Uso de Azospirillum brasilenses e Doses de Nitrogenio - iciag

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA
USO DE Azospirillum brasilenses E DOSES DE NITROGENIO NO SEGUNDO ANO DE
CULTIVO DO MILHO
THIAGO PRUDENTE SIQUEIRA
Uberlândia – MG
Agosto – 2014
THIAGO PRUDENTE SIQUEIRA
USO DE Azospirillum brasilenses E DOSES DE NITROGENIO NO SEGUNDO ANO DE
CULTIVO DO MILHO
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
curso de Agronomia, da Universidade Federal
de Uberlândia, para obtenção do grau de
Engenheiro Agrônomo.
Orientadora: Regina Maria Quintão Lana
Uberlândia – MG
Agosto – 2014
THIAGO PRUDENTE SIQUEIRA
USO DE Azospirillum brasilenses E DOSES DE NITROGENIO NO SEGUNDO ANO DE
CULTIVO DO MILHO
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
curso de Agronomia, da Universidade Federal
de Uberlândia, para obtenção do grau de
Engenheiro Agrônomo.
Aprovado pela Banca Examinadora em 27 de Agosto de 2014.
Eng. Agra. Ana Carolina Pereira de Vasconcelos
Membro da Banca
Eng. Agr. Dr. Marcos Vieira de Faria
Membro da Banca
_________________________________
Profa. Dra. Regina Maria Quintão Lana
Orientadora
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pois só Ele nos conhece e sabe o que passa dentro de
nós, nos dando força para prosseguimos com fé e perseverança. Obrigada meu Pai, por
sempre estar ao meu lado, me guiando e protegendo, pelo seu amor incondicional pude
concluir mais esta etapa da minha vida.
Agradeço especialmente ao meu filho Pedro Augusto - luz e alegria da minha vida pelo amor e compreensão nos momentos em que a dedicação aos estudos foi exclusiva,
agradeço pela paciência e força a mim despendida. Seu amor, companheirismo e
simplesmente sua existência foram minha inspiração para que eu conseguisse alcançar essa
realização. Não tenho palavras para descrever o quanto sou grato por ter você em minha vida.
A minha mãe, Adriana, a minha madrinha Maria Elizabeth ao meu irmão Thales e a
toda minha família que, com muito carinho, me apoiaram, sonharam comigo e não mediram
esforços para me ajudar no que fosse preciso.
A Ana Carolina que foi um anjo que Deus me enviou e me ajudou imensamente nesse
último ano de curso, dando todo o apoio que necessitava nos momentos difíceis, todo carinho,
amor, respeito e companheirismo e por tornar minha vida mais fácil e cada dia mais feliz. Seu
apoio foi fundamental para que eu chegasse até aqui. Você foi uma estrela que me norteou.
À professora Regina, pela orientação, convívio, apoio, compreensão, amizade e
incentivo que tornaram possível a conclusão desta monografia, juntamente com Marcos.
Agradeço também aos meus amigos e colegas que sempre torceram por mim e me
apoiaram. Obrigado pelo companheirismo e amizade de vocês.
À Universidade Federal de Uberlândia, ao Instituto de Ciências Agrárias e aos
professores pela contribuição para minha formação.
A todos que de alguma forma me ajudaram e contribuíram para o meu crescimento e
formação profissional.
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 8
2
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 10
2.1Localização, implantação do experimento e caracterização do clima ...................... 10
2.2Caracterização físico-química do solo ......................................................................... 10
2.3Delineamento experimental e tratamentos .................................................................. 11
2.4Variáveis avaliadas ........................................................................................................ 12
2.5Análises estatísticas ....................................................................................................... 12
3
RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 13
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 21
5
CONCLUSÕES ............................................................................................................... 23
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 24
ANEXO .................................................................................................................................... 30
Croqui da área experimental ................................................................................................. 30
RESUMO
Entre as bactérias fixadoras de nitrogênio observou-se potencialidade das bactérias
diazotróficas microaeróbias do gênero Azospirillum, fixadoras de nitrogênio atmosférico,
quando em vida livre, as quais, quando associadas à rizosfera das plantas podem,
possivelmente, contribuir com a nutrição nitrogenada dessas plantas, o que tem despertado
grande interesse por parte de pesquisadores em biologia e fertilidade do solo. Com o objetivo
de avaliar e comparar o desenvolvimento vegetativo e a produtividade do milho, no estágio
vegetativo V8, com e sem a bactéria Azospirillum brasilense inoculado na semente em
associação diferentes doses de nitrogênio no segundo ano de plantio do milho. O experimento
foi conduzido no ano de 2012/2013, na área experimental da fazenda Capim Branca,
pertencente à Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O delineamento experimental
utilizado foi de blocos casualizados, no arranjo fatorial 2 x 5, com seis repetições. Os
tratamentos consistiram da aplicação ou não da bactéria fixadora de nitrogênio Azospirillum (100 mL ha-1) via semente e cinco doses totais de N (0, 50, 100, 150 e 200 kg
ha-1). Foi utilizado os produtos Masterfix Gramínea (cepas – AbV5 e AbV6) e o híbrido de
milho DKB390 VTPRO. Foram avaliados teores de clorofila A, B e Total; Teor de N foliar;
Altura maior e menor; Massa de mil grãos; Produtividade; Diâmetro médio; Stand final;
Plantas acamadas e número de espigas por parcela. A inoculação com Azospirillum brasilense
em milho não promoveu efeitos significativos na altura de plantas, diâmetro do colmo e
rendimento de grãos, bem como não influenciou na massa de mil grãos, número de espigas e
teores de clorofila A, B e Total. No entanto, doses crescentes de nitrogênio provocaram um
aumento crescente nos teores de clorofila A, B e Total e na produtividade do milho.
