F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho CAPÍTULO I MEDIDAS E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS 0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7 Algarismo duvidoso Qual é o comprimento afinal? 4,32 cm É melhor dizermos que a medida é: 4,32 0,01 cm O valor 0,01cm é avaliado, podendo ser mais do que 0,01 dependendo da régua e de quem mede. Qualquer algarismo à direita, no sentido usual de leitura, do primeiro algarismo não nulo é um algarismo significativo e Exemplos: 0,02 0,2 2 2,0 2,00 2000 2,0 x 103 1 algarismo significativo 1 algarismo significativo 1 algarismo significativo 2 algarismos significativos 3 algarismos significativos 4 algarismos significativos 2 algarismos significativos 1 F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho Regras de arredondamentos N = 3,87XY N = 3,88 Se X > 5 N = 3,87 Se X < 5 N = 3,88 se Y ≥ 5 N = 3,87 se Y < 5 Se X =5 Operações levando em conta os algarismos significativos Soma: 135 + 2,73 - 10,57 - 4,3 + 0,8 123 Multiplicação e divisão: 24,63 x 12,3 = 302 no de algs.significativos = ao que tem menos Valor Médio e Desvio Padrão: Sejam X1, X2, X3... as diversas medidas de uma mesma grandeza. O Valor Médio da grandeza é: X = <X> = (X1 + X2 + X3 + ... + XN) / N O Desvio Padrão da medida é dado por , onde: <>2 = (<X> - X1)2 (<X> - X2)2 + ........+ (<X> - XN)2 / (N-1) Exemplo: 20,34 20,32 20,38 MEDIDAS (em metros) 20,30 20,35 20,37 20,35 20,35 <X> = (20,34 + 20,32 + 20,38 + 20,30 + 20,35 + 20,37 + 20,35 + 20,35) / 8 <X> = 20,34 m = [ (20,34-20,34)2 + (20,34-20,32)2 (20,34-20,38)2 (20,34-20,30)2 + (20,34-20,35)2 (20,34-20,37)2 ... +(20,34-20,35)2 (20,34-20,35)2 ] / 7 = 0,03 A medida se expressa por : 20,34 0,03 2 F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho REVISÃO DE MATEMÁTICA Relações trigonométricas senB =AC/BC cosecB = 1/senB cosB = AB/BC secB = 1/cosB tgB = AC/AB tgB= senB/cosB (AB)2 +(AC)2 = (BC)2 sen2B+cos2B = 1 tg2B+1 = sec2B B A C Fig.1 – Triângulo equilátero sen(x±y) = senx.cosy ± cosx.seny cos(x±y) = cosx.cosy senx.senyy sen2x = 2senx.cosx cos2x = cos2x – sen2x Gráficos Y (1,4) (-4,2) Representação de pontos (x,y) no gráfico cartesiano. Na figura estão os pontos (1,4); (-4,2); (-3,-3); (2, -5) X Exercício: (a) Marque os pontos (1,1), (3,2), (-2,3), (-4, -1), (-2,3) (b) Marque os pontos (-4,-1), (-2,0), (0,1), (2,2) e (4,3). Em seguida ligue esses pontos. Qual a realção que eles guardam entre si? (-3,-3) (2,-5) Fig.2 – Eixos Cartesianos 3 F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho Cosideremos a equação: y = x2 + x - 2 Calculando y para alguns valores de x (abaixo) podemos traçar a curva ao lado x -3 -2 -1 0 1 2 3 y 4 0 -2 -2 0 4 10 F Fig. 3 – Parábola 4 F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho Derivada Fixando x1 e fazendo x2 x1 (fig.4a), a secante se transforma em tangente à curva em (x1,y1) (fig.4b) e: y dy x dx (a) y2 y1 x2 x1 (b) y1 x1 tgα dy dx Fig4: A secante (em vermelho) de transforma em tangente quano x 2 → x1 5 F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho dy/dx é a derivada da curva em (x1,y1). Portanto, a derivada num ponto dá a tangente trigonométrica (tgdo ângulo que a tangente geométrica, no ponto considerado, forma com o eixo dos X. 6 F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho VETORES sentido Módulo A direção Nomenclatura: A é normalmente representado por A (em negrito). O módulo de A é representado por A (sem negrito) Se A e B têm o mesmo módulo direção e sentido, então A = B Algumas propriedades importantes: B A a) Soma de vetores: Método geométrico A A+B A+B B b) Propriedade comutativa A A B A C B C C A + B+ C = B + C + A = C + B + A c) Propriedade associativa (A+B) + C = A+ (B+ C) d) Produto