Aspectos epidemiológicos do câncer em cães

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA
LABORATÓRIO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA
PROJETO DE PESQUISA
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária - Doutorado
Área de concentração: Patologia e Patologia Clínica Veterinária
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DO CÂNCER EM CÃES DA REGIÃO
CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL: 50 ANOS (1964-2013)
Doutorando: Mariana Martins Flores
Orientador: Rafael Almeida Fighera
Santa Maria – RS
Novembro – 2014
1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 Identificação do projeto
1.1.1 Título do projeto
Aspectos epidemiológicos do câncer em cães da Região Central do Rio Grande do
Sul : 50 anos (1964-2013)
1.1.2 Executor
Mariana Martins Flores, Médica Veterinária, aluna de doutorado do Programa de
Pós-graduação em Medicina Veterinária da UFSM, área de concentração em
Patologia e Patologia Clínica Veterinária (matrícula 201160847). Laboratório de
Patologia Veterinária (LPV), Ramal: 8168; E-mail: [email protected]
1.1.3 Equipe de trabalho
1.1.3.1 Orientador
Rafael Almeida Fighera, Médico Veterinário, Doutor, Professor Adjunto III do
Departamento de Patologia Veterinária da UFSM – CCS (SIAPE 2583800).
Laboratório
de
Patologia
Veterinária
(LPV),
Ramal:
8168;
E-mail:
[email protected]
1.1.3.2 Colaboradores
Monique Togni Martins, Médica Veterinária, aluna de doutorado do Programa de
Pós-graduação em Medicina Veterinária da UFSM, área de concentração em
Patologia e Patologia Clínica Veterinária (matrícula 201361114). Laboratório de
Patologia
Veterinária
(LPV),
Ramal:
8168;
E-mail:
[email protected]
2
Renata Dalcol Mazaro, aluna do curso de graduação de Medicina Veterinária da
UFSM (matrícula 201111873). Bolsista PIBIC junto ao Laboratório de Patologia
Veterinária (LPV). Ramal: 8168; E-mail: [email protected]
Luiz Francisco Irigoyen. Médico Veterinário PhD. Professor Associado IV do
Departamento de Patologia Veterinária da UFSM – CCS (SIAPE 1146039).
Laboratório
de
Patologia
Veterinária
(LPV),
Ramal:
8168;
E-mail:
[email protected]
Glaucia Denise Kommers. Médica Veterinária, PhD. Professora Associada II do
Departamento de Patologia Veterinária da UFSM – CCS (SIAPE 0382851).
Laboratório
de
Patologia
Veterinária
(LPV),
Ramal:
8168;
E-mail:
[email protected]
1.1.4 Local de execução
Laboratório de Patologia Veterinária (LPV), prédio 97 B, Ala 5, Hospital Veterinário
Universitário (HVU), Centro de Ciências Rurais (CCR), Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM). Ramal: 8168
2. RESUMO
O câncer tem ganhado uma notável importância em Medicina Veterinária nos
últimos anos, o que tem estimulado a realização de alguns estudos acerca dos
aspectos epidemiológicos desta condição. Esses estudos, quando realizados de
forma aprofundada, contribuem com dados bastante úteis para clínicos e
patologistas. Apesar da importância de tais aspectos, não existem estudos
brasileiros com ênfase em epidemiologia do câncer em cães. Diante disso, o
propósito deste estudo é analisar o padrão de ocorrência do câncer como causa
de morte em cães necropsiados no LPV-UFSM ao longo de 50 anos, com ênfase
3
na prevalência e nos aspectos epidemiológicos (raça, porte, sexo e idade). Para
isso, os arquivos de necropsia de cães referentes aos anos entre 1964 e 2013
serão revisados. Deles, serão retiradas informações referentes à raça, ao porte, à
idade e ao sexo com o objetivo de determinar o perfil epidemiológico da
“população de risco”. Posteriormente, serão separados apenas os casos
diagnosticados como câncer, grupo denominado “população doente”, e deles,
serão retirados dados acerca do tipo de neoplasma diagnosticado e sistema
corporal/órgão afetado. Será feita uma análise cruzada das raças, portes, sexos e
idades das duas populações (“de risco” e “doente”). Com isto, espera-se obter um
perfil epidemiológico dos tumores diagnosticados em cães no LPV. Considerando
a grande prevalência do câncer como causa de morte em cães no LPV, julgamos
importante a investigação epidemiológica desta condição na Região Central do
RS, principalmente diante da ausência de estudos epidemiológicos aprofundados
acerca do câncer em cães no Brasil.
