TRANSTORNO DE HUMOR COMO A FAMÍLIA LIDA COM ISSO Yara GarzuzI Psicóloga Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento (Mackenzie) Especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva (USP) Aprimorada em Terapia de Casal e Família (PUC) Membro ativo da Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo Compulsivo (ASTOC) há 14 anos Membro do Conselho Cientifico da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA) Maria Auxiliadora Camargo Cusinato Terapeuta de Ocupacional ( PUCAMP ) Especialista em Saúde Publica (USP) Terapeuta de Família (UNIFESP) Especialista em Gerontologia ( Hospital do Servidor Estadual ) Membro do Conselho Cientifico da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA) 2012 à 2014. TRAJETÓRIA DA FAMÍLIA Nos primórdios da Família, os grupos familiares viviam em tribos junto com todos os seus correlatos, e as relações se davam de maneira generalizada: filhos e filhas de irmãs eram considerados filhos pelo pai, filhos e filhas de seu irmão eram considerados sobrinhos. Em uma tribo era possível ter vários pais e mães. Dentro dessas concepções de família existia apenas um empecilho, o ciúme do macho e a necessidade de se estabelecer como o macho, o marido, o pai. TRAJETÓRIA DA FAMÍLIA Esta situação foi superada com os casamentos em grupo, para tornar assim o homem menos animalizado e fazê-lo perceber as vantagens do grupo, isso encerra o ciúme, pois no grupo todos se pertencem mutuamente. Quanto à constituição familiar Engels mostra que dentro das famílias cosanguíneas o incesto era aceito. Pais e filhos não podem se relacionar, mas irmãos e irmãs, primos e primas, podem. Engels demonstra a evolução da família por partes: Família Punaluana - associação, casamento em grupos, o incesto gradativamente passou a ser proibido. TRAJETÓRIA DA FAMÍLIA Família Sindiásmica - surge após a proibição do incesto, pois esse critério dificultava os casamentos em grupos. O homem é casado com uma mulher, mas a infidelidade e a poligamia ainda são direitos seus, e as mulheres deviam ser fiéis a seus maridos oficiais . Início dos casamentos arranjados. Família Monogâmica - o homem é o centro do poder. A família é mais sólida, pois somente o homem pode encerrar o casamento. O homem tem o direito irrestrito de ser infiel e satisfazer sua libido. Porém, a mulher é totalmente expropriada desse direito, pois, por razões econômicas, o homem precisa ter seus filhos legítimos, filhos da sua mulher oficial. TRAJETÓRIA DA FAMÍLIA Com a Revolução Francesa os casamentos passaram a ser laicos e na Revolução Industrial, com a migração para a cidade os laços na família se estreitavam e se tornaram menores. A mulher começa a participar do mercado de trabalho e a educação dos filhos é obrigação das escolas, já os idosos começam a deixar de ser obrigação das famílias e passam aos cuidados de instituições de assistência. TRAJETÓRIA DA FAMÍLIA A relação de laços entre indivíduos que pode ser considerado família data de 4600 anos atrás segundo dados de pesquisadores que descobriram quatro corpos como sendo uma mãe, um pai e dois filhos. Ao longo dos anos a família vem acompanhando as mudanças religiosas, econômicas e sociais. ALGUNS CONCEITOS ATUAIS Um sistema de indivíduos que mantém consigo alguma relação de vinculo e compromissos necessários a sobrevivência, como alimentação, abrigo, proteção, afeto e socialização, no topo ou em parte, sendo parentes consanguíneos ou não. Pessoas pertencentes a um sistema vivendo sob tetos diferentes não excluem a classificação de família caso sejam observados vínculos mencionados anteriormente (AGUIAR, 2005). McGoldrick e Carter (2001) consideram a família um sistema movendo-se pelo tempo. E para McGoldrick (1999): “A família é o primeiro e, exceto em raros instantes, o mais potente sistema a que nós humanos pertencemos.” ALGUNS CONCEITOS ATUAIS A Família é o espaço indispensável para a garantia da sobrevivência, do desenvolvimento e da proteção integral de seus membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que proporciona os aportes afetivos e, sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos culturais, afetivos , e onde se aprofundam os laços de solidariedade. FAMÍLIA E TRANSTORNOS MENTAIS A família historicamente foi excluída do tratamento dispensado às pessoas com transtornos mentais, pois os hospitais psiquiátricos eram construídos longe das metrópoles, o que dificultava o acesso dos familiares a essas instituições. Outro fator que permeava a relação da família com a pessoa com transtorno mental era o entendimento de que ela era a produtora da doença, uma vez que o membro que adoecia era considerado aquele que carregava todas as mazelas do núcleo familiar e deveria ser afastado da família. Desse