Desenvolvimento de Utilidades e Site Services partilhados

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SUMÁRIO EXECUTIVO
ESTUDO PARA O DESENVOLVIMENTO DE UTILIDADES E
SITE SERVICES PARTILHADOS DE SUPORTE ÀS
INDÚSTRIAS DE REFINAÇÃO, PETROQUÍMICA E QUÍMICA
INDUSTRIAL EM PORTUGAL
Relatório de síntese de conclusões
Outubro de 2012
1|Página
ÍNDICE
1. SUMÁRIO EXECUTIVO ................................................................................................... 4
2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 8
3. NECESSIDADES DE UTILIDADES E SITE SERVICES E SEUS DESAFIOS FUTUROS ................ 10
4. MELHORES PRÁTICAS INTERNACIONAIS NA PARTILHA DE UTILIDADES E SITE SERVICES .... 16
5. AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES E SITE SERVICES... 20
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 35
2|
AGRADECIMENTOS
Apoiantes institucionais:
Associados da AIPQR:
Outros participantes:
O presente Estudo foi comissionado pela Associação das Indústrias de
Petroquímica, Química e Refinação (AIPQR). As análises e conclusões contidas neste
relatório foram elaboradas pela A.T. Kearney e pela Technoedif, em estreita
colaboração com o Grupo de Trabalho composto por responsáveis das empresas
associadas da AIPQR. Agradece-se também a participação de outras empresas do
sector ou relacionadas, a disponibilidade dos especialistas internacionais de outros
clusters europeus consultados no âmbito da identificação de melhores práticas
internacionais, bem como outros participantes que não se encontram aqui listados
3|
SUMÁRIO EXECUTIVO
1. SUMÁRIO EXECUTIVO
4|
SUMÁRIO EXECUTIVO
Constituída com a missão de dinamizar e desenvolver o Pólo de Competitividade e Tecnologia
nas áreas de Refinação, Petroquímica e Química Industrial em Portugal, a AIPQR deu início à
realização de um Estudo que teve como objectivo avaliar as actuais e futuras necessidades de
Utilidades e Site Services e identificar as melhores soluções partilhadas que satisfaçam essas
necessidades. Para o efeito foi constituído um Grupo de Trabalho composto por representantes
das empresas associadas da AIPQR e uma equipa de consultores da A.T. Kearney e da
empresa especializada de engenharia Technoedif.
O presente Estudo nasce da constatação que uma das principais fragilidades estruturais do
cluster de Refinação, Petroquímica e Química Industrial em Portugal é a elevada desintegração
entre as empresas que o constituem (em Matosinhos, Estarreja e Sines), em particular no que
diz respeito à duplicação de soluções e custos com Utilidades e Site Services, o que constitui
uma limitação à sua competitividade, sustentabilidade e desenvolvimento, dado o peso que as
Utilidades e Site Services têm nas estruturas de custos das empresas deste cluster.
Neste sentido, a AIPQR e os seus associados pretendem através deste Estudo promover o
desenvolvimento de soluções partilhadas de Utilidades e Site Services, aproveitando sinergias
e economias de escala entre as empresas do cluster, atraindo investimento para a criação de
infra-estruturas partilhadas de Utilidades, contribuindo para o desenvolvimento de pequenas e
médias empresas potencialmente fornecedoras de Site Services e consequentemente
promovendo o desenvolvimento da economia nacional e a geração de emprego, contrariando
um contexto económico que é hoje particularmente adverso.
A nível europeu, a experiência de outros clusters de Refinação, Petroquímicos e Químicos
demonstra ser possível e benéfico a partilha de Utilidades e Site Services entre empresas
destes sectores, permitindo identificar três práticas de sucesso: a ampla partilha e contratação
centralizada de Utilidades e Site Services (quer através da gestão partilhada de soluções
comuns quer através da criação de agrupamentos internos para compra conjunta de
Utilidades), a existência de modelos de gestão claros e integrados de Utilidades e Site Services
(quer através de entidades participadas pelas próprias empresas do cluster quer através da
sua exploração por terceiros) e o forte compromisso e coordenação dos agentes da indústria
(quer públicos quer privados) na viabilização de soluções de partilha de Utilidades e Site
Services.
5|
SUMÁRIO EXECUTIVO
No caso português, as maiores oportunidades de partilha de Utilidades e Site Services
verificam-se fundamentalmente em Estarreja, dada a assimetria de consumos e a escala que
algumas empresas em Sines já possuem, permitindo-lhes ter de forma eficiente as suas
próprias soluções de Utilidades, e o facto de em Matosinhos apenas estar instalada a Galp
Energia. Em concreto, a análise aprofundada das operações das principais empresas das
indústrias de Refinação, Petroquímica e Química Industrial em Portugal permitiu identificar um
conjunto de oportunidades de partilha de Utilidades e Site Services:
1.
Compra conjunta de electricidade e gás natural para todo o cluster: de forma a
beneficiar de economias de escala na negociação do fornecimento de electricidade e
gás natural, tendo em vista a redução da respectiva da margem de comercialização,
recomenda-se a exploração de opções de contratação agregada de electricidade e
gás natural entre os players do cluster. A contratação agregada exigirá, no entanto,
uma revisão e coordenação prévia da política de risco a assumir por cada um dos
players, em particular daqueles que possuem uma centralização da contratação de
electricidade e gás natural a nível corporativo. Adicionalmente, deverão também ser
exploradas hipóteses de participação em cooperativas já existentes para compra
agregada de electricidade, visto estas já possuírem as capacidades necessárias para
uma contratação directa a nível do mercado grossista;
2.
Fornecimento de gás natural a Alta Pressão em Estarreja: dado o diferencial
tarifário entre o fornecimento de gás natural a Alta Pressão (AP) e a Média Pressão
(MP) e o elevado consumo conjunto desta utilidade por parte dos players de
Estarreja, recomenda-se que a CUF, a DOW e a Cires efectuem o reduzido
investimento necessário para poderem passar a ser abastecidos em AP,
beneficiando da infra-estrutura existente que actualmente já abastece a Air Liquide.
Esta iniciativa requer no entanto que aqueles três players de Estarreja passem a
adquirir conjuntamente o gás natural, para que globalmente ultrapassem o limite
mínimo de consumo de qualificação para as tarifas de transporte mais reduzidas em
AP;
3.
Desenvolvimento de uma cogeração para o fornecimento comum de vapor ao
pólo de Estarreja: dado que a maior parte do vapor consumido pelos players do
pólo de Estarreja provém de fontes dedicadas à sua geração, através de meios subóptimos (cogerações individuais e caldeiras), recomenda-se a construção de uma
6|
SUMÁRIO EXECUTIVO
central de cogeração para o estabelecimento de uma fonte de vapor comum que
melhore a competitividade do pólo. Neste sentido, deverão ser desenvolvidos
estudos de detalhe para dois tipos distintos de centrais de cogeração para o pólo: (i)
uma central de cogeração a gás natural, com o intuito de agregar a produção de
vapor para o pólo e materializar o respectivo ganho de eficiência, e (ii) uma central
de cogeração de resíduos (CDRs e lamas residuais), beneficiando de uma tarifa de
electricidade mais vantajosa e da diminuição da dependência do gás natural;
4.