Palavras chave: doenças de cães, epidemiologia, patologia, oncologia, tumores,
neoplasmas.
3. REVISÃO DE LITERATURA
Com frequência, o câncer é considerado uma das duas principais causas
de morte em cães (FLEMING et al., 2011; FIGHERA et al., 2008; BENTUBO et al.,
2007; MOORE et al., 2001; BONNETT et al., 1997), chegando a representar 13%
a 23% das causas de morte nessa espécie (BENTUBO et al., 2007;
PROSCHOWSKY et al., 2003; BRONSON, 1982). Quando se fala em cães com
10 anos ou mais, a prevalência do câncer é ainda maior, subindo de 23% em cães
adultos para 45% em cães idosos no estudo de BRONSON (1982) e de 7,8% para
32% no estudo de FIGHERA et al. (2008).
A busca por tratamentos cada vez mais eficazes e específicos para cada
tipo de câncer tem crescido na medicina veterinária, o que, obviamente, requer
cada vez mais estudos de prevalência, epidemiologia e patogênese do câncer
4
(WITHROW et al., 2013). Além da preocupação cada vez maior dos proprietários
pelo bem estar de seus cães, há, também, um ramo no estudo do câncer em cães
voltado para o uso destes animais como modelos comparativos para a oncologia
humana, com o objetivo de elucidar aspectos relacionados à etiologia e à
patogênese de determinados tumores de humanos (PAOLONI; KHANNA, 2007).
Alguns autores enfatizam que a prevalência do câncer em cães tem
aumentado ao longo dos últimos anos (PAOLONI; KHANNA, 2007; WITHROW et
al., 2013). Os três fatores que podem estar causando este possível aumento,
segundo eles, são: um aumento da própria incidência do câncer, um aumento na
população total de cães (população de risco) e/ou um aumento no interesse e no
conhecimento da população acerca da qualidade de vida de seus cães, levando a
um maior número de casos diagnosticados (PAOLONI; KHANNA, 2007,
WITHROW et al., 2013). Uma causa para um possível aumento na incidência de
câncer é a maior expectativa de vida dos cães nos dias de hoje, atribuída a uma
série de fatores relacionados à nutrição e ao desenvolvimento de medicinas
preventivas e terapêuticas mais eficientes (PAOLONI; KHANNA, 2007; WITHROW
et al., 2013; NELSON; COUTO, 1998).
Embora se saiba da importância do câncer na população de cães, é difícil
estimar com precisão a prevalência e a incidência espontâneas dessa afecção em
animais de estimação (BUTLER et al., 2013). Muitos autores justificam que a
inexistência de censos da população total e a escassez de bancos de dados de
diagnóstico de câncer em cães dificultam a determinação da incidência do câncer
nessa espécie (DOBSON, 2012; BUTLER et al., 2013). Outro fator agravante é a
variação na metodologia dos estudos acerca do assunto, o que muitas vezes torna
difícil comparar resultados de estudos diferentes. Alguns autores incluem em seus
levantamentos todos os diagnósticos de câncer feitos em hospitais e clínicas
veterinárias, muitos dos quais não possuem confirmação histopatológica
(BENTUBO et al., 2007; BONNETT et al., 1997). Outros estudos se baseiam
apenas em informações relatadas pelos proprietários dos animais, sem sequer a
confirmação de um veterinário (PROSCHOWSKY et al., 2003; MICHELL, 1999).
