SÍNTESE S SHOW DE MARKETING A Associação Brasileira de Marketing & Negócios (ABMN) realizou, no dia 13 de setembro, a 12º edição do Ciclo de Casos do Destaque no Marketing. Em uma parceria inédita com a Fundação Getúlio Vargas (FGV-Rio) e com o patrocínio da Rede Record e Record News e apoio dos associados mantenedores, o evento, que reuniu cerca de 200 estudantes de MBA e profissionais de marketing, foi moderado pela Superintendente da entidade, Valéria Luz, e contou com a participação de Lívia Marquez, Diretora de Imagem e Publicidade da TIM; Wolmar Vieira Aguiar, gerente nacional de Publicidade e Propaganda da Caixa; e Thomaz Naves, diretor comercial e de marketing da Record; que apresentaram os casos de sucesso vencedores do Destaque no Marketing do ano passado. Inovações e Pioneirismo Lívia Marquez abriu a série de apresentações explicando detalhes do case “A virada azul da marca TIM no mercado brasileiro”. Hoje, a TIM ultrapassou a Claro e se tornou a segunda maior operadora de telefonia móvel no Brasil, com 25,7% de share de mercado. O processo foi iniciado em 2009, quando a companhia percebeu que estava sem foco no mercado brasileiro. “A TIM foi pioneira ao trazer para o Brasil em 1998 a tecnologia GSM. Ao longo dos anos, perdemos um pouco o nosso foco e ficamos pra trás na preferência do consumidor. Por ser um mercado maduro, qualquer perda de share é significativa e a TIM precisava de uma identidade nova para dar a virada no mercado”, enfatizou Marquez. Em 2009, a empresa traçou objetivos ousados para a Comunicação e Marca e para os Negócios. Visava ser a primeira na lembrança do consumidor, aumentar a preferência dos usuários, que caiu 30% em 2007, e ficar com brand linkage acima da média do mercado. Além disso, precisava aumentar a base de clientes pós-pago e crescer as adições líquidas. Entre as ações de curto prazo realizadas pela TIM estavam o reposicionamento da marca e o lançamento de novos produtos e ofertas. A mudança pretendia causar impacto e romper com os códigos da categoria, sempre alinhados às novas mídias, consciência ambiental e ao crescimento da classe C. “A Vivo tinha uma propriedade, a Claro sempre teve a cor vermelha e a Oi nasceu com um formato padrão de comunicação. A TIM ainda não tinha uma cara única. Precisávamos de uma cor e de um formato diferenciado, dar atenção à classe C, sem esquecer da A e da B”, explica a diretora. Surgiu, então, o Blue Man Group, para reforçar a cor azul da marca. Além disso, o slogan foi modificado de “Viver sem fronteiras” para “Você sem fronteiras”. Ao mesmo tempo, a TIM ampliou sua cobertura e investiu na qualidade do sinal, lançando os planos Liberty, com uso ilimitado entre aparelhos da companhia, e Infinity, que cobrava por chamada e não por minuto. Com isso, a TIM deu poder à classe C, agregando 9,9 milhões de novos clientes. Lívia Marquez comemora os resultados. “Depois de quase dois anos de campanha, o brand linkage da marca cresceu de 32% para 91%. Hoje, a associação com o Blue Man Group é inevitável. Precisamos ter consistência na comunicação, passando a mesma mensagem para todos. Queremos crescer ainda mais”, finalizou. O Banco da Habitação Logo após, foi a vez de Wolmar Aguiar apresentar o case “Feirão da Caixa 2010”. Com 150 anos de mercado, a Caixa é a oitava marca mais valiosa da América Latina e têm as classes C, D e E em seu DNA. Na sexta edição do Feirão de imóveis, realizado em 13 cidades do Brasil, o banco teve sua primeira experiência com um hot site exclusivo do evento e entrou de vez para as novas mídias, justamente quando as classes mais populares começam a crescer no país. Quando realizou seu primeiro evento deste tipo, em 2005, o déficit habitacional brasileiro era de 7,2 milhões de moradias. Ao mesmo tempo, a Caixa tinha R$ 8,9 bilhões do FGTS para financiamentos. Com isso, surgiu a ideia de reunir no mesmo