Exploração de fontes alternativas para suprir as necessidades futuras de água
ao pólo de Estarreja: visto que a actual licença de captação do Rio Antuã, detida
pela CUF, não é suficiente para suprir as necessidades futuras de água do pólo de
Estarreja, recomenda-se que sejam exploradas duas alternativas complementares
para abastecimento futuro do pólo: (i) o abastecimento a partir da rede municipal da
Águas da Região de Aveiro (AdRA), realizando os contactos com os stakeholders
relevantes para poder beneficiar da expansão planeada para reforço da captação no
rio Vouga (projecto “Carvoeiro 2”) e para poder assegurar o abastecimento do pólo a
uma tarifa reduzida; e (ii) o reaproveitamento das águas residuais da ETAR norte da
SIMRIA para fornecimento de água para desmineralização no pólo, com a necessária
instalação de uma central de desmineralização comum com tecnologia de osmose
inversa, por forma a garantir a compatibilidade das especificações da água tratada
com os requisitos todos os players;
5.
Partilha de alguns site services: embora o benefício económico seja relativamente
reduzido, face ao peso que os site services apresentam na estrutura de custos dos
players do cluster, recomenda-se que seja explorada a partilha de alguns site
services seleccionados, nomeadamente: (i) os serviços de gestão do site (por
exemplo, os serviços de portaria, vigilância, jardinagem ou limpeza de edifícios),
(ii) os serviços de manutenção (em particular os de metalomecânica, mais facilmente
partilháveis), e (iii) os serviços de segurança (por exemplo, as formações de
segurança de índole mais geral ou os serviços das brigadas de incêndio).
O presente Estudo visou delinear as melhores soluções partilhadas de Utilidades e Site
Services e apontar os passos necessários à sua implementação. Agora é fundamental que os
agentes da indústria se coordenem, assumam um compromisso de desenvolvimento de
soluções conjuntas e actuem na implementação das iniciativas propostas.
7|
INTRODUÇÃO
2. INTRODUÇÃO
8|
INTRODUÇÃO
A AIPQR (Associação das Indústrias de Petroquímica, Química e Refinação) foi constituída
com a missão de dinamizar a constituição e o desenvolvimento do Pólo de Competitividade e
Tecnologia nas áreas de Refinação, Petroquímica e Química Industrial em Portugal,
contribuindo para o desenvolvimento e crescimento dos agentes produtivos nele presentes.
No âmbito desta missão, a AIPQR e os seus associados iniciaram em 2012 a realização de um
Estudo com o objectivo de avaliar as actuais e futuras necessidades de Utilidades e Site
Services à luz das melhores práticas internacionais e identificar as melhores soluções
partilhadas que satisfaçam essas necessidades e potenciais modelos de negócio para
rentabilização e exploração dessas soluções.
Para o desenvolvimento desse Estudo foi criado um Grupo de Trabalho envolvendo
representantes das principais empresas associadas da AIPQR com potencial interesse em
desenvolver soluções partilhadas de Utilidades e Site Services (Air Liquide, CIRES, CUF,
DOW, Euroresinas e Galp Energia) e contratados os serviços de uma consultora internacional
com vasta experiência nestas matérias, a A.T. Kearney, a qual foi apoiada na avaliação técnica
e económica das soluções propostas por uma empresa especializada de engenharia, a
Technoedif.
O presente Estudo nasce da convicção da AIPQR e dos seus associados de que o
desenvolvimento de soluções partilhadas de Utilidades e Site Services fomentará o aumento
da competitividade das indústrias nacionais de Refinação, Petroquímica e Química Industrial, e
consequentemente o desenvolvimento da economia nacional e a geração de emprego e
riqueza, na medida em que permitirá:
 Capturar sinergias e economias de escala entre as actuais empresas do sector,
fomentando a sua eficiência;
 Atrair investimento para o desenvolvimento de infra-estruturas partilhadas de Utilidades;
 Fomentar a iniciativa empresarial e promover o desenvolvimento de pequenas e médias
empresas potencialmente fornecedoras de soluções partilhadas de Site Services;
 Atrair potenciais novas empresas do sector e facilitar a sua instalação nos pólos de
Refinação, Petroquímica e Química Industrial em Portugal.
O presente relatório constitui uma síntese das principais conclusões do Estudo.
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NECESSIDADES DE UTILIDADES E SITE SERVICES E SEUS DESAFIOS
FUTUROS
3. NECESSIDADES DE UTILIDADES E SITE
SERVICES E SEUS DESAFIOS FUTUROS
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NECESSIDADES DE UTILIDADES E SITE SERVICES E SEUS DESAFIOS
FUTUROS
O Estudo abrangeu
As indústrias de Refinação, Petroquímica e Química Industrial em
um vasto conjunto
Portugal estão essencialmente localizadas em três pólos distintos –
de Utilidades e Site
Matosinhos (onde se encontra basicamente a Galp Energia), Estarreja
Services de suporte
(com unidades de dimensão média e semelhante, tais como as da
às empresas de
CUF, DOW, CIRES ou Air Liquide) e Sines (onde coexistem empresas
Refinação,
de grande dimensão como a Galp Energia ou a Repsol com unidades
Petroquímica e
de menor dimensão como as da EuroResinas ou da Air Liquide).
Química Industrial
em Portugal
A análise das operações das principais empresas das indústrias de
Refinação, Petroquímica e Química Industrial em Portugal permite
constatar que estas dependem de diversas Utilidades e Site Services
(Quadro 1):
1. Utilidades: electricidade, gás natural, vapor, água (bruta, de
arrefecimento,
desmineralizada
e
desionizada),
resíduos
(deposição de resíduos sólidos e tratamento de efluentes
líquidos) e outros fluídos (ar comprimido e azoto, principalmente);
2. Site Services: gestão do site (portaria, cantina, jardinagem,
limpeza de edifícios, ar condicionado), ambiente, qualidade e
segurança,
saúde
(posto
médico,
seguros),
manutenção
(dinâmica, metalomecânica, andaimes, pinturas, electricidade e
instrumentação),
formação,
tecnologias
de
informação,
comunicações, serviços logísticos e laboratório.
Os custos
Os custos associados a estas Utilidades e Site Services assumem já
associados a
hoje uma dimensão relevante para a competitividade do sector,
Utilidades e Site
representando, no caso das empresas participantes no Estudo, mais
Services assumem
de 250 milhões de Euros (Quadro 2). Destes, verifica-se que cerca de
uma dimensão
80% diz respeito ao consumo de Utilidades, em particular gás natural,
relevante para a
electricidade e vapor, os quais conjuntamente representam mais de
competitividade do
três quartos dos custos totais. Por sua vez, os Site Services
sector
representam pouco mais de 20% dos custos totais, entre os quais
apenas os serviços de manutenção apresentam uma relevância
significativa.