5
Esses são dois exemplos de metodologia que podem não ser muito fidedignos à
real ocorrência de câncer na população.
A determinação das taxas de mortalidade do câncer em cães é geralmente
menos complexa, e se baseia, na maioria das vezes, em estudos de necropsia
(FIGHERA et al., 2008; MOORE et al., 2001). Esses estudos têm resultados
bastante úteis em vários aspectos, e seus dados podem ser facilmente
comparados a outros estudos semelhantes (BONNETT et al. 2005; FLEMING et
al., 2011). Isto ocorre principalmente porque eles se baseiam em uma população
fixa e facilmente determinada – a população de cães necropsiados –, o que nem
sempre ocorre com estudos de prevalência, como vimos no parágrafo anterior.
Além disto, geralmente, estudos de necropsia seguem metodologias semelhantes,
que incluem diagnóstico microscópico de todos os tumores observados como
causa de morte na necropsia (FIGHERA et al., 2008; MOORE et al., 2001). Apesar
disso, deve-se levar em conta que o estudo do câncer como causa de morte,
obviamente, subestima a ocorrência de neoplasmas incidentais e tende a
superestimar aqueles tumores agressivos e frequentemente fatais. Com base nas
diferentes
metodologias
adotadas,
a
comparação
entre
estudos
de
prevalência/incidência do câncer em animais vivos e estudos de câncer como
causa de morte deve ser feita com cautela.
O diagnóstico dos diferentes tipos de câncer na clínica veterinária está se
tornando cada vez mais importante, visto que cada tipo diferente de câncer
responde a um tratamento específico (WITHROW et al. 2013). Cada vez menos,
os proprietários optam pela eutanásia, principalmente quando há opções
terapêuticas viáveis (NELSON; COUTO,1998; WITHROW et al., 2013). O papel do
patologista e dos estudos do câncer como causa de morte em cães são
importantes para que se saibam quais são os tipos de câncer mais comuns por
idade, raças, sexos e portes de cães. Este embasamento teórico voltado para os
aspectos patológicos e epidemiológicos do câncer é bastante útil no diagnóstico
de novos casos na clínica, bem como no tratamento e na determinação
prognóstica dos diferentes tumores (EHRHART et al. 2013).
6
4. JUSTIFICATIVA
O câncer tem ganhado uma notável importância na área de Medicina
Veterinária nos últimos anos. Estudos europeus e americanos baseados em
populações de cães necropsiados (FLEMING et al., 2011), registrados em
companhias de seguro de vida (BONNETT et al., 2005; BONNETT et al,. 1997;
MICHELL, 1999), pertencentes ao serviço militar (MOORE et al., 2001),
cadastrados em associações de criadores (ADAMS et al., 2010; PROSCHOWSKY
et al., 2003), atendidos em clínicas (O’NEILL et al., 2013) ou selecionados de
forma aleatória (BENTUBO et al., 2007) chamam atenção para um único fato: pelo
menos nas últimas décadas, o câncer se mantém entre as duas primeiras causas
de morte ou razões para eutanásia em cães em diferentes países ao redor do
mundo.
Há poucos estudos relacionados à prevalência do câncer em populações de
cães no Brasil (TRAPP et al., 2010; FIGHERA et al., 2008; BENTUBO et al., 2007)
e mais especificamente no Rio Grande do Sul (FIGHERA et al., 2008). Embora
estes estudos reflitam a realidade observada nos outros países ao redor do
mundo, eles são voltados apenas para aspectos clínicos e patológicos do câncer
em cães e não abordam os seus aspectos epidemiológicos de forma aprofundada.
