Dispepsia Dispepsia Também conhecida como indigestão, é uma síndrome caracterizada por sintomas que possuem relação com o aparelho digestivo alto, sendo uma manifestação de diferentes enfermidades, principalmente das doenças pépticas. Podemos destacar a gastrite e a úlcera péptica, durante a gastrite o estômago fica inflamado através do consumo de álcool, de medicamentos e até mesmo causado pela presença da bactéria H pylori. Já úlcera péptica ocorre devido à ação do ácido clorídrico na parede dos órgãos. Além disto, o estresse e o hábito de fumar são também fatores a serem levados em conta para o surgimento de dispepsia. Pode ser dividida em: - Dispepsia funcional é aquela na qual os sintomas não possuem relação com enfermidades de base orgânica. - Dispepsia orgânica é a que possui sinais vinculados a uma doença orgânica. - Dispepsia não diagnosticada é a que possui os sintomas ainda não investigados. A indigestão pode ser causada por excesso de álcool; alimentos condimentados e gordurosos; comer em excesso e muito rápido; estresse emocional ou nervosismo; alimentos com alto teor de fibras; tabagismo; excesso de cafeína; cálculos biliares; pancreatite, úlceras e pelo uso de certas drogas, como antibióticos, aspirina e drogas antiinflamatórias não esteroides. A dispepsia acomete mais de 25% da população dos países desenvolvidos, é diagnosticada em 10% da população dos EUA a cada ano, sendo mais comum em mulheres dos 16 a 60 anos e nos homens acima de 40 anos de idade. Sinais e Sintomas: - Queimação e dor no estômago; - Náuseas; - Plenitude gástrica após as refeições; - Sensação de que o estômago está distendido; - Azia; - Má digestão; - Excessos de arrotos; - Saciação precoce. O diagnóstico é feito pelo médico após realizar um cuidadoso exame físico com a finalidade de detectar sinais e sintomas de uma dispepsia. A história clínica do paciente também pode ajudar por este motivo uma conversa e o estudo de exames anteriores pode ser algo positivo. Pode solicitar um exame de fezes para fazer uma pesquisa de verminoses, a endoscopia digestiva com biópsia e ultrassonografia abdominal, para que outros órgãos possam ser avaliados, como o pâncreas e a vesícula biliar. SAIBA MAIS: - 15% das pessoas buscam atenção médica no prazo de 3 meses de início dos sintomas. - Os sintomas envolvidos são geralmente dores epigástricas e desconforto pós-prandial. - A dor epigástrica é uma sensação desagradável proveniente de lesão tecidual. - O desconforto pós-prandial é uma sensação estranha e parece que a comida ainda está no estômago mesmo após longos períodos. - Doenças que não estão relacionadas com o estômago podem provocar a dispepsia, como a síndrome do intestino irritável. - Mudar seus hábitos alimentares pode aliviar os sintomas. - Tenha tempo suficiente para as refeições. - Mastigue a comida com cuidado e completamente. - Evite discussões durante as refeições. - Evite excitação ou exercício logo após uma refeição. - Um ambiente calmo e descanso podem ajudar a aliviar a indigestão relacionada ao estresse. - Evite aspirina e outros antinlamatórios e se tiver que tomá-los, faça-o com o estômago cheio. - Uma vez que a indigestão pode ser um sinal de uma doença mais séria, pessoas devem ir ao médico se tiverem: vômito; perda de peso ou de apetite; sangue no vômito ou na evacuação; dor severa no abdômen superior direito; desconforto não relacionado a comer; indigestão acompanhada por falta de ar, suor, ou dor radiando para o maxilar, pescoço ou braço e se os sintomas de indigestão persistir por mais de duas semanas. O tratamento costuma ser efetivo e rápido, procure um médico gastroenterologista diante dos sinais clássicos. Gastrite - Dr Leo Kahn GASTRITE A gastrite é uma doença inflamatória da camada superficial interna que reveste o estômago, chamada de mucosa gástrica. A gastrite pode ser aguda, que surge de repente, sendo caracterizada por uma situação passageira, podendo evoluir para crônica. A gastrite crônica pode evoluir para a forma de gastrite erosiva ou gastrite hemorrágica, causando até perdas de sangue pela boca ou pelo ânus. Acomete mais as mulheres com vida agitada e alimentação deficiente, mas o estresse é o grande fator para o aparecimento da gastrite, atingindo milhares de pessoas no mundo anualmente. As principais