraquandooscomponentesdetântaloforamusadosemrevisõesparaotratamento dainfeção.Assim,aincidênciadarecorrênciaoureinfeçãoapóscirurgiaparareimplanteem IPP foi muito menor nos doentes que receberam implantes de tântalo, comparados aos de titânio. Ajustificaçãocientíficaparaessaobservaçãopodeestarrelacionadacomomaiorpotencialde osteointegração do tântalo em comparação com implantes de titânio. A superfície protésica pode ser melhor habitada e mais precocemente, quando implantes porosos são utilizados durante cirurgias reconstrutivas desafiantes, particularmente aquelas realizadas por infeção. 153 UmfatoradicionalquetemsidopropostocomoumpossívelfatordeproteçãoparaIPPcom implantesdetântalo,poderelacionar-secomaestruturatridimensionaletamanhodosporos dosimplantesdetântalo,oqueinibeocrescimentobacterianoeaformaçãodebiofilme. Questão 8: Existe alguma justificação para o uso de antibióticos em pó (por exemplo, vancomicina),naferidaoperatóriadurantecirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso:Não.Nãoexisteliteraturaquesugiraqueautilizaçãodevancomicinaempósobrea ferida ou na proximidade de um implante reduza a incidência de IPP. Poucos estudos têm mostradoqueautilizaçãodevancomicinaempóreduzaincidênciadeILCapósprocedimentos não-artroplásticos.Futurosestudosserãonecessários. VotaçãodosDelegados:AFavor:91%,Contra:5%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Não existem estudos que avaliem o papel da adição de vancomicina em pó na incisão durante cirurgia de substituição protésica. Há uma série de estudos que mostraram uma incidência reduzida de ILC após procedimentos na coluna vertebral, quando a vancomicina em pó foi colocada na incisão.50,52,53 Há uma clara necessidade de um estudo randomizado,prospetivoparaavaliarestaquestão. Questão9:ExistediferençanaincidênciadaILC/IPPcomousodesubstitutosmetálicosem comparaçãocomaloenxertonareconstruçãodadeficiênciaósseanaartroplastiainfetada? Consenso:NãoexistediferençanaincidênciadeILC/IPPapósousodesubstitutosmetálicos ouenxertohomólogoparaareconstruçãodedefeitosósseos. VotaçãodosDelegados:AFavor:80%,Contra:7%,Abstenção:13%(ForteConsenso) Justificação: Não existe nenhum estudo na literatura ortopédica que tenha avaliado esta questão em particular. Embora possamos ser levados a assumir que a utilização de enxerto ósseo, especialmentequandocombinadocomantibióticos,resulteemmenorincidênciadeinfeção, não há nenhuma evidência clara de tal suposição. A incidência de infeção após revisões complexascomgrandeperdadedepósitoósseo,querequeiraautilizaçãodecunhasmetálicas e/ou enxerto ósseo é naturalmente maior do que na artroplastia primária ou na revisão simples. No entanto, o aumento da incidência nestes doentes não pode ser atribuído diretamenteàutilizaçãodecunhasouenxertoósseo. Questão 10: Existe alguma justificação para a modificação da superfície do implante protésico,demodoaminimizaraIPP? Consenso: Há necessidades reais da modificação da superfície dos implantes para que estas possamatuarcomoadjuvantesnareduçãodacolonizaçãobacterianaesubsequenteILC/IPP. VotaçãodosDelegados:AFavor:76%,Contra:15%,Abstenção:9%(ForteConsenso) Justificação:Amodificaçãodasuperfície protésicacomoobjetivodereduziracolonizaçãoe infeção bacteriana subsequente tem criado esperanças no campo da cirurgia de substituição 154 protésica. No momento, uma grande variedade de superfícies modificadas pela adição de antibióticos,54-57 prata,58-59 cobre,60-61 eoutrosagentes,62,63 têm-sereveladobem-sucedidasem modelospré-clínicos.Umaexperiênciafavorável,nocontextoclínico,comousodocobrenum espaçadorfoirelatada.64 Novasinvestigaçõessãonecessáriasparaconclusõesmaisdefinitivas sobre a aplicabilidade, biossegurança e relação qualidade-preço destas tecnologias. Em estudosclínicosemergentes,autilizaçãodeimplantesrevestidoscomprataoudeimplantes de iodo com titânio, utilizados durante a reconstrução articular em doentes imunocomprometidos, leva à redução significativa na incidência de ILC/IPP (ver Questão 18, Tema3). Questão11:ExistemnovosdesenvolvimentosparaaprevençãodaILC/IPP? Consenso: A comunidade ortopédica precisa explorar o potencial de modificações de superfíciedaprótese,numesforçoparareduziraincidênciadeILC/IPP. VotaçãodosDelegados:AFavor:84%,Contra:10%,Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificação:AIPPemergiucomoumadasquestõesmaisimportantesnocampodacirurgiade substituiçãoprotésicaevaicontinuaracrescernaspróximasdécadas.Autilizaçãodeíndices deriscodesenvolvidosparaestratificaremelhorarclinicamenteosdoentes,amodificaçãodos implantes para incorporar propriedades antimicrobianas e antibiofilme, e o desenvolvimento de vacinas clinicamente aplicáveis e enzimas inibidoras de biofilme, irá auxiliar na luta atual para a prevenção da IPP. O sucesso das estratégias futuras de tratamento vai depender do refinamentodasindicaçõesetécnicasdeprocedimentoscirúrgicosatuais,bemcomodouso racional de tecnologias para a quebra do biofilme e a terapia fotodinâmica. Finalmente, o campo da “metabolómica”, embora ainda relativamente novo, provavelmente tem a chave paraumaabordagemdiagnósticaetratamentoinovadordainfeçãoeumacompreensãomais profundadafisiopatologiadaIPPnocorpohumano.65 Novosmétodosparaadeteçãoeprevençãodeinfeçõesortopédicasporbiofilmes: A atividade limitada de antimicrobianos convencionais sobre infeções por biofilmes em dispositivosmédicosrequernovasestratégiaspara:1)adeteçãodebiofilmeemimplantes,2) opçõesdetratamentodeimplantesinfetadose3)conferirproteçãoparaacolonizaçãoprévia deimplanteseaconsequenteformaçãodebiofilme.Ehrlichetal.defenderamqueadeteção de infeções por biofilme é influenciada negativamente pelo facto de que as bactérias no biofilmenãoconseguemrecuperar-seecresceremculturascomosprotocolosactuais.66 Isso compromete a decisão clínica devido à falta de conhecimento do agente patogénico e a seleçãodeumregimeantimicrobianoeficaz.67 Oconsensoparamelhordiagnósticoedeteção debiofilmeéabordadopeloTema7.Novasabordagensdaengenhariadecontrolodeinfeções ortopédicas por biofilmes foram discutidas por Ehrlich et al., nas quais sistemas de biossensores fundamentados na microeletromecânica monitorizaram a dinâmica do biofilme bacteriano com o objetivo de liberar uma carga de drogas e efetivamente erradicar tanto o biofilme quanto as bactérias planctónicas.66 Enquanto o processo de desenvolvimento e validação de implantes inteligentes ainda está em fase laboratorial, outras estratégias que abordammodificaçõesdesuperfíciedeimplantestêmavançadoatravésdetestespré-clínicos rigorosos, ou já estão em ensaios clínicos humanos iniciais. Estas tecnologias baseiam-se essencialmentenalibertaçãodeumacargacronometradadeumagenteantimicrobianopara atingirconcentraçõestecidulareslocaiselevadas,apartirdeumrevestimentodesuporte,tal 155 como um hidrogel, sol-gel ou outro revestimento de camada fina.68 A cinética de libertação variável associada com as tecnologias de eluição de medicamentos frequentemente criam preocupaçõescomaresistênciabacteriana,umaáreaquecontinuaachamaraatençãotanto dopontodevistaclínicoquantoregulatória.Outrasestratégiasdederivatizaçãodasuperfície produzem uma topografia “mortal”, matando as bactérias em contacto com a corrente covalentedepeptídeosantimicrobianosoupelaligaçãodemoléculascarregadasàsuperfíciedo substrato.56,69 Ainda que alguns desses revestimentos covalentemente ligados visem conferir proteçãodelongoprazoparaoimplante,alongevidadedestesrevestimentosbactericidasnão foiestabelecidaalémdaeficáciaemcurtoprazo,numcenárioinvivo.Ocampodabiomimética está rapidamente ganhando interesse dominante em muitas disciplinas de engenharia e ciência dos materiais. As estruturas hierárquicas com dimensões de características, que vão desdeamacroescalaànanoescala,sãoextremamentecomunsnanaturezaparaproporcionar propriedades intrigantes de interesse. Este campo permite imitar a biologia ou natureza através do desenvolvimento de nanomateriais, nanodispositivos e processos que poderiam fornecer topografias de superfície desejáveis na luta contra a colonização bacteriana de implantes.Osrelatoscrescentesnaliteraturasobreumgrandenúmerodeobjetosdeestudo com interesse comercial, incluem animais aquáticos, insetos, plantas e bactérias com propriedades de superfície.70 Embora existam muitas tecnologias atraentes abordando a mitigação do biofilme para infeções associadas ao implante permanecem desafios consideráveis. Desafios ao longo do caminho central da aplicabilidade incluem o desenvolvimentobem-sucedidodeconceitosparaatransferênciadeprocessosdelaboratório para a produção em massa (ou seja, a síntese de superfície) de modo a manter uma boa relaçãoqualidade-preçoemodelosdeestudospré-clínicosrefinadosinvivo,paraenfrentarde maneira pertinente as medidas regulatórias para ambos, a segurança e a eficácia (isto é, efeitos locais e sistémicos de exposição crónica antimicrobiana, a eficácia no contexto da exposição polimicrobianas, etc.). À medida que nossa compreensão da fisiologia do biofilme, modulaçãoimunológicaeinteraçõescomohospedeirolocaisesistémicasaumenta,também aumentará o nosso repertório de estratégias anti-biofilme. Com contínuos esforços e colaboração interdisciplinares entre clínicos, investigação básica e indústria, novas e eficazes intervençõestambémsurgirão.UmpontocríticonaequaçãodosucessoparaocontroledaIPP é o diálogo educativo construtivo com os vários órgãos reguladores. Esse esforço é fundamentalparaapoiaraaplicaçãobem-sucedidadetecnologiasinovadoras. 156 Referências: 1. Corten K, Bourne RB, Charron KD, Au K, Rorabeck CH. What works best, a cemented or cementless primary total hip arthroplasty?: minimum 17-year followup of a randomized controlledtrial.ClinOrthopRelatRes.2011;469(1):209-217. 2. Morshed S, Bozic KJ, Ries MD, Malchau H, Colford JM, Jr. Comparison of cemented and uncemented fixation in total hip replacement: a meta-analysis. Acta Orthop. 2007;78(3):315326. 3.HailerNP,GarellickG,KarrholmJ.Uncementedandcementedprimarytotalhiparthroplasty intheSwedishHipArthroplastyRegister.ActaOrthop.2010;81(1):34-41. 4. Dale H, Hallan G, Espehaug B, Havelin LI, Engesaeter LB. Increasing risk of revision due to deepinfectionafterhiparthroplasty.ActaOrthop.2009;80(6):639-645. 5. Engesaeter LB, Espehaug B, Lie SA, Furnes O, Havelin LI. 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Consenso:AIPPédefinidacomo: *Duasculturasperiprotésicaspositivascomorganismosfenotipicamenteidênticos,ou *Umafístulaquesecomunicacomaarticulação(implante),ou *Apresençadetrêsoumaisdosseguintescritériosmenores: -ElevaçãodaProteínaC-Reativa(PCR)EdaVelocidadedeSedimentação(VS); -Líquido sinovialcomelevadacontagemdeLeucócitos OUpositividade(++)noteste dafitadeesteraseleucocitária; -Líquidosinovialcomelevadapercentagemdeneutrófilos(%PMN); -Análisehistológicapositivadotecidoperiprotésico; -Umaúnicaculturapositiva. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%,Contra:13%,Abstenção:2%(ForteConsenso)190 Questão1B:QueconsideraçõesdevemserlevadasemcontanadefiniçãodeIPP? Consenso: Em termos clínicos, a IPP pode estar presente sem cumprir estes critérios, especificamentenocasodeorganismosmenosvirulentos(porexemplo,P.acnes).Aesterase leucocitária no líquido sinovial pode ser realizada como teste rápido de consultório ou intraoperatoriamente, utilizando-se das fitas para análise urinária. No caso de coletas hemorrágicas,poracidentedepunção,acentrifugaçãodaamostrapodemanteraprecisãodo testecolorimétricoparaaesteraseleucocitária. VotaçãodosDelegados:AFavor:76%,Contra:14%,Abstenção:10%(ForteConsenso) Justificação: 161 EstaéumaadaptaçãodadefiniçãodeIPP1 daSociedadedeInfeçãoMusculoesquelética(SIM). Uma fístula com comunicação com a articulação protésica ou duas culturas positivas com organismos fenotipicamente idênticos podem ser consideradas patognomónicas para IPP e, portanto,qualquerumdestes2itensporsisójáadefine.Oscritériosmenoresreferem-seaos testes tradicionais utilizados na investigação da IPP, que tem comprovada precisão e reprodutibilidade no diagnóstico, ainda que não sejam independentemente patognomónicos parainfeçãoarticular. SorologiadaVSePCRsãoconhecidosmarcadoressensíveisdeIPPcomrelativamentepouca especificidadeepodemserinfluenciadosporoutrasdoençasinfeciosasouinflamatóriasnãoinfeciosas, incluindo infeções extra-articulares.2-6 A combinação de VS e PCR elevadas, dentro deseuslimitestradicionais,temdemonstradoserumindicadormaisprecisodeIPPdoqueas elevaçõesdoVSouPCRisoladamente.4,5,7 A contagem de leucócitos e %PMN no líquido sinovial estão bem estabelecidos como marcadores de IPP.3, 8-12 Eles são indicadores precisos de IPP que podem, ocasionalmente, estarelevadosnumquadrodedordeorigemasséptica. Apesardavariabilidadesignificativaentreasinstituições,váriosautores,incluindoosdeuma rigorosametanálise13,temmostradoautilidadedaanálisehistológicadotecidoperiprotésico no diagnostico de IPP.13-20 Embora o limite apropriado para o diagnóstico de IPP na análise histológica seja controverso, uma concentração tissular máxima de 5 a 10 PMN/ campo em cada um dos cinco ou mais campos pesquisados, parece ter um melhor desempenho diagnóstico.Ocritériodeumtotalde23PMNsem10campospesquisados17 parecelevar,na maioria dos casos, ao mesmo diagnóstico final, como os critérios listados acima. Neutrófilos aprisionadosnarededefibrinanãosãopreditivosdeinfeção,eassimacolheitadeamostras pordisseçãosimplesaoinvésdeutilizarbisturielétrico,poderáajudaralimitarosdiagnósticos falso-positivosdevidoaartefactostérmicos. Análises recentes têm mostrado que a aplicação do teste de fita para análise urinária, no líquido sinovial, em que se observa com atenção a colorimetria para esterase leucocitária, pode ser um marcador preciso e instantâneo para IPP (sensibilidade entre 81%-93% e especificidadeentre87%-100%).21,22Umestudomostrouqueumterçodaspunçõessinoviais foram incapazes de ser testadas com as tiras de reagente colorimétrico22. Contudo, uma publicação recente sugere que a centrifugação da amostra sinovial em 6600 rotações por minuto durante 2-3 minutos ajuda a separar os eritrócitos, permitindo que o teste seja realizadocomprecisão.23 Umaúnicaculturapositiva,aindaquesugestivadeIPP,poderepresentarumfalsopositivo24-26 e é portanto, um critério menor e assim deve ser ponderado à luz de outros testes diagnósticos. A Coloração de Gram24,27-32 e a contagem total e diferencial de leucócitos no sangue12,33,34sãomarcadorespobresdeIPPeportanto,nãoforamincluídosnestadefinição. Oaspetointra-articularpurulento,anteriormenteumcritériomenorpelaSIM1foimuitasvezes considerado como patognomónico para IPP. No entanto, o aspeto purulento também foi recentementedescritoemcasosdereaçãotissularadversalocalaosimplantesdeancadotipo metal-metal,eemreaçõesdecorrosãoassociadastambémaopartibológicometal-metal.35-37 Além disso, a determinação da presença de secreção purulenta é subjetiva. Como consequênciaapresençadepusfoiremovidacomocritériomenornadefiniçãodeIPP. 162 Questão 2: Você concorda com o algoritmo da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos(AAOS),paraodiagnósticodeIPP? Consenso: Segue uma adaptação do algoritmo da AAOS para o diagnóstico de IPP. Este algoritmo deve ser aplicado a doentes que se apresentam com artroplastia dolorosa ou com falênciadefinida. VotaçãodosDelegados:AFavor:91%,Contra:0%,Abstenção:9%(ForteConsenso) 163 Considerações: Ojulgamentoclíniconãodevesersuperadopelousodoalgoritmodediagnósticoouqualquer outro teste individual. O diagnóstico pré-operatório de distúrbio asséptico utilizando este algoritmo, não deverá eliminar a suspeita de IPP. Os doentes devem ser considerados com maiorprobabilidadedeinfeção,seapresentaremumahistóriadedorpersistenteerigidezou qualquerdasseguintescaracterísticas: *BacteriemiaRecente *Váriascirurgiasnomesmolocal, *Históriadeinfeçãoperiprotésica, * A presença de comorbilidades que predispõem os doentes a um estado imunossupressão, porexemplo,diabetesmellitus,artropatiainflamatóriaoudesnutrição, * Fatores que aumentam o risco de penetração da barreira da pele, por exemplo: uso de drogasendovenosas,máscondiçõesdeferidas,psoríase,estasevenosacrónicaouulceração dapele, *Infeçãosuperficialdelocalcirúrgicorelacionadocomaarticulação, *AchadosdoexamefísicosugestivosdeIPP: -DeiscênciadaFerida,ou -Calor,hiperemiaouedemaarticular *SinaissugestivosdeIPPàRadiografiasimples: - Sinais de deslocamento de componentes previamente bem fixos (especialmente descolamentoobservadonosprimeiros5anospós-operatórios), - Osteólise ou reabsorção óssea em torno dos componentes da prótese não deve ser consideradacomoassociadaaodesgastedasuperfície,emparticular,seobservadaantesde5 anospós-operatórios, -Reaçãosubperiosteal,ou -Fístulastranscorticais. ÉimportantenotarqueasradiografiassimplessãogeralmentenormaisnapresençadeIPP. Justificação: Naanálisededadosefetuadapelosmembrosdestegrupodetrabalho,autilizaçãoderastreio sorológica seguida da análise da contagem de células no líquido sinovial, obtida por punção articular aspirativa, tem uma precisão estimada em 90%, para o diagnóstico de IPP na investigaçãopré-operatória,quandocomparadacomadefiniçãodeIPPfornecidaacima.Uma análise de decisão a partir de múltiplos critérios separados, realizada por membros deste grupo de trabalho, mostrou que o rastreio para VS-PCR seguida de aspiração articular é o métodomaiscusto-efetivoparaodiagnósticodeIPP.38 164 Este algoritmo é uma adaptação do algoritmo da AAOS39, incorporando os componentes da definição citados acima. Como discutido anteriormente, estes componentes individuais são marcadoresprecisosdeIPP. AbiópsiadaarticulaçãotemprecisãojáestabelecidanodiagnósticoIPP.40-46Devidoànatureza invasiva deste procedimento e o risco teórico de contaminação de uma articulação previamenteasséptica,abiópsiapré-operatóriadeveserlimitadaaoscasoscomumaelevada probabilidade de IPP e resultados inconclusivos pela punção. Biópsia extemporânea, no entanto, pode ajudar a distinguir a infeção da falência asséptica, com menor morbilidade potencialqueabiópsiapré-operatória. A presença de fatores de risco bem estabelecidos para IPP deve levantar a suspeita de descolamento séptico. Os fatores de risco para IPP incluem aqueles que aumentam a exposiçãodaarticulaçãoaopatogéneoouqueprejudicamacapacidadebiológicadeerradicar os patogéneos.47-50 Uma fístula em comunicação com a articulação é considerada como um achadodeexamefísicopatognomónicoparaIPP.Outrosachados,comoadeiscênciadaferida, dor ou aumento de volume das articulações, não são específicos para IPP, mas devem aumentarasuspeita. Questão3A:QualdeveserovalordelimiardediagnósticodaVS,PCR,%PMNecontagemde leucócitosnaIPPAGUDA? Consenso: Os valores de limiar de diagnóstico aproximados listados abaixo aplicam-se aos testesobtidosemmenosde6semanasdacirurgiamaisrecente: - Nenhum valor de corte para a VS pode ser determinado, uma vez que este exame nãotemutilidadenodiagnósticodeIPPaguda. -PCR>100mg/L(joelhoeanca), -Contagemdeleucócitosnolíquidosinovial>10.000células/μL,e -%PMNnolíquidosinovial>90%. VotaçãodosDelegados:AFavor:81%,Contra:12%,Abstenção:7%(ForteConsenso) Questão3B:QualdeveserovalordelimiardediagnósticodaVS,PCR,%PMNecontagemde leucócitosnaIPPCRÓNICA? Consenso:Osvaloresdelimiardediagnósticoaproximadoslistadosabaixo,aplicam-seatestes obtidosmaisde6semanasdacirurgiamaisrecente: -VS>30mm/h, -PCR>10mg/L; -contagemdeleucócitosnolíquidosinovial>3.000célulasporμL,e -%PMNnolíquidosinovial>80%. VotaçãodosDelegados:AFavor:81%,Contra:14%,Abstenção:5%(ForteConsenso) 165 Questão3C:QualdeveserovalordelimiardediagnósticodaVS,PCR,%PMNecontagem deleucócitosnaIPP,emartropatiasinflamatórias? Consenso: Com base em evidências muito limitadas, recomendamos que não haja nenhuma mudançaparaaumentarosvaloresdelimiardediagnósticodaVS,PCR,%PMNecontagemde leucócitos para o diagnóstico de IPP em doentes que tenham artropatias inflamatórias subjacentes.Noentanto,sãonecessáriasmaispesquisasparaconfirmarestaafirmação. VotaçãodosDelegados:AFavor:87%,Contra:9%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Sorologia: VSePCRsãohabitualmenteusadoscomotestesderastreioparaadeteçãodeIPP.Comotal,é necessário que estes testes tenham uma sensibilidade elevada, possivelmente comprometendo a especificidade. Estes valores de corte sorológicos foram estabelecidos e confirmadosporumamultiplicidadedeestudoscomvariabilidadelimitada.AVSeaPCRestão elevadasduranteoperíododetempopós-operatórioagudo(6semanas),independentemente doestadodainfeção.AVStemutilidadelimitadanodiagnóstico.8 Empesquisasdegruposde trabalhoepublicações,aPCRmostrou-secomoummétodorigorosodediagnósticodeIPPno período pós-operatório imediato.8 A literatura existente usa 6 semanas como definição do tempopós-operatórioagudo.Noentanto,aVSePCRpodemaindaestarelevadasaté90dias apósacirurgia. Evidências limitadas sugerem que não há diferença nos valores de corte da VS, PCR, ou contagem total e diferencial de leucócitos no líquido sinovial, para o diagnóstico de IPP em doentescomesemartropatiainflamatória.3 Líquidosinovial: Osvaloresdelimiardediagnósticoaquiapresentadossãobaseadosnumaextensaanálisede dados feita por membros deste grupo de trabalho. Evidências para os valores de limiar de diagnóstico nas análises do líquido sinovial, no diagnóstico de IPP, variam significativamente.7,9-12,51-53 Acredita-sequeestasvariaçõessãodevidasadiferentesdefinições de IPP utilizadas nestes estudos e às divergências dos resultados laboratoriais.54,55 Os limites relatados aqui foram determinados com base na definição de IPP acima mencionada, e em técnicasdelaboratóriosimilares,semprequedisponíveis. Evidênciaspublicadaseanalisadasporestegrupodetrabalho,mostraramqueacontagemde leucócitos e %PMN no líquido sinovial tem um grande valor no diagnóstico de infeção, no períodopós-operatórioprecoce,apesardeapresentarumvalorbasalmaiselevadoemfunção do trauma cirúrgico.8 Como discutido acima, ainda que esses limites possam ser válidosnum período de 90 dias, a evidência existente somente avalia as primeiras 6 semanas de pósoperatório. Os testemunhos indicam que a presença de artropatias inflamatórias não têm impacto nos limiaresdacontagemdeleucócitoseno%PMNdolíquidosinovialparaodiagnósticodeIPP.3 Os primeiros dados sugerem que a contagem de leucócitos no líquido sinovial pode não ser confiável e propenso a resultados falsamente positivos na presença defalência na superfície protésica metal-metal ou na reação à corrosão dos implantes. Esses resultados devem ser considerados com cuidado neste cenário. Uma contagem manual de leucócitos no líquido 166 sinovial é recomendada nesta circunstância e se a contagem diferencial não puder ser realizadanaamostra,osresultadosdevemsersuspeitos. Apresençadefalênciadopartribológicometal-metalouareaçãoàcorrosãopodemresultar numavariaçãoacentuadadacontagemtotalediferencialdosleucócitosnolíquidosinovial.56 Monócitoscompartículasdemetaldestruídasouabsorvidasparecemserinterpretadoscomo leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos) por alguns instrumentos automatizados de hematologia levando a interpretações de falso positivo para PMN. Portanto, a análise dos leucócitos no líquido sinovial em doentes com prótese metal-metal e reações de corrosão devem ser feitas manualmente, especialmente quando existe discordância entre a contagem diferencialetotaldeleucócitos. Questão 4: Na análise da contagem de células no líquido sinovial, que técnicas são importantesparaminimizaravariação? Consenso: Para analisar com precisão a contagem celular no líquido sinovial recomendamos que (1): Na circunstância de aspiração traumática os resultados da contagem de leucócitos sejam ajustados ao número de eritrócitos sinoviais e séricos, e à concentração sérica de leucócitos, e (2) para superfícies metal-metal, a realização manual da análise e contagem manualdosleucócitos. VotaçãodosDelegados:AFavor:92%,Contra:1%,Abstenção:7%(ForteConsenso) Justificação: Vários estudos, apesar de utilizarem diferentes definições de IPP, identificaram limites semelhantesparaaVSePCRséricanodiagnósticodeIPP.3-5,57,58 As variações entre os resultados de diferentes laboratórios, na análise de líquido sinovial55, podemseracausaparaaheterogeneidadedosvaloresdecortenacontagemdeleucócitose %PMN no líquido sinovial, no diagnóstico de IPP, especificamente na anca, comparado ao joelhoeaoombro. Taisdiferençaspodemserdevidasempartea: • • Punçõestraumáticas. Presençadesuperfíciesprotésicasmetal-metaloureaçõesdecorrosão. Usandoumatécnicavalidada,overdadeironíveldeleucocitosesinovialpodeserdeterminado porajusteparaoseritrócitossinoviaiseséricosecontagemséricadeleucócitos.59 Superfícies protésicasmetal-metaleasreaçõesdecorrosãopodemresultarnumavariaçãosignificativana contagemtotalediferencialdeleucócitosnoliquidosinovial.56Assim,aanáliseecontagemde leucócitos no líquido sinovial em doentes com prótese metal-metal e reações à corrosão, devemserrealizadasmanualmente,especialmentequandohádiscordânciaentreacontagem diferencialetotaldeleucócitos. Questão5:Quantotempodevemasculturasderotinasermantidas? Consenso:Recomendamosqueasculturasderotinadevamsermantidasentre5e14dias.Em casos de suspeita IPP com organismos de baixa virulência, ou se as culturas pré-operatórias 167 não conseguiram demonstrar o crescimento bacteriano em doentes com quadro clínico consistentecomIPP(suspeitadeIPPcomculturanegativa)asculturasdevemsermantidaspor 14diasoumais. VotaçãodosDelegados:AFavor:93%,Contra:5%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: A evidência tem demonstrado que a extensão do tempo das culturas periprotésicas até 2 semanas, na tentativa de diagnosticar IPP, aumenta significativamente a sensibilidade do exameaomesmotempoemquenãoaumentaoriscodecontaminantes.60-63 Emboranãohaja evidênciaparadeterminararelaçãocusto-eficáciadeduasoudeumasemanadeduraçãoda cultura em casos assépticos presumíveis, a incidência de resultados positivos clinicamente significativos não é insignificante. Portanto, a duração adequada da cultura para todos os potenciaisagentespatogénicosérecomendada,incluindoemcasospresumidosassépticos.64,65 Acredita-seaindaqueamaioriadosorganismosinfeciososcomunspodemserisoladosdentro dealgunsdiasdeculturasconvencionais.Nãohárazãoparaprolongaraduraçãodaculturaem doentes nos quais o organismo infecioso foi isolado no pré-operatório. Para os doentes com suspeita de IPP com cultura pré-operatória negativa e doentes que possam estar infetados com organismos de baixa virulência, a cultura deve ser mantida durante um período prolongado(14diase,talvez,aindamaislongo). Questão 6A: Há um papel para a pesquisa rotineira de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR)edefungosnasuspeitadeIPP? Consenso: Em IPP comprovada ou suspeita, a cultura para BAAR e fungos deve limitar-se a doentes em risco para tais infeções ou quando outros patógenos tradicionais não forem identificadoseasuspeitaclínicaaindapersiste. VotaçãodosDelegados:AFavor:92%,Contra:6%,Abstenção:1%(ForteConsenso)-Questão 6B: Há um papel para a pesquisa rotineira de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) e de fungosnasuspeitadedescolamentoasséptico? Consenso:Não.CulturasparaBAARefungosnãodesempenhamumpapeldeimportâncianos processos assépticos presumíveis (por exemplo, os casos em que a contagem total e diferencial de glóbulos brancos no líquido sinovial pré-operatória, não forem sugestivas de infeção). VotaçãodosDelegados:AFavor:91%,Contra:7%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação:MicobactériasefungossãocausasrarasdeIPP.66-68Portanto,mesmoemcasosde IPP comprovada ou suspeita, a investigação é cara e demorada e provavelmente não se justifica em doentes sem risco ou suspeita de infeções atípicas. A evidência mostra que a pesquisa rotineira de BAAR e fungos em casos presumivelmente assépticos não produz resultadosclinicamenteimportantesetambémnãosãoeconomicamenteefetivas.69 168 Questão7A:Quantasamostrasintra-operatóriasdetecidoperiprotésicodevemserenviadas paraaculturaemcasossuspeitosdeIPP,eemcasosdesuspeitadedescolamentoasséptico? Consenso:Namaioriadosprocedimentosderevisão,maisdetrêsmasnãomaisdoqueseis amostras de tecidos intra-operatórios distintos devem ser enviadas para cultura aeróbica e anaeróbica. VotaçãodosDelegados:AFavor:88%,Contra:10%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Questão7B:Comodevemserobtidasasamostrasparacultura? Consenso: Amostras de tecidos ou fluidos de áreas representativas devem ser colhidas, de preferência em interfaces, e cada amostra deve ser coletada com instrumento ainda não utilizado.Recomendamosfortementecontraazaragatoaparaaculturadostecidosdaferida ouperiarticulares. Votaçãodadelegação:AFavor:97%,Contra:2%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Questão7C:Oantibióticodevesersuspensoantesdaobtençãodeamostrasparaacultura, emtodososcasos? Consenso: Não. Antibióticos perioperatórios profiláticos devem ser suspensos somente em casoscomumaltograudesuspeitaparaIPPemquenenhumorganismoinfeciosofoiisolado. VotaçãodosDelegados:AFavor:87%,Contra:12%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: Protocolos para a colheita de tecido periprotésico têm sido historicamente estabelecidoscomametade5amostras.25,63,70 Naúnicaanálisequantitativadisponível,encontrou-sequeasensibilidadeeespecificidadesão maximizadascomacolheitade5ou6amostrasperiprotésica.24 Tem sido sugerido que, para organismos menos virulentos ou doentes com uso recente de antibióticos, até 10 amostras periprotésicas devem ser rotineiramente colhidas.71 Porém, acredita-se que a baixa sensibilidade devido ao uso recente de antibióticos, ou organismos menos virulentos, possa ser superada por outras técnicas (por exemplo, pelo aumento do tempodeincubação,técnicasmolecularesousonicaçãodoexplante).63,72-74 Damesmaforma, aespecificidadedaculturanãodeveseralteradapelaobtençãodemaisdecincoamostras. Numa análise de 117 casos de revisão (30 com IPP) com culturas de 3 amostras de tecidos periprotésicos e 3 zaragatoas periprotésicos mostrou-se que as culturas de zaragatoas, comparadas com as culturas de tecido, têm uma sensibilidade (de 70% contra 93%), e especificidade (de 89% contra 98%) inferiores.75 Isto corrobora um estudo anterior, que mostrouresultadossemelhantescomumadefiniçãomenosrigorosadeIPP.76 Dois estudos prospetivos (um randomizado) demonstraram que os antibióticos préoperatórios profiláticos não prejudicam a sensibilidade das culturas tradicionais intraoperatórias.77,78 Dessa forma, sugere-se que a suspensão obrigatória de