Língua Portuguesa – 9º ano Pronomes

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Língua Portuguesa – 9º ano
Data: 16 de outubro de 2007
Aula de Pronomes
Moré: Hemerson Siqueira
Pronomes
Critério Semântico
Sob o ponto de vista semântico, a classe de pronomes tem uma característica singular:
trata-se de palavras quase vazias de significado. Tanto é verdade que, fora de contexto, não
significam nada.
Se nos perguntassem qual o sentido das palavras comigo, contigo, me e te, o que
responderíamos? O melhor seria dizer que são palavras cujo sentido varia de acordo com o
contexto em que são inscritas. É dentro de um contexto que os pronomes adquirem sentido
preciso e indiscutível.
Significado dos pronomes
É preciso esclarecer com mais precisão o que é que os pronomes significam, tanto fora
quanto dentro do contexto. Para satisfazer essa exigência, é necessário antes compreender com
a devida clareza, o que se entender por pessoa gramatical (ou pessoa do discurso), requisito
indispensável para entender o que é que significam os pronomes. A rigor, o pronome fora de
contexto se define basicamente por um traço semântico: o de pessoa gramatical.
As pessoas gramaticais ou pessoas do discurso
O significado de pessoa é usado para designar uma categoria, isto é, um conjunto de
formas gramaticais – e não uma entidade isolada. Assim, pessoa gramatical (ou pessoa do
discurso) designa nas formas lingüísticas usadas para indicar o papel que cada interlocutor
assume no interior do discurso.
Discurso é toda manifestação verbal capaz de estabelecer relação entre interlocutores.
Funcionalidade de categoria e pessoa no discurso
Categoria de pessoa é o conjunto de formas (ou de marcas) gramaticais usadas para
demarcar o papel que cada um dos participantes de um discurso assume no seu interior.
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No Português, há marcas específicas de pessoa para indicar três tipos de participantes do
discurso ou de uma interlocução. Por convenção, dizemos que existem:
Primeira pessoa gramatical (ou 1ª. pessoa do discurso) – a quem indica aquele que fala, que
assume a palavra para enunciar o que pretende (o falante ou emissor);
Segunda pessoa gramatical (ou 2ª. pessoa do discurso) – que indica com quem se fala, aquele
a quem o discurso é dirigido ( o ouvinte ou receptor);
Terceira pessoa gramatical (ou 3ª. pessoa do discurso) – que indica aquele (ou aquilo) que
participa do discurso como algo a que os dois interlocutores se referem (assunto ou tema).
Em termos mais simples, são três as pessoas do discurso:
1ª. pessoa
quem fala (o falante/enunciador)
eu, me, minha...
2ª. pessoa
com quem se fala (o ouvinte/enunciatário)
tu/você, teu, a ti...
3ª. pessoa
de quem (de que) se fala (o assunto ou objeto da conversação)
ele, o, lhe...
Obs.: Enunciador, isto é, aquele que produz o enunciado ou discurso; enunciatário, isto é, aquele
a quem o texto enunciado é dirigido.
Subclassificação dos pronomes
Pronomes Pessoais: são aqueles que servem para indicar uma das pessoas gramaticais.
Pertencem a essa subclasse os seguintes pronomes:
Eu, me, mim, comigo
Tu, te, ti, contigo
(aquele que fala, 1ª. pessoa, o enunciador);
(aquele a quem se dirige a palavra, 2ª. pessoa, o enunciatário);
Ele, ela, o, a, lhe, se, si, consigo (aquele ou aquilo de que se fala, 3ª. pessoa, o assunto);
Nós, nos, conosco (aquele que fala, 1ª. pessoa, o enunciador);
Vós, vos, convosco, (aquele a quem se dirige a palavra, 2ª. pessoa, o enunciatário);
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Eles, elas, os, as, lhes, se, si, consigo (aquele ou aquilo de que se fala, 3ª. pessoa, o
assunto);
Pronomes possessivos: servem para indicar que certa entidade é posse das três pessoas do
discurso.
1ª. pessoa
meu, minha, meus, minhas, nosso, nossa, nossos, nossas
2ª. pessoa
teu, tua, teus, tuas, vosso, vossa, vossos, vossas
3ª. pessoa
seu, sua, seus, suas.
Pronomes demonstrativos: são usados para marcar ou mostrar o lugar de alguém ou de alguma
coisa em relação a cada uma das pessoas do discurso.
Os principais pronomes demonstrativos são:
Este, esta, estes, estas, isto; (serve para indicar que alguém, ou algo, está próximo da pessoa
que fala. Essa proximidade pode ser reforçada pelo advérbio aqui.)
