CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA `CASA DA

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MEMORIAL
O desejo de construir desafia-nos. Se for uma casa, inspira-nos. E se for
sustentável, envolve-nos.
CONCEITO
Da busca pelo entendimento do que vem a ser uma casa da
sustentabilidade inserida num parque urbano, se originou a ideia que
orienta essa proposta: um edifício entendido como um abrigo a ser
construído de forma cuidadosa, interferindo minimamente na
paisagem existente. O desenho resultante, uma sobreposição de
três prismas, dialogará com a cidade de traços modernistas e
permitirá a junção do saber tradicional regional com a
disponibilidade de materiais tecnologicamente avançados.
Como uma resposta antropológica para o tema deste concurso,
buscou-se mimetizar o edifício na paisagem envoltória, justificando
assim que uma casa da sustentabilidade não deverá ser a
protagonista em um ambiente prevalecido pela natureza, mas sim,
incorporar-se a ele.
A partir da análise do local reservado para a implantação da Casa da
Sustentabilidade, um platô levemente acima do entorno imediato,
optaremos por fazer um movimento de terra reduzindo sua cota em
dois metros, aproximadamente. Com a terra excedente desta
movimentação criaremos um talude na face oeste e outro ao sul do
edifício. Desta forma, o piso térreo, que contempla mais da metade
do programa, praticamente'desaparece', se abstendo de um grande
impacto na paisagem.
PROGRAMA
IPA
NIC
D
AR
GU
U
A\ M
RUA
A
ICIP
UN
D
AR
GU
A\ M
RUA
No ambiente externo, composto por espécies arbóreas adultas,
propomos uma complementação da vegetação existente com
indivíduos das seguintes espécies: alecrim de campinas, ipê roxo e
amarelo, quaresmeira azul, uvaia, sibipiruna, cedro rosa e chuva de
ouro, criando um futuro bosque com características tropicais. Esta
área será destinada à prática de atividades corporais, descanso,
lazer, esporte, contemplação visual e experiências sensoriais. Os
equipamentos e mobiliários projetados para este espaço serão
executados com madeiras certificadas ou reaproveitadas e, assim
como os acessos e o edifício, atendem as normas de acessibilidade
universal.
Para os deslocamentos dentro da área de intervenção, projetamos
uma ciclovia que conecta a cota mais alta com a estação de bonde
existente, adequando-a para servir de apoio aos ciclistas, incluindo
vestiário.
Dois caminhos de pedestres acessam fluidamente o edifício. O
primeiro, uma extensão da praça na cota mais alta, inicia-se com um
espelho d'água edá acesso à cobertura do edifício através de escada
metálica protegida por um jardim vertical. O segundo, próximo ao
portão 5 do parque, caracteriza-se por um caminho com leve declive
que conduz o visitante à uma área arborizada e de piso drenante
numa cota inferior, limitada por uma mureta de gabião, espelho e
cortina d'águas, e o edifício.
Sob o volume projetado, envolto por ripas de madeira, faz-se o
acesso ao hall de entrada composto por portaria, recepção e espera.
Daí se distribuemos usos previstos para este piso da seguinte forma:
ao norte, os espaços reservados para usos programados, como
reuniões do CONDEMA e outros órgãos relacionados com as
questões ambientais; no centro, os sanitários e os serviços; e ao sul,
uma área livre para exposições e eventos. As entradas de serviços se
darão pela face leste do edifício.
O segundo piso, presenteado pela vista exterior, poderá ser
acessado a partir do térreo, por escada ou elevador e abrigará as
atividades administrativas onde optamos por um layout flexível,
favorecendo possíveis alterações futuras. O espaço excedente mezanino - destina-se a exposições e atividades temporárias.
Deste acessa-se o mirante, uma caixa de vidro que permite ao
visitante, abrigado das intempéries, vislumbrar-se com a vista do
parque. Esta caixa de vidro, intencionalmente desnudada da pele
protetora, terá uma dupla função: durante o dia, promover a
reflexão sobre a problemática ambiental e à noite, isoladamente
iluminada, tornar-se uma referência dentro do Parque Portugal.
