REINO ANIMALIA – OS VERTEBRADOS Todos os vertebrados apresentam coluna vertebral, que é uma série de pequenos ossos articulados, as vértebras. A coluna vertebral protege o sistema nervoso, pois nela há um canal onde se localiza a medula raquidiana (o eixo do sistema nervoso), que vai da parte posterior do crânio até as vértebras da região da cintura posterior. É a coluna vertebral que, associada à musculatura, garante a eficiência das funções. As classes de vertebrados Subfilo Protocordados Classes Filo dos cordados Sem mandíbulas Ciclóstomos – lampréia e feiticeira Peixes – tubarões e carpas Subfilo Anfíbios – sapos e rãs Vertebrados Com mandíbulas Répteis – jacarés, tartarugas e cobras Aves – pombas e pingüins Mamíferos – cão, baleia e macaco As características dos vertebrados O esqueleto dos vertebrados é interno e o único formado por peças de tecidos vivos: as cartilagens, mais flexíveis; e os ossos, mais rígidos. Em todos os outros animais o esqueleto é formado apenas por peças de várias substâncias (calcário e quitina). Além da coluna vertebral, os vertebrados têm um crânio, que protege o encéfalo, responsável pela coordenação das principais funções do organismo. A pele dos vertebrados possui várias camadas celulares e, nas espécies terrestres, é bastante grossa. Na superfície tem uma camada morta e impermeável que protege bem as partes vivas mais internas. A substância que compõe essa camada é chamada de queratina. 1 – PEIXES, VERTEBRADOS ADAPTADOS PARA VIVER NA ÁGUA 1.1 – Aspectos externos Os peixes têm corpo frio e viscoso; sua pele é coberta por escamas. Há peixes que não possuem escamas, como o bagre. A viscosidade que os peixes apresentam deve-se às glândulas de muco pelo seu corpo e tem uma função: facilitar seu deslizamento através da água. Os peixes apresentam em ambos os lados uma linha escura – a linha lateral – que ajuda os peixes a se orientarem enquanto nadam e também perceber as vibrações e os movimentos da água. Os peixes são pecilotérmicos, ou seja, a temperatura do corpo varia com a do ambiente. 1.2 – O esqueleto e a locomoção dos peixes O esqueleto dos peixes apresenta uma coluna vertebral que começa na cabeça e vai até a cauda, com prolongamentos chamados espinhas. A maioria dos peixes possui esqueleto ósseo, formado por ossos duros; alguns peixes apresentam esqueleto cartilaginoso, constituído por cartilagens. Os peixes se movimentam na água por meio de nadadeiras. Podem ser pares ou ímpares. Quanto a localização no corpo, as nadadeiras são classificadas em: Peitorais (pares): situadas na parte lateral do corpo. Pélvicas ou ventrais: na parte inferior ou mediana. Dorsal ( ímpar ): localizada na parte superior do corpo. Anal ( ímpar ): próxima à cauda. Caudal ( ímpar ): constituída pela própria cauda. O corpo dos peixes tem a parte anterior afilada, lateralmente é achatado e as escamas estão voltadas para trás. Com essas características corporais, os peixes podem penetrar mais facilmente na água, vencendo a resistência que ela apresenta. 1.3 – Como os peixes respiram A maioria dos peixes respira por meio de brânquias, também chamadas guelras. A água entra pela boca, banha as brânquias e sai pelas fendas laterais, que são aberturas situadas em ambos os lados da cabeça. Essas fendas têm uma espécie de tampa chamada opérculo, que se abre para dar passagem à água. Nas brânquias, onde existem muitos vasos sanguíneos, o oxigênio dissolvido na água passa para o sangue. Ao mesmo tempo, o gás carbônico que se forma no organismo do animal e que está em seu sangue passa para a água, sendo eliminado. 1.4 – O “órgão do equilíbrio” dos peixes Os peixes possuem um órgão chamado bexiga natatória, localizada na região dorsal. Essa bexiga é constituída por uma espécie de bola cheia de ar, que permite aos peixes mudar de nível dentro da água. A bexiga natatória é encontrada somente nos peixes ósseos. 