Interoperabilidade com as novas versões CAPA Rede antiga, Windows novo As versões mais recentes do Windows trazem novidades ao terreno da interoperabilidade. por Pablo Hess F az alguns meses que chegou ao mercado o Windows 7. Entre controvérsias e anúncios fenomenais em todas as mídias, a Microsoft vem chamando atenção para a mais recente versão de seu sistema operacional certa vez hegemônico no mercado de PCs. Após o fracasso comercial considerável do Windows “Longhorn” Vista e suas diversas versões – atribuído pela fabricante à pura e simples falta de marketing, ou ainda ao excesso de marketing negativo –, a Microsoft tenta com afinco obter êxito com sua nova oferta. Quem não acredita que a empresa de Redmond dá ouvidos a seus usuários talvez mude de ideia. As falhas técnicas mais graves do Vista – provável motivo para seu fracasso comercial, apesar dos altos investimentos em marketing para “contornálas” –, como o excesso de perguntas de segurança feitas ao usuário e o consumo exagerado de recursos de 36 hardware, foram remediadas, garante a Microsoft. O número de versões do sistema também diminuiu para quatro, desde o Starter até o Ultimate. A compatibilidade com aplicativos do Windows XP, outra falha importante do Vista, também foi “consertada”, desta vez por meio da virtualização. Novo mercado Em parceria com o Windows 2008, o Windows 7 inaugura uma nova fase nos sistemas da Microsoft, em que existe inovação real e perceptível para o usuário e também para o administrador, certamente em virtude da concorrência por parte da Apple e do GNU/Linux. Uma nova shell com os recursos necessários para desativar até a interface gráfica significa um alento para administradores preocupados com segurança, enquanto que um controle de direitos de acesso evita que vírus e outros malwares tomem conta do novo sistema em um pis- car de olhos e mandem pelos ares meses de documentos e arquivos. Para o mercado GNU/Linux, a dupla de sistemas de Redmond traz novidades interessantes. A empresa se mostra progressivamente disposta a permitir que outros sistemas e softwares interoperem harmoniosamente com os seus, compartilhando código e documentação com a comunidade livre. Um exemplo de bom uso dessa salutar abertura de Redmond culminou em uma visita de desenvolvedores do projeto Samba à equipe da Microsoft, com fins de trocar informações e experiência a respeito da interoperabilidade do Windows com o Software Livre. O resultado certamente será perceptível na versão 4 do Samba, atualmente em fase alfa. Contudo, também há notícias ruins. Além das incontáveis reinicializações do sistema a cada nova configuração, os procedimentos para alcançar graus satisfatórios de http://www.linuxmagazine.com.br Intro | CAPA interoperabilidade são trabalhosos e exigem inúmeras alterações em arquivos de configuração do Samba. Um novo dado de grande importância, no entanto, é a necessidade de ajustes à configuração dos novos clientes Windows 7. Enquanto não for lançado o Samba 4 – o que pode levar bastante tempo –, conectar um cliente Windows 7 ao Samba 3.x não implica dor de cabeça somente para o administrador do servidor. Caminho das pedras Feliz é o administrador que não precisa lidar com redes heterogêneas. No entanto, são pouquíssimas as empresas que se enquadram nessa realidade. Se você tem interesse em solucionar problemas reais em redes de verdade, é impossível escapar das agruras da interoperabilidade entre GNU/Linux e Windows. No caso de servidores GNU/Linux, as tarefas na área da interoperabilidade começam com a configuração dos serviços Samba e OpenLDAP, com a devida integração entre si. Já para os clientes livres, há necessidade de instalar pacotes para montagem de compartilhamentos CIFS e alterações no sistema de autenticação PAM. Ao final, o objetivo é bastante simples: todo usuário, esteja ele numa estação GNU/Linux ou Windows, deve ser capaz de fazer login com um nome e uma senha administrados de forma centralizada. Além disso, esses mesmos usuários precisam ser capazes de acessar compartilhamentos Linux Magazine #62 | Janeiro de 2010 no servidor, utilizar suas impressoras e até suas unidades de CD/DVD. Administradores que já tenham realizado esses “doze trabalhos de Hércules” modernos, no entanto, não estão imunes à rigidez do sistema proprietário. Em suas novas versões, os sistemas da Microsoft para clientes (Windows 7) e servidores (Windows 2008) apresentam alterações na forma de interagir via rede, o que exige a atualização dos seus conhecimentos técnicos. A edição deste mês da Linux Magazine oferece tudo que você precisa saber para integrar servidores e clientes Windows modernos à sua rede heterogênea já em funcionamento. Começamos abordando as configurações necessárias no novo Windows 7 para estabelecer sua comunicação efetiva com servidores GNU/Linux, assim como as alterações necessárias ao servidor livre para autenticar clientes Windows 7 de forma transparente, oferecendo-lhe arquivos, impressoras e dispositivos óticos. O segundo artigo trata da situação inversa, com um cliente GNU/Linux acessando o servidor Windows 2008 em busca de autenticação, arquivos, impressoras e dispositivos óticos. É preciso conhecer as configurações do servidor para efetuar as modificações necessárias no cliente. Não entre em uma rede sem esta edição. n Índice das matérias de capa Samba com Windows 7 Windows 2008 na rede 38 46 37