11 |
NECESSIDADES DE UTILIDADES E SITE SERVICES E SEUS DESAFIOS
FUTUROS
Utilidades: principais
No que diz respeito a Utilidades, as maiores oportunidades de partilha
oportunidades de
verificam-se em Estarreja (Quadro 3), dada a assimetria de consumos
partilha verificam-se
e a escala que algumas empresas em Sines já possuem, permitindo-
em Estarreja,
lhes ter de forma eficiente as suas próprias soluções de Utilidades, e o
nomeadamente de
facto de em Matosinhos apenas estar instalada a Galp Energia:
Electricidade, Gás
1. Electricidade: alto potencial de partilha, uma vez que o elevado
Natural, Vapor e
peso do consumo agregado do cluster no total de consumo
Água
nacional e a tendência de aumento do preço da energia eléctrica
potenciam o desenvolvimento de iniciativas de compra conjunta;
2. Gás natural: igualmente um elevado potencial de partilha, pelas
mesmas razões apontadas para a electricidade e agravado pelas
perspectivas de aumento significativo do consumo de gás natural
no site de Estarreja para os próximos anos;
3. Vapor: elevado potencial de partilha em Estarreja, uma vez que a
produção própria por cada player com utilização de meios subóptimos (e.g. caldeiras) cria a oportunidade de desenvolvimento
de uma solução conjunta que sirva todo site; pelo contrário, em
Sines, a auto-suficiência de cada player através de meios
economicamente eficientes (e.g. co-gerações de gás natural,
reaproveitamento de processos) limita o potencial de partilha;
4. Água: embora o abastecimento já se encontre centralizado, quer
em Estarreja (através da CUF) quer em Sines (através da AdSA),
no caso do pólo de Estarreja as limitações da licença de
captação actualmente existente criam a necessidade de
assegurar soluções conjuntas de abastecimento futuro do site;
adicionalmente, a existência de soluções distintas de tratamento
de água permite também colocar a possibilidade de desenvolver
uma solução partilhada para este efeito;
5. Outras Utilidades: reduzido potencial de partilha, uma vez que
os resíduos sólidos são distintos entre os players e apresentam
baixo potencial de tratamento conjunto; o tratamento de efluentes
já se encontra centralizado nas empresas municipais respectivas
(SIMRIA e AdSA); o azoto já se encontra centralizado; e o ar
comprimido apresenta um limitado potencial de sinergias.
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NECESSIDADES DE UTILIDADES E SITE SERVICES E SEUS DESAFIOS
FUTUROS
Site Services:
Por sua vez, no que diz respeito a Site Services, as maiores
principais
oportunidades de partilha a explorar verificam-se nos serviços de
oportunidades de
Manutenção (Quadro 4), dada o peso que estes apresentam no total
partilha verificam-se
dos
nos serviços de
Petroquímica e Química Industrial:
Manutenção
1.
custos com
Site Services
das indústrias
de Refinação,
Manutenção: elevado potencial de partilha, em particular no
caso de algumas especialidades com menor especificidade e
criticidade para o negócio, uma vez que o significativo volume
de gastos e o elevado grau de externalização permitem
considerar possibilidades de contratação conjunta destes
serviços;
2.
Gestão do site: embora com reduzida expressividade no total
de
gastos,
o
facto
destes
serviços
se
encontrarem
maioritariamente externalizados e apresentarem uma baixa
criticidade para o negócio permite considerar a sua contratação
partilhada;
3.
Outros
Site
Services:
reduzido
potencial
de
partilha
percepcionado pelas próprias empresas do sector, dada a
pouca
representatividade
dos
respectivos
gastos,
a
especificidade de alguns serviços ou a existência de políticas
de gestão corporativa que limitam a compra conjunta a nível do
site.
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NECESSIDADES DE UTILIDADES E SITE SERVICES E SEUS DESAFIOS
FUTUROS
Quadro 1 – Caracterização do âmbito de Utilidades e Site Services
Utilidades
Site Services
Descrição
• Consumo de energia eléctrica
Electricidade • Produção de energia eléctrica
Gás natural
• Consumo de gás natural de suporte
ao processo
• Consumo de vapor para obtenção de
energia térmica
• Produção de vapor para exportação/
consumo próprio
Vapor
Água
• Consumo de água bruta, de
arrefecimento, desmineralizada e
desionizada
Resíduos
sólidos e
líquidos
• Deposição e valorização de resíduos
sólidos
• Tratamento e deposição de efluentes
líquidos
Outros
fluídos
• Consumo e produção de ar
comprimido para instrumentos e de
serviço
• Consumo de azoto
Descrição
Gestão do site
• Portaria, cantina, jardinagem, limpeza de
edifícios, ar condicionado
Ambiente,
qualidade e
segurança (AQS)
• Qualidade de produção
• Segurança de trabalhadores
• Regulamentação ambiental
Saúde
• Posto médico
• Seguros de saúde
Manutenção
• Dinâmica, metalomecânica, andaimes,
pinturas, electricidade e instrumentação, etc.
Formação
• Acções de formação
• Formações de segurança
Tecnologias de
Informação (TI)
• Material informático diverso
Comunicações
• Comunicações de voz e dados fixas e
móveis
Serviços
logísticos
• Transporte de pessoal, movimentação de
carga, packaging
Laboratório
• Análises de amostras
Fonte: A.T. Kearney
Quadro 2 – Decomposição dos gastos de Utilidades e Site Services
>250 M€
Matosinhos
Sines
Estarreja
14%
7%
1%
1%
1%
79%
5%
100%
1%
55%
• Inclui:
̶ AQS (3%)
̶ Laboratório (1%)
̶ Logística (0,6%)
̶ Comum & TI5 (0,4%)
̶ Formação (>0,1%)
̶ Saúde (>0,1%)
13%
Electricidade
Gás
natural
Vapor1
Água
Resíduos2
Outros
fluídos3
Utilidades
Gestão
do site4
Manutenção4
Outros4
Total
1. Estimativa de custos de produção de vapor excluindo custos de combustíveis; 2. Deposição de efluentes; 3. Azoto; 4. Não inclui custos da Air Liquide por falta de dados disponíveis;
5. Comunicações e TI
NOTA: Foram assumidos custos para as diversas Utilidades da Air Liqude e para o vapor da CIRES e da Refinaria de Matosinhos da Galp com base numa estimativa de custos de players
comparáveis; Custos de fornecimento de água e deposição de efluentes estimados por base em tarifas observados noutros players dos pólos respectivos
Fonte: Empresas do Pólo; AIPQR; Análise A.T. Kearney
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NECESSIDADES DE UTILIDADES E SITE SERVICES E SEUS DESAFIOS
FUTUROS
Quadro 3 – Principais Utilidades com potencial de partilha
Estarreja
Sines
Electricidade
•
•
•
•
Elevado consumo (~1% do nacional)
Tendência crescente de preços
Distribuição de consumos potencia partilha
Contratação individual por cada player
• Elevado consumo (~0,8% do nacional)
• Assimetria de escala entre o consumo dos
players do pólo limita potencial de partilha
• Contratação corporativa por cada player
Gás natural
•
•
•
•
Elevado consumo (~2% do nacional)
Aumento do consumo previsto (~+23%)
Tendência crescente de preços
Distribuição de consumos potencia partilha
• Muito elevado consumo (~6% do nacional)
• Consumo concentrado numa única empresa
(Galp), igualmente distribuidora e
comercializadora, limita potencial de partilha
Vapor
• Produção própria por cada player com
utilização de meios sub-óptimos (e.g.