1.5 – O aparelho digestivo É formado pela boca, esôfago, estômago, intestino e fígado. Os peixes não possuem glândulas salivares. O intestino dos peixes ósseos termina no ânus; dos peixes cartilaginosos termina na cloaca. 1.6 – A circulação do sangue O coração dos peixes tem apenas duas cavidades: uma aurícula ou átrio e um ventrículo. Através delas circula apenas sangue venoso. Depois de passar pelo coração, o sangue venoso vai para uma artéria e daí para as brânquias, onde recebe oxigênio e elimina gás carbônico. A seguir, esse sangue carregado de gás oxigênio e chamado de sangue arterial é distribuído para todo o corpo. – Como os peixes se reproduzem A maioria dos peixes ósseos apresenta fecundação externa: a fêmea e o macho liberam gametas na água. Após a fecundação do óvulo por um espermatozoide, forma-se um zigoto. Em muitas espécies de peixes ósseos, o desenvolvimento é indireto, com larvas chamadas alevinos. Nos peixes cartilaginosos a fecundação é interna, ou seja, o macho introduz os espermatozoides no corpo da fêmea, fecundando os óvulos. O desenvolvimento é direto: os ovos originam filhotes que já nascem com o formato definitivo. Os peixes, em sua maioria, são ovíparos: o embrião se desenvolve no interior de um ovo, fora do corpo materno. Algumas espécies são ovovivíparas, isto é, o embrião se desenvolve dentro de um ovo, mas no interior do corpo materno. E existem até espécies vivíparas, isto é, o embrião se desenvolve no interior do corpo materno e recebe dele os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. 1.7– Classificação dos peixes Os peixes podem ser divididos em dois grandes grupos: os osteícties, ou peixes ósseos, e os condricties, ou peixes cartilaginosos. Osteícties: têm esqueleto predominantemente ósseo, boca na extremidade anterior e fendas branquiais protegidas por placas denominadas opérculos; possuem bexiga natatória; a maioria tem a pele recoberta de escamas; vivem em água doce ou salgada; a maioria realiza fecundação externa, mas algumas espécies apresentam fecundação interna. Ex.: sardinha, pescada, etc. Condricties: possuem esqueleto cartilaginoso e boca ventral; apresentam fendas branquiais não recobertas por opérculos e não possuem bexiga natatória; são marinhos, em sua maioria, e têm fecundação interna. Ex.: arraias, tubarões, cações, etc. 2 – ANFÍBIOS, VERTEBRADOS COM UM DUPLO MODO DE VIDA Os anfíbios foram os primeiros vertebrados a viver em terra firme. Hoje, os representantes mais conhecidos desses animais são os sapos, as rãs, as pererecas, as salamandras e as cobras-cegas. 2.1 – Características dos anfíbios: Têm pele úmida, sem escamas. A cobra-cega é uma exceção, pois algumas espécies têm pequenas escamas sobre a pele. Possuem dois pares de patas. A cobra-cega, porém, não tem patas. São ovíparos, em sua maioria; a fecundação é geralmente externa e seus ovos não possuem casca. Sofrem metamorfose, isto é, mudam de forma ao longo de sua vida. Na fase de larva, respiram por brânquias; quando se tornam adultos, respiram por meio de pulmões e através da pele. Absorvem toda a água de que precisam através da pele; algumas espécies de sapo absorvem tanta água, que chegam a produzir em um dia uma quantidade de urina correspondente a um terço do seu próprio peso. Possuem sistema digestivo, que se inicia com uma boca geralmente bem larga, formando internamente uma grande cavidade. No maxilar superior podem existir pequenos dentes que servem para agarrar a presa e não para mastigar. Eles projetam a língua para fora e prendem as vítimas com a parte de trás desse órgão. Apresentam ainda, faringe, esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso e cloaca. A cloaca é uma espécie de bolsa onde desembocam as partes finais do sistema digestivo, excretor e reprodutor. O coração desses animais possui três cavidades: dois átrios e um ventrículo. No ventrículo, o sangue venoso mistura-se com o arterial. São animais pecilotémicos. Apresentam vários órgãos dos sentidos. No sapo, esses órgãos são: Olhos – protegidos por pálpebras móveis e possuem glândulas lacrimais que lubrificam os olhos, evitando o seu ressecamento. Ouvidos – o sapo não tem ouvido externo; de cada lado da cabeça há uma membrana chamada tímpano, que transmite os sons para o interior do ouvido interno. Pele – apresenta terminações nervosas que recebem certos estímulos. Corpúsculos gustativos – encontram-se na língua e no céu da boca; porém não é possível saber ao certo se o sapo percebe o gosto dos alimentos. 