Avivamento Pessoal Apocalipse 22:17 E o Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida. INTRODUÇÃO Hoje se fala muito em avivamento, mas poucos são capazes de reconhecê-lo. Outros tantos confundem o mover de Deus com uma grande festa, hinos cantados no ultimo volume e um desfile de anjos e serafins sobre a igreja. E o que diz a Bíblia sobre o mover de Deus, sobre o avivamento? O texto bíblico nos revela um quadro diferente, no qual o avivamento ocorre como algo pessoal, oriundo da intimidade do cristão com Deus. Nestes dias, explicaremos a necessidade da busca constante pela presença de Deus e de um desejo genuíno pela manifestação de Sua glória. Mostraremos também que o avivamento é para aqueles que amam a Deus. E, embora aparentemente óbvio, muitos cristãos hoje em dia se perdem em equívocos, confundindo o amar a Deus como mera expressão de sentimentalismo. Outros tantos, rebanhos inteiros, estão frios dentro das igrejas, desanimados, perderam a paixão do primeiro amor, esfriaram a chama pelo Espírito Santo dentro de seus corações. Queremos, nestes dias, confrontá-lo a renovar a chama e a viver o amor conforme o padrão de Deus. Quero também estimulálo a navegar pelo rio que nasce no trono de Deus. Oro para que nestes dias de jejum e oração, você alcance revelação de Sua vontade para sua vida, enquanto você usufrui da intimidade de Deus. Decida-se experimentar o fogo de Deus. Envolva-se com as coisas dEle e deixe que Seu Espírito leve você a tempos de avivamento. Há um avivamento pessoal esperando por você. 1º Dia Reconhecendo o avivamento O Senhor Jesus deixou bem claro que, para termos um vinho novo, necessitamos de um odre igualmente novo. Odre e vinho nos falam dos dois aspectos da obra de Deus em sua Igreja no decorrer da história. O primeiro nos fala da estrutura da Igreja e, por isso, aponta para os movimentos de reforma. O movimento da Igreja em células, por exemplo, pode ser descrito como um movimento de reforma. Mais uma vez, Deus está restaurando os odres. Mas de nada adianta termos odres vazios. Precisamos do vinho, o qual nos fala do derramar do Espírito Santo. Tais derramamentos são usualmente chamados de duas maneiras: avivamento e despertamento espiritual. Os dois conceitos são diferentes. O despertamento é algo localizado, restrito a algumas igrejas e menos profundo; enquanto o avivamento é sempre algo abrangente, de repercussões muitas vezes nacionais e que atinge os muitos segmentos da Igreja. O fato é que, seja com despertamentos ou avivamentos, Deus está movendo em nosso país e em todo o mundo. O grande problema não é receber o mover de Deus, mas sim ser capaz de reconhecê-lo quando ele vem. Deus nunca parou de mover em época alguma, mas é certo que grande parte dos Seus servos não reconheceu a Sua mão na maioria das vezes. Por que acontece isso? Normalmente é mais fácil chegarmos a um consenso sobre o que Deus fez no passado sobre aquilo que ele faz em nossos dias. A grande pergunta que se depara diante de nós é esta: “Seria possível estabelecermos alguns princípios que nos sinalizem quando algum mover de Deus estiver em andamento?” Penso que isso seja possível. Há aspectos que caracterizaram todos os avivamentos do passado e, como deus jamais muda, Ele continua agindo pelos mesmos princípios hoje. Mas não será suficiente termos tais sinalizadores se não formos capazes de avalia-los claramente. Precisamos de critérios, mas precisamos também de faculdades espirituais bem exercitadas. Existem algumas atitudes que embotam a nossa percepção e precisamos estar atentos a elas. A primeira atitude é o preconceito. Entenda preconceito aqui como um préconceito, ou seja, um conceito estabelecido antes. Muitas pessoas possuem um padrão em suas mentes de como deveria ser um mover de Deus e, quando avaliam algum movimento e não percebem aqueles aspectos préestabelecidos, tendem a rejeitá-lo. Esquecem assim que Deus é soberano e faz o que bem deseja da forma como quer. Para que você participe do mover de Deus em sua geração, assuma uma postura de abertura para a multiforme maneira de Ele agir. Para alguns, avivamento é sinônimo de curas, sinais e maravilhas, mas pode ser que Deus se mova com arrependimento e santificação, sem milagres. O nosso preconceito pode nos deixar de fora do mover. Outra atitude bloqueadora de nossa percepção é o exclusivismo. Alguns pensam que sua própria igreja local, sua comunidade, possuidora de uma doutrina tão bíblica e correta, deveria ser o meio para Deus começar o Seu mover. Todavia, se o Senhor resolve começar Sua obra em outro lugar, tais pessoas se fecham e tornam-se amargas opositoras. Por fim, há os mitos evangélicos. Chamo de mito tais afirmações do tipo: “Se fosse de Deus, não causaria divisão”. Quando lembramos que Jesus não veio trazer paz, mas espada, podemos ver que esse mito não se sustenta. O Senhor causou divisão em todos os lugares onde foi e ainda hoje continua sendo assim em Seu mover. Outro mito: “Se fosse de Deus, não seria tão emocional”. As emoções estão por toda a Bíblia: Davi dançou, chorou, lutou. Jesus chorou, se alegrou e se irou. Nós fomos criados à imagem de Deus. Se somos seres emocionais, será assim mesmo que Deus operará em nós. Às vezes penso que o padrão de muitos pastores seja o Dr. Spock, de jornada nas estrelas: sem sentimento, frio e muito racional. Outro mito é este: “Se fosse de Deus, ele não faria isso publicamente”. Mas é exatamente o contrário. Muitas vezes Deus fez com que seus profetas fossem a própria mensagem. Isaías andou nu, Oséias se casou com uma prostituta e Ezequiel encenava suas mensagens. Há ainda outro mito muito comum: “Se fosse de Deus, não seria tão bagunçado”. Infelizmente o nosso conceito de ordem não é o mesmo de Deus. Basta comparar uma floresta com um parque reflorestado. A floresta parece uma bagunça completa, mas é apenas aparência, pois existe ali uma ordem perfeita e sutil. Mas veja um campo