COMPORTAMENTO TÉRMICO NO CENTRO HISTÓRICO E COMERCIAL DE SÃO LUÍS-MA Fabrício Sousa da Silva - Graduando em Geografia/UFMA- São Luís-MA [email protected] Josélio Oliveira de Oliveira - Graduando em Geografia/UFMA- São Luís-MA [email protected] Isabela Camila dos Santos C. de Oliveira - Graduando em Geografia/UFMA- São Luís-MA [email protected] Márcia Talídia Ferreira Rodrigues - Graduando em Geografia/UFMA- São Luís-MA [email protected] Prof. Ms. Ronaldo Rodrigues Araújo (LABOCLIMA/DEGEO/UFMA- São Luís-MA [email protected] O clima urbano pode ser, essencialmente, analisado a partir de aglomerações urbanas, em que podese constatar que o aumento da temperatura nas cidades ocorre em função de vários fatores, como: a verticalização das construções; a impermeabilização do solo; a redução das áreas verdes, provocando a diminuição da evaporação, e acarretando, na atmosfera, uma pequena capacidade de resfriamento do ar. No caso da cidade de São Luís, o crescimento físico - territorial acelerado, não implicou somente na sua ocupação desordenada, como também, influenciou o seu clima local. Dessa forma, considerando a necessidade de diagnosticar a existência de clima urbano na cidade de São Luís, o presente trabalho teve como objetivo, a partir de estudos preliminares, com alunos do curso de Geografia durante as aulas da disciplina Climatologia, avaliar de que forma o meio urbano influencia as condições climáticas. Para tanto, realizou-se dois trabalhos de campo no centro histórico e comercial, no mês de novembro de 2008, escolhendo áreas verdes para avaliar o seu papel como regulador térmico na área urbana. Levou-se em consideração, além da mensuração e registro diário de dados, a situação climática regional do período, fazendo uma inter-relação com as características urbanas, conforme proposta metodológica da análise rítmica definida por Monteiro. Os resultados indicaram que a praça que está mais próxima das áreas com maior impermeabilização e movimento de circulação de pessoas e automóveis mostraram-se levemente mais aquecida que a de maior presença de cobertura vegetal e menor movimento, caracterizando a influência do solo urbano de entorno na geração de diferenciais térmicos. ABSTRACT The urban environment can be, essentially, considered from cities, where you can see that the temperature increase occurs in cities due to various factors such as: the verticalization of buildings, soil sealing, the reduction of green areas, causing the decrease in evaporation, and thus, in the atmosphere, a small capacity of cooling air. If the city of São Luís, the physical growth accelerated territorial, not only resulted in its occupation disordered, but also influenced the local climate. Thus, considering the need to diagnose the existence of urban climate in the city of St. Louis, this paper aims, from preliminary studies, with students during the course of the geography lessons of discipline Climatology, assess how the urban influence climatic conditions. Thus, there was two field work in the historic and commercial, in November of 2008, choosing green areas to assess its role as regulator heat in the urban area. It took into consideration, besides the daily measurement and recording of data, this regional climate of the period, making an inter-relationship with urban characteristics, as proposed methodology of the analysis defined by rhythmic Monteiro. The results indicated that the square that is closer to areas with higher sealing motion and movement of people and cars proved to be slightly more heated than the greater presence of vegetation cover and less motion, characterizing the influence of urban land in the surrounding generation of thermal differential. 