2.2 – A reprodução nos anfíbios Os anfíbios se reproduzem por meio de ovos, isto é, são animais vivíparos. Em alguns, a fecundação é interna e, em outros é externa. Existe uma fase larval, conhecida como girinos. 2.3 – Os sapos produzem veneno Os sapos são animais venenosos, pois têm um par de glândulas paratóides, que produzem um líquido esbranquiçado e cáustico. No entanto, os sapos são incapazes de esguichar esse veneno; o veneno funciona apenas como proteção contra os inimigos, pois um animal pode morrer se comer um sapo. 2.4 – Classificação dos anfíbios De acordo com o número de patas e a presença de cauda, os animais desse grupo foram divididos em três ordens: Anuros – possuem quatro patas e não apresentam cauda quando adultos. Os anuros vivem em lugares úmidos e na água. Os membros posteriores são maiores que os anteriores e estão adaptados ao salto. Ex.: sapos, rãs e pererecas. Os sapos têm pernas mais curtas que as rãs e geralmente não possuem dentes. As rãs têm o corpo mais esguio que os sapos, pernas bem adaptadas ao salto e possuem dentes. As pererecas possuem ventosas nas pontas dos dedos, o que permite a elas se aderirem e subir em árvores. Urodelos – apresentam cauda e têm o corpo alongado, também com quatro patas. Ex.: salamandra, tritão e proteu. Ápodes – não possuem patas. Algumas são aquáticas. Alimentam-se de pequenos invertebrados. Ex.: cobra-cega. 2.5 – Os anfíbios e o ambiente Os anfíbios têm uma função muito importante para o equilíbrio ecológico, por se alimentarem de grande quantidade de insetos. 3 – RÉPTEIS, VERTEBRADOS BEM ADAPTADOS À TERRA FIRME O nome réptil significa “que se arrasta”. Os répteis são vertebrados efetivamente adaptados para a vida terrestre em lugares secos, porém alguns animais deste grupo, como as tartarugas, são aquáticos. 3.1 – Características dos répteis O jacaré, o crocodilo, o lagarto, o cágado, o jabuti, a tartaruga e a cobra pertencem ao grupo dos répteis. Veja as principais características dos répteis: Têm o corpo recoberto por uma pele seca e protegido por escamas, placas ou carapaças, Possuem cauda. Em sua maioria, esses animais são carnívoros; algumas espécies são herbívoras e outras são onívoras. Possuem sistema digestivo completo. O intestino termina em cloaca. Respiram por pulmões, absorvendo oxigênio do ar atmosférico e eliminando gás carbônico. Os pulmões apresentam dobras internas, que aumentam a capacidade respiratória desses animais. O coração da maioria dos répteis apresenta três cavidades – dois átrios e um ventrículo parcialmente dividido, misturando-se o sangue venoso com o arterial no ventrículo. O coração dos crocodilos apresenta quatro cavidades – dois átrios e dois ventrículos – mas o sangue venoso e o arterial se misturam fora do coração. Os répteis possuem órgãos dos sentidos. Os olhos possuem três pálpebras: superior, inferior e transversal. Esta última é a membrana nictitante, que auxilia a proteção dos olhos. Os ouvidos dos répteis apresentam um conduto auditivo externo, mas não têm orelha. Os répteis são pecilotérmicos. 3.2 – A reprodução dos répteis Esses animais têm sexos separados e sua fecundação é interna. Eles possuem órgão copulador, geralmente escondido na cavidade abdominal. Depois da fecundação, a fêmea quase sempre deposita os ovos na terra ou na areia, onde eles se desenvolvem. Os répteis, portanto, são ovíparos, em sua maioria. Algumas espécies de cobras e de lagartos são ovovivíparas. Dos ovos, que são protegidos contra a desidratação por uma casca grossa, saem filhotes pequeninos, mas já com o formato definitivo. Logo que nascem, os filhotes de répteis aquáticos correm para a água, que será seu novo ambiente. 