reflorestado, as árvores estão todas enfileiradas. Tais lugares apenas mostram que a nossa ordem é obsessiva e neurótica. Quando alguns olham para as estrelas talvez achem que tudo está muito bagunçado. Se alguns pastores fossem organizar o céu, este, com certeza, seria quadriculado. Mas não basta ter os olhos apropriadamente abertos, precisamos também de alguns critérios. Precisamos considerar os movimentos de avivamento do passado, a começar daqueles descritos no Velho Testamento sob Asa, Ezequias, Josias, Esdras e outros, como também os relatados no Novo Testamento, durante o pentecostes em Atos. Devemos passar pelo movimento dominicano e franciscano; o ministério de Savonarola; a reforma protestante; o puritanismo inglês e o pietismo alemão. Se tomarmos por base também o despertamento evangélico com Wesley e Whitfield no século dezoito; o derramar do Espírito nos dias de Finney, Moody e Spurgeon, o avivamento de Gales, o pentecostal da Rua Azuza, os evangelistas de cura dos anos cinquenta e muitos avivamentos ocorridos nas últimas quatro décadas, veremos que existem fatores constantes em todos eles. Independente de suas diferenças sociais, raciais culturais ou teológicas, há fatores comuns a todos eles, os quais nos capacitam a reconhecer um avivamento bíblico genuíno. Podemos enumerar pelo menos sete fatores: 1. CONSCIÊNCIA DA PRESENÇA DE DEUS O primeiro e fundamental aspecto deve ser um senso profundo da presença de Deus. Durante um derramamento, a percepção das pessoas é que Deus se faz presente assombrosamente próximo em sua Santidade, bondade e poder. Antes de olhar qualquer manifestação, observe se há o selo da presença viva de Deus. 2. RESPONSIVIDADE À PALAVRA DE DEUS O senso da presença de Deus concede uma nova autoridade na ministração da Sua verdade. A mensagem que antes produzia apenas um impacto superficial agora alcança as pessoas no mais profundo do ser. Sempre que Deus se faz presente de uma forma poderosa, a Sua Palavra é liberada na mesma medida. 3. SENSIBILIDADE AO PECADO Em todas as épocas de avivamento ocorre uma profunda consciência de pecado entre as pessoas. Elas conseguem perceber quão pecaminosas são em si mesmas. Há uma nítida discriminação entre o santo e o profano. Se o Senhor está movendo em algum lugar, sempre haverá convicção de pecado no meio do povo; não é um mero interesse religioso ou excitamento, mas um profundo pesar e arrependimento no coração. 4. VIDA EM COMUNIDADE Amor e generosidade, unidade e alegria, segurança e ousadia, um espírito de oração e louvor e uma paixão para ganhar almas são marcas de uma vida em comunidade quando somos cheios do Espírito. Em uma avivamento, a igreja deixa de ser apenas um ajuntamento dominical e passa a ser um corpo vinculado mutuamente. 5. FRUTIFICAÇÃO E TESTEMUNHO Todo avivamento sempre possui um transbordar de evangelismo e santidade. Os cristãos proclamam em palavras e em obras sua nova vida abundante. As almas são conquistadas e os valores cristãos começam a influenciar a sociedade. 6. PERSEGUIÇÃO Todo avivamento veio acompanhado de perseguição. Algumas vezes essa perseguição era externa por parte da sociedade ou do governo, mas, na maior parte das vezes, a perseguição teve origem no próprio meio cristão, entre outras igrejas que não entraram no mover. 7. UMA PEDRA DE TROPEÇO Em todo avivamento há algo que choca aqueles que vieram de movimentos anteriores. Penso que seja uma forma de Deus testar aqueles que entrarão no mover. Às vezes é um comportamento estranho, em outras há manifestações fora do comum, algumas vezes houve liturgias diferentes e até ensinos extravagantes. Naturalmente essas descrições são do ponto de vista daqueles que se escandalizam, porque do ponto de vista do Espírito os adjetivos seriam outros. Estes sete aspectos estão presentes em todos os avivamentos da história. Naturalmente aconteceram muitas outras manifestações e cada avivamento teve a sua peculiaridade. Houve avivamentos com sinais e maravilhas, houve outros sem tais manifestações; aconteceram avivamentos com manifestações de choro, tremor, cair no espírito e risos, mas muitos outros não tiveram essas manifestações. Alguns dos avivamentos tiveram líderes fortes à frente, mas muitos foram amplos e sem nenhuma liderança especial. Alguns foram contidos em suas expressões, outros foram festivos e saltitantes, mas todos tiveram essas sete características presentes. Estamos vivendo dias de despertamento. Oramos para que esse despertamento se transforme em um grande avivamento de proporções mundiais. Uma coisa temos hoje por certa: o mover de Deus nestes dias virá acompanhado com o odre da igreja em células. As células serão odres que conterão o vinho novo que é derramado sobre nós. Que o Senhor nos capacite a ver o Seu mover e nos dê discernimento para distinguir a embriaguez meramente humana daquela produzida pelo Espírito Santo. 2º DIA O EQUILÍBRIO ESPÍRITUAL Como igreja, estamos envolvidos em um projeto santo, em uma obra divina. Entretanto, para podermos ser instrumentos úteis nas mãos de Deus, precisamos ser cheios do Espírito, da unção e do poder de Deus. Muitos, porém, não valorizam um tempo como este, de jejum na presença de Deus. Como é bom sermos cheios de Deus, acordarmos cedinho e nos perceber tão sensíveis a Ele. Como é precioso começar a orar e já sentir o Seu toque. Quando temos um coração sedento, basta começar a orar e rapidamente haverá aquela ignição espiritual, um ambiente de glória, uma formidável sensibilidade ao fluir de Deus. Se nos voltarmos para a unção de Deus, nunca mais seremos os mesmos, antes nos tornaremos incendiários celestiais na seara deste mundo. Mas há alguns que não recebem porque lhes não falta fome e sede de Deus. Outros tantos não têm o coração para crer que Deus pode mudar suas vidas em um instante. Alguns ainda não perceberam o poder de se ter uma experiência com o Senhor. Todavia, nós cremos que alguém pode ser