CÉLULAS PAROQUIAIS DE EVANGELIZAÇÃO APOIO À PREPARAÇÃO DA EDIFICAÇÃO TEMA VENHA O TEU REINO! Mt 6,10 OBJETIVO CÉLULA – SEMENTE DO REINO! A - EXORTAÇÃO DO PASTOR B - OBSERVAÇÃO, EXPLORAÇÃO E APLICAÇÃO C - ANEXOS - DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA A- EXORTAÇÃO DO PASTOR Venha o teu Reino! "A vida deste reino é Cristo, que continua a viver nos seus; no coração que já não for alimentado pela força de vida de Cristo, termina o reino; no coração que for por ela tocado e transformado, ele começa... as raízes da árvore que não pode ser destruída procuram penetrar em semelhante coração. O reino é um só; ele mantém-se apenas pelo Senhor, que é a sua vida, a sua força, o seu centro...". (Reinhold Schneider) Pedir pela vinda do Reino significa dizer a Jesus: deixa-nos ser teus, Senhor! Penetra-nos, vive em nós; reúne a humanidade dispersa no teu corpo, para que em Ti tudo esteja submetido a Deus e Tu então possas entregar tudo ao Pai, para que "Deus seja tudo em todos" (1 Cor 15,26-28). Cf. Jesus de Nazaré – Bento XVI B- OBSERVAÇÃO, EXPLORAÇÃO E APLICAÇÃO Venha a nós o vosso Reino No pedido sobre o Reino de Deus, recordamo-nos todos do que antes refletimos sobre a expressão "Reino de Deus". Com este pedido reconhecemos, antes de mais nada, o primado de Deus: onde Ele não está, nada pode ser bom. Onde Deus não é visto, o homem arruína-se e arruína-se o mundo. Neste sentido, o Senhor nos diz: "Procurai antes de mais nada o Reino (de Deus) e a sua justiça, que tudo o mais vos será dado" (Mt 6,33). Com esta expressão é estabelecida uma ordem de prioridades para a ação humana, para a nossa atitude no cotidiano. De modo nenhum nos é prometida uma terra de delícias para o caso de sermos piedosos ou de desejarmos de algum modo o Reino de Deus. Não é apresentado nenhum automatismo de um mundo a funcionar como o apresentaram as utopias de uma sociedade sem classes, na qual tudo andaria bem por si só, apenas porque não há nenhuma propriedade privada. Jesus não nos fornece receitas tão simples. Mas Ele estabelece — como foi dito — uma decisiva prioridade. "Reino de Deus" quer dizer "soberania de Deus", e isso significa: é aceito o critério da sua vontade. Esta vontade cria justiça, à qual pertence que nós damos a Deus o seu direito e assim a medida para encontrar o direito entre os homens. A ordem das prioridades que Jesus aqui nos indica pode recordar-nos o relato do Antigo Testamento sobre a primeira oração de Salomão depois da sua tomada de posse como rei. Conta-se que o Senhor apareceu durante a noite em sonho ao jovem rei e que lhe disse que pedisse o que quisesse, prometendolhe que o atenderia. Um clássico motivo de sonho da humanidade! O que é que Salomão pede? "Concede ao teu servo um coração que ouve, para que ele governe o teu povo e seja capaz de distinguir o bem do mal" (lRs 3,9). Deus louva-o, porque ele — como seria de esperar — não pediu nem riqueza, nem poder, nem honra, nem a morte dos seus inimigos, nem sequer uma longa vida (2Cr 1,11), mas sim o que é verdadeiramente essencial: um coração capaz de escutar, a capacidade de distinção entre o bem e o mal. E assim obtém Salomão também o restante. Com o pedido acerca da vinda do "teu Reino" (não do nosso!), o Senhor quer introduzir-nos precisamente neste tipo de oração e da ordem da nossa ação. O primeiro e essencial é um coração que escuta, para que seja Deus e não nós a dominarmos. O Reino de Deus vem sobre o coração que escuta. Este é o seu caminho. E assim devemos rezar sempre. A partir do encontro com Cristo, este pedido aprofundase, torna-se ainda mais concreto. Vimos que Jesus é o Reino de Deus em pessoa; onde Ele está, aí está o "Reino de Deus". Assim, o pedido de um coração que escuta tornou-se o pedido de uma comunhão com Jesus Cristo, o pedido para que sejamos sempre mais "um só" com Ele (Gl 3,28). É o pedido pelo verdadeiro seguimento, que se torna comunhão e que nos torna um corpo com Ele. Reinhold Schneider expressou isto de um modo penetrante: "A vida deste reino é Cristo, que continua a viver nos seus; no coração que já não for alimentado pela força de vida de Cristo, termina o reino; no coração que for por ela tocado e transformado, ele começa... as raízes da árvore que não pode ser destruída procuram penetrar em semelhante coração. O reino é um só; ele mantém-se apenas pelo Senhor, que é a sua vida, a sua força, o seu centro..." (p. 31s). Pedir pela