1. INTRODUÇÃO O crescimento desordenado das áreas urbanizadas provoca a degradação ambiental do meio natural, com a justaposição de um meio ambiente artificial que altera o equilíbrio natural dos elementos climáticos, contribuindo para o surgimento de problemas decorrentes dessa interferência, “dos quais a ilha de calor e a poluição do ar destacam-se como as mais notáveis”. (LOMBARDO, 1985). A industrialização, força motriz do crescimento das cidades, acaba sendo determinante para que o meio ambiente natural fique cada vez mais ausente do “meio ambiente urbano”, em função da substituição da vegetação e do solo pela impermeabilização de ruas, calçadas, terrenos. (RODRIGUES, 1997) Na medida em que ocorre o processo de expansão industrial e a associação de outros fatores, a urbanização também pode intensificar o seu crescimento, provocando desta maneira, uma aumento gradativo e contínuo da degradação ambiental, decorrentes, sobretudo, da maciça concentração populacional nos centros urbanos, da ausência de disciplinamento ao uso do solo e de políticas que visem o crescimento econômico associado à manutenção da qualidade ambiental. Constata-se que, além dos problemas sócio-econômicos, a qualidade ambiental vem a cada dia piorando e que as medidas de planejamento sugeridas são paliativas e adeptas do populismo, não atingindo as causas da degradação ambiental. Analisar as proporções de mudanças nas áreas habitadas por todos os seres é importante porque mostra mudanças ocasionadas por diversos fatores de responsabilidade dos próprios seres, uma vez que o estudo do tempo e do clima ocupa uma posição central para a própria ciência ambiental (AYOADE 1996), em que se destaca a formação do clima urbano. A interpretação das características climáticas do município de São Luís está relacionada a algumas particularidades mais pontuais que dão a especificidade do clima urbano. No entanto, para inferir na relação clima - meio urbano faz-se necessário considerá-la em primeira instância, numa escala mais ampla, associada à dinâmica atmosférica regional. Feitosa (1996) destaca que os estudos climáticos relativos ao território maranhense inserem-se, sempre, em uma abordagem mais ampla, incorporada a estudos realizados em todo Brasil ou nas regiões Norte e Nordeste, embora via de regra tais estudos reportem à área de influência dos ventos alísios de nordeste e da atuação convergente das massa de ar Equatorial atlântica e Equatorial continental que se deslocam em direção ao sul, que lhe garantem uma relativa estabilidade sazonal. As massas de ar Equatorial atlântica e Equatorial continental ao convergirem, produzem linhas de instabilidade conhecidas como ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL (ZCIT). Esta zona é oriunda da convergência dos alísios dos Hemisférios norte e sul. Através dos deslocamentos da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) entende-se a dinâmica climática do Estado do Maranhão, pois segundo Nimer e Brandão (1989), essa depressão barométrica posicionada no Hemisfério Norte, na altura do paralelo 5º N ao penetrar no Maranhão no sentido noroeste-sudeste, adquire grande importância no regime pluviométrico, a partir do verão e, principalmente, no outono, quando ocorrem as chuvas mais abundantes e diárias. O clima de São Luis é quente e abafado marcado por clima tropical quente e semi-úmido do tipo Aw segundo a classificação de Koppen (1900), com as chuvas ocorrendo durante o verãooutono sendo o inverno seco. A cidade de São Luis esta inserida em uma área de transição climatizado semi-árido nordestino e tropical úmido da Amazônia, e desta forma acaba por ser considerada uma área com clima tropical úmido. O clima tropical úmido apresenta temperaturas que possuem uma variação em torno de 17,9°C a 34,4°C que sofre influencia da massa equatorial atlântica. As informações climáticas disponíveis permitem considerar o clima de São Luís como de transição entre o equatorial e o tropical: quente e úmido. O período chuvoso ocorre de janeiro a junho, e o seco, inicia-se em julho prolongando-se até dezembro. As temperaturas médias oscilam entre 26,3ºc (março) e 27,5ºc (novembro). Nos meses de outubro e novembro, ocorrem as maiores incidências de ventos nordeste. (FERREIRA apud SEPLAN, 1993). As características climáticas regionais nos últimos 30 anos apresentam alguns episódios excepcionais, com a ocorrência de diferenças exageradas de seus parâmetros, o que possivelmente teve ter afetado o clima urbano da cidade, com significativas mudanças pontuais, decorrentes do processo de urbanização desordenada, o que implica dizer, que os padrões climáticos ora citados, sofrem diferenciações específicas, sobretudo, nos bairros de grande expansão horizontal e vertical e no centro urbano de São Luís. Dessa maneira, pretende-se analisar no trabalho, as causas para a variação térmica bem como os agentes que são responsáveis pela formação de microclimas em diferentes áreas da cidade de São Luís, tomando como referência o: Parque do Bom Menino e da Praça. João Lisboa, ambas no do Centro Comercial da Cidade. 2. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS As áreas de estudo, pontos fixos escolhidos para as medições foram a Praça João Lisboa (Figura 1) e Parque do Bom Menino (Figura 2), ambos localizados no centro comercial a cidade, e nas respectivas coordenadas: 2° 31' 44,41"S e 44° 18' 11,57’’ O e 2° 31' 57,95" S e 44° 17' 34,90"O. Figura 2. Parque do Bom Menino, vista Panorâmica Fonte: www.saoluis.ma.gov.br/procuradoria Figura 1. Praça João Lisboa, Vista Panorâmica Fonte: www.panoramio.com/photo/10402929 A Praça João Lisboa (Figura 3) é uma área de grande circulação de veículos por estar situada no centro comercial da capital maranhense. Na área estão localizados edificações, onde na sua grande maioria são de pequeno porte, a área verde encontrada é inferior ao do Parque do Bom Menino. Figura 3. Praça João Lisboa – Vista aérea Fonte: Google Earth 2009 No Parque do Bom menino (Figura 4), o fluxo de veículos é ainda maior, pelo motivo da área está ao lado de uma via importante de acesso ao centro da cidade. A concentração de verde no local é maior, por ser um importante espaço de lazer e outras atividades culturais e esportivas. Adjacente ao local há edifícios de médio e grande porte. Figura 4. Parque do Bom Menino Fonte: GoogleEarth 2009 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS As informações foram coletadas, a partir de pesquisas e revisões bibliográficas na internet, também em livros especializados sobre climatologia e clima urbano. A utilizaram-se ainda fotografias retiradas da internet e imagens de satélites (Google Earth) das áreas estudadas. A escolha das duas áreas deu-se pela sua localização geográfica no centro comercial, apresentando características interessantes no que diz respeito à coleta dos dados (circulação de pessoas e automóveis, atividades comerciais, forte impermeabilização, ausência de cobertura vegetal, entre outras). As medições foram realizadas nos dias 04 e 08 de novembro de 2008, entre as 8 e 18 horas, em escala horária. Para melhor compreender o seu comportamento no espaço urbano de São Luís, levou-se em consideração, na sua caracterização, observações diárias dos elementos climáticos, considerando a análise rítmica, proposto por MONTEIRO (1971). Para a medição do registro utilizou-se o Termo-higrômetro Digital HT-220 (Figura 5), sendo assim possível mensurar a umidade relativa e coletar dados de temperatura (máxima, mínima e média). Através da percepção observamos a cobertura da nebulosidade e a velocidade do vento com o uso estimado da escala de Beaufort. Figura 5. Termo-higrômetro digital HT-220 Fonte: http://www.cimm.com.br 4. A CIDADE E O CLIMA URBANO A partir do final do século XX, a população mundial passou a ser considerada urbana, concentrando-se nas grandes cidades em aglomerados urbanos. No Brasil, esse estágio começou só a partir de 1960, estando ligado ao êxodo rural. Isso tudo ajuda a configurar as alterações causadas na atmosfera urbana e na qualidade do ar da cidade. Atingindo 85% da população brasileira na década de 1990, essa taxa de urbanização tornou predominantemente a população urbana e sem qualquer planejamento, esses espaços se tornaram eivados de consideráveis disparidades sócio-econômico e elevada degradação ambiental, a atmosfera então é apenas mais um testemunho da relação predatória entre sociedade e natureza (emissão de poluentes, atividades industriais intensas, supressão da vegetação nativa, adensamento populacional) Vale ressaltar que o desenvolvimento da indústria brasileira a partir de 1950, deu origem a concentração espacial de indústria em regiões e cidades, ou seja, ela se distribui de forma muito irregular. Estando a poluição da atmosfera aliada muito diretamente à