antibióticos profiláticosnãosejustificanoscasosemqueospatogéneosjáforamidentificados.Noscasos 169 emquesediagnosticaoususpeitadeIPPeopatogéneoaindaestáporseridentificado,ouso deantibióticosprofiláticosédependentedaavaliaçãoclínica. Questão8:Justifica-seasonicaçãorotineiradaprótese?Sesim,emqualgrupodedoentes deveserfeita? Consenso:NÃO.Nósnãorecomendamosasonicaçãoderotinadeexplantes.Seuusodeveser limitadoaoscasosdeIPPsuspeitaoucomprovada(combasenoexameclínicoeoutrostestes), nos quais a punção aspirativa pré-operatória não produziu cultura positiva, e os antibióticos foramadministradosduranteasduassemanasanteriores. VotaçãodosDelegados:AFavor:84%,Contra:9%,Abstenção:7%(ForteConsenso) Justificação: Tem sido mostrado que a sonicação do explante obtido de artroplastia de revisão da anca, joelhoeombro,aumentaaprobabilidadedeisolarorganismospatogénicos,semaumentara taxadecontaminação.73,74,79-83 A sonicação do explante é um procedimento de duração e recursos intensos, que provavelmente não se justificam em casos presumidamente assépticos. Além disso, o equipamentopararealizarasonicaçãonãoestáfacilmentedisponível. Numa ampla análise prospetiva de 331 casos, a maior vantagem da sonicação do implante sobre a cultura convencional de tecidos foi observada quando os antibióticos foram administrados dentro do período de 2 semanas da cirurgia.74 A sonicação é provavelmente maisvantajosa,porqueoprocessoremoveobiofilmedoexplante,permitindoasuaamostra paracultura.Asbactériasplanctónicasnormalmenteidentificadasnasamostrasperiprotésicas convencionaissãomaissuscetíveisaantibioterapiaqueosorganismossésseis. Questão 9: Justifica-se o uso de técnicas moleculares, como a reação em cadeia da polimerase (PCR) para o diagnóstico de IPP? Se sim, em qual grupo de doentes devem ser realizadas? Consenso:Testesàbasedeácidonucleiconãosãoatualmentetestesdediagnósticoderotina recomendados para IPP. Nos casos com forte suspeita clínica de infeção, mas culturas ou outros testes diagnósticos negativos, técnicas moleculares, com ou sem sonicação podem ajudaraidentificarosagentespatogénicosdesconhecidos,ouasensibilidadeaosantibióticos focandoasterapiasantimicrobianas. VotaçãodosDelegados:AFavor:96%,Contra:3%,Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: Técnicas de PCR demonstraram ser significativamente mais sensíveis do que a cultura convencional de tecidos para a deteção de patogénicos.72,79,84-92 Todavia, apesar de várias modificações técnicas, o número de resultados falsos-positivos opõe-se ao rastreio com os tipos de técnicas moleculares, atualmente mais habitualmente disponíveis. A especificidade dastécnicasdePCRtemumavastaamplitude,relatadaentre0%a100%.72,86-89,93 170 Uma vantagem das técnicas moleculares é que elas podem ser usadas na deteção de organismos,mesmocomorecenteusodeantibiótico.79,93 AdeteçãopodeseraprimoradapelarealizaçãodaPCRnolíquidodesonicaçãodosimplantes, comesemculturaconvencionaldostecidos.79,85,90,93,94 Esteefeitoaditivoobservadopodeser devidoàintroduçãodebactériassésseisnaamostratestada. Ainda que as técnicas moleculares tenham mostrado alguma promessa na identificação de genes associados com a resistência aos antibióticos,72,81,94 elas ainda não correspondem a aplicabilidade clínica de testar a sensibilidade aos antibióticos de organismos cultivados em cultura.Ocustoeadisponibilidadedestatecnologialimitamasuaamplaaplicação,logonãoé consideradaumaferramentapadrãonodiagnósticodeIPP. Questão10:ExisteumpapelparamodalidadesdeimagemnodiagnósticodeIPP? Consenso: A radiografia simples deve ser realizada em todos os casos suspeitos de IPP. Ressonânciamagnética(RM),tomografiacomputadorizada(TC)eimagensnuclearesnãotêm umpapeldiretonodiagnósticodeIPP,maspodemauxiliarnaidentificaçãodeoutrascausas dedoroufalênciadareconstruçãoprotésica. VotaçãodosDelegados:AFavor:93%,Contra:7%,Abstenção:0%(ForteConsenso) Justificativas: As radiografias simples não são indicadores detalhados de IPP.95 Apesar disso, outras etiologias de descolamento são bem evidentes nas radiografias simples. Radiografias simples podem mostrar o crescimento do osso subperiosteal, descolamento, fístulas transcorticaisouachadosnormaisnapresençadeIPP. Háumaescassezdedadossobreovalordiagnósticodaressonânciamagnética.Noentanto,o artefacto provocado pela presença do implante protésico é bem conhecido e sugere que a avaliaçãodaregiãoperiprotésicaparaainfeçãopodenãoserpossível.96 Umestudoinvestigou autilidadedatomografiacomputadorizadanodiagnósticodeinfeçãoperiprotésicadaanca.97 Esse estudo relatou que os achados de partes moles, como a distensão articular e coleções líquidas periprotésicas foram marcadores precisos de IPP (94% e 89%, respetivamente). No entanto,estesresultadosnãopodemsergeneralizadosparaoutrasarticulaçõesenãoforam confirmadosemestudossubsequentes.Portanto,atualmentenãoérecomendadoutilizaraTC paraavaliaraIPP,umavezqueoutrosexamesdeimagemetestesnão-invasivostêmeficácia comprovada. Há evidências substanciais em relação à eficácia da imagiologia nuclear no diagnóstico de IPP.94,98-108 Aindaquemuitastécnicasdiferentesdeimagensnuclearestenhamsidotestadase comprovadasparaodiagnósticoIPP,atécnicademaiorprecisãoecomboarelaçãoqualidadepreço ainda não foi encontrada. Além disso, com os elevados custos da realização e análise cintigráfica,oseupapelnodiagnósticodeIPPpareceserlimitado.Destaforma,existepouco espaço para a utilidade da imagem nuclear, com as inúmeras soluções mais eficientes e económicas. Também, os planos para o retorno do paciente à sala de operação, permitirá a visualização da articulação, obtenção de cultura de tecidos periprotésicos e possível sonificaçãodoimplante. 171 Referências: 1. Parvizi J, Zmistowski B, Berbari EF, et al. New definition for periprosthetic joint infection: from the Workgroup of the Musculoskeletal Infection Society. Clin Orthop Relat Res. 2011;469(11):2992-2994. 2. Berbari E, Mabry T, Tsaras G, et al. 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VotaçãodosDelegados:AFavor:63%,Contra:25%,Abstenção:12%(FracoConsenso) Justificativas: Opensooclusivo(Aquacel)fixadocomhidrocolóidemostroutermenortaxadeformaçãode bolhas no pós-operatório, quando comparado com o Mepore1-4 e o Cutiplast5, e menor ocorrência de troca de pensos. Uma comparação clínica entre Mepore e Aquacel evidenciou que o Aquacel está relacionado a menor incidência de infeção do local cirúrgico (ILC) (3 do grupodoMeporee1nogrupodoAquacel).1 Umestudoclínicocontroladorandomizado(ECR) prospetivo comparando Mepore com Aquacel revelou uma taxa de inflamação e de ILC semelhantenosdoisgrupos2.NumECR,acicatrizaçãodaferidarevelou-semaistardiaecom maiores custos associados no grupo de pensos oclusivos (espuma, alginatos, hidrogéis, hidrocolóides, hidrofibras ou filmes), quando comparado aos pensos com gazes convencionais6. Existem também dados inconsistentes comparando hidrofibras com alginatos7,8. Um estudo foi realizado com o objetivo de comparar o desempenho do penso com uma hidrofibra (Aquacel), com o penso de alginato (Sorbsan) em feridas cirúrgicas não eletivas (abscessosdaferidaemcistopilonidal,mama,axila,regiãoinguinal)deixadosemcicatrização por segunda intenção. No total, 100 doentes foram avaliados prospectivamente, sendo randomizados pré-operatoriamente para receber penso com hidrofibra ou alginato. O desempenhodopensofoiavaliadonomomentodacirurgiaenoperíodopós-operatório,com 24horase7dias.Osparâmetrosavaliadosincluíramafacilidadedaaplicaçãoedaremoçãodo primeiro penso, reaplicação no primeiro dia pós-operatório, e remoção e reaplicação uma semana após o procedimento. O penso com hidrofibra recebeu uma contagem mais elevada emtodasestascategorias.Doentesdessegrupotambémapresentarammenorintensidadede dor(leveounenhuma)durantearemoçãodoprimeiropensoeumasemanadepois.Contudo, estesresultadosnãoobtiveramsignificânciaestatísticaedevemserreconhecidoscomouma 178 tendência. Ainda sim, os autores recomendam o uso de hidrofibra em feridas cirúrgicas abertas7. Uma avaliação comparativa envolvendo 428 doentes submetidos a artroplastias totais primárias de anca ou joelho foi conduzida num único hospital entre janeiro e abril de 2006. Doentesreceberamopensotradicional(pensoadesivocomalmofadaabsorvente,Mepore)ou um regime moderno de pensos (Aquacel fixado com penso hidrocolóide, Duoderm), assim como o acrilato líquido formador de filme. Foram excluídos doentes com menos de 50 anos e/ou com alguma condição ou comorbilidade que poderia comprometer a cicatrização da ferida.Umprotocolofoidesenvolvidoparaatrocadepensosbaseadonaextensãodoacesso cirúrgico.Osdesfechosavaliadosforam:formaçãodebolhas,tempodedesgaste,númerode troca de pensos, taxa de ILC e o retardamento da alta hospitalar1. Doentes tratados com o penso moderno apresentaram menor taxa de formação de bolhas, menor incidência de secreção na ferida, maior tempo para desgaste, menor necessidade de troca de pensos e menor incidência de ILC. Apenas 4 casos de ILC, que necessitaram lavagem/desbridamento cirúrgico,foramreportadosemambososgrupos(umparaodepensomodernoe3paraode penso convencional), enquanto o restante dos casos foram tratados com sucesso por antibioterapia. Até o presente momento não houve revisões devido a infeção profunda em ambososgrupos. Cento e vinte e quatro doentes (62 PTA e 62 PTJ) foram randomizados para receber penso adesivoconvencional(Mepore)ouométododepensoJubilee(Aquacelcomumacamadade hidrocolóide, Duoderm). O número de troca de pensos, incidência de formação de bolhas, secreçãodaferida,avaliaçãosubjetivadeinflamaçãodaferida,taxadeinfeçãoetempomédio deinternamentohospitalarforamregistadosparatodososdoentes.OgrupodopensoJubilee apresentou redução significativa da taxa de formação de bolhas, secreção e do número de trocasdepensos,quandocomparadocomopensotradicional(p<0,05).Ataxadeinflamação e o tempo total de internamento hospitalar não apresentou diferença com significância estatísticaentreosgrupos.Nãoocorreunenhumcasodeinfeçãoperiprotésica(IPP)2. O Cutiplast (penso absorvente perfurado, com a borda adesiva, Smith & Nephew) é comumenteutilizadoapóscirurgiasortopédicas,masjáforamrelatadascomplicaçõescomseu uso. Um ECR foi realizado para comparar a eficácia do Cutiplast e do Aquacel (penso de hidrofibra, ConvaTec) coberto com Tegaderm (penso impermeável, 3M). Duzentos doentes foram randomizados para receber um dos dois tipos de pensos, após cirurgia na anca ou no joelho,eletivaounão-eletiva.Osautoresdoestudoforamcapazesdeavaliar183doentes.A condição da ferida e qualquer complicação como formação de bolhas na pele ou sinais de infeçãoforamregistados,assimcomoafrequênciadetrocadepensos.OpensocomAquacele Tegaderm apresentou 5.8 vezes maior probabilidade de resultar numa ferida sem complicações,quandocomparadoaopensocomCutiplast[oddsratio(OR),5.8;95%intervalo de confiança (CI) 2.8–12.5; p<0.00001]. Considerando a formação de bolhas como uma complicação, no grupo Cultiplast 22.5% dos doentes apresentaram feridas com bolhas comparada com apenas 2.4% no grupo do Aquacel/Tegaderm. Os doentes que receberam penso com Aquacel coberto com Tegaderm apresentaram estatisticamente menor necessidadedetrocadepensos.Tomandoogrupocomoumtodo,oresultadodeníveldedor à troca de penso foi estaticamente menor para os doentes recebendo penso com Aquacel/Tegaderm(p<0.001)5. Doisestudosclínicosprospectivosforamrealizadosnumperíodode6meses,envolvendo100 doentes submetidos a PTA ou PTJ. Cinquenta doentes consecutivos com pensos tradicionais 179 (Mepore) foram avaliados antes de efetuar-se a troca para aplicação de pensos modernos (Aquacel). Cinquenta doentes consecutivos foram então avaliados para um novo tipo de penso, para completar o ciclo do estudo. Os resultados clínicos medidos foram tempo de desgaste, o número de troca de pensos, a formação de bolhas e o tempo de internamento hospitalar.Otempodedesgastedopensotradicional(2dias)foisignificativamentemaiscurto doqueparaosdepensosmodernos(7dias,p<0.001)eexigirammaistrocasdepensos(0vs. 3, p <0.001). Vinte por cento dos doentes desenvolveram bolhas com o penso convencional comparado com 4% no grupo de pensos modernos (p <0.028). A média de tempo de internamento hospitalar foi a mesma para o penso moderno quando comparado ao penso tradicional(4dias).Nogrupodopensomoderno,75%dosdoentesreceberamaltaatéodia4, enquantonogrupotradicionalistoocorreunodia63. Abuzakuk et al. reportaram os resultados de um ECR comparando uma hidrofibra (Aquacel) com um penso de almofada central (Mepore) no tratamento de feridas agudas após PTA ou PTJ primárias, cicatrizadas por primeira intenção. O resultado dos pensos foi medido em 61 doentes submetidos a PTA e PTJ. Ocorreu redução significativa na necessidade de troca de pensos antes de 5 dias pós-operatórios no grupo da hidrofibra (45%) comparado a 77% no grupo do coxim, e ocorreu menor formação de bolhas no grupo de doentes da hidrofibra (13%),comparadocom26%dogrupodocoxim4. Ubbink et al. compararam a eficácia e o custo de penso com gazes vs. pensos oclusivos impregnados, em 205 doentes cirúrgicos com ferida aberta. Os doentes receberam penso oclusivo (foam, alginatos, hidrogel, hidrocolóide, hidrofibra ou filmes) ou pensos com gazes convencionais até a ferida completar o processo de cicatrização. Nenhuma diferença significativa na cicatrização da ferida foi observada em feridas crónicas (por exemplo: insuficiênciavascular,diabetesouúlcerasdepressão),feridastraumáticasouferidasincluídas na primeira metade ou na segunda metade do ensaio clínico (para detetar algum possível efeitonacurvadeestudo,sepresente).Contudo,emferidaspós-operatórias,62%detodasas feridasdesteestudo,acicatrizaçãodaferidanogrupodepensosoclusivoslevoumaistempo (p=0.02) (em média 72 dias, intervalo interquartil, 36-132 dias) que o grupo com gazes convencionais (em média 45 dias, interquatil 22-93 dias). O custo total para cuidados locais comaferidaporpacientepordiadurante a hospitalização foi US$11.74 no grupo oclusivo e US$6,25nogrupocomopensocomgazes(p=0.002). Ravnskog et al. compararam o resultado de pensos com hidrofibra e alginato utilizados no tratamento de feridas após PTA primárias. Os doentes, selecionados aleatoriamente, foram divididosemdoisgrupos,recebendopensocomhidrofibraoualginato.Medidasdedesfecho incluíramdanoàpele(eritema,bolhaselesõesdepele)ehabilidadedopensoparaoabsorção deexsudados.Fotografiasdospensosedaáreadepeleaoredordasferidasforamobtidas.Os doentesacusaramproblemasnapele,desconfortoàmobilizaçãoedordurantearetiradado penso. No grupo do alginato, ocorreram menos bolhas na área da ferida comparado com o grupodahidrofibra(7%versus18%,p<0.03).Durantearemoçãodopenso,menosdoentesno grupodoalginatorelataramdor,comparadoaogrupodosdoentesdahidrofibra(2.1%versus 15%,p<0.01)8. Questão1B:OusodepensosimpregnadoscompratareduzaincidênciadeILC/IPP? Consenso:OspensosimpregnadoscompratanãotêmdemonstradoreduçãodeILC/IPP. 180 VotaçãodosDelegados:AFavor:87%;Contra:5%,Abstenção:7%(ForteConsenso) Justificação: TrêsECRcompararampensoscolóidesimpregnadoscomprata(Aquacel,Alginato)compensos sem prata no tratamento de diversos tipos de feridas, incluindo feridas cirúrgicas agudas, úlceras de pé diabético (infectadas e não-infectadas) e feridas traumáticas, e falharam em demonstrarqualquerdiferençaentreosgrupos,emtermosderesultadosdacicatrizaçãodas feridas/úlceras e taxas de infeção local.9-11 Um ECR, que comparou pensos de alginato impregnados com prata com pensos sem prata, no tratamento de úlceras venosas crónicas, encontrou vantagem significativa dos pensos impregnados com prata na prevenção da evolução de feridas para infeção, assim como observou uma melhor taxa de cicatrização de feridas¹². Uma metanálise da base de dados Cochrane, que comparou o efeito de pensos impregnadoscompratacomospensossemprataemferidasinfetadasagudasecrónicas,não encontrou diferença relevante na taxa de cicatrização das feridas, necessidade de uso de antibióticos,dor,satisfaçãodosdoentes,tempodeinternamentoecustos¹³.Outrametanálise da Cochrane que avaliou feridas por queimaduras e uma variedade de feridas não-infetadas descobriu que a adição de prata nos pensos não promoveu a cicatrização das feridas ou a prevençãodeinfeções14. Beele et al. avaliaram os sinais clínicos e sintomas de feridas em risco para ocorrência de infeção, ou seja feridas criticamente colonizadas (infetadas por biofilmes). Estudaram o desempenho antimicrobiano de um penso iónico de prata alginato/carboximetilcelulose (SACMC) em comparação com um penso de fibra de alginato de cálcio sem prata (AF) em úlcerasvenosascrónicasdaperna,eúlcerasdepressão.36doentescomúlcerasvenosasoude pressão,consideradascriticamentecolonizadas(infetadasporbiofilme),foramrandomizados parareceberouopensoSACMCouopensoAF.Aeficáciadecadapensofoiavaliadaporum períododequatrosemanas.Osdesfechosprimáriosdoestudoforamaprevençãodeinfeçãoe a progressão para a cicatrização das feridas. O grupo SACMC apresentou significância estatística(P=0.017)nacura,indicadaporumareduçãodaáreadaferidaduranteoperíodode estudo de quatro semanas, comparado ao grupo de controlo (AF). O penso SACMC demonstrou maior capacidade em prevenir a evolução de feridas para infeções, quando comparadasaocontrolo(AF).Osresultadosdesseestudotambémmostraramumbenefíciona cicatrizaçãodeferidascomSACMC,quandocomparadascomopensosemprata12. Trial et al. compararam a eficácia e a tolerância de um penso de uma nova matriz iónica de alginatodeprata(AskinaCalgitrolAg)comasdeumpensoconvencionaldealginatosemprata (Algosteril). Doentes de feridas crónicas localmente infetadas (úlceras de pressão, úlceras venosas ou de outras etiologias na perna ou úlceras de pé diabético) ou feridas agudas participaramdesteECR.Osdoentesforamrandomizadosparareceberumdosdoispensospor umperíododeduassemanas.Oscritériosdeeficáciaforambaseadosnaevoluçãodossinais locaisdeinfeçãododia1aodia15,utilizandoumsistemadeclassificaçãoclínicoquevariava de 0 a 18, e a evolução do estado bacteriológico de cada ferida, o qual foi determinado por examesbacteriológicosobtidosdeduasbiópsiasrealizadasnosdias1e15.Umaescalade3 pontos (piora, sem alteração e melhora) também foi utilizada. A aceitabilidade, utilidade e tolerânciatambémforamavaliadas.Quarentaedoisdoentes(20mulherese22homenscom idadede68.9±18.8e66.5±15.7,respetivamente)foramrandomizadosparareceberAskina CalgitrolAg(n=20)ouAlgosteril(n=22).Amaioriaapresentavaferidascrónicas,comoúlceras de pressão (57%) ou úlceras na perna (venosas ou de etiologia mista) e pé com úlceras diabéticas (29%) e, uma pequena percentagem apresentava feridas agudas (14%). Os 181 resultadosclínicosdeinfeçãoforamcomparáveisentreosdoisgruposnainclusãodoestudo, 8.9±2.4 e 8.6±3.2, no grupo Askina Calgitrol Ag e no grupo Algosteril, respetivamente (sem significância estatística), mas diminuiu significativamente em ambos os grupos no dia 15, 3.8±2.9nogrupodoAskinaCalgitrolAg(p=0.001)e3.8±3.4nogrupodoAlgosteril.Nãohouve nenhuma diferença significativa entre os grupos no dia 15. Apesar de também não ter sido observadanenhumadiferençaestatisticamentesignificativanoestadobacteriológicoentreos gruposdetratamento,houveumatendênciaemfavordoAskinaCalgitrolAgnoriscorelativo de melhoria em doentes que não foram tratados com antibióticos, nem no início nem no decorrerdoestudo.Nãoforamobservadasdiferençasentreosgruposemrelaçãoatolerância local,aceitabilidadeeutilidadedospensos9. Num estudo retrospetivo, Saba et al. compararam o penso de hidrofibra Aquacel Ag com o pensopadrãoparaotratamentodequeimadurasdeespessuraparcialemcrianças.Osautores utilizaram os registros do centro de queimaduras do Hospital St. Christopher para identificar 20 doentes pediátricos que sofreram queimaduras de espessura parcial, ao longo de um períodode10meses.DezdessesdoentesforamtratadoscompensoAquacelAgeosoutros dezforamtratadoscomgazetradicionalXeroflocompomadadeBacitracinacomzinco,queé opadrãodainstituiçãoparatratamentoconservadordequeimadurasdeespessuraparcial.Os resultadosavaliadosforamotempodeinternamentohospitalar(2.4diasparaAquacelAgvs. 9.6diasparaXeroflo),númerodetrocasdepensosduranteointernamento(2.7vs.17.1),dor numa escala de 10 pontos associada com a troca de pensos (6.4 vs. 8.2), número total de administração intravenosa de analgésicos narcóticos (2.3 vs. 14.4), tempo de cuidados de enfermagem,ajustadoporpercentagemdasuperfíciecorporal(1.9vs.3.5min.),tempopara re-epitelização da ferida (10.3 vs. 16.3 dias), e a satisfação dos doentes em relação ao seu cuidadorprincipalnumaclassificaçãode4pontos,sendo4amáximasatisfação(3.8vs.1.8). Todasasvariáveisforamestatisticamentesignificativas(p<0.001).15 Storm-Versloot et al. pesquisaram o Registo Especializado do Grupo de Feridas da base de dadosCochrane(CochraneWoundsGroupSpecializedRegister)(6demaiode2009),oRegisto Central Cochrane de Estudos Controlados (The Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL)(2009edição2),OvidMEDLINE(de1950atéa4ªsemanadeAbrilde2009),Ovid EMBASE (de 1980 a 2009, semana 18), EBSCO CINAHL (de 1982 até a 4ª semana de Abril de 2009), e Digital Dissertations (Maio 2009), à procura de ensaios clínicos controlados (ECR) relevantes comparando pensos contendo prata, com agentes tópicos sem prata em feridas não-infetadas. Essa pesquisa identificou 26 ensaios clínicos, envolvendo 2066 participantes, que compararam pensos ou cremes contendo prata com cremes que não continham prata. Vintedosestudosavaliaramferidasdequeimaduras,enquantoosdemaistratavamdevários tipos de feridas. A maioria dos estudos eram pequenos e de baixa qualidade científica. Os autoresconcluíramquenãoháevidênciassuficientesparaapoiarousodepensosoucremes que contenham prata já que, em geral, esses tratamentos não promoveram cura ou preveniram infeções. Um número pequeno de estudos, e de baixa qualidade científica, sugeriram que a sulfadiazina de prata não tem efeito em infeções e retarda o processo de cicatrizaçãoemdoentesquesofreramqueimaduradeespessuraparcial.14 Num estudo prospetivo multicêntrico, Jude et al. compararam a eficácia clínica e segurança dospensosdeHidrofibraAquacelcontendoprataiónica(AQAg)comosdealginatodecálcio Algosteril(CA),notratamentodedoentesambulatoriaisportadoresdediabetesmellitustipo1 ou2edeúlcerasdepésdiabéticosgraus1ou2deWagner.Duranteainclusão,osdoentes foram estratificados por uso de antibióticos, e foram então distribuídos aleatoriamente em 182 protocolos similares de pensos primários AQAg (n=67) ou AC (n=67) seguidos por pensos secundáriosporumperíodode8semanasouatéacicatrização.Otempomédioparaacurafoi de53diasparaúlcerastratadascomAQAge58diasparaasúlcerastratadascomCA(p=0.34). AsúlcerastratadascomAQAgtiveramsuaprofundidadereduzidaduasvezesmaisdoqueas tratadas com CA (0.25 cm vs. 0.13 cm; p=0.04). Durante o estudo a incidência de eventos adversos foi comparável, com 11 casos de AQAg (16%) e 8 de CA (12%), relatando infeções comoeventosadversos,nosgruposdeestudodeúlceras.Otempomédioparaqueasinfeções clínicasseresolvesse,semrecorrências,duranteoestudofoicomparávelentreosindivíduos dos grupos AQAg e AC: 9 dias para os 8 (88.9%) casos de infeção resolvidos com AQAg e 15 dias(p=0.35)paraos10casos(76.9%;p=0.48)deinfeçãoresolvidoscomAC.10 UmECRdeJurczaketal.comparoudor,conforto,manuseamentodeexsudadosesegurança do penso de hidrofibra com prata iónica vs. o penso com gaze de iodopovidona para o tratamentodeferidascirúrgicasabertaseferidastraumáticas.Osdoentesforamtratadoscom pensodeHidrofibraAgougazecomiodopovidonaporduassemanas.Aintensidadedadorfoi medida numa escala analógica visual de 10 cm (EAV). Outros parâmetros foram avaliados clinicamentecomváriasescalas.Oregistodaescaladedor(EAV)reduziuduranteoprocesso de remoção do penso em ambos os grupos e diminuiu quando o penso estava em uso no grupo da Hidrofibra Ag (n=35), mas não no grupo da gaze de iodopovidona (n=32). Os resultados de classificação de dor (EAV) foram similares entre os grupos de tratamento. Na avaliação final, o penso de Hidrofibra Ag foi significativamente melhor que a gaze de iodopovidona na capacidade de controlar a dor (p <0,001), sensação geral de conforto (p <0.001), trauma na ferida durante a remoção do penso (p=0.001), manuseamento de exsudados(p<0.001)efacilidadedeutilização(p<0.001).Aofinaldoestudoastaxasdecuras completas foram de 23% para os pensos de Hidrofibra Ag e 9% para gaze de iodopovidona (semsignificânciaestatística).Nenhumeventoantagónicofoirelatadocomousodopensode Hidrofibra Ag e um caso com a gaze de iodopovidona foi descontinuado devido uma reação adversa na pele. Durante o estudo, 4 (11.4%) indivíduos do grupo Hidrofibra Ag, e 4 (12.5%) indivíduos do grupo da gaze de iodopovidona, tiveram infeções nas suas feridas (sem significânciaestatística).11 Emoutrametanálise,Vermuelenetal.avaliaramosefeitosdapratatópicaepensosdeprata no tratamento de feridas contaminadas e infetadas, agudas ou crónicas. Eles procuraram ensaios relevantes no Registo Central de Ensaios Controlados da base de dados Cochrane (CENTRAL),noRegistodoGrupoEspecializadoemFeridasCochraneemMarçode2006,enos bancos de dados MEDLINE, EMBASE, CINAHL, e Dissertações Digitais até Setembro de 2006. Além disso, os autores entraram em contacto com as empresas, os fabricantes e as distribuidoras em busca de informações que identificassem estudos relevantes, procurando ECRqueavaliassemaeficáciadousodapratatópicanotratamentodeferimentos,agudosou crónicos, contaminados e infetados. Três ECR foram identificados, compreendendo um total de847participantes.Umestudocomparouaespumacontendoprata(Contreet)comespuma Hidrocelular (Allevyn) em doentes com úlceras nas pernas. O segundo estudo analisou um alginato contendo prata (Silvercel) com um alginato puro (Algosteril). O terceiro ensaio comparouopensodeespumacontendoprata(Contreet)comasmelhoraspráticaslocaisem doentes com ferimentos crónicos. Os dados destes estudos mostraram que os pensos de espumacontendopratanãoaumentaramsignificativamenteashipótesesdecuracompletada úlcera, quando comparado aos pensos da espuma padrão ou as melhoras práticas locais, depoisde4semanasdeacompanhamento,apesardetersidoobservadaumamaiorredução no tamanho da úlcera com a espuma contendo prata. O uso de antibióticos foi avaliado em 183 dois estudos, mas nenhuma diferença significativa foi encontrada. Informações sobre a dor, satisfação do paciente, tempo de internamento e custos foram limitados, e não mostraram diferenças. Num ensaio, houve menor formação de secreção em úlceras na perna e feridas crónicas tratadas com penso de prata, do que com pensos de espuma padrão ou com as melhores práticas locais. Não há evidências suficientes para recomendar o uso de pensos contendo prata ou agentes tópicos para o tratamento de feridas crónicas infetadas ou contaminadas.13 Contudo, estão a emergir evidências que parecem assegurar o papel de pensos oclusivos impregnadosporpratanareduçãodeILC/IPP.Numrecenteestudoretrospetivodeumaúnica instituição, a incidência de IPP (ocorrendo dentro de 3 meses) foi comparada entre 903 doentesconsecutivossubmetidosacirurgiadesubstituiçãoprotésica,quereceberamopenso cirúrgico Aquacel e 875 doentes consecutivos que receberam penso convencional com gases (Cai et al, artigo em impressão). Após a realização de uma análise multivariada, os investigadoresencontraramqueopensocomAquacelfoiumfatorderiscoindependentepara a redução de IPP aguda (incidência de 0.44% para os doentes que receberam Aquacel, comparadocom1.7%paraosdoentesquereceberampensosconvencionais,p=0.005). Emoutroartigorecente,umECR(NívelIdeevidência)envolvendo300doentes,opensocom AquacelAgcomparadocompensoconvencional,mostroureduçãoestatisticamenterelevante das complicações da ferida, formação de bolhas, número de troca de pensos, e grau de satisfaçãodopacientecomopensoAquacelAg.16 Questão 2: O que deve ser considerado drenagem persistente da ferida cirúrgica, após cirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso: Drenagem persistente de uma ferida após cirurgia de substituição protésica é definidacomosendoumadrenagemcontínuanaincisãocirúrgica,pormaisde72horas. VotaçãodosDelegados:AFavor:80%,Contra:15%;Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificativa:Aliteraturaapresentaumapanópliadedefiniçõesparadrenagempersistentede feridas (de 48 horas até 1 semana). No entanto, limitando a normalidade de drenagem da feridaematé72horasapósacirurgia,permiteumaintervençãomaisprecoceepodeevitaras consequênciasnocivasdeumadrenagempersistente. A drenagem persistente de feridas após cirurgia de substituição protésica é definida pelo tempo,tipodesecreção(hemáticaouclara),sítio(secreçãodaferida,secreçãoapósaretirada dosdrenos),econteúdomicrobiano.Otempodedrenagemédefinidodeváriasmaneiras: -Quarentaeoitohoras16 -TerceiroouQuartodiapós-operatório17 -Apóso4ºdiadepós-operatório18 -Váriosdiasapósacirurgia19 -Doisdiaspós-operatóriosparaoscasosdenão-infeção,5,5diaspós-operatóriospara casosdeinfeção20 -Quantidadelimitadadetempo21 184 -Umasemana22 Aquantidadededrenageméalternativamentedefinidacomo: -Drenagemabsorvidapelospensospós-operatórios17,18 -Áreadedrenagemnagazedecoberturamaiorque2cmx2cm -Drenagempelaferidacirúrgica -Microorganismoisoladodasecreção24 Estegrupodetrabalhoacreditaqueadrenagemsubstancial(>2x2cmdeáreadagaze)deuma ferida, além de 72 horas pós-operatórias deve ser considerada anormal. Nós recomendamos fortementecontraarealizaçãodeculturasapartirdeferidascomdrenagempersistente. Questão 3A: Quais são as estratégias não-cirúrgicas para tratar uma ferida com drenagem persistenteapóscirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso:Feridascomsecreçãopersistentepormaisde72horasapóscirurgiadesubstituição protésicadevemsertratadascomcuidadosadequadosdaferida. VotaçãodosDelegados:AFavor:65%;Contra:26%;Abstenção:9%(FracoConsenso) Justificação: Muitosestudosrecomendamotratamentoconservadorparatentarcontrolaradrenagemda feridaantesdeindicaraintervençãocirúrgica.Outrasintervenções,taiscomoantibióticos,são desencorajadas porque elas podem mascarar uma infeção subjacente. O acompanhamento isolado por si só é altamente desaconselhado, porque a secreção persistente da ferida está relacionada com IPP.17,21,24,26 O risco de infeção acresce em 29% após PTJ e 42% após PTA a cadadiadedrenagempersistentedaferida.24 Estudos recomendam inúmeras intervenções para reduzir a quantidade de drenagem após a cirurgia de substituição protésica. Um ECR avaliou a terapia da ferida com pressão negativa (NPWT) em doentes com grandes feridas