de escalar por vetor A k3 A k2A K1>1 0<K2<1 K3<0 7 k1A B F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho Diferença entre vetores: Note que se B + (A - B) = A . Essa operação pode ser visualizada abaixo A A-B B B A Soma (diferença) de vetores colineares. É só somar (subtrair) seus módulos: A+B Soma de vetores através de suas projeções Projeção de um vetor nos eixos cartesianos y y C A Ay A x B Ax eixo x = Rx eixo y = Ry 2 2Ry 2 Rtg +R x y= R Rx x Ax =Acos Ay=Asen A2 = Ax2+Ay2 Ry tg Rx Ay A R x 8 F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho Produto escalar entre dois vetores A e B: A.B = ABcosonde é o aângulo entre A e B. Produto vetorial entre dois vetores A e B: AxB = ABsenonde é o ângulo entre A e B. O resultado do produto vetorial entre A e B é um vetor perpendicular a A e a B e cujo sentido pode ser dado pela regra da mão direita. O produto vetorial não é comutativo: A x B = -BXA AxB B A O produto escalar é uma escalar e dá projeção de A sobre B multiplicada por B (em módulo). O produto vetorial é um vetor cujo módulo é a área do paralelogramo formado a aprtir de A e B. A.B = ABcos AxB = ABsen A A B B Acos Asen Área do paralelogramo: base x altura = B.AsenAxB 9 F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho EXERCÍCIOS 1) Na figura abaixo, dê o resultado das medidas de AB. A B 0 1 2 A biol AB = B AB = 0 1 2 biol 0 1 2 biol AB = 0 1 2 biol AB = 2) Quantos algarismos significativos têm os números abaixo: a) 98,75 b) 2,00 c) 0,003 d) 0,0450 e) 3000 f) 1,0 x 103 3) Faça as aproximações solicitadas: a) = 3,14159 Para uma, duas, três e quatro casas decimais b) e = 2,71828 Para uma, duas, três e quatro casas decimais. c).me = 9,1091 x 10-31kg Para uma e duas casas decimais d) e = 1,6021 C Para uma e duas casas decimais 4) Transforme: a) 2,3 mm b) 2,303 m c) 2,8 km d) 2,0kg →g e) 2,753mg →m → mm →m →g 5) Resolva as contas abaixo: a) 2,0 cm x 3 = b) 2,0 cm x 3,0 cm = c) 2,215 cm x 2,20 mm = d) 0,73g / 1,00 cm3 = e) 1,000m + 20,5cm = f) 1200 -23,2 + 1,9 -0,8+0,2+10 = g) sen 13o = 10 F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho 6) Calcule x nas figuras abaixo: 5,0 cm 2,0 cm 30o x x (a) (b) 6,0 cm x 30o 75o 75o x (d) 4,0 cm (c) 5o 2,0 cm x 60o x 10,0 m (e) (f) 7) Considere o gráfico abaixo: a) Onde a função é crescente? b) Onde é decrescente? c) Onde a derivada é positiva? d) Onde a derivada é negativa? e) Onde a derivada é nula? f) Onde estão os máximos da curva? g) Onde estão os mínimos da curva? h) Onde a derivada é crescente? i) Onde a derivada é decrescente? j) Qual o valor máximo da função no intervalo considerado? k) Onde a função é nula? l) Qual a grandeza física que a derivada representa? litros 5 10 20 30 horas -5 11 F-107 Capítulo I A C Mauro M.G. de Carvalho D E B Cada quadrado desta página tem lado equivalente a 1N. (a) Qual o módulo das forças A, B, C, D e E acima.? (b) Abaixo, calcule geométricamente: A+B; A+B+D; A-D; D+E-A; A+C-D (c) Calcule o módulo das forças resultantes nas operações realizadas no item (b); Determine a força F talque F+A+B+C+D+E=0 12 F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho REVISÃO DE FÍSICA BÁSICA Cinemática x= xo + vt x = xo + vot + (1/2)at2 v2 = vo2 + 2a x = /t v = R Movimento relilíneo uniforme Movimento relilíneo com aceleração constante Movimento relilíneo com aceleração constante Velocidade angular (movimento circular uniforme) Movimento circular uniforme Ondas v = f Onda progressiva de comprimento de onda frequência f e velocidade v. T = 1/f Relação entre período T e frequência f No caso da luz v = c = 3x 108 m/s Propriedades exclusivas das ondas: a) Difração b) Polarização Eletromagnetismo F= qE W qE.d V = W/q = E.d Energia K = (1/2)mv2 U = - G (m.MT)/r U = mgh Força F sobre