Reprodução assexuada nos seres vivos

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS – BARREIRO
BIOLOGIA E GEOLOGIA - 11º ANO
Ficha de Trabalho – Reprodução Assexuada nos Seres Vivos
Professora Isabel Lopes
Introdução
A reprodução é uma característica fundamental dos seres vivos. Permitindo a formação de novos
indivíduos, assegura a perpetuação das espécies e, consequentemente, a continuidade da vida no
nosso planeta.
É através da reprodução que o material genético é transmitido de geração em geração, umas
vezes mantendo as características, outras produzindo algumas alterações.
A perpetuação das espécies depende da sua adaptação ao meio ambiente. Quando essa
adaptação é perfeita, a reprodução deverá manter e perpetuar essas características. Porém, se, por
alteração do meio, as condições deixarem de ser favoráveis, a sobrevivência das espécies estará
dependente da sua capacidade de adaptação ao novo ambiente.
Para ultrapassar as incertezas do meio e assegurar a produção de novas gerações, a Natureza
adoptou numerosas, e por vezes fantásticas, estratégias de reprodução, que globalmente se podem
agrupar em dois processos básicos: reprodução assexuada e reprodução sexuada.
Reprodução Assexuada
A reprodução assexuada permite a formação de novos indivíduos a partir de um só progenitor,
sem que haja a intervenção de células sexuais — os gâmetas. Deste modo, não há fecundação e,
consequentemente, não ocorre formação do zigoto.
Neste tipo de reprodução, os descendentes desenvolvem-se a partir de uma célula ou de um
conjunto de células do progenitor, pelo que todos os indivíduos são geneticamente iguais.
Assim, a partir de um só indivíduo podem formar-se numerosos indivíduos geneticamente idênticos,
designando-se este agregado por clone. A produção destes indivíduos designa-se por clonagem.
Todos os membros de um clone são geneticamente iguais e provêm de um só progenitor.
Só excepcionalmente podem surgir diferenças, quando por acaso ocorre uma alteração genética
(mutação).
A monotonia que se verifica na descendência é consequência do processo de divisão celular que
está na base da reprodução assexuada — a mitose. Este processo celular permite a formação de
duas células-filhas, com uma carga hereditária exactamente igual à da célula-mãe.
Nos seres unicelulares, a mitose corresponde à própria reprodução; quando a célula se divide em
duas, cada célula-filha será um novo indivíduo.
Muitos dos organismos que se reproduzem assexuadamente também o podem fazer
sexuadamente, sempre que as condições do meio lhes sejam desfavoráveis. Esta capacidade permitelhes ultrapassar o risco de extinção uma vez que a reprodução sexuada conduz à variabilidade
genética e, consequentemente, a uma maior capacidade para ultrapassar a adversidade do meio
ambiente. Os seres vivos em que os dois tipos de reprodução alternam periodicamente possuem
alternância de gerações no seu ciclo de vida É ainda de referir que a mitose desempenha um papel de
grande importância biológica no crescimento e desenvolvimento de seres pluricelulares, bem como na
renovação tecidular. Nesta última, destaca-se a regeneração de tecidos que, nalguns organismos mais
simples, pode significar a reconstrução de uma parte de um organismo ou mesmo o seu todo e,
noutros organismos mais complexos, se expressa na cicatrização. Deste modo, a regeneração implica
a ocorrência de divisão celular, crescimento e diferenciação.
Existem vários processos de reprodução assexuada. Os mais comuns são os seguintes: bipartição,
divisão múltipla, fragmentação, gemulação, partenogénese, multiplicação vegetativa e esporulação.
Tema: Reprodução assexuada nos seres vivos
a)
Bipartição
Este tipo de reprodução ocorre em seres vivos unicelulares,
como os protozoários, e também em muitos invertebrados, como as
anémonas.
A bipartição, também denominada cissiparidade, divisão
simples ou divisão binária, consiste na separação de um organismo
em dois indivíduos de tamanho semelhante, que crescem e atingem
as dimensões do progenitor. As figuras A e B mostram como este
processo ocorre numa bactéria e na paramécia, respectivamente.
b)
Divisão múltipla
Este tipo de reprodução assexuada também
se denomina de pluripartição ou esquizogonia.
Na divisão múltipla o núcleo da célula-mãe divide-se
em vários núcleos. Depois cada núcleo rodeia-se de
uma porção de citoplasma e de uma membrana,
dando origem às células-filhas, que são libertadas,
quando a membrana da célula-mãe se rompe, como
mostra a imagem abaixo.
c)
Fragmentação
A fragmentação é um tipo de reprodução assexuada em que
se obtêm vários indivíduos a partir da regeneração de fragmentos de
um indivíduo progenitor. No fundo consiste na divisão do corpo do
organismo progenitor em várias partes e cada uma dessas partes é
capaz de regenerar as partes em falta.
Este tipo de reprodução ocorre em animais como esponjas, estrelasdo-mar, anémonas, minhocas e planárias.
d)
Gemulação
Neste tipo de reprodução assexuada há a formação de expansões, chamadas gomos ou
gemas, na superfície da célula ou do indivíduo que, ao separarem-se, dão origem aos novos indivíduos,
geralmente de menor tamanho que o progenitor.
Também se pode chamar a este tipo de reprodução assexuada de gemiparidade. Ocorre em
seres unicelulares, como as leveduras, e em seres pluricelulares, como a esponja e a hidra.
