ALTAS HABILIDADES E EDUCAÇÃO INCLUSIVA COMO UMA DAS RESPONSABILIDADES DOS PROFESSORES DE GEOGRAFIA Angélica Borges dos Santos Graduanda IG/UFU/Bolsista PIBIC/CNPQ. [email protected] Adriany de Ávila Melo Sampaio Profa. Dra. LEGEO-IG-UFU [email protected] Resumo: A formação do professor de Geografia deve ser capaz de prepará-lo para atuar em ambiente escolar composto por diferentes alunos. Cada aluno é único e especial, por isto seu tratamento deve ser singular. A Educação inclusiva é um modelo a ser adotado pelas escolas, que enfrentam grandes dificuldades para colocá-la em prática, mas as discussões até o momento estão restritas ao campo teórico das Universidades e suas pesquisas. Os alunos com Altas Habilidades precisam de atendimento especializado e são vistos como componentes do ensino de postura inclusiva. Os alunos com Altas Habilidades possuem habilidade ímpar no domínio de uma área específica ou de várias, e frequentemente são classificadas como crianças desatentas devido à dificuldade que os educadores têm em identificar suas aptidões. O professor de Geografia deve ser capaz de atuar como agente ativo do processo de aprendizagem de seus alunos. No caso das Altas Habilidades deve estar disposto a trazer conteúdos novos e diversificados a fim de estimular o desenvolvimento do aprendizado destes alunos, que pouco desenvolvem por não se sentirem motivados ou por estarem em um ambiente pouco interessante. Palavras chave: Inclusão, Superdotados, Ensino de Geografia INTRODUÇÃO O ensino regular atende a alunos que possuem várias diferenças relativas às características próprias de cada ser humano, sendo que as pessoas envolvidas na educação devem estar atentas a fim de garantir que a individualidade de cada um seja respeitada e estimulada no sentido de desenvolver suas habilidades individuais. O professor necessita cada vez mais estar preparado e disposto para encarar o desafio da Educação e não perder de vista o seu papel como agente ativo no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. A Educação de postura inclusiva é novidade para muitos profissionais e não deve por isso ser deixada de lado. Neste sentido os alunos com Altas Habilidades merecem especial atenção, já que são caracterizados por sua habilidade ímpar no domínio de uma área específica ou de várias, e frequentemente são vistos como alunos com problemas de aprendizagem devido à Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 1 dificuldade que os educadores têm em distinguir o aluno entediado do aluno com problema de aprendizagem. EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ENSINO PARA ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES Com a abertura da Escola para a inclusão, tem-se na sala de aula uma maior heterogeneidade de estudantes. Este novo modelo de abordagem da Educação aponta para a valorização do ser humano, no sentido de que cada aluno possui suas particularidades e que por isto deve ser respeitado e valorizado. A inclusão visa a quebra de todas as barreiras de acesso a escolarização que levam ao fracasso escolar e à exclusão social, sendo direcionada para todas as crianças que sofrem qualquer tipo de exclusão educacional. É um processo que envolve a identificação das diferenças e o rompimento de barreiras como a do preconceito e a da competição entre os alunos. Por isto deve contar com a participação de todos profissionais da Educação no sentido de introduzir na escola uma relação de cooperação e valorização das diferenças, o que irá refletir na vida destas pessoas em suas relações extra-escolares. A discussão sobre a inclusão é efetivada no Brasil a partir da década de 1990, e é por isto um discurso recente que ainda está muito limitado às Universidades e seus pesquisadores. Todas as escolas devem aderir a este modelo de Educação, e as que estão iniciando o processo de adesão enfrentam grandes dificuldades principalmente porque os professores não foram preparados para visualizar as individualidades dos alunos e, no geral, trabalham sobre moldes que os impedem de aderirem ao que é novo. Assim precisamos ir além dos argumentos ideológicos, da ilusão de que será um processo fácil, barato e