modo, restava à família o papel de encaminhar seu doente à instituição psiquiátrica para que os técnicos do saber se incumbissem do tratamento e da cura. FAMÍLIA E TRANSTORNOS MENTAIS A família, com a Reforma Psiquiátrica e as novas políticas na área da Saúde Mental, passa a ser parte do processo de desinstitucionalização e reabilitação psicossocial da pessoa com transtorno mental, além de ser considerada parceira do tratamento deste. Esta não é uma relação que irá acontecer passivamente, mas, pelo contrário, será permeada de conflitos, vazios, jogo de forças, culpas dentre outros fatores. FAMÍLIA E TRANSTORNOS MENTAIS Vivenciar a prática assistencial com famílias de pessoas com transtorno mental é trabalhar com o seu sofrimento, com as suas frustrações e com a relação negação-aceitação do transtorno mental, o que mobiliza sentimentos e percepções de quem está envolvido. Fica evidente a necessidade que as famílias têm de falar, compartilhar suas experiências, de ter alguém para ouvir as angústias e as vitórias que conquistaram no tratamento, no relacionamento com o familiar que adoeceu e nas descobertas de estratégias de enfrentamento na relação familiar, social e com os profissionais de saúde. FAMÍLIA E TRANSTORNOS MENTAIS Diante dessa nova realidade, a temática família e saúde mental vem despertando o interesse das várias áreas do conhecimento, o que pode ser observado no novo modelo de assistência em saúde mental, que estimula e exige a participação da sociedade, o trabalho em equipe dos profissionais de saúde e a inclusão da família no cuidado à pessoa com transtorno mental. A capacidade da família de ajustar-se a novas situações, como a de conviver com um membro com transtorno mental depende das fortalezas que possui, dos laços de solidariedade que agrega e da possibilidade de solicitar apoio das outras pessoas e instituições. FAMÍLIA E TRANSTORNOS MENTAIS Cuidar da pessoa com transtorno mental representa para a família um desafio, envolve sentimentos intrínsecos à vivência de um acontecimento imprevisto e seus próprios preconceitos em relação à doença. Assim, a família, como grupo de convivência, requer de seus integrantes a capacidade constante de repensar e reorganizar suas estratégias e dinâmica interna. Exige o respeito à individualidade, pois apesar das pessoas habitarem a mesma casa, há uma diversidade de formas de ser e estar no mundo, uma vez que elas pensam, interpretam os fatos e se comportam de forma diferente. TRANSTORNOS DE HUMOR Transtornos do humor (ou afetivos) são enfermidades em que existe uma alteração do humor, da energia (ânimo) e do jeito de sentir, pensar e se comportar . Acontecem como crises únicas ou cíclicas, oscilando ao longo da vida Podem ser episódios de depressão ou de mania: . Na depressão a pessoa sente tristeza exagerada e desânimo . . Na mania a pessoa sente um aumento da energia e euforia anormal . TRANSTORNOS DE HUMOR Os transtornos do humor podem acontecer ao longo da vida dentro de um curso unipolar ou bipolar No unipolar só ocorrem depressões • –No bipolar ocorrem fases de depressão e de mania DEPRESSÃO Humor para baixo, tristeza, angústia ou sensação de vazio. Irritabilidade, desespero. Pouca ou nenhuma capacidade de sentir prazer e alegria na vida. Falta de energia física e mental,falta de concentração, raciocínio mais lento. Pensamentos negativos repetitivos, pessimismo: ideias de culpa, fracasso, inutilidade, falta de sentido na vida, doença, morte (suicídio). Sentimentos de insegurança, baixa autoestima, medo. Interpretação distorcida e negativa do presente ou de fatos passados. Redução da libido e vontade de ter sexo. Perda ou aumento de apetite e/ou peso. Insônia ou dormir demais, sem se sentir repousado. Dores ou sintomas físicos difusos, sofridos, que não se explicam por outras doenças: dor de cabeça, nas costas, no pescoço e ombros, sintomas gastrointestinais, alterações menstruais, queda de cabelo, entre outros. TRANSTORNOS BIPOLAR DE HUMOR Humor para cima, exaltação, alegria exagerada e duradoura; irritabilidade (impaciência, “pavio curto"); Agitação, inquietação física e mental; Aumento da energia, da produtividade ou começar muitas coisas e não conseguir terminar; Pensamentos acelerados; tagarelice; Achar que possui dons ou poderes especiais de influência, grandeza, poder; Otimismo e autoconfiança exagerados. DIFERENÇA ENTRE O NORMAL E O PATOLÓGICO Tristeza normal: sentimento gerado por algum acontecimento externo de perda , aborrecimento. frustração ,que passa . Tristeza da depressão: sofrimento constante, que passa, mas retorna sem aviso prévio . Felicidade: estado de bem estar, alegria de conquista. Euforia (mania): ansiedade, inquietude, sensação de poder . PREVALÊNCIAS DOS TRANSTORNOS DE