Com base nisto, podemos inferir que não existem estudos epidemiológicos
aprofundados acerca da mortalidade por câncer em populações de cães do Brasil,
à semelhança dos estudos existentes nos Estados Unidos (FLEMING et al., 2011)
e na Suíça (BONNETT et al., 2005).
O estudo dos aspectos epidemiológicos do câncer vai muito além de
determinar a prevalência dos diferentes tipos de tumores nos segmentos de uma
população. Estudos aprofundados podem trazer informações realmente úteis para
clínicos e patologistas veterinários. FLEMING et al. (2011), por exemplo,
demonstrou que os cães norte-americanos das raças Pinscher e Dachshund
miniaturas tinham um menor risco de morrer por câncer quando comparados às
outras 80 raças analisadas. Esse estudo também demonstrou que o risco de
7
morte relacionada a câncer era muito maior em cães de grande porte quando
comparado ao risco dos cães de pequeno porte.
De forma semelhante ao que é relatado mundialmente, o câncer é
responsável por 7,8% das causas de morte ou razões para eutanásia de cães que
chegam ao LPV-UFSM para realização de necropsia. Em cães idosos, a
prevalência sobe para 32%. Apesar de já se conhecer a prevalência do câncer em
cães no LPV por meio de um estudo prévio (1964-2004) (FIGHERA et al, 2008),
não se sabe se esta categoria de doenças tem realmente se tornado mais comum
como causa de morte em relação às outras doenças nos últimos 50 anos. Além
disto, os dados relacionados ao diagnóstico do câncer como causa de morte no
LPV nunca foram analisados de forma detalhada e com ênfase nos aspectos
epidemiológicos, à semelhança dos estudos de FLEMING et al. (2011) e
BONNETT (2005), que trouxeram resultados realmente importantes no que diz
respeito ao risco de morte por câncer em cães norte americanos e europeus,
respectivamente.
5. METAS
Visando o aumento da importância do câncer em cães nos últimos anos, a
meta desse projeto é gerar conhecimento acerca da prevalência e dos aspectos
epidemiológicos do câncer em cães na Região Central do RS nos últimos 50 anos,
contribuindo para a identificação de segmentos da população que tenham uma
maior predisposição a morrerem de câncer e auxiliando, assim, clínicos de
pequenos animais e patologistas veterinários na prevenção e no diagnóstico do
câncer em cães dessa região.
6. HIPÓTESE CIENTÍFICA
A nossa principal hipótese com a realização deste trabalho é de que o
câncer tem sido mais frequentemente diagnosticado em cães nas últimas duas
décadas, mas que este aumento seja proporcional ao aumento no número das
8
necropsias de cães, o que significa dizer que o câncer não esteja se tornando
mais incidente na população canina da região central do RS. Também
hipotetizamos que alguns tipos de câncer ocorrem de forma mais frequente em
determinadas raças, portes e idades, e que poderemos observar determinadas
mudanças no padrão de ocorrência de alguns tipos de câncer ao longo das cinco
décadas incluídas neste estudo, principalmente no que se refere à mudança do
perfil racial da população de risco.
7. OBJETIVOS
7.1. Objetivos Gerais
Analisar a prevalência e os aspectos epidemiológicos dos neoplasmas
diagnosticados como causa de morte ou razão para eutanásia em cães
necropsiados no LPV nos últimos 50 anos (1964-2013), possibilitando comparar a
incidência dos casos de câncer a cada década e em cada parcela da população, e
determinar possíveis fatores de risco relacionados à morte por câncer em cães da
Região Central do Rio Grande do Sul.
7.2. Objetivos Específicos
Definir a população de risco: analisar o número de cães necropsiados a
cada ano no período de 1964 a 2013 e segregar a população por raça, porte, sexo
e idade, possibilitando calcular o número de machos, fêmeas, filhotes, adultos e
idosos e a proporção das diferentes raças que constituem a população total de
cães necropsiados (1964-2013), denominada por nós como “população de risco”.
