VER-SUS relatórios

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VER-SUS ANGRA 2016
Marcella Constantino
No domingo dia 14/08/2016, o grupo de estudantes selecionados para o projeto de vivência
no Sistema Único de Saúde de Angra dos Reis se reuniu para darem início à jornada de oito
dias para conhecerem os serviços de saúde oferecidos, o funcionamento, os pontos fortes e
pontos fracos, assim como as oportunidades e ameaças que estão acerca do sistema de saúde
pública. Nós estudantes de universidade pública e privada de diversas áreas diferentes, como
Pedagogia, Psicologia, Odontologia, Administração Pública e Políticas Públicas, formamos
um grupo multidisciplinar para fazer análises, reflexões, trocas e diálogos sobre o SUS.
Entendemos que este momento além de ampliar a nossa visão acadêmica e profissional,
estimular o senso crítico, identifica, evidencia e apresenta as questões pertinentes ao SUS, se
tornando uma ferramenta para análise de possíveis intervenções do setor público para
reconhecer e propor soluções. Esta dissertação trata do contato direto com as instituições,
através da observação participante, entrevista aberta, para dar base à construção do relatório.
Unidade de Saúde Básica (USB) Estratégia da Saúde da Família (ESF) 15/08/2016
Parque das Palmeiras/Balneário
Marcella Constantino
A primeira vivência do grupo de estudantes pelo Sistema Único de Saúde de Angra dos
Reis aconteceu na unidade que contempla os usuários do bairro Balneário e Parque das
Palmeiras, atenção primária. Esta instituição funciona desde o ano 2.000, atendendo consultas
e encaminhando a outras unidades quando necessário. A marcação das consultas é realizada
no local, por agenda, as quintas atendendo idosos e as sextas a população geral. O horário de
funcionamento acontece das 7 às 18 horas. Possuem um Clínico Geral, um Pediatra, um
Ginecologista e três Enfermeiras, sendo uma técnica, uma auxiliar e uma Enfermeira chefe,
tendo a equipe completa. Há Clínico Geral todos os dias. Na unidade não há atendimento
odontológico, a população é encaminhada para o Colégio Honório Lima para ter atendimento.
Todos os funcionários são concursados, exceto os agentes que são celetistas, com contrato. Há
quatro agentes comunitários que realizam além da sua tarefa a função de recepcionista e
segurança, podendo ter outros funcionários para suprir estes cargos específicos. Os agentes
comunitários fazem acompanhamento, visitam sozinhos ou com médicos os usuários.
Quando as pessoas não podem ir, os médios vão até as pessoas em suas residências. O acesso
aos locais pelos agentes é dificultoso por ter áreas de risco. Quando há necessidade, sinalizam
para a Fundação se estão com algum agravo. Cada agente atende 200 famílias. A unidade
atende em média 50 pessoas por dia e 250 por semana. O fato dos agentes não terem uniforme
e crachá para se identificarem nas visitas as comunidades dificuldade o contato. Há
questionamento sobre atrasos de salários por parte dos funcionários.
O espaço da unidade é pequeno, estando localizado dentro de um estádio. Havendo poucos
lugares para acomodação dos usuários.
Dentro da instituição tem dois consultórios,
administração, sala de curativo, recepção, uma sala de vacina e triagem. A área de serviço é
precária, podendo ter um espaço mais apropriado. Contém ar condicionado, ventilador,
televisão na sala de espera, entretanto não há computadores, pois devido aos assaltos por não
haver segurança e perderem os dispositivos, não houve reposição, o que não facilita a
organização. A administração é feita em conjunto com a Fundação de Saúde. Contudo falta
segurança, falta grade, não havendo guarda municipal. Há necessidade da reposição do
material de trabalho, em tempo útil, pois devido à falta de materiais interfere na qualidade do
atendimento. Por não ter superintendente para eles questionarem as questões do trabalho,
acumulam-se questões problemáticas. Há necessidade de telefone que ligue para celular, não
apenas convencional, pois eles usam o telefone pessoal para entrarem em contato com os
pacientes, o que traz questionamentos se caso atende a demanda. Na unidade não há
identificação, fazendo-se necessário a marcação do território para o reconhecimento da
população, mostrando que existe aquela unidade de saúde pública.