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e) Partenogénese
Neste tipo de reprodução assexuada dá-se o desenvolvimento de
um indivíduo a partir de um óvulo não fecundado. Este tipo de
reprodução assexuada ocorre nas abelhas, pulgões, nalguns peixes,
anfíbios, répteis e na dáfnia (figura abaixo).
f)
Multiplicação vegetativa
Este tipo de reprodução assexuada é exclusivo das plantas. Existem vários processos de
multiplicação vegetativa, podendo este agrupar-se em dois grandes grupos: a multiplicação vegetativa
natural e a multiplicação vegetativa artificial.
1. Multiplicação vegetativa natural
A planta-mãe pode originar novas plantas a partir das várias parte que a
constituem como as folhas, os caules aéreos (estolhos), ou os caules
subterrâneos (rizomas, tubérculos e bolbos).
Folhas: certas plantas desenvolvem pequenas plântulas nas margens das
folhas. Estas, ao cair no solo, desenvolvem-se e dão origem a uma planta
adulta.
Estolhos: certas plantas, como o morangueiro, produzem plantas novas a
partir de caules prostrados chamados estolhos.
Cada estolho parte do caule principal e origina várias plantas novas, indo o
caule principal morrer assim que as novas plântulas desenvolvem as suas
próprias raízes e folhas.
Rizomas: os lírios, o bambu, e os fetos, possuem
caules subterrâneos alongados e com substâncias
de reserva, denominados rizomas. Estes, além de permitirem à planta
sobreviver em condições desfavoráveis, podem alongar-se, originando
gemas que se vão diferenciar em novas plantas.
Tubérculos: Os tubérculos são caules subterrâneos volumosos e ricos em substâncias de reserva,
sendo a batata um dos mais conhecidos. Os tubérculos possuem gomos com capacidade germinativa
e que originam novas plantas.
Bolbos: são caules subterrâneos arredondados, com um gomo terminal
rodeado por camadas de folhas carnudas, ricas em substâncias de
reserva. Quando as condições do meio são favoráveis, formam-se gomos
laterais, que se rodeiam de novas folhas carnudas e originam novas
plantas. Alguns dos bolbos mais conhecidos são a cebola e a túlipa.
2. Multiplicação vegetativa artificial
Este tipo de reprodução assexuada tem sido largamente utilizado no
sector agro-florestal para a multiplicação vegetativa de
plantas. Os mais comuns são a estaca, a mergulhia e a
enxertia.
Estaca: este tipo de multiplicação vegetativa consiste na
introdução de ramos da planta-mãe no solo indo, a partir
destes surgir raízes e gomos que vão originar uma nova
planta. A videira e a roseira reproduzem-se deste modo.
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Mergulhia: este tipo de multiplicação vegetativa consiste em dobrar um ramo da planta-mãe até
enterrá-lo no solo. A parte enterrada irá ganhar raízes e quando está
enraizada pode separar-se da planta-mãe, obtendo-se, assim, uma
planta independente.
Enxertia: consiste na junção das superfícies cortadas de duas partes
de plantas diferentes. As plantas utilizadas são da mesma espécie, ou
de espécies muito semelhantes. A parte que recebe o enxerto chamase cavalo e a parte dadora chama-se garfo. Existem vários tipos de
enxertia: a enxertia por garfo, a enxertia por encosto e a enxertia por
borbulha..
Na enxertia por garfo, o cavalo é cortado transversalmente. Seguidamente faz-se uma fenda
transversal nesse cavalo e introduz-se nele o garfo. A zona de união é envolvida em terra húmida para
ajudar à cicatrização da união entre
as duas plantas.
Na enxertia por encosto vão
juntar-se os ramos de duas plantas,
que
foram
previamente
descascados na zona de contacto,
e amarram-se para facilitar a união.
Após a cicatrização, corta-se a
parte do cavalo que se encontra
acima da zona de
união e a parte da
planta dadora que se
encontra abaixo da
mesma zona. A nova
planta é constituída
pelo sistema radicular
e tronco da planta
receptora do enxerto
e pelo ramo, ou
ramos,
da planta
dadora do enxerto.
Na
enxertia
por
borbulha efectua-se
um corte em forma de
T na casca do caule da planta receptora do enxerto.
Depois levanta-se a casca e introduz-se no local da
fenda o enxerto, constituído por um pedaço de
casca contendo um gomo da planta dadora.
Seguidamente, a zona de união é atada, para
facilitar a cicatrização.
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EXERCÍCIOS:
1. Observe a figura, na qual estão representados
diferentes processos de reprodução de
organismos vivos.
1.1. Identifique os processos de reprodução
representados na figura.
1.2. A figura representa processos de
reprodução sexuada ou assexuada? Justifique a
sua resposta.
1.3. Explique quais as características, do ponto
de vista genético, da descendência obtida pelos
processos de reprodução representados na
figura.
1.4. Refira duas vantagens dos processos
de reprodução representados e diga quais as
desvantagens associadas a este tipo de
reprodução.
2. A figura à esquerda representa um processo de
reprodução na Hydra.
2.1. Como se designa o processo de reprodução
representado?
2.2. Trata-se de um processo de reprodução
sexuada ou assexuada? Justifique a sua resposta.
2.3. Refira quais as características particulares do
processo de reprodução representado na figura.
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