ACESSO PRINCIPAL
ACESSO SECUNDÁRIO
ACESSO SERVIÇO
ACESSO PEDESTRE
0
10
20
30
ACESSO VEÍCULO
ACESSO BICICLETA
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CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA
‘CASA DA SUSTENTABILIDADE’ PARQUE TAQUARAL - CAMPINAS - SP
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TÉCNICA
2
3
1
4
5
2
3
1- REUNIÃO (150 LUGARES)
2- SUPORTE (15 LUGARES)
3- USO MÚLTIPLO (30 LUGARES)
4- SANITÁRIOS
5- W.C. P.N.E
6- VESTIÁRIOS
4
6
5
7
6 10 9
13
18
19
27
14
11
12
11
7- DESPENSA
8- COPA
9- PORTARIA
10- ALMOXARIFADO
11- RECEPÇÃO
12- EXPOSIÇÃO | EVENTOS
13- ACESSO
15
14
14- PRAÇA
15- COORDENAÇÃO GERAL
16- PRESIDÊNCIA
17- SECRETARIA EXECUTIVA
18- BIBLIOTECA
8
16 17
4
23
0 1
22
23
5
10
5
10
5
10
24
21
20
19- T.I.
20- ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO
21- REPROGRAFIA
22- ALMOXARIFADO
23- EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA
24- VAZIO
25
0 1
25
26
25- TETO VERDE
26- LOUNGE | MIRANTE
27- COPA
0 1
Para a construção do edifício adotaremos materiais de uso
habitual e sem complexidade, composto por concreto, aço, vidro,
madeira e pedra, que juntamente com a água, dialogam com a
natureza presente.
A estrutura do edifício está projetada com duas linhas de pilares
que apoiarão dois pisos de lajes nervuradas em concreto armado.
Sobre a segunda laje, de cobertura, haverá uma caixa de estrutura
metálica. Caixilhos estruturados em alumínio e vidro vedam o
edifício de volume prismático. Um invólucro de estrutura metálica
engastada nas bordas das lajes percorre o perímetro do edifício
servindo de apoio para a manutenção e conservação dos caixilhos
e suporte para telhas perfuradas, que têm a dupla função de filtrar
a luz solar diminuindo a incidência de calor e minimizar o impacto
visual no contexto onde está inserido.
Priorizamos a ventilação cruzada e a iluminação natural
posicionando o edifício transversalmente ao sentido do vento
predominante, e utilizando grandes aberturas e dois jardins
internos descobertos que permitem a troca constante de ar no
interior da edificação.
O ar condicionado, inevitável para o clima predominante na região,
propusemos apenas como uma opção complementar, visto que as
medidas descritas anteriormente trarão naturalmente conforto
térmico ao prédio. O sistema utilizado para os condicionadores de
ar será o VRF - Volume de Refrigerante Variável -, junto ao gás
R410A.
Os vasos sanitários utilizarão o sistema EVAC ou similar e o
tratamento de efluentes será feito por equipamentos compactos,
da empresa ALFAMEC ou similar. A instalação desse sistema
requer apenas mão de obra convencional e espaço reduzido.
Todos estes equipamentos serão alocados em área externa, a leste
do edifício, juntamente com a compostagem de resíduos
orgânicos e a horta educativa, permitindo a visitação controlada.
Após o tratamento, a água será reutilizada nos vasos sanitários,
espelhos d'água, irrigação dos jardins interno e externos. Já o
esgoto tratado será direcionado para o curso natural mais
próximo.
A energia solar será captada através de placas fotovoltaicas
instaladas na laje de cobertura sobre a área administrativa e sobre
a estrutura de cobertura do mirante. Conjuntamente, serão
instaladas as placas para aquecimento de água que servirão os
chuveiros dos vestiários. Serão indicadas também lâmpadas de
LED, sensores de presença nas áreas de circulação e placas
redutoras de energia, contribuindo desta forma para diminuição
do consumo de energia elétrica.
0 1
5
10
RESTRITO
CONTROLADO
LIVRE
EXTERNO
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CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA
‘CASA DA SUSTENTABILIDADE’ PARQUE TAQUARAL - CAMPINAS - SP
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