indolor, se quisermos avançar de fato em direção ao sistema educacional inclusivo, e escrutinar continuamente se não estamos produzindo sob a bandeira da inclusão, formas cada vez mais sutis de exclusão escolar. (MENDES, 2006, p. 401) Os alunos, independente de suas diferenças humanas, merecem atenção especial no sentido de valorizar suas potencialidades e de garantir sua aprendizagem de forma efetiva, pois a atual situação da Educação no Brasil, principalmente a que ocorre em Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 2 escolas públicas, é preocupante, quando se percebe que ela tem se dado em um contexto de desmotivação mútua na relação aluno-professor. Nós educadores brasileiros, precisamos, urgentemente, modificar nossas práticas educacionais desatualizadas e desmotivantes para ensinar e aprender a planejar uma nova forma de ministrar aulas, que seja mais dinâmica, interessante e participativa. O conteúdo curricular pode se tornar mais acessível a todas as crianças, jovens e adultos em escolarização se foram trabalhados por meio de estratégias de ensino participativas e inovadoras que possibilitam ao educando aprender a aprender autônoma e colaborativamente. (FERREIRA, 2005, p.46) A vida escolar ocorre em um contexto dinâmico composto por dificuldades e por diferentes agentes, dentre os quais os alunos com Altas Habilidades. Nesse ambiente os educadores devem encaminhar o desenvolvimento de seus alunos através de orientação e estímulo necessários para promover cada ser humano da melhor forma possível. As Altas Habilidades caracterizam-se pelo elevado potencial de aptidões e talentos e pelo alto desempenho demonstrado nas diversas áreas do conhecimento do educando. Este aluno, assim como os outros, mas de forma peculiar, precisa de um estímulo no processo de aprendizagem para que seu talento seja usado no seu desenvolvimento e também contribua com a sociedade na qual está inserido. Chamadas também de superdotados e talentosas, as crianças com Altas Habilidades têm perfis irregulares, isto é, habilidades mais significativas em alguma área e menos em outras, o que pode influenciar em testes de avaliação quantitativa, como o do QI que identifica aptidões mais gerais principalmente da língua oficial e da matemática, sendo que as habilidades artísticas, verbais e outras não são identificadas por este tipo de teste. A discussão sobre a inteligência e o conhecimento, bem como sobre a origem das Altas Habilidades tem sido longamente feita por psicólogos e neurocientistas. Gardner, 1998 traz uma perspectiva histórica do desenvolvimento dessa discussão, apontando o pensamento de autores como Descartes, Piaget, Sperman, Ceci, Feldman e Stenberg. As definições de inteligências variam ao longo do tempo, entre as culturas e inclusive dentro da mesma cultura, variando de acordo com as necessidades e os propósitos de cada cultura, o que é evidenciado no caso dos criadores de testes de inteligência em que as definições enfatizam uma capacidade de resolver problemas abstratos. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 3 No caso das Altas Habilidades, ainda para Gardner (1998), os caminhos buscados e as alturas conquistadas são um produto conjunto da dotação inata, das oportunidades culturais e da quantidade de prática e da motivação. Winner (1998) nos diz que: A Superdotação não pode ser inteiramente um produto do nascimento. Apoio familiar, educação e trabalho duro podem determinar se um dom se desenvolve ou não. Não obstante, há consideráveis evidências para um forte componente embasado no cérebro para a superdotação (p.119). “Constata-se ainda uma pluralidade de concepções a respeito de quem seriam os alunos com Altas Habilidades”. (ALENCAR. 2007, p. 2). Sendo que as definições adotas pelas escolas variam amplamente. Na legislação brasileira encontra-se a distinção de seis tipos de superdotação: intelectual, social, acadêmica, criativa, psicomotrisinestésica, e talentos especiais. (BRASIL. 