completamente mudado depois de receber um toque do Senhor, depois de receber da virtude do céu. 1. A PORTA E O CAMINHO Entrai pela porta estreita; (larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela); porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela (Mt 7.13,14). A trajetória da vida cristã envolve dois grandes princípios: entrar por uma porta e percorrer o caminho. Enfatizar um deles e excluir o outro resultará em desequilíbrio e extremismo. Entrar por uma porta significa passar por uma crise. A passagem por uma porta significa que abruptamente, depois de uma experiência, nos vemos em uma nova posição, em um novo lugar. Entrar pela porta significa que em um período muito pequeno surge uma diferença tremenda. Todavia, o outro lado da moeda é que, além de uma experiência de mudança, precisamos também trilhar agora um caminho de mudança. O caminho estreito é o processo em que somos inseridos e no qual o Espírito Santo nos muda dia a dia. Estreita é a porta e apertado é o caminho. A vida cristã possui esses dois padrões, ou princípios, aparentemente antagônicos e que caminham juntos. Em nossa vida cristã precisamos da experiência da porta e do caminho. Eles são as duas maneiras que Deus usa para tratar conosco. O que é o princípio do caminho? É uma mudança progressiva, um passo depois do outro. Deus começa a lhe tratar progressivamente. À medida que você responde, o Senhor muda a sua vida. Por causa da Palavra de Deus que você tem recebido, do relacionamento e da convivência com os irmãos, da disciplina do Espírito Santo e do tratamento de Deus em suas circunstâncias, você pode receber o poder de mudar e ser transformado gradualmente. Há um tipo de transformação em que é necessário ter um dia após outro, pois nada substitui o processo de Deus. O caminho de Deus em sua vida é um caminho estreito, por causa da disciplina e da renúncia. Todos, eventualmente, seremos tratados e disciplinados por Ele. Nessas circunstâncias, precisamos responde-Lo em fé e nos submeter, nos rendendo debaixo de Suas mãos. Esse é o caminho estreito, é um processo. A verdade, porém, é que, além de estarmos inseridos em um processo ou caminho de mudança, Deus também quer fazer milagres instantâneos em nós. Por isso, o texto que lemos diz que apertada é a porta. Há um caminho, mas também há experiências que são portas. O que é uma experiência de porta? São aquelas que nos mudam radicalmente, abruptamente, repentinamente. Você chegou de um jeito e vai embora de outro por ter tocado no poder de Deus. Isso é um encontro com Deus. Algumas pessoas marcam esses encontros com Deus. Elas esperam por isso e anseiam receber, como foi o caso de Jacó. Este quis ser mudado, por isso lutou com Deus. Ele sabia que bastava um toque, uma Palavra do Senhor e ele seria um homem transformado. Deus de fato tocou na vida de Jacó e ele nunca mais foi o mesmo. Daquele dia em diante não era mais Jacó, mas se tornou Israel, Príncipe de Deus, alguém que teve um encontro com Deus e, em um instante, foi mudado. Jacó buscou este encontro, mas na Palavra de Deus há outros que nem mesmo estavam esperando por Ele, como é o caso da mulher samaritana. Ela ia buscar água no poço todos os dias, mas um dia não foi como os demais. Jesus estava esperando por ela ao lado do poço. Naquele dia, ela bebeu de uma água que mudou a sua vida. A Água da Vida veio para dentro dela. Foi Jesus quem se ofereceu e veio a ela quando ela não esperava. Talvez você nem estivesse buscando, mas, ao receber este livro, o Senhor programou um encontro com você. Este livro está em suas mãos porque o Espírito Santo o trouxe até você. Se você crer, poderá ter uma experiência de porta hoje, uma mudança instantânea e completa em sua vida. As pessoas sempre perguntam se é possível ser mudado radicalmente e instantaneamente. Pelo poder de Deus, a resposta é sim. Esse princípio pode ser visto em toda a Palavra de Deus. Uma única reunião é suficiente para mudar a sua história e o seu destino eterno. Hoje mesmo as pessoas acharão que há algo estranho em você. As pessoas que conversarem com você perceberão que já não é o mesmo. Homens e mulheres são instantaneamente transformados quando tocam no fogo de Deus. Se você comtemplar o Senhor, a sua vida nunca mais será a mesma. Nós precisamos da porta e do caminho, as duas coisas são necessárias. Em algumas áreas nós somos mudados paulatinamente, gradualmente, mas em outras nós somos transformados instantaneamente. A mão de Deus vem sobre nós e nos muda naquela área. A Bíblia mostra que o povo de Israel, estava para entrar em Canaã e conquistala. Mas, antes disso, eles deviam atravessar o rio Jordão. Este rio é a porta, mas a conquista da terra é o caminho. Os israelitas tiveram que atravessar o rio, mas, depois disso, eles tiveram um longo processo de conquista. O rio Jordão foi uma crise, mas a conquista era um progresso. O progresso é importante, mas as portas pelas quais passamos são fundamentais. Nós precisamos das experiências de caminho, mas necessitamos desesperadamente daquelas experiências que nos abalam e derrubam e, quando levantamos, somos outras pessoas na presença de Deus. Um exemplo bíblico interessante dessas portas espirituais é Saul. Ele foi mudado em um novo homem em um momento, todavia falhou em caminhar com o Senhor no processo (1 Sm 10.6). Nós estamos habituados a crer por milagres de curas instantâneas. Isso é preciso e Deus realmente é poderoso para fazer isso, mas porque somente a cura pode ser recebida instantaneamente? Porque você acha que seu marido (ou esposa) não pode ser mudado instantaneamente? Aquela mulher faladeira de repente é tocada pelo poder de Deus e se torna outra mulher. Você então a desafia: “Fale alguma coisa, mulher!”. E ela responde: “Agora vou falar só o que edifica”. E você, de olhos arregalados e queixo caído, só pode dizer: “É um milagre!”