PALAVRAS CHAVES: Inoculante, gramíneas, fixação biológica.
SUMMARY
Among the nitrogen fixing bacterias was observed potential of microaerobic
diazotrophs, of the genus Azospirillum, fixing atmospheric nitrogen when in the wild, which,
when associated with the rhizosphere of plants may possibly contribute to the nitrogen
nutrition of these plants, which has aroused great interest among researchers in biology and
soil fertility. With the objective of this study is to evaluate and compare the vegetative growth
and yield of corn in the vegetative stage V8, with and without the bacteria Azospirillum
brasilense inoculated on seed association in different nitrogen levels in the second year of
planting corn. The experiment was conducted in the year 2012/2013, in the experimental area
of Capim Branco farm, owned by the Federal University of Uberlândia (UFU). The
experimental design was a randomized complete block design in a 2 x 5 factorial arrangement
with six replications. The treatments consisted of the application or not of nitrogen fixing
bacteria - Azospirillum (100 mL ha-1) via seed and five total doses of N (0, 50, 100, 150 and
200 kg ha-1). The product was used Masterfix grass (strains - AbV5 and AbV6) and hybrid
corn DKB390 VTPRO. Were evaluated concentrations of chlorophyll A, B and Total; Leaf
nitrogen content; Lower height and higher; Thousand grain weight; Productivity; Average
diameter; Final Stand; Lodged plants and number of ears per plot. The inoculation with
Azospirillum brasilense in maize didn’t promoted significant effects on plant height, stem
diameter and grain yield, and didn’t influence the thousand grain weight, number of spikes
and levels of chlorophyll A, B and Total. However, increasing doses of nitrogen caused a
significant increase in the levels of chlorophyll A, B and Total productivity of maize.
Key words: Inoculant, grasses, biological fixation.
8
1 INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é um dos mais importantes cereais cultivados e consumidos no
mundo devido ao seu potencial produtivo e seu valor nutritivo, podendo ser usado tanto na
alimentação humana como animal (FANCELLI, 2011).
A produtividade média deste cereal no Brasil (4,4 t ha-1), segundo Vitti et al. (2011),
está muito abaixo do potencial produtivo atingido por bons produtores, por volta de 10 a 12 t
ha-1. O Estado de Minas Gerais vem se consolidando como o maior produtor de milho do país,
apresentando uma safra recorde em 2011/2012 de sete milhões de toneladas, com uma área de
cultivo superior a um milhão de hectares (CONAB, 2014).
Essa cultura é influenciada constantemente pelo ambiente, sendo que um dos
principais fatores que limitam a produção é o uso inadequado de fertilizantes e corretivos.
Entre os nutrientes exigidos pelo milho, o nitrogênio (N) merece destaque especial, já que sua
deficiência pode afetar o rendimento em grãos entre 14 a 80%, além de diminuir o teor de
proteína nos grãos (FANCELLI, 2011).
No entanto, o uso excessivo de fertilizantes,
inclusive o N, pode vir a causar danos ambientais e aumentar o custo da lavoura. O
fertilizantes nitrogenado é o que mais onera o custo da adubação, chegando a representar
cerca de 40% do custo total de produção da cultura do milho (REIS JÚNIOR, 2008).
Além dessa necessidade de reduzir custos com adubação nitrogenada, visto que 70%
dos fertilizantes nitrogenados utilizados no Brasil necessitam ser importados, encarecendo-os
ainda mais para o produtor (MARIANO et al., 2011), também é importante destacar a
crescente preocupação com a poluição dos recursos hídricos e da atmosfera causados pelo uso
inadequado de fertilizantes nitrogenados, visto que este nutriente está sujeito a perdas por
erosão, lixiviação, volatilização e desnitrificação (PANG et al., 1997; LARA CABEZAS et
al., 2000). Outra preocupação frequente é o elevado custo energético para a obtenção dos
fertilizantes nitrogenados minerais, que são produzidos a partir de combustíveis fósseis não
renováveis e suas jazidas são finitas. Com isso, várias tecnologias têm sido testadas com
objetivo de obter maior economia ou aumento na eficiência da utilização de nitrogênio
mineral.
Segundo Alves (2007), a fixação biológica de nitrogênio pode ser considerada o
segundo processo biológico mais importante do planeta, depois da fotossíntese. De acordo
com Hungria (2011), em termos agrícolas, a maior contribuição do processo de fixação
biológica do N2 ocorre pela associação simbiótica de plantas da família Leguminosae
(Fabaceae) com bactérias pertencentes a diversos gêneros e que são denominadas, de modo
9
popular e coletivo, como rizóbios. Ainda de acordo com a autora, a evolução da simbiose
entre rizóbios e leguminosas data de milhões de anos, por isso, as taxas mais elevadas de
fixação biológica são verificadas nessa categoria de simbiose. Como exemplo, no caso da soja
(Glycine max (L.) Merr.), taxas superiores a 300 kg de N ha-1 ano-1 são observadas no Brasil,
conseguindo suprir totalmente as necessidades da planta (HUNGRIA et al., 2007).