caldeiras) cria a oportunidade de
desenvolvimento de solução conjunta
• Auto-suficiência de cada player através de
meios economicamente eficientes (e.g. cogerações de gás natural, reaproveitamento
de processos) limita potencial de partilha
Água
• Abastecimento de água já centralizado (CUF)
• Limitações da licença de captação actualmente
existente criam necessidade de assegurar o
abastecimento futuro do pólo
• Distintas soluções de tratamento de água
• Abastecimento de água já centralizado na
rede municipal (AdSA)
• Segurança e capacidade de expansão do
abastecimento e tratamento de água
garantida pela rede municipal
Resíduos
sólidos e
líquidos
• Diferença de processos produtivos induz
produção de distintos resíduos sólidos com
baixo potencial de tratamento conjunto
• Tratamento de efluentes já centralizado
(SIMRIA) e com capacidade de expansão
• Diferença de processos produtivos induz
produção de distintos resíduos sólidos com
baixo potencial de tratamento conjunto
• Tratamento de efluentes já centralizado
(AdSA) e com capacidade de expansão
Outros
fluidos
• Azoto: abastecimento já centralizado num
fornecedor (Air Liquide)
• Ar comprimido: produção própria por cada
player com limitado potencial de sinergia
• Azoto: consumo concentrado numa única
empresa (Galp)
• Ar comprimido: produção própria por cada
player com limitado potencial de sinergia
Fonte: Empresas do Pólo; AIPQR; Análise A.T. Kearney
Quadro 4 – Principais Site Services com potencial de partilha
Estarreja
Sines
Gestão do site
• Serviços maioritariamente externalizados e com reduzida criticidade para o negócio
• Potencial redução de custos através da contratação conjunta
Ambiente,
qualidade e
segurança
• Actividades de ambiente e qualidade especificas a cada processo produtivo
• Reduzida externalização de competências limita potencial de partilha
• Potencial partilha de alguns serviços de segurança
Saúde
• Categoria com gastos pouco representativos
• Especificidades das rotinas médicas de cada processo limita potencial de partilha
• Percepção de reduzido mérito de partilha por parte dos players
Manutenção
• Categoria com gastos representativos
• Externalização de alguns trabalhos/especialidades cria potencial de partilha
Formação
• Categoria com gastos pouco representativos
• Percepção de reduzido mérito de partilha por parte dos players
TI
Comunicações
Serviços
logísticos
Laboratório
• Gestão a nível corporativo limita potencial de partilha local entre os players
• Gestão a nível corporativo limita potencial de partilha local entre os players
• Percepção de reduzido mérito de partilha por parte dos players
• Especificidade dos processos limita potencial de partilha
• Percepção de reduzido mérito de partilha por parte dos players
Fonte: Empresas do Pólo; AIPQR; Análise A.T. Kearney
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MELHORES PRÁTICAS INTERNACIONAIS NA PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
4. MELHORES PRÁTICAS INTERNACIONAIS NA
PARTILHA DE UTILIDADES E SITE SERVICES
16 |
MELHORES PRÁTICAS INTERNACIONAIS NA PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
As experiências de
Com o objectivo de identificar melhores práticas internacionais de
outros clusters
desenvolvimento de soluções partilhadas de Utilidades e Site Services
químicos europeus
que possam servir de referência à situação portuguesa, foram
demonstram ser
estudados seis clusters europeus de refinação, petroquímica e química
possível e benéfico
– Knapsack, Geleen, Leuna, Wilton, Marl e Tarragona. As experiências
a partilha de
destes clusters demonstram ser possível e benéfico a partilha de
Utilidades e Site
Utilidades e Site Services entre empresas do sector, em condições
Services
semelhantes às que se verificam no caso do cluster de refinação,
petroquímico e químico nacional.
Três factores chave
A análise realizada permite concluir que o sucesso das soluções de
explicam o êxito de
Utilidades e Site Services desenvolvidas por estes clusters pode ser
experiências bem-
principalmente explicado por três factores chave (Quadro 5):
sucedidas de
1. Ampla partilha e contratação centralizada de Utilidades e Site
outros clusters
Services, quer através do aproveitamento de sinergias na gestão
europeus
partilhada de soluções comuns de energia eléctrica, vapor, gás
natural, água, tratamento de resíduos ou de diversos site services
(e.g. cluster químico de Knapsack), quer através da criação de
agrupamentos internos para compra conjunta de Utilidades, tais
como energia eléctrica ou gás natural (e.g. cluster químico de
Geleen);
2. Modelos de gestão claros e integrados de Utilidades e Site
Services, quer através da criação de entidades participadas
pelas próprias empresas do cluster para a gestão do site (e.g.
InfraLeuna no cluster químico de Leuna), quer através da sua
exploração por terceiros (e.g. Sembcorp no cluster químico de
Wilton International);
3. Forte compromisso e coordenação dos agentes da indústria
(quer públicos quer privados) na viabilização de soluções de
partilha de Utilidades e Site Services, quer através de apoio
governamental (e.g. iniciativa público-privada no cluster químico
de Marl), quer mediante a intensa cooperação entre privados
(e.g. cluster químico de Tarragona).
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MELHORES PRÁTICAS INTERNACIONAIS NA PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
O pólo nacional
O processo de convergência da indústria de refinação, petroquímica e
deverá procurar
química industrial nacional para as melhores práticas internacionais
convergir para as
deverá basear-se no aproveitamento de um conjunto de oportunidades
melhores práticas,
(Quadro 6) relacionadas com os factores chave de sucesso acima
congregando
referidos:
esforços dos
 Equacionar ampla partilha de Utilidades e Site Services entre as
diversos agentes
empresas do pólo (e.g. energia eléctrica, gás natural, vapor,
da indústria para
água);
promover as
 Estabelecer agrupamentos para a compra de Utilidades (e.g.
soluções
energia eléctrica, gás natural) ou contratar centralmente Site
partilhadas de
Services (e.g. manutenção);
Utilidades e Site
 Criar empresa(s) conjunta(s), participada pelos players do pólo,
Services mais
para a operação de Utilidades e Site Services partilhados nos
adequadas ao
complexos de Estarreja e/ou Sines;
desenvolvimento
do sector
 Alternativamente,
atrair
empresa(s)
especializada(s)
em
Utilidades e Site Services para a operação destes serviços
partilhados nos complexos de Estarreja e/ou Sines;
 Convidar o Governo a apoiar projectos de partilha de Utilidades e
Site Services com forte impacto na competitividade da indústria,
na dinamização do tecido empresarial (PMEs) associado a esta
indústria, na criação de emprego e no crescimento da economia
nacional;
 Promover parcerias com racional económico para os players
privados do pólo – partilha de investimentos, custos e riscos,
quando existam benefícios colectivos no desenvolvimento de
soluções partilhadas de Utilidades e Site Services.