3.3 – Classificação dos répteis Os répteis classificam-se em quelônios, crocodilianos e escamados. Quelônios - São as tartarugas, os jabutis e os cágados. Têm o corpo recoberto por duas carapaças – a carapaça dorsal, na parte superior do corpo, e o plastrão, na inferior. Essas duas carapaças são soldadas uma à outra. Há aberturas apenas para a saída do pescoço, das patas e da cauda. As tartarugas são aquáticas e vivem em água doce ou salgada; suas patas são transformadas em nadadeiras, permitindo fácil locomoção na água. Os jabutis são terrestres e seus dedos são grossos. Os cágados vivem em água doce e seus dedos são ligados por uma membrana, que auxilia a natação. Esses animais não têm dentes. Sua boca apresenta um bico córneo. Crocodilianos - São os crocodilos e os jacarés. Grandes répteis aquáticos, os crocodilos têm o corpo alongado e recoberto por placas córneas. Possuem quatro membros, que são usados para a locomoção terrestre e aquática. Jacaré ou crocodilo? Apesar de parecidos eles não são iguais. O jacaré, por exemplo, tem a cabeça mais larga e arredondada. Quando fecha a boca, seus dentes não aparecem. Já o crocodilo tem a cabeça mais estreita e seus dentes ficam de fora, mesmo com a boca fechada. Escamados - São os lagartos e as cobras. Têm a pele recoberta de escamas e dividem-se em dois grupos menores: lacertílios e ofídios. Lacertílios (lagartos) – são répteis de corpo alongado, com cabeça curta e unida ao corpo por um pequeno pescoço. Possuem quatro membros, sendo os anteriores mais curtos que os posteriores. Além dos lagartos, os camaleões e as lagartixas pertencem a esse grupo. Ofídios (cobras) – as cobras são ápodes, isto é, não têm patas. O esqueleto desses répteis é formado por grande número de costelas. A grande maioria das espécies possui glândulas que fabricam veneno. Os dentes das cobras peçonhentas têm um canal ou sulco que se comunica com as glândulas produtoras de veneno. No momento da picada, o veneno escoa por esse canal e é inoculado no corpo da vítima. 3.4 – Como reconhecer uma cobra peçonhenta? As cobras apresentam certas características que é importante conhecer. Peçonhentas: Cabeça triangular, bem destacada do corpo e coberta por escamas pequenas, Pupila em forma de fenda vertical, Escamas ásperas e com arestas, Cauda bem destacada do corpo, afinando rapidamente, Dentes inoculadores, Movimentos lentos e vagarosos, Hábitos noturnos (escondem-se durante o dia e saem à noite para caçar), Não peçonhentas: Cabeça arredondada, pouco destacada do corpo e com grandes escamas formando placas, Pupila redonda, Escamas achatadas e lisas, Cauda longa e pouco destacada do corpo, afinando gradualmente, Dentes comuns, Movimentos rápidos e ágeis, Hábitos diurnos (escondem-se durante a noite e saem a de dia para caçar). 4 – AVES, VERTEBRADOS QUE PODEM VOAR O Brasil possui mais de 1500 espécies de aves. Em todo o mundo são mais de 8500 espécies. O avestruz é a maior ave que se conhece, pesando até 125 kg; a menor é o besourinho-de-cuba, um colibri que pesa 1,6 g. 4.1 – Características das aves Têm o corpo coberto de penas. A função das penas é proteger o corpo da ave contra perdas de água e de calor e auxiliar o vôo. As penas são formadas de: Cálamo – é a ponta oca que fica enterrada na pele da ave; Raque – é a parte central, o “eixo” da pena; Barbas – são os “raminhos” das penas, que estão presos à raque; Bárbulas – são as pequeninas ramificações das barbas. Possuem bico. O tamanho e o formato do bico variam de uma ave para outra. O tamanho e o formato do bico representam adaptações a vários tipos de alimentação das aves. Umas catam sementes, outras comem folhas e frutas, algumas pescam peixes, outras ainda comem insetos, entre outras formas de alimentação. Têm dois pares de membros. Com os membros anteriores – as asas – , as aves podem voar. Os membros posteriores – as pernas – permitem-lhes andar, correr, trepar em árvores ou nadar. Os pés das aves aquáticas, denominam-se pés natatórios. Seus dedos são ligados por uma membrana. As aves são animais homeotérmicos, isto é, a temperatura do corpo praticamente não varia com as mudanças de temperatura do ambiente. 