2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura Doenças e sintomas DOENÇA 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS Fim de gestação e 1ºs dias de vida Cuidados pós-nascimento: 1º - Verificar incapacidade para respirar; 2º - Desinfectar cordão umbilical 3º - Garantir colostro 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS Fim de gestação e 1ºs dias de vida O leite produzido nos primeiros dias pós-parto, começa a ser produzido cerca de duas semanas antes do parto. A sua ingestão é vital nas primeiras 6 horas de vida. Nos pequenos ruminantes, o colostro é uma via eficaz de transmissão da imunidade da mãe para a cria. É rico em anticorpos, em energia (especialmente gordura) e é laxante. No processo de ligação mãe-cria, o mamar do colostro desempenha um papel importante. COLOSTRO 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS Fim de gestação e 1ºs dias de vida: «Cuidados com os cordeiros» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS Fim de gestação e 1ºs dias de vida: «Evitar abandono das mães» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS Fim de gestação e 1ºs dias de vida Doenças em recém nascidos Hipotermia Garantir aquecimento e alimentação Hipoglicemia Aconselhada a administração de leite num volume nunca inferior a 12% do peso da cria. (Cria de 3Kg – 360 ml de leite em 2 ou 3 refeições) 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS Fim de gestação e 1ºs dias de vida: «Prevenção de mortalidade em cordeiros» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS Fim de gestação e 1ºs dias de vida Doenças em recém nascidos Diarreia : causas infeciosas (bactérias) e alimentares (alterações e excesso de consumo); Artresia ani: obstrução do anus; opções – romper ou eutanásia; Hipoxia cerebral: partos dificeis podem impedir a chegada de oxigénio ao cérebro; Onfalites: falta de higiene na zona de partos: umbigo duro, doloroso e quente: antibiotico Hérnias umbilicais: dependendo da gravidade: resolução natural, cirurgia ou eutanásia Artrites sépticas: infeção de articulações por via umbilical ou feridas - eutanásia Fracturas osseas: imobilização do membro com talas ou eutanásia Ectima contagioso: virus provoca feridas na boca, sem tratamento, desparece espontaneamente ao fim de 2 a 3 semanas. Pode ser necessário ajudar o animal a alimentar-se. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS Fim de gestação e 1ºs dias de vida: «Diarreia em Bezerros» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS Fim de gestação e 1ºs dias de vida Doenças em fêmeas grávidas em final de gestação Toxemia de gestação Últimas 4 semanas de gestação Balanço alimentar negativo Sintomas: depressão, orelhas caídas; tremores, patas inchadas, cheiro a acetona. Taxa de mortalidade alta. A prevenção passa por uma nutrição adequada. Hipocalcemia Valores baixos de cálcio no sangue por altura do parto. Sintomas: tremores, hiper-excitabilidade e numa fase seguinte caem/tombam. O tratamento passa pela administração endovenosa de cálcio. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: COLIBACILOSE – Eschericjia coli Provoca mau funcionamento intestinal, provocando má absorção e causando diarreia. Picos na época de partos / Afeta principalmente jovens (4 a 10 dias mais frequente) e sistemas de produção intensiva. / Principal causa de morte na recria com leite artificial. Fontes de disseminação: fezes de animais infetados e pessoas. Sintomas:. Debilidade, diarreia com fezes amarelas, pastosas ou mucoides, febre ligeira, emagrecimento e desidratação. Quando atinge o sangue: postura rígida ou apatia, depressão, febre, convulsões. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: COLIBACILOSE Bactéria: Escherichia coli Prevenção e controlo Colostro tão cedo quanto possível A vacinação das mães é um assunto que não reúne o consenso. Tratamento: Diarreia: Administração de água e electrólitos Alguns antibióticos injectáveis são eficazes. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: CLOSTRIDIOSES Bactérias anaeróbias do género Clostridium Resistem no ambiente meses a décadas. Grande incidência e gravidade podem levar à morte súbita. Existem no ambiente como decompositores e fazem parte da flora intestinal dos animais. Para haver doença a simbiose tem que ser quebrada. Se estas bactérias iniciarem reprodução rápida libertam grandes doses toxinas. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: CLOSTRIDIOSES 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: CLOSTRIDIOSES 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: CLOSTRIDIOSES 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: CLOSTRIDIOSES 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: Clostridioses - «Botulismo I» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: Clostridioses - «Botulismo II» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: CLOSTRIDIOSES Tratamento: nas fases iniciais alguns antibióticos depois não há tratamento. Prevenção e controlo: • Não submeter os animais a alterações bruscas na dieta, nem a dietas desequilibradas (muito concentrado e pouca fibra); • Não alimentar os animais de modo abundante, sobretudo após períodos de carência; • Água potável, palha e feno frescos disponíveis à vontade; • Pastoreio orientado, evitando erva rica em proteínas solúveis (“erva suculenta”); • Desinfetar os umbigos dos recém-nascidos para evitar a contaminação por esporos bacterianos; • Cuidados de assepsia redobrados em todas as operações de tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos (ex. Corte de cauda, tosquia, administração de medicamentos, parto, castrações, entre outros); • Garantir o fornecimento do colostro nas primeiras 4 horas de vida; evitando a ingestão de colostro/leite em grandes quantidades de uma só vez; • Garantir um bom estado sanitário do rebanho (vacinações e desparasitações regulares); • Reduzir ao máximo todas as operações stressantes. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS DOENÇAS PULMONARES - BACTÉRIAS Bactérias: Mannheimia haemolytica, Pasteurella multocida e Bibersteinia trehalosi. Sintomas: Morte súbita em animais jovens (< 3 meses). Pneumonias em animais jovens e adultos. Depressão, febre (>41ºC), descarga nasal, rinite atrófica e atrofia dos cornetos nasais, tosse e dificuldade respiratória. Nos casos crónicos ocorre perda progressiva de peso. Bactérias: Mycoplasma ovipneumoniae Sintomas: Pneumonia crónica não progressiva sem efeitos aparentes na produtividade 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS DOENÇAS PULMONARES - VIRUS ADEMATOSE É uma doença fatal em semanas ou meses, e a morte pode ser acelerada se ocorrerem infeções bacterianas associadas. É uma doença rara em caprinos. Sintomas: descarga nasal cupiosa, dificuldade respiratória, especialmente após exercício, e emagrecimento progressivo. ARTRITE-ENCEFALITE (CAE) Semelhante ao anterior provoca pneumonia progressiva 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS DOENÇAS PULMONARES - VIRUS: «Artrite-Encefalite (CAE) - 1» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS DOENÇAS PULMONARES - VIRUS: «Artrite-Encefalite (CAE) - 2» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS DOENÇAS PULMONARES PARASITAS VERMES: Dictyocaulus filaria, Protostrongylus rufescens, Muellerius capilaris Sintomas: dificuldade respiratória e perda de peso em animais jovens. FASE LARVAR DA MOSCA: Oestrus ovis Sintomas: dificuldadade respiratória, corrimento nasal sanguinolento e problemas nervosos (falso torneio). 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS DOENÇAS PULMONARES - PARASITAS: «Mosca do estábulo» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS DOENÇAS PULMONARES TRATAMENTO O tratamento de pneumonias de origem bacteriana é geralmente feito com antibióticos e anti-inflamatórios. Não há tratamento para as pneumonias crónicas de origem vírica. O seu controlo deve ser feito com base em abate de animais positivos. Os parasitas pulmonares podem ser prevenidos pela utilização regular e estratégica de desparasitantes. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS DOENÇAS PULMONARES PREVENÇÃO E CONTROLO FATORES AMBIENTAIS A EVITAR: • Elevada densidade populacional; • Ventilação inadequada (i.e. ausência de ventilação, correntes de ar); • Excesso de partículas em suspensão (i.e. poeiras); • Má higiene com acumulação de estrumes e chorumes; • Elevada humidade; • Variação brusca da temperatura (ex. noites frias seguidas de dias quentes); • Temperaturas extremas (i.e. muito quente ou muito frio); • Situações stressantes: transporte inadequado, produção intensiva, subnutrição e doenças concomitantes 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS DOENÇAS PULMONARES PREVENÇÃO E CONTROLO Cama seca e limpa, boa alimentação, água potável e boa ventilação. Dividir os animais por idades. Todos os animais comprados de novo para a exploração devem ser mantidos isolados dos restantes durante 2 semanas. Vacinação se origem for bacteriana. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: ABORTO ENZOÓTICO Bactéria: Chlamydophila abortus É uma das mais importantes causas de falha reprodutiva em pequenos ruminantes. A doença manifesta-se principalmente através de aborto, frequentemente nas últimas 2 a 3 semanas de gestação. Há casos raros de transmissão a mulheres e ocorrência de aborto. Sintomas: A fêmea gestante não apresenta sinais, embora frequentemente apresente descarga vaginal sanguinolenta poucos dias antes e após o aborto. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: ABORTO ENZOÓTICO Prevenção e controlo Rápido isolamento de qualquer fêmea que tenha abortado. Vacinação Tratamento: antibióticos 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: MASTITE/MAMITE Inflamação da glândula mamária, que pode ficar vermelha, dura e com dor. As alterações do leite podem resumir-se ao aparecimento de “grumos ou fios”, descoloração ou atingir proporções de franca infecção, com sangue e pus e perdas de 20 a 60% na produção. Mastite física – Tem origem num traumatismo no decorrer do pastoreio. Mastite Química – de origem química é talvez a menos frequente. Mastite infecciosa – causada por microrganismos responsáveis por situações de mastites subclínicas ou de mastites clínicas. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: MASTITE/MAMITE Prevenção e controlo: pesquisa sistemática de mastites clínicas, subclínicas ou crónicas no rebanho, em especial as duas últimas. Tratamento: Antibióticos através de injecção intramamaria. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: MASTITE/MAMITE: «Prevenção da Mastite» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: AGALÁXIA CONTAGIOSA Bactérias: do tipo micoplasma (sem parede celular) Transmite-se por ingestão de leite contaminado, ordenha, camas contaminadas, ingestão de água contaminada. Atinge principalmente a glândula mamária, as articulações e o globo ocular. Sintomas: Conjuntivite Quebra de produção de leite Artrite 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: AGALÁXIA CONTAGIOSA Prevenção e controlo: Rápido isolamento e substituição dos animais atingidos Adopção de medidas rigorosas de higiene Vacinação. Tratamento: Difícil e normalmente infrutífero. Estas bactérias são muito resistentes a antibióticos. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: «Agalaxia contagiosa» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: Linfadenite caseosa – Corynobacterium pseudotuberculosis Bactéria cosmopolita: solo, pele, mucosas Transmissão por contacto direto com secreções infectantes , via oral, respiratória Sintomas: Abcessos. Infeção dos linfonodos periféricos, mas com o tempo pode envolver linfonodos viscerais e órgãos internos. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: Linfadenite caseosa Prevenção e controlo Higiene na tosquia e corte de cauda. Isolamento de animais com sintomas até diagnóstico. Desinfeção das instalações e dos equipamentos contaminados. Descarte de animais doentes. Vacinação. Tratamento: A extirpação cirúrgica dos abscessos e/ou linfonodos externos pode ser efetuada no tratamento de animais de grande valor. Outra opção é lancetar os nódulos, com limpeza diária até a cicatrização com tintura de iodo 2 a 5%, aliado ao tratamento com antibióticos até oito semanas (embora os antibióticos apresentem pouca eficácia neste caso) 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: Linfadenite caseosa: «Extração de abcesso» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: PODODERMATITE - Bacteroides nodosus e Fusobacterium necrophorum Sintomas: dermatite, manqueira, animais de joelhos ou deitados, deslocamento da unha, cheiro putrido nos cascos, decréscimo da condição corporal. Diminuição