causas de gastrite são: - Helicobacter pylori: essa bactéria tem a capacidade de viver dentro da camada de muco protetor do estômago. A prevalência da infecção por esse micro-organismo é extremamente alta, sendo adquirida comumente na infância e permanecendo para o resto da vida a não ser que o indivíduo seja tratado. A transmissão pode ocorrer por duas vias: oral-oral ou fecal-oral. A gastrite não é causada pela bactéria em si, mas pelas substâncias que ela produz e que agridem a mucosa gástrica, podendo levar a gastrite, úlcera péptica e, em longo prazo, ao câncer de estômago. - Gastrite auto-imune: em situações normais, o nosso organismo produz anticorpos para combater fatores agressores externos. Em algumas situações o organismo produz anticorpos, de forma errônea, contra seus próprios órgãos. Doenças como: lúpus, hipotiroidismo, artrite reumatoide e diabetes que requerem insulina são exemplos. Neste tipo de gastrite, anticorpos levam à destruição de células da parede do estômago, reduzindo a produção e redução de absorção de várias substâncias importantes. O câncer de estômago também pode ocorrer em longo prazo. - Gastrite por aspirina e por antiinflamatórios: Estes medicamentos quando utilizados por pouco tempo não causam problemas. Ao contrário o seu uso regular pode levar para uma gastrite ou uma situação mais séria como a úlcera. - Álcool e certas substâncias químicas podem causar inflamação e dano ao estômago quando consumido em grandes quantidades e por longos períodos. Outras infecções: a gastrite infecciosa pode ser causada por outras bactérias que não o H. pylori, como por exemplo, a bactéria da tuberculose e a da sífilis; podem também ser causados por vírus, fungos e outros parasitas. Formas incomuns: são causas mais raras. Temos as gastrites linfocítica e eosinofílica; a gastrite granulomatosa isolada; e a gastrite associada a outras doenças como a sarcoidose e a doença de Crohn. A gastrite aguda também pode ocorrer em pacientes internados por longo período em unidades de tratamento intensivo, em pacientes politraumatizados e em grandes queimados. Sinais e Sintomas: - Dor e queimação. - Azia. - Perda de apetite. - Náuseas e vômitos. - Distensão da região do estômago. - Sensação de saciedade alimentar precoce. - Fraqueza. - Ardência da língua (glossite). - Irritação dos cantos dos lábios (comissurite). - Diarréia. Mais raramente, alterações neurológicas envolvendo memória, orientação e coerência, quadro clínico relacionado à gastrite atrófica. O diagnóstico na gastrite aguda é baseado na história clínica, sendo em geral desnecessário exames. Na suspeita de complicações, como a hemorragia, a endoscopia digestiva alta é o exame indicado, entretanto em 40% dos casos de gastrite crônica nada mostram. Por isso, considera-se que o diagnóstico das gastrites crônicas é, fundamentalmente, histológico, ou seja, pelo exame microscópico de fragmentos da mucosa colhidos por pinça de biópsia que passa através do próprio endoscópio. SAIBA MAIS: - Evitar o uso de medicações irritativas como os anti-inflamatórios e a aspirina, o abuso de bebidas alcoólicas e dofumo. - Comer em pequenas quantidades e várias vezes ao dia, evitando ficar sem alimentação por mais de 3 horas seguidas. - Alimentar-se com calma, mastigando bem os alimentos, o que facilita o esvaziamento gástrico e a digestão. - Evite alguns alimentos como frutas cítricas (laranja, limão, tangerina, acerola, abacaxi, kiwi, morango entre outras), refrigerante, condimentos como pimenta, canela, legumes ácidos como pepino, tomate, couve, couve-flor, brócolis, repolho, pimentão, nabo, rabanete, - Outros alimentos também devem ser evitados como os ricos em gordura (leite e derivados, frango com pele – maionese, creme de leite, entre outros), temperos como vinagre, pimenta, molhos industrializados, molho de tomate, ketchup, caldos, - Fuja dos enlatados e conservas. Linguiça, salsicha, patês, mortadela, presunto, bacon, carne de porco, carnes gordas;- – O consumo de café e outras bebidas que contém cafeína não são contra-indicados se o paciente tolera bem essas bebidas. - Mudar o estilo de vida agitado para uma vida mais calma parece ajudar na melhora nos sintomas da gastrite, juntamente com uma alimentação saudável. No caso de sintomas acima procure o gastrologista.