INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Noções de massa, comum e terra 1 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Common, Earth, Neutral massa common terra earth/ground neutro neutral Confusão de conceitos e símbolos Relacionados, mas diferentes!!! 2 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Three phase system Sistema trifásico (simétrico ou equilibrado) Conjunto de 3 tensões Todas têm a mesma amplitude e frequência Com uma diferença de fase de 120º u1 2 US cos t u2 2 US cos t 2 /3 u3 2 US cos t 4 /3 As 3 tensões (fases) costumam ser designadas por (1,2,3), (A,B,C), (R,S,T), (U,V,W) ou (X,Y,Z) 3 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Sistema trifásico 1 u1 u2 u12 2 u31 u3 u23 3 N Ao ponto comum ou intersecção dos 3 geradores chamamos de neutro/neutral Fase simples/Single phase (u1, u2 e u3) tensão entre a linha/vivo/live e o neutro/neutral Tensões compostas/Composite voltage (u12, u23 e u31) tensão entre duas fases (live wire). Um voltímetro lê o mesmo valor efectivo de tensão quando ligado entre os pontos 1 e N, 2 e N ou 3 e N. Contudo, os pontos 1, 2 e 3 não são equipotenciais!!!! 4 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Definições de terra e massa Definições constantes no regulamento de segurança de redes de distribuição de energia eléctrica em baixa tensão Circuito de terra – conjunto de condutores de terra, eléctrodos de terra e suas ligações. Condutor de terra – condutor destinado a assegurar a ligação entre um ponto de uma instalação e o eléctrodo de terra. Eléctrodo de terra – dispositivo destinado a assegurar o contacto eléctrico com a terra, constituído por um conjunto de materiais condutores enterrados, ligados num único ponto ao condutor de terra. 5 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Definições de terra e massa Definições constantes no regulamento de segurança de redes de distribuição de energia eléctrica em baixa tensão Massa – qualquer elemento condutor susceptível de ser tocado directamente, em regra isolado das partes activas de um material ou aparelhos eléctricos, mas podendo ficar acidentalmente sob tensão Terra – massa condutora da terra 6 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Definições e terra e massa A massa é, por exemplo, a carcaça dos aparelhos Por razões de segurança a massa deve ser ligada à terra Através de um circuito de terra Se um dispositivo não tiver a massa ligada à terra pode haver uma tensão entre a massa e a terra E, portanto, haver perigo para o operador 7 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Terra de serviço e terra de protecção As redes de distribuição devem funcionar com o neutro directamente ligado à terra A ligação das massas à terra pode ser feito por ligação directa das massas ou às canalizações metálicas (as mais habituais antigamente) à terra (a mais adequada) ao neutro (a mais perigosa) 8 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Terra de serviço e terra de protecção i1 i2 i3 in Terra de Serviço Terra de Protecção Terra de serviço – instalação que realiza a ligação do neutro à terra Terra de protecção – instalação que permite a ligação das massas directamente à terra, sem ligação directa ao neutro 9 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Terra de serviço e terra de protecção i1 i2 i3 in Terra de Serviço Terra de Protecção Em condições ideais, é nula a soma das correntes numa secção da instalação i1 i2 i3 in 0 10 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Terra de serviço e terra de protecção i1 i2 i3 in Terra de serviço id Terra de protecção Se a soma não for nula, existem outras correntes, que se fecham pela terra e podem resultar de condições normais de funcionamento, devido a correntes de fuga que dependem da área dos condutores em presença, crescendo com o tamanho das instalações 11 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Terra de serviço e terra de protecção i1 i2 i3 in Terra de serviço id Terra de protecção Se a soma não for nula, existem outras correntes, que se fecham pela terra, e podem resultar de condições acidentais Em qualquer dos casos aparecerá uma corrente diferencial 12 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Corrente diferencial A corrente diferencial pode ser detectada por um relé i1 i2 i3 in R S T N Num sistema equilibrado, a força magnetomotriz resultante é nula. Regula-se a força da mola que retém a peça móvel para que só encoste ao electroíman quando a corrente diferencial exceder um certo valor. 