Definir a população acometida por câncer; diante do conhecimento dos
dados epidemiológicos da população de risco, separar todos os casos de cães
que tiveram o câncer diagnosticado como causa de morte ou razão para
eutanásia.
9
Calcular a prevalência total do câncer em cães no LPV e segrega-la: (a) por
década (1964-2013), (b) por sexo, (c) por raça, (d) por porte, (e) por idade, (f) por
sistema ou órgão acometido e (g) por diagnóstico específico (por exemplo:
linfoma). Comparar os dados resultantes entre si e responder aos seguintes
questionamentos abaixo.
Quanto à prevalência do câncer no LPV: (a) Qual a prevalência total do
câncer em cães necropsiados no LPV?; (b) Essa prevalência aumentou ao longo
das cinco décadas?; (c) Quais os órgãos/sistemas mais acometidos pelo câncer?;
(d) Quais os tipos de câncer mais comuns?; (e) Há variação nos tipos de câncer
mais comuns ao longo de cinco décadas?; (f) Se sim, essa variação pode ser
explicada?
Quanto à faixa etária dos cães acometidos por câncer no LPV: (a) Qual a
média de idade da população acometida por câncer no LPV?; (b) Essa média de
idade é diferente entre os diferentes tipos de câncer?; (c) Esta média de idade é
diferente entre as diferentes raças de cães?;; (d) Quais as faixas etárias com
menor risco de morrerem de câncer?
Quanto às raças dos cães acometidos por câncer no LPV: (a) podemos
observar algum tipo de predisposição racial nas raças predominantes em nossa
região?; (b) Podemos observar algum tipo de predisposição ligada ao porte das
raças acometidas?; (c) Existe algum porte ou raça na nossa região que parece ter
um risco diminuído para desenvolvimento de câncer?
8. METODOLOGIA
O levantamento dos dados será realizado (1) separando todas as fichas de
necropsias de cães entre 1964 e 2013, (2) analisando individualmente cada laudo
e identificando o sexo, a raça, o porte (quando possível) e a idade de todos os
cães necropsiados, (3) separando todos os casos cuja causa de morte ou razão
para eutanásia tenha relação com câncer, (5) analisando e contabilizando todos
os tipos de câncer diagnosticados nos cães que morreram por esta categoria de
doenças e (6) procurando os blocos e confeccionando lâminas histológicas para
10
uma análise mais detalhada de casos de câncer que julgarmos interessantes ou
incomuns em cães em nosso laboratório.
A análise epidemiológica do câncer em cães será baseada na comparação
do número de casos de câncer diagnosticados no período total do estudo (19642013) com o número de casos por ano. Também serão analisados sexo, raça,
porte e idade dos cães acometidos e comparados aos mesmos parâmetros da
população total. Posteriormente, será possível correlacionar a frequência de
ocorrência de determinados tipos de câncer em diferentes sexos, raças, portes e
idades e determinar se há diferenças na prevalência dos diversos tipos de câncer
de um ano para outro.
9. POSSÍVEIS RESTRIÇÕES E SOLUÇÕES
Por ser um estudo retrospectivo, este projeto poderá apresentar restrições
relacionadas à ausência de fichas e à presença de fichas incompletamente
preenchidas (com a ausência de dados essenciais para o estudo epidemiológico,
incluindo sexo, raça, idade e diagnóstico definitivo). Isso talvez seja o maior
empecilho no estabelecimento de uma prevalência e análise epidemiológica
fidedignas. Um número baixo de casos, que resulta em um “N” pequeno, é
também um grande problema encontrado em alguns estudos retrospectivos,
embora acreditemos que não existirão problemas relacionados ao número de
indivíduos incluídos neste estudo. A fim de minimizar um possível baixo número
baixo de casos, o estudo irá abranger 50 anos. No entanto, espera-se encontrar
dificuldades em relação aos primeiros anos, pois é sabido que nas primeiras
décadas de funcionamento do LPV-UFSM, eram utilizados protocolos muito
diferentes dos atuais e alguns dados epidemiológicos não eram registrados.