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MELHORES PRÁTICAS INTERNACIONAIS NA PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
Quadro 5 – Melhores práticas internacionais de Utilidades e Site Services
Partilha e contratação
centralizada de Utilidades
e Site Services
1
Modelos de gestão claros
e integrados de Utilidades
e Site Services
3
Ampla partilha de Utilidades
e Site Services
2
Forte compromisso e
coordenação dos agentes
da indústria
5
Entidades participadas
pelos players do pólo
4
Dinamização governamental
6
Contratação centralizada de
Utilidades e Site Services
Entidades contratadas
pelos players do pólo
Forte cooperação privada
• Aproveitamento de
sinergias na partilha de
Utilidades e Site Services
• Modelos de gestão claros
para partilha de Utilidades e
Site Services
• Atracção de novos agentes
(investimento, emprego e
competências) para os pólos
• Economias de escala na
contratação de Utilidades e
Site Services
• Incentivo ao
desenvolvimento de soluções
partilhadas de Utilidades e
Site Services
• Redução dos investimentos
e custos de operação de
cada agente
Fonte: A.T. Kearney
Quadro 6 – Avaliação da situação actual da indústria nacional face às melhores práticas
Melhor prática
1 Ampla partilha de
Utilidades
e Site Services
2 Contratação centralizada
Situação actual
Baixa
Oportunidades
Elevada
de Utilidades e Site
Services
3
• Equacionar ampla partilha de Utilidades e Site
Services entre as empresas do pólo (e.g. energia
eléctrica, gás natural, vapor, água)
• Estabelecer agrupamentos para a compra de
Utilidades (e.g. electricidade, gás natural) ou contratar
centralmente Site Services (e.g. manutenção)
Entidades participadas
pelos players do pólo
• Criar empresa(s) conjunta(s), participada pelos players
do pólo, para a operação de Utilidades e Site Services
partilhados nos complexos de Estarreja e/ou Sines
Entidades contratadas
pelos players do pólo
• Atrair empresa(s) especializada(s) em Utilidades e
Site Services para a operação destes serviços
partilhados nos complexos de Estarreja e/ou Sines
Dinamização
governamental
• Convidar o Governo a apoiar projectos de partilha de
Utilidades e Site Services com forte impacto na
competitividade da indústria e na economia nacional
Forte cooperação privada
• Promover parcerias com racional económico para os
players do pólo – partilha de investimentos, custos e
riscos, quando existam benefícios colectivos
4
5
6
Fonte: Entrevistas com empresas dos pólos; entrevistas com especialistas do sector; A.T. Kearney
19 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
5. AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE
PARTILHA DE UTILIDADES E SITE SERVICES
20 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
Foram avaliadas
No caso das indústrias de Refinação, Petroquímica e Química
diversas
Industrial em Portugal foram avaliadas diversas oportunidades
oportunidades
concretas de partilha de Utilidades e Site Services (Quadro 7):
concretas de
partilha de
Utilidades e Site
Services
1. Electricidade:
a. Fornecimento de electricidade a Muito Alta Tensão em
Estarreja;
b. Compra conjunta de electricidade;
2. Gás Natural:
a. Fornecimento de gás natural a Alta Pressão em Estarreja;
b. Compra conjunta de gás natural;
3. Vapor:
a. Cogeração para o fornecimento comum de vapor no pólo
de Estarreja, explorando duas alternativas:
i. Cogeração a gás natural;
ii. Cogeração de resíduos;
4. Água:
a. Fonte alternativa para suprir as necessidades futuras de
água do pólo de Estarreja, explorando duas alternativas:
i. Abastecimento a partir da rede da AdRA;
ii. Reaproveitamento de água da ETAR;
5. Site Services:
a. Partilha de gestão do site;
b. Partilha de empreitadas de manutenção;
c. Partilha de segurança.
A avaliação teve
Estas oportunidades foram avaliadas tendo por base um estudo de alto
por base um estudo
nível de viabilidade técnica (desenho conceptual da solução alvo e
técnico-económico
eventuais considerações de negócio, legais e ambientais) e de
para aferir o
viabilidade económica (avaliação diferencial entre a situação presente
impacto potencial e
e a solução potencial em termos de CAPEX e OPEX, e avaliação dos
a facilidade de
benefícios potenciais com base no diferencial de custos de
implementação
fornecimento da solução analisada face à situação actual) (Quadro 8).
21 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
Quadro 7 – Opções analisadas de partilha de Utilidades e Site Services
1
2
3
Electricidade
•
1A
•
1B
Gás
Natural
Fornecimento de
electricidade a
MAT: construção de
uma subestação de
MAT (pólo de
Estarreja) e
exploração da tarifa
de acesso à rede
mais competitiva em
MAT vs. AT
•
2A
Compra conjunta
de electricidade:
exploração do efeito
de escala na
contratação conjunta
de electricidade junto
de comercializadores
•
2B
Fornecimento de
gás natural a AP:
abastecimento de
gás natural a AP a
partir do ramal em
Estarreja e
exploração da tarifa
de acesso à rede
mais competitiva em
AP vs. MP
4
5
Vapor
• Cogeração para o
3A
•
4A
fornecimento
comum de vapor:
construção de uma
central de cogeração
em Estarreja para
obtenção de
economias de escala
e eficiências na
produção de vapor;
duas configurações
alternativas:
I. Cogeração a
gás natural
II.Cogeração de
resíduos
Compra conjunta
de gás natural:
exploração do efeito
de escala (melhores
tarifas de transporte)
na contratação
conjunta de gás
natural
Site
Services
Água
Fonte alternativa
para fornecimento
de água: exploração
de potenciais opções
para suprir as
necessidades futuras
de água do pólo de
Estarreja; duas fontes
alternativas:
I. Abastecimento da
rede da AdRA
II.Reaproveitamento
de água da ETAR,
incluindo central
partilhada para o
tratamento de água
5A•
Partilha de gestão
do site
̶ Vigilância e portaria
̶ Limpeza
̶ Jardinagem
•
5B
Partilha de
empreitadas de
manutenção
̶ E&I
̶ Metalomecânica
̶ Dinâmicos
̶ Andaimes
̶ Pinturas
•
5C
Partilha de
segurança
̶ Formações de
segurança
̶ Brigada de incêndio
GN – Gás Natural; MAT – Muito Alta Tensão; AT – Alta Tensão; AP – Alta Pressão; MP – Média Pressão; E&I – Electricidade e Instrumentação;
AdRA – Águas da Região de Aveiro
Fonte: Análise Technoedif; Análise A.T. Kearney
Quadro 8 – Resumo das oportunidades avaliadas e principais conclusões
1
2
Electricidade
3
4
Gás
Natural
• Fornecimento de
electricidade a
MAT: investimento
economicamente
inviável face aos
diferenciais tarifários
entre MAT e AT
• Fornecimento de
gás natural a AP:
elevados benefícios
económicos face aos
diferenciais entre AP
e MP e reduzido
investimento
• Compra conjunta
de electricidade:
benefícios da
contratação conjunta
junto de
comercializadores
requerem
coordenação prévia
das políticas de risco
• Compra conjunta
de gás natural:
compra agregada
como pré-requisito
para qualificação
para fornecimento de
gás natural a AP
Celebrar acordo
para compra
conjunta
Iniciar processo
de fornecimento
de GN a AP
Solução prioritária, viável economicamente, com
impacto significativo e de fácil implementação
5
Vapor
Site
Services
Água
Cogeração para o
fornecimento
comum de vapor:
I. I. Cogeração a gás
natural: dependente
de proposta da Air
Liquide (ou outros)
II. II. Cogeração de
resíduos:
dependente de
estudo de detalhe da
AdP e de investidor
externo, face ao
muito elevado
investimento
Fonte alternativa
para fornecimento
de água:
I. I. Abastecimento da
rede da AdRA:
solução cara, requere
contactos para
redução de tarifa
II. II. Reaproveitamento
de água da ETAR:
viável apenas num
cenário de expansão
do pólo, face ao
investimento numa
central partilhada de
tratamento de água
• Gestão do site:
facilmente partilhável
mas com reduzido
benefício
Avaliar propostas
para centrais de
cogeração
Explorar fontes
alternativas de
água em paralelo
Prosseguir
iniciativas em
grupos de trabalho
Solução de média prioridade, viável economicamente, com
impacto significativo mas implementação complexa
• Manutenção: maior
potencial de partilha
e impacto económico
nas empreitadas de
metalomecânica
• Segurança: impacto
qualitativo positivo
da partilha de
formações de
segurança e
brigadas de incêndio
Solução não viável
economicamente
GN – Gás Natural; MAT – Muito Alta Tensão; AT – Alta Tensão; AP – Alta Pressão
Fonte: Análise Technoedif; Análise A.T. Kearney
22 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
1A. Electricidade: o
No caso da electricidade (Quadro 9), uma das opções estudadas foi a
investimento numa
possibilidade de construção de uma subestação para o fornecimento
subestação para o
de energia eléctrica a Muito Alta Tensão (MAT) em Estarreja, a partir
fornecimento de
do ramal de MAT já existente a cerca de 2km do pólo, à semelhança
electricidade a
da solução que já se encontra em estudo pela Air Liquide para Sines.