espaço todos os interessados na casa própria: os brasileiros, as imobiliárias e empresas do setor, e a própria Caixa. Para divulgação do evento, o ex-jogador Raí foi o escolhido como garoto-propaganda, por ser admirado por suas ações sociais, que chamariam a atenção das classes mais populares, e por ser um atleta respeitado e conhecido nacionalmente. “A Caixa tinha dinheiro para financiar, mas não tinha tanta procura. A demanda era pulverizada. Com o Feirão, reunimos todas as opções de Imóveis em um mesmo local, o que facilitou a vida de milhões de brasileiros”, explicou Wolmar. Diferente dos anos anteriores, o evento de 2010 tinha um fato especial: aconteceria na véspera da Copa do Mundo. Com isso, a Caixa criou o “Feirão do Hexa”, onde ela torcia pelo sonho do brasileiro de conquistar a casa própria. O filme da campanha se passava em um estádio de futebol, para gerar lembrança e mostrar todos os benefícios da aquisição de um imóvel durante a feira. Entre as novidades da comunicação, estão a criação de um hotsite específico para o evento, blog com notícias do setor e uma conta no Twitter com as atualizações em tempo real. No site, havia a possibilidade da simulação do financiamento. Segundo Wolmar, em 2012 o evento terá muitas novidades. “Acreditamos na internet esse ano e para o ano que vem vamos apostar também na TV por assinatura, que deve ter um crescimento grande este ano. Além disso, lançaremos um aplicativo para celular”, antecipa Wolmar. Os números impressionam. Em 13 cidades, foram ofertados mais de 450 mil imóveis, que foram avaliados por 576 mil visitantes. Foram fechados 93.560 negócios, gerando um volume de R$ 8,4 bilhões em financiamentos, que representa um crescimento de 70% em relação ao ano anterior. “Nosso objetivo é aumentar os produtos por clientes na Caixa. E a ideia é aproveitar quem entra no financiamento, pois vão ficar de 15 a 20 anos conosco”, conclui. A essência de ser carioca Para finalizar as apresentações, Thomaz Naves mostrou como o prêmio Atitude Carioca 2010, iniciativa da Record para resgatar a autoestima do Rio de Janeiro, aproximou a emissora, tradicionalmente paulista, da cidade. A ideia era criar uma premiação com glamour que colocasse em evidência grandes personalidades cariocas. Com isso, as pessoas passariam a olhar a emissora com outros olhos. A premiação aconteceu no Jockey Club Brasileiro, com mais de mil convidados. “Queríamos nos diferenciar da concorrência, homenageando a cidade com pessoas sem nenhuma ligação com a Record, para que o evento tivesse o máximo de credibilidade possível”, explicou Naves. A Record criou, então, um conselho de notáveis, com ícones de cada uma das 14 categorias do prêmio, incluindo Eike Batista, Carlos Vegara, Wagner Victer, Adriana Ancelmo, entre outros. A partir as indicações, a decisão seria do público, que poderia votar via internet ou em ações de marketing realizadas pela emissora na cidade. Entre elas, estão os pixman, que eram promotores que circulavam em shoppings e praias com computadores para estimular o voto; e vans adesivadas, que permitiam o voto em determinados pontos da cidade. Para tornar o evento conhecido, a Record promoveu algumas ações promocionais, como a distribuição de autoshade nos carros estacionados nas orlas da Zona Sul e Barra da Tijuca; Le Parkour, onde jovens escalavam monumentos na cidade; e manifestações artísticas, como show de sax, contadores de história e estátuas vivas. Thomaz propôs ainda que o público presente definisse a expressão atitude carioca com um sinônimo. Depois de muitos votos, o escolhido foi “natureza carioca”, que também expressa todos os valores que a emissora quer passar para o Rio de Janeiro. Os três casos mostram que, “no mundo do conhecimento, muito mais do que continuidade, a ruptura com vertentes anteriores tem se mostrado com uma força”, pontuou Valéria Luz. Momentos