industrialização, determinando uma preocupação com a queda da qualidade ambiental das cidades, que impulsiona o surgimento de estudo relacionado ao clima urbano no Brasil. O processo de urbanização é bastante significativo em termos de modificação do clima, na escala local. A materialidade física e as atividades promovem alterações nos balanços energéticos, térmicos e hídrico, trazendo modificações importantes nas propriedades físicas e químicas da atmosfera propiciando assim, a criação de criações climáticas distintas das áreas não urbanizadas. O clima constitui- se numa das dimensões do ambiente urbano e seu estudo tem oferecido importantes construções ao equacionamento da questão ambiental das cidades. As condições climáticas destas áreas, entendidas como clima urbano, são derivadas das alterações da paisagem natural e da sua distribuição por um ambiente construído, palco de intensa atividade humana. É neste espaço socialmente construído que o balanço de energia precedente sofre profundas mudanças, sendo que os elementos climáticos mais observados têm sido a temperatura e a umidade relativa do ar (ilha de calor, ilha de frescor, conforto/desconforto térmico e etc) os ventos diretamente ligados a dispersão da poluição nas cidades tropicais (inundações). As atividades sócioeconômica de maneira geral são fatores da formação do clima urbano, sendo que a intensidade do adensamento humano e urbano e a localização geográfica da cidade desempenham forte influência em tal formação. As cidades dos países não desenvolvidos, principalmente os de áreas tropicais notadamente as cidades médias e pequeno porte, só muito recentemente começaram a elaborar estudos de seus ambientes climáticos. A identificação de novos fatores como o papel da precipitação e conseqüentemente umidade do solo na formação do clima de tais localidades têm sido lançados na perspectiva de contribuir para uma melhor compreensão dos graves problemas urbanos das cidades do mundo tropical. Este último aspecto tem sido particularmente observado como influente na caracterização do clima urbano das cidades tropicais, médias e pequenas, pois nestas localidades a variação sazonal da precipitação e umidade do ar é consideravelmente importante na determinação da atmosfera urbana. É sabido então que a degradação ambiental e a quedas da qualidade de vida nas cidades, destes países se agravam à proporção que a urbanização se intensifica, porque o que surge é a construção de casas, de estradas de terrenos de esporte e de parques industriais, que modificam profundamente o meio os regimes de clima, das águas, e dos ventos que são alterados até mesmo onde não há poluição. Desta forma podemos destacar alguns fatores condicionantes do clima urbano, são esses: a radiação, a forma urbana e as áreas verdes. I - A radiação. A presença da radiação térmica no clima urbano tem duas principais origens: urna, diz respeito àquela quantidade de radiação solar ganha, armazenada e difundida (por emissão, reflexão, condução e convenção); outra origem, diz respeito à radiação proveniente da ação antropogênica - as atividades industriais, o trânsito, o próprio calor metabólico do homem, os sistemas de condicionamento mecânico, a queima de combustíveis, etc. A quantidade de radiação solar total sobre a cidade é menor (15% a 20% menos) do que nas áreas circundantes, sendo que as radiações ultravioletas têm uma redução de 30% no inverno e 5% no verão (LANDSBERG 1962, 1970). O percentual de redução da quantidade de radiação solar vai depender também da própria latitude da estrutura urbana e das estações do ano. Nas latitudes mais próximas do equador tende a haver maior incidência de radiação nas superfícies horizontais e maior quantidade de radiação ultravioleta. A quantidade de radiação solar absorvida pela cidade é que vai determinar o seu efeito sobre o clima urbano. Esta depende: da capacidade de absorção e retenção dos materiais das edificações e dos tipos de revestimento do solo, bem corno da duração da exposição ao sol. “A radiação térmica produzida por atividades antropogênicos nas grandes cidades ultrapassa o balanço médio de radiação”. (LOMBARDO, 1985, p. 25). Nas cidades de