HUMOR Os transtornos do humor atingem mais de 20 % da população em algum momento da vida. As depressões são duas vezes mais comuns em mulheres que homens, iniciam-se em geral entre os 20 e 40 anos de idade e vitimam 16 a 18% das pessoas Transtornos do humor bipolares tipo I atingem igualmente 1 a 2 % dos homens e mulheres e começam geralmente entre 15 e 30 anos de idade Ao redor de 5 % da população pode desenvolver a forma bipolar tipo II, mais comum em mulheres. (Ref.: CORDIOLI) EVOLUÇÃO DO TRANSTORNO DE HUMOR Na depressão tudo se torna difícil e custoso: estudar, trabalhar, conviver com as pessoas. Comprometem-se relacionamentos afetivos, na família, com o cônjuge, ou com colegas e amigos. Para atenuar o sofrimento, muitos se tornam usuários de tranquilizantes, álcool ou drogas. Além das perdas a pessoa pode correr risco de vida por negligenciar cuidados com a saúde ou por suicídio. Durante a mania a pessoa se sente ótima e não consegue avaliar as consequências da irritabilidade, desinibição e sociabilidade na esfera pessoal. Atitudes tomadas durante a (hipo)mania podem resultar em rompimentos conjugais, com familiares e amigos ou em ruína financeira e endividamentos. COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO? O diagnóstico é principalmente clínico. Através de uma entrevista médica cuidadosa e detalhada pode-se dizer se o indivíduo sofre ou não desta doença. Para isso, são utilizado os critérios diagnósticos da Associação Psiquiátrica Americana, cuja última versão é de 2014 DSM V e a Classificação Internacional das Doenças da Organização Mundial da Saúde, hoje na sua décima versão, de 1992 QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS? • Administração de medicamentos por um médico (preferencialmente psiquiatra ou neurologista). Psicoterapia – estudos demonstram maior eficácia das Terapias Comportamental e Cognitivo-Comportamental . ECT – Eletroconvulsoterapia: indicado em casos extremos de mania e depressão, para prevenir exaustão ou suicídio (é o mais seguro em gestantes e idosos). Família – no apoio ao tratamento e em tratamento conjunto. Aspectos Educacionais – palestras e grupos de apoio. MAS... E A FAMÍLIA? A Família é peça chave no processo de mudança e melhora da qualidade de vida! A família pode desenvolver um bom sistema de suporte para ao doente. Certos membros da família e amigos podem fazer companhia e ajudar com a doença quando necessário. Resultados de pesquisas demonstraram que os familiares e /ou cuidadores podem dar assistência à pessoa para reduzir recorrências de mania e hipomania, e o apoio apropriado pode ajudar na depressão. Colegas de trabalho escolhidos ou outras pessoas que partilhem os mesmos interesses. Grupos de apoio de pessoas que estão na mesma situação são uma oportunidade de comunicação com pessoas que pensam da mesma forma. Um bom relacionamento com o médico ou a equipe médica poderá ajudar a pessoa a lidar com a doença e a tirar maior proveito do tratamento. FAMÍLIAS COMO REDE DE APOIO Os familiares e ou amigos diferem na quantidade e na forma de apoio que dão (por exemplo, alguns apenas ajudam quando há uma emergência, enquanto outros ajudam a pessoa a prevenir recorrências). A fase e a gravidade da doença irão influenciar o tipo de apoio de que a pessoa necessita, e ela poderá não precisar de tanta ajuda quando se encontra bem. Há muitas coisas que se pode fazer para dar apoio a uma pessoa com transtorno bipolar, mas deve-se determinar o que funciona em cada situação. SINAIS DE ALERTA Os sinais de alerta são alterações no comportamento da pessoa, na forma como pensa ou sente, que são muito mais leves do que os sintomas reais e indicam que ela pode estar desenvolvendo um episódio bipolar. O doentes pode apresentar sinais de alerta comuns ou pode ter seus próprios sinais individuais. Perceber esses sinais rapidamente pode permitir a prevenção da ocorrência de um episódio. Se a pessoa não recebe sinais de alerta, então reconhecer e tentar gerir os sintomas o mais rápido possível pode reduzir a gravidade e a duração do episódio. Sinais de alerta comuns e pessoais de depressão Os sinais de alerta de depressão mais comuns são quando a pessoa: • Tem menor interesse em fazer coisas que normalmente lhe dão prazer . Tem menor interesse em estar junto de amigos chegados . • Está ansiosa ou muito preocupada. Tem perturbações do sono. Está chorosa e triste . Outros sinais de alerta da depressão são quando a pessoa: • Está muito cansada . Negligencia determinadas tarefas e faz menos coisas . Tem dores físicas • Está mais esquecida . Retira-se ou esquiva-se de interações sociais . Mais sinais de alerta pessoais de depressão são quando a pessoa: • Não quer manter contato com os outros . Perde o seu sentido de gosto . Sinais de alerta comuns e pessoais de depressão Esses sinais são muito individuais e pessoais. Pode ser útil notar se a pessoa se comporta de forma diferente antes de ficar deprimida. Por vezes, a pessoa pode ter mais dificuldades em certas áreas do funcionamento que precisam ser diferenciadas dos sinais ou sintomas de depressão. Essas dificuldades de funcionamento não descritas podem também dificultar a capacidade de a pessoa realizar certas tarefas ou afetar sua rotina de vida diária. Sinais de alerta comuns e pessoais de Depressão e Hipomania Tem diminuição do sono Está mais ativa ou tem mais objetivos (está cheia de energia) Está mais sociável Está mais irritável Fala mais do que o habitual Não consegue concentrar-se bem ou distrai-se facilmente Tem muita autoconfiança, é presunçosa ou demasiado otimista Tem humor elevado Tem fuga de ideias Os sinais de alerta mais comuns de hipomania são quando a pessoa: Tem humor elevado Está agitada ou inquieta Fala muito rapidamente Pensa mais rapidamente que o usual Dorme menos que o habitual Está irritável e impaciente Família na Terapia para Transtorno do Humor Em geral não só a pessoa convive com sua queixa, mas sua família também. Os familiares podem e devem ajudar no tratamento. Intervenção com a família e outras pessoas envolvidas com o cliente, para analisar o papel da família sobre os comportamentos relacionados aos Transtorno do Humor e seu risco. É importante procurar uma Orientação Familiar (ou até mesmo fazer uma terapia). Família na Terapia para Transtorno do Humor Num grupo familiar os modos de interação entre seus membros vão-se cristalizando, quer na forma de distanciamento, ou de excessiva interferência na vida uns dos outros, formando alianças entre alguns membros, deixando outros de lado, ou transformando outros em bodes expiatórios . Sintomas como baixo rendimento na escola, no trabalho, agressividade, depressão são vistos como próprios da pessoa sintomática, e esta é vista como um caso isolado. Nesse pano-de-fundo as famílias enfermas fracassam progressivamente no cumprimento de suas funções familiares essenciais, (Carneiro, T., 1983). Família na Terapia para Transtorno do Humor Do ponto de vista da comunicação, a família sintomática perde-se em críticas, acusações, silêncios, duplas mensagens: há muita dificuldade em colocar-se no lugar do outro e rigidez em tentar novas formas de resolver problemas. Do ponto de vista de estrutura, os papéis são mal definidos, com filhos desempenhando papéis paternos e pais formando alianças com filhos, excluindo o outro membro do casal. Do ponto de vista dinâmico, há, em muitos casos, dificuldade em assumir a função de pais, com suas responsabilidades e limites, bem como dificuldade em estabelecer objetivos familiares e organizar-se para atingi-los. (Weitzman, 1985). TERAPIA DE FAMÍLIA A terapia de família é uma forma de compreender e tratar dos problemas humanos; é um método de tratamento, do indivíduo, das relações familiares, do grupo familiar como um todo e do vínculo entre seus membros. É uma procura de novas alternativas colocando em evidência a competência da própria família, ativando a participação dos membros na resolução dos seus problemas. O que ocorre num indivíduo que vive numa família não decorre apenas de suas condições internas, mas também das interações com o contexto mais amplo no qual está inserido. Ele recebe o impacto desse ambiente e atua sobre ele, influenciando-o. Nesse sentido, o terreno da patologia, como assinala Minuchin(1982), é a família. TERAPIA DE FAMÍLIA O processo terapêutico ocorre num trabalho conjunto (cliente e terapeuta). Tem como foco o processo de autonomia,que engloba o pertencer/separar-se, o desenvolvimento da consciência do padrão de funcionamento, de suas dificuldades, das escolhas responsabilidade; a mudança das pautas disfuncionais,favorecendo uma variedade maior de estratégias de funcionamento. TERAPIA DE FAMÍLIA A terapia familiar consiste em uma abordagem terapêutica onde todos os indivíduos participam da sessão, a família funciona como um todo, onde as pessoas interagem umas com as outras e influenciam essas relações em apoio mútuo TERAPIA DE FAMÍLIA O terapeuta familiar pode oferecer uma melhora das interações no interior do sistema familiar e fazer um processo de recodificação de mensagens, onde possibilita a maior compreensão nas suas comunicações. Também pode facilitar uma busca e descoberta de novos caminhos da relação familiar, incitar a todos para atuarem e descobrirem onde convém introduzir mudanças para favorecer uma evolução e um amadurecimento aos participantes. Atendimento em Grupos Específicos Autoconhecimento com a própria Doença . Aceitação. Lidar com o transtorno e subprodutos dele. Condução