Entre as bactérias estudadas para a fixação biológica de nitrogênio para o milho,
destacam-se as do gênero Azospirillum, que abrange um grupo de bactérias promotoras de
crescimento de plantas (BPCP) de vida livre que é encontrado em quase todos os lugares da
terra (HUERGO et al., 2008). Estas bactérias ganharam grande destaque mundial a partir da
década de 1970 (DOBEREINER et al., 1976), com a descoberta da Dra. Johanna Döbereiner,
da capacidade de fixação biológica do nitrogênio dessas bactérias quando em associação com
gramíneas. No ano de 2009, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento autorizou
a comercialização de inoculantes para a cultura do milho contendo estirpes selecionadas de
Azospirillum brasilense (HUNGRIA, 2011).
Muitos estudos têm demonstrado que o Azospirillum estimula o crescimento e a
produtividade de várias espécies de plantas, sendo muitas delas com grande relevância
agronômica
e
ecológica
(OKON;
LABANDERA-GONZALEZ,
1994;
BASHAN;
HOLGUIN, 1997; BASHAN et al., 2004). Assim, a otimização dessa possível simbiose
Azospirillum - milho poderá resultar em incrementos de produtividade e diminuição dos
custos de produção, principalmente da aquisição de adubos nitrogenados (OKON;
VANDERLEYDEN, 1997) que são usados intensamente na cultura do milho.
Desta forma, foi realizado um experimento na mesorregião do Triângulo Mineiro, com
o objetivo de estudar o efeito da inoculação de Azospirillum brasilenses (estirpe AbV5 e
AbV6) e doses de N (0, 50, 100, 150 e 200 kg ha-1), em segundo ano de cultivo, sobre o
desenvolvimento vegetativo e produtividade do milho em solo de cerrado.
10
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1Localização, implantação do experimento e caracterização do clima
O experimento foi instalado em duas áreas adjacentes (simultaneamente, para ausência
e presença do inoculante) na Fazenda Experimental Capim Branco (18°55’23” S,
48°17’19”W e 872 m de altitude) pertencente à Universidade Federal de Uberlândia (UFU),
Uberlândia, MG, durante a safra 2012/2013.
O clima da região é, segundo classificação de Köppen-Geiger (1928), Aw: tropical
com estação seca no inverno. A média de precipitação anual da região é de 1500 mm ano-1.
A área foi preparada para o plantio com aplicação a lanço de 1 t ha-1 de calcário
dolomítico, 40,2 % de CaO e 14% de MgO, PRNT 100%. Em seguida utilizou-se
escarificador para abertura dos sulcos de plantio. A semeadura foi realizada manualmente em
23 de novembro de 2012, utilizando-se 3,5 sementes por metro linear, para obtenção do
estande de 70.000 sementes por hectare.
Na semeadura, aplicou-se 120 kg ha-1 de P2O5 na forma de superfostato triplo; 50 kg
ha-1 de K na forma de cloreto de potássio e 50 kg ha-1 de N na forma de ureia, exceto nos
tratamentos com doses 0 de N. A adubação de cobertura, realizada no estádio de
desenvolvimento V4, consistiu da aplicação de 100 kg ha-1 de K2O, na forma de cloreto de
potássio e a dose de N necessária para completar a dose de cada tratamento, bem como foi
realizada adubação de 300 g ha-1 de boro com octaborato de sódio tetrahidratado (20%de B)
via solo e 2 kg ha-1 de zinco com oxido de zinco (76 % Zn) via foliar.
No estádio V6 foi realizado o controle de plantas daninhas, utilizando-se pulverizador
costal com volume de calda de 200 L ha-1. Os herbicidas utilizados foram: atrazina (400 g L1
), na dose de 4,0 L ha-1 e tembotriona (420 g L-1) na dose de 0,25 L ha-1. A colheita foi
realizada manualmente em 23 de abril de 2013, e a umidade dos grãos foi corrigida para 13%,
para o cálculo de produtividade.
2.2Caracterização físico-química do solo
O solo da área do experimento é classificado como Latossolo Vermelho escuro
distrófico (EMBRAPA, 2006), apresentando textura argilosa (580 g kg-1de argila).
Antes da implantação do experimento foi feita a amostragem de solo, na profundidade
de 0 a 20 cm, conforme CFSEMG (1999). A análise química de nutrientes foi realizada no
11
Laboratório de Análises de Solo, Adubos e Corretivos da Universidade Federal de
Uberlândia, segundo EMBRAPA (2009).
Na Tabela 1 está apresentada a caracterização química do solo anterior à implantação
do experimento.