4.2 – O esqueleto das aves Alguns ossos das aves são cheios de ar. Esses ossos, ocos, chamam-se ossos pneumáticos. Por serem muito leves, facilitam o vôo.Em algumas aves o osso esterno é pontudo, em forma de quilha, prendendo os poderosos músculos peitorais, que determinam as batidas das asas. Graças a essa forma, o esterno favorece o “corte” do ar, facilitando o vôo. Nas aves que não voam, como os avestruzes, o esterno é achatado. 4.3 – As aves respiram por pulmões Além dos pulmões, o sistema respiratório das aves compõe-se de órgãos especiais – siringe e sacos aéreos –, que não são encontrados nos outros vertebrados. A siringe é a porção inferior da traquéia, adaptada ao canto. Os sacos aéreos são bolsas que funcionam como reservatórios de ar. Através deles o ar dos pulmões é conduzido aos ossos pneumáticos. Quando as aves estão em pleno vôo, os sacos aéreos também fornecem ar para sua respiração. Além disso, facilitam o canto e diminuem o peso específico do animal, contribuindo para o vôo. 4.4 – O sistema circulatório O sistema circulatório das aves compõe-se de coração e vasos sanguíneos. O coração possui quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos. Assim, o sangue venoso, carregado de gás carbônico, não se mistura com o arterial, rico em oxigênio. 4.5 – Um sistema digestivo específico As aves possuem sistema digestivo completo, composto de boca, faringe, esôfago, papo, proventrículo, moela, intestino, cloaca e órgãos anexos (fígado e pâncreas). Ao serem engolidos, os alimentos passam pela faringe, pelo esôfago e vão para o papo, cuja função é armazenar e amolecer os alimentos. Daí eles vão para o proventrículo, que é o estômago químico das aves, onde sofrem a ação de sucos digestivos e começam a ser digeridos. Passam então para a moela ou estômago mecânico; na moela. Finalmente, atingem o intestino, onde as substâncias nutritivas são absorvidas pelo organismo. Os restos não aproveitados transformam-se em fezes. As aves possuem uma bolsa única – a cloaca – onde desembocam as partes finais dos sistemas digestivo, urinário e reprodutor e que se abre para o exterior. Por essa bolsa elas eliminam as fezes e a urina e também os ovos. 4.6 – A reprodução nas aves As aves têm sexos separados e são ovíparas. Em cada espécie existem machos e fêmeas. Os machos possuem testículos que produzem espermatozoides e as fêmeas possuem ovários que produzem óvulos. Nas aves, a fecundação é interna e ocorre em um canal denominado oviduto, antes que a casca calcária do ovo seja formada. Uma vez formados, os ovos percorrem o oviduto e são eliminados pela cloaca. Para que os filhotes se desenvolvam dentro do ovo é necessário um período de incubação. Na maioria das aves, machos e fêmeas chocam os ovos. O tempo de incubação varia de acordo com o tipo de ave. Nos pássaros, em geral, esse tempo varia entre treze e quinze dias; na galinha, é de vinte e um dias. A estrutura de um ovo Casca – é a parte externa que protege o ovo. A casca é resistente, porosa e rica em sais de cálcio. Membrana da casca – é a membrana existente entre a casca e a clara. Clara – é a parte incolor, que fica branca quando o ovo é cozido ou frito. A clara é uma fonte de proteínas e de água para o embrião. Calaza – é a membrana encontrada na clara que liga a gema aos pólos do ovo. Disco germinativo – é a estrutura que dará origem ao embrião, se houver fecundação. Gema – é a parte amarela, que contém o vitelo, um material rico em substâncias nutritivas diversas que alimentam o embrião. Câmara de ar – é a câmara situada entre a casca e a membrana da casca, na extremidade mais larga do ovo, que contém reserva de ar para o embrião respirar. 