Estratégia Saúde da Família ESF - Camorim Módulo I e II 15/05/2016
Marcella Constantino
A inauguração do posto de atenção primária ocorreu em 2008, funcionando das 8 às 17
horas. Há o programa Saúde da Mulher para acompanhamento ginecológico e pré-natal,
funcionando desde 18 de dezembro de 2015. O Módulo I e 2 que existem na unidade são
divididos por bairros, o sistema atende o bairro Camorim 1 e 2. Possuem dois enfermeiros,
dois técnicos de enfermagem, dois médicos, dentista, auxiliar de enfermagem, assistente
social, recepção, zeladoria, farmacêutico e agentes comunitários. A dentista é a gerente da
unidade. Fazem encaminhamento para especialistas quando necessário. O Núcleo de Apoio a
Saúde da Família (NASF) dá apoio à instituição. A utilização de um quadro na recepção que
sinaliza as famílias e respectivas doenças que os membros têm, facilita a compreensão tanto
dos funcionários quanto dos usuários sobre a população local. Há 7 agentes comunitários,
cada um atende 160 famílias. Tem uniforme para os agentes, mas estão sem crachá, havendo
identificação. Uma das agentes também exerce a função de recepcionista, podendo ter outra
pessoa para suprir esta função. O acesso às localidades pelos agentes comunitários é ruim por
ter áreas de risco. No entanto falta recurso, tem atraso de salários há quase dois anos. Falta
manutenção dos aparelhos e segurança no local. Por não ter regularidade da vinda dos
materiais, afeta a organizações dos materiais. Tem dias que tem de mais e dias que tem de
menos. Além disso, há poucos lugares para acomodação dos pacientes em estão em espera.
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência SAMU - Balneário 15/08/2015
Marcella Constantino
O SAMU é um serviço de atendimento móvel, possuindo oito transportes, regido pela
portaria 2048. Os municípios não são obrigados a terem SAMU. O SAMU de Angra dos Reis
atende o continente e a ilha, sendo inaugurado em 2010. Quem administra o SAMU é a
prefeitura. Dão suporte a população em casa, tratando o paciente dentro do transporte, tendo
uma equipe com médico, enfermeiro e condutor. Estão sem médico na ambulância neste
momento. Há dois médicos na regulação, a qual coordena o sistema. Todos são concursados,
mas há também médicos contratados. A urgência acontece em 24 horas, sendo urgência
enviam a ambulância, para localização é importante o ponto de referência. Antes do envio da
ambulância fazem triagem para classificação de risco. O telefone para contato é 192, falta
informação da população, mas podem ligar para pedir orientação. Há uma unidade avançada,
sendo um transporte para situações de alto risco e quatro unidades básicas.Possui (NEU)
Núcleo de Educação em Urgência, todo SAMU tem que ter para preparar os profissionais para
as situações de risco. Há lei de multa no valor de mil reais para trotes, o qual os funcionários
relatam que muitos casos são cometidos por crianças. Devido a exigência do trabalho, tem
sala de descompensação para alívio do estresse dos profissionais, o que é importante para a
saúde do trabalhador.
SPA - Centro 15/08/2016
Marcella Constantino
O pronto atendimento é livre, atendendo só emergência, funcionando das 8 às 17 horas. Há
Centro odontológico e Centro de testagem e aconselhamento em DST. Há três médicos
clínicos gerais, os quais atendem só adultos, 24 horas todos os dias, tendo dois consultórios
médicos. Há odontologia avançada (marcada por agenda). Há concursados e cargos políticos.
A unidade tem odontologia, atendendo pessoas com necessidades especiais, crianças a
adultos, também havendo dentista 24 horas para emergência. Há acessibilidade no local e
farmácia. Teve corte de hora extra de médico, retardando o atendimento, superlotando a
unidade e demorando o atendimento. Equipe de médico e de enfermagem reduzida, a de
enfermagem em 50%. Na instituição há leitos de observação feminina e dois de masculina. O
espaço é pequeno da unidade, não acomodando bem os usuários. Percebe-se que é necessário
aumentar o número de funcionários, ampliar o espaço físico. Os atendimentos de alto risco
encaminham para o Hospital Geral da Japuíba e os Raios-X encaminham para a Santa Casa de
Misericórdia. Tem vigilante, com segurança 24 horas.
