UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I Roteiro-Relatório da Experiência No 06 e No 07 “TEORIA E UTILIZAÇÃO DO OSCILOSCÓPIO” 1. COMPONENTES DA EQUIPE: ALUNOS NOTA 1 ___________________________________________ 2 ___________________________________________ 3 ___________________________________________ Data: ____/____/____ ___:___ hs 2. OBJETIVOS: 2.1. Familiarização com os osciloscópios e seus controles; 2.2. Verificar, utilizando o osciloscópio, as formas de onda senoidal, triangular e quadrada; 2.3. Medir tensões alternadas, contínuas e freqüência com o osciloscópio; 2.4. Observar, experimentalmente, as Figuras de Lissajous; 2.5. Medir defasagem entre dois sinais, utilizando o osciloscópio. 3. PARTE TEÓRICA: 3.1. Teoria e Descrição dos Elementos de um Osciloscópio. Osciloscópio é um instrumento cuja finalidade básica é visualizar fenômenos elétricos, possibilitando medir tensões contínuas, alternadas, períodos, freqüências e defasagem com elevado grau de precisão. Os fenômenos elétricos são visualizados através de um Tubo de Raios Catódicos (TRC) que constitui o principal elemento do osciloscópio. Este tubo, também denominado de válvula de imagem, faz surgir um feixe de elétrons no seu interior, através de um conjunto de elementos denominado canhão eletrônico, que incidindo em um anteparo ou tela, origina um ponto luminoso, que deflexionado produz uma figura. Basicamente, podemos representar um Tubo de Raios Catódicos como o visto na Figura 1, onde vamos descrever a finalidade de cada componente interno. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 1/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I Figura 1 – Representação esquemática de um tubo de raios catódicos. (1) - Tubo de vidro a vácuo. (2) - Filamento: quando percorrido por corrente elétrica, aquece o cátodo. (3) - Cátodo: sendo aquecido pelo filamento cria ao redor de si uma nuvem de elétrons, que atraídos formam o feixe eletrônico. (4) - Grade: através de potencial negativo em relação ao cátodo, controla a passagem do feixe de elétrons. (5) - 1o ânodo ou ânodo acelerador: através de potencial positivo atrai e acelera o feixe. (6) - 2o ânodo ou ânodo focalizador: através de potencial menor que do 3o ânodo, cria um campo elétrico que concentra o feixe de elétrons, focalizando-o na tela. (7) - 3o ânodo ou revestimento condutor: mediante alta tensão positiva, atrai em definitivo o feixe, fazendo-o chocar com a tela. (8) - Tela: anteparo revestido por material químico que ao ser atingido pelo feixe, cria um ponto luminoso. Esse revestimento é comumente denominado “fósforo”. (9) - Placas defletoras horizontais: colocadas na vertical, deflexionam o feixe horizontalmente. (10) - Placas defletoras verticais: colocadas na horizontal, deflexionam o feixe verticalmente. As placas defletoras constituem o sistema de deflexão do osciloscópio, que através do campo elétrico, movimentam por atração o feixe, formando a figura na tela. Esse tipo de deflexão é denominado de Deflexão Eletrostática, pois utiliza campo elétrico. Um outro tipo é aquela que utiliza campo eletromagnético, sendo por isso denominada de Deflexão Eletromagnética, utilizada em cinescópios (tubos de TV), através de bobinas defletoras externas ao tubo. Para mostrarmos a atuação de uma das placas defletoras, vamos utilizar o tubo visto na Figura 2, onde aplicamos um potencial positivo às placas defletoras verticais, fazendo por atração, o ponto luminoso se posicionar na parte superior da tela. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 2/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I Figura 2 – Aplicação de potencial positivo às placas defletoras verticais. Se esse potencial for negativo, teremos a atração do feixe para a parte inferior da tela. Aplicando-se, um potencial variável, tem-se na tela, o ponto oscilando continuamente e dependendo da freqüência, devido a alta persistência existente no tubo, formando um traço vertical. De forma análoga, utilizando as placas defletoras horizontais, teremos um traço horizontal. Para descrevermos a estrutura interna do osciloscópio, bem como atuação de seus controles, vamos utilizar o diagrama de blocos, visto na Figura 3. Figura 3 – Diagrama de blocos do osciloscópio. Através de uma ponta de prova direta ou atenuada, aplicamos o sinal a ser observado e medido à entrada vertical. Esse sinal passa para o amplificador vertical através do circuito da Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 3/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I chave AC/DC, que o coloca em um nível conveniente para as placas defletoras verticais. Paralelamente a isso, às placas defletoras horizontais é aplicado um sinal “dente de serra”, originado pelo estágio de varredura, que faz a devida deflexão horizontal, fornecendo uma base de tempo. Para tanto, é necessário que a varredura esteja comutada com o amplificador horizontal através da chave INT./EXT. na posição INT. Conjuntamente ao estágio de varredura, encontramos o circuito de apagamento que tem a finalidade apagar o feixe no retorno, para o início de um novo ciclo de deflexão. Os sinais de varredura e apagamento são mostrados na Figura 4. Figura 4 – Sinais de varredura e apagamento. Durante o tempo de varredura (tv), estaremos aplicando, uma variação de potencial do -E a +E às placas defletoras horizontais, fazendo o feixe varrer a tela da esquerda para a direita. Logo após, em um período tr, menor que tv, o feixe retorna a posição inicial apagado, por atuação do estágio de apagamento, aplicando um pulso negativo à grade do tubo. Uma outra possibilidade é a de utilizarmos a entrado horizontal, bastando para isso comutar a chave INT./EXT. para a posição EXT. (externa). Nessa situação, é possível aplicarmos externamente o sinal às placas defletoras horizontais sem atuação da varredura e do apagamento. O estágio de sincronismo faz com que o sinal de varredura, seja aplicado às placas defletoras horizontais, em sincronismo com o sinal aplicado à entrada vertical, para se obter uma melhor fixação da figura na tela. Para tanto, o estágio, tendo a chave comutada para a posição INT. (interno), “gatilha” a varredura através de uma mostra do sinal de entrada, proveniente do amplificador vertical. Nesse estágio, encontramos os controles de nível e de polaridade de sincronismo () que, respectivamente, controlam a amplificação desta amostra e a polaridade de início a ser visualizada na tela. Podemos também, operar com uma amostra externa, bastando para isso colocar a chave na posição EXT. e injetá-la à entrada de sincronismo externo. Apresentamos na Figura 5 o painel frontal de um modelo padrão, onde vamos descrever a finalidade de seus principais controles e conectores de entradas e saídas: Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 4/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I Figura 5 – Osciloscópio padrão. Liga/Intensidade: Liga o osciloscópio e possibilita o ajuste de intensidade de brilho. Foco: Possibilita o ajuste do foco do feixe eletrônico. Posição: Posiciona verticalmente o feixe. Posição: Chave AC/DC/0: Posiciona horizontalmente o feixe. Na posição AC, permite a leitura de sinais alternados, retirando qualquer componente DC do sinal de entrada. Na posição DC, permite a leitura de sinais DC e AC com ou sem componente DC e na posição 0 haverá uma aterramento da entrada da amplificação vertical, desligando a entrada vertical possibilitando, com isso, que possamos ajustar este nível em uma posição conveniente. Volts/Div.: Atenuador vertical que gradua cada divisão na tela, na direção vertical, em valores específicos de tensão. Tempo/Div.: Varredura ou base de tempo que gradua cada divisão na tela, na direção horizontal, em valores específicos de tempo, além disso, possibilita desligar o estágio, dando acesso à entrada horizontal. Chave INT./EXT./REDE: A posição INT., permite a utilização do sincronismo interno, na posição EXT. dá acesso à entrada de sincronismo esterno e na posição rede, sincroniza