do grupo - atenção pode se dispersar devido aos pensamentos negativos e sentimentos de “não vai dar certo”. Grupos de apoio – coadjuvantes no tratamento Porque participar do Grupo de Família? Necessidade de se reunirem para apoio mútuo Encontram mais angustiados do que os próprios doentes. Ampliação da visão sobre o problema e sobre o doente. Colaborar no tratamento (normalmente reagem positivamente aos tratamentos). (Ref.: LABATE) Objetivos e Funcionamento do Grupo de Apoio a Familiares Crença da Família: a família é a única a apresentar estes problemas; os outros vão nos criticar pelos comportamentos que apresentamos (porque não vão compreender); os outros devem ter soluções fáceis para estes problemas (vergonha). Grupo: partilhar sensações de solidão, frustrações e dificuldades; um participante partilhar seus problemas podem fazer com que o grupo lhe traga soluções para enfretamento. Universalidade tem como consequência o alivio da pressão social. Facilitador: instila esperança na família que apresenta problemas e assegura famílias veteranas de seu sucesso no enfrentamento relatado. Vantagens da Participação da Família nos Grupos de Apoio Vantagens do grupo para família: Possibilidade de encontrar apoio ao tratamento – consistência no procedimento adotado para o enfrentamento do problema. Encontro de apoio emocional – se perceberem aceitos por um grupo que enfrenta problemas semelhantes. Vantagens para equipe técnica: Os familiares podem testar os procedimentos preconizados em um ambiente que seja intermediário entre o encontrado na clínica médica/psicológica e o ambiente social natural. (Ref.: GUEDES) CONCLUSÃO As novas Políticas Públicas nessa área visam inserir as pessoas com transtorno mental e seus familiares como protagonistas de um processo que busca inovar as formas de atenção, como também, contam com a parceria de profissionais desta área, que atuam nos diversos cenários, atendendo a essa população, baseando-se no acolhimento, no estabelecimento de vínculos, na responsabilização e na ética do cuidado. Por outro lado, estimulam a utilização de todo potencial residual para que a pessoa com transtorno mental, possa ser um cidadão inserido na família, no mundo do trabalho e na sociedade. Fontes Consultadas Família e doença mental: a difícil convivência com a diferença - Luciana de Almeida Colvero , Cilene Aparecida Costardi Ide e Marli Alves Rolim. Transtorno mental: dificuldades enfrentadas pela família -Maria Alice Ornellas Pereira ,e Alfredo Pereira Jr. O impacto causado pela doença mental na família - Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental no.6 Porto dez. 2011 A Importância da Família na Qualidade de Vida das Pessoas com Doença Mental - Thais Carvalho Santos. POLÍTICA PÚBLICA EM SAÚDE MENTAL: DA INCLUSÃO FAMILIAR DO PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL AO PROVIMENTO DE CUIDADOS. Simone Ferreira da Silva, Janeide Antão Diniz e Benedita Solange Pereira dos Santos. Denise Petresco David Psicóloga Cognitiva-Comportamental Coordenadora das Palestras Psicoeducacionais do GRUDA – Programa de Estudos dos Transtornos Afetivos do IpqHCFMUSP Coautora do livro Aprendendo a Viver com o Transtorno Bipolar-Manual Educativo – Editora Artmed Mestranda em Ciências (HCFMUSP) Especialista em Terapia Cognitiva-Comportamental (HCFMUSP) Membro do Conselho Cientifico da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA) “Fátima, uma médica de 32 anos, descobriu que era portadora do transtorno bipolar aos 28 anos, após consulta com um psiquiatra. Começou o tratamento e depois de 3 anos seu quadro já estava estável. Foi somente então que pôde entender alguns dos problemas que havia enfrentado em sua vida.” “Seus pais sempre a consideraram rebelde. Por várias vezes apanhou do pai por ter passado a noite fora de casa ou por ter desrespeitado algumas “regras” importantes para a família. Numa dessas brigas, aos 21 anos saiu de casa e passou a sustentar-se com o salário que ganhava em trabalhos informais. Seu padrão de vida piorou muito, seu rendimento na faculdade foi prejudicado e precisou parar de estudar por um ano para “tentar colocar a vida no eixo”. Hoje Fátima reconhece que os comportamentos que tinha e que geraram tantas repreensões e surras eram sintomas de episódios de euforia. Como sua família não conhecia a doença, acreditava que Fátima era irresponsável e rebelde e que seu objetivo era desafiar o pai. Nunca conversaram sobre isso, pelo contrário, as tentativas de falar a respeito de seus problemas eram sempre seguidas de grandes brigas, ofensas e agressões. Com o conhecimento que adquiriu ao longo dos últimos anos, Fátima também pôde reconhecer no pai o transtorno bipolar. Suas “explosões” de raiva, que o faziam agredi-la