. Equivocadamente, muitos concluem que o pau que nasce torto não pode endireitar-se de uma hora para outra: “A vida inteira o sujeito foi uma encrenca e agora virou santo”, dizem ironicamente. É assim que o mundo diz, mas precisamos sustentar o testemunho de que Deus tem poder, não apenas para curar qualquer enfermidade, mas para endireitar qualquer caráter torto e qualquer temperamento doente. Casamentos podem ser mudados, pessoas podem experimentar libertação de vícios instantaneamente. Deus fará um processo, ou caminho mas poderá também fazer instantaneamente, por uma porta. Todos nós precisamos ter marcos de mudanças e épocas. Quem sabe já não é tempo de você passar a limpo e mudar a página, começando algo novo em Deus? E, para começar algo novo, é necessário um portal de glória. Do lado de cá está tudo seco e morto, mas, quando você passar pela porta, você verá que o ambiente vai mudar, há vida do lado de lá. A glória estará esperando por você e mudanças repentinas vão acontecer. Isso aconteceu com Saul. A Bíblia mostra que Saul se tornou rei de Israel. O pai de Saul se chamava Quis e certo dia as suas jumentas haviam se extraviado. Quis pediu a Saul que fosse procura-las. Saul saiu de casa para procurar as jumentas do rebanho de seu pai, mas ele não imaginava que voltaria outro homem. Deus tinha algo para fazer em sua vida. Como ele, muitos de nós, em um dia qualquer em que apenas saímos para trabalhar, não estávamos esperando nada de especial, Deus vem nos encontrar no caminho. Você não estava nem sonhando, mas Deus tinha um ministério para você. Saul nem imaginava, mas Deus tinha um trono para ele. A Bíblia diz que Saul encontrou com Samuel e veja o que o profeta lhe disse: 3 - E quando dali passares mais adiante, e chegares ao carvalho de Tabor, ali te encontrarão três homens, que vão subindo a Deus a Betel; um levando três cabritos, o outro três bolos de pão e o outro um odre de vinho. 4 - E te perguntarão como estás, e te darão dois pães, que tomarás das suas mãos. 5 Então chegarás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um grupo de profetas que descem do alto, e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e eles estarão profetizando. 6 - E o Espírito do SENHOR se apoderará de ti, e profetizarás com eles, E TU SERÁS MUDADO EM OUTRO HOMEM. (1 Sm.36). Saul foi mudado em outro homem instantaneamente porque o Espírito de Deus se apossou dele e tomou o controle de sua vida. O que mudará você é o Espírito Santo em sua vida, é o fogo de Deus dentro de seu coração. Não se preocupe se você não sente emoção alguma agora. Se você abrir o seu coração e buscá-LO, você entrará por uma porta em um novo nível de vida e experiência. Saul foi transformado em outro homem. Eu sei que você espera por um processo, quem sabe mais outro tratamento, disciplina ou ainda mais um tempo de discipulado. Estas coisas são boas e necessárias, mas hoje você precisa ter uma expectativa santa de um milagre instantâneo em sua vida. Chega de estar onde está, de ser apenas o que é, queira mais de Deus. Ele tem mais para você. 2. A ÁGUA E O FOGO Todos precisamos da porta e do caminho para crescer, mas precisamos de dois princípios para sermos purificados: a água e o fogo. E disse Eleazar, o sacerdote, aos homens da guerra, que foram à peleja: Este é o estatuto da lei que o SENHOR ordenou a Moisés. 22 - Contudo o ouro, e a prata, o cobre, o ferro, o estanho, e o chumbo, 23 - Toda a coisa que pode resistir ao fogo, fareis passar pelo fogo, para que fique limpa, todavia se purificará com a água da purificação; mas tudo que não pode resistir ao fogo, fareis passar pela água. (Nm 31.21-23). Qual é a característica comum ao ouro, à prata, ao bronze e ao ferro? Todos eles são metais sólidos e devem ser lavados com água, mas somente serão definitivamente purificados pelo fogo. O que significa a água como meio de purificação na Palavra de Deus? ... para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra. (Ef 5.26). A água da Palavra é uma maneira de sermos depurados por deus. Jesus disse: “Vós já estais limpos pela Palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3). É a Palavra que nos separa para Deus, purifica e santifica das coisas do mundo. Cada vez que você ouve e recebe a Palavra, você é lavado por Ele. Todavia, todos nós precisamos reconhecer que existem áreas duras em nossas vidas, as quais, mesmo depois de ouvirmos a Palavra, parecem inalteradas, difíceis de ser trabalhadas e transformadas. A regra apresentada no livro de Números é clara: “Aquilo que é macio é purificado pela água, mas as coisas duras devem ser passadas pelo fogo”. Ou seja, para as áreas macias de nossa vida, a água é suficiente; mas, as áreas mais duras, é necessário o fogo de Deus. Você precisa buscar o fogo de Deus. Não basta termos a água da Palavra, nós precisamos do fogo do Espírito Santo. Essa combinação santa da água e do fogo é que de fato transforma todo o nosso ser. O que é fogo de Deus? O fogo de Deus pode vir de duas maneiras em sua vida. Como as línguas de fogo, as labaredas que vem sobre você para incendiar o seu próprio espírito. Mas o fogo também pode se manifestar por meio do tratamento e da disciplina. Quando Deus disciplina você, Ele está lhe colocando na fornalha. É o que chamamos de fornalha da aflição, da dor e da dificuldade. Deus permite que essas coisas venham para tratar com as áreas duras de sua vida. “Pastor, eu não quero esse fogo”, você pode dizer. Então busque o outro, porque, se não tiver o fogo do Espírito, precisará do outro fogo. Mas uma coisa é certa: as áreas de sua vida que tiverem que passar pelo fogo passarão de uma forma de uma forma ou de outra: seja pelo fogo da unção, seja pelo fogo das circunstâncias. É melhor, portanto, deixar o fogo do Espírito incendiar a sua vida. Tudo o que vem de Deus é bom, mas nem tudo o que vem de Deus é momentaneamente agradável. As áreas duras em nossas vidas ocasionalmente passam por tratamentos duros do Senhor porque deixamos o fogo do