1995, p.14-15) Abrindo a oportunidade para o reconhecimento de habilidades em diversas áreas da capacidade humana. Porém na prática a legislação tão ampla encontra problemas para ser efetivada nas escolas públicas brasileiras por motivos como o desestímulo pela carreira docente e desinteresse por parte dos alunos que dificulta a identificação e estímulo da individualidade. A partir das Diretrizes Gerais para o Atendimento Educacional aos Alunos Portadores de Altas Habilidades/Superdotação Talentos, (BRASIL, 1995) estabelecidas pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação e Desporto do Brasil foi proposta a seguinte definição para as Altas Habilidades: comportamentos observados e/ou relatados que confirmam a expressão de ‘traços consistentemente superiores’ em relação a uma média (por exemplo: idade, produção ou série escolar) em qualquer campo do saber ou do fazer. Deve-se entender por ‘traços’ as formas consistentes, ou seja, aquelas que permanecem com freqüência e duração no repertório dos comportamentos da pessoa, de forma a poderem ser registradas em épocas diferentes e situações semelhantes. (BRASIL, 1995, p.13) Os alunos com Altas Habilidades necessitam de um atendimento especializado, mas fazem parte de uma parcela da população escolar não facilmente reconhecida pelos professores. Eles devem ser reconhecidos o mais cedo possível, pois precisam de Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 4 assistência para compreender e aprender a lidar com a diversidade de relações que apresentam em seu desenvolvimento. Além da construção do conhecimento as escolas devem preocupar-se com a auto-estima dos alunos superdotados tratando de questões emocionais juntamente com as educacionais, mas sem deixar de lado o fato de que todos os alunos, independente de suas diferenças humanas, merecem atenção especial no sentido de valorizar suas potencialidades. (ALENCAR, 2007) A identificação de pessoas com Altas Habilidades não é fácil e deve ser realizada, principalmente por meio de observações dos professores. Logo nas séries iniciais uma das possibilidades seria aplicação de testes individuais ou coletivos de inteligência, que visem apontar aptidões diferenciadas, buscando uma interação com os pais que têm maiores informações sobre os alunos. Tais testes devem ser elaborados e aplicados por uma equipe multidisciplinar tendo em vista o alcance das diversas habilidades. (FERREIRA, 2005) Tais alunos demonstram sinais que devem motivar este processo de identificação, como por exemplo, o interesse e a busca pelo desconhecido, sendo que o interesse constante por uma mesma atividade ou tema pode ser considerado como um indicativo para uma possível habilidade. Essa identificação sendo feita o mais cedo possível possibilita que este indivíduo se auto-conheça e se valorize como tal, e assim possa ser respeitada pelos outros que com ela se relacionam. Já que, de um modo geral, a superdotação é despercebida e desatendida ao longo de sua vida. Nas poucas circunstancias em que a preocupação com o superdotado se faz presente, há uma predominância de abordagens limitadas ou mesmo inadequadas, que podem inibir ou mesmo desestimular seu desenvolvimento. Essa identificação permite que a família, em conjunto com a escola, busque ações que favoreçam a estimulação e o desenvolvimento destas crianças. (VIRGOLIN, 2007) A educação inclusiva das pessoas com Altas Habilidades deve partir primeiramente do reconhecimento das habilidades individuais dos alunos pelos pais, uma vez que as necessidades destas pessoas não são visivelmente detectáveis. Campello de Souza (2002) mostra que na opinião dos próprios pais, a vasta maioria dos alunos podem ser considerados como “Normais”, havendo uma minoria que se distribui igualmente entre “Infradotados” e “Superdotados”. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 5 À medida que os pais e professores reconhecerem estas crianças como pessoas com Altas Habilidades e que, por isso, possuem necessidades educativas especiais, diferentes do modelo educacional atual, e desmitificarem seus conceitos referentes às Altas Habilidades, haverá uma maior probabilidade de que tais alunos tenham seus direitos educacionais realmente cumpridos e se desenvolvam pessoalmente. Alencar (2007) ao enumerar os problemas enfrentados na educação de alunos com Altas Habilidades mostra que: Muitos dos problemas que se observam entre alunos que se destacam por um potencial superior têm a ver com o desestímulo e frustração sentida por eles diante de um programa acadêmico que prima pela repetição e monotonia e por um clima psicológico em sala de aula pouco favorável à expressão do potencial superior. A escola não atende, de forma adequada, os alunos que apresentam habilidades intelectuais superiores, o que ajuda a explicar a apatia e ressentimento apresentados frequentemente por estes alunos. (p.374) Uma formação continuada se faz necessária para a instalação de uma visão mais ampla do sistema educacional que se atente às necessidades de seus diferentes alunos. Professores com formação e experiência em ensinar crianças superdotadas são necessários para fazer modificações na grade curricular aplicada aos alunos auxiliando no aprendizado das diversas áreas do conhecimento. Pois de modo geral, o ensino regular é direcionado para o aluno médio e abaixo da média, e o superdotado, além de ser deixado de lado neste sistema, é visto, muitas vezes, com suspeita por professores que possuem muita dificuldade para lidar com alunos que se destacam por um potencial superior e que tem reduzido grau de preparação docente para favorecer o desenvolvimento mais pleno do potencial humano. (ALENCAR, 2009. p.3) O processo de inclusão de pessoas com necessidades especiais, e particularmente com Altas Habilidades causa extremas mudanças e, por vezes, desconfortos na sala de aula. Não apenas os professores precisam estar capacitados para enfrentar esse novo desafio, mas principalmente, alunos, pais e comunidade de forma geral precisam compreender como a convivência com alunos incluídos poderá enriquecer a formação humana de seus membros. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 6 Conforme destaca Pérez, 2003: Enquanto os educadores e a sociedade, como um todo, não forem capazes de diferenciar mitos de realidade, enquanto estes alunos não saírem da invisibilidade e não forem distinguidas as suas necessidades, enquanto os dispositivos que visam a construir políticas educacionais continuarem apenas “falando” deste aluno como alvo da inclusão sem “pensar” em estratégias reais de inclusão, enquanto não lhe for “permitido” a este aluno se auto reconhecer e se aceitar como diferente, enquanto não aumentar a produção científica e os pesquisadores na área das altas habilidades, a sua inclusão não será possível. (p. 53) Com isso se percebe que a educação inclusiva de pessoas com Altas Habilidades só será possível através de um conjunto de práticas educacionais que visem o reconhecimento e o desenvolvimento (tanto emocional, social, psicológico quanto pessoal) destes alunos. O ENSINO DE GEOGRAFIA E AS ALTAS HABILIDADES O professor de Geografia tem como responsabilidade a construção do conhecimento de seus alunos sobre as inter-relações que a sociedade produz e reproduz no espaço historicamente. Assim o ensino de Geografia é capaz de promover no aluno a capacidade de interpretação, observação, análise e reflexão sobre o espaço, que é constantemente transformado por meio da interação entre as pessoas e o ambiente, sendo o professor agente ativo neste processo. No caso dos alunos com Altas Habilidades essa construção deve enfocar os interesses e potencialidades de cada indivíduo estimulando e trazendo a temática geográfica para sua realidade, seus interesses e sua vivência. O processo de desenvolvimento das habilidades individuais envolve diversos fatores interligados, sendo necessário que cada pessoa seja provida de elementos para seu desenvolvimento pleno, que perpassa por questões psicológicas em que a motivação e o estímulo são fundamentais. No geral a motivação vem de algum estímulo vindo da Educação e/ou do apoio familiar que se recebe, já que um ambiente provido de estímulos permite que a demonstração das habilidades individuais transpareça mais facilmente. Dessa forma Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 7 Torna-se nossa tarefa, enquanto educadores, conhecer os pontos fortes e os interesses do aluno, suas necessidades cognitivas, sociais e afetivas peculiares, a fim de dar-lhes oportunidades