a varredura com a rede elétrica. Chave + - : Permite selecionar a polaridade de sincronismo da figura na tela. Nível Sinc.: Permite o ajuste do nível de sincronismo. Cal.: Saída de um sinal interno de freqüência e amplitude definidas, utilizado para referência e calibração. Ent. Vertical: Conector para ligação de ponta de prova para o acesso ao estágio vertical. Ent. Horizontal ou Sinc. Ext. : Conector para ligação de ponta de prova, utilizado para o acesso ao estágio horizontal, ou de sincronismo, conforme posicionamento dos controles de varredura (INT.) ou sincronismo (EXT.). : Conector do terra do instrumento. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 5/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I 3.2. Medida de Tensão e Freqüência com o Osciloscópio Vimos que a tensão contínua (VDC) é aquela que não muda sua polaridade com o tempo. Essa tensão pode ser contínua constante ou contínua variável. A tensão contínua constante mantém o seu valor em função do tempo, enquanto que, a tensão contínua variável varia seu valor, mas, sem mudar de polaridade. Na Figura 6 temos, como exemplos, as características de uma tensão contínua constante e tensão contínuas variáveis. Figura 6 – (a) Tensão contínua constante, (b), (c) e (d) Tensões contínuas variáveis. A tensão contínua variável pode ser repetitiva ou periódica, ou seja, repetir um ciclo de mesmas características a cada intervalo de tempo. Para cada função periódica, definimos período (T) como sendo o tempo de duração de um ciclo completo, e freqüência (f) como sendo o número de ciclos em um intervalo de tempo igual a 1 segundo. A unidade do período é dada em segundos (s) e a freqüência em Hertz (Hz). Como temos um ciclo completo de uma função em um tempo igual a 1 período e f ciclos em 1 segundo, podemos estabelecer a relação: 1 f = T Para uma tensão com características periódicas existe a necessidade de se estabelecer um valor que indique a componente DC (offset) da forma de onda. Esse valor é denominado valor DC, offset ou valor médio e representa a relação entre a área resultante da figura, em um intervalo de tempo igual a um período e o próprio período. O valor DC é medido por um voltímetro nas escalas VDC e pelo osciloscópio. Para exemplificar, vamos calcular a freqüência e o valor DC do sinal visto na Figura 7. Figura 7 – Tensão contínua variável. Da curva temos: T = 2ms f = Teoria e Utilização do Osciloscópio 1 = 500 Hz 2.10 -3 Página 6/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I 10.(2 -1).10-3 e VDC = = 5V 2.10 -3 A tensão alternada (VAC) é aquela que muda de polaridade como o tempo. A tensão alternada que nos é fornecida, através da rede elétrica, é por questões de geração e distribuição, senoidal, ou seja, obedece a uma função do tipo: v(t) = VMAX sen(t + ) onde: v(t) é o valor instantâneo da tensão; VMAX é o máximo valor que a tensão pode atingir, também denominada de amplitude ou tensão de pico; é a velocidade angular ( = 2f ou = 2/T) t é um instante de tempo qualquer e é o angulo de defasagem inicial. A unidade de tensão é expressa em volts [V], a velocidade angular em radianos por segundos [rad./s], tempo em segundos [s] e o tempo de defasagem em radianos [rad.] ou graus []. Para exemplificar, a Figura 8 mostra uma tensão alternada senoidal cuja função é : v(t) = 20 sen(500t - /4). Figura 8 – Tensão alternada senoidal: v(t) = 20 sen(500t - /4). Notamos, através da função, que a tensão de pico (VP) é igual a 20 V, a velocidade angular () é 500 rad./s e o ângulo de defasagem inicial () é - /4 ou - 45. O período dessa função é igual a 4ms e a freqüência igual a 250Hz. Além do valor de pico (VP), temos o valor pico-a-pico (VPP) que é igual à variação máxima entre o ciclo positivo e o negativo, e o valor eficaz (Vef ou Vrms), que equivale a uma tensão contínua a qual aplicada a um elemento resistivo, dissipa a mesma potência que a alternada em questão. Para tensão alternada senoidal: VP Vef = 2 No nosso exemplo, temos que: VP = 20V, VPP = 40V e