DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA FAMÍLIA NA CONVIVÊNCIA COM O PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL Rafaela Andresa da Silva Santos 1 Khívia Kiss da Silva Barbosa 2 Marina Figueira Lellis 3 Samilly Fernandes Sampaio 4 Eliclenes Porto 5 Rizonete da Silva Albuquerque 6 INTRODUÇÃO: A Reforma Psiquiátrica no contexto brasileiro trouxe algumas mudanças na prática da saúde mental, tendo sua primazia pela gradativa desinstitucionalização e implantação dos serviços substitutivos, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Esses serviços funcionam na contramão da lógica manicomial, contando com a participação dos familiares das pessoas com transtorno mental enquanto atores fundamentais no tratamento da doença mental. Diante disso, a família deve ser considerada como grupo social indispensável para garantia legítima da assistência física, psicológica e social destes sujeitos com transtorno. Percebendo a convivência com o transtorno mental enquanto impactante para a família perante os estigmas sociais, cronicidade do quadro e podendo implicar em uma sobrecarga a esses familiares, faz-se necessário conhecer as dificuldades enfrentadas na rotina da família que tem um portador de doença mental para se ter um cuidado voltado para tais necessidades. OBJETIVOS: Identificar as dificuldades enfrentadas pela família de paciente com transtorno mental. METODOLOGIA: A pesquisa é do tipo exploratória com abordagem quantitativa e foi realizada no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em um município da Paraíba. A amostra foi constituída por 20 familiares cuidadores de pessoas portadoras de transtorno mental, usuários do CAPS. Foi utilizado um formulário. Esta pesquisa foi realizada com base nos aspectos éticos em pesquisa envolvendo seres humanos, preconizados pela Resolução 466/12. A pesquisa foi aprovada sob o CAAE 14301513.7.0000.5179. Os dados foram analisados dentro do enfoque quantitativo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Obtiveram-se os seguintes resultados: 80% dos entrevistados relataram que apresentavam dificuldades emocionais e financeiras; 40% apresentam dificuldades em lidar com as crises; 100% relataram a necessidade de a família receber apoio psicológico e social para facilitar ou ajudar no tratamento do paciente; 100% mencionaram como sendo muito importante o papel do CAPS no tratamento e alívio da sobrecarga no cuidado através das orientações e atividades terapêuticas. Diante dos resultados, evidenciou-se que as dificuldades se apresentam em todas as áreas, em maior ou menor proporção. A sobrecarga emocional do familiar cuidador de pacientes com transtorno mental é bastante intensa, exigindo intervenção para que os mesmos não adoeçam. O trabalho do CAPS se mostra como satisfatório, porém ainda insuficiente diante das queixas acima citadas. CONCLUSÃO: Com a implantação do CAPS, o cuidado com o portador de transtorno psíquico teve grande avanço. No entanto, esses serviços ainda são questionados em relação ao cuidado e o olhar que deve ser voltado para os familiares. Esta pesquisa buscou apontar a importância do CAPS em enfrentar dificuldades, entretanto ainda há a necessidade de um maior suporte familiar por parte deste serviço, visto que o familiar que é cuidador de paciente com transtorno mental ainda apresenta muitas queixas na convivência com o mesmo. 1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG - 2 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG - 3 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG - 4 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG - 5 - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB - 6 - SECRETARIA DE SAÚDE DE PEDRAS DE FOGO - PB. 20 S A N A R E, ISSNe:2317-7748, V.14 - Suplemento 1 - COPISP - 2015 Apre s e nta çã o: ORAL