clima quente, vale lembrar que os sistemas de ar condicionado retiram o calor do ar interno aos edifícios, mas, terminam por lançá-lo nos espaços urbanos exteriores. Brysson e Ross (1970) ainda colocam que a combustão que se dá em muitos motores de automóveis, produz aproximadamente a mesma quantidade de calor que urna lareira caseira típica do inverno. A radiação térmica produzida pelo homem através do metabolismo e atividade muscular tem também contribuição considerável dentro do total da energia térmica proveniente da ação antropogênica dentro das estruturas urbanas. II - A forma urbana. A forma urbana - resultante das relações estabelecidas entre a morfologia da massa edificada, a morfologia dos espaços exteriores e a morfologia do solo/paisagem (PEREIRA, 1982) como condicionante do clima urbano é percebida através daquelas suas características que a tornam, em maior ou menor grau, condicionante do clima urbano: rugosidade/porosidade, densidade de construção, tamanho, ocupação do solo, orientação, permeabilidade do solo e propriedades termodinâmicas dos materiais constituintes. Do estudo dessas, surge um conjunto de relações inerentes a essas características: concentração/dispersão (de elementos morfológicos); centralização/descentralização (de determinados elementos morfológicos dentro de um arranjo); espaçamento (entre elementos morfológicos da massa edificada e entre arranjos morfológicos); alturas relativas (entre elementos e/ou entre arranjos morfológicos); continuidade/descontinuidade (na repetição contigua ou mudança na configuração de um arranjo morfológico, ou mesmo intercalação com áreas livres ou áreas verdes entre arranjos morfológicos); e trocas de calor (que se dão entre os elementos da morfologia urbana). III - As áreas verdes. As áreas verdes têm atuado como moderadoras das temperaturas urbanas. Parques e áreas verdes que ocupam mais de 10% de área residencial têm sido constatados como exemplo de áreas verdes moderadoras de temperaturas urbanas (LOMBARDO, 1985). A OMS recomenda um mínimo de 12 m2 de área verde por habitante. 5. ANÁLISE DOS RESULTADOS 5.1 Episódio de 04 de novembro A partir das coletas de dados, observou-se no dia 04/11/08 que as menores temperaturas (Gráfico 1) foram registradas no fim da tarde e inicio da noite (entre as 17:00h e 18:00h) marcando em torno de 28,5° e 29,5°C de temperatura e respectivamente, umidade relativa (Gráfico 2) de 65% nas primeiras horas da manhã e 74% no inicio da noite. Essa queda na temperatura está diretamente ligada a fatores como: Diminuição da incidência de raios solares; A concentração de vapor d’água durante a noite devido à evaporação durante o dia; Resfriamento por troca de calor específico entre a superfície e a atmosfera. Quantidade pequena de veículos automotores que trafegam pelas vias paralelas às áreas estudadas. Características locais como: arborização, conseqüentemente ventilação e maritimidade, especificamente na João Lisboa. Em relação aos pontos com altas temperaturas, percebemos que nas primeiras horas da manhã, houve um aumento gradativo atingindo uma média de temperatura de 31,5ºC e queda da umidade que chegou a 57% em ambos locais, causando a sensação de desconforto térmico. É importante ressaltar que o céu por volta do meio dia, apresentava-se aberto e sem formação de nuvem, além de fatores como ao grande tráfego de veículos neste horário. Media de Variação de Temperatura do dia 04/11/2008 33 32 31 temperatura( 30 ºc 29 28 27 26 8:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00 Hora(h) Pq. B. Menino Pç João Lisboa Gráfico 1: Média de variação de Temperatura (04/11/2008) Medias de Variação de Umidade Relativa do Ar dia 04/11/2008 80 60 Umidade Relativa do 40 Ar(%) 20 0 8:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00 Hora(h) Gráfico2: Médias de variação de Umidade do ar (04/11/2008) Pq. B. Menino PÇ. João Lisboa 5.2 Episódio de 08 de novembro No Parque do Bom Menino as temperaturas iniciais registradas chegaram a 31ºC entre 8:00h e 9:00h, influenciadas por fatores como: céu aberto, ausência de nuvens e ventos relativamente fracos, favoreceram essa temperatura nas horas iniciais da manhã (Gráfico 3). A