fisicamente, eram frequentemente seguidas por fases em que ele se isolava, não saia do quarto e bebia. Fátima acreditava que ela havia feito seu pai ficar triste e magoado pelas coisas que fazia, o que a deixava ainda pior. O mesmo ocorria com o pai. Apesar de Fátima estar atualmente adequadamente tratada, estável e estar procurando ajudar seu pai a aceitar o tratamento, as sequelas emocionais poderiam ter sido evitadas se a doença tivesse sido identificada antes e a família tivesse recebido a orientação necessária O ambiente familiar tem uma participação importante na manutenção da estabilidade do paciente. Famílias de bipolares tendem a ter um padrão de comunicação característico, conhecido como “emoção expressa”: 1. Crítica - Expressões de descontentamento, aborrecimento, acompanhadas por um tom de voz negativo; 2. Hostilidade - Expressões indicando rejeição a pessoa do paciente; 3. Superenvolvimento Emocional - Extremamente superprotetores com preocupações excessivas, atitudes de muito sacrifício e renúncia em favor do paciente. Isso significa que essas famílias expressam suas emoções de maneira intensa, algumas vezes explosiva, fazem muitas críticas e raramente tem paciência para ouvir os demais membros da família. Estresse no ambiente familiar (conflitos constantes, separações, padrão de comunicação inadequado) Fator de risco para o desencadeamento de uma fase maníaca ou depressiva IMPORTÂNCIA DA BOA COMUNICAÇÃO FATIMA: Pai, estava pensando em viajar nas férias para a praia...você me ajudaria com o dinheiro da passagem? PAI (sem olhar para ela): De novo?? Você só sabe pedir dinheiro? FATIMA: Há anos não peço nada para você! Porque quer sempre me humilhar? Não quero mais seu dinheiro nem ir para a praia!!! (gritando) Engula essa porcaria de dinheiro!!!! PAI: Pronto, ficou louca outra vez!!! Grita mais alto, quem sabe os vizinhos escutam... Você não tem jeito mesmo, nunca vai ser nada na vida! Só sabe gastar meu dinheiro!! Sua perua preguiçosa! FATIMA: Eu sou a louca?? Ta bom, posso até ser mas pelo menos me trato! Você é mais louco que eu e nem se trata!!! PAI: Eu louco? Isso que não! Se eu fosse louco não sustentava todos vocês! Preguiçosos incompetentes!!! (sai batendo a porta). Instabilidade emocional Padrão de comunicação existente na família = Críticas, pouca paciência, irritabilidade APRENDAM A TOLERAR MAIS A INSTABILIDADE EMOCIONAL UNS DOS OUTROS: lembre-se que explosões de raiva ou impaciência podem ser sintomas da doença e não ajuda em nada reagir a isso na mesma medida; SAIBAM OUVIR: olhe para a pessoa que está falando com você, preste atenção ao que ela diz e esclareça o que não tenha ficado claro. Mostre que está atento e interessado no que ela tem a dizer, seja o que for; CONTROLEM SUAS EXPLOSÕES: se perceber que está a ponto de explodir, saia de perto, dê uma volta, lave o rosto, procure acalmar-se. Explosões emocionais geralmente nos deixam cegos ao que realmente sentimos e pensamos. Ajuda pratica (por exemplo, se a pessoa precisar de carona para ir ao médico ou de ajuda para cuidar da casa ou dos filhos). Informações e sugestões (por exemplo, discutir com a pessoa sobre seus recursos ou sobre informações a respeito da doença). Companheirismo (por exemplo, conversar e fazer coisas que são interessantes e divertidas para a pessoa). Apoio emocional (por exemplo, dizer à pessoa que ela é importante e que acredita em sua capacidade de lidar com a doença e de ter uma boa qualidade de vida). Apoio não verbal (por exemplo, estar disponível para ouvir, monitorar sintomas ou fazer um gesto encorajador podem ser formas de dar apoio). Nem sempre é necessário falar para se dar apoio. Além de apoiá-la no tratamento Dizer-lhe que ela é importante e que se preocupa com ela. Não obrigue a pessoa a falar ou “acordar para a vida”. Quando uma pessoa está deprimida, ela pode não ser capaz de dizer o que sente ou qual tipo de ajuda precisa. Considere o risco de suicídio – embora nem todas as pessoas com TB sejam suicidas, a depressão é um momento de elevado risco de suicídio. Encoraje a alcançar pequenos objetivos – não tente obrigar a pessoa a fazer algo que ela ache muito enervante. Não tente assumir o controle todo o tempo – se verificar que a pessoa está fazendo as coisas de modo muito devagar, não se sobreponha nem faça tudo por ela. Encoraje uma rotina diária sempre que possível. Ter algo a fazer pela manha pode ajudar a pessoa deprimida a levantarse na hora certa. Ajude a pessoa a perceber suas conquistas e experiências positivas. Ajude a pessoa a procurar tratamento – encoraje a pessoa a contatar o médico ou o psicólogo. Em casos de maior gravidade, você mesmo deve buscar a ajuda da equipe médica. Tenha em mente que aquilo que conforta uma pessoa não