vinda do Reino significa dizer a Jesus: deixanos ser teus, Senhor! Penetra-nos, vive em nós; reúne a humanidade dispersa no teu corpo, para que em Ti tudo esteja submetido a Deus e Tu então possas entregar tudo ao Pai, para que "Deus seja tudo em todos" (1 Cor 15,26-28). Retirado de “Jesus de Nazaré”, de Bento XVI , de seu magnífico comentário sobre a Oração do Senhor (os grifos são nossos). APLICAÇÕES 1. Jesus quer fazer acontecer na humanidade dispersa o Reino do seu Pai, e isto através da Igreja, a união no seu Corpo. A Célula, constituinte básico deste Corpo, deve conter nela as grandes características de Jesus. Partilhem quais características de Cristo lhes parecem mais importantes na situação atual da Igreja. 2. “Venha o teu Reino!”. A oração do cristão primeiro Escuta o coração do Pai, apreende e Ama a sua vontade misericordiosa, Pede e Anseia para que ela se cumpra e se Empenha pela vinda do seu Reino. Partilhem até que ponto estamos conscientes da vontade do Pai, orando, ansiando e nos empenhando pela vinda do seu Reino. COLETA - (sugestão – não se prenda a ela, ouça o Espírito!) Pode ser uma oração, inspirada pelo que o Espírito Santo revelou e realizou na partilha. Pode-se orar o que Bento XVI nos ensina ao final: Deixa-nos ser teus, Senhor! Penetra-nos, vive em nós; reúne a humanidade dispersa no teu corpo, para que em Ti tudo esteja submetido a Deus e Tu então possas entregar tudo ao Pai, para que "Deus seja tudo em todos". EXERCÍCIO PARA A SEMANA - Sugestão Orar várias vezes ao dia o Pai Nosso, dando destaque ao “Venha a nós o vosso Reino! ”. ANEXOS - do Catecismo da Igreja Católica (os grifos são nossos) II. Venha a nós o vosso Reino 2816 No Novo Testamento o mesmo termo "Basiléia" pode ser traduzido por realeza (nome abstrato), reino (nome concreto) ou reinado (nome de ação). O Reino de Deus existe antes de nós. Aproximou-se no Verbo encarnado, é anunciado ao longo de todo o Evangelho, veio na morte e na Ressurreição de Cristo. O Reino de Deus vem desde a santa Ceia e na Eucaristia: ele está no meio de nós. O Reino virá na glória quando Cristo o restituir a seu Pai: O Reino de Deus pode até significar o Cristo em pessoa, a quem invocamos com nossas súplicas todos os dias e cuja vinda queremos apressar por nossa espera. Assim como Ele é nossa Ressurreição, pois nele nós ressuscitamos, assim também pode ser o Reino de Deus, pois nele nós reinaremos. 2817 Este pedido é o "Marana Tha", o grito do Espírito e da Esposa: "Vem, Senhor Jesus": Mesmo que esta oração não nos tivesse imposto um dever de pedir a vinda deste Reino, nós mesmos, por nossa iniciativa, teríamos soltado este grito, apressando-nos a ir abraçar nossas esperanças. As almas dos mártires, sob o altar, invocam o Senhor com grandes gritos: "Até quando, Senhor, tardarás a pedir contas de nosso sangue aos habitantes da terra?" (Ap 6,10). Eles devem, com efeito, obter justiça no fim dos tempos. Senhor, apressa portanto a vinda de teu reinado. 2818 Na Oração do Senhor, trata-se principalmente da vinda final do Reinado de Deus mediante o retorno de Cristo. Mas este desejo não desvia a Igreja de sua missão neste mundo, antes a empenha ainda mais nesta missão. Pois a partir de Pentecostes a vinda do Reino é obra do Espírito do Senhor "para santificar todas as coisas, levando à plenitude a sua obra". 2819 "O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Rm 14,17). Os últimos tempos, que estamos vivendo, são os tempos da efusão do Espírito Santo. Trava-se, por conseguinte, um combate decisivo entre "a carne" e o Espírito: Só um coração puro pode dizer com segurança: "Venha a nós o vosso Reino". E preciso ter aprendido com Paulo para dizer: "Portanto, que o pecado não impere mais em vosso corpo mortal" (Rm 6,12). Quem se conserva puro em suas ações, em seus pensamentos e em suas palavras pode dizer a Deus: "Venha o vosso Reino!" 2820 Num trabalho de discernimento segundo o Espírito, devem os cristãos distinguir entre o crescimento do Reino de Deus e o progresso da cultura e da sociedade em que estão empenhados. Esta distinção não é separação. A vocação do homem para a vida eterna não suprime, antes reforça seu dever de acionar as energias e os meios recebidos do Criador para servir neste mundo à justiça e à paz. 2821 Este pedido está contido e é atendido na oração de Jesus, presente e eficaz na Eucaristia; produz seu fruto na vida nova segundo as Bem-aventuranças.