Centro de Especialidades Médicas CEM - Japuíba 16/08/2016
Marcella Constantino
O Centro de Especialidades Médicas do Distrito II é a atenção secundária, dividido em
parte clínica e odontológica. Foi inaugurada a estrutura nova em 2012, mas existe desde 21 de
setembro de 1987. Na parte clínica tem um pediatra, três clínicos gerais, um ginecologia,
otorrino, assistente social, enfermeira, psicóloga, três dermatologistas, endocrinologista e
fonoaudiólogo. O atendimento psicológico atende 12 pacientes por 30 minutos cada, havendo
uma sobrecarga. Quem faz a triagem para a psicóloga é a enfermeira e assistente social e não
pela própria psicológica, sendo que deveria ser realizado pela profissional competente. Há
concursados e cargos políticos. O programa mais médicos por ser temporário preocupa, pois
quando terminar o contrato pode ocorrer uma lacuna.
O atendimento acontece das 7 às 19 horas. Por não ter ESF na região, eles atendem diversas
localidades, da Sapinhatuba a Serra D’água. Uma vez por mês fazem a marcação das
consultas no local, a cada dia para uma especialidade. As ESF encaminham para o CEM
porque há especialidade, assim como sala de curativos, farmácia e Raio-X. A agenda é
ambulatorial, apenas levar comprovante de residência e cartão do SUS. Na parte da
odontologia faltam auxiliares de Saúde Bucal, porém não têm faltado instrumentos, atendendo
em média quarentas pessoas por dia. Há vinte dentistas na unidade, atendendo cinco por dia.
O espaço físico atende as necessidades. Na parte clínica falta profissional, a equipe está
reduzida, falta materiais, podendo haver um maior controle. Precisam de curativos para
distribuir a pessoa a se tratar em casa, mas pela escassez de material, não mandam o suficiente
que o médico solicita. Na rede só há um cardiologista para atendar muita demanda. Aumentar
o número de ESF e investir na atenção primária melhoraria o sistema de saúde, além da
participação social no canal de ouvidoria do SUS. No geral na instituição atendem
quatrocentas pessoas. O medicamento controlado só acontece no CEM do Centro, não neste
CEM. Na unidade acontece planejamento familiar, planejamento familiar central com
laqueadura e vasectomia. Há guarda municipal para a segurança do espaço.
Centro de Especialidades Médicas CEM - Centro 17/08/2016
Marcella Constantino
O Centro de especialidade Médica do Centro I Distriro além da especialidade tem trabalho
com a população de rua, consultório de rua. Há assistente social, fonoaudióloga, pneumologia,
otorrino, dermatologista, neurologista, enfermeiras e psicólogas. Os atendimentos
psicológicos só acontecem por encaminhamento e atendimento psicológico, com demanda de
7 a 8 por dia com duração de uma hora. Na sala de Saúde da criança há pediatria,
neuropediatra, infecto pediatra, nefro pediatra e psiquiatria infantil, equipe completa. Há
funcionários concursados e cargos políticos. Atendem crianças especiais. Fazem o teste do
pezinho. Em média atendem de vinte a trinta crianças por dia, funcionando das 8 às 19 horas.
O agendamento é feito uma vez por mês por especialidade. Aconteciam grupos de tabagismo,
planejamento familiar e de atenção básica, assim como grupo de idosos e da depressão, porém
não há mais. Falta estrutura física. Há saúde da mulher, pré-natal de risco e apenas uma
mastologista para atender todo o município. Na ESF Carmo/Centro há marcação de consulta
clínica médica. Tem saúde do idoso e clínica médica até os 60 anos.
Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Álcool e Drogas
CAPS AD - Balneário 16/08/2016
Marcella Constantino
O Centro de Atendimento Psicossocial para álcool e drogas foi fundado em 2008, contando
com uma equipe multidisciplinar composta por três psicólogos, um assistente social, um
terapeuta ocupacional, uma enfermeira, três técnicas de enfermagem, uma recepcionista, um
auxiliar administrativo, um guarda patrimonial para fazer a segurança e duas artesãs, são
concursados. Tem necessidade de ter clínico no quadro. A idade é a partir dos 18 anos. O
sistema não é credenciado ao sistema de saúde por não ter um psiquiatra na rede. O
funcionamento se dá das 8 às 16 horas de segunda aos sábados. O usuário chega por conta
própria ou por encaminhamento, a família também participa no processo. Há grupos de
família para ajudar e dar suporte as famílias. Há acolhimento, conhecendo a história de vida
do sujeito, atendimento humanizado e escuta ativa. Passam por avaliação médica e
psicológica. A instituição atende usuários de álcool e drogas, oferece oficina de crochê, tricô,
oficina de artes plásticas, atividade física, artesanato, utilizando materiais recicláveis, como
garrafa pet, saco plástico e jornal. Realizam projeto terapêutico singular. As atividades
externas são Stand Up, ciclismo e caminhada. O usuário pode ser inserido nas oficinas se
quiser. O sistema promove rodas de conversa para construir estratégias de redução. Há
política de redução de danos, reduzindo ou rompendo, a escolha é do usuário, fazem
acompanhamento. Faz parte da rede de atenção psicossocial.