Espírito amolecê-las. Essas áreas serão purificadas com fogo, mas áreas mais macias e maleáveis serão purificadas pela água. A água aponta para a Palavra. Precisamos receber a Palavra e sermos purificados por ela. Mas não devemos pensar que não existam áreas mais duras e resistentes em nossa vida. Elas certamente existem e serão purificadas pelo fogo. O fogo aponta para a disciplina do Espírito Santo e para as línguas de fogo do batismo. Glória a Deus porque há fogo disponível para nós. Você crê que pode passar por uma experiência de porta hoje? Então receba o fogo do Espírito em sua vida. 3º DIA QUANDO DEUS ENVIA O FOGO Na Bíblia, o Espírito Santo é representado como água viva e como fogo. Sempre que o fogo desceu, as condições necessárias foram cumpridas. Há condições para que o fogo desça. Temos provado do fogo celestial, mas desejamos mais do mover do Espírito Santo, queremos um avivamento. Há um cântico que diz: “Deve haver mais do que isso”. Ainda não provamos de tudo o que o Senhor tem para nos dar. Podemos ser mais incendiados por Deus. Eu quero poder testemunhar que nos dias da minha geração eu participei do mover de Deus e o fogo dEle queimava em meu coração e em meu espírito. Se eu tiver que orar para isso, vou orar até receber; se tiver que chorar, secarei os meus olhos em Sua presença e farei do meu clamor um rio de lágrimas vivas; se tiver que buscar, não darei descanso ao meu corpo; se tiver que gritar, clamarei até que não haja mais voz em mim, mas eu farei parte do mover de Deus. Eu quero aquilo que é novo, mas que as gerações passadas já experimentaram. Eu quero uma nova medida transbordante. Há também esse desejo em seu coração e em seu espírito? Todavia, algumas condições devem ser cumpridas para esse mover. 1. O FOGO CAI AO RESTAURARMOS O ALTAR Então Elias disse a todo o povo: chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele. E Elias reparou o altar do Senhor, que havia sido derrubado; Elias restaurou o altar do SENHOR, que estava em ruínas. Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego. (1Rs 18.30;38). Antes que Deus pudesse lhe responder com fogo, Elias teve que restaurar o altar do Senhor que estava em ruínas. Para que o fogo caia, a primeira condição é que o altar seja restaurado. O altar é um símbolo que nos fala de consagração e entrega. Quando entregamos o nosso tudo diante do Senhor, podemos esperar o Seu fogo, pois teremos tudo de Deus quando Ele tiver tudo de nós. Eu sei que, para muitos irmãos, o altar é simplesmente o palanque onde o pastor prega. Alguns chegam a dizer que estão levando sua oferta ao altar, quando vão à frente nas reuniões. A verdade, porém, é que Deus não habita em prédios feitos por mãos humanas. Os prédios não são templos, mas apenas o lugar onde nos reunimos. A razão de existir um púlpito é bem mais prosaica, é para que os irmãos que estão no fundo possam ver o pastor durante as pregações. Não há um poder especial naquele lugar ou no palanque. O verdadeiro templo de Deus somos nós, onde o Espírito Santo habita. Nas escrituras, o altar simboliza um lugar de entrega e consagração. Tal altar deve ser erigido dentro de nossos corações. O altar é edificado quando colocamos o Senhor na posição de primazia, governo, controle e nos santificamos inteiramente a Ele. Jesus nos ensinou a santificar o nome de Deus na oração do Pai-Nosso quando orou: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (Mt 6.9). mas o que é santificar o nome do Senhor? É colocá-lO separado de todos os outros, em posição distinta de todos os demais. O altar é o lugar onde santificamos o nome dEle., quando declaramos a Sua preeminência e nos curvamos diante dEle para adorá-lO. Com relação ao Senhor, o altar é um lugar de honra e glória, mas, em relação a nós, significa consagração e entrega. Isso significa: “Eu não governo mais, não mando mais, não decido para onde vou e nem o que eu quero fazer”. Quanta gente faz planos arrogantes, querendo viver sua vida independente de Deus. Tais pessoas ignoram, desconsideram importante conhecer a vontade de Deus. Aquele que se consagra jamais se desvia do propósito ou se perde no meio da jornada. Para este, não há tempo perdido dando voltas ao redor do monte, andando em círculos sem chegar a lugar algum. Para aquele que anda segundo o Seu propósito, a promessa de Deus é que todas as coisas sempre cooperarão para o seu bem. Ainda que o inimigo se levante contra ele e, às vezes, pareça haver uma perda, a verdade é que aquele que é consagrado ao Senhor não pode ter perdas nem ser derrotado, porque Deus muda as circunstâncias, fazendo todas as coisas cooperarem para o seu bem. Quando o altar – lugar de governo e consagração – é restaurado, então podemos clamar e ter certeza de que o fogo vem. A Bíblia diz em Levítico: Depois Arão, levantando as mãos para o povo, o abençoou e desceu, tendo acabado de oferecer a oferta pelo pecado, o holocausto e as ofertas pacíficas. E Moisés e Arão entraram na tenda da revelação; depois saíram, e abençoaram o povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o povo, pois saiu fogo de diante do SENHOR, e consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo todo o povo, jubilaram e prostraram-se sobre os seus rostos. (Lv 9.22-24). Somente o que estiver no altar receberá o fogo da glória. Se fogo cair em outro lugar, será o fogo do juízo de Deus: caiu fogo do céu como uma das pragas no Egito e, também, na destruição de Sodoma e Gomorra. Mas nesses lugares não havia o fogo no altar. Quando o fogo de Deus cai, se não houver um altar de consagração, em vez de ser bênção será o fogo de juízo de Deus. Mas onde está o altar de Deus, o fogo do céu estará queimando ali constantemente. Somente aquele que é consagrado experimenta esse incendiar constante. Se esse fogo está se apagando, o altar precisa ser restaurado. A glória do Senhor enche a sua casa quando o sacrifício está sobre o altar. O fogo veio