Tabela 1 – Caracterização química do solo anterior à instalação do experimento
Profundidade
M.O
V
(cm)
pH
H2O
dag Kg-1
%
---------------- cmolc dm-3 -----------------
0 - 20
4,7
2,8
32
6,42
P
mg dm
0 - 20
51
K
-3
Ca
CTC
Mg
-3
------ cmolc dm ---0,52
1,0
0,5
B
SB
H+AL
2,02
Cu
4,40
Fe
Mn
AL
0,2
Zn
-3
--------------------mg dm --------------------0,19
6,2
34,0
16,9
2,1
Caracterização realizada conforme metodologias descritas por Raij et al., 2001.
pH = utilizando o extrator H2O 1-2,5; M.O = matéria orgânica; V = saturação por bases; CTC= capacidade de troca
catiônica; SB= soma de bases.
2.3Delineamento experimental e tratamentos
O experimento foi conduzido nas mesmas condições durante dois anos (2011/2012 e
2012/2013), na área experimental da fazenda Capim Branco, pertencente a Universidade
Federal de Uberlândia (UFU), localizada no município de Uberlândia, MG.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, no arranjo fatorial
2 x 5, com seis repetições. Os tratamentos foram realizados com ou sem inoculação da
bactéria fixadora de nitrogênio Azospirillum brasilense (100 mL ha-1) via semente e cinco
doses de N (0, 50, 100, 150 e 200 kg ha-1).
Foi utilizado o produto comercial Masterfix Gramínea® (cepas – AbV5 e AbV6), com
concentração mínima de 2x108 células mL-1.
Cada parcela consistiu de 10 linhas com 6 metros de comprimento, espaçadas 0,5 m e
a parcela útil para a colheita foi constituída das 4 linhas centrais, desconsiderando 1 metro de
cada extremidade.
Foram utilizadas 4 doses de N e o tratamento controle, a seguir: 0, 50, 100, 150 e 200
kg ha-1, como fonte foi utilizado ureia (43% de N).
Foi utilizado o híbrido de milho DKB 390 VTPRO, que promove o controle da brocado-colmo e a supressão da lagarta-do-cartucho e lagarta-da-espiga. Apresenta altíssimo
potencial produtivo, com ótima qualidade de colmo e raiz. Apresenta excelentes resultados
12
em regiões com menos de 700 m de altitude, possui ciclo precoce, com finalidade de
produção de grãos.
2.4Variáveis avaliadas
Foram analisadas as variáveis de altura menor – da superfície do solo até a inserção da
última folha completamente expandida, altura maior - da superfície do solo o ápices da planta,
utilizando-se régua graduada em cm; altura de inserção da espiga – da superfície do solo até a
inserção da espiga; diâmetro de colmo – medido no segundo internódio, com paquímetro
digital graduado em mm; avaliados no estádio de desenvolvimento V8; teor de clorofila foliar
no estádio V8 – por meio do clorofilômetro portátil ClorofiLOG® modelo CFL1030
(FALKER, 2008) que expressa o teor de clorofila em unidades adimensionais ICF (índice de
clorofila Falker); massa de mil grãos – determinado no Laboratório de Análise de Sementes,
UFU conforme prescrição das Regras para Análise de Sementes (RAS) BRASIL (2009); e
produtividade de grãos – obtida a partir da pesagem dos grãos colhidos na parcela útil,
ajustando-se a umidade para 13%.
2.5Análises estatísticas
Os dados obtidos foram submetidos a análises estatísticas, utilizando-se os programas
Sisvar e o SigmaPlot. Os resultados para o fator quantitativo foram submetidos à análise de
regressão polinomial (VIEIRA, 2008) em função das diferentes doses de N tanto para
presença quanto para ausência de Azospirillum brasilense.
13
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os teores de clorofila A, B e Total, na ausência e presença de Azospirillum brasilense,
encontram-se nas Tabelas 2. De acordo com Rambo et al. (2004), a análise do teor de clorofila
é um parâmetro muito importante para a avaliação do desenvolvimento da planta, utilizando
para diferenciar as plantas com deficiência de N das que apresentam níveis adequados de N.
O uso do clorofilômetro para esta avaliação é adequado, pois é um método mais rápido do que
os laboratoriais, com baixo custo, e não implica na destruição das folhas (ARGENTA et al.,
2001).
De acordo com a as Tabelas 2, não houve diferença significativa nos teores de clorofila
A, B e Total, na ausência e presença de Azospirillum brasilense. As parcelas inoculadas com
Azospirillum brasilense apresentaram maiores valores numéricos de teor de clorofila do que as
não inoculadas (Tabelas 2), porém as diferenças não foram significativas.
Pinto Júnior et al. (2012), avaliando a resposta de plantas de milho à inoculação de
Azospirillum brasilense associada à adubação nitrogenada, também não encontraram diferença
significativa no teor de clorofila em função da inoculação e da adubação nitrogenada. Assim
como Morais (2012) e Müller et al. (2012) que, avaliando a resposta de plantas de milho à
inoculação de Azospirillum brasilense, também não encontraram diferença significativa no
teor de clorofila.
Estes resultados contrastam com resultados de pesquisa encontrados por diversos
autores, como Barassi et al. (2008), que relatam a melhoria em parâmetros fotossintéticos das
folhas, incluindo o teor de clorofila e condutância estomática. Bashan et al. (2006) relatam
incremento em vários pigmentos fotossintéticos, tais como clorofila A e B. Jordão et al.