O CAPS AD compartilha cuidados com o CAPS II e CAPSi, dividindo materiais e carro.
Nas crises dos usuários contam com o suporte do Hospital Geral da Japuíba, pois há
atendimento psiquiátrico, sendo encaminhado por meio ou pelo próprio SAMU. O SAMU
pertence à rede. O usuário pode ficar no hospital até no máximo 72 horas. A enfermaria da
Saúde Mental quando a paciente precisa mesmo após as 72 horas tem que continuar a
reabilitação, para depois poder voltar ao serviço do CAPS AD. Os usuários passam por
avaliação médica e psicológica.
A reinserção no mercado de trabalho, apesar da
estigmatização social, possibilita reinserir o sujeito através de parcerias com empresas no
mercado de trabalho. Identifica a gestão que o álcool é o mais prejudicial, vindo em seguida a
cocaína, maconha e o craque. A maioria dos usuários são homens, sendo 80% homem e 20%
mulher. O CAPS pode ter tratamento intensivo, semi-intensivo e não intensivo. Alguns são
acompanhados por psicoterapia na instituição. Acontecia a parceria com a secretaria de
educação, tendo enfermeiro e pedagogo com relação direta com os alunos, mas atualmente se
precisa de projetos. Pontua-se que a política de economia solidária pode ser um caminho para
incentivo a fomentação de projetos. O CAPR (Centro de Atenção a População de Rua), os
usuários ficam abrigados, podendo ficar até seis meses e são encaminhados para o CAPS AD
para receberem tratamento. O espaço é alugado por recurso da prefeitura, é alugado.
Centro de Atenção Psicossocial Infantil CAPSi - Centro 16/08/2016
Marcella Constantino
O Centro de Atendimento Psicossocial para criança e adolescente atende autistas, psicose
grave, álcool e outras drogas, até os 18 anos de idade. Atendem das 8 às 16 horas. Todos
precisam passar por avaliação psicológica.
Cada usuário tem um projeto terapêutico.
Atendem com mais frequência usuários de álcool e drogas, de diversas classes sociais.
Atendem por dia 30 crianças, 15 de manhã e 15 à tarde. A demanda do Capsi é livre. A
instituição é credenciada desde 2014, sendo transferidos para o Centro da cidade em 2011. Foi
a princípio legalizado pelo ministério público e implantado em 2009 no Parque das Palmeiras.
Atendem todo o município. Costumam se reencaminhados pelo conselho tutelar, pela escola e
família. Relataram que muitos usuários têm problema com a lei e envolvimento com o tráfico.
Atendem crianças e adolescentes da Csa Abrigo do Areal. A demanda do CAPSi é livre, o
atendimento intenso são todos os sias, o semi-intensivo três vezes por semana e o não
intensivo uma vez por semana. Quando há transtornos graves são encaminhados para o
ministério público. No quadro tem dois psicólogos, dois assistentes sociais, um psiquiatra, um
pediatra, um enfermeiro, um técnico e três artesãs, equipe multidisciplinar, todos concursados.
Fazem visita domiciliar. A zeladora realiza oficina de crochê para as mães que esperam seus
filhos, sendo ao mesmo tempo uma oportunidade para diálogos e trocas entre elas. Os
funcionários realizam reunião todos os dias, reunião geral uma vez por mês. Realizam
oficinas de expressão corporal, esporte, musica, dança, artes plásticas e artesanato. Faltam
materiais para as oficinas. O espaço é alugado, porém não o suficiente, pois precisam de mais
espaço. Relatam a importância da supervisão do trabalho, capacitação e reciclagem.