Vef = 14,14V. Alguns dos tipos de tensões aqui descritos podem ser gerados por um instrumento denominado Gerador de funções. Esse instrumento gera sinais normalmente senoidais, Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 7/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I triangulares e quadrados com a possibilidade de ajustes de freqüência e amplitude, dentro de faixas preestabelecidas. A Figura 9 mostra um modelo padrão, onde descrevemos a finalidade de cada controle. Figura 9 – Gerador de sinais padrão. Escala de freqüência: Permite o ajuste do algarismo da freqüência a ser multiplicado. Multiplicador: Seleciona um fator multiplicativo para a escala de freqüência. Função: Seleciona a função a ser gerada: senoidal, triangular ou quadrada. Amplitude: Ajusta a amplitude do sinal de saída. Podemos, utilizando o osciloscópio, visualizar e medir os tipos de tensões aqui descritos. Para tanto, utilizaremos o canal vertical do osciloscópio que, como entrada, dispõe da chave AC/DC/0, conforme descrito no diagrama de blocos. Na posição DC, faz com que o sinal através do amplificador vertical, chegue às placas defletoras verticais, com acoplamento direto, sem a perda de seu nível DC. Na posição AC, faz com que o sinal passe por um capacitor, cuja finalidade é o bloqueio do nível DC, e permite que chegue ao amplificador vertical somente a variação do sinal. Para medidas de tensão contínua, injeta-se o sinal à entrada vertical, ajusta-se uma referência na tela através do controle de posicionamento e comuta-se a chave para a posição DC. Percebe-se, nessa situação, um deslocamento do sinal, equivalente ao seu nível DC e proporcional à posição do controle de atenuação vertical. O valor da medida será o resultado da multiplicação do número de divisões deslocada, pela posição do atenuador vertical. A Figura 10 exemplifica uma medida de tensão contínua. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 8/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I Figura 10 – Exemplo de medida de tensão DC. O valor medido será: VDC = 5V/div . 1div = 5V Para medidas de tensão alternada, injeta-se o sinal à entrada vertical, posicionando-o através dos controles, para melhor leitura. Com o estágio da varredura ligado, teremos na tela a forma de onda, onde é possível medir-se o valor de pico(VP) ou o valor pico-a-pico (VPP), bastando multiplicar o número de divisões ocupadas, pela posição do atenuador vertical. A Figura 11 exemplifica um medida de tensão alternada. Figura 11 – Exemplo de medida de tensão AC. O valor de VP medido será: VP = 2V/div.3div = 6V e o valor VPP será: VPP = 2V/div . 6div = 12V Para melhor procedimento nas medidas, pode-se desligar o estágio de varredura. Nessa situação, não teremos mais a forma de onda na tela e sim sua variação em amplitude, ou seja, um traço vertical, suficiente para as medidas de VP ou VPP. A Figura 12 exemplifica essa situação, onde obteremos os mesmos resultados. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 9/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I Figura 12 – Medida de tensão AC com a varredura desligada. Para medirmos a freqüência de um sinal com o osciloscópio, utilizaremos o método da varredura calibrada, onde multiplicamos o valor da base de tempo pelo número de divisões ocupadas, pelo período da figura na tela, obtemos o valor do período. A freqüência, obtém-se indiretamente, utilizando a expressão f = 1/T. Para exemplificarmos, consideraremos o sinal mostrado na Figura 13. Figura 13 – Exemplo de medida de frequência. O valor do período será: T = 4div.0,2ms / div T = 0,8ms e o valor da frequência será: 1 f = f = 1250 Hz 0,8 x10 -3 3.3. Figuras de Lissajous e Medidas de Defasagem A composição gráfica de dois movimentos ondulatórios, um na horizontal e outro na vertical, resulta na chamada Figura de Lissajous. Para exemplificar, consideremos a Figura 14, onde temos composição de um sinal na vertical de determinada freqüência, e um outro na horizontal com o dobro de freqüência. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 10/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I Figura 14 – Figura de Lissajous resultante da composição de dois sinais. Da figura de Lissajous obtida, podemos estabelecer uma relação entre as freqüências de dois sinais, conforme o número de vezes que a figura toca na linha de tangência horizontal e na vertical. Para exemplo, temos que, a figura tangência na horizontal uma vez e na vertical duas vezes, portanto a relação entre as freqüências será: FV 1 = FV = 2 FV FH 2 Para um caso genérico, podemos escrever a relação: FV NH = FH NV onde: onde: FV = frequência do sinal vertical. FH = frequência do sinal horizontal. NH = no de tangências na horizontal. NV = no de tangências na vertical. Podemos utilizar as figuras de Lissajous para medidas de freqüência e de defasagem com o osciloscópio. Para medirmos freqüências, basta aplicar o sinal a ser medido em uma das entradas do osciloscópio, e um outro com freqüência conhecida na outra entrada. Da Lissajous obtida na tela, determina-se NV, NH e aplicando-se a relação, calcula-se a frequência desconhecida. A Figura 15 mostra o esquema de ligação para se determinar a frequência de um sinal desconhecido. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 11/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I Figura 15 – Ligações do osciloscópio para medida de frequência utilizando Lissajous. Na entrada vertical, o gerador foi ajustado para a frequência de 300 Hz e aplicando-se o sinal de frequência desconhecida na entrada horizontal, obteve-se na tela, um figura de Lissajous com 3 pontos de tangência na horizontal e 1 na vertical. Logo obteremos: FV 300 FH = = = 100 Hz 3 3 Quando aplicamos às duas entradas do osciloscópio, sinais de uma mesma frequência, teremos na tela, uma figura de Lissajous onde é possível determinar-se o valor da defasagem entre eles. Chamamos de defasagem, a diferença de fase entre dois sinais de mesma frequência. Para exemplificar, temos na Figura 16 o sinal v1(t) e v2(t) , traçados nos mesmos eixos: Figura 16 – Sinais v1(t) e v2(t). onde: v1(t) = V1Máxsen(t + 0) V; v2(t) = V2Máxsen(t + /2) V. A defasagem entre eles é de = /2 rad. ou 90. Para dois sinais quaisquer de mesma frequência e defasados, teremos na tela do osciloscópio uma elipse como a figura de Lissajous. Na Figura 17, temos a composição de 2 sinais defasados e a elipse resultante. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 12/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I Figura 17 – Elipse resultante da composição de 2 sinais defasados. O sinal VV obedece à função: VV(t) = VVMáx sen(t + ) onde: VVMáx = b; e VV(t) = a para t = 0. Substituindo, temos que: a = b sen(0 + ) a = b sen() sen() = a/b = arc sen(a/b) Para determinarmos a defasagem através da elipse obtida, basta obtermos os valores de a e b, onde a representa a distância entre o centro da elipse e o ponto onde esta corta o eixo y e b representa a distância entre o centro da elipse e o ponto máximo da figura. Para facilitar a leitura, podemos determinar os valores de 2a e 2b e calcular a defasagem, utilizando a relação: 2a = arc sen 2b Como exemplo, vamos determinar a defasagem entre dois sinais aplicados às entradas do osciloscópio, cuja figura de Lissajous é mostrada na Figura 18. Figura 18 – Elipse. Temos que 2a = 3 e 2b = 6, logo = /6 rad. ou 30. 4. MATERIAL UTILIZADO 4.1. Osciloscópio. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 13/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I 4.2. Fonte Variável. 4.3. Gerador de Sinais. 4.4. Multímetro. 4.5. Transformador: 220V/12V. 4.6. Capacitor: 330nF, 470nF. 4.7. Resistores: POTÊNCIA 1/2W e valores: R1 () 2,2k R2 () 22k R3 () 220k 5. PRÉ-RELATÓRIO 5.1. Para este relatório não é necessário nenhum cálculo prévio. Apenas a leitura de todo o material. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 14/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I 6. PARTE EXPERIMENTAL: 6.1. Ligue o osciloscópio com a entrada vertical conectada à saída de calibração, através de uma ponta de prova. 