(2010) observaram diferença significativa entre os tratamentos em relação ao teor de clorofila
nas folhas no milho, medido com o clorofilômetro SPAD. Estes mesmos autores concluíram
que as médias de clorofila total de todos os tratamentos que receberam a inoculação das
sementes com Azospirillum brasilense foram maiores que os tratamentos não inoculados.
Tabela 2 – Teor de clorofila A, B e Total; teor de nitrogênio foliar na ausência e presença de
Azospirillum brasilense, no segundo ano da cultura do milho, estágio V8. Uberlândia, MG, 2013.
Azospirillum brasilense
Clorofila A
Clorofila B
Clorofila Total
Teor de Nitrogênio foliar
Sem
37,97 A
19,40 A
57,37 A
37,71 A
Letras distintas na coluna se diferem pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
Com
38,60 A
20,23 A
58,83 A
38,46 A
14
Na Figura 1, observa-se o aumento dos teores de clorofilas A, B e Total conforme as
doses crescentes de N, até as doses de 122; 153 e 142 kg ha-1 de N, respectivamente,
proporcionando incremento quadrático nos teores de clorofila foliar. Acima destas doses,
observa-se redução dos teores de clorofila, devido à planta não responder mais ao aumento do
fornecimento de N. Segundo Rambo et al. (2004), o teor relativo de clorofila na folha vem
sendo considerado o melhor indicativo do nível de N e, de acordo com Malavolta et al.
(1997), isso é devido a sua praticidade e economia da determinação por clorofilômetros.
Ainda, a determinação do teor relativo de clorofila tem sido usada para predizer a necessidade
de adubação nitrogenada, em cobertura, em várias culturas, como em gramíneas como arroz
(SINGH et al., 2002) e milho (ARGENTA et al., 2004).
65
60
y = -0,0005x2 + 0,1417x + 51,621
R² = 79,6%
Teor de Clorofila
55
50
45
40
clorofila A
Clorofila B
Clorofila Total
y = -0,0002x2 + 0,0493x + 36,077
R² = 75,6%
35
30
25
20
y = -0,0003x2 + 0,0924x + 15,545
R² = 81,6%
15
10
0
50
100
150
200
Dose de Nitrogênio (Kg ha-1)
Figura 1 – Teor de clorofila A, teor de clorofila B e teor de clorofila Total, em função das
doses de nitrogênio, no segundo ano de plantio do milho, estágio V8. Uberlândia, MG, 2013.
O teor de nitrogênio foliar (Tabela 2), não foi influenciado pela inoculação de
Azospirillum brasilense, não havendo diferenças significativas. No entanto, houve diferença
significativa em relação às doses de N aplicadas (Tabela 3). Em experimento realizado por
Dobbelaere et al. (2002) com as culturas de milho e trigo inoculados com diferentes
concentrações de células de duas linhagens de Azospirillum cultivados em substrato com
diferentes concentrações de matéria orgânica e de N mineral, observaram que a inoculação
não alterou a concentração de N nas plantas ou nos grãos das culturas avaliadas.
15
Em contrapartida, em estudo realizado por esses mesmos autores um ano antes,
obtiveram aumento nos teores de N em plantas inoculadas com Azospirillum
(DOBBELAERE et al., 2001). Segundo os autores, este resultado foi devido à fixação
biológica do nitrogênio e com os mecanismos de promoção do crescimento, que podem
incrementar a capacidade das plantas em absorver este nutriente.
Observa-se no gráfico de regressão da Figura 2, que a curva do teor de N nas folhas de
milho em função das doses aplicadas, ajustou-se a um modelo linear. De acordo com a
equação obtida, com a maior dose de N aplicada neste experimento (200 Kg ha-1), já seria
possível, teoricamente, alcançar o máximo teor de N nas folhas (40,41 g kg-1). É importante
observar que os teores foliares obtidos apresentaram-se acima do intervalo de 27,5 a 32,5 g
kg-1, até mesmo no tratamento controle, considerado como adequado por Malavolta et al.
(1997). Aratani et al. (2006) também verificaram que o teor de N das folhas variou
linearmente com o incremento da adubação, corrobando com os resultados obtidos neste
trabalho.
Para Below (2002) um importante impacto do metabolismo do N no crescimento e
rendimento do milho refere-se à função deste nutriente em estabelecer e manter a capacidade
fotossintética. Tal autor ainda afirma que, para se alcançar altos rendimentos não basta apenas
que as plantas estabeleçam a capacidade fotossintética, mas também que mantenham esta
atividade durante a formação da semente e enchimento de grãos. Assim, como se observa na
Figura 3, a produtividade de grãos obtida neste experimento é crescente em função das doses
de N aplicadas.
Tabela 3– Análise de variância para teor de nitrogênio foliar, em função da inoculação de
Azospirillum brasilense de forma isolada e combinada, no segundo ano de plantio do milho,
associada à adubação nitrogenada. estágio V8. Uberlândia, MG, 2013.
FV
Inoculado
Dose N
Inoculado X Dose N
QM
8,407527
51,572410
13,312943
*Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F.
F
0,515
3,157
0,815
P
0,4769
0,0227*
0,5224
16
Teor Foliar de N (g Kg-1)
41
40
39
38
37
36
y = 0,0238x + 35,7
R² = 82,4%
35
34
0
50
100
Dose de Nitrogênio (Kg
150
200
ha-1)
Figura 2 – Teor de nitrogênio foliar, em função doses de nitrogênio, no segundo ano da
cultura do milho, em estágio V8.