4.7 – O sistema urinário - O sistema urinário das aves compõe-se de rins e ureteres e não apresentam bexiga. Por isso as aves não acumulam urina: ela é conduzida pelos ureteres diretamente para a cloaca, onde se mistura com as fezes. 4.8 – Os sentidos - As aves têm sentidos bastante desenvolvidos, principalmente a visão e a audição. 4.9 – Classificação das aves - Têm aves que voam e não voam. Sob este aspecto, elas se dividem em dois grupos: ratitas e carinatas. As ratitas são as aves que não voam. Têm osso esterno achatado. Em geral, são de grande porte e pesadas, mas com asas pequenas. São excelentes corredoras (Reiformes). Ex.: avestruz e ema. As carinatas são as aves voadoras. Possuem o osso esterno em forma de quilha. O grupo das carinatas subdivide-se em diversos grupos menores. Essa classificação baseia-se principalmente na forma das patas e do bico. Anseriformes – possuem uma membrana entre os dedos, o que lhes facilita a natação, o bico achatado e pernas curtas. Ex.: marreco, cisne e ganso. Columbiformes – têm o bico pequeno, patas curtas, papo desenvolvido, asa longa, pontuda e fraca. Ex.: pombo, juriti e rolinha. Estriguiformes – possuem olhos e cabeça muito grandes. Saem à noite em busca de alimentos, passando o dia escondidas em galhos de árvores. Ex.: mocho e coruja. Falconiformes – são aves de rapina, isto é, alimentam-se de carne. Apresentam bico e patas fortes. Sua visão é muito desenvolvida. Ex.: falcão, gavião, águia e o urubu. Galiformes – têm bico curto, patas fortes, asas arredondadas e curtas. Várias espécies são domesticáveis. Ex.: galinha, peru, codorna e o pavão. Passeriformes – são de pequeno e médio porte. Apresentam três artelhos voltados para frente e um para trás. Essa disposição dos dedos é uma adaptação que permite a essas aves agarrarem-se aos galhos das árvores. Em geral, as aves passeriformes cantam, ou seja, são canoras. Ex.: pica-pau, andorinha, canário, azulão, curió, pardal e o sabiá. Psitaciformes – são aves trepadoras. Apresentam a parte superior do bico curva. Sua plumagem é colorida e o bico, curto e forte. Ex.: arara, perequito e o papagaio. Ciconiformes – são aves que apresentam pernas muito compridas, são pernaltas. Ex.: garça, siriema, socó e a cegonha. 5 – MAMÍFEROS, ANIMAIS COM GLÂNDULAS MAMÁRIAS Os mamíferos têm as mais variadas formas e tamanhos. Uma baleia-azul pode pesar 120 toneladas e atingir 30 metros de comprimento. Um musaranho, pequeno mamífero semelhante ao camundongo, mede 8 centímetros. 5.1 – Características dos mamíferos Todos os mamíferos possuem glândulas mamárias, ou seja, mamam. Seu corpo apresenta pelos – lã, cabelo, cerdas, crina – que auxiliam a manutenção de sua temperatura. São homeotérmicos, isto é, a temperatura do corpo se mantém praticamente constante. Não varia com as mudanças de temperatura do ambiente. São vivíparos – os filhotes se desenvolvem no corpo de suas mães; nascem com a forma definitiva, embora ainda pequenos. Possuem geralmente dois pares de membros. Entre as várias adaptações dos mamíferos para a homeotermia, podemos considerar: Presença de pelos – em um ambiente frio, os pelos se eriçam retendo um “colchão” de ar em torno da pele. Essa camada de ar atua como uma camada de isolamento térmico, dificultando as perdas de calor para o ambiente; Presença de tecido adiposo – situado sob a pele, esse tecido armazena gorduras. A camada gordurosa dificulta as perdas de calor para o ambiente; Presença de glândulas sudoríparos – alguns mamíferos possuem muitas glândulas sudoríparas que liberam suor na superfície da pele. Quando a água do suor se evapora na pele, o processo “retira” calor do organismo, evitando que sua temperatura se eleve, principalmente em dias muito quentes; Ação de vasos sanguíneos periféricos – quando um mamífero se encontra em um ambiente quente, os vasos sanguíneos da pele se dilatam, aumentando o fluxo de sangue na pele e favorecendo as perdas de calor para o meio; em um ambiente frio, esses vasos se contraem, diminuindo o fluxo de sangue na pele e favorecendo a retenção do calor do organismo. 