da produção. Prevenção e controlo: . Vigilância de cascos e corte caso necessário . Pedilúvio (Depois do pedilúvio deve existir um local seco e limpo onde o animal possa permanecer pelo menos durante 30 minutos) . Bom maneio, boa alimentação (ex. blocos minerais com zinco), manutenção, limpeza e desinfeção de instalações Tratamento: Uma grande variedade de antibióticos pode ser utilizada 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: PODODERMATITE 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: BRUCELOSE – Brucella melitensis E Brucella abortus DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA A brucelose provoca aborto em ovelhas e cabras ou o nascimento de cordeiros e cabritos fracos. Transmite-se ao Homem, sendo uma grave zoonose. Como se infectam os animais? As bactérias que se multiplicam no útero grávido, infectam as crias antes do nascimento, podem permanecer no pasto (em especial quando as temperaturas são baixas), contaminar os bebedouros e os estábulos, o leite das fêmeas , tal como o sémen do macho infectado. Para o Homem as vias de entrada mais frequentes são o consumo de leite com estas bactérias que não foi fervido, ou queijos frescos feitos a partir do leite cru. Se o rebanho estiver infectado é cumprir rigorosamente o sequestro e todas as acções necessárias para erradicar a doença, ter muito cuidado com os partos e a eliminação dos produtos, limpar e desinfectar os estábulos, ser rigoroso a pedir a vacinação dos animais e ter cuidado com a própria protecção. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: BRUCELOSE – Brucella melitensis E Brucella abortus SITUAÇÃO NA EUROPA E NORTE DE ÁFRICA 2011 Sem informação Nunca reportada Não reportada em 2011 Suspeito Casos de infeção Doença Clínica Limitada a zonas restritas 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: BRUCELOSE – Brucella melitensis E Brucella abortus 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: BRUCELOSE – Brucella melitensis E Brucella abortus 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: BRUCELOSE – Brucella melitensis E Brucella abortus 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: BRUCELOSE – Programa de Erradicação da Brucelose Anualmente Portugal apresenta à União Europeia um Programa de Erradicação da Brucelose (PEB) que abrange todos os ovinos e caprinos com mais de 6 meses . (ou mais de 18 meses no caso de estarem vacinados com a vacina Rev-1.) Nas áreas consideradas de risco está em ação um Programa Especial de Vacinação contra a Brucelose, a zona de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca não é uma dessas zonas Classificação sanitária dos efetivos: B2 – Não Indemne Brucelose detetada. Encontra-se em sequestro sanitário - com interdição de movimentos de animais (entrada ou saída), abre-se uma exceção para saídas de animais diretamente para o matadouro (têm como destino a indústria de transformação de subprodutos.) B3 – Indemne (Vacinados) e B4 – Oficialmente Indemne (sem animais vacinados) Isentas de brucelose. As explorações com estes estatutos apenas podem adquirir animais provenientes de outros locais com classificação igual ou superior à sua. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: BRUCELOSE – Programa de Erradicação da Brucelose Rastreio: No caso da Organização de Produtores Pecuários dos Arcos e Barca o método utilizado é a colheita de sangue da veia jugular, uma vez por ano. Sequestro e abate sanitário: Todos os animais com resultados laboratoriais positivos serão obrigatoriamente abatidos e as explorações de onde estes provêm são colocadas em classificação B2. Os proprietários de animais abatidos sanitariamente devido a Brucelose são compensados monetariamente pelas suas perdas. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: BRUCELOSE – Brucella melitensis E Brucella abortus 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: Tuberculose - Micobactérias DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA A tuberculose pode causar quadros respiratórios severos ou permanecer num estado subclínico dependendo da sensibilidade do animal e da virulência das estirpes envolvidas. . Animais domésticos são reservatórios; . Programa de erradicação para Bovinos. . Casos esporádicos em pequenos ruminantes; (são alvo de rastreio quando convivem com bovinos na mesma exploração) . Hospedeiros naturais: Bovinos; . Hospedeiros secundários: Caprinos; Vias de transmissão: respiratória e digestiva Transmissão ao Homem: ingestão de produtos lacteos contaminados e inoculação direta na pele 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS BACTÉRIAS: Tuberculose - Micobactérias Afeta: pulmões, intestino, meninges, aparelho reprodutor, entre outros. Sintomas – dependem do animal, dos órgãos afectados e da virulência . Emagrecimento crónico e progressivo – morte; . Anemia; . Pelo eriçado e Queda de pelo; . Alterações respiratórias; (20% a 30% de mortalidade do efetivo atingido) . 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS PROTOZOÁRIOS Giardia, Eimeria (Coccidiose), Cryptosporidium, Neospora, Sarcocystis e Toxoplasma Afeta principalmente animais jovens com diarreia e morte. Para os evitar é necessária higiene excelente das instalações. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS PROTOZOÁRIOS - Giardia Sintomas: Alterações de intestinos Higiene excelentes e tratamento de estrumes PROTOZOÁRIOS - Coccidiose Sintomas: Infeções nos intestinos, diarreia e desidatração Transmissão por alimentos e camas contaminadas com fezes Prevenção: Higiene rigorosa, Separação de animais, Diagnóstico diferencial Tratamento de doentes e de todo o rebanho PROTOZOÁRIOS - Neospora Sintomas: Quistos nos órgãos internos. Aborto. Problemas musculares em recém nascidos. Transmite-se da mãe para o feto no útero; Prevenção: Evitar que feto e secundinas sejam ingeridas por cães que ficam doentes e infetam outros animais. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS PROTOZOÁRIOS - Sarcocystis Gato e Cão são hospedeiros definitivos e não apresentam sintomas. Sintomas nos ruminantes: quistos nos músculos e graves distúrbios na circulação sanguínea, emagrecimento e morte. Prevenção: Cuidado com fezes de cães e gatos. Impedir cães e gatos de comer carne crua de animais infectados PROTOZOÁRIOS - Toxoplasma Sintomas: Problemas na formação do feto, lesões nos olhos e doenças pulmonares. Transmissão pelas fezes dos gatos 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS PROTOZOÁRIOS – Medidas de Profilaxia Gerais 1 – Programas diários de limpeza, lavagem e desinfecção das instalações (paredes, chão, comedouros e bebedouros e todos os instrumentos em contato com os animais). Maneio higiénico diário. 2 – Sala de partos: Os animais devem parir em local apropriado, bem limpo e desinfectado. 3 – Especial cuidado de higiene para os animais jovens nos comedouros, bebedouros, nos baldes e tetinas de aleitamento artificial. 4 – O Médico veterinário deve fazer exames periódicos às fezes dos animais adultos e jovens. 5 – Quando aparecer diarreia nos jovens ou nos adultos, isolar imediatamente os animais e avisar o Médico Veterinário, para diagnóstico do tipo de agente que possa estar na origem da diarreia. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS PROTOZOÁRIOS – Medidas de Profilaxia Gerais 6 – Os estrumes e os chorumes devem ser colocados em locais apropriados (fossas) e só devem ser utilizados nas terras depois de completamente curtidos. 7 – Fazer a ordenha com toda a higiene e desinfecção dos tetos, durante a ordenha, e do equipamento, no final, quer seja ordenha manual ou à máquina. 8 – Os alimentos (feno, palha, rações), não devem contactar com fezes. 9 – Quando os animais estiverem doentes, devem ser isolados e tratados com os medicamentos que o Médico Veterinário receitar, durante o tempo que for indicado. Nunca parar o tratamento logo que a diarreia termine. 10 – Os animais doentes devem ser isolados dos restantes, num local separado (instalações de isolamento dos animais doentes) que deve ser muito bem lavado e desinfectado, por causa contaminação pelas fezes diarreicas 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura VERMES PARASITAS DIGESTIVOS PARASITAS INTERNOS 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura VERMES PARASITAS DIGESTIVOS PARASITAS INTERNOS 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS Perda de peso, problemas reprodutivos, diminuição da produção, potenciadores de outras doenças. Tricostrongilídeos - NEMATODOS A manifestação clínica mais frequente da infeção com estes parasitas é uma evidente perda de peso, verificando-se também diarreia. O número de larvas na pastagem aumenta consideravelmente do meio do Verão em diante Haemonchus (NEMATODO) A patogenia da haemoncose está relacionada com os efeitos de uma anemia hemorrágica aguda devida às características hematófagas destes vermes. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS Haemonchus (NEMATODO) 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS Moniezia (CESTODES) Infeções maciças levam a sintomas: mau estado geral, diarreia, sinais respiratórios e mesmo convulsões. Morte sobretudo em animais jovens Prevenção: Lavrar a terra e rodar pastagens 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS Metacestodes Quistos hidáticos – sem sinais clínicos – matadouro C. tenuicollis – perda de condição corporal C. Ovis – sem sintomas – matadouro C. Cerebralis – andar em circulos, alterações de visão, perda de apetite e peso, morte. Prevenção: Enterramento e destruição de carcaças, vísceras infetadas e desparasitação regular de cães. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS Metacestodes 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS Fasciola (TREMATODES) Mortalidade súbita durante o Outono ou princípio do Inverno. Sintomas: perda de condição corporal, redução do apetite e desenvolvimento de anemia, lã (ou pelo) quebradiça, palidez das mucosas, edema submandibular. Prevenção: Reduzir caracol – drenagem de terrenos alagados e moluscicidas. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS Tratamento: Baseia-se no controlo do ciclo biológico no hospedeiro definitivo, no meio ambiente e no(s) hospedeiro(s) intermediário(s) quando existem. Desparasitantes 1 aplicação de antihelmintico em Setembro é suficiente para animais em regime extensivo. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS Prevenção 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS: «Parasitas internos» 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS INTERNOS VERMES PARASITAS DIGESTIVOS: «Estrume e parasitas» Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS EXTERNOS CARRAÇAS A aplicação tópica por lavagem ou pulverização de produtos acaricidas/inseticidas Deverá ser efetuado diretamente nos animais e também no meio ambiente envolvente. No caso dos estábulos, recomenda-se a limpeza do estrume previamente à aplicação dos inseticidas. SARNA – ÁCAROS - PIOLHOS No tratamento de qualquer das sarnas devem ser atendidas as seguintes regras gerais: • Limpar a fundo os estábulos e utensílios antes dos tratamentos dos animais. Pode ser necessário um período de vazio-sanitário, isto é, os estábulos devem estar sem presença de animais, durante um período de 4 semanas; • Limpar as crostas das lesões dos animais e cortar a lã próxima para facilitar o contato do acaricida com os ácaros; • Os produtos acaricidas podem ser aplicados de forma tópica mediante lavagem, com esponja ou por pulverização. Alguns produtos aplicam-se em zonas específicas da pele (spot-on) ao longo da linha dorsal (pour-on) ou por injeção subcutânea; 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura PARASITAS EXTERNOS MÍASES - MOSCAS São as mais comuns e podem colonizar as feridas dos ovinos e caprinos, agravando as lesões e causando muito incómodo e dor para os animais. Pertencem à ordem dos dípteros e habitualmente á família “Sarcophagidae” (“moscas-varejeiras”) sendo frequentes em matéria orgânica em decomposição e cadáveres de animais. Tratamento das míases Podem ser utilizados inseticidas tópicos ou desparasitantes sistémicos (avermectinas) administrados por via subcutânea. PULGAS As pulgas são insetos hematófagos, em que 95% do seu ciclo biológico decorre fora do animal, no meio ambiente. Tratamento e controlo Para além do tratamento dos animais, o tratamento ambiental é fundamental, uma vez que é aqui que decorre 95% do ciclo da pulga. Habitualmente, são utilizados inseticidas tópicos por lavagem ou pulverização. Os tratamentos ambientais deverão ser efetuados após remoção do estrume dos estábulos e repetidos a intervalos de 2 semanas. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS METABÓLICAS/CARÊNCIAS MINERAIS Lei do mínimo A correta nutrição de um efetivo pecuário é a principal preocupação do produtor e a chave da rentabilidade da exploração. Todos os fatores necessários à sobrevivência de um animal devem estar presentes, de nada adiantando haver excesso de todos se um estiver em falta. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS METABÓLICAS/CARÊNCIAS MINERAIS Sal Comum (NaCl) – Na sua ausência os animais comem madeira, solo e outros materiais À descrição. Na ausência de blocos para lamber deverá ser fornecido na proporção de 0,5% da dieta. Na sua falta comem madeira, solo e outros materiais. Magnésio (Mg) – Funcionamento normal do sistema nervoso Dietas muito ricas em ervas (gramíneas) de crescimento rápido levam a níveis elevados de potássio e azoto que dificultam a absorção de magnésio. Potássio (K) - Raramente falta. Pasto verde normalmente garante a dose necessária Stress e alimentações à base de cereais podem provocar a sua falta. Enxofre (S) – Essencial para a produção de proteínas (crescimento e regeneração) A sua deficiência pode originar anorexia, redução da síntese proteica ruminal, crescimento lento e redução da produção de lã e de leite. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS METABÓLICAS/CARÊNCIAS MINERAIS Ferro (Fe) - É um componente essencial de proteínas do sangue (hemoglobina) e outras Dificilmente um animal em pastoreio tem deficiência em Fe, já que é um mineral relativamente abundante na natureza. Por vezes falta no leite da fêmeas, o que leva a anemia – solução: leite artificial. No entanto a anemia mais frequente é parasitária. Cobalto (Co) Componente essencial da Vitamina B12 produzida no rúmen pela flora microbiana A sua falta provoca doença crónica com perda de apetite ou apetite alienado com ingestão de erva seca, arbustos ou mesmo terra; diminuição do crescimento ou perda de peso e mucosas pálidas (anemia), apatia, perda produção de leite, má qualidade da lã, maior susceptibilidade a infestações, cios irregulares, infertilidade, abortos, nadomortos e morte súbita. Cobre (Cu) Necessário para várias proteínas (ex. melanina) e para o metabolismo ósseo e nervoso As manifestações clínicas são a anemia, diminuição da produção de leite, descoloração do pelo ou lã, velo de má qualidade, insuficiência cardíaca, infertilidade, maior susceptibilidade a doenças, diminuição do crescimento, problemas nas articulações, úlceras gástricas e diarreia devido à falta da ação da enzima ceruloplasmina). 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS METABÓLICAS/CARÊNCIAS MINERAIS Selenio (Se) - Essencial na formação de selenoproteinas que controlam importantes passos metabólicos nomeadamente como antioxidantes. O selénio (Se) é um oligoelemento inicialmente temido pela sua toxicidade. De facto a sua janela terapêutica é muito estreita. A doença mais conhecida e simultaneamente com prejuízos mais elevados é a distrofia muscular nutricional. Os sinais clínicos da deficiência em selénio são numerosos: infertilidade, aborto, nados mortos, debilidade neonatal, retenção placentária, crescimento deficiente, diarreia, predisposição para doenças infeciosas e a distrofia muscular, tanto esquelética como cardíaca. A fraqueza muscular associada à doença do músculo branco é vulgarmente conhecida como “tonteira” entre os criadores, na região de Trásos-Montes. Os borregos e cabritos morrem frequentemente de inanição por incapacidade de realizar o movimento de mamar. 2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e caprinicultura DOENÇAS METABÓLICAS/CARÊNCIAS MINERAIS Zinco (Zn) - necessário para a produção de diversas enzimas. Os sinais clínicos compreendem dermatite, paraqueratose, redução leiteira, apetite e crescimento reduzido, maior predisposição para a peeira, alopecia e crostas na região do chanfro olho e lábios, articulações tumefactas, baixa líbido e diminuição do desenvolvimento testicular. Iodo (I) - necessário para a produção da hormona tiroxina. Os sinais clínicos compreendem: bócio, crescimento lento, pelo fraco, mixedema, redução leiteira, toxemia de gestação, abortos, nado-mortos ou neonatos pouco viáveis, retenção placentária, cios irregulares e infertilidade. Os cordeiros ou cabritos podem apresentar bócio à nascença.