cirúrgicas após PTA e descobriu que o NPWT diminuiuotamanhodosseromaspós-operatórios.27Umestudo-pilotodedoentessubmetidos aPTAquedesenvolveramdrenagempersistentepós-operatóriatratadacomNPWT,aplicado durante 2 dias em média (variação de 1-10 dias), constatou que 76% dos doentes não necessitaram de intervenção adicional, enquanto 24% foram submetidos a cirurgia subsequente.18 Contudo, um ECR prospetivo comparando NPWT aos pensos secos padrão em incisões cirúrgicas(encerramentoprimárioouencerramentoprimárioretardadodeferidasabdominais ou feridas em membros inferiores) não encontrou significância nas taxas de deiscência de sutura,tempomédioatéàdeiscência,infeçãodaferidaetaxasdere-operaçãoentreosgrupos de NPWT e os grupos de pensos secos.28 Uma metanálise da Cochrane incluiu estudos que compararamNPWTcomoutrostiposdepensosoucomparouNPWTcomumdiferentetipode NPWT para feridas com secreção persistente em doentes com enxerto de pele, doentes ortopédicos submetidos a artroplastia, assim como cirurgias gerais e de trauma. Os autores concluíram que não há evidência a favor da eficácia do NPWT na cicatrização completa de feridasemqueseesperaamesma,comointençãoprimária.29 185 Uma revisão retrospetiva avaliou 300 doentes que desenvolveram drenagem persistente da ferida (mais de 48 horas pós-operatórias) e encontrou que a drenagem cessou espontaneamenteentre2a4diasdedrenagemem72%dosdoentescomantibióticosoraise cuidadoslocaisdaferida. Édesaconselhávelousodeantibióticosalémdas24horaspós-operatóriasparatratarferidas com drenagens persistentes após cirurgia de substituição protésica, pois não há nada que comprove o seu efeito na redução da incidência de IPP.18,20 Além disso, administrar antibióticos para ferida com drenagem persistente pode confundir os resultados da cultura, casoumaartrocentesesejarealizadaparadeterminarseexistequalquerorganismopresente no líquido sinovial. Este grupo de trabalho desencoraja o uso de antibióticos orais para o tratamentodedrenagempersistentedeferidas. Questão 3B: Quais são as estratégicas cirúrgicas para o tratamento de uma ferida com drenagempersistentepóscirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso:Otratamentocirúrgicoconsisteemabrirafáscia,realizarumairrigaçãoexaustivae desbridamento (I&D), com troca de componentes modulares, e deve ser considerada caso a secreçãonaferidapersistirpor5-7diasapósoprocedimentoinicialdecirurgiadesubstituição protésica. VotaçãodosDelegados:AFavor:77%;Contra:16%;Abstenção:7%(ForteConsenso) Justificação: Após 5 dias de drenagem persistente da ferida, uma intervenção cirúrgica deve serrealizadaparareduziraprobabilidadededesenvolvimentodeIPP.Acirurgiadeveconsistir emaberturadafáscia,irrigaçãoexaustivaedesbridamento(I&D)comtrocadoscomponentes modulares, e realizar meticuloso encerramento da fáscia e da pele. Caso não seja possível reconstruircomminúciaafásciaeapele,NPWTpodeserumaopçãoacontemplar,seguidada cobertura da ferida por um cirurgião plástico após a exclusão de IPP precoce por culturas e outrosdadosclínicos.Amostrasprofundasparaculturasdevemsercolhidasnomomentoda re-operação e os antibióticos devem ser administrados de acordo com a sensibilidade do organismo.Nósnãorecomendamosarealizaçãodeculturasdezaragatoadaferida. UmestudoretrospetivomaisantigodeWeissandKrackowencorajouaintervençãocirúrgica em doentes com drenagem persistente pela ferida após a cirurgia de substituição protésica, incluindoI&D,trocadepolietilenoeantibióticoEV.26 Noentanto,istofoiexecutado12.5dias apósacirurgia,oquepodeterpermitidoumamaiorcolonizaçãobacteriananopolietileno.Um estudo de Jaberi et al. revelou que os doentes que falharam no tratamento conservador da feridacomdrenagempersistenteapósoquartodiapós-operatórioeforam,posteriormente, submetidos a I&D em único estágio, tiveram uma interrupção da drenagem em 76%.17 No entanto,apesardestaintervençãoprecoce,24%dosdoentesforamsubmetidosatratamento subsequente, incluindo antibióticos de longa duração, artroplastia de ressecção ou repetição do desbridamento. Um artigo de revisão apoiou a re-operação para exploração, cultura profunda, irrigação e novo encerramento meticuloso da ferida.20 Se as culturas profundas forem positivas, então os autores encorajam uma terapia de antibióticos parentéricos por 6 semanas.Paragarantirodesbridamentoadequadodaáreaafetada,umestudodeKelmetal. injetou azul-de-metileno na fístula, realizou um desbridamento com troca do polietileno acetabular e da cabeça femoral e fechou a ferida com um dispositivo assistido à vácuo.30 DrenagenspersistentesmaispreocupantesdevemsertratadascomoumaIPP22,comumlimiar 186 maisbaixoparaarealizaçãodeI&Douartroplastiaderessecção.31Desbridamentoabertocom trocadopolietilenotemresultadosvariáveis.Existeumaaltataxadefalênciaassociadaàtroca depolietileno,oquepodelevarànecessidadedeumafuturaartroplastiaderesseção.32 Questão 3C: Antibióticos orais ou endovenosos devem ser administrados em doentes com drenagempersistentedaferidacirúrgica? Consenso: Não recomendamos a administração de antibióticos orais ou endovenosos em doentescomsecreçãopersistentenaferida. VotaçãodosDelegados:AFavor:80%;Contra:17%;Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: Atualmente existe pouca ou nenhuma evidência que apoie a administração de antibióticosemdoentescomdrenagempersistentedaferidacirúrgica.Apesardarazãopara esta prática parecer lógica, tentando evitar a entrada de organismos infetantes através da ferida secretante, o problema do aparecimento da resistência a antibióticos e os efeitos adversosassociadosàadministraçãodeantibióticosnãodevemserignorados.Alémdomais,é provável que a administração de antibióticos mascare infeções iniciais ou dificulte o diagnóstico de IPP ao influenciar os resultados das culturas. Contudo, o consenso do grupo observaqueestaéumaáreaquenecessitadeestudosfuturosenãoapoiaaadministraçãode antibióticosparadoentesqueseapresentamferidascomdrenagempersistente. Questão4:Quaissãoasindicaçõesparaare-operaçãoemcasosdedrenagempersistenteda ferida,apósacirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso:Umaferidacomdrenagempersistentepormaisde5-7dias,apartirdodiagnóstico, deveserre-operadasemdemora. VotaçãodosDelegados:AFavor:77%;Contra:19%;Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação:Osestudostêmreveladoqueoriscodeinfeçãoaumentaapós5diasdesecreção da ferida. Desta maneira, uma intervenção cirúrgica após 5 dias é o mais apropriado para a prevençãodeIPP. Onúmerodediasdesecreçãopós-operatóriaatéserrealizadaaI&Demferidascomsecreção persistente variou entre 5 e 12.5 dias.17,21,26 Dois estudos mostraram que doentes com 5 ou mais dias de secreção persistente estavam mais propícios a evoluírem com infeções subsequenteseanecessitaremdeintervençõescirúrgicasadicionais,quandocomparadosaos doentes com menor tempo de secreção.17,21 Nomeadamente, o estudo de Saleh et al. constatouquedoentesquetiveramemmédia5,5diasdesecreçãoestavam12.7vezesmais propensos a estarem infetados do aqueles que tiveram um tempo menor de secreção na ferida.21 Outroestudodetetouquecadadiaadicionaldesecreçãodaferidaacresciaoriscode infeçãoem42%apósPTAe29%apósPTJ.24 Contudo,ademorade5diasparaaferidatornarse seca pode ser secundária ao uso de anticoagulantes; Assim sendo, adiar a cirurgia até o quintodiadepós-operatórioéumaatituderazoável.Noutroestudo,asecreçãodasferidasfoi examinadaapós5diasdeNPWT.27Houveumareduçãodasecreçãopersistentedeferidascom ousodeNPWTefuturasintervençõescirúrgicaspoderiamserorientadasapósaintervenção clínica. Um estudo baseado em registos aponta que doentes que realizaram PTJ e foram submetidos a um tratamento cirúrgico precoce (em 30 dias) para complicações de feridas, 187 apresentaram uma probabilidade cumulativa em dois anos para cirurgia subsequente (ressecção de componentes, cobertura de retalho do músculo, ou amputação) e taxas de infeçõesprofundasde5.3%e6.0%,respectivamente.33 Questão 5: Como podemos otimizar a condição clínica do paciente, antes da re-operação paraminimizarashipótesesdeILC? Consenso: Recomendamos que antes de submeter os doentes a nova operação, a condição clínica deva ser melhorada através da correção, sempre que possível, da desnutrição, da anticoagulação,anemiaediabetes. VotaçãodosDelegados:AFavor:95%,Contra:3%,Abstenção:2%(ForteConsenso)223 Justificação: Adesnutriçãopré-operatóriatemsidoassociadaaoatrasodecicatrizaçãodaferida,34aumento do tempo de internamento e tempo de anestesia/cirurgia35 e insucesso no tratamento de drenagempersistentedaferida,levandoinevitavelmenteàinfeçãoprofunda.17 Osmarcadores de desnutrição são variados e incluem transferrina, contagem total de linfócitos (CTL), albuminatotalepré-albumina. Desnutrição:Gherinietal.avaliaram103PTA,préepós-operatoriamente,paradeterminaro estado nutricional e correlacionar com o atraso de cicatrização das feridas. Parâmetros indicadores nutricionais incluíram níveis de albumina, transferrina e contagem total de linfócitos(CTL).Oatrasodacicatrizaçãodeferidascomplicou33%dasPTA.Apenasosníveis pré-operatórios de transferrina sérica apresentaram uma relevância estatística para prever quaisdoentestiveramumatrasonacicatrizaçãodeferidas.34 Lavernia et al. avaliaram 119 doentes nos quais os exames laboratoriais pré-operatórios convencionais foram realizados. Doentes com níveis de albumina inferior a 34g/L tiveram 32.7%deaumentodecustosdehospitalização(p<0.006),maiorgravidadeclínica(p<0.03),e tempodeinternamentoprolongados(p<001).Doentescomumacontagemtotaldelinfócitos inferior a 1.200 cels/mL tiveram custos maiores e tempo de internamento prolongado (p <0.004),emaiortempodeanestesia(p=0.002)e,cirurgia(p=0.002),quandocomparadoscom doentescomCTLmaiorque1.200cels/mL.35 Diabetes: A diabetes tem sido associado a complicações precoces da ferida cirúrgica pós cirurgiadesubstituiçãoprotésica33eassociadoàIPP36,comcapacidadeparaduplicaresterisco independentedotipodediabetes.37 Foidemonstradoqueocontroleglicémicoperioperatório interfere na taxa de infeção, em doentes submetidos a cirurgia cardíaca.38 Numa revisão de 3.468doentessubmetidosaumtotalde4,241cirurgiasdesubstituiçãoprotésicaprimáriasou de revisão do joelho ou anca numa única instituição, a hemoglobina glicosilada (HbA1C) não foi considerada um marcador confiável para predição do risco de infeções articulares. Níveis de hemoglobina A1c foram estudados para avaliar se havia correlação entre o controlo dos níveisdeHbA1ceinfeçãoapóscirurgiadesubstituiçãoprotésica.Foramdetetadas46infeções (28profundase18superficiais[9celulitese9abscessosdaferida]).Doze(3.43%)ocorreram emdoentesdiabéticos(n=350;8.3%)e34(0.87%)emdoentesnãodiabéticos(n=3891;91.7%) (p <0.001). Ocorreram 9 infeções profundas (2.6%) em doentes diabéticos e 19 (0.49%) em doentesnãodiabéticos.Emdoentesdiabéticosnão-infetadosoníveldeHbA1cvarioude5.1% a11.7%(média7.2%)(p=0.445).AmédiadoníveldeHbA1cemdoentescomdiabetesfoide 188 6.93%. Doentes diabéticos apresentaram risco de infeção aumentado após cirurgia de substituiçãoprotésica.OníveldehemoglobinaA1cnãofoiconsideradoconfiávelparapredizer o risco de infeção após cirurgia de substituição protésica.39 De forma semelhante, em outro estudo, doentes com diabetes, compensado e descompensado, submetidos a PTJ foram comparados com doentes não-diabéticos. Nenhuma associação foi encontrada entre a diabetes, compensada ou não, e o risco de requerer uma revisão ou o desenvolvimento de infeçãoprofunda,quandoseutilizouaHbA1ccomomarcadorparaocontroledadiabetes.40 Jamsenetal.analisaramaincidênciadeIPP,noperíododeumano,numasériedeumúnico centro, envolvendo 7181 PTA e PTJ primárias (unilateral e bilateral simultâneas), realizadas entre2002e2008,paraotratamentodaosteoartrose.OsdadosreferentesàIPP(definidosde acordo com os critérios do CDC) foram coletados a partir do registo de infeção hospitalar, atravésdebuscaativa.ApresençadadiabetesmaisquedobrouoriscodeIPP,independente daobesidade(ORajustada,2.3;95%CI,1.1–4.7).Emdoentesdiabéticosnãodiagnosticados até o momento da cirurgia, houve uma tendência para maior taxa de infeção associada ao nívelpré-operatóriodeglicose>6.9mmol/L(124mg/dL),comparadocom<6.9mmol/L.37 Pedersen et al. analisaram até que ponto a diabetes pode afetar a taxa de revisões de PTA. PeloRegistoDinarmarquêsdeArtroplastiadoAncaosautoresidentificaramtodososdoentes submetidosaPTAprimárias(n=57,575)entreJaneirode1996eDezembrode2005,dosquais 3,278 eram portadores de diabetes. A presença da diabetes entre esses doentes foi identificada através do Registo Nacional de Doentes da Dinamarca e do Banco de Dados Nacional Dinamarquês de Prescrições de Remédios/Drogas. Eles estimaram o risco relativo (RR) para a revisão, e o intervalo de confiança de 95% (CI 95%), para doentes com diabetes, comparados com os sem-diabetes, ajustando os fatores de ambiguidade. A diabetes está associada ao maior risco de revisão secundária à infeção profunda (RR=1.45 [95% CI 1.00 – 2.09]), particularmente em doentes com diabetes tipo 2 (RR=1.49 [95% CI 1.02-2.18]), em doentes com diabetes há menos de 5 anos antes da PTA (RR=1.69 [95% CI 1.24- 2.32]), em doentes com complicações devido à diabetes (RR=2.11 [95% CI 1.41-3.17]) e naqueles com comorbilidadescardiovascularespréviasacirurgia(RR=2.35[95%CI1.39-3.98])36. Goldenetal.realizaramumestudodecoortebaseadonumarevisãodeprontuáriosnumtotal de411adultoscomdiabetesquesesubmeteramacirurgiaderevascularizaçãodomiocárdio, no período de 1990 a 1995, no serviço de cirurgia cardíaca num hospital universitário. O controlo glicêmico no período perioperatório foi caracterizado pela média de 6 dosagens de glicemiacapilartomadasnumintervalode3horasapósoiníciodacirurgia.Apóssimultâneos ajustesrealizadosparaidade,sexo,raça,presençadecomorbilidades,gravidadedadoençae tempodeinternamentonaunidadedetratamentointensivo,osdoentescomvaloresmédios de glicemia capilar mais elevados apresentaram maior risco de desenvolver infeções. Em comparação com as pessoas no quartil mais baixo de glicemia pós-operatória, aqueles no quartil 2 (odds ratio de infeção, 95% CI=1.17 [0.57 – 2.40]), quartil 3 (1.86 [0.94-3.68]), e quartil 4 (1.78 [0.86-3.47]) apresentaram risco progressivamente mais alto de infeção (p=0.05)38. Adams et al. conduziram um estudo retrospetivo de coorte em 5 regiões de uma grande organizaçãointegradadesaúde.Osdoenteselegíveis,identificadosapartirdoRegistoKaiser deArtroplastiasTotais,foramsubmetidosaartroplastiasprimáriaseletivasdejoelhoentreos anos de 2001 e 2009. Os dados sobre a demografia, o status da diabetes, o nível de hemoglobina glicosilada (HbA1c) pré-operatória e as comorbilidades foram obtidos nos registosmédicoseletrónicos.Osdoentesforamclassificadoscomonão-diabéticos,diabéticos 189 com HbA1c<7% (diabetes compensado) ou diabetes com HbA1c >7% (diabetes descompensado). Os desfechos foram trombose venosa profunda ou embolia pulmonar dentro de 90 dias após a cirurgia, infeção profunda, ocorrência de enfarte do miocárdio e todasascausasdere-hospitalizaçãodentrodoperíododeumanoapósacirurgia.Osdoentes sem diabetes foram o grupo de referência em todas as análises. Todos os modelos foram ajustadosporidade,sexo,índicedemassacorporaleoíndicedecomorbilidadedeCharlson. Dos 40,491 doentes que se submeteram a PTJ, 7,567 (18.7%) apresentavam diabetes, 464 (1.1%) foram submetidos a revisão de artroplastia e 287 (0.7%) desenvolveram infeção profunda.Emcomparaçãocomosdoentessemdiabetes,nenhumaassociaçãofoiobservada entre a diabetes compensado (HbA1c<7%), e o risco de revisão (OR, 1.32; 95% CI, 0.99 para 1.76), o risco de infeção profunda (OR, 1.31; 95% CI, 0.92 para 1.86), ou risco de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar (OR, 0.84; 95% CI, 0.60 para 1.17). De forma semelhante, em comparação com doentes sem diabetes, nenhuma associação foi observada entre diabéticos descompensados (HbA1c >7%), e o risco de revisão (OR, 1.03; 95% CI, 0.68 para 1.54), risco de infeção profunda (OR, 0.55; 95% CI 0.29 para 1.06) ou o risco de uma trombosevenosaprofundaouemboliapulmonar(OR,0.70;95%CI,0.43to1.13).40 Anticoagulação: Faltam estudos com modelo adequado para avaliar os efeitos da anticoagulaçãoemcomplicaçõesdaferidaeformaçãodehematomaemdoentessubmetidos àre-operaçãoporcomplicaçõesdeferidas.Contudo,osefeitosdaanticoagulaçãoagressivaou excessivatêmsidoestudadosintensamenteemdoentessubmetidosaPTAePTJprimáriasou de revisão. Um estudo de caso-controlo observou que doentes com um INR pós-operatório, >1.5estavammaispropensosadesenvolverhematomaseferidascomdrenagempersistente após artroplastias e também mais suscetíveis a evoluir com infeção.41 Outro estudo observacional retrospetivo revelou que doentes que receberam heparina/heparina de baixo pesomolecularparatromboprofilaxiaapresentarammaiortempoatéqueasferidassecassem após a cirurgia, quando comparados àqueles que foram tratados com aspirina e compressão mecânicaouaquelesquereceberamCoumadin(varfarina)atéooitavodiadepós-operatório. Acadadiadedrenagempersistentedaferida,houveaumentonoriscodeinfeçãodaferidaem 42%,apósPTA,eem29%apósPTJ24.Recentemente,umestudodecaso-controlodeMortazavi et al. identificou 38 doentes que necessitaram de re-operação devido a hematoma pós PTA, entre 2000 e 2007. Os 38 doentes foram emparelhados com outros 117 doentes sem hematomas. O tempo médio de acompanhamento foi de 4.1 anos (variação, 2.1-0.6). Uma regressão multivariada mostrou que a perda de sangue, a administração de plasma fresco congelado e vitamina K, anticoagulação perioperatória e terapia hormonal foram preditores independentes para a formação de hematoma. A anticoagulação crónica e a transfusão de sangue autólogo eram riscos independentes de mortalidade. O hematoma por si só demonstrou ser um fator de risco independente para resultados prejudiciais, aumentando a morbilidadeemortalidade,apesardotratamentoadequado.42 Apesar da drenagem persistente e a formação de hematomas serem reconhecidos como fatoresderiscoparaodesenvolvimentodeIPP,nãosesabeseoexcessodeanticoagulaçãoé umfatorpredisponente.Parvizietal.conduziramumestudodecaso-controlode2para1com 78 casos que foram submetidos à revisão por descolamento séptico. Os controlos foram expostos aos mesmos procedimentos mas não desenvolveram infeção subsequente. As comorbilidadesdosdoentes,medicaçõesefatoresintra-operatóriosepós-operatóriosforam comparados. Complicações pós-operatórias da ferida, incluindo hematomas e secreção persistente,foramfatoresderiscocomsignificânciaparaIPP.UmamédiadeINRsuperiora1.5 foi mais prevalente em doentes que desenvolveram complicações da ferida pós-operatória e 190 subsequenteIPP.Umaanticoagulaçãocautelosaparapreveniraformaçãodehematomae/ou secreçãopersistentedaferidaécrucialparaprevenirIPPesuasconsequênciasindesejáveis.41 Anemia: A anemia pré-operatória antes tem sido associada ao aumento do tempo de internamento, maior taxa de reinternamento aos 90 dias e maior necessidade de transfusão sanguíneahomóloga.43,44 Portanto,todasasmedidaspossíveisdevemseraplicadasdemodoa melhorarosníveisdehemoglobinapré-operatória,antesdacirurgiadesubstituiçãoprotésica. Contudo, tanto a anemia pré-operatória como a transfusão sanguínea alogénica estão associadasataxasmaiselevadasdeIPP.44 Destaforma,protocolosdeconservaçãosanguínea são recomendados de modo a reduzir a necessidade de transfusões pós-operatórias em doentes anémicos. Uma abordagem sistemática com vistas à otimização dos níveis de hemoglobina pré-operatória, que se mostraram eficazes na redução da necessidade de transfusãoalogénicainclui:hematínicosoraisoupossivelmenteendovenosos,suplementação de ácido fólico, e eritroproetina, ao mesmo tempo em que a redução da perda sanguínea intra-operatóriadeveserfeitaatravésdousodeácidotranexamico,cellsalvageehipotensão induzida.43 Ainda que tais protocolos e estudos não estejam disponíveis em doentes com cirurgiadesubstituiçãoprotésicasubmetidosàre-operaçãoporILC,estasmedidaspréeintraoperatórias podem ser facilmente aplicadas durante o procedimento inicial e previamente à I&D. Questão6:Culturasintra-operatóriasdevemserrealizadasduranteaexecuçãodeI&Dpara feridascomdrenagempersistenteapóscirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso:Sim.Culturasintra-operatórias(mínimodetrês)devemsercolhidasnaexecuçãoda I&Dparaferidascomsecreçãopersistente. VotaçãodosDelegados:AFavor:98%;Contra:1%;Abstenção:1%(Forteconsenso) Justificação: Num estudo retrospetivo realizado por Jaberi et al., culturas bacterianas positivas de tecido periprotésico estavam presentes em 34% dos casos (28/83) de feridas com drenagem persistente, que foram submetidas a I&D.17 Culturas bacterianas positivas obtidas do tecido periprotésicoforammaiscomunsnogrupodefalênciadotratamento(17de20[85%])doque nosgruposdesucesso(11de63[17%]).Emoutroestudoretrospetivode8PTJcomdrenagem persistente,25%(2/8)apresentaramculturaarticularpositivanomomentodaI&D.26 Atkinset al.sugeriramrecolhernomínimo3amostras,apósseteremapercebidoqueoisolamentode um único microrganismo, de 3 ou mais espécies independentes foi altamente preditivo de infeção. Esse estudo foi realizado para estabelecer um critério para o diagnóstico microbiológico de IPP em revisão eletiva de artroplastia. Revisões de 334 doentes foram realizadasduranteumperíodode17meses,dasquais297foramavaliadas.Havia41casosde infeção,comapenas65%depositividadenasculturasdosdoentesinfetados,oquesugeriaum baixonúmerodebactériasisoladasnasamostras.Oisolamentodeumúnicomicrorganismode 3 ou mais espécimes independentes foi altamente preditivo de infeção (sensibilidade, 65%, especificidade,99,6%;LR,168,6)45. Questão 7: O uso de antibióticos perioperatórios deve ser atrasado até o momento da incisãodepelenaI&D,póscirurgiadesubstituiçãoprotésica? 191 Consenso:NÃO.OsantibióticosperioperatóriosdadoscomumahoradeantecedênciadareoperaçãodeI&D,nãodevemseratrasadosatéaincisãodapele. VotaçãodosDelegados:AFavor:82%;Contra:14%;Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação:Ghanemetal.realizaramumarevisãoretrospetivade171doentessubmetidosa PTJ, diagnosticados como IPP entre 2000 e 2005, que apresentavam cultura positiva de aspiradopré-operatório.Osdetalhesdequaisquerantibióticosadministradosaosdoentespréoperatoriamenteforamregistados.72de171doentesreceberamantibióticospré-operatórios. Culturas intra-operatórias foram negativas em 9, com taxa de falsos-negativos de 12.5%. Nenhumorganismofoiisoladoapartirdeamostrasintra-operatóriasem8de99doentesque nãoreceberamantibióticospré-operatórios,comumataxadefalsos-negativosde8%.Nãofoi observadanenhumadiferençanaincidênciadeculturasfalsos-negativasentreosdoisgrupos. A administração de antibióticos pré-operatórios a doentes com aspirado articular préoperatório positivo não interferiu no isolamento do organismo infetante de amostras de culturasintra-operatórias,maisdoquequandoosantibióticosforamatrasados.Doisestudos prospetivoschegaramamesmaconclusão,dequeosantibióticosprofiláticospré-operatorios nãotinhamefeitosignificativonasculturasobtidasnointra-operatório.46,47 Burnetetal.realizaramumestudoprospetivoparadeterminarseosantibióticosendovenosos profiláticos pré-operatórios afetariam os resultados de cultura obtidas no intra-operatório. Elesacompanharam25doentescom26PTJinfetadasporumorganismoreconhecidonopréoperatório,esemantibioterapiarecente.Re-aspiraçãodasPTJinfetadaserarealizadaapósa anestesiaeapreparaçãoestéril.Profilaxiaantibióticaintravenosaeraentãoadministradaeo garrote insuflado. Colheitas de zaragatoas e tecidos para cultura intra-operatória foram obtidasduranteaartrotomia.Todososeventosforamregistados.Osdadosdeculturasprée pós-antibióticos foram analisados para determinar o efeito dos antibióticos endovenosos profiláticosnasculturasobtidasnointra-operatório.Emtodosos26joelhos,o(s)organismo(s) cultivado(s) na aspiração pré-operatória e na sala de operação de culturas colhidas previamente à infusão do antibiótico foi o mesmo organismo cultivado no momento da artrotomia,apesardarotinadeinfusãodeantibióticos.46 Tetreault et al. escolheram 65 doentes com IPP conhecida após 37 PTJ e 28 PTA em três centros.Osdoentesforamincluídosnoestudosetivessemumaculturadeaspiradopositivae nãotivessemrecebidoantibióticosnoprazode2semanasantesdoprocedimento.Osdoentes foram selecionados aleatoriamente para receber antibióticos profiláticos antes da incisão na peleoudepoisdacolheitade,nomínimo,3amostrasdeculturaintra-operatória.Asculturas pré-operatóriaseintra-operatóriasforamentãocomparadas.Osresultadosentreosdoentes que receberam e não receberam antibióticos foram comparados usando um teste de equivalênciaparadiferençadeproporções[twoone-sidedt-tests(TOST)]commargemde0,2. Asculturasintra-operatóriasisolaramosmesmosorganismosqueasculturaspré-operatórias em28de34doentes(82%)selecionadosparareceberosantibióticosantesdaincisãonapele, em comparação com 25 de 31 doentes (81%) dos selecionados para receber antibióticos depois da colheita das culturas operatórias (estatisticamente equivalentes pela estimativa TOST,p=0.0290).47 Questão8:Qualéomelhormétododeencerramentodaferidaapóscirurgiadesubstituição protésica,paraminimizaroriscodeILCeIPP? 192 Consenso: Apesar da carência de evidência para apoiar a superioridade de uma técnica de encerramentodepelesobreoutras(agrafes,sutura,adesivo,oufitas),recomendamosouso de sutura de monofilamento para o encerramento da ferida em doentes submetidos à reoperaçãodevidoacomplicaçõesrelacionadasàferida,noperíodopós-operatórioprecocepósartroplastiaprimária. VotaçãodosDelegados:AFavor:75%;Contra:15%;Abstenção:10%(ForteConsenso) Justificação: Um ECR comparando adesivos de pele, encerramento subcutâneo e agrafes de pele para o encerramento de PTJ e PTA não revelou nenhuma diferença significativa na incidênciadecomplicaçõesprecocesetardias,aparênciacosméticadaferidaousatisfaçãodo paciente48. Outro ECR contrapôs adesivos teciduais, agrafes e sutura, como técnicas de encerramentodaferidaemPTJenãoencontroudiferençassignificativasnastaxasdeinfeção, deiscência de sutura, cosmética ou nos resultados funcionais.49 Um ECR similar, comparando adesivos de pele e agrafes para encerramento da pele em PTA, não encontrou nenhuma diferença significativa entre os grupos, na aparência estética de cicatrizes em 3 meses (p=0.172),naocorrênciadecomplicações(p=0.3)ounasatisfaçãodosdoentes(p=0.42).50Uma metanálise foi conduzida para comparar os resultados clínicos dos agrafes com a sutura, em encerramento de feridas após a cirurgia ortopédica. O estudo não encontrou diferença significativa entre a sutura e os agrafes no desenvolvimento de inflamação, secreção, deiscência, necrose e reações alérgicas; contudo, o risco de desenvolvimento de inflamação superficialdaferidafoiaumentadoem3vezesapósousodeagrafes,quandocomparadosao encerramento com sutura (p=0.01).51 Contudo, os investigadores atestaram que os estudos incluídos tinham algumas graves limitações metodológicas, como a inclusão de pequenas e fracas coortes, uma randomização inadequada de doentes e não ocultação dos avaliadores para os métodos de alocação do encerramento da ferida. Uma metanálise da Cochrane determinou os efeitos relativos a vários adesivos teciduais e técnicas convencionais de encerramentodepele(agrafes,suturaefitas)nacicatrizaçãodeferidascirúrgicas.52Osautores concluíram que não há evidências suficientes para apoiar ou refutar a ideia se o uso de adesivosteciduaisaumentaoudiminuiaincidênciadedeiscênciadesutura,asatisfaçãocoma aparênciacosmética(avaliadapordoentesoucirurgiões),asatisfaçãogeraldopacienteedo cirurgiãoeaincidênciadeinfeção. Khan et al. elaboraram um ECR cego comparando 2-octilcianoacrilato (OCA), sutura subcutâneo (monocryl) e agrafes de pele, para encerramento de pele após PTA e PTJ. Eles incluíram102PTAe85PTJ.OOCAfoiassociadaamenorocorrênciadesecreçãodaferidanas primeiras24horasparaambos,ancaejoelho.Noentanto,nasPTJhouveumatendênciapara secreção na ferida por período prolongado com uso de OCA. Em PTJ, não houve diferença relevanteentreosgruposparacomplicaçõesprecocesoutardias.Oencerramentodeferidas comagrafesdepelefoisignificativamentemaisrápidodoquecomOCAousutura.Nãohouve diferença significativa no tempo de internamento hospitalar, na classificação da cicatriz de Hollander (cosmética) ou satisfação dos doentes, entre os grupos às 6 semanas, tanto para ancascomoparajoelhos.48 Eggersetal.compararamquatrotécnicasdeencerramentodeferidasparaPTJnumECRcom 75 indivíduos. O estudo comparou adesivos, agrafes e suturas no que respeita ao tempo de procedimentoecustos,alémdosresultadosfuncionaiseclínicos.Otempodeencerramento de PTJ (da cápsula à pele) favoreceu os agrafes em 26s/cm, seguido pelos adesivos (45 e 37s/cm para 2-octil e n-butil-2, respetivamente), e finalmente a sutura subcutâneo com 54s/cm(p<0.0007).Areduçãodotempodoprocedimentofoitraduzidaemreduçãodecustos 193 intra-operatórios, sendo que o custo do encerramento por centímetros foi de U$70, U$62, US57 e U$75 para 2-octyl, n-butyl-2, agrafes e suturas, respetivamente. Nenhuma diferença significativa foi observada nas taxas de infeção, deiscência, cosmética, saúde em geral (SF – 12v2;QualityMetricInc.,Lincoln,RhodeIsland),eavaliaçõesfuncionaleclínica(amplitudede locomoção,escoredaKneeSociety,edor).49,231 Livesey et al. realizaram um ECR para comparar os resultados dos adesivos e agrafes para o encerramentodepeleemPTA.Odesfechoprimáriofoiaaparênciaestéticadacicatrizemtrês mesesusandoumaescalaanalógicavisual(EAV)graduadapelocirurgião.Aotodo,90doentes foram randomizados para o encerramento de pele usando o adesivo (n=45) ou os agrafes (n=45). Os registros demográficos, detalhes cirúrgicos, infeção e secreção, foram coletados duranteointernamentodopaciente.Maisadianteosregistrosdecomplicações,satisfaçãodo paciente e avaliação da estética, foram coletados em três meses de acompanhamento e foi então retirada uma fotografia da cicatriz. Um cirurgião plástico e um ortopedista avaliaram, independentemente, a aparência estética da cicatriz a partir das fotografias. Nenhuma diferença significativa foi encontrada entre os grupos em termos de aparência estética da cicatriz em três meses (p=0.172), ocorrência de complicações (p=0.3), ou satisfação do paciente(p=0.42).Osagrafesforammaisfáceiserápidosdeusardoqueosadesivosdepele, alémdemaisbaratos.Oadesivodepeleeosagrafescirúrgicossão,ambos,métodosefetivos paraselarapeleemPTA.50 Smith et al. realizaram uma metanálise para comparar os resultados clínicos dos agrafes e suturas no encerramento de feridas após cirurgia ortopédica. Medline, CINAHL, AMED, Embase, Scopus e os registros da base de dados Cochrane foram pesquisados, além da literaturanãoconvencional(cinzenta)publicadaemtodasaslínguasdesde1950atésetembro de 2009. Dois autores independentes avaliaram os artigos para elegibilidade. ECR e não-ECR quecompararamousodeagrafes,comousodesuturasparaencerramentodeferidasapós cirurgia ortopédica, foram incluídos. As publicações não foram excluídas por conta da fraca qualidade metodológica. A conclusão primária foi a avaliação de infeção superficial da ferida apósoencerramentocomagrafes,emcomparaçãocomassuturas.Seisartigos,queincluíram 683 feridas, foram identificados, dos quais 332 doentes submetidos a encerramento com sutura e 351 com encerramento por meio de agrafes. O risco de desenvolver infeção superficial da ferida após os procedimentos ortopédicos foi três vezes maior após o encerramentocomagrafesdoquecomsutura(RR3.83,95%CI1.38para10.68;p=0.01).No subgrupodeanálisedeapenascirurgiasdeanca,oriscodedesenvolverinfeçãonaferidafoi quatrovezesmaiorapósoencerramentocomagrafesdoquecomencerramentocomsutura (4.79, 1.24- 18.47; p=0.02). Não houve diferença significativa entre suturas e agrafes no desenvolvimento de inflamação, secreção, deiscência de sutura, necrose e reações alérgicas. Os estudos incluídos tinham limitações metodológicas sérias, como a inclusão de grupos de controlopequenosefracos,márandomizaçãodosdoentes,eanãoocultaçãoaosavaliadores dosmétodosdeencerramentodeferida.51 Coulthard et al. conduziram uma metanálise para determinar os efeitos de vários adesivos teciduais e técnicas convencionais de encerramento da pele (agrafes, suturas e fitas) na cicatrização de feridas cirúrgicas. A classificação dos estudos elegíveis e a extração de dados foram conduzidos independentemente e em triplicado, enquanto a avaliação da qualidade metodológica dos testes foi conduzida independentemente e em duplicado. Os resultados foram expressos como modelos de efeitos aleatórios, utilizando a média da diferença de resultados contínuos e RR com 95% CI, para desfechos dicotómicos. A heterogeneidade foi 194 investigada incluindo fatores clínicos e metodológicos. Para esta atualização os seguintes registosforampesquisados:oRegistoEspecializadodoGrupodeFeridasCochrane(pesquisa realizadaem11/17/09),oRegistoCentraldeEnsaiosControladosCochrane(CENTRAL)–The CochraneLibraryIssue4,2009,OvidMEDLINE-1950àprimeirasemanadenovembrode2009, OvidEMBASE-1980a2009(semana46),eEBSCOCINAHL-1982a17deNovembrode2009. Emrelaçãoaosadesivoscomparadosàssuturas,osresultadosevidenciarammaiorhipótesede deiscênciacomsuturas.Noentanto,assuturasforamsignificativamentemaisrápidasparauso doqueosadesivosteciduais.Comparandoadesivosàsfitas,houveumadiferençasignificativa no tempo utilizado para o encerramento, favorecendo o controlo (fitas). A opinião dos cirurgiõesarespeitodosresultadosestéticosfoimelhorparaogrupodasfitas.Comparando adesivos aos agrafes, houve uma diferença significativa no tempo para fecho, favorecendo o grupo dos agrafes. Comparando adesivos a outras técnicas, quando avaliada a satisfação do cirurgião e do paciente, houve uma diferença estatística favorecendo o grupo controle, ao invés dos adesivos. Nesta mesma análise, houve uma diferença estatística favorecendo o adesivo pelo tempo dedicado ao fecho. Para todas as outras análises não houve resultados suficientesparaapoiarourefutaraideiadequeousodeadesivosteciduaispodeaumentarou diminuir os níveis de deiscência de sutura, satisfação com a aparência estética quando avaliado por doentes ou cirurgiões, satisfação geral dos doentes e cirurgiões, ou infeção, quando comparados ao uso de suturas, fitas adesivas, agrafes ou um adesivo com baixa viscosidade.52 195 Referências: 1.ClarkeJV,DeakinAH,DillonJM,EmmersonS,KinninmonthAW.Aprospectiveclinicalaudit of a new dressing design for lower limb arthroplasty wounds. J Wound Care. 2009;18(1):5-8, 10-11. 