Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ 1º. semestre de 2010 Aula 6 Ref. Butkov, cap. 9, seções 9.1 e 9.2 Já vimos a separação de variáveis na equação de Helmholtz em coordenadas cilíndricas. • Vamos, agora, ver a separação de variáveis nessa equação em coordenadas esféricas. • Antes, porém, vamos ver as expressões gerais dos operadores grad, div e Laplaciano em coordenadas curvilíneas quaisquer. • Vamos supor que as coordenadas cartesianas x, y, z são reescritas em termos de coord. curvilíneas arbitrárias l,m,n O vetor posição então é escrito como Partindo da definição do gradiente e usando a regra da cadeia, temos que Seguindo a dedução do Butkov, seção 1.9, temos desde que as coordenadas l, m, n sejam ortogonais. As funções h, correspondem aos coeficientes do elemento de linha e são os vetores unitários correspondentes às coordenadas l, m, n. Explicitamente, o unitário na direção l é enquanto a função h correspondente é e assim por diante. Analogamente, o divergente nessas coordenadas é e o rotacional é Finalmente, o Laplaciano é As coordenadas esféricas r, θ, φ, são definidas como Calculando as funções h, para as coord. esféricas temos logo Vamos, agora, considerar a separação de variáveis em coordenadas esféricas. • Concretamente, vamos considerar o caso da equação de Helmholtz A separação de variáveis supõe (r, , ) R(r )( )( ) Vamos iniciar pela coordenada φ. Em geral, supomos que a função Ф(φ) é periódica, com período 2π. Assim, com • onde o caso m=0, representa uma função constante, enquanto que os demais casos são senos e cossenos. • Por simplicidade, vamos considerar primeiro o caso m=0. Nesse caso (m=0), a equação para Θ(θ) é • Para encontrar uma solução para essa equação, vamos fazer a mudança de variáveis de modo que E definir de modo que a equação para Θ(θ) fica Essa é a equação diferencial de Legendre, que já estudamos em Métodos I. A região de interesse físico é , que corresponde ao intervalo . As soluções bem comportadas (não divergentes) para a equação de Legendre ocorrem para • Essas soluções são os chamados polinômios de Legendre Em termos da variável θ, Mais adiante, neste curso, iremos estudar as propriedades desses polinômios. Vamos, agora, considerar o caso em que a função Ф(φ) não é uma constante, ou seja m≠0. Neste caso a equação para Θ(θ) fica Novamente, a substituição implicando em será útil, com m = 0, 1, 2, 3, ... , que é a chamada equação associada de Legendre. Estudaremos esta equação mais adiante neste curso e veremos que para que ela tenha soluções bem comportadas é necessário novamente que • Além disso, veremos que será necessário impor que Finalmente, vamos considerar a equação radial proveniente da separação em coordenadas esféricas. • Usando as soluções discutidas para as partes Ф(φ) e Θ(θ), vemos que a equação radial fica Como no caso cilíndrico, as condições de contorno a serem impostas sobre R(r) irão fixar os possíveis valores de k. Para resolver essa equação, faz-se a substituição k r = x , e a identificação R(r) = y(x), de modo que a equação fica • Para encontrar uma forma conhecida, vamos fazer outra substituição de modo que a equação fica Esta é a equação de Bessel de ordem • Nós já encontramos e resolvemos essa equação no curso de Métodos I. • Suas soluções são funções de Bessel e Neumann esféricas, que estudaremos mais adiante neste curso.