5.2 – Reprodução dos mamíferos Todos os mamíferos têm sexos separados (machos e fêmeas). A fecundação é sempre interna. Quase todos os mamíferos são vivíparos: os óvulos fecundados originam embriões que se desenvolvem dentro do corpo da fêmea, recebendo dela os alimentos de que necessitam. O período de desenvolvimento do embrião dentro da fêmea varia de acordo com a espécie de mamífero. Durante o período de gestação, a maioria dos filhotes de mamíferos se alimenta através da placenta, um órgão que se liga ao embrião através da cordão umbilical. O ornitorrinco e o eqüidna são exemplos de mamíferos que se desenvolvem de forma diferente. Eles são ovíparos. Esses animais põem e chocam seus ovos. 5.3 – Os membros dos mamíferos Alguns mamíferos têm os membros adaptados a formas especiais de locomoção. Nos mamíferos aquáticos, por exemplo, os membros são semelhantes às nadadeiras dos peixes. No morcego, os membros anteriores são transformados em asas. No canguru, os membros posteriores são maiores que os anteriores, o que facilita os saltos. Há mamíferos que se apóiam no solo com a planta dos pés (homem, urso, pegada). Outros, como o gato, o leão, a onça e o coelho, põem apenas os dedos no chão. Existem também mamíferos que têm os dedos protegidos por cascos, com os quais se apóiam no solo. É o caso do porco, do camelo, do boi, do cavalo e do carneiro. O boi e o porco têm número par de dedos. O cavalo tem número ímpar de dedos. Um deles é bem desenvolvido e os outros dois são menores e não tocam o chão. 5.4 – Sistema digestivo O aparelho digestivo compõe-se do tubo digestivo (boca, faringe, esôfago, estômago e intestino) e dos órgãos anexos (glândulas salivares, pâncreas e fígado). A digestão começa na boca, onde os alimentos são mastigados e sofrem a ação da saliva. Em seguida são engolidos e, passando pela faringe e pelo esôfago, chegam ao estômago, que passam então para o duodeno, onde sofrem a ação dos sucos produzidos pelo pâncreas e pelo fígado, além de um suco digestivo produzido pelo próprio intestino delgado. No intestino delgado as substâncias nutritivas são absorvidas e conduzidas pelo sangue para todas as células do corpo. As partes não aproveitadas passam para o intestino grosso e são eliminados na forma de fezes. 5.6 – Sistema respiratório O sistema respiratório dos mamíferos é composto pelos pulmões e pelas vias respiratórias (fossas nasais, boca, faringe, laringe, traqueia e brônquios). Durante a respiração, os mamíferos absorvem o oxigênio do ar atmosférico (inspiração) e eliminam o gás carbônico que se forma em seu organismo (expiração). 5.7 – Sistema circulatório Esse sistema é formado pelos vasos sanguíneos (veias, artérias e capilares) e pelo coração. Os vasos sanguíneos são tubos por onde o sangue circula. O coração, por sua vez, funciona como uma bomba que força o sangue a se movimentar pelos vasos. O coração dos mamíferos apresenta quatro cavidades internas: dois átrios (cavidades superiores), um à direita e outro à esquerda, e dois ventrículos (cavidades inferiores), também um à direita e outro à esquerda. No lado direito do coração circula apenas sangue venoso, que é o sangue rico em gás carbônico. No lado esquerdo, circula somente sangue arterial, proveniente dos pulmões, rico em oxigênio. O sangue arterial é distribuído a todo o organismo, levando consigo os produtos úteis às células e recolhendo gás carbônico e outras substâncias. Ao efetuar essa troca, transforma-se em sangue venoso e volta ao coração, de onde é enviado aos pulmões. 