2. Burke NG, Green C, McHugh G, McGolderick N, Kilcoyne C, Kenny P. 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Consenso: Espaçadores articulados proporcionam melhor função do que espaçadores nãoarticuladosparadoentesentreasduasetapasdetratamentodeprótesetotaldojoelho(PTJ) infetada. Espaçadores articulados são particularmente usados em doentes predispostos a manteroespaçadorpormaisde3meses. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%;Contra:6%;Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: A revisão da bibliografia atual revelou um total de 46 artigos originais (excluindo relatos de casos,artigosderevisãoerelatóriostécnicos),incluindo4estudosdeníveldeevidência2,8 denível3e34denível4,relacionadoscomousodeespaçadores.Amaioriadestesestudos avaliaramoresultadofuncional,amédioprazo,dosdoentesapósoreimplante,ecompararam os espaçadores articulados com os não-articulados. A maioria dos estudos tem expressado uma maior amplitude de movimento a médio prazo no seguimento dos doentes que receberam espaçadores articulados, em comparação com os doentes com espaçadores nãoarticulados. Alguns estudos que avaliaram a função do paciente entre os tempos de artroplastia de ressecção e reimplantação, constataram um resultado superior para doentes que estavam a receber espaçadores articulados, comparados àqueles com espaçadores nãoarticulados.1-46 Questão2:Háalgumadiferençaentreousodeespaçadoresarticuladosenão-articuladosno tratamento da infeção periprotésica (IPP) do joelho com, no mínimo, dois anos após o reimplante? Consenso: Há uma tendência não significativa para melhor amplitude de movimentos com espaçadores articulados em comparação aos espaçadores não-articulados, e este grupo de trabalhoconsidera-aválidaparaosdoentes. 199 VotaçãodosDelegados:AFavor:82%,Contra:12%,Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificação: Umarevisãodaliteraturaexistenterevelaumnúmerototalde46artigosoriginais(excluindo relato de casos, artigos de revisão e relatórios técnicos), incluindo 4 estudos com nível de evidência2,8denível3e34denível4,relacionadosaousodeespaçadores.1-46 A maioria destes estudos analisou o resultado funcional, a médio prazo, dos doentes após o segundo tempo e comparou os espaçadores articulados aos não-articulados. A maioria dos estudos mostram uma amplitude de movimento superior nos doentes que receberam espaçadores articulados, em comparação aos doentes com espaçadores não-articulados. O ângulo de flexão médio relatado para os doentes que receberam espaçadores articulados (1,195casos)apósumacompanhamentomédiode44.3meses,foide96.4ᵒ[variação63-115ᵒ; desvio padrão (SD=10.8)], enquanto em todos os casos relatados de doentes do grupo de espaçadores não-articulados (474 casos), uma média de flexão de 91.2ᵒ (variação 73.8-106ᵒ; SD=8.7)foireportadaapósumacompanhamentomédiode52meses. Questão 3: Há alguma diferença funcional no uso de espaçadores articulados e nãoarticulados,implantadosentreos2tempos,paraotratamentodeIPPemancas? Consenso:Umespaçadorarticuladobemfuncionanteproporcionamelhorfunçãoaopaciente entreostemposdeumarevisãodecirurgiadesubstituiçãoprotésicadaanca(PTA)infetada. Esses são especialmente preferíveis para os doentes que tenham uma alta probabilidade de necessitardoespaçadorpormaisdetrêsmeses. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%,Contra:7%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Existem26artigosoriginais(excluindorelatodecasos,artigosderevisãoerelatóriostécnicos) analisandoosresultadosfuncionaisdosdoentesquesesubmeteramaumarevisãodePTAem dois tempos para IPP. A maioria dos estudos disponíveis relatam os resultados funcionais de acordocomoHarrisHipScore(HHS).Encontramosumestudodenível1deevidência,doisde nível2,doisdenível3e21denível4. Poucosestudos,queavaliamafunçãodopacienteentreos2tempos,deressecçãoeposterior reimplantação, identificam uma evolução melhor dos doentes que receberam espaçadores articulados,comparadoscomosquereceberamimplantesnãoarticulados.42,47-71 Questão4:Existealgumadiferençanousodeespaçadoresarticuladosenão-articuladosno tratamento da infeção periprotésica (IPP) da anca com, no mínimo, dois anos após o reimplante? Consenso: Existe uma tendência não significativa para melhores resultados funcionais dos espaçadoresarticulados,quandocomparadosaosnão-articulados,eestegrupodetrabalhoa consideraválidaparaosdoentes. VotaçãodosDelegados:AFavor:81%;Contra:12%;Abstenção:7%(ForteConsenso) Justificação: 200 Há 26 artigos originais (excluindo relatos de casos, artigos de revisão e relatórios técnicos) analisandoosresultadosfuncionaisdosdoentesquesesubmeteramarevisãodePTAemdois estágios devido a IPP. A maioria dos estudos disponíveis relatam os resultados funcionais de acordocomoHHS.Encontrámosumestudodenível1deevidência,doisdenível2,doisde nível 3 e 21 de nível 4. A maioria dos estudos que comparam o resultado a médio prazo do tratamentocirúrgicoparaIPPrevelammelhorresultadofuncional(usandoamediçãodoHHS) para doentes que receberam espaçadores articulados, em comparação com os espaçadores não-articulados.AmédiareportadadoHHSparatodososdoentesquereceberamespaçadores articulados(898casos)apósumacompanhamentomédiode49.5mesesfoide83.1(variação de 68-97.8; SD=8.2), contratando com 80.6 (variação 78-82.3; SD=2.3) para aqueles que receberam espaçadores não-articulados (63 doentes) após uma média de seguimento de 61 meses.42,47-71 Questão 5: Existe alguma diferença na reimplantação (dificuldade técnica) com o uso de espaçadoresnão-articuladosouarticuladosparaotratamentodeIPPnojoelhoenaanca? Consenso: Sim. A cirurgia de reimplantação em doentes que receberam espaçadores articuladosénogeralmaisfácilquandoemcomparaçãoaosnão-articulados. VotaçãodosDelegados:AFavor:81%;Contra:8%,Abstenção:11%(ForteConsenso) Justificação: Tanto quanto foi possível pesquisar não se encontraram estudos que comparassem diretamente a dificuldade do segundo tempo cirúrgico entre doentes que receberam espaçadoresarticuladosenão-articulados.Todavia,relatospráticosfundamentamaimpressão de que o uso de espaçadores articulados facilitam a cirurgia de reimplante. A melhoria da tensãodepartesmoles,acapacidadedodoenteemmoveraarticulaçãonointervaloentreos doistemposeumamelhorrestauraçãodaanatomiapodemserasrazõesparaestadiferença. Questão6:Existealgumadiferençanaerradicaçãodainfeçãocomousodeespaçadoresnão articuladosearticuladosnojoelho? Consenso:NÃO.Ostiposdeespaçadoresnãoinfluenciamnataxadeerradicaçãodainfeçãona revisãodeartroplastiadojoelhoemdoistempos. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%;Contra:6%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: A revisão da literatura revelou 59 artigos originais (excluindo relatos de casos, artigosderevisãoerelatóriostécnicos)relativosaestatemática.Nãohouvenenhumestudo denível1deevidênciacomoobjetivodeexaminarosucessodotratamentocirúrgiconoque diz respeito ao controlo de infeções. Havia 5 estudos de nível 2, 11 estudos de nível 3, e 43 estudosdenível4.1-59 Onze estudos compararam a taxa de erradicação da infeção pelo uso de espaçadores articuladosenão-articulados.Foianalisadatodaaliteraturadisponível,incluindo1,557casos tratadoscomespaçadoresarticuladose601casostratadoscomespaçadoresnão-articulados. Umapercentagemdeerradicaçãode91.5%(132casosdereinfeção)foisuperiorcomousode espaçadores articulados com um seguimento de, pelo menos, 42.4 meses. A taxa de 201 erradicação no uso de espaçadores não-articulados com 55.8 meses de seguimento foi de 87,0% (78 casos de reinfeção). É possível que o seguimento mais longo da coorte de espaçadores não-articulados possa explicar a leve diferença no controle de infeção entre as coortesdeespaçadoresarticuladosenão-articulados.Outrofatorlimitanteparaacomparação entreosgrupospodeestarrelacionadocomadiferençaentreperfisdosorganismosinfetantes (fraca ou forte virulência), idade dos doentes e as comorbilidades clínicas. Nenhum dos estudos realizou uma análise multivariada para isolar o uso dos espaçadores como fator independente,queinfluencieosresultadosdetratamentoscirúrgicos,noquedizrespeitoao controlodeinfeção.1-6,8-27,29-46,72-85 Questão 7: Existe alguma diferença na erradicação da infeção com uso de espaçadores articuladosenão-articuladosnaanca? Consenso: NÃO. Os tipos de espaçadores não possuem influência na taxa de erradicação da infeçãonaartroplastiaderevisãodaancaemdoistempos. VotaçãodosDelegados:AFavor:95%;Contra:3%,Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: A revisão da bibliografia revelou 65 artigos originais (excluindo relatos de casos, artigos de revisãoerelatóriostécnicos)quetratamdestetema.Amaioriadosestudosdisponíveissãode nível 4 de evidência num total de 55 estudos, seguidos de cinco estudos de nível 3 e quatro estudosdenível2.Apenasumestudodenível1foiencontrado.9,42,47-72,74,78,86-120. Tendo como base a literatura disponível, encontrámos 2,063 casos de PTA infetada tratados com espaçadores articulados e 354 casos de PTA infetada tratados com espaçadores nãoarticulados. A taxa de erradicação, de 92.5% (154 casos de reinfeção), foi levemente maior comousodeespaçadoresarticuladosnumseguimentode43,4meses.Ataxadeextinçãofoi de90.7%(33casosdereinfeção)comousodeespaçadoresnão-articulados,comseguimento 49.6 meses. Também foi analisada a taxa de complicação usando espaçadores articulados e não-articulados. A percentagem total de complicação foi de 11.6% usando espaçadores articulados e 6.9% usando os não-articulados. As variáveis de confusão podem ser, novamente, diferenças no seguimento, no perfil dos organismos infetantes, na idade dos doentes, nas comorbilidades clínicas e outros diversos fatores que influenciam os resultados daintervençãocirúrgicaparaIPP.Nenhumdosestudosefetuouumaanálisemultivariadapara isolarotipodeespaçadorcomoumfatorindependentequeinfluencieocontrolodainfeção. Questão 8: Existe alguma diferença na erradicação da infeção entre os diferentes tipos de espaçadoresarticuladosutilizadosnojoelho? Consenso: Não há diferença na erradicação da infeção entre os diferentes tipos de espaçadoresarticuladosnotratamentodaPTJinfetada. VotaçãodosDelegados:AFavor:90%;Contra:5%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Arevisãodabibliografiadisponívelrevelou45artigosoriginais(excluindoosrelatosdecasos, artigosderevisãoerelatóriostécnicos).Nãoseencontraramestudosdenível1deevidência; 202 haviacincoestudosdenível2,11estudosdenível3e29estudosdenível4.1,3-6,8-10,12-14,16-18,2125,27,29,30,32,33,35,38,40-45,51,72,73,77,79,82,83 Examinamososresultadosdascoortescombinadas,queincluíram1,592casosdePTJinfetadas tratadas com diferentes espaçadores articulados (PROSTALAC, Depuy-Warsaw-IN, n=314 casos;técnicadeHoffman,n=410;moldescimentados,n=716;eSpacerK,n=52casos).Ataxa de erradicação foi discretamente superior com o uso do Spacer K com 94.2% (3 casos de reinfeção) seguidos da técnica de Hoffman com 93.7% (26 casos de reinfeção), e moldes cimentados com 91.6% (60 casos de reinfeção) no tratamento da PTJ infetada. A taxa de extinçãocomousodoespaçadorPROSTALACfoide91.1%(28casosdereinfeção). Questão9:Hácontraindicaçõesparaousodeespaçadoresarticuladosenão-articulados? Consenso: Não existem contraindicações certas para o uso dos dois espaçadores, senão da viabilidadetécnicadoprocedimento.Emdoentescomperdaósseae/oufaltadeintegridade das partes moles ou da restrição ligamentar, deve-se considerar o tratamento com espaçadoresnão-articulados. VotaçãodosDelegados:AFavor:92%;Contra:3%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Tendo em conta as evidências disponíveis, é difícil determinar se existe alguma contraindicaçãoparaousodequalquerdosdoistiposdeespaçadoresnojoelhoounaanca. No entanto, cirurgiões especialistas que tratam doentes com IPP na anca e no joelho são, frequentementedaopiniãodequeousodeespaçadoresarticuladosemdoentescomperdas ósseas,grandesdefeitosdepartesmolesoudaintegridadeligamentarpodemcausarluxação doespaçador.Alémdissooscirurgiõespreferemusarespaçadoresnão-articuladosemdoentes comgrandesdefeitosdepartesmolesaoredordasarticulaçõesparapreveniralocomoçãoe permitirmelhorcicatrizaçãodepartesmoles.Noentanto,estapráticanãofoicientificamente estudada.Tambémfoianalisadaataxadecomplicaçãodosdoistiposdeespaçadores.Ataxa total de complicação foi de 11.6% com uso de espaçadores articulados e 6.9% com uso dos não-articulados.9,47-72,74,78,86-120 É importante salientar que a maior taxa de complicação foi encontradacomousodeespaçadoresarticulados. Questão 10: Existem diferenças nos resultados funcionais entre os espaçadores préfabricadosouespaçadoresdinâmicosfeitospeloscirurgiõesutilizadosnojoelho? Consenso: Não existe diferença no resultado funcional entre os espaçadores para o joelho sejampré-fabricadosouosespaçadoresdinâmicosfeitospeloscirurgiões.Porém,devemser consideradososcustosenvolvidos,afacilidadedeutilizaçãoeaconcentraçãodeantibióticosa usar. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%;Contra:5%,Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificação: Revendo a literatura foram encontrados 50 artigos originais (excluindo os relatos de casos, artigos de revisão e relatórios técnicos). Nenhum dos estudos eram de nível 1 de evidência; havia6estudosdenível2,11estudosdenível3e33estudosdenível4.1-50 203 Foramanalisados1,525casosdePTJinfetadastratadoscomespaçadorartesanal(n=1,074)ou espaçadormanufaturado(n=451).Amédiadeflexãoaofinaldoseguimentofoide101.9°(77°115°;SD=8.3)utilizandoumespaçadorartesanalemcomparaçãocom90,2º(variaçãode63°106°;SD=12.3)comespaçadorespré-fabricados.1,3-10,12-14,16-19,22-25,27-29,31-45,72,73,75,77,79-82,84,85,108 Questão11:Existemdiferençasnataxadeerradicaçãodainfeçãoentreosespaçadorespréfabricadoseespaçadoresarticuladosfeitospeloscirurgiõesutilizadosnojoelho? Consenso:Nãoexistemdiferençasnataxadeerradicaçãodainfeçãoentreosespaçadorespréfabricados e espaçadores articulados feitos pelos cirurgiões utilizados no joelho. No entanto, háqueconsiderarcustos,afacilidadedeutilizaçãoeaconcentraçãodeantibióticos. VotaçãodosDelegados:AFavor:93%;Contra:2%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Revendoaliteraturadisponívelforamencontrados50artigosoriginais(excluindoosrelatosde casos, artigos de revisão e relatórios técnicos). Nenhum dos estudos eram de nível 1 de evidência;havia6estudosdenível2,11estudosdenível3e33estudosdenível4.1-50243 Foramanalisados1,525casosdePTJinfetadastratadoscomespaçadorartesanal(n=1,074)ou espaçadorespré-fabricados(n=451).Ataxadeerradicaçãofoicomparável,com92.2%(84reinfeções)comousodoespaçadorartesanalecomousodeespaçadoresindustriais90.5%(43 reinfeções). Questão 12: Existem diferenças no resultado funcional entre espaçadores pré-fabricados e espaçadoresdinâmicosfeitosporcirurgiõesutilizadosnaanca? Consenso: Não há nenhuma diferença no resultado funcional entre os espaçadores préfabricados e espaçadores dinâmicos feitos por cirurgiões, para uso na anca. Há apenas que consideraraquestãodoscustos,afacilidadedeutilizaçãoeaconcentraçãodeantibióticos. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%;Contra:7%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificativas: Uma revisão da bibliografia disponível mostrou 55 artigos originais (excluindo os relatos de casos,artigosderevisãoerelatóriostécnicos).Houveumestudodenível1deevidência;havia quatro estudos de nível 2, quatro estudos de nível 3 e 46 estudos de nível 4.9,47-54,56-59,61-67,7072,74,78,86-88,90-98,100-108,110-113,115,117,119,120,123 Foramanalisados1,925casosdePTAinfetadastratadoscomespaçadoresartesanais(n=1,011) ou espaçadores pré-fabricados (n=914). A média do HHS no final do seguimento foi comparável com uso de espaçadores artesanais (media 84.9; variação 68-97.8; SD=8.7) ou espaçadorespré-fabricados(mediaHHS=82.3;variação70-93;SD=8.0). Questão 13: Há diferenças na taxa de erradicação da infeção entre espaçadores préfabricadoseespaçadoresdinâmicosfeitosporcirurgiõesutilizadosnaanca? 204 Consenso: Não há nenhuma diferença na taxa de controlo de infeção entre os espaçadores pré-fabricados e espaçadores dinâmicos feitos por cirurgiões, para uso na anca. Porém, a questão dos custos, a facilidade de utilização e a concentração de antibióticos deve ser considerada. VotaçãodosDelegados:AFavor:94%;Contra:3%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: Revendo a literatura disponível salientaram-se 55 artigos originais (excluindo os relatos de casos, artigos de revisão e relatórios técnicos). Houve um estudo de nível 1 de evidência; quatroestudosdenível2,quatroestudosdenível3e46estudosdenível4. 9,47-54,56-59,61-67,7072,74,78,86-88,90-98,100-108,110-113,115,117,119,120,123 Foramanalisados1925casosdePTAinfetadastratadascomespaçadoresartesanais(n=1,011) ouespaçadorespré-fabricados(n=914).Ataxadecontrolodeinfeçãocomousodoespaçador artesanal foi de 94.0% (61 reinfeções), semelhante ao uso dos espaçadores pré-fabricados, com93.5%(59reinfeções). Questão14: Que antibióticos devem ser usados e em que quantidades devem ser adicionadosaosespaçadorescimentados? Consenso:Otipodeantibióticoeadosenecessáriaaseradministradaparacadapaciente,é dependentedoperfildoorganismoeantibiograma(sedisponível),bemcomonafunçãorenal e da presença de alergias medicamentosas. Contudo, a maioria das infeções podem ser tratadas com um espaçador com Vancomicina (1-4 g por pacote de 40 g de cimento) e Tobramicina(2.4–4.8gporpacotede40gdecimento),ouGentamicina(1-4gporpacote40g de cimento). Apresentamos uma lista de todos os antibióticos disponíveis e a variação de dosesaseremutilizadascontraosagentesinfeciososmaiscomuns. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%;Contra:7%,Abstenção:4%(ForteConsenso) A Tabela abaixo apresenta a lista de antibióticos disponíveis para os espaçadores de anca e joelho.Asvariaçõesdedosedemonstramsomenteasdosesutilizadasnosestudosanalisados e não são recomendações.1-134 Mais uma vez, os tipos de antibióticos e doses devem ser administradosconformeoperfildoorganismoeantibiograma(sedisponível),observando-se osdoentesrenaisealérgicos. GruposdeAntibióticos Tipode Antibiótico Aminoglicosídeo Tobramicina Bactériasgram-negativas,ex Pseudomonas Gentamicina Bacteriasgram-negativas- Escherichiacoli,Klebsiellae particularmentePseudomonas aeroginosa,assimcomo Aminoglicosídeo Espectrodeação Dosepor40g decimento 1g–4.8g 0.25g–4.8g 205 bacteriasaerobicas (anaeróbiosfacultativos) Cefalosporinade primeirageração Cefazolina Cefalosporinade segundageração Cefuroxime Cefalosporinade terceirageração Cefalosporinadequarta geração Cefalosporinadequinta geração Ceftazidime Cefotaxime Ceftaroilne Fluoroquinolonas Ciprofloxacina Glicopeptideo Vancomicina Lincosamida Clindamicina Macrólidos Eritromicina Polimixina Colistina ß-lactâmicos Piperacillina ß-lactâmicos Aztreonam Inibidordeβ-lactamase Tazobactam Oxazolidinona Linezolida Carbapenemico Meropenem Lipopeptideo Antifungicos Antifungicos Daptomicina Anfotericina Variconazol Gramnegativospositivos, coberturalimitadaparagram negativos Coberturalimitadaparagrampositivos,melhorcobertura paragram-negativos. Bacteriasgram-negativas, particularmentePseudomonas Bacteriasgram-negativas,sem açãocontraPseudomonas Bacteriasgram-negativas,sem açãocontraPseudomonas Acaocontragram-negativos, inclusiveEnterobacteriaciae Bacteriasgram-positivas, inclusiveorganismos meticilina-resistentes Cocosgram-positivos, anaerobios cocosaerobiosgram-positivos andbacilos Gramnegativosnegativos Bactériasgram-negativas (particularmente Pseudomonas),Enterobacteria eanaerobios Apenasbacteriasgramnegativas Bacteriasgram-negativas (particularmente Pseudomonas), Enterobacteria,eanaerobios quandocombinadaa Piperacillina cocosgram-positive multiresistentes,comoMRSA bacteriasgram-positivase gram-negativas,anaerobios, Pseudomonas Apenasgram-positivos Maioriadosfungos MaioriadosFungos 1g-2g 1.5g-2g 2g 2g 2g-4g 0.2g-3g 0.5g-4g 1g-2g 0.5g-1g 0.24g 4g-8g 4g 0.5g 1.2g 0.5g-4g 2g 200mg 300-600mg Justificação: 206 Alguns antibióticos tornam-se inativos após a reação exotérmica de polimerização do polimetacrilatodemetila(PMMA).Porisso,nãopodemserusadosemespaçadores.Alistade todososantibióticosdisponíveiseosorganismoscontraosquaiselesatuamestáacima. Embora existam alguns estudos que afirmem que usar altas doses de antibiótico ao cimento (PMMA) é possível e sem risco de toxicidade sistémica, a maioria dos cirurgiões já tiveram doentes que desenvolveram toxicidade renal após o uso de espaçadores de cimento impregnadoscomantibióticos.Existemtrêsfatoresprincipaisqueinfluenciamalibertaçãodo antibiótico a partir do espaçador de PMMA e o potencial para toxicidade renal. Isto inclui o tipodecimentodePMMAusado(cimentosdealtaviscosidadecontendoco-polímerosdeMAMMAtemmelhoresperfisdelibertaçãodeantibióticosdoqueoutrasformulaçõesdecimento ósseo acrílico), a função renal do paciente e a maneira como os espaçadores são feitos e posicionados na articulação infetada. Quanto maior for a área da superfície do espaçador, maiorseráalibertaçãodoantibióticopeloespaçador.Algunscirurgiõescolocamumabolade espaçadorcimentadonaarticulação,enquantoqueoutrosoptamporcolocarváriasesferasde PMMAnaspartesmolesounocanalintramedular.Ocirurgiãoprecisalevaremconsideração ambasasopções,quandoestiverperanteumaartroplastiainfetada. Não foi encontrada nenhuma evidência a favor ou contra qualquer dos cimentos de PMMA comercialmente disponíveis, que podem ser utilizados para formar um espaçador. Dois dos mais utilizados cimentos de PMMA, denominados PALACOS e Simplex, foram comparados. Examinámososdadosdisponíveiscomrelaçãoàtaxadecontrolodeinfeçãoentreestesdois tipos de cimento. No total, 1160 casos de PTJ infetadas foram incluídos. Desses 1,160 casos, em811foiaplicadoocimentoPALACOS(69.9%)enosrestantes349casosfoiusadoocimento Simplex (30.1%). A taxa de erradicação teve resultados similares, com 91.6% (68 casos de reinfeção),utilizandocimentoPalacos,emcomparaçãocomcimentoSimplexqueapresentou uma taxa de erradicação de 89.4% (37 casos de reinfeção).1-4,7-10,12-14,17,18,2830,32,33,36,38,40,41,43,72,73,76-78,80-84,108 Também foram analisados os dados disponíveis para os casos dePTAinfetadas.Foramincluídos1,454casos(Palacos,n=1,201;eSimplex,n=253).Ataxade controlo de infeção foi idêntica em ambos os grupos, com uma taxa de 93.7% (16 casos de reinfeção) para o Simplex e 93.8% (74 casos de reinfeção) para o cimento Palacos.3,9,47,48,5054,56,60-66,70,72,73,78,87,90-92,94,95,98,100,102,104,105,108,110,113,115,117,119,123 Questão 15: Qual é a técnica ideal para a preparação de um espaçador de cimento com antibiótico de alta dose (tipo de mistura, quando e como adicionar antibióticos e porosidade)? Consenso:Nãoháconsensosobreométododepreparaçãodeespaçadoresdecimentocom doseselevadasdeantibiótico. VotaçãodosDelegados:AFavor:93%;Contra:3%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: A farmacocinética da libertação de antibióticos, a partir da matriz, é influenciada por vários agentes, incluindo a porosidade do cimento (cimento de alta viscosidade contendo copolímerosdeMA-MMAtemdemonstradopossuirmelhoresperfisdelibertaçãodeantibióticos do que outras formulações de cimento ósseo acrílico), a dose e tipo de antibióticos adicionadosaoPMMA,eaformaeaáreadesuperfíciedoespaçador. 207 Umdosprincípiosbásicosparaapreparaçãodoespaçadordizrespeitoaoreconhecimentode queaconcentraçãolocaldoantibióticodeveserclaramentesuperioràconcentraçãoinibitória mínima e apresentar concentrações bactericidas mínimas para o organismo infeccioso.124 Em geral,osespaçadoresdevemgerarelevadasconcentraçõeslocaisdeantibióticos,semcausar toxicidadesistémica.Éreconhecidoquealibertaçãodoantibióticoapartirdocimentoémais elevada nas primeiras 24 a 72 horas após a cirurgia.125 Há indícios que a elevada libertação inicialdeantibióticodocimentoéresultadodaerosãomecânicadasuperfíciedoespaçador.A emissão prolongada, no decorrer das semanas, refere-se a própria característica do cimento ósseocomosantibióticos.126 Outro fator que influência a eficácia da libertação do antibiótico dos espaçadores inclui a combinaçãodosantibióticosusados,aresistênciaàfadigadoPMMAeatécnicademistura.As combinaçõesdeantibióticospodemalteraracaracterísticadelibertaçãodecadaagente.Por isso, enquanto um antibiótico se dissolve, a porosidade aumenta e a superfície sofre alterações, o que permite maior libertação de outros antibióticos. Por exemplo, verificou-se quehouveumaumentoestatisticamentesignificativonalibertaçãodavancomicina,quandoa dosedetobramicinafoiaumentadade2.4gparapelomenos3.6gnamistura.108 Princípiosgeraisparamisturarantibióticosaocimento. Oantibióticoprecisaser: -Bactericida. -Emformadepóparapermitirmelhorintegraçãocomocimento.127 -Estéril. -Termoestável. -Solúvelemágua. Osaspetostécnicosparapreparaçãodeumespaçadorincluem: -MisturaroantibióticoestérilempóaoPMMA. -Esmagarosgrumosdeantibiótico. -AadiçãodemonómerolíquidoparaamisturadePMMAeantibiótico.128,129 -Érecomendadaamisturaàmãonumpotesemvácuo,porqueasbolhasfacilitama libertaçãodosantibióticos.130 - A adição de agentes de enchimento tais como Xyletol ou Ancef melhoraram a libertaçãodeantibióticosactivos.122,131-133 -Casoopódeantibióticosejaadicionadoaocimentoapósomonómero,omomento ideal para adição do antibiótico é 30 segundos após o monómero líquido ter sido misturadoaoPMMA.134 -Juntarumaquantidadeelevadadeantibióticoaocimentoirádiminuiraresistênciaà fadiga e aumentar o risco de fratura. Uma quantidade superior a 4.5g de pó irá, enfraquecer substancialmente o cimento ósseo. No entanto, para a maioria dos espaçadores com antibióticos, a elução do antimicrobiano são é a principal 208 preocupação.Contudo,foiobservadaaresistênciamecânicaemcasosdeespaçadores estruturais. 209 Referências: 1.AndersonJA,SculcoPK,HeitkemperS,MaymanDJ,BostromMP,SculcoTP.Anarticulating spacer to treat and mobilize patients with infected total knee arthroplasty. J Arthroplasty. 2009;24(4):631-635. 2.BoothREJr,LotkePA.Theresultsofspacerblocktechniqueinrevisionofinfectedtotalknee arthroplasty.ClinOrthopRelatRes.1989;(248):57-60. 3. Brunnekreef J, Hannink G, Malefijt Mde W. Recovery of knee mobility after a nonarticulatingormobilespacerintotalkneeinfection.ActaOrthopBelg.2013;79(1):83-89. 4. Chiang ER, Su YP, Chen TH, Chiu FY, Chen WM. Comparison of articulating and nonarticulating spacers regarding infection with resistant organisms in total knee arthroplasty. ActaOrthop.2011;82(4):460-464. 5. Choi HR, Malchau H, Bedair H. 