Se um item relevante ao trabalho não for descrito no protocolo, será
computado como não informado (n.i.). Serão excluídos da análise, casos de
protocolos não encontrados, incompletos ou de cães oriundos de experimentos.
11
10. RESULTADOS PRELIMINARES
Os resultados a seguir serão enviados para tramitação no periódico Pesquisa
Veterinária Brasileira:
11. CRONOGRAMA
Atividades para 2013
Atividade
Jan
Fev
1
2
Mar
x
Abr
x
Mai
x
Mês
Jun Jul
x
x
x
Mar
x
Abr
x
Mai
x
Mês
Jun Jul
x
x
Ago
x
x
Set
x
x
Out
x
x
Nov
x
x
Dez
x
x
Ago
Set
Out
Nov
Dez
x
x
x
x
x
Atividades para 2014
Atividade
2
3
4
Jan
x
Fev
x
Atividades para 2015
Atividade
5
6
Jan
x
Fev
x
Mar
x
Abr
x
Mai
x
Mês
Jun Jul
x
x
Ago
Set
Out
Nov
Dez
x
x
x
x
x
Mês
Jun Jul
x
x
x
Ago
x
x
Set
x
x
Out
x
x
Nov
Dez
x
x
Mês
Jun Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Atividades para 2016
Atividade
6
7
Jan
x
Fev
x
Mar
x
Abr
x
Mai
x
Atividades para 2017
Atividade
7
8
Jan
x
x
Fev
Mar
Abr
Mai
x
1. Confecção do projeto.
2. Procura e leitura dos laudos nos arquivos do LPV e obtenção dos resultados.
3. Organização dos resultados parciais para exame de qualificação.
4. Período de qualificação
12
5. Adequações do projeto e consequentemente padronização dos resultados
obtidos conforme estabelecido na qualificação
6. Elaboração dos artigos científicos
7. Elaboração da tese
8. Preparação para a defesa de tese
12. ORÇAMENTO
Quant Unidade
Discriminação
idade
Valor
Total
unitário
(R$)
(R$)
01
Frasco 100g
Eosina Y
45,00
45,00
01
Frasco 50 g
Hematoxilina
270,00
270,00
10
Frasco 1L
Xilol
30,00
300,00
01
Frasco 1L
Formol
37,00
37,00
10
Pacote 1 Kg
Parafina
10,00
100,00
10
Caixa 50 unid.
Lâmina para microscopia
3,90
39,00
05
Caixa 100 unid
Lamínula 24x50
6,20
31,00
01
Frasco 100 ml
Entellan New
85,00
85,00
01
Caixa 100 unid.
Navalhas descartáveis
200,00
200,00
02
Caixa 100 unid.
Luvas para procedimentos
9,50
19,00
Total
1126,00
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ADAMS, V.J.; EVANS, K.M.; SAMPSON, J.; WOOD, J.L.N. Methods and
mortality results of a health survey of purebred dogs in the UK. Journal of
Small Animal Practice, v.51, p.512-524, 2010
13
2. BENTUBO, H. D. L. et al. Expectativa de vida e causas de morte em cães na
área metropolitana de São Paulo (Brasil). Ciência Rural, v.37, p.1021-1026,
2007
3. BONNETT, B. N.; EGENVALL, A.; OLSON, P.; HEDHAMMER, A. Mortality in
insured Swedish dogs: rates and causes of death in various breeds. The
Veterinary Record, v.141, p.40-44, 1997
4. BONNETT, B.N.; EGENVALL, A.; HEDHAMMAR, A.; OLSON, P. Mortality in
over 350,000 insured Swedish dog from 1995-2000: I. Breed-, gender-, ageand cause-specific rates. Acta vet. Scand. V.46, p.105-120, 2005
5. BRONSON, R. T. Variation in age at death of dogs of different sexes and
breeds. American Journal of Veterinary Research, v.43, p.2057-2059, 1982
6. BUTLER, L.M.; BONNETT, B.N.; RODNEY, L.P. Epidemiology and evidencebased medicine aproach. In.: WITHROW, S. J.; VAIL, D. M.; PAGE, R.L. Withrow
& MacEwen’s Small Animal Clinical Oncology. 5th edition. Saunders, Elsevier. St.
