Fast food sem culpa

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Fast food sem culpa
20/01/98
Você já parou para pensar na forma como tem se alimentado ultimamente? Sua dieta é uma
composição balanceada de fibras, proteínas, carboidratos e lipídeos? Se a resposta é não, trate de
se cuidar. Se além da alimentação inadequada, você perdeu a conta dos sanduíches, salgadinhos
e bombons que come por semana, é hora de repensar seus hábitos. Os conselhos são da
nutricionista Soraia Augusta da Silva (Rua Barão de Cataguases, 141, Santa Helena, fone: 2136639) e valem para todas as idades.
A nutricionista esclarece que esse tipo de lanche, isoladamente, não faz mal. O que pode resultar
em problemas de saúde é o excesso de sanduíches e refrigerantes aliado aos maus hábitos
alimentares das pessoas. “Se você toma um bom café da manhã, tem um almoço e um jantar bem
equilibrados, não há nenhum risco em se lanchar, eventualmente, num fast food”, afirma Soraia. O
que não deve acontecer é a substituição das refeições pelos lanches, como fazem adolescentes,
crianças e adultos que têm a vida agitada.
De acordo com Soraia, cada faixa etária tem um nível de prejuízo nutricional ao se alimentar
freqüentemente em lojas de fast food. A criança pode ter crescimento e desenvolvimento
comprometidos ao substituir uma refeição bem balanceada por lanches. Nesse caso, ela
desaprende a comer frutas, legumes e verduras e forma maus hábitos alimentares. Por isso, cabe
aos pais ensinar ao filhos que os sanduíches ou salgadinhos devem ser eventuais.
Já o adolescente corre o risco de se tornar obeso o que, na maioria das vezes, pode comprometer
sua vida social. O consumo de gordura em excesso, combinado à variação hormonal pela qual o
jovem passa, contribuem para esse processo. Soraia acredita que os adolescentes criam uma
espécie de “dependência social” em relação às lojas de fast food. “A lanchonete é o lugar onde ele
conheceu alguém, onde vai com amigos, ou seja, é um ponto de encontro”, complementa. Para
que isso não comprometa sua saúde, o adolescente deve ser estimulado a fazer uma atividade
física e a buscar prazer em outros locais de convívio social.
Entre os problemas que o adulto pode ter estão a osteoporose, diabetes, colesterol alto,
hipertensão. Todos decorrentes de hábitos alimentares inadequados durante sua vida. Como se
trata de um processo em cadeia, o prejuízo pode ser ainda maior para os idosos.
Muitas pessoas recorrem aos lanches rápidos, alegam falta de tempo para se alimentar. A
nutricionista rebate a justificativa. “O problema não é a falta de tempo, mas a falta de educação
nutricional. O tempo que se gasta indo a uma lanchonete, é o mesmo que leva para se dirigir a um
restaurante”, afirma. É possível montar uma refeição equilibrada num self-service, desde que as
pessoas saibam se servir. “Muitas vezes, o apelo é tão grande, são tantas as variedades, que a
pessoa acaba enchendo o prato de porcaria”, diz Soraia. Outra dica importante é saborear e
mastigar lentamente cada um dos alimentos. Isso garante uma boa digestão e maior absorção dos
nutrientes pelo organismo.
Com relação às refeições intermediárias, o problema é semelhante. Na lanchonete, as pessoas
preferem o refrigerante ao suco natural, que é rico em fibras. Mas, se além do tempo, falta dinheiro,
o ideal é se alimentar com frutas, pão, leite em pó. O importante é incorporar bons hábitos
alimentares, por isso, deixe de ser um “fast food ambulante”, troque o bombom que você carrega
na bolsa, por uma maçã.
O que é fast food?
No Brasil, a expressão fast food está geralmente associada a lanches e é caracterizada pelo
excesso de calorias e escassez de nutrientes. O significado, porém, é mais amplo e abrange todo
tipo de refeição resultante de um serviço rápido, seja sanduíche, salgadinho ou uma refeição
completa e equilibrada.
Os norte-americanos são os responsáveis pela disseminação do hábito no Brasil e no mundo.
Seguindo conceito brasileiro, adotado na reportagem, podem ser considerados fast food, não só
sanduíches e refrigerantes como também salgadinhos fritos e assados, sucos artificiais,
chocolates, pipocas entre outros.