Muito Alta Tensão
em Estarreja não
Visto que actualmente a electricidade é entregue em Alta Tensão (AT)
se afigura
à subestação de cada player do pólo de Estarreja (Air Liquide, CIRES,
economicamente
CUF e DOW) e que o diferencial histórico entre as tarifas de acesso à
viável
rede em AT e MAT tem sido entre 3,7-4,6€/MWh, a construção de uma
subestação de MAT (220kV/60kV) comum aos players do pólo poderia
permitir a redução do custo de electricidade do pólo, com um benefício
até 2,3M€/ano (considerando o diferencial máximo de tarifa) no
consumo eléctrico.
No entanto, face ao montante de investimento necessário (estimado
em cerca de 23M€), a construção de uma subestação de MAT para
servir o pólo apenas se revelaria viável para diferenciais de tarifa
superiores a ~7,1€/MWh, os quais não são expectáveis de se verificar
dado o diferencial histórico entre as tarifas de AT e MAT.
Adicionalmente, poderão ainda existir restrições legais à operação por
parte dos players do pólo de uma rede de transporte do ramal de MAT
até ao complexo químico de Estarreja, visto esta configuração poder
ser considerada uma situação de rede pública (portanto apenas
operável por operadores do sistema eléctrico nacional), o que
dificultaria na prática a concretização desta solução.
1B. Electricidade: a
Assim, a compra conjunta de electricidade por parte dos players do
compra conjunta de
cluster configura-se como a única iniciativa partilhada com um
electricidade poderá potencial significativo, uma vez que permite aos players a obtenção de
trazer benefícios de
uma vantagem de escala, a qual poderá trazer benefícios relevantes
escala
na negociação de um contrato conjunto desta utilidade.
23 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES
E SITE SERVICES
As práticas internacionais observadas sugerem um conjunto de
factores que promovem benefícios na compra conjunta de electricidade
tais como: (i) a agregação de volumes e capacidades na contratação
de energia eléctrica, (ii) o compromisso claro entre os players, com um
perfil de risco definido, e (iii) a existência de contrapartidas adicionais
ao compromisso de longo prazo, como sejam o aproveitamento de byproducts como o vapor ou a participação em investimentos em
distribuição ou geração eléctrica.
A
localização
do
pólo
de
Estarreja
inviabiliza
um
potencial
aproveitamento de sinergias e contratação bilateral com centrais
vizinhas. Neste sentido, a compra conjunta junto de comercializadores
deverá constituir a melhor opção, mais facilmente operacionalizável
pelos players, podendo resultar numa poupança média de 1-2% na
margem de comercialização de electricidade. A contratação agregada
exigirá, no entanto, uma revisão e coordenação prévia da política de
risco (individual e colectiva) a assumir por cada um dos players, em
particular daqueles que possuem uma centralização da contratação de
electricidade a nível corporativo.
Adicionalmente, deverão também ser exploradas hipóteses de
participação em cooperativas já existentes para compra agregada de
electricidade, visto estas já possuírem as capacidades necessárias
para uma contratação directa de electricidade a nível do mercado
grossista.
24 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
Quadro 9 – Electricidade: avaliação global das potenciais soluções
Electricidade
Impacto
económico
Facilidade de
implementação
1A Fornecimento de electricidade a Muito Alta Tensão (MAT)
• Construção de uma
• Benefício: 2,3M€/ano
• Potenciais restrições
subestação de MAT no
(diferencial actual de
legais a configurações
pólo de Estarreja
tarifa)
do projecto (e.g.
• CAPEX: 23 M€
passagem por vias
• Tarifa de acesso à
públicas)
rede mais competitiva • OPEX: 0,17M€/ano
• VAL: -11 a -8M€
em MAT vs. AT
• Estudo já em curso no • Payback: >2040
Considerações
adicionais
• Apenas viável para
diferencial de tarifa
entre MAT e AT
>7,1€/MWh (nos
últimos 5 anos entre
3,7-4,6€/MWh)
pólo de Sines (liderado
pela Air Liquide)
1B Compra conjunta de electricidade
• Exploração do efeito
• Benefício: poupança
• Centralização da
• Exploração da hipótese
de escala na
de 0,35-0,7M€/ano
contratação a nível
de participação em
contratação de
(4-8M€ acumulados até
corporativa poderá
cooperativas já
electricidade junto de
2025), apenas em
limitar participação
existentes para compra
comercializadores
Estarreja (possibilidade • Necessidade de
agregada de
das empresas em Sines
alinhamento do perfil de
electricidade
beneficiarem também
risco (contratação a
do efeito de escala)
longo vs. curto prazo)
MAT – Muito Alta Tensão
Fonte: Análise Technoedif; Análise A.T. Kearney
25 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
2A. Gás Natural: o
No caso do gás natural (Quadro 10), o fornecimento a Alta Pressão
fornecimento de
(AP) em Estarreja apresenta-se como uma solução partilhada com
gás natural a Alta
resultados tangíveis significativos a curto prazo.
Pressão apresenta
um benefício
significativo para
os players de
Estarreja
Actualmente, à excepção da Air Liquide, os players de Estarreja
consomem gás natural a partir da rede a Média Pressão (MP), cuja
tarifa de acesso apresenta, em 2012, um diferencial de 3,7€/MWh face
à tarifa de AP, sendo no entanto esta última apenas aplicável a
consumos superiores a 50M NM3/ano.
Individualmente,
nenhum
dos
restantes
players
de
Estarreja
actualmente abastecido a MP possui um volume de consumo
suficiente para ser abastecido a AP. No entanto, no seu conjunto, o
consumo agregado expectável da CUF, DOW e CIRES é suficiente
para estas se qualificarem para aplicação da tarifa de AP.
Dado o diferencial tarifário, o fornecimento de gás natural a AP à CUF,
DOW e CIRES poderá trazer um benefício de cerca de 2M€/ano no
consumo conjunto deste combustível.
Adicionalmente, o ramal de AP que abastece a Air Liquide possui
capacidade suficiente para fornecer todo o pólo de Estarreja em AP
com intervenções de reduzido investimento (estimado em menos de
2M€), o qual poderá inclusivamente ter a participação da REN,
dependendo da avaliação da entidade reguladora (ERSE).
Por esta razão, mesmo no pior caso de investimento (i.e. caso os
players tenham que assumir a totalidade do investimento), o projecto
apresenta-se como viável (VAL entre 8 e 19M€ e payback de 1 a 2
anos), quer globalmente quer para cada um dos players.