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Consenso:AI&Dpodeserlevadaacaboeminfeçõespós-operatóriasprecoces,queocorram dentrodetrêsmesesdaartroplastiaprimáriaoriginal,commenosde3semanasdesintomas. VotaçãodosDelegados:AFavor:84%;Contra:13%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Questão1B:AI&Dpodeserconsideradaparainfeçõeshematogéneastardias? Consenso:AI&Dpodeserrealizadaemdoentescominfeçãohematogéneatardia,queocorra dentro de três semanas após um evento provocativo ou com sintomas não superiores a três semanas. VotaçãodosDelegados:AFavor:88%;Contra:9%,Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: A I&D é uma opção viável em doentes no período pós-operatório precoce ou com infeções hematogéneastardias.1 AtaxadesucessodaI&Dsitua-seentre0%e89%.2 Ésabidoqueeste procedimento, realizado em infeções precoces ou infeções hematogéneas tardias, tem uma taxa de sucesso mais elevada em doentes saudáveis, infeções com organismos de baixa virulência e em doentes com sintomatologia recente.1,3-25 Caso a I&D seja executada, é necessárioassegurar-sequeapróteseestejaestávelebemposicionada,equeexistaumaboa coberturadepartesmoles. Questão2:QuaissãoascontraindicaçõesparaarealizaçãodeI&D? Consenso: Incapacidade de fechar a ferida ou a presença de fístula são contraindicações absolutas para I&D e retenção da prótese. Outra contraindicação absoluta é a presença de umaprótesedescelada. VotaçãodosDelegados:AFavor:95%;Contra:4%,Abstenção:1%(ForteConsenso) 218 Justificação: Aincapacidadedefecharaferidaéumacontraindicaçãoabsolutaparaaretençãodaprótese. Uma ferida aberta permite a contaminação e a colonização da prótese e irá resultar numa infeção crónica. Outras contraindicações relativas incluem a infeção com organismos profundamentevirulentostaiscomooS.aureusresistenteàmeticilina(MRSA)25,26 ouinfeções polimicrobianas27 (muitasvezes,resultantesdapresençadefístulas),eemdoentescomvárias comorbilidades,particularmenteaimunossupressão.13,28 Marculescuetal.demonstraramque apresençadeumafístulalevaaumaoddsratio(oddsratio[OR])de2.84paraofracassoda I&D.29 Questão3A:AorealizaraI&DparahematomaapósPTJ,afásciaprofundadeveseraberta? Consenso: A fáscia/artrotomia deve sempre ser aberta em doentes com hematoma pós prótesetotaldojoelho(PTJ). VotaçãodosDelegados:AFavor:87%;Contra:8%,Abstenção:5%(ForteConsenso) Questão3B:AorealizaraI&DparahematomaapósPTA,afásciaprofundadeveseraberta? Consenso: A aspiração da articulação seja antes da cirurgia, ou no momento da I&D, deverá ser executada. Em doentes com defeito evidente na fáscia ou hematoma/líquido profundo à fáscia,confirmadopelaaspiração,amesmadeveráseraberta. VotaçãodosDelegados:AFavor:87%;Contra:9%,Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Existe pouca ou nenhuma orientação na literatura disponível sobre o que deve ser feito quando um cirurgião encontra uma ferida com drenagem persistente e/ou hematoma em formação.18,30 Emboraaformaçãodehematomasuperficialsejahabitual,asconsequênciasde não se identificar hematoma ou infeção profundas num paciente com prótese podem ser desastrosas.15Assimsendo,aopiniãodestegrupodeconsensoéqueinvestigaçõesnecessárias devemserrealizadasparaavaliarseumhematomaésuperficialouseseestendeuàscamadas maisprofundas.Afásciadeveserabertaeohematomaprofundoevacuadonos doentesem que houve a colheita do líquido sanguíneo profundo à fáscia. A I&D é um procedimento diferentedare-operaçãorealizadaparaosimplesesvaziamentodehematoma. Questão 4: Como deve a I&D ser executada para o tratamento da Infeção Articular Periprotésica(IPP)? Consenso:AI&Ddeumaarticulaçãoprotésicadeveserrealizadametodicamente,edeacordo comoprotocolodetalhadofornecido.Resumidamenteesteinclui: -Otimizaçãoclínicapré-operatóriadopaciente -Boavisualizaçãoedesbridamentocompleto -Obtençãodemúltiplasamostrasdecultura 219 -Irrigaçãoabundante(6-9L)daarticulação -Remoçãodaprótese,seindicado. VotaçãodosDelegados:AFavor:90%;Contra:6%;Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: A articulação deve ser aberta através do anteriormente mencionado, sob condições assépticas.30 Escove e lave todas as superfícies com uma solução antisséptica. Deve ser realizada uma irrigação abundante com lavagem pulsátil de baixa pressão ou irrigação com seringa.Hátestemunhosalarmantesdequeousodelavagemdealtapressãopodeespalhara infeçãoparaumasituaçãomaisprofunda.31,32 Questão5:OscomponentesmodularesdevemsempresertrocadosduranteaI&D? Consenso:Sim.Todososcomponentesmodularesdevemserretiradosetrocados,sepossível, duranteaI&D. VotaçãodosDelegados:AFavor:92%;Contra:8%;Abstenção:0%(ForteConsenso) Justificação: Não há literatura que revele muito quanto ao papel da troca de componentes modulares. Embora este procedimento resulte num aumento de gastos, prolongamento da cirurgia e aumentodamorbilidadeéanossaopiniãoqueeleénecessárioparapermitiroacessoapartes da articulação que não poderiam ser acedidas sem a remoção dos componentes modulares. Isto é especialmente verdadeiro na PTJ. O acesso à cápsula posterior para execução do desbridamento adequado não é possível sem a remoção do polietileno tibial. Portanto, é aconselhável a remoção e troca dos componentes modulares (se possível) em todos os doentessubmetidosaI&D.1,6,7,11,13,17,25,26,30,33,34 Apesardaremoçãodopolietilenosertotalmentenecessáriaparaodesbridamentoadequado, a reinserção de um componente re-esterilizado também pode ser razoável. Num estudo de Laffer et al.35 o componente modular de polietileno foi removido e lavado com antisséptico duranteaI&DdePTJ.Osinvestigadoressugeremqueestapodeserumaopçãorazoávelem relaçãoàtrocadecomponentes,quegeracustosadicionais. Questão6:Existemsistemasúteisdeclassificação(comoaclassificaçãodeTsukayama)que podemguiarocirurgiãoparadecidirsobreaaplicabilidadedaI&D? Consenso: O sistema de classificação disponível é desajustado para orientar o cirurgião na escolha da intervenção cirúrgica apropriada para o tratamento da IPP precoce. Há a necessidadedemaisestudosparaaidentificaçãodefatoresderiscoparaofracassodaI&Dem doentescomIPPaguda. VotaçãodosDelegados:AFavor:84%;Contra:5%;Abstenção:11%(ForteConsenso) Justificação: Existem inúmeros sistemas de classificação para IPP. A classificação de Tsukayama tem sido utilizadacomoguiaebaseparaaindicaçãodotratamentocirúrgico.17,36 Nestadefine-seuma 220 infeção precoce como aquela que ocorre no prazo de um mês da artroplastia, e qualquer infeção após esse tempo é considerada tardia. A infeção hematogénea aguda está também incluída neste sistema de classificação. A classificação de Zimmerli/Trampuz define uma infeção precoce como aquela que ocorre dentro de 3 meses da cirurgia. Infeções entre 3-24 mesessãoditasinfeçõesretardadaseinfeçõesqueocorremnumperíodomaiorque24meses apósaartroplastiaoriginalsãoclassificadascomotardias.23 Estessistemasdeclassificaçãosão úteis na medida em que facultam uma descrição da patogénese, com a teoria de que as infeçõesprecocespodemseroresultadodecontaminaçãoduranteacirurgia,enquantoqueas infeções tardias são possivelmente adquiridas pela disseminação hematogénea. Outra classificação,propostaporSennevilleetal.,baseia-seprincipalmentenaduraçãodossintomas e coloca menos ênfase a calendarização da artroplastia índice. Com base nesta classificação, infeçãoagudaéaquelacommenosdeummêsdesintomase,qualquerinfeçãocommaisde ummêsdesintomaéconsideradatardia.37 Menosdoque4semanasdesintomasébastante comum, de acordo com Garvin et al.17,38,39 A classificação proposta por McPherson considera outroscritériosalémdotempo,taiscomofatoresdohospedeiroefatoresdomicroorganismo, e analisa períodos inferiores a 3 semanas.40 Dados recentes sugerem que o sucesso da manutenção da prótese depende de muitos outros fatores além do momento em que a infeçãoaconteceu.41,42Assim,adecisãoderealizaraI&Dnumdoentecominfeçãodevecontar com muitos outros parâmetros, incluindo o tipo de hospedeiro, a virulência do organismo infetanteeascondiçõesdepartesmoles.Obiofilmeéofatorchaveparaosucessooufracasso do uso da I&D.30,43 Apenas com mais pesquisas será possível identificar os fatores que influenciam o resultado de uma intervenção cirúrgica para IPP em geral, e de I&D em particular. Questão7:AI&Déumprocedimentodeemergênciaouopacientepodeserotimizadoantes doprocedimento?Nestaúltimacircunstância,oqueprecisaserotimizado? Consenso: Não. A I&D não é um procedimento de emergência num doente sem sepsis generalizada. Todos os esforços devem ser feitos para otimizar os doentes antes da intervençãocirúrgica. VotaçãodosDelegados:AFavor:92%;Contra:6%;Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: Embora muitos acreditem que o paciente que apresenta uma infeção aguda deva ser submetido a cirurgia logo que possível, não há nada que sugira que qualquer atraso na intervençãocirúrgicaafetenegativamenteoresultado.Oquesesabeéqueos doentescom comorbilidades clínicas que não são controladas podem estar em risco de complicações, algumas das quais podem tornar-se fatais. Além disso, submeter o paciente à I&D sem identificar possíveis coagulopatias, que podem ser o resultado da administração de anticoagulantes,poderesultarnodesenvolvimentodehematomas,comtodososseusefeitos adversos.Dessamaneira,éessencialqueascondições,taiscomohiperglicemianãocontrolada (> 180 mg/ml), anemia grave (Hb <10 mg/dL), coagulopatia e outras condições reversíveis, sejam identificadas antes de submeter o paciente à I&D. O estado nutricional de qualquer paciente que será submetido a re-operação também deve ser verificado e, medidas (se houver)devemserimplementadasparareverteradesnutrição. 221 Questão8:AartroscopiatemfunçãonaI&D? Consenso:ArtroscopianãotemnenhumpapelnaI&Dnaarticulaçãoprotésicainfetada. VotaçãodosDelegados:AFavor:91%;Contra:7%;Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: Existem alguns estudos publicados que demonstram que o resultado da I&D é significativamente pior quando o desbridamento foi realizado utilizando a artroscopia.6,35,44 Como mencionado anteriormente, um dos principais fatores determinantes do sucesso de umaintervençãocirúrgicaparaotratamentodeIPPéacapacidadederealizardesbridamento adequado e reduzir a carga bacteriana. Usando a artroscopia o cirurgião não é capaz de ter acessoatodososcompartimentosepartesdaarticulaçãoe,portanto,nãoépossívelfazero desbridamentocompleto.Noentanto,podehaverumafunçãodiagnósticaparaaartroscopia naPTJ. Questão9:QuantosprocedimentosdeI&Dsãoaceitáveisantesdaremoçãodosimplantes serconsiderada? Consenso:ApósofracassodeumaI&D,ocirurgiãodeveconsiderararetiradadosimplantes. VotaçãodosDelegados:AFavor:94%;Contra:6%;Abstenção:0%(ForteConsenso) Justificação: Embora a intervenção cirúrgica varie entre cada paciente, é improvável que múltiplas I&D possam ser úteis. Se várias tentativas de I&D não conseguirem controlar a infeção num paciente,deve-seconsiderararemoçãodosimplantes.13,45 Montetal.consideraramaceitável executar vários desbridamentos na sua série de 24 infeções agudas de PTJ.46 Por outro lado, recomenda-se que na falência de um único procedimento de I&D, a remoção dos implantes devatidaemconsideração.47 Umoutroestudodemonstrouqueanecessidadedeumsegundo desbridamento é um fator de risco independente para o insucesso do tratamento.19 Na ausênciadeevidênciasconclusivas,recomenda-sequemúltiplasI&Dnãodevamserrealizadas emdoentescomIPPaguda.Noentanto,háevidênciasdarealizaçãodemúltiplasI&Ddentro deumprotocoloespecífico. Questão 10: Amostras para culturas devem ser colhidas durante a I&D? Se sim, quantas e ondecoletar? Consenso: Devem ser coletados tecidos e amostras de fluidos representativos da região periprotésica,numtotalde3a6,duranteaI&D. VotaçãodosDelegados:AFavor:98%;Contra:2%;Abstenção:0%(ForteConsenso) Justificação: Apesar das tentativas, a distinção entre hematoma benigno e infeção aguda pode não ser sempre possível. Assim, durante a I&D de uma articulação, amostras de tecido ou líquido devem ser enviadas para análise microbiológica. A informação recolhida a partir da cultura podeentão,serutilizadaparadefinirocursodotratamentodopaciente.Devemsercolhidas5 222 a 6 amostras de áreas que macroscopicamente pareçam mais clinicamente infetadas de acordo com a opinião do cirurgião. Estas devem incluir as camadas superficiais, profunda e periprotésicaeasinterfacesentreoscomponentesmodulares.Seoscomponentesdefinitivos forem removidos, uma amostra da interface implante-osso também deve ser coletada. As amostras devem ser enviadas para cultura aeróbica e anaeróbica.48 Alguns autores demonstraram que a profilaxia antibiótica no momento da indução anestésica não altera os resultadosdasculturasmicrobiológicasobtidasduranteacirurgiaenãodeveserretardada.49 Questão11:Aantibioterapiadeveprolongar-seemdoentesapósaI&D?Sesim,quaissãoas indicações,tipodeantibiótico,adoseeaduraçãodotratamento? Consenso: Não. A Antibioterapia prolongada só deve ser administrada a doentes que preenchamoscritériosparaIPP(verTema7).Otipo,adoseeaduraçãodotratamentocom antibióticos para casos de infeção deve ser determinada em consulta com especialista de infetologia. VotaçãodosDelegados:AFavor:75%;Contra:20%;Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: DoentessubmetidosaI&DdevemseravaliadosdeformaadequadaparaodiagnósticodeIPP, incluindo VS, proteína C-reativa, aspiração da articulação (antes ou durante a cirurgia), e cultura. Estas investigações permitem à equipa médica determinar se existe uma alta probabilidade de IPP. Para doentes que possuem alta suspeita de IPP, o tratamento com antibióticosdeveserprolongado.Paraoutroscomparâmetrossorológicosesinoviaisnormais enenhumaevidênciadeinfeçãoativaduranteacirurgia,aterapêuticacomantibióticosnãoé indicada. Questão 12: Justifica-se o tratamento antibiótico intra-articular local após a I&D? Se sim, definaasindicações. Consenso: Não. Não há evidências adequadas para apoiar a administração do tratamento antibióticointra-articularcontínuoparaotratamentodeIPP. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%;Contra:7%;Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Embora o conceito de administração intra-articular contínua de antibióticos pareça lógico, permitindo assim concentrações locais mais elevadas de antibióticos, este procedimento requer uma avaliação mais aprofundada. A prática contínua de administração do antibiótico intra-articular foi introduzida por Whiteside et al. e tem sido usado como um procedimento bem-sucedidoemvárioscasos.50 Nenhumaanálisemultivariadafoirealizadaparademonstrar que a prática da administração intra-articular de antibióticos seja um fator independente de aumentarahipótesedesucessoounão.Éprovávelqueumacombinaçãodefatores,taiscomo o desbridamento cirúrgico minucioso, possa explicar a elevada taxa de sucesso que foi observadanaquelasériedecasos.4,51Existemalgunsriscospotenciaisassociadosaestaprática, incluindo reações às drogas, despesas adicionais, necessidade de cirurgia adicional (para removerocateterdeHickman)eprovavelmente,oincrementodaresistênciaaosantibióticos. 223 O uso contínuo de antibiótico intra-articular para tratamento de infeções crónicas, com uma taxade94%desucessorelatado,tambémmereceumare-avaliação.50 Essaseoutrassériesde casosaindadevemseravaliadasdemaneiramaisaprofundada.52,53 Questão 13: Justifica-se a utilização de grânulos reabsorvíveis (sulfato de cálcio, etc.) impregnadoscomantibiótico?Sesim,definirasindicaçõesdeutilização. Consenso: Não. Atualmente, não existe qualquer evidência conclusiva de que a utilização de materialreabsorvívelimpregnadocomantibióticomelhoreoresultadodaI&D. VotaçãodosDelegados:AFavor:88%;Contra:6%;Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificação: Num certo número de casos tem sido avaliado o papel do material reabsorvível impregnado com antibiótico no tratamento da IPP. Embora os relatos iniciais das séries fossem encorajadores, não existem estudos clínicos randomizados para demonstrar que a utilização destes materiais contribua com melhorias para o resultado da intervenção cirúrgica.53 Num estudoqueavaliouoresultadodaI&Dem34doentes,nosquaisagentamicinareabsorvívelfoi utilizada,umataxade73%desucessofoidescrita,oquenãoparecesermuitomaiordoque aquiloesperadocomumaI&Dconvencional.54 Ousodematerialabsorvívelnãoéisentodeproblemas.Alémdocusto,quedependendodo materialpodesersubstancial,reaçõeslocaisaomaterialreabsorvíveltêmsidodescritas. O sulfato de cálcio granulado demonstrou o aumento na formação de exsudados nas feridas.55,56 Umpossívelefeitocitotóxicodestesmateriaistambémfoidescrito.Materiaismais recentes,talcomonanopartículasdehidroxiapatitetêmsidodescritos.57 Futurosestudossão necessários com urgência para avaliar o papel do material reabsorvível impregnado com antibiótico, já que atualmente não existem evidências concretas que possam apoiar sua utilização. 224 Referências: 1. Odum SM, Fehring TK, Lombardi AV, et al. Irrigation and debridement for periprosthetic infections:doestheorganismmatter?JArthroplasty.2011;26(6Suppl):114-118. 2. Romano CL, Manzi G, Logoluso N, Romano D. Value of debridement and irrigation for the treatmentofperi-prostheticinfections.Asystematicreview.HipInt.2012;22(Suppl8):S19-24. 3. Aboltins CA, Page MA, Buising KL, et al. Treatment of staphylococcal prosthetic joint infections with debridement, prosthesis retention and oral rifampicin and fusidic acid. 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VotaçãodosDelegados:AFavor:78%;Contra:11%;Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: AIPPétradicionalmentetratadacomantibióticosporviaintravenosa(EV),afimdeseobtera concentração inibitória mínima no menor tempo possível. Uma vez que este objetivo seja cumpridoehajaevidênciasclínicasdemelhora,algunsregimesdeantibióticosEVpodemser passados para regimes orais. A literatura sobre o uso da antibioterapia oral (combinada ou exclusiva) para o tratamento de IPP, sem um regime inicial EV é escassa.1-5 A maioria destes estudosfoiconduzidanoscasosemqueaprótesefoimantida.Háumestudoemquenenhum regimeoralouEVprolongadofoiutilizadoapósodesbridamentoeaindaassimautilizaçãode espaçadores cimentados impregnados com antibióticos conduziu a uma taxa de extinção de 87%.6 Nenhuma bibliografia sustentou o uso da terapia oral de antibióticos (combinada ou exclusiva) antes do reimplante. As diretrizes recentemente publicadas pela Sociedade AmericanadeDoençasInfeciosas(InfectiousDiseasesSocietyofAmerica-IDSA)7sugeremque a terapia oral patógeno-específica e altamente biodisponível (por exemplo linezolida ou fluoroquinolonas)possaserumaalternativanotratamentoinicialparaalgunscasosdeIPP. Questão2:AantibioterapiaoraléadequadaapósumcursoinicialdeantibióticoEV? Consenso: Há evidências de que a terapia oral antibiótica patógeno-específica, altamente biodisponível,éumaescolhaapropriadaparaotratamentodeIPPdepoisdeumregimeinicial deantibióticoporEV. VotaçãodosDelegados:AFavor:98%;Contra:1%;Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: 228 Um regime antibiótico EV é preferível, porque se obtém a concentração plasmática ideal no menortempopossível.Amudançapararegimesorais,sepossível,reduzoencargofinanceiro paraosdoenteseinstituiçõesqueofazem,reduzosriscosrelacionadosaoacessovasculare aumentaapossibilidadedetratamentodomiciliar.Amaioriadosestudosusaumprotocolode 4-6 semanas de antibióticos EV, seguido de 2-4 semanas de regime oral,8-10 embora alguns estudos utilizem o regime EV isolado. Um estudo recente com apenas 14 dias de regime EV, seguidode6-8semanasdeterapiaoral,nãoapresentounenhumarecidiva.11Ousodaterapia antibióticaoraléapoiadoapósumcursoinicialdeantibióticosEVparapatogéneossensíveis. Questão 3: Qual é a duração ideal do tratamento com antibiótico após a remoção do implanteinfetado? Consenso: Não há evidências conclusivas sobre a duração ideal da terapia antibiótica. No entanto,recomendamosumintervalodetempodeantibioterapiaentre2-6semanas. VotaçãodosDelegados:AFavor:88%;Contra:6%;Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificação: A duração ideal da terapia com antibióticos (EV exclusivo ou combinado EV com oral) não é conhecida. Diminuir o tempo de regimes de antibióticos reduz o custo financeiro, o desenvolvimento de resistência e as complicações inerentes a uma terapia com antibiótico únicooucombinado.8-16Amaioriadosestudosnabibliografiarecomendaantibioterapiacom duração entre 6 e 12 semanas. Um estudo prospetivo não randomizado de Bernard et al. concluiu que 6 semanas de tratamento com antibióticos (com uma semana de um regime antibióticoEV)foisuficienteparacontrolarainfeção.Noentanto,esteestudoincluiugrupos de doentes tratados com irrigação e desbridamento (I&D), revisão de artroplastia em tempo únicoerevisãodeartroplastiaemdoistempos.Outrosinvestigadoressugeriramumcursode antibioterapia parentérica mais curto. Stockley et al.6 utilizaram um esquema curto EV (2 semanasEV),apósodesbridamentoecolocaçãodeumespaçadordecimentocomantibiótico, comumataxadeerradicaçãode87%. Questão 4: Como deve ser determinada a duração do tratamento com antibióticos (marcadoresinflamatórios,sinaisclínicos,etc.)? Consenso: Não há evidências conclusivas sobre como determinar a duração da terapia antibiótica.Umacombinaçãodesinais,sintomasclínicosemarcadoresbioquímicospodeser empregue. Há necessidade de um marcador que possa determinar o momento ideal para a reimplantação. VotaçãodosDelegados:AFavor:96%;Contra:3%;Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificativas:Amelhoriadascondiçõesclínicastemsidoutilizadacomoumparâmetroparao controlo de infeções enquanto os antibióticos são administrados. Infelizmente, apenas a melhoria dos sinais clínicos durante a terapia antibiótica não prevê a erradicação da infeção nem determina a duração do tratamento antibiótico de forma confiável. Devido a isso, a redução progressiva nos valores de marcadores inflamatórios, como a velocidade de sedimentação e a proteína C-reativa, têm sido utilizados como um dado auxiliar da melhoria dos sinais clínicos, para determinar o tempo ideal da interrupção da terapia antibiótica e a 229 reimplantação18-23. Para além disso, nenhum limiar ideal foi determinado para estes marcadoresinflamatóriospreveremotempoidealparaadescontinuaçãodotratamentocom antibióticoouparaareimplantação.19,24Sãonecessáriosmaisestudosemgrandeescalapara validar e determinar os parâmetros de uso de novos marcadores inflamatórios, como procalcitonina25,esteraseleucocitária26-28,IL-6eoutros.2 Questão5:Deveexistirumintervalonaantibioterapiaantesdareimplantação? Consenso: Não há nenhuma evidência conclusiva apoiando o período de intervalo após o tratamento com antibióticos previamente a cirurgia de reimplantação, como uma forma de asseguraraerradicaçãodainfeção. VotaçãodosDelegados:AFavor:74%;Contra:22%;Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: EmboraBejonetal.30 nãotenhamencontradoevidênciasqueapoiassemautilidadeclinicado períodosemantibióticos,estafoiumaanáliseretrospetivapublicadaantesdanovadefinição deIPPdogrupodetrabalhodaSociedadedeInfeçãoMúsculo-esqueléticaestardisponível.Na prática, a melhoria dos sinais clínicos é frequentemente usada como um substituto para a avaliaçãodocontroledainfeçãoeeficáciadaterapiaantibiótica.Noentantoessasmelhoras clinicas podem apenas persistir enquanto a antibioterapia estiver em andamento e é aconselhável identificar a persistência da infeção antes da re-implantação. Por essas razões, alguns profissionais consideram que o período de intervalo dos antibióticos antes do reimplante abre a oportunidade para a observação contínua, onde a estabilidade ou melhora clínica pode indicar a erradicação da infeção, enquanto a deterioração pode indicar a recorrência. Não existe evidência conclusiva que apoie a necessidade de um tempo ideal de intervalodosantibióticos. Questão6:Ousodarifampicina,emconjuntocoma antibioterapiaEVapósaremoçãode um implante infetado, leva à erradicação mais rápida e definitiva da infeção por Estafilococosaureusresistenteàmeticilina(MRSA)? Consenso: Não existe evidência que apoie o uso da rifampicina em conjunto com a antibioterapia EV como método mais adequado para o tratamento após a remoção do implante,quandocomparadoaousodequalquerantibióticoEVisolado. VotaçãodosDelegados:AFavor:77%;Contra:18%;Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Existem provas suficientes para apoiar o uso da rifampicina em combinação com outros antibióticosparaotratamentodeIPP,especialmentenoscasosemquesemantémomaterial de implante1,34,35. As evidências que apoiam a sua utilização quando o implante infetado é removido são menos convincentes. A rifampicina não deve ser usada como monoterapia devido ao seu baixo limiar para o desenvolvimento da resistência36. As limitações ao uso obrigatório incluem interações medicamentosas relevantes e eventos prejudiciais.37 A rifampicina colora a maior parte das secreções e fluidos em cor alaranjada e é causa de intolerânciagastrointestinal,hepatotoxicidadeeoutroseventosadversosmenoscomuns.37 A 230 rifampicinaestimulaasenzimashepáticaseassimaumentaometabolismodemuitasdrogas importantesecomuns,taiscomooutrosantibióticoseantifúngicos,anticoagulantes(incluindo avarfarinaeinibidoresdiretodatrombina)eimunossupressores.38 Questão7:Qualéomelhormomentoparainiciarotratamentocomarifampicina? Consenso: Não existe evidência conclusiva sobre qual o momento adequado para iniciar o tratamento com rifampicina. A capacidade da ingestão oral do paciente e os preceitos da administraçãoadequadadeumagenteantimicrobianoprimáriodevemserbemestabelecidos antesdeiniciararifampicina.Ospotenciaisefeitoscolateraiseasinteraçõesmedicamentosas devemseravaliadasantesdoinícioeaofinaldaterapia. VotaçãodosDelegados:AFavor:83%;Contra:11%;Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificativas: Não há evidências conclusivas que defina o momento ideal para começar o tratamento com rifampicina.Orápidoaparecimentoderesistênciaàrifampicinaaconteceemvárioscasosem que há bacteriemia.39 Dado o potencial de desenvolvimento de resistência em monoterapia, afigura-se prudente suspender a rifampicina até que a bacteriemia seja resolvida e/ou a terapia antibiótica primaria alcance concentrações teciduais adequadas. Um estudo sugere, numaanáliseunivariada,queapresençadefístulaoudrenagemprolongadadaferidapodem aumentaroriscoderesistênciaàrifampicina.40 Estaassociaçãonãofoiconfirmadaemanálise multivariada. Como um importante indutor enzimático, é importante considerar a interação medicamentosa com a rifampicina, tanto previamente ao início da terapia, como ao final desta. A interação da rifampicina contra qualquer patogéneo cultivado deve ser verificada previamenteaoiníciodaterapia. Questão8:Porquantotempootratamentoantibióticodevesermantidoapósarevisãode artroplastiaparaIPPnumtempoúnico? Consenso: Não é conclusivo qual a duração ideal da terapia antibiótica para a revisão de artroplastiadetempoúnico.Recomenda-sequeoantibioterapiaparentéricasejadadopor2-6 semanas após a revisão de artroplastia de tempo único, seguidas por antibioterapia oral por umprazomaislongo. VotaçãodosDelegados:AFavor:87%;Contra:10%;Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: A revisão de artroplastia para IPP num tempo único tem a vantagem de consistir num único procedimento de grande porte, diminuindo assim os custos e o risco de complicações, que podem surgir a partir de cirurgias múltiplas.1,34,35 Não há evidências disponíveis sobre a duraçãoidealdaterapiacomantibióticos.12,41-43Bernardetal.17chegaramàconclusãodeque6 semanasdetratamento(comumasemanaderegimedeantibióticoEV)bastouparacontrolar a infeção. Porém, este estudo incluiu a I&D e a revisão de artroplastia em dois tempos. As recentes diretrizes publicadas pelo IDSA7 recomendam de 2-6 semanas de terapia antimicrobianaEV,guiadaporantibiogramapatógeno-específico,combinadocomrifampicina oral, seguida de 3 meses de rifampicina oral e ciprofloxacina ou levofloxacina para IPP por 231 estafilococostratadascomrevisãodeartroplastianumtempoúnico.Paraoutrosorganismos alémdosestafilococos,adiretrizdaIDSArecomendaumcursoinicialcomterapiaEVpor4-6 semanas. Apesar de muitos profissionais a utilizarem, não há uma recomendação unânime paraaantibioterapiasupressivaoralcrónicanestecenário. Questão 9: Justifica-se o tratamento antibiótico intra-articular local após a reimplantação? Sesim,quaisasindicações? Consenso: Não há evidências conclusivas para apoiar o uso da terapia de antibióticos intra- articularlocal.Sãonecessáriasmaisevidênciasparaapoiarousodetalterapia. VotaçãodosDelegados:AFavor:95%;Contra:4%;Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação:EstudosrealizadosporWhitesideetal.44,45propõembonsresultadoscomousoda terapia antibiótica intra-articular. No entanto, estas séries eram pequenas, retrospetivas e descreveram as mesmas coortes. Também, os estudos não utilizaram análises multivariadas para isolar a terapia antibiótica intra-articular como um fator independente que melhore o resultadodaintervençãocirúrgica. Questão10:QualéomelhortratamentoantibióticoparaIPPcomculturasnegativas? Consenso:Nãoexistequalquerevidênciaconclusivasobreotratamentoantibióticoidealpara doentes com IPP com culturas negativas. Sugerimos um regime de antibióticos de amplo espectro, cobrindo bactérias Gram positivos e Gram negativos (incluindo MRSA), bem como organismosanaeróbios.Emdoentescomsuspeitadeinfeçãofúngica,acoberturaparafungos comunsdeveserconsiderada. VotaçãodosDelegados:AFavor:91%;Contra:8%;Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: A ocorrência de IPP com cultura negativa varia entre 3% a 35%. Publicações anteriores constatam uma grande taxa de sucesso no controlo de infeções em doentes com IPPeculturanegativa,sugerindoqueanegatividadedaculturapodenãoserumfatorderisco para o fracasso.46 Em termos de seleção antibiótica, um estudo que avaliou o controlo de infeção em IPP tratada cirurgicamente com artroplastia de revisão em dois tempos, não demonstrouqualquerdiferençaentredoentescomculturanegativatratadoscomvancomicina no pós-operatório e os doentes com cultura positiva.47 Um inquérito sobre regimes de antibioterapia entre infeciologistas concluiu que a preferência recai sobre combinações da vancomicinacomceftriaxonaouumafluoroquinolona,paraotratamentodeIPPcomcultura negativanosmembrosinferiores.48 Questão11:Énecessáriaaaspiraçãoarticularantesdareimplantação? Consenso: Não existe evidência conclusiva que apoiem a necessidade de aspiração da articulaçãoantesdoreimplante.Elapodeserútilemcasosselecionados.Nãoérecomendada a infiltração de qualquer líquido na articulação infetada e respiração em doentes com uma aspiraçãoinicialseca. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%;Contra:8%;Abstenção:3%(ForteConsenso) 232 Justificação: Nomomentopresente,nãohánenhumadefiniçãopelaqualsepossadeterminaromomento ideal para o reimplante ou de fato determinar se a IPP foi erradicada ou controlada. A aspiraçãoarticularantesdareimplantaçãopodepropiciarinformaçõesúteissobreoestadode infeçãodaarticulação.Seosparâmetrosdolíquidosinovialseapresentamanormais(limitea ser determinado), o cirurgião pode decidir adiar o reimplante ou submeter o paciente a tratamentoadicionalapósare-implantação19,49-51.Estasugestãoélimitadapelofactodeque poderhaverumaquantidademínimadelíquidoemdoentescomumespaçadordecimentono localcomelevadafrequênciadeartrocentese“seca”.Hátambémapossibilidadedeobtenção de líquido peri-articular, ao invés de líquido realmente articular. Não há evidência de que a infiltração de solução salina ou outra solução estéril dentro da articulação seguida de reaspiraçãoaumenteaprecisãodaculturaenãoháevidênciadequealavagemdaarticulação tenhaqualquerpapelnoisolamentodoorganismoinfetante.Outrosparâmetrosdeanálisedo líquido sinovial, como a contagem diferencial de linfócitos e neutrófilos, não são confiáveis quandoseusaolíquidoprovenientedelavagemarticular. 233 Referências: 1. 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A morbi-mortalidade associada a este procedimento não deve ser ignorada. Um trabalhoemequipaéfundamentalparaosucessodacirurgia.Aabordagemmultidisciplinar, comparticipaçãodemicrobiologistas,infeciologistas,anestesistasfamiliarizadoscomtécnicas decuidadosintensivos,cirurgiõesplásticoseortopedistascominteresseespecialeminfeçõesé essencial. Questão1:Quaissãoasindicaçõesecontraindicaçõesparaarevisãodeprótesenumúnico tempo(R1T)? Consenso:Arevisãodeartroplastianumúnicotempoéumaopçãorazoávelparaotratamento de infeção periprotésica (IPP) em circunstâncias nas quais os antibióticos eficazes estão disponíveis, exceto em doentes com manifestações sistémicas de infeção (sepsis), nos quais possa ser necessária a artroplastia de ressecção e a redução da carga microbiana. Contraindicações relativas à R1T podem incluir a falta de identificação de um organismo no período pré-operatório, a presença de fístula ou grave envolvimento de partes moles, que podemlevaraumanecessidadedecoberturacomretalhos. VotaçãodosDelegados:AFavor:78%;Contra:17%;Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: Hoje em dia, não há estudos clínicos randomizados (ECR) que forneçam indicações objetivas oucontraindicaçõesparaaR1T,emalternativaàrevisãodeartroplastiaemdoistempos(R2T). Hápoucosestudosqueapoiemousodarevisãonumtempoúnicoemoutrasarticulações,que não a anca (PTA), ou ainda sem o uso de cimento impregnado com antibiótico ou enxerto ósseo.1-10 237 A infeção sistémica e sepsis são contraindicações bem nítidas. Em situações clínicas que envolve um doente portador de IPP com descompensação aguda, a administração adequada de antibiótico no momento correto e a rápida remoção dos implantes com desbridamento extenso são essenciais. A reimplantação de componentes deve ser adiado até que esteja concluídaarecuperaçãoadequadadopacienteeaerradicaçãodoorganismoagressor.4,7,10-18 Embora haja relatos do tratamento eficaz de IPP envolvendo organismos resistentes e/ou fístulascomaR1T,estescasossãogeralmentetratadoscomprocedimentoemdoistempos,já que a presença da fístula pode contaminar as culturas pré-operatórias e impossibilitar a identificaçãopréviadoorganismoagressor.NocasodeIPPcomculturanegativa,aartroplastia derevisãonumtempoúnicotambémdevesercontraindicada.4,7,10,11,14,16-33 Partesmolesviáveisqueproporcionemcoberturaadequadasãoessenciaisparaumarevisão de artroplastia de tempo único, e cirurgiões capazes de realizar retalhos e uma cobertura adequadadepartesmolesnecessitamestardisponíveisnomomentodaartroplastiadetempo único.SeacoberturadepartesmolesnãopuderserrealizadanomomentodaR1T,arevisão emdoistemposdeveserconsiderada.7,17,18 Questão2:Quaissãoasindicaçõesecontraindicaçõesdarevisãodepróteseemdoistempos (R2T)? Consenso:Aartroplastiaderevisãoemdoistemposéumaopçãorazoávelparaotratamento de IPP. Condições específicas, nas quais a R2T está indicada incluem: 1) doentes com manifestações sistémicas de infeção; 2) presença de um organismo não identificado ou culturaspré-operatóriasdedifícilidentificaçãoparaotratamento,eorganismosresistentesao antibiótico;3)presençadefístula;4)coberturadepartesmolesinadequada. VotaçãodosDelegados:AFavor:93%;Contra:7%;Abstenção:0%(ForteConsenso) Justificação:Atualmente,aR2TéoprocedimentocirúrgicomaispopularnotratamentodeIPP naAméricadoNorteeemalgunsoutrospaíses;noentanto,nãoexistemECRqueforneçam indicaçõesabsolutasoucontraindicaçõesparaaartroplastiaderevisãoemdoistempos.4,7,17,18 Embora as taxas de sucesso relatadas na erradicação da infeção sejam muito variáveis, o possível aumento de morbilidade e mortalidade e os diferentes intervalos prévios ao reimplante,tornamdifíceisascomparaçõesdiretascomaR1T,devidotambémàseleçãodos doentesnaliteraturadisponível.7,9,17,34Porém,numarecenterevisãosistemáticaRomanoetal. concluíramquearevisãoemdoistemposproporciona,emmédia,melhoresresultadosnoque respeita à erradicação da infeção no joelho35. O mesmo grupo recentemente apresentou resultadossimilaresparaaanca,emboraadiferençanaerradicaçãodainfeçãosejamenor.36 Infeções sistémicas e/ou sepsis são indicações para revisão em dois tempos, sendo aqui necessária a rápida administração dos antibióticos mais adequados, e uma pronta remoção dosimplantescomamplodesbridamentodepartesmoles,parareduzirosriscosassociadosà IPP,quepodemameaçaravidadopaciente. A imunossupressão ou a presença de comorbilidades clínicas, como a doença metastática, doença cardíaca avançada e disfunção renal e/ou hepática tem impacto já demonstrado na taxa de sucesso da erradicação da infeção e indubitavelmente influenciam a taxa de morbi- 238 mortalidade. Não se sabe ainda se a presença dessas comorbilidades constitui uma contraindicaçãoparaarevisãonumtempoúnico.7,14,17,18,32,34 A presença de compromisso de partes moles que possa limitar a cobertura adequada do implante é uma indicação para revisão em dois tempos. O uso de expansores de tecido, desenvolvimento de enxertos músculo-cutâneos e a possível necessidade de repetir o desbridamento pode requerer um maior intervalo de tempo entre ressecção inicial e reimplantação.7,17,18,32.282 Questão3:Qualéointervaloidealentreosdoistempos? Consenso: Não há na literatura evidências definitivas quanto ao intervalo ideal entre os dois tempos,comrelatosvariandode2semanasatéváriosmeses. VotaçãodosDelegados:AFavor:87%;Contra:9%;Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Deve haver tempo suficiente para administração total de antibióticos, a erradicação da infeção, a repetição do desbridamento, caso necessário, e para permitir a adequada preparaçãodepartesmoles,casohajacomprometimentodacobertura. Resultados positivos foram demonstrados em situações nas quais o segundo tempo foi realizado entre 2 a 6 semanas após a ressecção, em que o patogéneo infetante não era resistenteeaadministraçãodeantibióticossistémicosfoicompatível.7,18 Aterapiaantibióticaintravenosa(EV)comduraçãode4-6semanas,seguidadeumapausade 2até8semanas,écomumenteempregadanosEUA,etemproduzidoresultadospositivos.7,3740 Alguns estudos sugerem que intervalos de tempo maiores que 6 meses levam a resultados pioresnarecuperaçãodafunçãodopacienteenaerradicaçãodainfeção.Doentessubmetidos a revisão em dois tempos com um intervalo maior do que 6 meses entre a ressecção e o reimplante, não obtiveram qualquer melhora na função quando comparados àqueles que foram reimplantados nos primeiros 6 meses da ressecção.41 A necessidade de análise sorológica,análisedolíquidosinovialeculturadeaspiradoarticular,éerrónea.AVSeaPCR são fracos preditores de IPP persistente, e os estudos não conseguiram definir limiares de corte ideais para VS e PCR. Contudo, a alteração dos valores dos testes sorológicos comparativamenteaomomentodaressecção,podeserumindicadorimportante.17,42-45 Questão4:Existealgumadiferençanoscustosentreareimplantaçãoem1ou2tempos? Consenso: Devido à falta de conhecimento sobre os custos reais e a ausência de estudos comparativos, não é possível uma definição clara sobre esse assunto. Contudo, quando a infeção é eficazmente tratada, sem haver necessidade de nova operação, a artroplastia de tempo único é menos dispendiosa do que a revisão em dois tempos. Mais estudos são necessários. VotaçãodosDelegados:AFavor:91%;Contra:5%;Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: 239 O impacto económico da IPP é vasto e daí ser essencial desenvolver e utilizar estratégias de tratamento cirúrgico eficaz e eficiente, que proporcionem uma recuperação satisfatória da funçãoeresoluçãodador,alémdaproteçãocontrarecorrência.46-48 Diferençasdecustoentreotempoúnicoeosdoistemposnãosãoóbvias.Oscustospodem variardevidoadiferentesfatoresassociadosàsinstalações,doentes,cirurgiõeseorganismos infeciososenãoháumaprovadefinitivaqueleveemcontatodososfatoresquecontribuem paraosgastosglobais.4,46,47,49-51 OcustomonetáriodiretodotratamentodaIPPutilizandootempoúnicooudoistemposvaria muito. Contudo, pode ser geralmente aceite que a morbilidade do paciente, a duração da operação, a utilização da sala cirúrgica, as remunerações hospitalares e do cirurgião e a duraçãodaadministraçãodoantibióticosejammenoresquandosubmetidoa1procedimento doquea,nomínimo,2procedimentosprincipais.4,7,46,49-51 AanálisedecustodeKloucheetal. revelouquearevisãodePTAemdoistemposé1.7vezesmaisdispendiosadoquearevisão numtempoúnico.52 Todavia,seosresultadosdaartroplastiaderevisãoem1ou2temposforemcomparáveis,a revisãoem1tempopodeseramelhorescolhadevidoasvantagensrelativasàdiminuiçãoda morbilidadeparaopaciente,menorcusto,maiorestabilidademecânicadomembroafetadoe menortempodeincapacidade.30,53 Emboraastaxasdereinfeçãopossamsermaioresquandoserealizaaartroplastiaderevisão em um tempo quando comparadas com a revisão em dois tempos, os custos dos testes diagnósticos e avaliações clínicas adicionais, acrescido das possibilidades de re-operação destaca-se a eficácia da revisão em tempo único.54 Uma análise de utilidade esperada de Markov, descrita por Wolf et al. favorece a revisão num tempo se comparada à revisão em doistempos,quandoselevaemcontaparâmetrosdequalidadedasaúdeajustadaemanos.54 AIPPassociadaaoS.aureusresistenteàmeticilina(MRSA)surgiucomoumproblemadifícile custosoparaumaerradicaçãoeficaz,eestáassociadaamaiorescustos.Algumasautoridades acreditamquearevisãodedoistempospodeserotratamentopreferencialparaIPPcausada por organismos altamente virulentos que poderá, ao final, incorrer em custos totais mais baixos.31,55,56 Questão5:QuantastentativasdereimplantaçãodevemserfeitasnumdoentecomIPP? Consenso: Não está definitivamente comprovados um número de revisões infetadas que devem ser tentadas. O reimplante é apropriado caso a infeção esteja controlada de forma adequada após repetidas ressecções, num doente capaz de tolerar cirurgias adicionais, havendo a possibilidade de reconstruir funcionalmente a articulação e também a cobertura adequadadepartesmoles. VotaçãodosDelegados:AFavor:98%;Contra:2%;Abstenção:0%(ForteConsenso) Justificação: Fatores fundamentais para se considerar na revisão em dois tempos são: o organismocausador,aduraçãoegravidadedainfeção,avontadeecapacidadedopacientede ser submetido a cirurgias subsequentes, o stock ósseo adequado e partes moles viáveis capazesdepermitirareconstrução. 240 A reimplantação é viável se a infeção estiver adequadamente controlada, após ressecções repetidas.17,31,55,57,58 Ataxadesucessoderevisõessubsequentes,emdoistempos,éhabitualmentefavorável,mas é inferior do que a primeira tentativa.3,7,17,57-63 Doentes com IPP causada por organismos resistentes, incluindo MRSA e Enterococcus, apresentam altas taxas de cirurgias de resgate (ressecção definitiva, fusão ou amputação) e devem ser aconselhados sobre os possíveis resultados.1,23,25 No joelho, o envolvimento da tuberosidade anterior da tíbia pode ser uma indicação de falência da revisão em dois tempos. Em casos de comprometimento severo da musculatura extensora,aartrodesepodesernecessária.28 Questão6:Quaissãoasindicaçõesparaartrodesedejoelho? Consenso:Aliteraturaéinsuficientenaorientaçãosobreestaquestão.Aartrodesedojoelho pode ser uma opção adequada aos doentes que apresentaram falências repetidas em várias tentativas de reconstrução e àqueles que apresentam risco inaceitável de recorrência da infeção com procedimentos artroplásticos de repetição e/ou apresentam deficiência do mecanismoextensor.Naescolhaentreartrodeseeamputaçãoénecessáriolevaremcontaa situaçãoclínicadopacienteeasuapreferência. VotaçãodosDelegados:AFavor:96%;Contra:1%;Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: Dor e instabilidade numa articulação que não seja passível de reconstrução, com ou sem história de revisão de artroplastia mal sucedida e com um risco inadmissivelmente alto de infeção recorrente em cirurgias artroplásticas subsequentes, provavelmente irá requerer a artrodesedojoelho.7,9,18,25,43,56,66,59,60,64,65285 Asinfeçõespolimicrobianasouaquelascomorganismosaltamenteresistentes,paraasquais não existe um tratamentoefetivo, são mais propensas a tentativas mal sucedidas de revisão deartroplastiaepodemtambémbeneficiardeartrodesedojoelho.2,7,18,25,56,66 Aimunossupressãoseverainibetantoaerradicaçãodainfeção,comoacicatrizaçãodaferida, sendo proibitiva para a revisão estadiada de artroplastia, necessitando assim de um procedimentoderesgate.7,17,18 O abuso de drogas endovenosas pode ser uma contraindicação para repetidas tentativas de revisãoestadiadaepodetambémindicaranecessidadedeprocedimentosdesalvamento.7 As contraindicações podem também incluir doentes não-ambulatórios, ou aqueles com importantes comorbilidades clínicas que podem impossibilitar a realização de cirurgias múltiplas.2,7,17,18 Questão7:Aartrodese,indicadaparaojoelhocronicamenteinfetado,deveserrealizadaem tempoúnicoouemdoistempos? 241 Consenso: A artrodese de joelho pode ser realizada tanto em um, como em dois tempos cirúrgicos. Contudo, a decisão depende das circunstâncias individuais e dos fatores do hospedeiro. VotaçãodosDelegados:AFavor:94%;Contra:3%;Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificativas: Odesbridamentocirúrgicodostecidosinfetadoséumfatorcríticoparaosucessodetodosos procedimentoscirúrgicosparaotratamentodeIPP,emparticularaartrodesedejoelho.Desta maneira, na incapacidade de realizar o desbridamento adequado numa única cirurgia, o cirurgiãodevelevaremconsideraçãoafusãodojoelhoemdoistempos. Ao considerar a artrodese do joelho num ou dois tempos, outros fatores devem ser observados. Perdas ósseas extensas associadas a infeções crónicas têm apresentado baixas taxas de sucesso da fusão articular, e uma abordagem em dois tempos pode permitir o tratamentoadequadodosdefeitosósseosapósdesbridamentoagressivo.2,65,67-70 A reinfeção é incomum após a artrodese de joelho executada em casos de IPP. Contudo, infeções causadas por organismos polimicrobianos ou resistentes têm uma alta propensão para a recorrência de infeção e falência quando tratadas com protocolo de artroplastia de revisãodetempoúnico.2,4,7,11-18,40,71-74 Aerradicaçãodainfeçãoantesdaartrodeselevaaaltas taxasdesucessodafusãoepermiteautilizaçãodeumextensoarsenalparafixação,talcomo ousodedispositivosintramedulareseplacas.2,73,75-80 A fusão num tempo único com a utilização de fixação externa é bem-sucedida quando realizada em situações onde a IPP é causada por organismos de baixa virulência, e sem comprometimentorelevantedotecido.2,18,25,65,78,81,82 Questão8:Quaissãoasindicaçõesparaamputação? Consenso: A amputação para o tratamento da IPP que afeta o joelho ou a anca, pode ser apropriadaemalgunscasosselecionadosenvolvendodoentesnão-ambulatórios,emcasosde fasceítenecrotizanteresistenteaodesbridamentoagressivo,perdaósseagravequeimpeçaa artrodese(joelho),coberturainsuficientedepartesmoles,múltiplastentativasfracassadasde revisão em dois tempos e artroplastia de ressecção, ou doença vascular periférica e lesão neurovascular. VotaçãodosDelegados:AFavor:98%;Contra:1%;Abstenção:1%(ForteConsenso) Justificação: O resgate após uma cirurgia de substituição protésica mal sucedida, num cenário de infeção comfasceítenecrotizanterecalcitrante,organismosresistentes,artrodesefracassadaeperda ósseaécomplexoepodenãobeneficiardefuturastentativasdereconstrução.2,7,17,18,25,56,59,83,84 Aamputaçãoacimadojoelholevaaresultadosfuncionaisinferioresedeveserreservadapara doentes não-ambulatórios, a menos que outras indicações estejam presentes e todas as tentativasparaaerradicaçãodainfeçãotenhamfalhado.3,84,85 Excetoemcasosemergentes,o encaminhamentoparaumcentroespecializadonotratamentodeIPPéaconselhávelantesda amputação, devido às altas taxas de mortalidade. Outras indicações que não estão 242 diretamente relacionadas com IPP incluem fratura periprotésica, doença vascular periférica, dorouneuropatia.2,84 Outras operações de resgate utilizadas nas infeções recalcitrantes da anca incluem a artroplastiaderessecção,realizadaporalgunscirurgiões.Emboraoresultadofuncionalnesses doentesnãosejaoideal,aartroplastiaderessecçãopodeserbem-sucedidanaerradicaçãoda infeçãoepodepermitiradeambulaçãoassistida.86 Referências: 1.CasanovaD,HulardO,ZaltaR,BardotJ,MagalonG.Managementofwoundsofexposedor infectedkneeprostheses.ScandJPlastReconstrSurgHandSurg.2001;35(1):71-77. 2.ConwayJD,MontMA,BezwadaHP.Arthrodesisoftheknee.JBoneJointSurgAm.2004;86A(4):835-848. 3. Hanssen AD, Trousdale RT, Osmon DR. Patient outcome with reinfection following reimplantation for the infected total knee arthroplasty. 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Consenso:AIPPfúngicaouatípicaéumainfeçãodeumaartroplastiacausadaporfungosou bactériasatípicas. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%;Contra:7%;Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Normalmente, uma IPP fúngica ou atípica existe quando os organismos como fungos ou bactérias atípicas são detetados no líquido articular ou a partir de amostras de tecido intra-operatórios, e que estes organismos sejam os agentes infeciosos dominantes na articulaçãoprotésica. Osfungospodemserbolor,levedurasoufungosdimórficos.Boloressãofungosquecrescem sob a forma de filamentos multicelulares chamados hifas. A grande maioria (Candida) promoveminfeções,querepresentammaisde80%dasIPPfúngicas.Emcontraste,osfungos que podem adotar o hábito de crescimento unicelular são chamados de leveduras. Fungos dimórficos podem existir como formas de bolor ou de levedura. Bactérias atípicas são bactériasquepossuemdesviosdeumaoumaisdasseguintescaracterísticasdeumabactéria típica: da parede celular (contendo peptidoglicanas), da membrana celular, sem membrana nuclear, da reprodução por fissão celular e suscetibilidade aos antibióticos, mas não aos agentesantifúngicos.1-3 Questão2:QuandoéqueosfungosdevemserconsideradoscausadoresdeIPP? Consenso:AIPPfúngicadeveserconsideradaquandofungospatogéneossãoisoladosapartir de culturas de tecidos periprotésicos ou punções articulares num paciente que apresente outrossinaisesintomasdeIPP,comosorologiaeparâmetrosdepunçõesalterados(contagem totaldeleucócitosediferencialdeneutrófilos).Seossintomasclínicossugeriremasuspeitade IPPfúngica,arepetiçãodapunçãopodesernecessáriaparaisolaroorganismoinfetante. VotaçãodosDelegados:AFavor:94%;Contra:4%;Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: 248 Sendo que não existem sintomas clínicos e alterações laboratoriais específicas para a IPP fúngica,arepetiçãodapunçãoaspirativaéobrigatória.NumterçodoscasosdeIPPporfungos, aspiraçõesrepetidas(2ou3)tiveramqueserrealizadasparaconfirmaroagenteinfectante.4-10 Questão3:Quaissãoosfatoresdohospedeiro(doençasconcomitanteseoutrosfatores)que predispõemàsIPPfúngicas? Consenso: Fatores predisponentes do hospedeiro para as IPP fúngicas são: imunossupressão (diminuição da imunidade celular, neutropenia, corticosteróides ou outras drogas imunossupressoras,históriadetransplantedeórgãoseSIDA),malignidadee/ouautilizaçãode agentesantineoplásicos,oabusodedrogas,autilizaçãoprolongadadeantibióticos,presença de cateteres permanentes (endovenoso, urinário ou alimentação parenteral), diabetes mellitus, desnutrição, artrite reumatóide, história de múltiplas cirurgias abdominais, queimaduras graves, tuberculose e infeções bacterianas prévias a cirurgia de substituição protésica(cirurgiadesubstituiçãoprotésica). VotaçãodosDelegados:AFavor:95%;Contra:2%;Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: ATabelaabaixomostraafrequênciadedoençasconcomitantesem46IPPfúngicasrelatadas apósprótesetotaldojoelho(dadoscoletadosapartirde36publicações). Númerode casos Percentagem (%) Diabetes 10 22 Doençasautoimunes 6 13 10 22 7 15 Doençasmalignas 4 9 VIH 1 2 IPPpréviacom antibioterapiaprolongada Imunossupressãocausada pormedicamento Questão 4: Quando se considera a possibilidade de IPP fúngica, que amostras devem ser colhidas, que ferramentas de diagnóstico adicionais devem ser usadas e como devem ser processadasparaotimizarodiagnóstico? Consenso:Meiosdeculturaseletivosparafungosdevemserincluídosedeveter-seemconta queaculturaprolongadapodesernecessária.Emcasosespecíficos,deve-seexpandirostestes de diagnóstico para incluir amostras de tecido para exame histológico, principalmente nos casos em que há um alto índice de suspeita clínica. Resistência de espécies de Candida ao fluconazolfoireportadanabibliografia,eassimtestesdesensibilidadedevemsersolicitados quando a resistência ao fluconazol é suspeitada, baseada em espécies isoladas. Testes de sensibilidadeaosantifúngicossãoaindabemmenosdesenvolvidoseutilizadosqueostestes parasensibilidadeaosantibióticos. 249 VotaçãodosDelegados:AFavor:96%;Contra:2%;Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: Dos59artigospublicadosatéaopresentesobreotratamentodeIPPporfungos(incluindo91 casos), em apenas 9, os autores divulgaram detalhes microbiológicos sobre o número de culturas.Emnenhumdosestudosomeiodeculturaouotempodeincubaçãofoiespecificado. Emboraosfungospossamcrescernamaioriadosmeiosdecultura,osrequisitosmuitasvezes são diferentes que aqueles para as bactérias, principalmente no que diz respeito à temperaturaeotipodemeio.Meiosdeculturaseletivosparafungosdevemserincluídoseo períododeincubaçãoprolongado,deacordocomasnormasnacionaisdelaboratórios. Amaioriadossistemasparahemoculturaderotina,manuaiseautomatizados,sãocapazesde suportarocrescimentodaslevedurastaiscomoCandidaspp.Noentanto,sehouversuspeita de infeção fúngica e as culturas de rotina forem negativas, pode ser razoável considerar um métodoalternativodetestequesejaperfeitamenteadequadoparasuportarocrescimentoda maioria dos fungos. Bolores e especialmente fungos dimórficos, geralmente crescem pouco emsistemastípicosdehemoculturainstrumentados.Técnicasdeculturaalternativasincluem ométododeliseporcentrifugação,emqueaamostradesanguelisadaegranuladapodeser usada.Oreconhecimentodaespécieisoladaéobrigatório,poisotratamentopodevariarem função das espécies. Amostras de tecidos e fluidos orgânicos podem ser igualmente investigadas utilizando procedimentos alternativos. Entre estes estão a histologia padrão, imuno-histoquímica,hibridaçãoinsitu,espectrometriademassaeaanálisedeamostras,por procedimentos baseados na reação em cadeia da polimerase (PCR). Estas técnicas têm sido avaliadas de forma positiva em alguns estudos, mas geralmente estão indisponíveis, e na avaliaçãodeterceiros,asuaprecisãonãofoipossível,atéaomomento,serdeterminada.11 Questão 5: Qual a técnica cirúrgica mais adequada para o tratamento das IPP fúngicas: irrigaçãoedesbridamento,reimplantaçãonumoudoistempos,ouartroplastiaderessecção definitiva? Consenso:Combasenaliteraturaatual,arevisãodeartroplastiaemdoistemposéaopçãode tratamentorecomendadoparaIPPfúngica.Noentanto,ataxadesucessoémenorqueados casosbacterianos. VotaçãodosDelegados:AFavor:95%;Contra:2%;Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação:Otratamentocirúrgicoinicial,descritoparaasinfeçõesfúngicasperiprotésicasdo joelho, é heterogéneo. Como na IPP bacteriana, as modalidades de tratamento para a IPP fúngica(retençãodoimplante,remoçãoereimplanteouressecção)dependemdotempode diagnóstico da infeção após a implantação, os resultados de eventuais tentativas anteriores paratratarainfeçãoeapresençadecomorbilidades. Até ao momento, 91 casos de IPP fúngica foram relatados. A artroplastia de ressecção foi a intervençãoinicialem42dessesdoentes.Desbridamentocirúrgicoextensoeradicaldetodoo tecido infetado e necrosado, bem como a remoção de todo o cimento foi enfatizado como importante fator em relação ao resultado. A artroplastia de ressecção definitiva foi o tratamento de escolha em 5 doentes com PTA infetadas e em 2 doentes com PTJ infetadas. Após a artroplastia de ressecção inicial, 27 ancas e 20 joelhos foram submetidos à reimplantação tardia (procedimento em dois tempos). Espaçadores intra-articulares foram 250 usados em 25 dos 91 doentes descritos. Para evitar superinfeção bacteriana os espaçadores foram impregnados com medicação antimicrobiana combinada (gentamicina e vancomicina, tobramicina e vancomicina, teicoplanina e anfotericina B, vancomicina e anfotericina B, vancomicina, vancomicina e piperacilina e cefamandole). A maioria dos casos de sucesso foi tratadacomoprocedimentodetrocaemdoistempos.1,8,10-26 Questão 6: Quais são os antifúngicos sistémicos ideais para serem administrados (tipo e dose)notratamentodaIPPfúngica? Consenso: Agentes bem conhecidos para o tratamento sistémico incluem os azóis e os derivados da anfotericina administrados via oral ou EV, por um mínimo de 6 semanas. A resistênciadecertasespéciesdeCandidaparaofluconazolfoidescritanaliteratura,eassimos testesdesensibilidadedevemserrealizados,comoauxíliodomicrobiologista. VotaçãodosDelegados:AFavor:93%;Contra:5%;Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: Nãohámuitosrelatossobreaadministraçãoantifúngicatópica.Antifúngicostópicos,durante otratamentocirúrgico,foramutilizadosatravésdaimpregnaçãodosespaçadoresdecimento, como referido acima ou pela aplicação do pó intra-articular (100 mg de anfotericina B)8, 13 ou ainda, por lavagem articular diária (fluconazol 200mg /dia).17, 27 Agentes antifúngicos sistémicos foram administrados em todos, à exceção de um paciente, sendo que os agentes maishabitualmenteutilizadosnotratamentosistémicoforamofluconazoleaanfotericinaB, administradosporviaoralouintravenosa. Alémdisso,asseguintesdrogasforamadministradas,emordemdecrescentedefrequência:5flucitosina,itraconazol/cetoconazol/voriconazolecaspofunginaeoutrasequinocandinas.Uma combinação de medicamento antifúngico ou um tratamento antifúngico sequencial com a trocademedicamentoestevepresenteemcercade25%doscasosrelatados.1,3,8,14-17,21,22,27-33 Questão 7: No tratamento estadiado (2 ou mais) das IPP fúngicas, que medicamentos antifúngicosouantibacterianosdevemserusadosnoespaçadordecimento?Qualéadose recomendada? Consenso:Aliteraturamaisrecentecorroboraqueosagentesantifúngicossãolibertadosem quantidades elevadas no local, mas ainda não existem estudos clínicos que assegurem a sua eficáciaclínica.OusodaanfotericinaBlipossomal,impregnadanocimentoósseo,temmaisde uma ordem de grandeza de libertação que o desoxicolato de anfotericina B convencional. Existem também informações sobre as taxas de libertação controladas para os antifúngicos azólicos,comdadosespecíficossobreaeluiçãodevoriconazolapartirdocimentoósseo.Deve sertidaemconsideraçãoaadiçãosimultâneaaocimentoósseodeumagenteantibacteriano. VotaçãodosDelegados:AFavor:94%;Contra:2%;Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Diversos estudos têm descrito o sucesso do uso de espaçadores impregnados com drogas antifúngicas no tratamento da IPP fúngica. Embora a libertação destas drogas a partir do cimento ósseo tenha sido comprovada in vitro, há dados limitados a partir de estudos in 251 vivo.3,18,27,29,34 Demodosemelhanteaoqueacontececomasbactériasdobiofilme,osfungos embiofilmeapresentammaiorresistênciaaosantifúngicoseassimoprocedimentocirúrgico que diminua o biofilme e a carga fúngica, é provavelmente o ponto mais importante do tratamento. Têm também sido obtidos bons resultados sem o uso de métodos de libertação local. Quando o cirurgião decide optar por antifungícos tópicos em complemento à terapia sistémica, produtos derivados da anfotericina B ou antifúngicos azólicos são indicações razoáveis.Quandoovoriconazoléescolhido,duranteafabricaçãodosespaçadores,aredução daresistênciamecânicadocimentodeveserconsiderada.3,18,27,29,34-45 Questão8:QueinvestigaçõeslaboratoriaissãorecomendadasparaomonitoramentodaIPP fúngicaeparadeterminaromomentodereimplantação? Consenso: A dosagem da Proteína C-reativa e a Velocidade de Sedimentação são recomendadas para monitorizar a IPP fúngica. Não há nenhuma evidência distinta para o momentoidealdoreimplante,combaseemtestesdelaboratório. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%;Contra:8%;Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: A revisão da literatura atual não detetou nenhum teste de laboratório para monitorizar especificamente a IPP fúngica. Assim, os testes laboratoriais geralmente aceites são os mesmos usados para monitorizar a IPP bacteriana.28 O teste de β-1,3, D-glucano sérica para Candida tem sido usado em pesquisas não ortopédicas, e pode ser uma área a ser desenvolvidanofuturo,paraomonitoramentodaeficáciadotratamentodaIPPporCandida.46 Punções repetidas antes do reimplante podem auxiliar o cirurgião a determinar o momento corretodareimplantação. Questão 9: Qual a duração da administração sistémica do agente antimicrobiano (antifúngico)notratamentodaIPPfúngica? Consenso:Aadministraçãosistémicadoagenteantimicrobiano(antifúngico)notratamentoda IPPfúngicadeveseriniciadadurantearemoçãodoimplante(primeirotempo)emanter-sepor pelo menos 6 semanas. Em seguida, deverá ser interrompida antes do reimplante (segundo tempo).Intervaloestequedeveráserbaseadonaavaliaçãoclínicaenosexameslaboratoriais. Nãohádadosconcretosquesubstanciemaadministraçãoantifúngicaapósoreimplante. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%;Contra:10%;Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: A avaliação dos casos relatados de IPP fúngicas mostra que existe uma grande variação na duraçãodaadministraçãoperioperatóriadoagenteantimicrobianosistêmico(antifúngico). Para aqueles agentes administrados com maior frequência, fluconazol e anfotericina B, tem sidodescritooregimeabaixoindicado: Fluconazol - Duração varia entre 3 a 6 semanas ou mais longo (até 26 semanas) antes da reimplantaçãoedenenhumtratamento(namaioriadoscasos)ouaté2a6semanasoumais, apósareimplantação. 