é necessariamente o que conforta outra. Ajude a resolver as dificuldades de se lembrar de tomar a medicação. Encoraje a pessoa a falar abertamente sobre a medicação com o médico. Ajude a pessoa a identificar os fatores desencadeadores de novos episódios – falar com a pessoa sobre o que você e ela acham que desencadeia a doença e avaliar como foi a influencia destes fatores nos episódios anteriores. Estimule a pessoa a adotar um estilo de vida saudável. Ajudar a criar um desencadeadores que ambiente podem calmo piorar os – reduzir sintomas os (por exemplo, reduzir estímulos que pioram mania ou hipomania, como barulho, desorganização, brigas, estresse). Não acredite que tem de participar dos inúmeros projetos e objetivos da pessoa – tenha cuidado para não ser arrastado pelo humor maníaco da pessoa. Considere adiar a discussão. Se a pessoa começar a discutir, tente não se envolver. Pessoas com o humor elevado estão vulneráveis e sensíveis, apesar de sua confiança aparente, tendem a ofender-se facilmente. Estabeleça limites para determinados comportamentos – se o comportamento da pessoa é muito arriscado ou abusivo, pode ser necessário comportamento. estabelecer limites a seu O CUIDADOR TAMBÉM PRECISA DE CUIDADO Use estratégias que o ajudem a lidar com o estresse Divida ou delegue determinadas tarefas Frequente grupos de apoio ao portador de TB Reponha as energias – arranje um tempo para fazer coisas que relaxem e lhe deem prazer Desenvolva expectativas realistas Reconheça que você também tem necessidades Faça uma lista pessoal de sinais de alerta: Os sinais de alerta são alterações no comportamento da pessoa, na forma como pensa ou se sente, que são muito mais ligeiros do que os sintomas reais e indicam que a pessoa possa estar a desenvolver um episódio bipolar. Muitas pessoas recebem sinais de aviso da doença. O doente pode ter os seus próprios sinais individuais e perceber estes sinais, prevenindo assim, a ocorrência de um novo episódio. Se a pessoa não conseguir perceber estes sinais de alerta, a família e os amigos podem ajudar a reconhecer e evitar o risco de recaídas e recorrências. Exemplos: 1) Lista pessoal de sinais de alerta de Depressão: Descreva mudanças em sua atividade e energia quando está começando a ficar deprimido:___________________________________________________________ - Sente-se mais moroso, mais devagar - Começa a afastar-se das pessoas - Não atende mais os telefonemas - Conversa mais devagar do que normalmente - Faz menos coisas do que habitualmente fazia, não consegue fazer sua tarefas - Sente-se mais cansado do que de costume - Tem dores físicas - Tem pouco ou nenhum desejo sexual, etc... Descreva mudanças em seus padrões de sono quando está começando a ficar deprimido:___________________________________________________________ - Sente necessidade de dormir mais do que habitualmente - Dormi duas ou mais horas do que usualmente - Levanta-se no meio da noite - Demora para conseguir dormir - Não consegue ter um sono reparador, parece que não dormiu, etc... Descreva mudanças em seus pensamentos e percepção:__________________________ - Os pensamentos ficam mais lentos, sinto que esqueço das coisas - Fico remoendo pensamentos de coisas que já passaram - Não consigo me interessar por nada - Não consigo tomar decisões - Não consigo me concentrar - Não acredito na minha capacidade, fico me criticando o tempo todo - Sinto-me sem esperança - Sinto-me culpado - As cores parecem mais apagadas - A comida parece sem gosto - As pessoas parecem mais apressadas - Começo a pensar em me ferir ou me matar, etc... Faça uma lista de adjetivos descrevendo como está o seu humor: _____________________________________________ - Triste ou Muito triste - Ansioso ou Extremamente ansioso - Irritado ou Extremamente irritado - Arredio e agressivo - Apático - Amedrontado - Desencorajado - Chateado, etc... Descreva qualquer coisa que pareça diferente quando você percebe que está ficando deprimido e em que contexto (qualquer mudança, evento ou circunstância): _______________________________________ - Conflitos ou dificuldade de relacionamento no trabalho - Perda do emprego - Conflito ou dificuldades no relacionamento amoroso - Começar ou terminar um relacionamento - Conflitos familiares - Mudanças em sua condição financeira, dívidas - Luto, perda de um ente querido ou de algo importante, etc... Lista pessoal de sinais de alerta de Mania ou Hipomania : Descreva mudanças em sua atividade e energia quando está começando a ficar em mania:____________________________________________________ - Se você ou alguém do seu convívio notar que suas atitudes mudaram de maneira drástica - Inicia vários projetos ou várias tarefas ao mesmo tempo e não consegue terminá-las - Liga para