Segundo Sá (1993), o porte das plantas de milho deve ser de médio à baixo, com o
objetivo de obter maior eficiência na colheita mecânica e evitar problemas de quebra e
acamamento. Ainda, de acordo com Sangoi et al. (2003), estas características são
fundamentais, pois quanto maior é a relação entre altura de inserção da espiga e estatura da
planta, mais deslocado estará o centro de gravidade da planta, e portanto, maior possibilidade
de quebra de colmos, uma vez que o milho aloca cerca de 50% da fitomassa total nos grãos ao
final do ciclo.
Observa-se na Tabela 4, que as alturas menor e altura maior das plantas de milho não
foram influenciadas pela inoculação das sementes e doses de N. Estes resultados estiveram de
acordo com os obtidos por Cavallet et al. (2000), em que a inoculação das sementes de milho
com Azospirillum não influenciou os parâmetros de altura de plantas. Ainda, Lana et al.
(2012) também não verificaram efeito da inoculação sobre a altura de plantas, avaliando as
respostas da cultura do milho à inoculação com Azospirillum associada à adubação
nitrogenada. Estes resultados, no entanto, diferem com os obtidos por Ramos et al. (2010), os
quais constataram maior altura de planta de milho nos tratamentos que envolveram a
inoculação das sementes com Azospirillum em relação ao tratamento testemunha e aplicação
de 30 kg ha-1 de N em cobertura.
Tabela 4 – Altura menor e Altura maior na ausência e presença de Azospirillum brasilense, no
segundo ano da cultura do milho, estágio V8. Uberlândia, MG 2013.
Azospirillum brasilense
Altura maior (m)
Altura menor (m)
Sem
1,41 A
0,755 A
Letras distintas na coluna se diferem pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
Com
1,40 A
0,764 A
17
Os dados de diâmetro médio do colmo encontram-se na Tabela 5. Não houve diferença
significativa na ausência e presença de Azospirillum brasilense e em função das doses de N
aplicadas. Dotto et al. (2010) também não verificaram, avaliando a inoculação de H.
seropedicae e níveis de N sobre o comportamento de híbridos de milho, efeito da inoculação
sobre o diâmetro de colmo das plantas de milho, em conformidade com os resultados obtidos
neste trabalho de pesquisa.
Com relação ao estande final (Tabela 5), este não foi afetado pela inoculação ou não
de Azospirillum brasilense, nem em função das doses de N aplicadas. Isto pode ser devido ao
híbrido utilizado, com alto vigor de plantas. Assim, foi obtido o número de plantas por hectare
esperado.
Neste experimento, também não foram observadas a ocorrência de plantas acamadas,
como demonstrado na Tabela 5 e, não houve diferença significativa entre os tratamentos.
Segundo Repke et al. (2012), o acamamento pode ser definido como um estado
permanente de modificação da posição do colmo em relação à posição original, o que resulta
em plantas recurvadas e até mesmo na quebra de colmos. A estatura e altura de inserção da
espiga, em milho, são caracteres de natureza quantitativa de grande importância, e estão
diretamente relacionados com a tolerância ao acamamento que, quanto mais alta estiver, mais
suscetível à planta está ao acamamento (LI et al., 2007; SIQUEIRA et al., 2009). Isso ocorre
porque, conforme Li et al. (2007), a alta relação inserção/estatura pode diminuir o centro de
gravidade da planta, provocando o acamamento. Como não houve, no presente estudo,
diferenças significativas com relação à altura de inserção da espiga (altura menor) (Tabela 4),
observa-se correlação com os resultados obtidos na Tabela 5.
O número de espigas por planta é definido quando as plantas apresentam cerca de
cinco folhas expandidas. Como observado na Tabela 5, não houve diferença estatística no
número de espigas, em função doses de nitrogênio e na ausência ou presença de Azospirillum
brasilense.
Araujo et al. (2014), em estudo para avaliar resposta do milho verde à inoculação com
Azospirillum brasilense e níveis de N, observaram que houve aumento significativo no
número das espigas comerciais com a inoculação de Azospirillum brasilense em relação ao
tratamento sem inoculação. A combinação de inoculação com Azospirillum brasilense e
nitrogênio aumentou em mais de 30% a produção de espigas de milho verde, resultados que
não foram observados neste presente estudo.
18
Tabela 5 – Diâmetro médio do colmo, estande final por hectare, plantas acamadas e número de
espigas por parcela com 10 m2 em função das doses de nitrogênio, na ausência e presença de
Azospirillum brasilense, no segundo ano do plantio do milho, estágio V8. Uberlândia, MG 2013.