2B. Gás Natural:
Esta iniciativa requer no entanto que os players de Estarreja passem a
para beneficiar das
adquirir
tarifas de Alta
ultrapassem o limite mínimo de consumo (50M NM3/ano) e possam
Pressão, a compra
beneficiar das tarifas de transporte mais reduzidas em AP.
conjuntamente
o
gás
natural,
para
que
globalmente
deve ser conjunta
26 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
Quadro 10 – Gás natural: avaliação global das potenciais soluções
Gás natural
Impacto
económico
2A Fornecimento de gás natural a AP
• Abastecimento de GN • Benefício: 2,0M€/ano
a AP a partir do ramal
(diferencial actual de
da Air Liquide
tarifa)
• CAPEX: 1,6M€
• Tarifa de acesso à
rede mais competitiva • OPEX: não existente
• VAL: +8 a +19M€
em AP vs. MP
• Payback: 2014-2015
2B Compra conjunta de gás natural
• Exploração do efeito
• As características do
de escala na
mercado do gás natural
contratação de gás
em Portugal limitam o
natural
potencial de obtenção
de benefícios de escala
Facilidade de
implementação
Considerações
adicionais
• Potenciais restrições
legais a configurações
do projecto (e.g.
passagem por vias
públicas)
• Viável para todos os
players (CUF, DOW e
CIRES) para diferencial
de tarifa entre AP e MP
>0,6€/MWh (nos
últimos 5 anos entre
2,0-4,4€/MWh)
• Centralização da
contratação a nível
corporativa poderá
limitar participação
• A compra conjunta de
gás natural é um prérequisito para a opção
de fornecimento a AP,
permitindo ultrapassar o
limiar mínimo de
consumo anual (50
MNm3) para
qualificação para a
tarifa de AP
AP – Alta Pressão; GN – Gás Natural
Fonte: Análise Technoedif; Análise A.T. Kearney
27 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES
E SITE SERVICES
3A. Vapor: a
Adicionalmente a um benefício na compra de gás natural, os players
construção de uma
de Estarreja deverão também considerar a opção de construir uma
cogeração poderá
central de cogeração (Quadro 11) para o estabelecimento de uma
apresentar
fonte de vapor comum que melhore a competitividade do pólo (visto o
benefícios para o
vapor ser o principal uso do gás natural como combustível).
pólo de Estarreja
A maior parte do vapor consumido pelos players do pólo de Estarreja
provém de fontes dedicadas à sua geração (e.g. cogerações
individuais e caldeiras). A criação de uma fonte de vapor comum
através de cogeração permitiria materializar economias de escala na
produção de vapor e obter um custo unitário de vapor mais reduzido.
3A. Vapor: a
Poderão ser concebidos dois tipos de centrais de cogeração para o
cogeração para o
pólo:
 Central de cogeração a gás natural com o intuito de agregar a
pólo poderá
assumir duas
produção de vapor e materializar o respectivo ganho de
configurações
eficiência;
 Central de cogeração de resíduos que, entre outros, apresenta
distintas: central a
gás natural ou de
como benefícios uma tarifa de electricidade mais vantajosa e a
resíduos, sendo
diminuição da dependência de combustíveis fósseis.
que ambas as
hipóteses
apresentam
benefícios para a
competitividade do
pólo
A construção de uma central de cogeração a gás natural apresenta-se
como um investimento viável (cerca de 30-35M€), com benefícios no
custo de vapor para o pólo (estimado entre 27-30€/ton). É no entanto
fundamental para assegurar a sua viabilidade a concepção de um
projecto de detalhe para determinar a configuração óptima da
cogeração para o pólo e maximizar a sua eficiência.
Por seu lado, a central de resíduos deverá permitir custos unitários de
vapor mais baixos (entre 14-19€/ton) que a central de gás natural, mas
pela
exigência
de
know-how
específico,
elevado
volume
de
1
investimento (120-180M€) e disponibilidade de resíduos (CDR ) deverá
ser coordenada com entidade externas – Grupo AdP e investidores.
1
CDR = Combustíveis Derivados de Resíduos
28 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
Quadro 11 – Vapor: avaliação global das potenciais soluções
Vapor
Impacto
económico
Facilidade de
implementação
Considerações
adicionais
3 Cogeração para o fornecimento comum de vapor
Cogeração a gás
• CAPEX: 30-45M€1
• A Air Liquide já
• A proposta da Air
natural
• Poupança est.: 1,2comunicou interesse
Liquide deverá ser
3,6M€/ano (para um
em apresentar uma
comparada com outras
• Construção de uma
custo do vapor entre
proposta aos restantes
eventuais propostas
central comum de
27-30€/ton1)
players para a
(incluindo a construção
cogeração a gás
construção de uma
de uma central de
natural para produção
cogeração a GN
resíduos)
de vapor
1
Cogeração de
• CAPEX: 120-180M€
• Requer envolvimento do • Projecto já
resíduos
• Poupança est.: 10Grupo AdP (EGF) para
anteriormente
14M€/ano (para um
garantir resíduos
desenvolvido pelo
• Construção de uma
custo do vapor entre
• Elevado expertise
Grupo AdP
central comum de
14-19€/ton1)
necessário
• Deverá ser comunicado
cogeração de
• Requer compromisso a
formalmente interesse
resíduos para
longo prazo
renovado no projecto
produção de vapor
•
Requer
angariação
de
de forma a efectuar
• Minimização da
investidor externo e/ou
revisão da viabilidade
exposição a
apoios
de
fundos
do projecto
combustíveis fósseis
comunitários
GN – Gás natural
1. Pendente estudo de detalhe
Fonte: Análise Technoedif; Análise A.T. Kearney
29 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES
E SITE SERVICES
4A. Água: foram
No caso da água, visto que a actual licença de captação do Rio Antuã
estudadas duas
– detida pela CUF – não é suficiente para suprir as necessidades
alternativas para
futuras de água do pólo de Estarreja, foram analisadas diversas fontes
abastecimento do
alternativas, sendo que apenas o abastecimento a partir da rede
pólo de Estarreja:
municipal ou a criação de um mecanismo de reaproveitamento de
água da ETAR se apresentam como viáveis (Quadro 12).
Fontes alternativas como a captação directa do Vouga ou de outros
rios da região ou a captação subterrânea através de furos no aquífero
de Aveiro apresentam-se inviáveis do ponto de vista técnico, legal ou
ambiental.
I. Abastecimento
A expansão planeada para reforço da captação no rio Vouga (projecto
a partir da rede
“Carvoeiro 2”) dotará o sistema municipal da Águas da Região de
da AdRA
Aveiro (AdRA) com capacidade para abastecer o pólo de Estarreja.
Apesar de não requerer um investimento significativo, o abastecimento
do pólo de Estarreja pela AdRA estaria sujeito às tarifas praticadas por
esta entidade para água potável (tarifa variável de 1,67€/m3), bastante
superiores ao actual custo de abastecimento do pólo, dada a
inexistência de um circuito para água industrial.
Sobre esta matéria deveriam existir, no entanto, contactos por parte da
AIPQR e dos seus Associados quer junto da AdRA quer junto da
Câmara de Estarreja, procurando fazer ver (i) que a intensidade do uso
de água do pólo de Estarreja é muito superior ao das restantes
indústrias da região e (ii) que o pólo de Estarreja tem uma importância
muito grande para a economia da região, tendo em vista a obtenção de
um custo de abastecimento de água significativamente mais baixo.
II. Reaproveita-
Complementarmente, o reaproveitamento de água da ETAR norte da
mento de água
SIMRIA poderá ser uma alternativa viável para fornecer água para
da ETAR
desmineralização no pólo de Estarreja, uma vez que o volume do
efluente da ETAR norte da SIMRIA é suficiente para suprir as
necessidades de água desmineralizada do pólo.
30 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES
E SITE SERVICES
No entanto, uma solução de reaproveitamento do efluente da ETAR
exigiria igualmente o investimento numa central de desmineralização
partilhada com tecnologia de osmose inversa para tratamento de água
(solução actualmente não existente nos casos da DOW e da CUF).