sobre o altar quando Salomão inaugurou o templo. Tendo Salomão acabado de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do SENHOR encheu a casa. E os sacerdotes não podiam entrar na casa do SENHOR, porque a glória do Senhor tinha enchido a sua casa. (2Cr 7.1,2). Onde estavam os holocaustos e os sacrifícios? Sobre o altar. Os sacerdotes não podiam entrar na casa do Senhor porque a glória tinha enchido o templo. O fogo desceu como sinal do contentamento de Deus. Quando Isaías disse ao Senhor: “Eis-me aqui!”, o anjo lhe tocou com abrasa do altar. Há um fogo que queima no altar de Deus e todos que se achegam diante do altar serão tocados pelo fogo de Deus. Também no Tabernáculo o fogo jamais poderia se apagar. Levítico nos diz: “O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará” (Lv 6.13). Paulo diz aos romanos: “Sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor!” (Rm 12.11). Ou seja, ardendo no espírito. Onde estiver o altar do Senhor, ali o fogo não pode se apagar. Se o altar de Deus estiver no nosso meio, o fogo de Deus estará entre nós e ele não pode se apagar. Se o altar da consagração estiver em sua casa, haverá fogo de Deus nela. Se o altar estiver dentro de nós e a consagração for perfeita, haverá fogo de Deus queimando dentro de nós. Assim, se desejamos o fogo de Deus, a consagração é a primeira condição. 2. AO ACUMULARMOS INCENSO DE ORAÇÃO DIANTE DE DEUS Logo que tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. (Ap 5.8). E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. E eu chorava muito, porque não fora achado ninguém digno de abrir o livro nem de olhar para ele. E disse-me um dentre os anciãos: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e romper os sete selos. (Ap 5.35). Sendo Deus fogo consumidor, Ele deseja que seus ministros sejam labaredas de fogo. A vontade de Deus é que haja fogo em nós. A primeira condição para que o fogo venha é ter o altar e este restaurado. A segunda condição é acumularmos muito incenso na presença do Senhor. Algumas pessoas nos dizem: “Eu não entendo por que se ora tanto aqui”. Alguém chegou a nos dizer: “Responda-me uma coisa, pastor. O que vocês fizeram de tão errado para que tenham que pedir perdão a Deus por tanto tempo?”. Você percebe o conceito das pessoas sobre a oração? Precisamos jejuar e orar, até mesmo por 40 dias, para acumular incenso até que pessoas assim sejam quebrantadas pelo fogo de Deus. No Getsêmani, Jesus fez uma pergunta inquietante a Seus discípulos: “Nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? (Mt 26.40). O Senhor nos mostra que orar uma hora é o mínimo que podemos fazer para acumularmos incenso em Sua presença. Já o Livro de Apocalipse nos diz: E da mão do anjo subiu diante de Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos. Depois do anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o lançou sobre a terra; e houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto. (Ap 8.4,5). É impressionante quantos princípios espirituais estão envolvidos aqui! Nossas orações são guardadas diante de Deus, pois anjos a recolhem. O incenso não é a nossa oração, visto que o anjo ofereceu incenso junto com as orações. O incenso aqui pode significar a oração e intercessão que o Filho de Deus faz por nós diante de Deus Pai (Rm 8.34). Esse anjo toma as orações dos santos, misturando-as com o incenso e então as lança sobre a Terra. Essas orações, lançadas de volta a Terra, foram feitas sob forte pressão. São muito específicas, tais como: “Venha o teu reino, Senhor!”. Por causa das orações, Deus executa o Seu mover sobre a Terra. A oração é o canal por meio do qual o Senhor age na Terra. Ele escolheu agir mediante a oração do Seu povo. O mover de Deus é resultado da oração dos santos. Por isso, nós precisamos orar. O Espírito Santo vem para produzir em nós o clamor e, quando existe um clamor verdadeiro, Ele age. Seu mover é fruto de oração. Se quisermos ver a igreja crescendo, se desejamos ver os poderes espirituais da cidade sendo abalados, as nossas orações tem que fazer os céus produzirem trovões, vozes, relâmpagos e terremotos. Se quisermos ver a Igreja abalando os poderes do inferno, temos que orar, porque o Senhor tomará essa oração e irá lançá-la de volta sobre a Terra. E, quando Ele fizer isso, não haverá fundamento espiritual que permaneça intacto – tudo estremecerá. Então, com os poderes do inferno abalados, saquearemos o espólio do reino das trevas. Observe que as orações são oferecidas no altar que está diante do trono de Deus. É fascinante que, sem o altar, as orações não possuem uma base adequada para serem oferecidas diante de Deus. Mas, além disso, observe que o anjo misturou o fogo do altar com as nossas orações. Quando ele envia de volta nossas orações, elas já não possuem a mesma forma de quando subiram, elas retornam na forma de fogo. O fogo só vem se houver oração para ser misturada com ele. Assim, sem oração não há fogo e juntos eles constituem uma mistura explosiva. Onde não há oração também não há fogo. Onde não há muita gente orando e buscando a Deus, em unidade de propósito, não haverá fogo. Louvo a Deus porque há muitos vencedores em nossa geração. Há muita gente trabalhando com Deus. Talvez a taça ainda não tenha se enchido, mas ela vai se encher uma hora dessas. Então o anjo do Senhor pegará esse fogo e irá misturá-lo com as nossas orações. Nesse momento, Ele a despejará sobre a Terra e então haverá vozes, trovoe e luzes. Algo certamente vai acontecer. A Palavra do Senhor será liberada e os fundamentos do inferno serão abalados. Tudo isso porque o incenso misturado com fogo está caindo sobre a Terra. É isso o que nós queremos na Igreja. Lembre-se mais uma vez que o fogo não vem sozinho, tem que haver incenso subindo e também guardado na presença de Deus. O destino final de nossas orações é voltar para a Terra, mas, quando voltam, elas vêm misturadas com fogo. Se quisermos