252 AnfotericinaB–omaisfrequenteéaduraçãode6semanas,apenasantesdareimplantação.1, 3,16,18,21,22,27-29,31-33,47 É importante notar que as diretrizes da IDSA no tratamento da candidíase invasiva recomendamaduraçãodetratamentode6a12mesesparaaosteomielite. 253 Referências: 1.AzzamK,ParviziJ,JungkindD,etal.Microbiological,clinical,andsurgicalfeaturesoffungal prosthetic joint infections: a multi-institutional experience. 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NotadoGrupodeTrabalho: Este grupo de trabalho reviu a indicação e duração de antibióticos orais para a infeção periprotésica(IPP)nasseguintessituações: 1) IPP aguda (precoce ou tardia) tratadas com desbridamento sem a remoção do implante e troca de componentes modulares, sempre que os mesmos pudessem ser removidos com segurança.Emgeral,essasinfeçõesnãorequeremantibioterapiasupressiva. 2)Indicaçõesparaousodeantibioterapiasupressiva(AS)incluem: a)Osdoentesquerecusamtratamentocirúrgico. b) Doentes que não podem ser tratados cirurgicamente em função do risco elevado, consequenteàscomorbilidades. c) Os doentes tratados com cirurgia inadequada, tais como: 1) desbridamento sem a remoção do implante em IPP crónica tardia ou 2) desbridamento sem a remoção do implante em IPP aguda (precoce ou tardia), sem substituição dos componentes modulares. d)OsdoentessubmetidosatratamentocirúrgicoadequadoparaIPPaguda,masque receberamtratamentocomantibióticosdequalidadeinferiornasseguintessituações: 1)nãoreceberamrifampicinaemIPPcausadaporEstafilococosspp,2)IPPcausadapor Estafilococosaureus(MRSA)resistenteameticilina,3)nãoreceberamfluoroquinolona eminfeçõesporbactériasgramnegativase4)nasIPPfúngicas. e)Osdoentesnosquaissesuspeitaqueainfeçãonãofoierradicadadeacordocoma avaliaçãoclínica,laboratorial,ouosdadosdeimagem. 257 Questão 1: Qual é o antibiótico oral ou as combinações antibióticas apropriadas após o tratamento cirúrgico adequado para a IPP aguda (precoce ou tardia) na qual o implante tenhasidomantido? Consenso: Regimes contendo rifampicina, quando possível, devem ser utilizados em IPP causadasporbactériasGrampositivoseasfluoroquinolonasnascausadasporbactériasGram negativos.Nãoexisteconsensoarespeitodequandoarifampicinadeveseriniciada. VotaçãodosDelegados:AFavor:87%;Contra:7%;Abstenção:6%(ForteConsenso) Justificação: Na IPP aguda, o desbridamento aberto e retenção do implante está associado a uma ampla variação das percentagens de sucesso. Assim que a decisão de mudar para a terapia oral é feita, uma combinação de antibióticos deve ser utilizada. As razões para esta discrepância incluem:1)característicasdosdoentes,2)técnicacirúrgica(incluindoatrocadopolietileno)e 3) o tipo de antibiótico ou associação de antibióticos administrados, especialmente no primeiro mês após o desbridamento.1,2 Existe uma preocupação com o uso da rifampicina durante os primeiros dias de tratamento por via intravenosa, a fim de reduzir o risco de seleção de mutantes resistentes.54 S.aureus e estafilococos coagulase negativos são na sua maioriatratadasmaiseficazmentecomterapiacombinada. Em termos de antibioterapia, é necessário analisar os resultados de acordo com o microrganismo isolado. Uma revisão da literatura publicada, na qual estafilococos foi o patogéneoprincipal,incluiu17artigose525casosdeIPPtratadascomdesbridamentoaberto eretençãodoimplante.Oestudodemonstrouumataxadesucessoentre14%e83%comuma taxamédiade48%4 edeapenas32%emdoentescomartritereumatóide.5 Umarevisãomais recentedaliteratura,utilizandoodesbridamento,antibióticoseretençãodoimplante(DARI), mostrouumataxadesucessoinferiora50%.6 Érelevantemencionarqueamaioriadosartigos incluídosnestesestudosnãoutilizouarifampicinacomopartedotratamentoantibiótico.Em contraposição,avancomicinaintravenosaouβ-lactâmicosEVduranteasprimeiras4semanas foramasterapiasantibióticasmaisusuais.Observaçõesinvitroemodelosexperimentaisem infeções associadas a implantes, têm vindo a mostrar uma atividade reduzida desses antibióticos contra biofilme bacteriano e a importância da combinação de antibióticos, preferencialmente com rifampicina.7-12 Zimmerli et al. procederam a um estudo duplamente cegoeconstataramqueasinfeçõesestafilocócicasagudasemimplantesortopédicostratadas com desbridamento aberto sem remoção do implante, seguido de uma combinação de ciprofloxacina(750mg/12h)erifampicina(450mg/12h),administradasdurante3meses(para infeçõesdeprótesedeancaeimplantesortopédicosinfetados)ou6meses(paraprótesede joelhoinfetadas),foimaiseficazdoqueaciprofloxacinasozinha(taxasdecurade100%ede 53 %, respetivamente, p <0,05, após 35 meses de seguimento). De 2005 até ao momento, outrasériedecasosfoipublicada,usandocombinaçõesdeantibióticoscomrifampicina,que apoiamaeficáciadestaestratégia,especialmentequandoaIPPédevidaaosgermessensíveis àmeticilinaefluoroquinolona(incluindoS.aureuseestafilococoscoagulasenegativos)eafase oral da terapia é feita com rifampicina combinada com fluoroquinolonas,2,13-22 obtendo-se taxas de sucesso, em geral, superiores a 70%. A dose de rifampicina usada variou de 300 mg/8h, 450 mg/12h, 600 mg/24h até 10 mg/Kg/12h. A rifampicina é um antibiótico de concentração dependente e o melhor parâmetro relacionado com a sua atividade farmacodinâmica é a Cmax/mínima de concentração inibitória mínima (CIM). A rifampicina numa administração monodose de 600 mg é mais fácil de administrar e é bem tolerada, e 258 tambémpoderesultaremmaiorCmax/CIMdoqueacada12h.Alémdisso,arifampicinaserve para erradicar biofilmes e uma vez que o tempo de proliferação das bactérias do biofilme é significativamente maior do que sua contrapartida planctônica.23 Assim, a administração de rifampicina uma vez por dia, como para infeções por Mycobacterium tuberculosis, parece razoável. Ciprofloxacina e levofloxacina são as fluoroquinolonas mais largamente usadas. A experiênciacomaciprofloxacinaémaior.Porém,alevofloxacinatemmaiorbiodisponibilidade viaoraleémaisativacontraestafilococos.Amoxifloxacinaémaisativadoquealevofloxacina para estafilococos, mas a rifampicina, reduz significativamente a concentração sérica de moxifloxacina.24 A rifampicina também reduz a concentração sérica de clindamicina,25 cotrimoxazol,26 e linezolida.27 Logo, é necessário um acompanhamento atento quando essas combinaçõessãousadas. AexperiênciaclínicaquandoasIPPsãocausadasporestirpesresistentesàmeticilinaéescassa, masainformaçãodisponívelsugerequeoresultadoparainfeçõesporestafilococoscoagulase negativosresistenteameticilina,estáassociadoabonsresultadosquandocombinaçõescom rifampicina são usadas.28 Contrariamente, a experiência com MRSA tem mostrado uma alta percentagem de insucesso.15,29-31 Contudo, a maioria destes doentes foi tratada com vancomicinaintravenosa.Háalgumaexperiênciaclínicacomousodolinezolide,associadaou nãoàrifampicina,emdoentescomIPPagudacausadaporMRSA,tratadoscomdesbridamento e retenção do implante, com uma taxa de sucesso média em torno de 60%.32-37 A toxicidade associadacomolinezolidelimitaasuaadministraçãoporperíodosmaioresque4-6semanas,e durante a sua manutenção, os níveis séricos devem ser monitorizados.38 A rifampicina combinadacomoácidofusídicoouocotrimoxazolalcançouumataxadesucessode67% 39 e 60%,40respetivamente.Realmente,osrecentesdadosinvitromostramqueascombinaçõesde antibióticos orais, incluindo a linezolida, ácido fusídico, rifampicina ou minociclina usando concentrações semelhantes às séricas,41 têm uma atividade positiva contra os biofilmes de S.aureus in vitro. Todavia, mais estudos clínicos são necessários. A IPP devido aos estreptococos sensíveis à penicilina tratadas com penicilina EV ou ampicilina têm sido associada a altas taxas de sucesso.42 Neste artigo, apenas 2 dos 19 doentes falharam, mas ambos tinham IPP devido ao estreptococos do grupo B (n=7, taxa de falência de 28.5%). Em contraste com um estudo recente, que analisou retrospetivamente 31 IPP estreptocócicas tratadas com DAIR, e descreveu uma taxa de insucesso de 67%, que era semelhante à dos restantes estudos dos casos de IPP, nos quais a taxa de insucesso foi de 71%.43 Porém, os detalhessobreaterapiaantibióticanãoforamdescritos.InformaçõesclínicasdeIPPcausadas por enterococos são limitados a um artigo, que descreveu uma taxa de sucesso de 80%, utilizando o desbridamento, e a retenção do implante e ampicilina EV, com ou sem gentamicina.44 A percentagem de sucesso foi semelhante nos grupos de monoterapia aos de terapia combinada, mas a nefrotoxicidade foi significativamente maior entre aqueles que receberam aminoglicosídeos. A experiência com antibióticos orais é escassa nas IPP por estreptococos e enterococos, mas é razoável usar um agente β-lactâmico de elevada biodisponibilidadeoral(amoxicilinaparaenterococos),aoqualpode-seadicionararifampicina umavezqueestaéativacontraestreptococos.Defacto,recentesestudosinvitromostraram que o linezolide ou ciprofloxacina combinados com a rifampicina apresentaram melhor atividade contra biofilmes de enterococos do que a ampicilina ou ampicilina associada à rifampicina.45Logo,essascombinaçõessãoalternativaspotenciais. As evidências acerca de IPP causadas por organismos Gram negativos é escassa, mas a informaçãodisponívelsugereque,quandofluoroquinolonas(oralouintravenosa)sãopartedo tratamentoantibiótico,ataxadesucessoultrapassa80%.46,47 259 Emtermosgerais,aantibioterapiasupressiva(AS)nãoéumtratamentoextremamentebemsucedidoparaaIPP.Resumidamente,oregimeantibióticoselecionadoapósodesbridamento está associado com o controlo da infeção. Os dados clínicos de estudos observacionais demonstram que regimes contendo rifampicina em IPP causada por Gram positivos e fluoroquinolonas em IPP causada por Gram negativos, resultam em taxas de sucesso aceitáveis. As informações clínicas são escassas sobre outros regimes de antibióticos para bactériasresistentesouquandoopacienteéalérgicooudesenvolveeventosadversos.Alguns dadosclínicoscomlinezolide,19,33-36 cotrimoxazol40 emoxifloxacina48 comomonoterapiaparaa IPP estafilocócica, têm mostrado resultados relativamente bons. Por vezes, o uso de rifampicinaéinviável,devido,porexemploainteraçõesmedicamentosas. Questão2:QualdeveseraduraçãodotratamentocomantibióticosemIPPaguda,tratada comdesbridamentoeretençãodoimplante? Consenso: A duração do tratamento oral e endovenoso é uma questão que permanece não resolvida e não há ensaios clínicos que comparem as diferentes durações do tratamento antibiótico. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%;Contra:11%;Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: A experiência clínica com osteomielite, incluindo infeções com implantes ortopédicos, demonstrouqueaterapiaoralouamudançaprecoceparaaterapiaoralétãoeficazquantoo tratamento EV.49-51 A maioria dos investigadores consideram necessárias 2-6 semanas de tratamentoEVespecífico,seguidodetrêsmesesdeantibióticosoraistambémespecíficosna cirurgiadesubstituiçãoprotésicadaanca,ede6mesesnacirurgiadesubstituiçãoprotésica do joelho.27,52,53 Levando em conta a alta biodisponibilidade (>90%) de antibióticos orais, tais comorifampicina,fluoroquinolonas,cotrimoxazol,tetraciclinas,ácidofusídico,clindamicinaou do linezolide e a fraca atividade contra os biofilmes bacterianos dos antibióticos EV mais frequentementeutilizados,taiscomoβ-lactâmicosouglicopéptidos9,54 éaceitávelrecomendar umperíodoEVrestritoaosprimeiros5-10dias,afimdereduzirainoculaçãobacteriananos tecidos periprotésicos. Uma mudança precoce para a terapia via oral utilizando agentes antibiofilme potentes, com elevada biodisponibilidade oral, é aconselhado. Este regime permite a alta hospitalar do paciente e evita problemas associados com cateteres EV. A antibioterapia com duração total de 3 ou 6 meses baseia-se em experiência clínica,15,18-20 e outra grande série utilizou uma duração média da terapia oral de 1.5 anos.15 Em ambos os casos,ataxadesucessofoi>70%.Outrosautores,utilizandoumaduraçãosignificativamente menor de regimes de antibióticos (em geral ≤3 meses) também têm mostrado taxas de sucesso>70%.3-4,23 Estesdadospropõemquemaisde3mesesdetratamentonãomelhoramo resultadodaIPPagudatratadacomdesbridamentoeretençãodoimplante.NumrecenteECR, doentescomIPPagudaprecocecausadaporestafilococosreceberam6semanas(n=22),ou12 semanas(n=17)delevofloxacinamaisrifampicina(apresentadonaConferênciadeInterciência sobreAgentesAntimicrobianoseQuimioterapia,Denver2013,porLora-Tamayo)enenhuma diferençanataxadeinsucesso,apósumanodeacompanhamento,foiobservada.AProteína C-reativa(CRP)nãofoiumpreditorexatodoresultadodosdoentesapósodesbridamento.55 Assim,oexamefísicoeossintomasclínicosdevemorientaraduraçãodotratamentocomo antibiótico. De acordo com a bibliografia, quando um regime de antibióticos, durante o primeiro mês após desbridamento, inclui a rifampicina para infeção por bactérias Gram 260 positivos1,14-23 ouumafluoroquinolonaparainfeçãoporGramnegativos,46,47 durante3meses, está associado a bons resultados3, 23,47 e alguns dados preliminares sugerem que mesmo um períodoaindamaiscurtopodeseradequado.Noentanto,sãonecessáriosmaisestudospara apuraresteresultado. Questão 3: Qual é o papel da associação de antibióticos no tratamento de IPP, que foi submetidaaprocedimentoscirúrgicosinadequados? Consenso: Não recomendamos a administração de antibióticos e desbridamento aberto isoladosemaremoçãodoimplantenaIPPcrónica. VotaçãodosDelegados:AFavor:84%;Contra:14%;Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: Aantibioterapiasupressiva(AS)define-secomoautilizaçãodeantibióticosporviaoralparaa prevenção da recorrência dos sintomas e falência funcional em doentes, nos quais os implantesforammantidos.OtratamentocomantibióticoisoladoemIPPestáassociadaauma elevadapercentagemdefracasso.56AtaxadeinsucessoénotavelmentesuperiorquandoaIPP preenche os critérios de infeção crónica, mesmo quando estes doentes são submetidos ao desbridamentoabertosemaremoçãodoimplante.14,57Noentanto,nãoexistenenhumaoutra alternativaquando: a)Osdoentesrecusamotratamentocirúrgico; b) Os doentes não podem ser tratados cirurgicamente devido aos elevados riscos cirúrgicos, decorrentesdaassociaçãodemorbilidades; c) Os doentes foram submetidos a procedimentos cirúrgicos inadequados, tais como: 1) o desbridamentosemaremoçãodoimplanteemIPPcrónicatardiaou2)desbridamentosema remoçãodoimplanteemIPPprecoceoutardiasemqueosimplantesmodularesdepolietileno tenhamsidotrocados; d) Os doentes apresentam IPP que não foi erradicada, de acordo com a avaliação clínica, laboratorial,ouexamesdeimagem; e)Osdoentesterãoperdafuncionalimportantecomaremoçãodaprótese. Nestes casos, é altamente recomendável identificar o microorganismo, antes de iniciar qualquerregimedeantibióticos.Levando-seemcontaabaixaprobabilidadedasupressãoda infeção e limitada experiência clínica, os autores recomendam antibioterapia em duas fases distintas:1)Fasedeinduçãodaremissãoe2)Fasedesupressãocrónica. A recomendação inicial é a de iniciar uma potente antibioterapia via oral ou EV mediante a combinaçãodeantibióticos,cujosexemplosestãolistadosnaTabeladapáginaseguinte,que incluiarifampicinaemcasosdeinfeçãoporbactériasGrampositivosouasfluoroquinolonas emcasosdeinfeçãopororganismosGramnegativos,semprequesejapossível.Aprimeirafase da antibioterapia deve ser mantida até que os sinais clínicos de infeção desapareçam e os parâmetrosinflamatóriossistémicos(porexemplo,aPCReaVS)melhorem,porpelomenos,3 meses.Apósesteperíodo,aAScommonoterapiaantibióticaoraldeveseriniciada,medianteo usodeantibióticoscomumbomperfildesegurançaeelevadabiodisponibilidadeoral. 261 Questão4:Quantotempoaantibioterapiasupressivadevesermantida? Consenso:NãoháconsensosobreotempoqueosdoentesdevemreceberaAS.Noentanto,é consensualdequeotratamentodeveserindividualizado. VotaçãodosDelegados:AFavor:94%;Contra:4%;Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: Aterapiasupressivaidealdeveseradministradaparaorestodavidadopaciente.Nãoexiste experiência clínica sobre as consequências da interrupção da AS no risco de recaída ou disseminação da infeção e sepsis secundária. Contudo, as experiências com a osteomielite crónicasugeremqueestasinfeçõessão,geralmente,localizadas. O tempo médio de AS oral foi de aproximadamente 23 meses, quando vários estudos foram comparados. Existem alguns estudos publicados que usaram supressão oral por um período entre 4 e 100 meses, em doentes com IPP crónica,58-61 com taxas de sucesso >60% após seguimento por período prolongado. Porém, outros investigadores não tiveram resultados similareserelataramumaaltataxadeeventosadversosassociadosàantibioterapiacrónica. Questão5:Queantibióticospodemserúteisparaotratamentosupressivo,combasenotipo deorganismoinfetante? Consenso:Nãoháconsensosobreosantibióticosapropriadosparaaterapiadesupressão.O antibiótico deve ser escolhido de acordo com o padrão de sensibilidade do microrganismo isolado, que deve ser obtido, de preferência, a partir de amostras profundas, por punção aspirativaoudesbridamentocirúrgico.Alistadepotenciaisantibióticoserespetivasdosagens éfornecidanaseguidamente. VotaçãodosDelegados:AFavor:97%;Contra:3%;Abstenção:0%(ForteConsenso) A Tabela abaixo apresenta os principais antibióticos orais para o tratamento de infeção periprotésica(IPP). PenicilinaV Amoxicillina Amoxicillinaclavulanato Cloxacillina Cefalexina Cefadroxila Ciprofloxacina Levofloxacina BD(%) DoseOral EfeitosAdversos 60 80 75* 50-70 >90 >90 0.5-1g/6-8h 1g/8h 875-125mg/8h 0.5-1g/4-6h 0.5-1g/6-8h 0.5-1g/8-12h Erupçãocutânea.Reações anafiláticas.Diarreiaassociada aoClostridiumdifficile. 500-750mg/12h 500-750mg/24h Toxicidadehepática.Tendinite/ rupturastendãodeAquiles, Neuropatiairreversível.Diarréia associadaaoClostridium difficile, 75 >95 262 Clindamicina 90 300mg/8h 90** 10-20mg/kg/2412h 95 95 100mg/12h 100mg/12h 90/90 160/800mg/812h Linezolide 100 600mg/12h ÁcidoFusídico**** 90 0.5-1g/8-12h Fluconazol >90 400mg/24h Rifampicina*** Doxiciclina Minociclina Cotrimoxazol (trimetoprim/sulfa metoxazol) SintomasGastrointestinais. Diarreiaassociadaao Clostridiumdifficile, Toxidadehepática,Erupções cutâneas,Sintomas gastrointestinais. Hiperpigmentaçãocutânea. Toxidadehepática Hematológicos(leucopenia, anemia).Erupçõescutâneas. Evitarcomcumarínicos. Hematológicos (trombocitopenia,anemia). Evitarcomantidepressivos tricíclicos Toxidadehepática Toxidadehepática.Inibe CYP3A4. BD=biodisponibilidade.*Referenteaoclavulanato.**Quandotomadocomoestômagovazio.***Sempreuse emterapiacombinada.****NãodisponívelnosEstadosUnidos. 263 Referências: 1. Lora-Tamayo J, Murillo O, Iribarren JA, et al. A large multicenter study of methicillinsusceptible and methicillin-resistant Estafilococos aureus prosthetic joint infections managed withimplantretention.ClinInfectDis.2012;56(2):182-194. 2. Silva M, Tharani R, Schmalzried TP. Results of direct exchange or debridement of the infectedtotalkneearthroplasty.ClinOrthopRelatRes.2002;(404):125-131. 3. Bernard L, Zucher-Pfund L et al. 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Para opiniões mais detalhadas e/ou alternativas de conceitos específicos,consulteosoutrostemasindicadosabaixo: Fatoresderiscoparainfeção Procedimentosdiagnósticos Tema1:MitigaçãoeEducação Tema7:DiagnósticodeInfeçãoArticular Periprotésica Questão1:Qualéadefiniçãoparainfeçãoperiprotésica(IPP)tardia? Consenso: IPP tardia pode ser explicada como aquela que se desenvolve após um intervalo variáveldetempoapósoprocedimentooriginaldeartroplastiaprimária.AIPPtardiasucede depois de um procedimento primário, inicialmente bem-sucedido, sem sinais clínicos ou radiográficosdeIPP.OsfatoresderiscoparaaIPPtardiasãosemelhantesaosdescritospara IPP(Tema1). VotaçãodosDelegados:AFavor:56%;Contra:39%;Abstenção:5%(SemConsenso) Justificação: A definição de IPP tardia é variável na bibliografia existente. A maioria dos membros do consensoachamquequalquerinfeçãoqueaconteçaapósumanodevaserconsideradatardia. Coventryet.al.definiramostemposdaIPP,ondeoEstádioIéumainfeçãoagudaqueocorreu dentrode3mesesapósoprocedimentoprimário,EstádioII:umainfeçãotardia,queocorreu entre3mesesa2anosapósoprocedimentooriginalemquenãohouveintervalolivrededor eEstádioIII:infeçõeshematogéneas,emquehouveumtempolivrededor.1GavineHanssen definiram IPP crónica tardia como aquela que ocorreu 4 semanas após o procedimento primário com um início clínico insidioso.2 McPherson et. al. definiram infeção crónica como sendoaquelaqueapresentasintomaspor4semanasoumais.3NaSuécia,umaIPPtardiaétida comoaquelaqueocorre2anosapósoprocedimentoprimário.Devidoaenormevariaçãode prazos e intervalos, não há consenso sobre a definição de um prazo para a IPP tardia. No entanto, IPP tardia foi classificada aqui, como IPP hematogénea, onde havia um período assintomático, seguido por sinais clínicos e/ou radiográficos de infeção. O grupo de trabalho 268 consideraaIPPtardiacomoumaconsequênciadebacteriemianummomentoposterioredeve serdistinguidodeinfeçõesquesurgemcomoresultadodecontaminaçãointra-operatória. OsfatoresderiscodaIPPtardiasãosimilaresàquelesdescritosnoTema1(veraquestão1do Grupodetrabalho1:MitigaçãoeEducação). Questão2:QueprocedimentosdiagnósticosdevemserrealizadosnasuspeitadeIPPtardia? Consenso:ApesquisadiagnósticadedoentescomdorarticularesuspeitadeIPP(tardia)deve seguiroalgoritmoevidenciadonoTema7. VotaçãodosDelegados:AFavor:89%;Contra:9%;Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: AIPPtardiapodeapresentar-secomoumquadrodoloroso,quepodenãoseróbvioemtodos os casos. Para o diagnóstico pré-operatório de IPP tardia, uma abordagem sistemática para avaliação destes doentes deve ser considerada. Este grupo de trabalho propõe o seguinte procedimentoparadoentescomsuspeitadeIPPtardia.Ainvestigaçãodiagnósticainicia-sepor testes laboratoriais, seguido por aspiração da articulação em doentes sem antibióticos por duassemanascasoasorologiasejaanormal,ouparadoentescomaltoíndicedesuspeitapara IPP.OtestesorológicodeveincluiraVSeaPCR.UmaVS>30mm/horaePCR>13.5mg/dLsão sugestivos de IPP afetando uma prótese total de anca (PTA), e uma VS>46,5 mm/hora e PCR>23,5 mg/dL são sugestivos de IPP em prótese total do joelho (PTJ)21. Uma amostra de líquido sinovial deve ser retirada da articulação antes de iniciar os antibióticos, ou quando o paciente estiver sem antibióticos por 2 semanas. O diagnóstico de IPP tardia deve apoiar-se emcontagensdeleucócitosnolíquidosinovial,acimade3,000células/μlcomumacontagem diferencial de neutrófilos superior a 80%. Em caso de manifestação sistémica, hemoculturas devem ser consideradas. Procedimentos de medicina nuclear podem ser utilizadas como adjuvantes para o diagnóstico de IPP tardia.6-18 Biópsia de tecidos periprotésicos pode ser realizadapré-operatoriamenteparaseobterumdiagnóstico. Para o diagnóstico intra-operatório de IPP, a cultura microbiológica ainda é o padrão-ouro. Recomendamos que no mínimo três amostras de tecido sejam obtidas.19 Histologia deve ser considerada como parte dos critérios de diagnóstico.20 Coloração pela técnica de Gram não deve ser utilizada para diagnosticar IPP tardias.21 Métodos diagnósticos adicionais, incluindo sonicação de implantes, a reação em cadeia de polimerase (PCR), reação em cadeia de polimerase de transcriptase reversa (TR-PCR), espectrometria de massa, a técnica de microarranjo e hibridização por fluorescência in situ, se disponíveis, podem ajudar a determinar o organismo presente, especialmente em doentes com cultura negativa. Os implantesdevemsertransportadosemcondiçõesdebaixoteordeoxigênioparaolaboratório de microbiologia, onde devem ser processados imediatamente. A interpretação das culturas nasIPPtardiaséamesmadasIPPprecoces. Vários estudos determinaram que os marcadores inflamatórios, como a VS e a PCR são altamentesensíveisparaadeteçãodeIPP.22-25 APCRéumtestemaisespecíficodoqueaVS, embora ambos possam estar elevados na presença de outros processos infeciosos/inflamatórios.ExistetambémalgumaevidênciadequeaIL-6séricapossaserútilno diagnóstico de IPP.5-26 O líquido sinovial pode ser analisado para vários marcadores, com o objetivo de determinar a presença daIPP tardia. O método mais comum é contagem total e 269 diferencial de leucócitos (% neutrófilos). Além disso, o líquido sinovial pode ser testado por cultura,PCR,esteraseleucocitáriaeoutrosmarcadoresmoleculares.Osvaloresdereferência paraacontagemtotalediferencialdeleucócitosnolíquidosinovialtêmvariadoaolongodo tempo. Um estudo conduzido por Kersey et al determinou limites para descartar infeção e demonstrouqueumacontagemdeleucócitosmenordoque2,000células/μl,sendomenosde 50%deneutrófilos,teveumvalorpreditivonegativode98%.27 Masonetalconduziramumdosprimeirosestudosparadeterminarumvalorlimitesugestivo de IPP em doentes submetidos a PTJ. Eles fundamentaram que uma contagem total de leucócitossuperiora2,500células/μlediferencialsuperiora60%deneutrófilosfoisugestiva de infeção.28 Um estudo que avaliou revisões de PTJ determinou que a contagem total de leucócitos superior a 1,700 células/μl, e diferencial de neutrófilos superior a 65%, foram altamente sensíveis e específicos para IPP.29 Para a revisão da PTJ, uma contagem total de leucócitossuperiora3,000células/μl,comVSePCRelevadas,teve100%desensibilidade,98% deespecificidadee99%deprecisão.30 No cenário de revisão de PTA por infeção, mais do que 3,000 leucócitos/μl, proporcionou a maior combinação de sensibilidade, especificidade e valor preditivo positivo e negativo em doentescomVSePCRelevados.23,31,32APCRéummarcadorinflamatóriogeralmentemedido nosoro,mastambémpodeserencontradonolíquidosinovial. Estudos contemporâneos avaliaram o papel de marcadores moleculares sinoviais para o diagnóstico de IPP.5,33 O teste da esterase leucocitária, que é tradicionalmente usado para a deteção de bactérias na urina, foi considerado 80.6% sensível e 100% específico para a deteção de infeção nas articulações protésicas.34 Esses valores também se relacionam com elevadosleucócitospolimorfonucleares,contagemtotaldeleucócitos,VSePCR.Algunsoutros marcadoresqueforamencontradoselevadosnolíquidosinovialemdoentescomIPPincluem IL-6, interleucina-8, α2-macroglobulina, PCR, e fator de crescimento endotelial vascular. Estudos demonstraram que a medição da PCR no líquido sinovial, utilizando um ensaio múltiplo,éummarcadormaissensíveldoqueoPCRsérico(84%vs.76%).5,33 OdiagnósticodaIPPtardiapodeserconfundidopelasculturasnegativa.Estenderoperíodode incubaçãodacultura(7-14dias)podeajudaraminimizarestasituação.Numestudo,ataxade deteçãodeorganismosinfetantesdepoisde7diasdeincubaçãofoide73.6%eistoaumentou consideravelmente quando as culturas foram incubadas durante 13 dias. Além disso, se o aspirado de líquido sinovial fornece um resultado de cultura negativo, a realização de uma biópsia sinovial, em lugar do aspirado articular, leva a uma sensibilidade de 82% e uma especificidadede98%.52 Métodos diagnósticos avançados também podem ser empregues para identificar microorganismos responsáveis pela infeção.37 A utilização de sonicação/ultra-som para remoção de bactéria de explantes, aumenta a sensibilidade de deteção de bactérias (sensibilidade de 60.8% com a cultura de tecidos e 78.5% de sensibilidade com a cultura de líquido submetido a sonicação/ultra-som), mas ambos os testes apresentam especificidades semelhantes.38Alémdisso,havia14doentesnosquaisforamdetetadasbactériasinfetantesna culturadelíquidosubmetidoasonicação/ultra-som,quenãoforamidentificadosnaculturade tecidos. 