Esta solução, para além de garantir que as especificações da água
tratada da ETAR são compatíveis com as especificações para a água
desmineralizada de cada um dos palyers, permite igualmente evitar a
redundância de gastos com a desmineralização de água de forma
individualizada por cada um dos players (que representa actualmente
um custo anual agregado de cerca de 1M€)
Uma solução de reaproveitamento de água da ETAR, considerando a
instalação de uma central de tratamento comum, requer um
investimento estimado em cerca de 8M€, mas apresenta um custo
unitário (estimado em 0,90€/m3) significativamente inferior à tarifa da
AdRA, permitindo evitar os custos adicionais para a operação do pólo
com o abastecimento de água através da rede municipal, pelo que se
apresenta como uma solução viável num cenário de expansão do pólo
(VAL de cerca de 8M€ e payback em 2021), no qual o consumo de
água pode aumentar significativamente.
31 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES E
SITE SERVICES
Quadro 12 – Água: avaliação global das potenciais soluções
Água
Impacto
económico
Facilidade de
implementação
4A Fonte alternativa para fornecimento de água
• Abastecimento de
• Impacto estimado:
• Necessidade de incluir
água ao pólo de
custos adicionais de
no projecto “Carvoeiro
Estarreja a partir da
0,8-3,5 M€/ano
2” um reforço da rede
rede municipal da
(considerando uma
de distribuição para
AdRA
tarifa variável de
abastecer o pólo de
1,67€/m3)
Estarreja
• Reaproveitamento da
• Benefício: custo de
• Iniciativa facilmente
água da ETAR para
0,90€/m3 vs. 1,67€/m3
accionável
desmineralização
no abastecimento de
• Projecto de reduzida
água
complexidade técnica
• Poupança face ao
• Redução dos custos:
custo da AdRA
actuais sistemas de
• Redução de custos da
desmineralização
desmineralização
individuais (1,0M€/ano)
através de uma central
• CAPEX: 7,8M€
de tratamento comum
• OPEX: 1,0M€/ano
• VAL: -0,3 a +7,8 M€
• Payback: 2021-2026
Considerações
adicionais
• Deverá ser formalizado
o interesse junto da
AdRA no curto prazo
• Deverá ser negociada
uma tarifa específica
para o pólo
• Necessidade de
instalação de uma
central de
desmineralização
comum com tecnologia
de osmose inversa
• Projecto com VAL
positivo apenas num
cenário de expansão
do pólo
Fonte: Análise Technoedif; Análise A.T. Kearney
32 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES
E SITE SERVICES
5. Site Services: o
No caso dos site services (Quadro 13), apesar de à partida existir um
limitado impacto
potencial de partilha considerável nas categorias analisadas, o
de redução de
benefício económico resultante é relativamente reduzido.
custos por ganhos
de escala na
compra de site
services reduz o
incentivo à sua
partilha
A categoria de gestão do site abrange especialidades como portaria e
vigilância, jardinagem e limpeza, que são totalmente externalizadas e
com reduzida criticidade no negócio, sugerindo um potencial de
partilha significativo. No entanto, face ao limitado impacto (reduzido
gasto total), elevado esforço de coordenação e eventual perda de
flexibilidade individual, a partilha de gestão do site apresenta um
benefício relativamente reduzido.
De igual forma, na categoria de manutenção, entre as suas diversas
especialidades, a metalomecânica é aquela que apresenta o maior
potencial de partilha. No entanto, este é um serviço cuja contratação
se encontra sujeita à aplicação de certas regras de segurança, cuja
filosofia depende da política interna de cada empresa, o que restringe
eventuais benefícios económicos na contratação agregada deste tipo
de serviços a nível do pólo. De qualquer forma, é reconhecido pelos
fornecedores algum mérito económico na coordenação dos trabalhos
desta especialidade.
Finalmente, na categoria de segurança, poderão ser dinamizadas
algumas iniciativas de partilha com um impacto qualitativo para ambos
os sites, tais como homogeneização das formações de segurança de
índole mais geral ou a partilha de brigadas de incêndio por parte de
players de maior escala com os restantes players dos pólos.
33 |
AVALIAÇÃO DAS POTENCIAIS SOLUÇÕES DE PARTILHA DE UTILIDADES E SITE
SERVICES
Quadro 13 – Site Services: avaliação global das potenciais soluções
Site Services
Impacto
económico
5A Partilha de gestão do site
• Vigilância e portaria • Poupança est.:
• Limpeza
<90k€/ano (<10% de
• Jardinagem
redução de custos)
5B Partilha de empreitadas de manutenção
• E&I
• Poupança est.:
• Metalomecânica
80-160k€/ano (5-10%
• Dinâmicos
de redução de custos
• Andaimes
de metalomecânica)
• Pinturas
• Turnarounds
5C Partilha de segurança
• Formações de
• Não quantificado
segurança para
externos
• Brigada de incêndio
Facilidade de
implementação
Considerações
adicionais
• Necessário esforço de
coordenação entre os
players
• Gastos essencialmente
concentrados em
vigilância e portaria
• Necessário alinhamento • Gastos concentrados em
do planeamento de
E&I, Metalomecânica e
trabalho entre os
Dinâmicos
players
• Maior criticidade e
especificidade de E&I e
Dinâmicos
• Limitado potencial de
homogeneização de
formações gerais
• Limitado potencial de
criação de brigada de
incêndio comum
• Potencial partilha de
brigadas de incêndio já
existentes (e.g. Galp em
Sines)
E&I – Electricidade e instrumentação
Fonte: Análise Technoedif; Análise A.T. Kearney
34 |
CONCLUSÃO
6. CONCLUSÃO
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CONCLUSÃO
O cluster de Refinação, Petroquímica e Química Industrial em Portugal tem hoje uma
contribuição bastante relevante para o emprego, exportações e produção nacional, reunindo
um conjunto de valências importantes para poder ser um eixo de fortalecimento da economia
nacional. No entanto, a elevada desintegração entre as empresas deste cluster, em particular
no que diz respeito à duplicação de soluções e custos com Utilidades e Site Services, constitui
uma limitação à sua competitividade, sustentabilidade e desenvolvimento, dado o peso que as
Utilidades e Site Services têm nas estruturas de custos das empresas deste cluster.
As iniciativas de partilha de Utilidades e Site Services entre os players do sector surgem como
uma oportunidade para a obtenção de economias de escala e racionalização destes custos.
Entre as potenciais iniciativas a empreender destacam-se a compra conjunta de electricidade e
gás natural, o desenvolvimento de uma central de cogeração em Estarreja, a exploração de
fontes alternativas de abastecimento de água neste pólo ou a partilha seleccionada de alguns
site services, como sejam os serviços de gestão do site, de manutenção metalomecânica ou de
segurança.
De forma a operacionalizar estas iniciativas, os players do sector deverão procurar articular-se
de acordo com modelos de gestão partilhados tipicamente observados, que podem ir desde a
criação de uma entidade gestora de Utilidades e Site Services partilhados até à sua total
externalização mediante a contratação comum de um fornecedor externo especializado.
O presente Estudo identifica, de uma forma clara e estruturada, um conjunto de iniciativas de
partilha de Utilidades e Site Services com potencial de contribuir para o reforço da
competitividade da indústria de Refinação, Petroquímica e Química Industrial em Portugal.
As melhores práticas europeias neste domínio demonstram que a materialização de benefícios
por esta via é possível. Resta agora aos players do sector embarcar num processo de
mudança de filosofia na gestão das suas Utilidades e Site Services e coordenarem-se de forma
a garantir a execução destas iniciativas.
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