Azospirillum
brasilense
Dose de N
(kg há-1)
Sem
Com
Sem
Com
Sem
Com
Sem
Com
Sem
Com
0,0
0,0
50,0
50,0
100,0
100,0
150,0
150,0
200,0
200,0
Diâmetro
Médio
(mm)
23,40 A
22,55 A
23,90 A
24,12 A
24,76 A
23,93 A
24,75 A
23,96 A
24,53 A
24,45 A
Stand final (ha)
Plantas
acamadas
N° ESPIGAS
65500,00 A
62833,33 A
65666,67 A
61500,00 A
62666,67 A
66000,00 A
59166,67 A
64666,67 A
64833,33 A
65000,00 A
0.04 A
0.00 A
0.00 A
0.04 A
0.08 A
0.04 A
0.00 A
0.00 A
0.00 A
0.00 A
65,50 A
62,83 A
65,67 A
61,50 A
62,67 A
66,00 A
59,17 A
64,67 A
64,83 A
65,00 A
Letras distintas na coluna, para cada dose separadamente, se diferem pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
A massa do grão é definida a partir da fecundação até a maturação fisiológica
(BALBINOT JR. et al., 2005). De acordo com a Tabela 6, não houve diferença significativa
na massa de mil grãos, em função da ausência e presença de Azospirillum brasilense. De fato,
de acordo com Borrás e Otegui (2001), esse é o componente da produção menos afetado por
variações nas práticas de manejo e adubação.
Souza e Soratto (2006) e Kappes et al. (2009) estudando o manejo do nitrogênio em
cobertura na cultura do milho cultivado em sistema plantio direto não observaram efeito
significativo sobre a massa de grãos da cultura, em conformação com o que foi observado no
presente estudo. Sá Júnior (2012), também obteve resultados semelhantes, testando modos de
aplicação e doses de Azospirillum na cultura do milho, não encontrando também diferença
significativa na massa de mil grãos.
Tabela 6 – Massa de 1000 Grãos Corrigida (13%) e produtividade (t ha-1), na ausência e
presença de Azospirillum brasilense, no segundo ano da cultura do milho, em estágio V8.
Azospirillum brasilense
Massa de mil grãos (g)
Produtividade Final (t ha-1)
Sem
307,28 A
9,69A
Com
307,79 A
9,55A
Letras distintas na coluna se diferem pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
A produtividade do milho é fortemente influenciada pela disponibilidade de N no solo
(SCHRODER et al., 2000). O resultado da análise de variância do experimento mostrou que
houve interação significativa entre as doses de N aplicadas, de acordo com o teste de F a 0,01
19
de significância (Tabela 7). Diversos pesquisadores constataram resultados positivos do milho
à aplicação de nitrogênio, como Santos et al. (2010) e Francisco et al. (2011).
Tabela 7 – Análise de variância para produtividade, em função da inoculação de Azospirillum
brasilense de forma isolada e combinada, no segundo ano da cultura do milho, associada à
adubação nitrogenada.
FV
Inoculado
Dose N
Inoculado X Dose N
QM
0,287360
33,872213
1,501683
F
0,218
25,660
1,138
P
0,6431
0,0000**
0,3510
**Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.
Porém, não houve diferença significativa entre inoculação e não inoculação (Tabela
7), demonstrando que não houve nenhum efeito do inoculante utilizado, o que confere com os
resultados obtidos por Campos (1998).
Apesar da produtividade não ter sido influenciada pela inoculação, foi obtido em torno
de 160 sacas por hectare, valor considerado bom.
Bartchechen et al. (2010) verificaram, em estudo com inoculante comercial à base de
Azospirillum brasilense associado a diferentes doses de N, que a inoculação proporcionou
resultados superiores de produtividade do milho em relação à testemunha, porém não houve
diferenças na produtividade com a inoculação isolada ou associada à adubação nitrogenada
em cobertura.
Morais (2012) em ensaio com alta tecnologia em milho encontrou resposta quadrática
da produtividade de grãos em função das doses de N, sendo a máxima produtividade (10 a 14
t ha-1) alcançada na aplicação de 260 kg ha-1 de N. No presente estudo, também foi
encontrado resposta quadrática da produtividade de grãos em função das doses de N (Figura
6), com máxima produtividade (13,3 t ha-1) alcançada na aplicação de 250 kg ha-1 de N. A
produtividade do milho foi 63,6% maior com as crescentes doses de N, em relação à
testemunha. Para Bull (1993), o nitrogênio é um dos nutrientes que apresentam os efeitos
mais espetaculares no aumento na produção de grãos da cultura do milho, pois é constituinte
de moléculas de citocromos, além de sua função como integrante da molécula de clorofila.
20
Produtividade (t ha-1)
12
11
10
9
8
y = -0,0001x2 + 0,045x + 7,0274
R² = 97,6%
7
6
0
50
100
Dose de Nitrogênio (Kg
150
200
ha-1)
Figura 3 – Produtividade do milho, em função doses de nitrogênio, no segundo ano do
plantio do milho, em estágio V8. Uberlândia, MG, 2013.
Costa (2000) trabalhou com 3 doses de nitrogênio na semeadura (30, 60 e 90 kg ha-1
de N) e 3 doses de nitrogênio em cobertura (30, 60 e 90 kg ha-1 de N) na cultura do milho e
demonstrou que as diferenças entre tratamentos não foram significativas para: massa de 1000
grãos, altura de plantas, altura de inserção da primeira espiga e nitrogênio total e foram
significativas para produtividade, como neste estudo (Tabelas 2, 3, 4 e 6).