5.8 – A eliminação dos resíduos Os mamíferos eliminam os resíduos alimentares através das fezes; esse fenômeno de eliminação de fezes. Já a excreção compreende o processo de eliminação de resíduos do metabolismo celular, como a uréia e o ácido úrico; esses resíduos são eliminados pelo sistema excretor ou urinário, através da urina. As glândulas sudoríparas, liberando suor, também auxiliam a excreção. O sistema urinário compreende os rins e as vias urinárias (ureteres, bexiga e uretra). Os rins produzem a urina, funcionando como filtros. 5.9 – Os sentidos Os mamíferos possuem sentidos bastante desenvolvidos, que lhes permitem perceber com clareza tudo o que se passa a seu redor. Os mamíferos possuem visão, olfato, audição, gustação e tato. No entanto nem todos esses sentidos se desenvolvem igualmente. 5.10 – Mamíferos capazes de hibernar - Certos mamíferos podem ter suas atividades orgânicas quase paralisadas durante o inverno. A respiração reduz-se ao mínimo, o coração bate pouco, a temperatura do corpo desce a poucos graus e o animal fica com um metabolismo muito baixo. Ele passa por um processo de hibernação. Exemplos de animais que hibernam: marmotas, hamsters, esquilos e ursos. 5.11 – Classificação dos mamíferos Os mamíferos são distribuídos em várias ordens: Monotremados – são mamíferos ovíparos, com e bico e patas semelhantes às do pato. Ex.: o ornitorrinco e a eqüidna, que vivem na Austrália e na Nova Zelândia. Marsupiais – as glândulas mamárias dos marsupiais localizam-se numa bolsa chamada marsúpio. Depois do nascimento, que ocorre antes do desenvolvimento estar completo, os filhotes vivem algum tempo dentro do marsúpio. Pertencem a esse grupo o canguru, o coala, o gambá e a cuíca. Quirópteros – são os mamíferos que têm os membros anteriores transformados em asas. Os morcegos voam durante a noite; durante o dia ficam em esconderijos, em lugares escuros. Alguns morcegos alimentam-se de insetos ou de frutos, enquanto outros sugam o sangue de animais. Cetáceos – são mamíferos aquáticos. Seus membros anteriores são semelhantes às nadadeiras dos peixes. Não possuem membros posteriores. Têm respiração pulmonar; por isso, precisam subir à superfície da água para inspirar o ar atmosférico, de onde retiram o oxigênio. Ex.: baleia, golfinho e boto. Sirênios – o peixe-boi, encontrado no rio Amazonas, pertence a esse grupo. Os sirênios podem viver na água doce e salgada. Como os cetáceos, não possuem membros posteriores e apresentam os anteriores transformados em nadadeiras. São herbívoros, alimentando-se de plantas existentes nas margens dos rios ou no fundo do mar. Carnívoros – este grupo inclui o cão, o tigre, o gato, o leão, o lobo, a raposa, o urso, a lontra e outros animais que se alimentam de carne. Possuem dentes muito fortes, especialmente os caninos e os molares, com os quais rasgam e cortam a carne. Ungulados – são os mamíferos que possuem cascos. Dividem-se em : Artiodáctilos ( têm número par de dedos. Ex.: boi, porco, cabra, camelo e veado ); Perissodáctilos ( têm número ímpar de dedos. Ex.: cavalo, burro, rinoceronte, zebra e anta ). Roedores – os incisivos ( dentes da frente ) destes mamíferos crescem continuamente. Por isso eles estão sempre roendo para gastá-los. Pertencem a este grupo o rato, o esquilo, o castor, a cutia e a paca. Proboscídeos – são os elefantes. Têm o lábio superior transformado em tromba, na qual está soldado o nariz. A tromba é flexível e com ela o elefante apanha o alimento e o leva à boca. Os dentes incisivos crescem muito e se projetam para fora da boca. Desdentados – este grupo inclui o tamanduá, o tatu e a preguiça. Esses animais apresentam dentição incompleta ou são desprovidos de dentes. Alguns, como a preguiça e o tatu, possuem molares, mesmo assim pouco fortes. Os desdentados possuem garras e geralmente têm movimentos lentos. A preguiça alimenta-se de folhas. O tamanduá e o tatu têm focinho longo e alimentam-se de insetos. Primatas – são os animais que possuem mãos e pés, geralmente grandes, cada um com cinco dedos distintos. As mãos são capazes de agarrar. Seus olhos, na maioria das vezes, estão voltados para a frente. O homem e os vários tipos de macacos são exemplos de primatas.