Louis. 2013
7. DOBSON, J. M. Breed-predispositions to cancer in pedigree dogs.
Veterinary Science, v.2013, 2013
8. EHRHART, E.J.; KAMSTOCK, D.A.; POWERS, B.E. The pathology of
neoplasia. In.: WITHROW, S. J.; VAIL, D. M.; PAGE, R.L. Withrow & MacEwen’s
Small Animal Clinical Oncology. 5th edition. Saunders, Elsevier. St. Louis. 2013
9. FIGHERA, R. A. et al. Causas de morte e razões para eutanásia de cães da
Mesorregião do Centro Ocidental Rio-Grandense (1965-2004). Pesquisa
Veterinária Brasileira, v.28, p.223-230, 2008
14
10. FLEMING, J. M.; CREEVY, K. E.; PROMISLOW, D. E. L. Mortality in North
American dogs drom 1984 to 2004: an investigation into age-, size- and
breed-related causes of death. J Vet Intern Med, v.25, pg.187-198, 2011
11. MICHELL, A. R. Longevity of British breeds of dog and its relationships
with sex, size, cardiovascular variables and disease. The Veterinary Record,
v.145, p.625-629, 1999
12. MOORE, G. E. et al. Causes of death or reasons for euthanasia in military
working dogs: 927 cases (1993-1996). Journal of American Veterinary Medical
Association, v.219, p.209-213, 2001
13. NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais. 2ª
edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 1998
14. O’NEILL, D.G.; CHURCH, D.B.; McGREEVY, P.D.; THOMSON, P.C.;
BRODBELT, D.C. Longevity and mortality of owned dogs in England. The
Veterinary Journal, v.198, p.638-643, 2013
15. PAOLONI, M.; KHANNA, C. Comparative oncology today. Veterinary Clinics
Small Animal Practice, v.37, p.1023-1032, 2007
16. PROSCHOWSKY, H. F.; RUGBJERG, H.; ERSBOLL, A. K. Mortality of
purebred and mixed-breed dogs in Denmark. Preventive Veterinary Medicine,
v.58, p.63-74, 2003
17.TRAPP, S.M. et al. Causas de óbito e razões para eutanásia em uma
população hospitalar de cães e gatos. Braz.J.Vet.Res.Anim.Sci., v.47, p.395402, 2010
15
18. WITHROW, S. J.; VAIL, D. M.; PAGE, R.L. Why worry about cancer in
companion animals? In.: Withrow & MacEwen’s Small Animal Clinical Oncology.
5th edition. Saunders, Elsevier. St. Louis. 2013
14. RESULTADOS E IMPACTO ESPERADOS
Espera-se obter dados que nos permitam conhecer quais os tipos de
câncer são mais comuns no LPV e quais as idades, portes e raças mais
acometidas pelos diferentes tipos de câncer. Além disso, espera-se responder se
realmente têm havido mudanças na prevalência e nos aspectos epidemiológicos
do câncer nos últimos 50 anos. A publicação dos dados obtidos é uma etapa
importante do projeto, visto que a prevalência do câncer em cães na Região
Central do RS é um dado ainda desconhecido, e que estudos epidemiológicos
aprofundados em populações de cães que morrem de câncer ainda não existem
no Brasil. Esperamos que as informações epidemiológicas publicadas sejam úteis
para clínicos, patologistas e criadores de cães, principalmente no diagnóstico e na
prevenção da ocorrência de câncer em cães desta região.
16
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