Estratégia Saúde da Família ESP - Abraão 17/08/2016
Marcella Constantino
A ESP do Abraão, unidade de atenção básica é composta por uma equipe com médico,
dentista, enfermeira, auxiliar dentário, um psicólogo, cinco agentes de saúde e auxiliar de
enfermagem. A unidade foi inaugurada em 2008, atendendo das 8 às 19 horas. No entanto no
momento não há psicólogo. Atendem 70 pessoas por dia. Fazem preventivo da saúde da
mulher, pré-natal, saúde da criança e saúde do idoso. Possuem farmácia, porém acontece falta
de medicamentos. Sua área abrange as praias Dois Rios, Palmas, Lopes Mendes, Casteliano e
pequenas praias. Há 7 mil pessoas cadastradas no sistema. Utilizam para identificação das
famílias e respectivas patologias o esquema da representação simbólica das casinhas. A
Educação em Saúde acontece internamente entre usuários e agentes de saúde para cuidados e
orientações.
SPA - Abraão 17/08/2016
Marcella Constantino
A unidade de atenção secundária é uma rede de assistência médico-hospitalar, serviços
laboratoriais e pronto socorro. Atende 24 horas, em média tem de 40 a 50 atendimentos por dia.
Há classificação de risco por emergência que é o atendimento imediato, muita urgência em 10
minutos, urgência 60 minutos, pouca urgência em 120minutos e não urgência por 240
minutos. Pouca urgência e não urgentes podem ser atendidos pela ESF. A ESF e o SPA estão
no mesmo espaço. Não possuem segurança. A equipe é composta por dois clínicos gerais, um
dentista de emergência, um pediatra, um recepcionista, uma técnica de Raio-X
e duas
enfermeiras. Os médicos trocam de plantão às 10 horas. O aparelho de Rio-X está quebrado
há dois meses e não teve reparo ainda. Atendem dois médicos por dia. Relatam que ter clínico
e pediatra para atender todos os dias beneficiaria a população. A medicação chega com
regularidade, mas falta uma vez ou outra. No atendimento a enfermeira tria por classificação
de risco e na recepção faz o cadastro. Os funcionários não recebem alimentação da prefeitura
e o barco é pago por conta própria. Falta material para a administração, a qual é composta por
administração e auxiliar de administração. O telefone a prefeitura paga, mas o gás e internet
os funcionários pagam a próprio custo. Os funcionários têm atrasos de salários e o décimo
terceiro cancelado. Os atrasos no salário prejudica o funcionamento. O SAMU por não ter
barco prejudica a remoção dos usuários. A Defesa Civil só atende emergência de grande risco.
Quando o bombeiro vem o médico da unidade tem que ir junto porque o paciente não pode
ficar sem ele para acompanhamento, porém a unidade fica sem médico. A Defesa Civil pelos
relatos tem estado inoperante.
Estratégia Saúde da Família ESF- Unidade Municipal de Saúde de Matariz 17/08/2016
Marcella Constantino
A unidade básica de saúde foi inaugurada em 14/05/1999, atende 90 famílias, funciona das
8 às 17 horas. A equipe é composta por uma enfermeira, uma clínica geral, uma dentista, uma
auxiliar de saúde bucal e três agentes de saúde, concursados, mas faltam profissionais.
Atendem em média 20 pessoas por dia. Fazem coleta de preventivo. Pela falta de barcos a
diminuição dos dias de atendimento diminuiu. O consultório dentário se localiza dentro da
escola próxima ao local, atendendo com cuidados para não interferir na rotina da escola. O
espaço da unidade é extremamente pequeno, não atendendo a demanda. No consultório
odontológico há instrumentos de péssima condição, sem estrutura. Quando há problema com
o aparelho a dentista paga do próprio bolso. Há um banheiro na unidade para todos. Por ter
apenas um consultório falta privacidade. Tem computador, mas não há internet. Encaminham
para o continente para terem atendimento de enfermeira e médico na quarta, quinta e sexta.
Enviam para os especialistas do continente quando necessário. Um dos problemas é o SAMU
não ter barco, os funcionários e os usuários precisam criar as próprias estratégias de
locomoção. Possuem farmácia, mas faltam remédios. Esta unidade foi uma das mais carentes
que conheci em Angra.