uma carga q num ponto onde o campo elétrico é E (equação vetorial) Trabalho da força F ao se deslocar de d na sua direção sentido. Diferença de potencial elétrico entre dois pontos distantes de d na direção e sentido do campo elétrico constante E Energia cinética Energia potencial gravitacional d massa m a uma distância r do centro da terra (mssa MT) Diferença de energia potencial gravitacional entre dois pontos quando diferença de altura entre eles é h e a distância à superfície terrestre é muito menor do que o raio da terra. Sistemas de Unidades:Definem as unidades fundamentais de massa (M), comprimento (L) e tempo (T). Para eletricidade é definida a unidade de carga. Os principais são: Sistema Internacional de Unidades (SI) que é o MKS (M de metro, K de kilograma e S de segundo). Muito usado em laboratório é o CGS ( Centímetro, Grama e Segundo). Nos dois sistema a unidade de carga é o Coulomb. Temperatura não faz parte de nenhum sistema, mas em ciências o Kelvin é o mais usado. Todas as unidades da mecânica são derivadas das três unidades que definem o sistema. Exemplos: Sistema Definiçãos Força (F = m.a) Momento Linear Trabalho ( = F.d) Potência (P = W/t) Pressão (P = F/A) Densidade (d= m/V) Torque(N = F.d) Momento Angular MKS Unidades básicas Nome (símbolo) kg.m/s2 Newton (N) kg.m/s kg.m2/s2 Joule (J) 2 3 kg.m /s Watt(W) kg/(m.s2) Pascal (P) kg/m3 N.m kg.m2/s CGS Unidades básicas Nome (símbolo) g.cm/s2 dina (dyn) g.cm/s g.cm2/s2 erg 2 3 g.cm /s erg/s g/(cm.s2) dyn/cm2 3 g/cm dyn.cm g.cm2/s Unidades em eletricidade:Não vamos utilizar o CGS eletrostático. Somente o SI. A Unidade de carga é o Coulomb (C). Sistema Definição Força (F = m.a) Trabalho ( = F.d) Potência (P = W/t) DDP ( /q) Campo Elétrico (F/q) Corrente (q/t) Unidades básicas kg.m/s2 kg.m2/s2 kg.m2/s3 kg.m2/(C.s2) kg.m/(C.s2) C/s 13 MKS Nome (símbolo) Newton (N) Joule (J) e Watt.hora (W.h) Watt(W) J/C = Volt (V) N/C = V/m Ampère (A) F-107 Capítulo I Mauro M.G. de Carvalho Na física atômica usa-se uma unidade de energia chamada eletronvolt (eV). Isto ocorre porque o Joule é uma unidade muito grande para medir as energias envolvidas. Define-se 1 eV como sendo a energia cinética de um elétron livre acelerado por uma ddp de 1 V. Observe que = q.1V. Logo: 1eV = 1,6 x 10-19C.1V = 1,6 x 10-19 J Aplic.1: Qual a velocidade do elétron com energia de 1 eV? A energia cinética para o elétron é dada por T = (1/2)mv2 Existe um sistema chamado MK*S. Neste sistema as unidades básicas são o metro, o quilograma-força (kgf) e o segundo. Quilograma-força é unidade de força definida como: 1 kgf é o peso de um corpo de 1kg de massa onde a aceleração da gravidade é 9,8 m/s2. Logo, 1kgf = 1kgx9,8m/s2 = 9,8 N Este sistema de unidades é usado com uma certa frequência em engenharia mecânica. Algumas unidades não pertencem a sistema algum, mas são usadas até hoje em certos nichos por uma questão de tradição.Exemplos: Os médicos usam centímetro de mercúrio para medir pressão arterial; O frentista do posto de gasolina usa o psi (Pound force per Square Inch) para calibrar pneus; Alguns encanadores usam a polegada para dar o diâmetro dos tubos; Os fabricantes de alimentos usam a caloria para o valor da energia gerada pelos alimentos; Alguns livros antigos usam o Angstron (Ǻ) para a medida de comprimento de onda da luz. 1Ǻ = 10 -10m. Espectro da radiação eletromagnética A luz visível é uma pequena parte do espectro da radiação eletromagnética. A figura abaixo mostra o espectro em função do comprimento de onda da radiação (http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2007/12/espectro-visivelda-luz.jpg) Observe que a luz visível tem comprimento de onda compreendido entre aproximadamente 380nm (violeta) e 740 nm (vermelho) 14