Colaboração Emilene Campos,
estudante do 8º período
da Faculdade de Comunicação da UFJF
http://www.acessa.com/arquivo/viver/nutricao/1999/01/20-Fast_food_sem_culpa/
"Fast food" é caminho rápido para obesidade e Alzheimer
Redação do Diário da Saúde
Rapidez para tudo
A principal justificativa dada pelas pessoas que
consomem os chamados fast food (comida rápida)
é que eles são práticos e rápidos. Novas pesquisas
científicas, contudo, mostram que esta também é
uma via rápida para a obesidade, as doenças
coronarianas e para o Mal de Alzheimer.
Efeitos nas crianças
Recentemente, uma pesquisa feita no Brasil
mostrou que os fast food estão entre as principais
[Imagem: Wikimedia Commons]
causas das doenças coronarianas em crianças. Entre
os fatores de risco estão a obesidade, o
sedentarismo, a pressão alta, a alteração das taxas de colesterol e triglicérides.
"Isso vem dos fast foods, da vida na frente da televisão ou do computador, ou seja, da não
orientação adequada das crianças", destacou a presidente da Sociedade Brasileira de
Cardiologia Pediátrica, Ieda Jatene. (veja a reportagem completa em Obesidade já é
problema maior do que desnutrição entre crianças brasileiras).
Efeitos nos jovens
Outra pesquisa demonstrou que 97% dos jovens brasileiros precisam rever seus hábitos
alimentares.
"A tendência é que um jovem de 19 anos passe mais tempo fora de casa e, por isso, a
alimentação seja baseada em fast foods e comidas menos saudáveis. Além disso, a maioria
dos adolescentes nessa faixa etária já trabalha e tem mais autonomia nas escolhas", afirma a
nutricionista Samantha Caesar de Andrade (veja esta reportagem completa em Maioria dos
jovens tem maus hábitos alimentares.
Efeitos na maturidade
Agora, uma nova pesquisa feita na Suécia, demonstra que os fast foods também podem ser
uma via rápida para o Mal de Alzheimer.
A pesquisa foi feita em animais de laboratório, que receberam uma dieta rica em gordura,
açúcar e colesterol, dosados para reproduzir com fidelidade o valor nutricional dos lanches
do tipo fast food.
Alterações no cérebro
Depois de nove meses sujeitos a esta alimentação, os animais desenvolveram alterações no
cérebro associadas aos estágios preliminares do Mal de Alzheimer.
"Ao examinar os cérebros destes ratos, nós descobrimos uma mudança química que não é
diferente da encontrada no cérebro com Alzheimer", disse Susanne Akterin, do Centro de
Pesquisa do Mal de Alzheimer do Instituto Karolinska, em Estocolmo.
Os testes mostraram que os alimentos alteraram a formação de uma proteína chamada Tau,
que forma nódulos no cérebro de pacientes com Alzheimer, que impedem o funcionamento
normal das células, fazendo com que elas morram.
Danos à memória
Outra conclusão do estudo é que o colesterol presente nos fast foods reduziu os níveis de
outra substância no cérebro, chamada Arc, uma proteína ligada ao armazenamento da
memória.
"Nós suspeitamos que um alto consumo de gordura e colesterol, em combinação com
fatores genéticos (...) podem afetar de maneira adversa várias substâncias no cérebro, que
podem ser um fator que contribui para o desenvolvimento de Alzheimer", afirmou Akterin.
A pesquisadora disse que "os resultados dão alguma indicação de como o mal de Alzheimer
pode ser prevenido, mas são necessárias mais pesquisas neste campo antes que se possa
fazer um aconselhamento apropriado ao público".
http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=-fast-food--e-caminho-rapido-paraobesidade-e-alzheimer
O capitalismo também mata pela
boca
Rosnel Bond
Atualmente no USA ir a qualquer lugar onde haja aglomeração de pessoas, especialmente
shoppings, supermercados, estádios, cinemas, etc., é assistir a um espetáculo tragi-cômico
de verdadeiras procissões de uma multidão balançando seus corpanzis, em geral
comprimidas em roupas que não conseguem disfarçar aquilo que para eles já está se
tornando "normal".
