Os autores brasileiros no Arquivo Miroel Silveira Nome: Suzana da Costa Borges Longo Orientadora: Profª. Drª. Maria Cristina C. Costa Escola de Comunicações e Artes – USP A presente pesquisa é parte integrante do Projeto Temático Grupo de Pesquisa Arquivo Miroel Silveira, que analisa documentos compostos por mais de seis mil processos de censura prévia ao teatro apresentados ao Serviço de Censura do Departamento de Diversões Públicas do Estado de São Paulo (DDP-SP), entre 1930 e 1970. A proposta desta pesquisa é identificar os dramaturgos brasileiros presentes no arquivo, pesquisando sua vida e obra, e sua contribuição para na história do teatro em São Paulo e no Brasil. 1. Objetivos Levantar autores brasileiros no Arquivo Miroel Silveira que apresentaram suas peças entre as décadas de 1940 e 1960, pesquisando sobre sua vida e obra. Analisar importância e relação que esses autores tiveram com as artes e os meios de comunicação de massa, relacionando sua atuação no teatro, na literatura, no cinema, no rádio e na televisão; Analisar o tipo de censura que sofreram as peças desses autores. 2. Material e Métodos O estudo se inicia pela procura de uma amostra de autores brasileiros através da base de dados. A identificação dos autores se faz por meio de uma pesquisa biográfica, com base em sites de confiança, bibliografia especializada e entrevistas. Os processos são catalogados em uma base de dados digital, com informações como nome, autoria e localização da peça, data de solicitação de censura, que depois são inseridos na base de dados. O trabalho também inclui pesquisa bibliográfica, participação em seminários e outras atividades no âmbito do projeto temático. 3. Resultados Foram biografados 75 autores até julho de 2009, envolvendo nomes que atuaram nas mais diferentes áreas, desde literatos, teledramaturgos até atores. Os autores brasileiros que apresentaram suas peças durante meados do século XX eram, em sua grande maioria, teledramaturgos, fato que se explica pelo surgimento do primeiro canal de televisão durante os anos 1950 (especialmente a TV Tupi). Muitos desses autores migravam de uma mídia para outra, pela grande circularidade existente entre os meios de comunicação. Alguns deles também atuaram fora do teatro. Benedito Ruy Barbosa e Bráulio Pedroso escreveram também para o cinema e televisão. Chico de Assis, Ciro Bassini e João Silvestre migraram do rádio para a TV e depois para o teatro. Walter D’Ávila foi ator e Tatiana Belinky fez carreira de escritora. 4. Conclusões A reconstrução das biografias permitiu constatar a circularidade entre a produção teatral e os meios de comunicação de massa. Com isso, concluímos que os dramaturgos brasileiros selecionados na amostra dominavam outras linguagens artísticas além da teatral. Assim, obtemos uma compreensão ampliada da formação do campo artístico e do campo da comunicação de massa. 5. Referências Bibliográficas COSTA, Critina. Censura, repressão e resistência no teatro brasileiro. São Paulo, Annablume; Fapesp, 2008. COSTA, Maria Cristina Castilho. A censura em cena: o teatro e a censura no Brasil a partir do Arquivo Miroel Silveira. São Paulo: EDUSP: FAPESP: Imprensa Oficial, 2006. FERNANDES, Ismael. Memórias da telenovela brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1997. MAGALDI, Sábato. Panorama do teatro brasileiro. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1062. ROSENFELD, Anatol. Teatro moderno. São Paulo: Perspectiva, 1977. RATTO, Gianni. Mochila do Mascate. São Paulo: Editora Hucitec, 1996.