Título: Disponibilidade de recursos e dieta de duas espécies de Leptodactylidae em um fragmento florestal de terra firme, Pará, Brasil. Resumo: Este trabalho teve como objetivo avaliar a disponibilidade de presas no ambiente e verificar de que forma as duas espécies Leptodactylidae utilizam as presas disponíveis. Foram escolhidas duas espécies simpátricas Leptodactylus fuscus e Physalaemus ephippifer relativamente comuns na área de estudo. O trabalho foi desenvolvido em um fragmento florestal no município de Santa Bárbara. A dieta das espécies foi avaliada em frequência, importância e amplitude trófica. Os invertebrados disponíveis no ambiente foram coletados através de armadilhas. Coletamos 16 L. fuscus e 20 P. ephippifer. A amplitude trófica das espécies foi similar entre si L. fuscus (β= 0,57) e P. ephippifer (β= 0,44). Para Leptodactylus fuscus 14 categorias de presas, onde a mais frequente foi o material mineral e vegetal (FOi=87,50%), seguido de Orthoptera (FOi= 75%) e Formicidae (FOi= 68,75%) o item mais importante foi Orthoptera (IAi= 29,77%) seguido de Oligochaeta (IAi= 13,52%). Physalaemus ephippifer apresentou nove categorias de presa, material mineral e vegetal (Foi=65%) e Formicidae (Foi=65%) como as mais frequentes, Formicidae (IAi= 43,21%), Isoptera (IAi= 14,96%) e Orthoptera (IAi= 4,62%) como as mais importantes. Encontramos 20 categorias como amostragem da disponibilidade do ambiente. Houve uma correlação positiva entre a dieta de L. fuscus (r2=0.518), porem para P. ephippifer não observamos relação (r2=0.444). Encontrar Orthoptera presa como o item mais importante é justificável pela tática de forrageio dos Leptodactylus, levando em consideração que Orthoptera são insetos rápidos facilitando a predação. Altos valores de Formicidae na dieta de P. ephippifer explicam-se pela possível utilização dessa presa na produção de suas toxinas. Leptodactylus fuscus mostrou-se mais susceptível a composição dos invertebrados disponíveis, provavelmente pelo fato da espécie ser generalista, não sendo tão seletiva com o que come, podendo ser mais afetada com variações na abundancia dos invertebrados.