Santa Casa de Misericórdia- Centro 18/08/2016
Marcella Constantino
A unidade é de atenção terciária, com cuidados de alta complexidade e especialidade
elevadaé filantrópica, foi fundada em 1835, faz a parte de toda a maternidade, maternidade de
alto risco, sendo a única da região. Abrange Angra, Paraty, Rio Claro e Mangaratiba. Possui
CTI adulto com cinco leitos. A Saúde Mental possui oito leitos, também sendo o único da
região. Há leito de clínica médica feminina e masculina, os pacientes são referenciados. O
CTI possui um dentista que atende três vezes por semana. A Instituição tem UTI Neo Natal
24 horas, porém só tem três leitos, sendo necessário mais perante a demanda que às vezes
chega a 14 crianças, tanto pré-maturas quando com insuficiência respiratória. Todos os
atendimentos são 24 horas por dia. O plantão é doze horas. Em média fazem sete partos por
dia, 250 por mês. Possuem duas salas de cesariana e uma de parto normal, três leitos de
trabalho de parto e nove leitos para ameaça de parto pré-maturo. O espaço físico atende a
demanda. A fisioterapia atende cinquenta pessoas por dia para ultrassom. O centro cirúrgico
está sem reforma. Há enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem. Tem psicóloga,
assistente social, nutricionista e fonoaudióloga. A maternidade recebe direto ou pessoas
encaminhadas pelo HGJ (Hospital Geral da Japuíba). O núcleo interno de regulação faz a
coordenação. Na clínica médica tem 16 leitos, na maternidade são 19 leitos em uma área 16
leitos. Haverá especialista em Oncologia. Há leitos que atendem convênios e particular.
Acontece falta de medicamentos, precisando de regularidade.
A Saúde Mental possui 4 leitos feminino e 4 masculino, atendendo adulto e menores de
idade. No entanto o espaço que está alocado é extremamente pequeno e não humanizado, não
sendo apropriado para a reabilitação do usuário. Faz-se necessário a aproximação dos CAPS
com o setor para potencializarem as ações a proporcionarem mais qualidade e eficácia no
atendimento. O CAPS fortalecendo o papel da família com o usuário colaboraria mais para a
reabilitação, pois relatam que muitos após saírem ficam em alguns casos abandonados. O
setor acolhe de uma semana a um mês. A maioria dos casos é de esquizofrenia e usuários de
álcool e drogas em crises, quando apresentam alto risco. No HGJ que podem ficar apenas por
72 horas. Há falta de medicamentos. O espaço reproduz um ambiente no modelo manicomial,
por esta razão defendo a humanização do espaço e oficinas artísticos culturais durante o
período de internação provisória. Há um enfermeiro, uma psicóloga, um neurologista e um
psiquiatra. Não há carro, o que também faz falta. Precisa de capacitação para o grupo,
trabalhar mais perto do CAPS, ter um maior diálogo com o CAPS para criarem juntos
estratégias de intervenção, principalmente em aproximar mais a família, pois sem isso
compromete a reabilitação e a qualidade de vida dos usuários, os quais estão no topo.
Hospital Geral da Japuiba 18/08/2016
Marcella Constantino
Não permitiram a nossa entrada para conhecer a unidade devido a reformas na instituição.
Estratégia Saúde da Família ESF - Japuiba Módulo I, II e III
Marcella Constantino
A unidade de atenção básica possui o Programa Mais Médicos, um convênio entre Cuba e
Ministério da Saúde, contrato estabelecido por três anos, podendo ser renovado. A nova
unidade foi inaugurada em 22 de fevereiro de 2016. Há três médicos especialistas em
medicina da família, realizam função da medicina preventiva e dinâmica familiar. Quando
necessário encaminham a outros especialistas. Uma das questões que dificulta o trabalho é a
demora na realização dos exames específicos. Relatam que falta comunicação entre a atenção
primária com a atenção secundária. Atendem mil famílias. Na unidade precisam de recurso,
medicamentos, especialmente para hipertensos e diabéticos. O quadro de funcionários não
esta completo. Ao todo a unidade possui 22 funcionários, sendo 17 agentes, uma enfermeira,
uma técnica e três médicos. Uma das diferenças entre Brasil e Cuba que acham importantes é
a presença dos agentes de saúde, os quais têm contato direto com os usuários em suas
comunidades, porém em Cuba não há.
