Forças armadas de todo o mundo ajudam - Dialogo

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Forças armadas de todo o mundo ajudam Equador na
recuperação do terremoto
Um grupo de forças armadas internacionais vem realizando missões em todo o Equador para ajudar na
recuperação após o terremoto de 7,8 graus de magnitude que atingiu o país em 16 de abril, deixando mais
de 650 mortos e 16.000 feridos.
Holger Alava
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26 abril 2016
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Soldados peruanos preparam um carregamento de água a ser levado para as vítimas do terremoto de 7,8 graus de
magnitude que atingiu o Equador em 16 de abril, causando até agora mais de 650 mortes. [Foto: Exército do Peru]
Horas depois que um terremoto de 7,8 de magnitude abalou o Equador em 16 de abril , deixando mais de
650 mortos e mais de 16.000 feridos, países de todo o mundo encarregaram suas forças de segurança de
ajudarem no resgate de sobreviventes, na oferta de ajuda humanitária e na remoção de corpos sob os
escombros.
Na maioria dos casos, a ajuda chegou em aviões militares de países vizinhos como o Peru e a Colômbia e
de outros distantes como a Espanha. Em outros casos, o auxílio veio a bordo de navios de guerra. O Peru,
vizinho do Equador ao sul, já disponibilizou 61 toneladas de ajuda humanitária. A Força Aérea do Peru
(FAP) utilizou aeronaves Hércules e Spartan do Grupo Aéreo Nº 8 para enviar a ajuda, enquanto a Marinha
peruana enviou o barco Tacna, a maior embarcação de apoio logístico naval. O BAP Tacna é dotado de
múltiplas capacidades, como o abastecimento de água e de combustível em áreas remotas. Transporta até
11.000 t de suprimentos e opera por um período de até 30 dias. O Peru também forneceu ao Equador três
helicópteros militares que foram designados para as áreas mais isoladas do país.
A ajuda da Colômbia, país vizinho do Equador ao norte, foi comandada pessoalmente pelo presidente Juan
Manuel Santos, que desembarcou na cidade portuária de Manta, uma das mais afetadas pelo terremoto,
em 23 de abril, com cerca de 25 toneladas de ajuda humanitária trazida por quatro aviões e dois navios
com alimentos e água.
“[Queremos] dizer ao povo do Equador [que] o povo colombiano está aqui, pronto para ajudar naquilo que
pudermos. Esta ajuda é apenas a ponta do iceberg (...) Faremos o que nos pedirem e o que nós mesmos
pudermos fazer. É nos momentos difíceis que os verdadeiros amigos se mostram, e o povo colombiano e o
povo equatoriano são mais do que apenas amigos, somos irmãos, por isso estamos aqui”, disse o
presidente Santos em sua chegada.
“Os engenheiros [do Equador] estão aqui trabalhando intensamente e têm realizado pesquisas sobre as
áreas críticas, a infraestrutura geral e as condições atuais”, disse o Contra-Almirante Rafael Poveda,
comandante da Infantaria da Marinha do Equador, responsável pelo envio das forças militares durante a
fase de emergência do terremoto, em entrevista a Diálogo.
“A ajuda complementar que as equipes internacionais nos forneceram são muito boas; [foram] muito
profissionais, e as equipes vieram de diferentes países, como Colômbia, Peru, Venezuela”, afirmou o C Alte
Poveda. “Uma delegação significativa também veio do México, além de Chile, Argentina, Bolívia, El
Salvador, França, Espanha e Rússia. Eles têm feito um trabalho excelente trabalho.”
Resposta mundial
O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, por sua vez, ordenou a ativação do “Protocolo para Oferta de
Ajuda Humanitária e Serviços de Resgate”, enviando ao Equador uma aeronave Boeing 727 da Polícia
Federal com um contingente composto por membros da Marinha, do Exército, da Polícia Federal, da Cruz
Vermelha Mexicana e da Defesa Civil.
O governo argentino enviou um Hércules C-130 com 21 militares da Força Aérea que foram autorizados a
participar das tarefas de logística e suprimento de equipamentos para a identificação dos corpos. A
Argentina também enviou tendas, pastilhas de purificação de água, cobertores, medicamentos de cuidados
básicos, kits de higiene e utensílios de cozinha.
A Força Aérea da Bolívia utilizou um Hercules C-130 para enviar ajuda humanitária, que incluiu 3.000 litros
de água, meia tonelada de medicamentos e 50 especialistas em busca e salvamento do grupo SAR-FAB,
acompanhados por um cão treinado para procurar sobreviventes presos sob os escombros.
El Salvador enviou um grupo de 25 socorristas do Corpo de Bombeiros de El Salvador, da Polícia, da Cruz
Vermelha e outras três unidades de socorristas salvadorenhos.
O Chile enviou 49 especialistas do Grupo de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros do país para
ajudar a população atingida no Equador. O país andino também enviou seis toneladas de equipamentos
necessários para as operações de busca e salvamento de pessoas presas nos escombros.
Da mesma forma, a Espanha enviou um avião Airbus da Força Aérea com 50 membros da Unidade de
Emergência das Forças Armadas, cães de resgate e sistema autônomo de iluminação. Da França, foram
destinados 64 especialistas civis em resgate e mais de 30 militares especializados em projetos de
purificação de água. Por sua vez, Coreia do Sul, Noruega e Holanda anunciaram que enviariam fundos
para ajudar a emergência equatoriana.
Estreita coordenação
Além dos protocolos formais entre o Ministério das Relações Exteriores do Equador e seus colegas de
outros países, o Equador designou um coordenador militar para dirigir o trabalho das várias delegações
que chegaram ao país com ajuda humanitária, especialistas em resgate e equipamentos de demolição.
“Há coordenação permanente entre as chancelarias desses países. Existem protocolos já estabelecidos e,
como resultado desses protocolos, as delegações podem ingressar em nosso país, dependendo das
necessidades que temos”, explicou o C Alte Poveda.
“Quando as equipes chegam, há um coordenador militar que direciona as equipes para as áreas de
desastre que necessitam de ajuda das equipes de resgate. Esse tem sido o método. Tem havido uma
rotação contínua do pessoal com base no trabalho executado. Esse controle tem sido realizado pelas
Forças Armadas.”
“Depois da fase [de resgate], que está quase concluída, vamos passar para a próxima fase, que está
relacionada com a aplicação de equipamentos pesados, voltada para a remoção de escombros e
demolição controlada”, concluiu o C Alte Poveda.
Carolina Loza contribuiu para esta reportagem de Quito, Equador.
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