de construir seu próprio conhecimento no seu próprio ritmo. Talvez assim possamos transformar suas potencialidades e promessas, visualizadas em seus primeiros anos, em certezas e realizações. (VIRGOLIM, 2007, p.9) A formação do futuro professor de Geografia deve prepará-lo para o entendimento de como e porque os estudantes com Altas Habilidades enfrentam dificuldades nas aulas e na Geografia, entendendo também como este professor pode o ajudar a aprender, de forma a melhorar o quadro atual da Educação brasileira que se mostra aquém de sua capacidade na formação de cidadãos. A busca por formação complementar ou mesmo por materiais didáticos se faz cada vez mais necessária para garantir dinamismo à Educação. Este dinamismo é o que prende a atenção dos alunos e que, com o apoio do professor, permite que o aprendizado ocorra de forma cada vez mais simples e interessante. Uma abordagem que deve ser levada em consideração no caso do ensino de Geografia e que tem sido usado em alguns estados do Brasil para o atendimento das pessoas com necessidades educativas especiais e que precisa ser difundida é a sala de recursos, que visa Oferecer atendimento complementar individualizado ou em grupo, em horário inverso ao que o aluno estuda, sob a orientação de professor especializado e/ou capacitado com o apoio de material didático-pedagógico adaptado e equipamentos específicos necessários à educação do aluno com necessidades educativas especiais (BRANDÃO, 2010, pg 2) A sala de recursos tem como característica a complementação dos conteúdos escolares com temas que não estão presentes nos currículos, mas que sejam do interesse dos alunos e deve levar em conta as habilidades e o estilo de aprendizagem de cada aluno envolvido. É um local onde se propõe trabalhar para o desenvolvimento dos alunos com necessidades educativas especiais, desenvolvendo pesquisas e novas experiências de aprendizagem baseado em temas motivantes, onde os alunos se tornem produtores de conhecimento. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 8 A grande dificuldade para implementação da sala de recursos como suporte a educação inclusiva é a falta de infra-estrutura das escolas e de profissionais especializados. No caso do ensino de Geografia a questão se complica ainda mais, pois o trabalho de campo é fundamental no processo de construção do conhecimento geográfico e as escolas não dispõem de recursos para esse tipo de atividade. O uso de recursos geográficos como a geoestatística, os mapas, as imagens de satélite, os trabalhos de campo, e a percepção das relações existentes no espaço, não podem ser deixados de lado o ensino de Geografia para estudantes com Altas Habilidades, que deve partir sempre da identificação dos interesses e abordar elementos da realidade de cada aluno atendido. CONSIDERAÇÕES FINAIS Na educação inclusiva é importante identificar o tipo de necessidade que os alunos de uma determinada sala apresentam, para então utilizar meios que auxiliem no seu aprendizado, visando atingir a cada um em sua individualidade bem como a cada um em seu conjunto. Após começar a compreender o tipo de necessidade educativa que o aluno possui ficará mais fácil para o professor de Geografia interagir com o grupo e ajudá-lo no seu desempenho e melhor aproveitamento educacional em sala. Para que a Educação Inclusiva realmente se aplique é necessário uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam às diferenças dos alunos. É uma abordagem que percebe o sujeito e suas singularidades tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos. Neste âmbito, o professor de Geografia tem um papel fundamental para a formação de cidadãos conscientes de sua funcionalidade na transformação do espaço, oferecendo meios para que estas pessoas se auto conheçam e se percebam com Altas Habilidades e assim possam se realizar plenamente seu desenvolvimento, o que poderá ser feito por meio de programas de atendimento como as salas de recursos. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 9 REFERÊNCIAS: ALENCAR, E. M. L. S. Características sócio-emocionais do superdotado: questões atuais. 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