Programa Melhor em Casa 19/08/2016
Este programa de serviço de atenção domiciliar foi inaugurado no Brasil em 2011 e em
Angra dos Reis em 2013, composto por uma equipe de especialistas que atendem os pacientes
em seus domicílios. A atenção é secundária e terciária. Os pacientes atendidos têm alta
complexidade, alto risco de vida com grande gravidade, a intenção é diminuir as internações
no hospital, os números de leitos, diminuir a infecção e humanizar o atendimento. Atendem
de segunda a segunda. A equipe é composta por quatro médicos, entre eles uma pediatra, uma
fonodióloga, quatro fisioterapeutas, um nutricionista, uma psicóloga e três enfermeiros. A
demanda só atinge os usuários do continente, não os da ilha. A maioria é de classe baixa.
Uma das questões mais importantes que facilitaria o trabalho deles seria terem uma van para
transportá-los, pois dividem o carro com outros setores, tendo até de usarem o próprio. A
falta me medicamentos e recurso dificuldade a qualidade do trabalho. Fazem a avaliação no
hospital ou na casa para saber se é público alvo do programa. Quando dão alta devolvem para
a saúde da família. Relatam que as situações de risco que passam para chegar até as
residências atrapalham. A entrada do psicólogo na equipe é recente, sendo uma das áreas de
grande relevância para suporte psicológico tanto da família quanto do paciente.
Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina 19/08/2016
O observatório situado em Paraty foi inaugurado em 2014 com a proposta de articular as
comunidades quilombolas, indígenas e caiçaras a manutenção, demarcação e preservação dos
territórios. Houve a aproximação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para trabalho de
pesquisa. Trabalham na unidade 35 pessoas entre técnicos e comunitários. O Fórum das
comunidades tradicionais constitui um espaço de desenvolvimento de políticas públicas de
desenvolvimento sustentável e ouras políticas para a garantia de direitos. O Fórum abrange
Angra, Paraty e Ubatuba. Há o núcleo de qualificação do fórum das comunidades tradicionais
para discutir políticas e questões pertinentes. Possuem decreto 6040 de 2007, sendo a política
nacional que reconhece as comunidades tradicionais e é muito combatida, mas fundamental
para a afirmação das identidades. As questões estão acerca da ameaça dos territórios dos
povos, falta de saneamento na região e falta de escolas diferenciadas nas comunidades. Relata
ser importante a discussão do turismo de base comunitária, buscar qualificar e empoderar as
comunidades. O financiamento do observatório é feito através da FUNASA. Sendo um
importante instrumento de fortalecimento das comunidades.
Unidade de Saúde da SESAI- Secretaria Especial de Saúde Indígena 20/08/2016
Fomos à aldeia indígena do Bracui, nesta aldeia vivem 370 pessoas. A unidade de saúde básica é
promovida pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), inaugurada em 15 de setembro
de 1995, programa específico para a comunidade. Parceria entre Ministério da Saúde, FUNAI,
município e EFENESE, não com o SUS . A aldeia foi demarcada em 1994. A unidade atende
das 8 às 16 horas, funcionando o programa saúde da mulher, da criança, do adulto, fazem prénatal, preventivo, entre outros. Na equipe médica há pedriatra que atende quatro vezes por
semana e clínico duas vezes por semana. O parto das aldeias é realizado pelas parteiras da
comunidade. O terreno é de 2.126 equitares. Segundo os habitantes a plantação de ervas
medicinal é difícil e a procura das ervas é muito longe em ouras regiões. Utilizam a farmácia
da unidade para terrem acesso a medicação, mas há falta de medicamentos.
Quilombo de Santa Rita do Bracuí 20/08/2016
Nesta comunidade vive em média 120 famílias, sendo uma fazenda que acolhe negros,
ascendentes de negros escravizados. Muitos pesquisadores na área da medicina, geográfica e
antropologia vão para a comunidade. Possuem conhecimento de ervas medicinal, porém o
efeito da natural demora mais do que o sintético, fazendo mais uso dos medicamentos do
SUS. A unidade de saúde básica, ESF, as quais utilizam é a do Bracui, o qual o programa
mais médicos faz parte, a cada semana agendam uma comunidade, mas demoram muito para
marcar e chamar as comunidades. Viabilizam a possibilidade de uma unidade de saúde
específica que atendam dentro da comunidade, para não terem de se deslocar tanto para ter
atenção à saúde básica.
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