Mas para os serviços médicos do governo e da Organização Mundial da Saúde, a obesidade
é classificada como doença epidêmica, tanto que os planos de seguro-saúde geralmente se
negam a aprovar os contratos de assistência aos portadores de sobrepeso devido as várias e
graves complicações geradas por consequência da obesidade, como diabetes, cardiopatias,
doenças respiratórias, câncer, estresse, entre outras, atingindo não só os adultos como
também as crianças desde a mais tenra idade.
Apoiadas por massiva propaganda, essas comidas que nadam em gordura saturada, açúcar e
outros ingredientes nocivos, tornaram-se a base alimentar dos estadunidenses e causadoras
de toda essa engorda patológica que assola o país. Segundo estatísticas governamentais, a
partir do próximo ano cerca de metade da população adulta será obesa e passará a viver
menos que seus pais.
A revista Time fez uma reportagem especial que aponta todo o drama vivido hoje quase um
terço da população que sofre com o problema das doenças causadas pela indesejável carga
de gordura que a pessoa se vê obrigada a carregar. O título da reportagem seria até cômico,
se não fosse trágico: "Estados Unidos dos Obesos". A reportagem revela os múltiplos danos
da epidemia de sobrepeso que atinge cerca de 70 milhões de pessoas (o equivalente às
populações da Argentina, Paraguai e Uruguai juntas), mais ou menos 1/3 da população total
do USA. O fato é que esse efeito colateral provocado pelo próprio imperialismo e sua
máquina de propaganda consumista se tornou um dos muitos e dos maiores problemas que
a sociedade capitalista ianque enfrenta nestes tempos de crise e decadência.
A questão da obesidade está atingindo a dimensão de calamidade pública pelas suas causas
e consequências econômicas e sociais, mas está sendo incorporada à cultura do país a ponto
de hoje em dia haver uma aceitação geral dessa legião de obesos na paisagem cotidiana,
como se fosse uma coisa absolutamente normal. A obesidade é uma consequência natural
do estilo de vida capitalista e os 70 milhões de portadores da enfermidade consomem 10%
do orçamento total do governo com os gastos na saúde, o que vale dizer que somente no
ano passado a conta da obesidade ficou em 147 bilhões de dólares.
Dois em cada três (64%) cidadãos estadunidenses estão acima do peso normal e o número
de mortos por ano por consequências da obesidade chega a 400 mil.
Ainda segundo a reportagem da revista Time, cresce a oferta de alimentos e bebidas
açucaradas nas máquinas com moeda e as porções aumentam exponencialmente de
tamanho. A propaganda da comida "fast food" martela a cabeça do consumidor 24 horas
por dia, e o americano engole suas rações até guiando seu carro nas viagens de ida e volta
para o trabalho. Adultos e crianças combinaram a formula exata para engordar: má
alimentação e ausência de exercício físico. Nos momentos de folga a maior parte, em vez
da atividade física, pega seu enorme "Big Mac"*, um refrigerante e passa horas na frente da
TV e dos joguinhos eletrônicos.
O próprio governo se confessa impotente para conter a avalanche de publicidade da
indústria do alimento "fast food", que inclusive gasta milhões de dólares subornando os
deputados e representantes do governo através de "lobbies" para impedir algumas débeis
tentativas de transformar em leis algumas regulamentações básicas para conter a ganância
da indústria da obesidade. Tudo em nome da "liberdade de escolha" da "democracia
americana"...
Enfim, o problema do sobrepeso nos Estados Unidos é um símbolo bem visível da
decadência do império capitalista, no qual não se repeita nem a integridade física das
pessoas, seja com as bombas despejadas nas guerras de agressão, seja com as toneladas de
gordura e açúcar, despejadas por suas máquinas e redes fast food.
Dessa forma a podre sociedade ianque continua afundando, valendo-se da gula e da
desinformação para sustentar um negócio cuja lucratividade se baseia em vender a comida
e envenenar o povo.
_________________________
*Até mesmo a etimologia dessa palavra é o culto do consumismo ianque: Big – grande
Mac – vêm de MC Donalds, monopólio de restaurantes fast food ianque.
http://www.anovademocracia.com.br/no-60/2545-o-capitalismo-tambem-mata-pela-boca
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