muitas pessoas - Faz muitos amigos novos rapidamente - Fala mais do que o habitual - Conversa mais e cada vez mais rápido, as pessoas não conseguem entender - Crítica muito às outras pessoas - Começa a gastar exageradamente e impulsivamente - Sente-se excitado ou com desejo sexual intensificado - Sente que está ligado no “220”, sobra energia - Não consegue ficar parado - Está agitado ou em desassossego - Muda a cor do cabelo, usa roupas mais sedutoras do que habitualmente, usa mais maquiagem – Sente necessidade de chamar a atenção - Dirige com imprudência, faz apostas valendo dinheiro, passar a frequentar lugares que normalmente não frequentaria - Começou a beber, fumar mais ou usar drogas Descreva mudanças em seus padrões de sono quando está começando a ficar em mania:___________________________________________________________ - Não sente necessidade de dormir e não sente cansaço no dia seguinte - Dorme menos que o habitual - Fica acordado até tarde da noite e cochila durante o dia - Levanta-se 2 ou mais horas mais cedo do que normalmente - Acorda muitas vezes durante à noite - Considera uma perda de tempo dormir Descreva mudanças em seus pensamentos e percepção:______________________________________________________ - Os pensamentos começam a ficar mais acelerados, pensa mais rapidamente que o usual - Tem muito mais ideias e planos - Os sentidos ficam mais apurados (os sons parecem mais altos, as cores parecem mais vibrantes e os cheiros são mais intensos), etc... Faça uma lista de adjetivos descrevendo como está o seu humor: __________________________________________________________________ - O humor fica elevado, fica eufórico rapidamente sem motivos aparentes - Excêntrico - Elétrico - Arrogante - Ansioso ou extremamente ansioso - Está irritável e impaciente - Tem muita autoconfiança, é presunçoso ou demasiado otimista, etc... Descreva qualquer coisa que pareça diferente quando você percebe que está entrando em mania e em que contexto (qualquer mudança, evento ou circunstância): ________________________________________________________ - Aumento de atribuições no trabalho - Mudanças em seu horário de trabalho - Viagens e mudanças no fuso horário devido à viagem - Relacionamento amoroso conflituoso - Começar ou terminar um relacionamento - Conflitos familiares - Mudanças em sua condição financeira, etc... 3) Verifique possíveis eventos desencadeadores dos sintomas: Exemplos de Desencadeadores (fatores de tensão que aumentam o risco de a pessoa desenvolver sintomas bipolares): •Acontecimentos de vida positivos ou negativos de grande tensão: (por exemplo, o nascimento de um bebê, uma promoção, a perda do emprego, o fim de um relacionamento ou mudança de residência. •Ruptura de padrões do sono: (por exemplo, em razão de fadigas causadas por viagem ou de eventos sociais). Reduções no tempo de sono podem contribuir para desenvolver sintomas maníacos ou hipomaníacos, e aumentos no tempo de sono ou de descanso podem, por vezes, levar a sintomas depressivos. •Ruptura da rotina: Um plano estruturado (por exemplo, horas certas para deitarse e acordar, atividades regulares e contatos sociais) pode ajudar a manter tanto os padrões de sono quanto os níveis habituais de energia. Exercício para a família: Como eu posso contribuir para diminuir a “emoção expressa” na minha família? Aprendendo a Viver com o Transtorno BipolarManual Educativo- Ricardo Alberto Moreno, Doris Hupfeld Moreno, Danielle S.Bio, Denise Petresco David – Editora Artmed, 2015 Guia para cuidadores de pessoas com Transtorno Bipolar- Lesley Berk- Editora Segmento Farma,2011 Editores (Brasil): Márcio Gerhardt Soeiro-de-Souza, Ricardo Alberto Moreno, Vasco Videira Dias Livros Recomendados: Recuperação em Depressão – Doris Moreno, Márcio Bernik, Paulo Mattos, Táki Córdas “Aprendendo a Viver com o Transtorno Bipolar- Manual Educativo” – Ricardo e Doris Moreno, Danielle S. Bio e Denise P. David Guia p/cuidadores de pessoas com Transtorno Bipolar”-Lesley Berk (baixar gratuitamente no nosso site: www.progruda.com ) “Vivendo com Transtorno Bipolar”- Berk, Castle e Lauder “Transtorno Bipolar: O que é preciso saber”- Miklowitz “Enigma Bipolar”- Teng Chei Tung “Temperamento Forte e Bipolaridade”- Diogo Lara “Crianças e Adolescentes com TB”- Boris Birmaher “Transtorno Bipolar na infância e adolescência”- Lee Fu- I e Miguel Ângelo Boarati www.abrata.org.br www.progruda.com www.abtb.org.br www.unifesp.br/prodaf www.bipolaridade.com.br www.isbd.org www.bpkids.org.br Não percam o Próximo Encontro, contamos com a presença de vocês!!! Como lidar com o estigma, o preconceito e aceitar que tenho Transtorno Bipolar? Dr. Márcio G.S.Souza e Psic.Danielle S. Bio Denise Petresco David F:(11) 34263678-cel: 995006278 [email protected]