Exemplo: Diga-me o nome deste objeto que (eu) tenho aqui na mão.
Esse , essa, esses, essas, isso; (situa alguém ou algo próximo da pessoa com quem se fala,
podendo ser reforçado pelo advérbio aí.)
Exemplo: Diga-me o nome desse objeto que você tem ( ou tu tens) aí na mão.
Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. (serve para situar alguém ou algo em lugar distante
dos dois interlocutores, podendo ser reforçado pelo advérbio lá.)
Exemplo: Diga-me o nome daquele objeto que está lá em cima da torre da igreja.
Os demonstrativos na marcação de tempo
De maneira análoga à demarcação de espaço, os demonstrativos demarcam também o
tempo mais próximo ou mais distante do momento da fala.
Exemplo: Agora são nove horas. Neste exato momento estamos deixando o aeroporto de Recife.
(Este e suas variações servem para indicar que algo concomitante com o momento da fala.)
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Exemplo: Conversamos na semana passada sobre nossa viagem. Nessa altura eu já tinha
comprado passagens. (Esse e suas variações servem para indicar um tempo proximamente
distante do momento em que se fala.)
Exemplo: Nós nos vimos pela última vez no inverno passado. Naquela ocasião você ainda
morava na casa velha. (Aquele e suas variações indicam um tempo interpretado como muito
distante do momento em que se fala.)
Pronomes relativos
Os pronomes relativos retomam um termo da oração anterior e ainda funciona como
conector. Daí sua subclassificação como pronome, porque retoma um termo anterior; relativo,
porque estabelece relação entre duas orações.
Exemplo: Ainda não chegou o táxi que eu chamei.
Exemplo:
Eu, que sou mais velho, conheci meu avô.
Na maioria dos caos, o pronome relativo que pode ser substituído por o qual, a qual, os quais, as
quais.
Exemplos:
O país a que me refiro é o Brasil.
O país ao qual me refiro é o Brasil.
Pronomes indefinidos: sempre são de 3ª. pessoa gramatical, referindo-se, portanto, a alguém
ou a algo de quem se fala e cuja identidade não se pode ou não se quer revelar.
A referência do pronome indefinido é sempre uma 3ª. pessoa, nunca identificável quanto
ao sentido, nem no interior do texto, nem fora dele.
Diz-se de que uma palavra é de conteúdo indefinido quando ela revela apenas a
essência de alguma coisa, não contendo traços que permitam identificá-la como um
elemento distinto dos demais componentes de uma classe.
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Exemplos:
Um lobo invadiu o galinheiro esta noite.
(A palavra em destaque é um substantivo: ela nos diz que existe um invasor e Fornece a sua
identidade, ou seja, um lobo, e não um animal qualquer.)
Algum animal invadiu o galinheiro esta noite.
(A palavra destacada é um substantivo indica que há um invasor, mas vem precedido da palavra
algum que não permite identificar que tipo de animal agiu como invasor.)
Alguém invadiu o galinheiro esta noite.
(Nesse caso, o grau de indefinição é bem maior: a palavra alguém indica apenas que uma pessoa
de quem se está falando invadiu o galinheiro.) Algum e alguém são classificados como pronomes
indefinidos.
Pronomes interrogativos: servem para indicar, na frase, um elemento desconhecido sobre o
qual desejamos uma informação.
Os principais pronomes interrogativos são: que (pressupõe que o foco da pergunta é algo
inanimado - coisa), quem (pressupõe algo animado – pessoa), qual, quanto (tem como foco uma
quantidade desconhecida.)
Exemplos:
Você saiu daqui por quê?
Em quem você confia mais?
Quanto custou o conserto?
Pronomes substantivos: são aqueles que, na frase, ocupam o lugar que é próprio do substantivo
ou de seqüências que equivalem a substantivos.
Exemplo:
O palhaço não pode faltar no circo. Ele é o rei da festa.
É comum o pronome substantivo ter como referência uma frase inteira, como neste exemplo.
O povo compareceu em massa para ver a decisão do campeonato. Isso ninguém nega.
Ou
Ninguém nega o fato. (isso - no lugar próprio do substantivo)
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Pronomes adjetivos: aqueles que, à moda de adjetivos, vêm associados a substantivos ou
noções equivalentes.
Exemplo:
Nosso céu tem mais estrelas.
Como se vê, o pronome nosso vem associado a céu, concordando com este substantivo, como se
fosse um adjetivo.
(Fonte: Gramática e texto. Autor: Francisco PLATÃO Savioli).
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