temperatura mais alta atingida nas medições foi registrada ao meio-dia, com 33ºC, influenciada por fatores como o clima regional e ainda pela ausência de ventos e céu aberto contribuindo para um conforto térmico também mais baixo do dia, com 57% de umidade relativa do ar. Na tarde os ventos favoreceram a queda da sensibilidade térmica, a ausência de veículos na avenida ao lado do parque por não se tratar de um dia de grande movimentação, e ainda a formação de uma leve nebulosidade nas ultimas horas do dia, aliada ainda com fatores como evaporação e circular de ar, condicionaram a temperatura a níveis baixos, e ate o mais baixo do dia chegando a 29ºC às 18h e um conforto térmico de 62%. Na Praça João Lisboa, influenciada por fatores como ventos do tipo aragem e nebulosidade além da maritimidade, fizeram com que durante toda a manhã a temperatura se mantivesse numa escala oscilatória entre 29ºC às 8h e 31ºC às 10h, e também com um conforto térmico oscilador entre 67% e 60%. A temperatura mais elevada registrada no ambiente foi de 32,3ºC às 15h e um conforto térmico de 58%, condicionado por ventos fracos e céu aberto, o que não favoreceu a circulação de umidade do estuário do rio anil localizado nas proximidades não favorecida em virtude de ventos fracos. Com a presença de ventos, nebulosidade e maritimidade além da arborização do ambiente e esfriamento por meio de trocas de calor especifico, a temperatura mais baixa foi registrada às 17h e 18h ambas com o marco de 29,6ºC e conforto térmico de 63%.(Gráfico 4) Media de Variações de Temperatura do dia 08/11/2008 34 33 32 31 Temperatura 30 ºc 29 28 27 26 Pq. B. Menino Pç J.Lisboa 8:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00 Hora h Gráfico 3: Média de variação de Temperatura (08/11/2008) Média de Variacao da Umidade Relativa do Ar 08/2008 70 60 50 Umidade 40 Relativa(%) 30 Pq. B. Menino Pç João Lisboa 20 10 0 8:00 10:00 12:00 14:00 Hora h Gráfico 4: Médias de variação de Umidade do ar (08/11/2008) 16:00 18:00 6. CONCLUSÃO Os resultados demonstram existir certa relação do efeito urbano no clima local, muito embora, as variações dos dados em decorrência dos diferentes padrões urbanos das áreas pesquisadas não se apresentam muito distintos, considerando-se a localização geográfica da região, próximo a linha equatorial e mesmo, devido ao domínio de uma única massa de ar nos dias que sucederam a coleta de dados. As diferenças de comportamento térmico em São Luís não são mais acentuadas se comparadas com os estudos realizados em regiões temperadas pelo menos alguns fatores devem ser considerados: a insularidade do município, a baixa altimetria e regular topografia do terreno da cidade e do litoral que favorece a livre penetração dos ventos, à reduzida atividade industrial e, ao processo de verticalização ainda em fase emergente No entanto, a associação das relações existentes entre a temperatura e a tipologia do solo urbano cria sem dúvida alguma, condições significativas e propicias à formação de células de calor, ou mesmo a formação de “ilhas de calor” bem definidas, ao ponto dos resultados das áreas estudadas quando comparadas, apresentaram uma diferença térmica. Em ambos os locais de estudo (Parque do Bom Menino e Praça João Lisboa), a oscilação de temperatura ocorreu devido à interferência antrópica, como por exemplo, o tráfego de veículos, e também se deve essa alteração a concentração de áreas verdes nos locais citados. No parque do Bom Menino, para uma temperatura amena, seria preciso uma melhor arborização, pois se trata de área verde localizada entre grandes edificações onde estas interferem e muito na temperatura. Na Praça João Lisboa, as medidas a serem tomadas seriam as mesmas propostas na área anterior, mas de forma mais simples, pois esta praça situa-se próxima ao mar, e este fator favorece e muito em uma temperatura com sensações térmicas mais confortáveis. REFERÊNCIAS AYOADE, J.O. Introdução à Climatologia para os trópicos. São Paulo: Difel, 1996. BRYSSON, Red A. ROSS, Jhon E. the climate of the city. In: Detwyler, T.R. e Marcus, M.G. Urbanization and. FEITOSA, Antonio Cordeiro. 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