fogo, precisamos levantar incenso de oração diante de Deus. 3. AO EXPRESSARMOS ARREPENDIMENTO GENUÍNO Então Davi edificou ali um altar ao Senhor, e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas; e invocou o Senhor, o qual lhe respondeu do céu, com fogo sobre o altar de holocausto. (1 Cr 21.26). Houve um dia em que Davi cometeu um pecado grave diante do Senhor. Ele ordenou o censo de Israel para saber quantos homens de guerra havia. Tudo isso desagradou ao Senhor, pois naquela circunstância o censo era um sinal de independência, uma postura de não depender da força de Deus. Como conseqüência, Deus feriu a Israel, Davi, porém, se arrependeu diante do Senhor. Naquele dia Davi ofereceu no altar a sua oferta ao Senhor como prova de seu arrependimento. E, como resultado, o Senhor respondeu com fogo. Deus responde assim quando há arrependimento genuíno. O arrependimento traz o fogo da bênção, do poder, da unção, o fogo para mudar as circunstâncias e a história. O fogo destrói os entulhos do inferno que bloqueiam o fluir do céu em nossas vidas. Além disso, os milagres e os sinais se sucedem. Lembro-me de um tempo atrás quando Deus moveu grandemente em um dos retiros que fazíamos com os discípulos. O fogo de Deus veio sobre nós e os irmãos começaram a ter visões. De repente, as cerâmicas do piso começaram a estourar e pular para cima, uma após a outra. Todos sabíamos que algo sobrenatural estava acontecendo. Você consegue imaginar a reação dos irmãos vendo o piso saltar diante de seus olhos. Ninguém se conteve na presença do Espírito. Era o fogo de Deus enchendo aquele lugar. Sei que houve muitas explicações científicas para o fenômeno, como diferenças de temperatura, choque térmico e coisas assim. O fato, porém, é que nunca vi cerâmicas saltarem em uma de nossas reuniões, nem antes, nem depois daqueles dias. Espere por coisas extraordinárias como selo do fogo de Deus sobre nós. Nós estamos perante a face do Senhor clamando nestes dias para que Ele nos mande fogo. Mas este só virá se o altar da consagração for restaurado, se nós levantarmos o incenso das orações na presença de Deus e houver em nós arrependimento genuíno. Vamos fazer uma oração bem simples: Deus, mande o Teu fogo sobre mim. Incendeia-me, Senhor. Mande o Teu fogo, Senhor. Eu quero restaurar o altar da consagração, da entrega na minha vida. Que não haja impedimento para que o Teu fogo caia. Seja eu uma labareda viva do Senhor. 4º DIA CARACTERÍSTICAS DO RIO DE DEUS No capítulo dois de Gênesis, há a árvore da vida e o rio que saia do Édem. Lá essa árvore é explicitamente chamada de árvore da vida, mas o rio não foi chamado de rio da vida. Todavia nós sabemos que a árvore da vida nasce na margem do rio da vida, como está em apocalipse. Se a árvore está relacionada com a vida, é plausível dizer o mesmo a respeito do rio (Ap 22.1,2). A árvore da vida aponta para o Senhor Jesus, pois Ele disse que é a vida (Jo 14.6), a própria vida que é a luz dos homens (Jo 1.4). Assim, a árvore da vida simboliza o Senhor Jesus, mas a Bíblia diz que a árvore da vida está na margem do rio, e esse rio aponta para o Espírito Santo. O conceito de rio é vital em toda a Palavra de Deus. Esse rio que saia do Édem se dividia em quatro braços, ou seja, possuía quatro extensões. Nós sabemos que o rio aponta para a obra do Espírito de Deus que flui como um rio do nosso interior. O rio é um só, mas ele tem quatro braços, e esses braços nos falam da obra completa e maravilhosa do Espírito de Deus. Eles são chamados de Pison, Gion, Tigre e Eufrates. 1. PISON - “Pison” significa “fluindo gratuitamente” (Is 55.1). Segundo a concordância Strong, também pode ter o significado de “crescimento ou aumento”. Isso nos fala do Espírito Santo de Deus, que nos foi dado gratuitamente. Isaías nos diz: Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. (Is 55.1). É sem dinheiro e sem preço porque ninguém pode pagar, é a graça de Deus estendida a nós. Esse rio está correndo hoje no meio do povo de Deus, fluindo do nosso interior pela graça. Na margem do rio Pison havia ouro. O rio da vida tem poder de trazer o ouro. O ouro simboliza a natureza e a glória de Deus. Isso significa que esse rio tem o poder de colocar em nós a natureza divina. A primeira coisa que precisamos receber é a vida de Deus no novo nascimento pelo Seu Espírito. Também se diz que bdélio e ônix são encontrados ali. O bdélio também pode ser traduzido como pérola segundo alguns intérpretes. Essas pedras apontam para a transformação, pois a pérola é um grão de pó que foi transfigurado. A pérola é uma mistura de mineral com animal. Ela nada mias é do que um glóbulo branco, brilhante e nacarado que se forma na concha da ostra, quando um grão de areia penetra em seu interior, no fundo do mar. A ostra o envolve com uma secreção e aquele grão de areia se transforma em uma pérola. Isso certamente é um símbolo da transformação do crente. Sabemos que o mar simboliza a morte. O Senhor Jesus, então, é como essa ostra que veio habitar nesse mar da morte. Nós somos os grãos de areia que foram enxertados nEle. Uma vez nEle, fomos envolvidos em Sua vida e, com o passar do tempo, fomos transformados em pérolas para a Sua edificação. Antes disso, não tínhamos valor algum e era apenas pó da terra. Em Cristo, o Senhor nos atribuiu valor. O Espírito Santo tomou esse pó e o injetou em Cristo. A vida de Deus começou então a nos envolver e a fluir do nosso interior, dia após dia, até que fomos transformados numa pérola preciosa. Mas, Jesus não é apenas a grande ostra, Ele é também o comerciante rico que depois de encontrar essa pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía e a adquiriu (Mt 13.45,46). Na Nova Jerusalém cada porta é uma grande pérola. As portas da cidade são grandes pérolas para indicar que entramos nela pela transformação e santificação. Ali não entra o pó da terra que se tornou comida para a serpente; mas entrará o pó glorificado em forma de pérola. 