21
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há de se considerar que a atividade e a sobrevivência da comunidade bacteriana do
solo sofre influência de diversos fatores ambientais, como temperatura, umidade, competição
com microrganismos do solo, etc. (BRANDÃO, 1992).
Apesar das vantagens que as bactérias diazotróficas proporcionam às plantas sua
eficiência é prejudicada, muitas vezes, em função de estarem associadas livremente à planta,
seja na rizosfera ou no interior dos tecidos, tornando-se muito vulneráveis ao ambiente
(GYANESHWAR et al., 2002), assim como o genótipo da planta hospedeira (REIS et al.,
2000; INIGUEZ et al., 2004) as características do solo têm sido frequentemente associadas à
ausência de resposta à inoculação (DOBBELAERE et al., 2002).
A Azospirillum brasilense é uma bactéria predominantemente rizosférica e, de acordo
com Dartora et al. (2013), contribui de forma menos expressiva para os resultados da
inoculação combinada em relação a outras BPCP, como a H. seropedicae, uma vez que é mais
vulnerável a estresses ambientais e pode ter sido influenciada pelo próprio pH do solo nas
condições de estudo. Visto isso, podemos inferir que tenha ocorrido isso no presente estudo,
uma vez que, como no caso destes autores, não tenham sido realizadas contagens bacterianas
de solo e planta para sustentar esta afirmação.
Pode-se destacar que, apesar do pH do solo (5,5) se encontrar dentro da faixa
considerada adequada para a cultura do milho (5,5 a 6,5), está abaixo da faixa considerada
ideal (6,0 a 6,5) para a máxima atividade microbiana no solo (COELHO; VERLENGIA,
1973). Segundo Brandão (1992) sob valores extremos de pH o crescimento de
microrganismos do solo pode ser prejudicado não apenas pelo efeito direto da elevada
concentração de íons H+ e OH- mas também pela influência indireta na disponibilidade de
nutrientes e na penetração de compostos tóxicos presentes no meio no interior das células
microbianas.
Também é importante ressaltar que muitas vezes a ausência de resposta à inoculação
de bactérias promotoras de crescimento em gramíneas tem sido atribuída ao uso de materiais
inadequados. Para isso a escolha certa de bactérias eficientes associadas a genótipos de
plantas promissoras constitui uma estratégia importante na obtenção de resultados
satisfatórios (REIS JUNIOR et al., 2008).
A não resposta à inoculantes a base de BPCP também pode ser prejudicada pela
utilização de fungicidas e inseticidas no tratamento das sementes, podendo causar elevada
mortalidade das bactérias (ARAÚJO; ARAÚJO, 2006). Um método alternativo de inoculação
22
que vem sendo usado é a aplicação do inoculante no sulco de plantio. Já existem
equipamentos no mercado próprios para essa aplicação, sendo que a principal vantagem desse
método é a redução dos efeitos tóxicos do tratamento de sementes com fungicidas e
inseticidas sobre a população de bactérias fixadoras.
Outro modo de inoculação da bactéria é a aplicação foliar. Em trabalho realizado por
Martins et al. (2013), avaliando híbridos de milho inoculados com Azospirillum brasilense
obtiveram maior desenvolvimento e produtividade quando submetidos a inoculação foliar em
alta dosagem (500 mL ha-1 ). Esses resultados sugerem que a inoculação da bactéria de forma
foliar pode ser mais eficiente e demonstra a possibilidade de se selecionar híbridos mais
responsivos à inoculação do Azospirillum brasilense, quando comparado com outras formas
de inoculação, como via semente.
Assim, há necessidade de mais estudos envolvendo diversas condições de ambiente,
modos de aplicação, etc., avaliando a atividade e a sobrevivência desse grupo de bactérias no
solo.
23
5 CONCLUSÕES
A produtividade do milho e os teores de clorofila A, B e Total foram significativas
com as crescentes doses de nitrogênio.
A inoculação com Azospirillum brasilense em milho não promoveu diferenças
significativas na produtividade; altura de plantas; diâmetro do colmo; massa de mil grãos;
número de espigas por parcela de 10 m2 e nos teores de clorofila A, B e Total.
24
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30
ANEXO
Croqui da área experimental
T7 T3 T8 T5 T10 T2 T4 T6 T9 T1 B6
T3 T2 T7 T5 T9 T1 T4 T10 T6 T8 B5
T6 T1 T4 T8 T2 T7 T9 T5 T10 T3 B4
T9 T5 T8 T3 T4 T10 T2 T7 T1 T6 B3
T3 T9 T5 T7 T10 T8 T1 T6 T4 T2 B2
T7 T4 T1 T9 T3 T8 T6 T2 T10 T5 B1
T1: Testemunha (0 kg ha-1 de N) sem Azospirillum
T2: Testemunha (0 kg ha-1 de N) com Azospirillum
T3: 50 kg ha-1 de N sem Azospirillum
T4: 50 kg ha-1 de N com Azospirillum
T5: 100 kg ha-1 de N sem Azospirillum
T6: 100 kg ha-1 de N com Azospirillum
T7: 150 kg ha-1 de N sem Azospirillum
T8: 150 kg ha-1 de N com Azospirillum
T9: 200 kg ha-1 de N sem Azospirillum
T10: 200 kg ha-1 de N com Azospirillum
VISTA DO
EXPERIMENTO
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