6.2. Verifique a atuação de cada controle. 6.3. Ajuste a fonte de tensão com o voltímetro para os valores especificados na Tabela 1. Meça cada valor com o osciloscópio, anotando a posição do atenuador vertical e o número de divisões do deslocamento. V (V) Atenuador (posição) No de divisões V medido no osciloscópio 4 7 12 Tabela 1 – Tensão DC. 6.4. Ajuste o gerador de sinais para as freqüências especificadas nas Tabelas 2, 3 e 4 com amplitude máxima para as forma de ondas senoidais, quadrada e triangular. Meça cada freqüência com o osciloscópio, anotando respectivamente a posição da varredura e o número de divisões ocupadas pelo período. f (Hz) Gerador 400 6k Onda Senoidal Posição de No de Varredura divisões T f T f T f Tabela 2 – Onda Senoidal. f (Hz) Gerador 500 12 k Onda Quadrada Posição de No de Varredura divisões Tabela 3 – Onda Quadrada. f (Hz) Gerador 750 550 k Onda Triangular Posição de No de Varredura divisões Tabela 4 – Onda Triangular. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 15/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I 6.5. Ajuste o gerador de sinais para freqüência de 60Hz, onda senoidal. Utilizando o multímetro, na escala VAC, ajuste a saída do gerador para os valores especificados na Tabela 5. Para cada caso, meça com o osciloscópio e anote respectivamente, a tensão VP e a tensão VPP. Vef Voltímetro 3 5 7 VP Vef Calculado VPP Tabela 5 – Tensão Senoidal. 6.6. Ligue à entrada vertical do osciloscópio, o gerador de sinais ajustado para onda senoidal e amplitude máxima, e à entrada horizontal o transformador, conforme mostra a Figura 1919. Figura 19 – Esquema de ligação do transformador. 6.7. Varie a freqüência do gerador de sinais, conforme a Tabela 6. Anote a figura de Lissajous e determine a relação de frequências. FH (Hz) 60 FV (Hz) 30 Figura NH NV NH/NV 60 120 Tabela 6 – Relação de frequências. 6.8. Monte o circuito da Figura 200 com o gerador ajustado em 60 Hz, amplitude máxima e onda senoidal. Figura 20 – Esquema de ligação para verificar a figura de Lissajous. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 16/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I 6.9. Meça e anote os valores de 2a e 2b de acordo com o capacitor e resistores indicados na Tabela 7. R(Ω) 2a 2b 2a/2b R1 = 2,2 k R2 = 22 k R3 = 222 k Tabela 7 – Tabela para Figura de Lissajous. 330 C(nF) 7. QUESTIONÁRIO 7.1. Através do gráfico da Figura 21, determine: a) T = ________ e f = _________ b) VP _________, VPP = _______ e Vef = ___________ c) A equação v(t) = _____________________________ d) v(3,75ms) = ____________ ; v(13ms) = _____________ 1.00 Output 500.00m 0.00 -500.00m -1.00 0.00 1.00m 2.00m 3.00m Time (s) 4.00m 5.00m Figura 21 – Sinal senoidal. 7.2. Calcule T = _______, f = _________ e VDC = __________ para a tensão da Figura 22. 6 0 4 6 t (ms) 10 Figura 222 – Onda quadrada. 7.3. Determine a freqüência e amplitude do sinal, visto na tela do osciloscópio da Figura 23, considerando as seguintes condições: a) seletor VOLTS/DIV ajustado em 50mV; b) seletor TEMPO/DIV ajustado em 0.2ms. Teoria e Utilização do Osciloscópio Página 17/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I Figura 23 – Tela e painel do osciloscópio. F = _________________; Amp = _______________ 7.4. Calcule o valor da frequência desconhecida através das figuras de Lissajous, vistas na tela do osciloscópio, conforme mostra a Figura 24. FH = 500 Hz FV = 2.000 Hz Figura 24 – Figuras de Lissajous para frequências. (a) FV = _______________ Teoria e Utilização do Osciloscópio (b) FH = ________________ Página 18/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I 7.5. Calcule a defasagem através das figura de Lissajous, vistas na tela do osciloscópio, conforme a Figura 25. Figura 25 – Figuras de Lissajous para defasagem. (a) ___________________ Teoria e Utilização do Osciloscópio (b) ________________ Página 19/19 Laboratório de Circuitos Elétricos I