270 Outrosmétodosdiagnósticosavançadospodemserusadosparaamplificarabactériaqueestá presente no interior do tecido ou a partir de amostras lisadas. A PCR39-42 amplifica o ADN da bactériaexistente,enquantoqueaTR-PCR43,44amplificaoRNA.Istoaumentaasensibilidadede deteção,sehouverumapequenaquantidadedebactériaspresentes.45 Questão 3: O tipo, dosagem e duração da anticoagulação profilática, tem influência na incidênciadeILC/IPPapósacirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso:Sim.Otipo,adoseeaduraçãodaanticoagulaçãoprofiláticainfluenciaaincidência daILC/IPPapósacirurgiadesubstituiçãoprotésica. VotaçãodosDelegados:AFavor:76%;Contra:9%;Abstenção:15%(ForteConsenso) Justificação: Váriosestudosdealtoníveldeevidênciacompararamdiferentesmétodosdeanticoagulação para profilaxia após a cirurgia de substituição protésica. A maioria dos estudos concluiu que nãohouvediferençasentreosdiversosmétodosdeanticoagulaçãoeaocorrênciasdeILC,ou parâmetros associados a infeções cirúrgicas (por exemplo, infeção da ferida operatória, deiscência da ferida e infeção de hematoma). No entanto, poucos destes estudos apresentaram força estatística para deteção de diferenças entre tipos de ILC, e foram conduzidos, essencialmente, para a avaliação da eficácia do anticoagulante. Quanto mais eficazéoagenteanticoagulante,maisprovavelmenteopacientedesenvolveráhematomaou feridascomdrenagempersistente,sendoqueambasassituaçõesestãoassociadasaILC. Oriscodestasreaçõesadversaspodeestarassociadoaotipo,doseetempodeadministração daanticoagulação.Umaextensarevisãodaliteraturafoirealizadaparaidentificarestudosque avaliaram a formação de hematoma, feridas com drenagem persistente, ILC e/ou IPP com a administração da anticoagulação. Existe uma grande variabilidade na incidência de eventos adversossubsequentesemtodosestesestudos.Algunsdemonstramquenãohouvediferença na incidência de formação de hematoma, quando foram utilizados dextrana-70, varfarina (15mg de ataque e 5mg durante as 3 semanas subsequentes) e heparina em baixa dosagem (5,000UIduasvezespordia)durantetrêssemanas.46 Outroestudonãoencontroudiferença naincidênciadeinfeçõesprofundasquandoaaspirina,varfarina,ouanticoagulanteinjetável foramadministrados.47 Asdosesdeprofiláticosinjetáveiseaduraçãodaadministraçãoforam variáveisnesteúltimoestudo. Outro estudo comparando a enoxaparina com a compressão pneumática intermitente controlada (meias de compressão graduada) não encontrou diferença na incidência de infeçõessuperficiais.48 Num estudo, a administração precoce de heparina de baixo peso molecular (HBPM) não demonstrou qualquer correlação com a ILC, quando comparada com um grupo controlo de doentesnãoinfectados.49 Poroutrolado,aanticoagulaçãoqueresultanumINRsuperiora1.5 apresenta maior probabilidade de desenvolver problemas relacionados às feridas, os quais estão associados a uma maior possibilidade de evoluir com infeção. Todos os doentes receberamprofilaxiadatrombosevenosaprofundacomvarfarinadurante6semanas.50 Outro estudomostrouqueaadministraçãodeHBPMresultounumaaltaincidênciadeformaçãode hematomaeretornoàsaladecirurgia.51 271 Uma consideração no que diz respeito à dosagem da anticoagulação é a capacidade de reverterosefeitosdestesagentes.Drogastaiscomoavarfarinapodemserrevertidascoma vitamina-K e a HBPM pode ser revertida com a protamina. Infelizmente, não há agentes diretosparareverterfondaparinux,arivaroxabanooudabigatrano,sendooFatorVIIadroga maispróximadesteefeitoparausoduranteosangramentoexcessivo. Questão4:Doentesportadoresdeimplantesarticularesprotésicosdevemreceberprofilaxia antibióticarotineiraparaprocedimentosdentários? Consenso:Autilizaçãodeprofilaxiaantibióticadentária,emdoentesportadoresdeimplantes articularesprotésicos,deveserindividualizadacombaseemfatoresderiscodopacienteea complexidadedoprocedimentodentárioaserpraticado. VotaçãodosDelegados:AFavor:81%;Contra:16%;Abstenção:3%(ForteConsenso) Justificação: Segundo a literatura disponível, em que não se chega um consenso, bacteriemia importante podeocorrerapósprocedimentosodontológicoseassimousodaprofilaxiaantibióticaantes destesprocedimentospodereduziracargadebactérias.Alémdisso,amaioriadasIPPocorre nos primeiros dois anos após a cirurgia.52-54 Um estudo demonstrou que o uso de profilaxia comantibióticosnãoreduzoriscodeinfeção,independentementedoprocedimentodentário realizadonumperíodode2anos.55 Procedimentosdentáriospodemnãoestarassociadosao desenvolvimentodeIPP.56 Noentanto,diversosestudosdemonstramqueháumaumentoda bacteriemiaapósprocedimentosdentários,comaincidênciadebacteriemia,variando,nesta situação,entre5%e65%.57-77,78-98 Assim,podemosconcluirqueousodeprofilaxiaantibiótica paraprocedimentosodontológicosapósartroplastiasjustifica-secomoobjetivodereduziro riscodebacteriemiaeassimoriscodedesenvolverIPPnosprimeirosdoisanosapósacirurgia desubstituiçãoprotésica. Consenso:Recomendamosqueosdoentesportadoresdecirurgiadesubstituiçãoprotésica,de altoriscoparainfeçãorecebamprofilaxiaantibióticadurantetodaasuavida. Justificação: OsfatoresderiscoparaIPPapósprocedimentosodontológicossãopaciente-dependentes,eo riscodeinfeçãoémaioremdoentesquerecebemtratamentodentário. A literatura ortopédica e odontológica expõem que grupos de doentes que estão em maior riscodedesenvolverumaIPPapósprocedimentosodontológicosequepodembeneficiardo usodeprofilaxiaantibiótica.Osdoentesquepodembeneficiarmaisincluemaquelescom: •Artropatiasinflamatórias(porexemplo,artritereumatóide).53,99-101 • Imunossupressão (induzida por drogas ou irradiação, incluindo oncologia ou doentes transplantados,edoentescomVIH).102,103 •Diabetesinsulino-dependente.103 •Infeçãosistémicagrave.104 •Hemofilia.105 272 Oprestadordecuidadosdentáriosdevedeterminaroriscobaseadonosseguintesfatores: • • • • Altapontuaçãoeíndicegengival,72,106,107 Altapontuaçãoeíndiceplaca,72,106,108 Sondagemprofundadagengiva,72,106 Periodontite.72 Consenso: Recomendamos que o antibiótico oral seja administrado nas seguintes dosagens, emapenasumatoma,préviaaosprocedimentosodontológicos. Justificação: Uso de antibióticos orais pode reduzir a carga de bactérias que são libertadas ao longo dos procedimentos odontológicos. São recomendados os seguintes antibióticos orais, como profilaxiaantesdeprocedimentosdentários: •Amoxicilina2g,umahoraantesdoprocedimento.81,109-114 •Azitromicina500mg,de30minutosa1horaantesdoprocedimento.115 •Cefaclor1g,1horaantesdoprocedimento.115 •Cefalexina2g,30minutosa1horaantesdoprocedimento.116 •Clindamicina600mg,1-1.5horasantesdoprocedimento.109,115,117,118 •Eritromicina1,5g,1-1.5horasantesdoprocedimento.119,120 •Moxifloxacina400mg,1-2horasantesdoprocedimento.109 •Penicilina2g,umahoraantesdoprocedimento.62,113,121,122 Consenso: Recomendamos que um dos seguintes antibióticos EV, ou intramusculares, seja usado nas seguintes dosagens, em apenas uma aplicação prévia aos procedimentos odontológicos. Justificação: Usar antibióticos EV pode reduzir a carga de bactérias que são libertadas nos procedimentosodontológicos.OsseguintesantibióticosEVsãorecomendadoscomoprofilaxia antesdeprocedimentosdentários: •Ampicilina2g,30minutosa1horaantesdoprocedimento •Cefazolina1g,30minutosa1horaantesdoprocedimento.115 •Cefuroxima1,5g,10minutosantesdoprocedimento.123 •Ceftriaxona1g,30minutosa1horaantesdoprocedimento.115 •Teicoplanina400mg,imediatamenteantesdoprocedimento.111,124 273 Questão 5: A profilaxia antibiótica deve ser administrada durante doenças víricas em doentesdealtoriscoparaIPPtardia? Consenso:Nãosejustificaaadministraçãodeantibióticosoraisemdoentescomartroplastias totaisquedesenvolvamdoençasvíricas. VotaçãodosDelegados:AFavor:98%;Contra:2%;Abstenção:0%(ForteConsenso) Justificação: Os doentes com fatores de risco para infeções bacterianas tardias, tais como aqueles submetidos a um procedimento invasivo que produza bacteriemia, podem beneficiar da administraçãodeantibióticosprofiláticos.Porém,osantibióticospreventivosparadoençastais como infeções víricas, só contribuem para o surgimento de organismos resistentes aos antibióticos e devem ser evitados na prática clínica. Doentes com fatores de risco para infeções bacterianas tardias são aqueles que são suscetíveis à infeção. Estes fatores de risco incluem,masnãoestãolimitados,aoquesesegue: • Imunocomprometimento ou imunossupressão (induzida por drogas, por radiação, diabetes,hepatite,VIH,neoplasia),125-127 •Hábitossociais(tabagismoeetilismo)126-128eArtriteinflamatória,128,129 •Obesidade,126,129-131 •Desnutrição,126 •Infeçãoarticularprévia(semusodeantibióticosparasupressão). Muitasvezes,osantibióticossãoprescritossemnecessidade,especialmenteemcondiçõestais como a rinossinusite.132 Um estudo demonstrou que os antibióticos só foram prescritos de formajustificadaem13,5%doscasosdeinfeçãodasviasrespiratóriassuperiores.133 Finalmente,ousodeantibióticosparacondiçõestaiscomoinfeçõesvíricas,poderesultarno aumento da resistência aos antibióticos. Isto reduz a eficácia do tratamento para IPP potenciais. Questão 6: A bacteriemia transitória pode ser minimizada durante procedimentos endoscópicos,comoascolonoscopias,paraevitaraIPPtardia? Consenso: Os efeitos da bacteriemia transitória podem ser minimizados durante procedimentoscirúrgicosmenores,atravésdaadministraçãodeantibióticosprofiláticospara doentesselecionados,especialmenteosdealtorisco. VotaçãodosDelegados:AFavor:85%;Contra:13%;Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: A bacteriemia transitória pode resultar de procedimentos gastrintestinais (GI) e genitourinários(GU)eestacargabacterianapodeserdiminuídapelaadministraçãodeantibióticos profiláticos. No entanto, as sociedades GI não recomendam antibióticos profiláticos para pequenos procedimentos cirúrgicos, tais como endoscopias digestivas altas (EDA), sigmoidoscopias ou colonoscopias, enquanto as sociedades GU são divergentes nas suas posiçõessobreaprofilaxiaantibiótica. 274 Procedimentos gastrointestinais, tais como endoscopia digestiva alta, sigmoidoscopia ou colonoscopiapodemproduzirbacteriemiatransitória.Estudossugeremresultadosmistos,mas predominantemente apoiam a ideia de que os procedimentos GI resultam num aumento da bacteriemia. A administração profilática de antibióticos antes desses procedimentos pode diminuirabacteriemiatransitória,especialmenteemdoentesdealtorisco.Umdosprimeiros estudos publicados relatou que havia bacteriemia transitória quando foram realizada sigmoidoscopiasrígidas,atravésdeexamesdehemoculturasrealizadas5,10,15,e30minutos após o procedimento.135 Três estudos mais antigos que estudaram a bacteriemia em colonoscopias,consideraramacargadebactériasnosanguemuitobaixa,excetoemdoentes imunodeprimidos, como portadores de doença hepática grave ou carcinomatose.136-138 Durante o mesmo período, outros estudos demonstraram até 15% de bacteriemia após colonoscopias.139,140 Convém chamar a atenção que estes estudos variaram com relação aos momentosemqueasamostrasdesangueforamcolhidas,enemtodososestudoscoletaram sanguenopicodebacteriemia(queéde5minutosapósofinaldoprocedimento). Posteriormente, um estudo por Kumar et al. mostrou que havia bacteriemia limitada em colonoscopias realizadas em doentes de baixo risco, mesmo quando foram realizados polipectomias ou biópsias.141 Isto também foi observado nas proctosigmoidoscopias.142 Com base nesses estudos, as sociedades endoscópico-gastrointestinais, tais como a Sociedade AmericanadeEndoscopiaGastrointestinaleaSociedadeAmericanadeCirurgiõesdeCólone Reto, aconselham o uso de antibióticos profiláticos antes de colonoscopias e outras endoscopias GI baixas.143,144 Num inquérito entre os diretores de programas de doenças infeciosas, 50% dos diretores afirmaram que não dariam antibióticos profiláticos antes de colonoscopias e polipectomias.145 Entretanto, outros estudos vieram mostrar que existe um aumentodabacteriemianacolonoscopia(10%)eamaiorelevaçãodataxadebacteriemiase registou na colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (39%).146 Num artigo de revisão, Nelson147 mostrou que a bacteriemia pós-procedimento difere, dependendo do tipo de procedimento,variandode0.5%parasigmoidoscopiasflexíveis,2.2%paracolonoscopias,4.2% para esofagogastroduodenoscopias, 8.9% para a laqueação de varicosidades, 11% para colangiopancreatografia retrógrada endoscópica, 15.4% para a escleroterapia de varizes, até 22.8%paraadilataçãodoesôfago. A bacteriemia pode também resultar de fontes exógenas, tais como os instrumentos a ser utilizadosnoprocedimento.UmarevisãosistemáticaavaliouaendoscopiaGIedescobriuque salmonella,micobactériasepseudomonassãoorganismoscomumentetransmitidosporesses procedimentos148. Outra revisão sistemática demonstrou que a esofagogastroduodenoscopia também pode ser responsável pela transmissão de organismos agressivos, tais como o VIH, salmonella,Pseudomonas,Helicobacterpylori,ehepatite.149 Na bibliografia ortopédica, houve alguns relatos de IPP manifestadas após procedimentos gastrointestinais. Um relato de caso descreveu um paciente que desenvolveu uma IPP por Listeria monocytogenes após uma colonoscopia de rotina, sem receber antibióticos profiláticos.150Umestudorelatouumataxadeinfeçãode1.9%emarticulaçõesprotésicas151e, outrorelatouqueumpacientecomPTJecirrose,deumtotalde16doentes,desenvolveuuma infeção grave após um procedimento endoscópico.152 Coelho-Prabhu et al. relataram que há um risco aumentado de IPP associado à esofagogastroduodenoscopia realizada com biópsias.153 Deste modo, a profilaxia com antibióticos pode ser administrada a doentes de alto risco submetidos a procedimentos GI ou diálise peritoneal.154,155 Para além disso, os doentes 275 cardíacos de alto risco, tais como aqueles que têm válvulas cardíacas artificiais ou que adquiriram disfunção valvular, enxertos vasculares, desvios pulmonares cirúrgicos, doença cardíacacongénitacomplexaeumhistorialdeendocardite,têmumamaiorprobabilidadede desenvolver endocardite e podem beneficiar de profilaxia com antibióticos antes de procedimentos GI.156 Doentes imunodeprimidos também podem beneficiar da profilaxia de rotina.157 Procedimentos genito-urinários (GU) são semelhantes aos procedimentos GI. Biópsias prostáticas e cistoscopias podem produzir bacteriemia e/ou bacteriúria. Estudos têm demonstrado que bacteriúria está correlacionada com a bacteriemia.158,159 A maioria dos estudossobreosprocedimentosGUincentivaousodeantibióticosprofiláticossemagravara resistência bacteriana.160 No entanto, em contraste com a literatura GI, as associações profissionaisGUincentivamautilizaçãodarotinadeprofilaxiaantibiótica. Um estudo anterior de Sullivan et al. demonstrou as seguintes taxas de bacteriemia para certosprocedimentos:31%pararessecçãotransuretraldapróstata,17%paracistoscopia,24% para a dilatação da uretra, e 8% para o cateterismo uretral.161 Enterococci e Klebsiella pneumoniaforamosdoisorganismosmaiscomuns.Estesmicrorganismosanaeróbiostambém foramobservadoscomoagentespresentesapósbiópsiastransretaisdapróstata,162bemcomo a Escherichia coli.163 Candida albicans também foi encontrada em infeções da corrente sanguíneaemdoentesqueforamsubmetidosaureteroscopiaestentsureterais.164Aoavaliara biópsia prostática transretal, é aconselhável que os doentes recebam profilaxia antibiótica. Constatou-se que em biópsias transuretais guiadas por ultra-sonografia há uma taxa de 43% de bacteriemia por Escherichia coli após o procedimento.165 Um estudo realizado por Thompsonetal.demonstrouque,quandoabiopsiatransretaldapróstataécombinadacoma cistoscopia, a incidência de bacteriemia é muito elevada (73%), em comparação com a cistoscopiaisolada(13%).166Amaiortaxadebacteriemiafoiapósbiópsiatransretaldapróstata relatada como 100% pelo mesmo grupo,167 dos quais 87% tiveram infeção urinária pósoperatória,com27%dedoentessintomáticos.Abacteriemiasofreumareduçãosignificativa quando o cefamandol, uma cefalosporina de segunda geração, foi administrada como profilaxiaantibiótica.UmarevisãodabasededadosCochranesobreautilizaçãodeprofilaxia antibiótica para biópsias transretais da próstata encontrou que a utilização de antibióticos durante,pelomenos,3diaspodeevitarcomplicaçõesinfeciosasapósoprocedimento.168 Um artigodescreveuumcasodeIPPemPTJ,porKlebsiellapneumoniae,apósprostatectomiapara carcinomadapróstata.169 Doentes submetidos a cirurgia transuretral da próstata desenvolveram bacteriemia subsequente,levandoaincidênciadeinfeçõesdotratourinárioentre6%e60%,emdoentes quenãoreceberamprofilaxiaantibiótica.170,171 Doentes submetidos a litotripsia extracorpórea por ondas de choque apresentaram uma incidência de 5% de bacteriemia172 e um relato de caso descreveu um paciente cujo procedimento resultou numa endocardite por enterococcus.173 Para as mulheres, há um aumento da bacteriemia durante o trabalho de parto174 e com a colocação de dispositivos intra-uterinos.175 Os doentes que se submetem a biópsia de vilosidade coriónica, especialmenteatranscervical,têmaltastaxasdebacteriemia.176Combasenestesestudos,a American Urological Association determinou que a profilaxia com antibióticos deve ser administradaemsituaçõesespecíficas,dependendodapopulaçãodedoentes.177Porexemplo, doentes submetidos a cistografia só devem receber uma fluoroquinolona ou trimetoprimsulfametoxazol se mostrarem alto risco, mas todos os doentes que se submetem a biópsia 276 transretal da próstata devem receber profilaxia antibiótica com fluoroquinolona. Por outro lado, o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas recomenda contra a profilaxia antibiótica.178 Questão 7: Qual o papel dos suplementos de ervas medicinais, probióticos, e medicina alternativanadiminuiçãodatranslocaçãodebactériasatravésdaparedeintestinal? Consenso:Nãoháevidênciasuficienteparaapoiarousodesuplementosdeervas,probióticos, emedicinaalternativaparadiminuiratranslocaçãodebactériasatravésdaparedeintestinal paraevitaraIPPtardia. VotaçãodosDelegados:AFavor:95%;Contra:3%;Abstenção:2%(ForteConsenso) Justificação: Ainda que o uso de certos suplementos de ervas medicinais, probióticos e medicamentos alternativospareçamdiminuiratranslocaçãodebactériasatravésdaparedeintestinal,amaior partedosestudosfoifeitaemanimaisenenhumdelespossuievidênciadenívelI.Porisso,nós nãoaconselhamosousodequalquerumdosprodutosdamedicinaalternativaparaevitara bacteriemia tendo como porta de entrada o intestino e, assim evitar IPP tardias, mas esses produtospodemserconsideradosparafinsdesaúdegeral. Suplementosàbasedeervasmedicinais: Vitamina C (ácido ascórbico) e vitamina E (alfa-tocoferol) têm demonstrado reduzir a translocaçãodebactériasapartirdointestinoediminuiraperoxidaçãolipídicadamucosada viabiliarcomumeahipertensãoportalcrónicaemratos.179 A glutamina tem mostra-se um aminoácido eficaz na redução da translocação bacteriana através das paredes intestinais em modelos animais.180,181 Foi proposto que o mecanismo de ação seja o aumento dos níveis de IgA secretora, o aumento da altura das vilosidades e o aumento da espessura da mucosa, que reforçam a barreira intestinal e diminuem a translocaçãoeaderênciabacteriana.UmestudomaisantigodeWhiteetal.demonstrouquea administraçãoentéricadeglutaminaresultounumadiminuiçãodatranslocaçãobacterianaaos sítios extra-intestinais, e que a glutamina pode reduzir a permeabilidade intestinal.182 Os efeitos protetores da glutamina também incluem a translocação bacteriana reduzida no sangue. Este estudo foi baseado nos modelos de enxerto murino agudo versus doença do hospedeiro, que demonstrou que a utilização oral de glutamina reduziu a permeabilidade gastrointestinaleaexpressãodeTNF-α,acentuouaoclusão,eresultouemmenornúmerode célulasapoptóticasnascriptasintestinais.183 Aargininaéumoutroaminoácidoquetambémtemdemonstradoumpotencialparadiminuir atranslocaçãobacteriana,medidapeladiminuiçãodoníveldebactériasnosnóduloslinfáticos mesentéricosderatos.184 A curcumina é um derivado da família do gengibre relacionada a temperos turméricos. Um estudo realizado por Karatepe et al. demonstrou que a curcumina foi capaz de reduzir a quantidadedetranslocaçãobacterianaintestinalparaosangue,nummodeloderato.185 Suplementos de ervas chinesas demonstraram efeitos positivos sobre a flora intestinal e reforçamosistemaimunitário.UmestudodeHuangetal.demonstrouqueousodeervasda 277 medicina chinesa, como Panax ginseng, Dioscoreaceae opposite, Atractylodes macrocephala, Glycyrrhiza uralensis, Ziziphus jujube e Platycodon grandiflorum, pode aumentar a contagem de lactobacilos no íleo e diminuir a contagem de coliformes no cólon. As atividades imunológicasdeleucócitospolimorfonuclearestambémforamacentuadas,incluindooreforço da explosão respiratória, em leitões desmamados.186 Ervas dietéticas fermentadas, como RhizomaAtractylodisMacrocephalae,MassaMedicataFermentataeDolichorisSemen,foram demostradas como agentes protetores contra lipopolissacarídeos, uma endotoxina que desencadeia a resposta inflamatória sistémica.187 A fosfatidilcolina é um fosfolípideo que compõeasmembranasbiológicas.Estudostêmmostradoqueautilizaçãodosuplementode fosfatidilcolina pode proteger contra a translocação de bactérias num modelo de colite em ratos.188,189 Probióticos: OLactobacilluséumabactériaquehabitanaturalmenteosistemadigestivoegenito-urinario humano.184 Também está presente em alimentos fermentados, tais como iogurtes e suplementos dietéticos. O Lactobacillus plantarum pode ser eficaz na adesão à mucosa do intestino e assim reduzir a translocação de microbactérias e endotoxinas para o exterior do trato digestivo.190 Lactobacillus plantarum e Lactobacillus reuteri reduziram a translocação bacteriana, recriaram a microbiota intestinal, e diminuíram a enzima mieloperoxidase no intestino.191 Saccharomyces boulardii, uma levedura de padeiro benéfica, estimula mecanismos de defesa do hospedeiro e aumenta a IgA, a qual diminui a translocação de Candidaapartirdointestinoparaosnóduloslinfáticosmesentéricos,emmodelosanimais.192194 Medicinaalternativa: Ahormonadocrescimento,quandocombinadaàglutamina,melhorouabarreiraintestinalem doentes com hipertensão portal, através da diminuição da permeabilidade intestinal e melhoradaintegridadedamucosa.195 Fibradecelulosereduzatranslocaçãobacteriana,mas nãoevitaocrescimentoexcessivodebactérias.196-198 Questão 8: Existe algum papel para a monitorização de colonização por MRSA pósoperatórianodoenteassintomático? Consenso: Recomendamos contra a monitorização de colonização por MRSA pós-operatória nodoenteassintomático. VotaçãodosDelegados:AFavor:98%;Contra:2%;Abstenção:0%(ForteConsenso) Justificação: Amonitorizaçãopós-cirúrgicadacolonizaçãoporMRSAnãolevaàreduçãodataxadeILC.A taxa de colonização por S.aureus pode atingir 33%, no intervalo de 3-30 meses, do período pós-operatório da prótese total do joelho (PTJ)199 e a maior parte das bactérias têm sensibilidadeaosantibióticosinalterada.Emboraestesorganismospossampersistir,nãotem sidodemonstradaacorrelaçãoentreacolonizaçãoporS.aureusnoperíodopós-operatórioeo aumentodoriscodeILC.Assim,amonitorizaçãoedescolonizaçãodedoentescolonizadospor S.aureus não representa um método eficaz para a prevenção da infeção e não deve ser incentivadaatéquenovosestudossejamrealizados. 278 Consenso:RecomendamosqueosdoentespassemporrastreiorepetidodeS.aureuseporum processodedescolonização,prévioàcirurgiadesubstituiçãoprotésica. Justificação: Devido ao facto da descolonização não persistir no período pós-operatório, recomendamos que os doentes sejam re-avaliados e descolonizados para procedimentos de artroplastia subsequentes à cirurgia primária. Um estudo demonstrou que houve 70% de descolonização persistenteporMRSAeS.aureussensívelàmeticilina(MSSA),numamédiade156diasapóso procedimento índice.200 No entanto, em 213 dias, 30% dos doentes não estavam descolonizados.ArepetiçãodostestesindicouquedoisnovosdoentesdesenvolveramMRSAe 35novosdoentesdesenvolveramMSSA.Assim,arepetiçãodostesteseadescolonizaçãode Estafilococos aureus em doentes colonizados são recomendadas antes de qualquer procedimentodeartroplastiaadicional. Questão 9: Quais são os métodos para identificação de fontes extra-articulares de IPP tardia? Consenso:Asfontesextra-articularesquecontribuemparaaocorrênciadeIPPtardiadevem seridentificadasatravésdohistorialdopaciente,realizandoexamefísico,exameslaboratoriais etomografiadasáreassuspeitasdeinfeção. VotaçãodosDelegados:AFavor:92%;Contra:3%;Abstenção:5%(ForteConsenso) Justificação: As fontes mais comuns de infeção são as seguintes: dentária, cardíaca, pulmonar, GI, GU, dermatológica e hematogénea. Para identificação da origem da infeção, é executado um histórico apropriado e o exame físico pode apontar a região de interesse. Assim que a área infectada for identificada, exames laboratoriais, tomografia e a avaliação por especialistas podemidentificarfuturamenteafonteefornecerasoluçãoparaaerradicaçãodainfeção.A evidência mais forte para uma origem extra-articular de IPP é quando o mesmo patógeno é isolado na cultura de material intra-articular e da fonte de infeção extra-articular. O método maiscomumdeadquiriraIPPtardiaépelapropagaçãodainfeçãoporviahematogénea.201,202 Desta maneira, a maioria dos órgãos infetados podem transformar-se numa fonte extraarticular de IPP tardia. As principais fontes de IPP extra-articular são as seguintes: dentária, cardíaca,pulmonar,GI,GU,dermatológicaehematogénea. Abscessos dentários também podem ser fontes extra-articulares de infeção. Actinomyces israelii é um organismo responsável pelas cáries dentais e pode ser isolado em IPP.203 Actinomyces naeslundii é um outro organismo que foi identificado em IPP tardia após tratamento dentário de rotina num dente molar.204 Doentes com alta suspeita de infeção dentáriadevemserassistidosporumdentistaedevemserrealizadososcuidadosapropriados (ex.:extraçãodeumdente). Para problemas cardíacos tais como endocardite infecciosa,205,206 um ecocardiograma pode identificarvegetações.OsdoentesquesãousuáriosdedrogasEVtemgrandepotencialpara desenvolverendocarditesinfeciosas,quepodemproduziremboliaséptica.AntibioterapiaEVé otratamentodeescolha. 279 Paraospulmões,condiçõesinfeciosas,taiscomoapneumonia,podemserfontesdeinfeção extra-articular.207 A pneumonia também pode se sobrepor a uma condição crónica, tal como doençapulmonarobstrutivacrónicaeasma.Ousodeexamesdeimagemcomoradiografias do tórax ou tomografia computadorizada (TC) podem identificar a pneumonia ou testes pulmonares podem diagnosticar a obstrução crónica. Culturas de secreções respiratórias podem ser usadas para identificar os organismos apropriados para o tratamento com antibióticosEV. CondiçõesinflamatóriasdosistemaGI208 taiscomoacolecistiteecolangitepodemdisseminar bactérias até o ambiente protésico.209 Outras doenças como a diverticulite, assim como distúrbioscrónicoscomoadoençahepática(hepatiteporexemplo),210tambémpodemcolocar os doentes em risco aumentado para IPP. Modalidades de tomografia, como a TC com contraste oral, podem elucidar a patologia GI, e ainda permitir a visão direta, pelo uso da endoscopia. Contudo, a endoscopia não é benigna, já que a realização de testes de preservação da saúde (checkup), como a colonoscopia de rotina, pode resultar em IPP. Um relatodecasodescreveuumpacientequedesenvolveuainfeçãoporListeriamonocytogenes numaPTJ.150 ExistemmúltiplascondiçõesdosistemaGUquepodemserumafonteextra-articulardeIPP.A bacteriemiasistémicaéacentuadaemprocedimentosderotinacomoabiópsiatransretalda próstata.167 A realização da prostatectomia por carcinoma prostático levou ao desenvolvimentodeinfeçãoperiprotésicaporKlebsiellapneumoniaenumpacientecomPTJ.169 As bactérias relacionadas às doenças sexualmente transmitidas, como a gonorreia211 podem também causar infeção protésica. Infeções do trato urinário, incluindo cistite e piúria são fontesextra-articularesdeinfeção,queestãoassociadasaoaumentodoriscodeIPP.212,213 Se há uma suspeita de infeção do trato urinário, uma amostra de urina deve ser enviada para análiseecultura.Contudo,otratamentodebacteriúriaassintomáticaécontroversa.214Exames deimagemavançados,comoultrassomouTC,podemserrealizadosparaidentificarafonteda infeção. Testes microbiológicos de líquidos corporais também podem fornecer culturas que podemorientaraterapiaantibiótica. Lesões cutâneas de pele imunocomprometida, tal como psoríase215 ou úlcera venosa crónica podem ser fontes extra-articulares de bactérias, que podem levar a IPP, embora alguns estudos demonstraram que não há associação direta.216,217 Exame minucioso à procura de ruturas da pele podem identificar feridas que podem ser tratadas por especialistas em tratamentodeferidasouemconsultasdermatológicas. Contaminação direta da corrente sanguínea por bactérias, como no uso de drogas EV, pode resultaremdisseminaçãohematogéneaparaaprótese.218Oscateterespodemsercolonizados pelafloradapeleepodemcontaminardiretamenteacorrentesanguínea.219,220Aremoçãodos cateteres pode reduzir o risco de infeção, e a cultura da ponta do cateter pode identificar o organismoasercombatido. Questão 10: Em que situações deve ser realizada pesquisa adicional para febre pósoperatóriaemcirurgiadesubstituiçãoprotésica? Consenso: Recomendamos contra a investigação rotineira da febre acima de 38,5°C no período pós-operatório imediato. Contudo, justifica-se a investigação de febre persistente apósoterceirodiapós-operatório. 280 VotaçãodosDelegados:AFavor:81%;Contra:15%;Abstenção:4%(ForteConsenso) Justificação: Afebrenoperíodopós-operatórioécomumapósartroplastias.Contudo,quandoosdoentes apresentam temperaturas maiores do que 39°C, especialmente por vários dias e após o terceirodiapós-operatório,justifica-seainvestigaçãoqueincluiaanáliseurinária,culturada urina, hemocultura e raio-X do tórax. Além disso, pesquisa para trombose venosa profunda, abcessos profundos infetados e febre relacionada a medicamentos devem ser incluídos na investigaçãoseexistirfortesuspeitaclínica.TratarestasinfeçõespodereduziroriscodeIPP tardia. No período pós-operatório imediato de cirurgia de substituição protésica, os doentes comumenteapresentamtemperaturascorporaiselevadasdevidoaagressãodoprocedimento cirúrgico,221-223 e o aumento da concentração sérica, tecidular e no líquido articular de moléculasinflamatórias,incluindoIL-1βdolíquidodedrenagemeIL-6,quepodeserdetetada nosoroelíquidoarticular.224 Afebrenoperíodopós-operatóriopodeserfrequenteecausada por múltiplos fatores, incluindo infeções de trato urinário, infeções sanguíneas, pneumonia, TVP,emboliapulmonar,ILC,infeçãodosacessosEVoufebresocasionadaspelaadministração dealgunstiposdedrogas.Essascondiçõessãofrequentementeavaliadasporanáliseecultura deurina,hemocultura,raio-Xdetórax,ultrassomcomdoppler,culturasdaferidacirúrgicaou da articulação ou suspensão da administração de certos medicamentos. Contudo, múltiplos estudos na literatura ortopédica mostraram que a febre pós-operatória, especialmente nos trêsprimeirosdias,temfracaassociaçãocomodesenvolvimentodeIPP. Kennedyetal.demostraramquenenhumdosdoentesqueapresentaramtemperaturamaior que39°CdesenvolveramIPPeasfebrespós-operatóriasforamcorrelacionadascomaqueda do hematócrito ou subsequente transfusão com cinco dias de cirurgia.225 Guinn et al. demostraramque14/158(8.9%)casosdePTJdesenvolveramfebrepós-operatóriaquepôde ser atribuída a achados laboratoriais. Este estudo demostrou que doentes submetidos a PTJ unilateralerammaispropíciosacomplicaçõeseaanálisedaurina,toilettepulmonaragressiva, e exames físicos repetidos foram úteis no diagnóstico.226 Shaw e Chung demostraram que entre mais de 100 PTJ e 100 PTA não houve nenhum paciente que desenvolvesse IPP e as culturas positivas de urina não se correlacionaram com resposta febril.227 Temperaturas corporaispós-operatóriassãomaioresnoprimeirodiaapósacirurgia.Usandoafebre(≤38°C) comodiagnósticoparaodesenvolvimentodeIPP,asensibilidadefoide0.286(95%intervalo deconfiança(CI)=0.084-0.581),aespecificidadefoide0.628(95%CI=0.548-0.704)eovalor preditivopositivofoide0.065(95%CI=0.018-0.157).228 Hemoculturas têm baixa utilidade em casos de febre pós-operatória. Num estudo realizado porBindelglassePellegrino,ashemoculturasforamcolhidasem40/240PTJe31/124PTA,das quais em apenas dois doentes com resultados positivos. Os resultados de ambos os testes foramconsideradoscontaminação.Arealizaçãorotineiradehemoculturasnestasituaçãonão demonstrougranderelaçãoqualidade-preço.229 UmestudoconduzidoporTaietal.demonstrouqueosdoentes,emquefoidiagnosticadaIPP, tiveram picos de temperaturas corporais no quarto dia pós-operatório e essas febres foram frequentementemantidaspor3a4dias.230 Destamaneira,pesquisasdiagnósticasparafebre pós-operatória foram recomendadas para doentes que mantiveram febres tardias e prolongadas.Alémdomais,ainvestigaçãodetodasasfebrespós-operatóriaspodesercaroe ocustonãosejustifica. 281 Um estudo de Ward et al. demostrou que o custo da avaliação de rotina da febre pós operatória(>38,5°C)porumperíododedoisanosfoideUS$73.878,quetotalizouacobrança deUS$959,45porpacienteavaliado.231 Contudo,afebrequeocorreuapósoterceirodiapósoperatório, em múltiplos episódios (>1) e com temperatura >39°C, esteve associada, com maiorfrequênciaaosresultadospositivosparainfeção.Assimsendo,nestaúltimapopulação dedoentes,ainvestigaçãorotineiradafebreapósartroplastiastotais,podeserbemindicada. 282 Referências: 1.CoventryMB.Treatmentofinfectionsoccurringintotalhipsurgery.OrthopClinNorthAm. 1975;6(4):991-1003. 2. 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