13 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Comum – Massa - Terra Os circuitos electrónicos são, em geral, referenciados a um mesmo ponto comum (common) designado massa, em português. Este ponto comum (massa electrónica) pode ou não, estar ligado à massa (carcaça) do aparelho a que pertence. Por exemplo, é usual muitos equipamentos terem o comum de referência ligado à carcaça. Como também é normal, uma fonte de alimentação ter os seus terminais (“vivos” e “comum”) isolados da carcaça 14 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Comum – Massa - Terra Deve-se verificar se cada aparelho utilizado tem ou não o comum ligado à massa E verificar se as fichas de ligação do aparelho à rede incluem ou não a ligação da massa à terra Se em português há alguma confusão entre massa (comum) e massa (carcaça) Isso também ocorre com a literatura inglesa entre earth ou ground (carcaça) e a terra A carcaça só está ligada à terra se forem cumpridos os regulamentos e utilizadas fichas especiais com circuito de terra 15 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Instalação no laboratório Cada bancada do laboratório tem as 3 fases da rede acessíveis por tomadas monofásicas tipo Schuko (com terra), 2 para cada fase. O posto de transformação que alimenta o quadro de distribuição está situado na cave do edifício, havendo um eléctrodo de terra de serviço no exterior do edifício. O circuito de terra do laboratório está ligado a outro eléctrodo de terra de protecção, situado também no exterior do edifício. Há uma distância de uma a duas dezenas de metros entre estes dois eléctrodos, pelo que, no laboratório, os terminais terra e neutro não são equipotenciais. 16 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Erros de utilização Além dos perigos de contacto directo, há a possibilidade de inadvertidamente montar circuitos de medida incompatíveis com a instalação do laboratório. Por exemplo: um osciloscópio tem, em geral, o comum electrónico ligado à carcaça (massa). Pelo cabo de alimentação e circuito de terra, a massa estará ligada à terra. fase O comum electrónico estará ligado à terra neutro terra Terra de Protecção 17 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Erros de utilização O osciloscópio só é sensível a tensões. Para observar uma corrente é necessário fazê-la passar por uma resistência e observar a queda de tensão nela provocada. Ra vivo Gerador A C Z comum Terra de protecção Se o gerador tiver o comum electrónico ligado à massa, pelo circuito de terra, o comum de ambos os aparelhos fica ligado entre si. O ponto A do circuito fica em curto-circuito com o ponto C do gerador, curto-circuitando a carga Z. 18 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Erros de utilização Para observar a corrente no circuito podem adoptar-se as seguintes soluções: Trocar a posição relativa da resistência e da impedância Isto só é possível em algumas montagens vivo Z Gerador Ra comum Terra de Protecção 19 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Erros de utilização Para observar a corrente no circuito podem adoptar-se as seguintes soluções: Usar um gerador com o comum não ligado à massa Vivo Ra Gerador A Z comum Terra de protecção Toda a montagem ficaria flutuante em relação à terra O ponto onde se ligasse a blindagem do cabo de ligação ao osciloscópio ficaria ao potencial da terra 20 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Erros de utilização Para observar a corrente no circuito podem adoptar-se as seguintes soluções: Usar um osciloscópio com o comum desligado da massa (pouco frequente) Ra Vivo Z Gerador comum Terra de protecção 21 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Erros de utilização Para observar a corrente no circuito podem adoptar-se as seguintes soluções: Usar uma ficha de alimentação sem circuito de terra Anti-regulamentar e perigoso vivo Ra Z Gerador comum Terra de protecção 22 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Instrumentação e Aquisição de Sinais 1º Semestre 2007/2008 Erros de utilização Para observar a corrente no circuito podem adoptar-se as seguintes soluções: Usar um osciloscópio com uma entrada diferencial vivo Ra Gerador Z comum Terra de protecção 23