Cresce morte por doença cardiovascular entre mulheres O mundo corrido e competitivo das mulheres no mercado de trabalho trouxe ganhos mas também preocupações. A incidência de mortes de mulheres, desde 2009, com doenças cardiovasculares vem superando a de outras causas importantes de morte feminina, como os tumores de mama e de útero, segundo publicação da Sociedade Brasileira de Cardiologia. De acordo com dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde, 123 mil mulheres morreram ano passado por causa de doenças cardiovasculares. No mês em que se comemora o Dia Mundial do Coração, o Chefe da Unidade do Sistema Cardiovascular do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), professor Sérgio Alexandre Hatab, destaca os motivos para o crescimento, nas últimas gerações da proporção de mulheres com este tipo de doença. "O estresse é um dos fatores. Antigamente era raro ver mulheres com problemas cardíacos antes da fase pós-menopausa ou em idade avançada. Agora observa-se esse problema mais cedo. Não só porque as mulheres adquiriram hábitos que não tinham antes, como o tabagismo, e consumo de álcool, mas principalmente pelas entrada delas no mercado de trabalho. Muitas são chefes de família e, além da carga de trabalho durante o dia, ainda tem que cuidar de casa", explica Hatab. Desde o início deste mês de setembro, a cor vermelha divide a iluminação da fachada do Hucam, em celebração ao Dia do Coração, este ano comemorado dia 29 de setembro. Uma pequena amostra da importância do cuidado da saúde cardíaca é demonstrada pela Federação Mundial do Coração. A entidade afirma que pelo menos 80% das mortes prematuras por doença cardiovascular poderia ser evitadas se os quatro principais fatores de risco - tabagismo, dieta ruim, sedentarismo e uso abusivo de álcoolfossem controlados. O chefe da Unidade do Sistema Cardiovascular do hospital destaca que, acima dos 30 anos, já podem começar as visitas ao cardiologista, a cada dois ou três anos, em caráter preventivo. Acima dos 40, melhor ir anualmente. Hatab destaca que, entre os fatores de risco, o genético, evidenciado pelo histórico familiar, é um dos mais importantes. Além disso, claro, estão a presença de outras doenças associadas, como a alta taxa de colesterol ruim, a hipertensão ou o diabetes. "Prevenção se faz com dieta saudável e exercício físico. Ajudam bastante, mas não resolve tudo. Há pessoas que, apesar disso tudo, têm que tomar remédio, porque as taxas se mantêm elevadas", explica o professor Hatab.