2. GION - “Gion” significa “correnteza forte”. Segundo a concordância Strong, significa “uma correnteza que arrebenta as margens”. Isso nos mostra que o rio da vida é um rio de correnteza violenta. Essa correnteza quebra aquilo que esta oprimindo e prendendo. Esse rio tem poder de quebrar cadeias, porque a unção quebrará o julgo que está sobre suas costas. Jesus disse: “Quem crer em mim, como diz as escrituras, do seu interior fluirão rios de água viva. Isso Ele disse com respeito ao Espírito Santo que haviam de receber os que nEle cressem” (Jo 7.38,39). Esse rio de água viva é uma correnteza forte. Diz a Palavra de Deus que esse rio vai para Cuxe, que hoje é a Etiópia. O fato de ir para Cuxe mostra o poder do rio para mudar aquilo que não podemos por nós mesmos. Porventura pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal. (Jr 13.23). Embora não possamos mudar a cor de nossa pele, ou seja, mudar a nossa natureza, a forte correnteza do rio de Deus nos transforma e até nos glorifica. O rio de Deus tem o poder de nos transformar. Não importa o que você era, nem quem você é, se esse rio fluir do seu interior, ele tem poder para transformá-lo. Ninguém tem o poder de mudar alguém, você não se muda, mulher não muda marido, marido não muda esposa, pai não muda filho e filho não muda pai. Não conseguimos mudar nem a nós mesmos. Essa é obra exclusiva do rio de Deus fluindo em nós. Se o rio vier, ele o transforma, o muda sem você ver, ele tira o coração de pedra, e põe um coração de carne. 3. TIGRE - O terceiro braço do rio é chamado de Tigre. A palavra “tigre” é “hidéquel” em hebraico, e significa “rápido”. Isso aponta para a obra do Espírito Santo em nós que é forte e rápida. Se permitirmos ao rio de Deus mover em nós, veremos a mudança rapidamente. Esse braço do rio flui da Assíria. Assíria significa lugar plano onde o rio inunda. Isso mostra que esse rio é forte porque inunda a terra, mostrando a fonte de vida abundante do Senhor. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. (Jo 10.10). Jesus disse que o ladrão vem somente para roubar, matar e destruir, mas que Ele vem para que todos tenham vida, e vida em abundancia, vida sobrando, vida como uma inundação (Jo 10.10). Não apenas esse rio nos inunda, mas nós mesmos nos tornamos uma fonte para inundar quem está ao nosso redor. Deus quer dar a você uma vida de inundação, como diz o salmo 84: Quando passar pelo vale árido, você fará desse vale um manancial de vida. Aquele que é cheio do Espírito, aonde chega não tem sequidão e nem aridez. O ambiente pode estar pesado, mas quando ele chega fica livre, ainda que tudo esteja seco, por causa do fluir do rio de dentro dele, logo começa a aparecer os brotinhos verdes de vida. É o jardim de Deus, é inundação do céu. Aquele que é cheio de Deus tem vida para si e tem em abundancia para abençoar os que estão ao derredor dele também. 4. EUFRATES - “Eufrates” em hebraico significa “doce e fértil”. Segundo a concordância Strong, significa também frutífero. Glória a Deus porque o último braço do rio nos faz doces e frutíferos diante de Deus. Somente podemos dar frutos se o rio da vida estiver fluindo do nosso interior. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei. (Gl 5.22,23) O rio da vida tem fluido e tem sido assim desde o princípio. Em Gênesis, era o rio com os quatro braços que banhavam o Éden e que possuía ouro em suas margens (2.14-14). Em Êxodo esse rio flui da rocha ferida no meio do deserto e a rocha era o próprio Senhor Jesus (Êx 17.6; 1Co 10.4; Nm 20.11). Nos salmos é rio de água cristalina que alegra a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo (Sl 46.4). Em Ezequiel esse rio sai do templo e se torna profundo levando vida aonde quer que chegue (Ez 47.5-9). Depois vemos em João que na cruz, a água saiu do lado de Jesus indicando que Ele é a fonte do rio da vida (Jo 19.34; Jo 4.10-14; Jo 7.37,38). Há um rio de vida que percorre toda a Palavra de Deus. O verso 17 enfatiza que o rio é de graça. Precisamos entender que, apesar de ser de graça, ele tem um preço a maneira de Deus. É necessário nos arrepender e nos submeter à Sua autoridade (21.27). 5º DIA O ACESSO AO FLUIR DO RIO DE DEUS. Acontecerá, naquele dia, que o peso será tirado do teu ombro, e o seu jugo, do teu pescoço, jugo que será despedaçado por causa da unção (Is 10.27). O Espírito Santo é provisão completa de Deus para todas as suas necessidades. Tudo o que você precisa para ter uma vida abundante, vitoriosa e saudável já lhe foi concedido quando Ele veio habitar dentro de você. O Espírito Santo é o poder de Deus e esse poder está em você. Se Ele está, também a saúde, a paz, o amor de Deus e Sua própria natureza estão em você. O Espírito Santo é a unção de Deus sobre nós. Todos nós éramos como enfermos portadores de vários tipos de doenças. Depois que o médico fez o diagnóstico, ele deu-nos a receita para que tomássemos vários tipos de remédios, cada uma para uma doença. O farmacêutico, então, colocou todos os medicamentos dentro de uma única seringa. Esse conjunto de medicamentos foi a dose que atacou todas as suas enfermidades. A mesma coisa Deus fez em você; Ele lhe injetou uma dose que resolveu todas as suas necessidades. Essa dose é o Espírito Santo. Precisamos entender que tudo que necessitamos para uma vida vitoriosa já nos foi dado por meio do Espírito Santo que em nós habita. Se precisamos de poder ou amor, Ele é o poder e o amor que foi derramado em nossos corações. Se precisamos de entendimento, todos os tesouros da sabedoria estão ocultos nEle. Portanto, toda provisão já esta a sua disposição pela unção do Espírito. A unção é representada pelo azeite na Palavra de Deus. O azeite era um elemento muito versátil no mundo antigo. O azeite simboliza a provisão completa da unção. Vamos tomar o uso que os antigos povos da Bíblia faziam dele e entender como precisamos depender da unção de Deus em nosso dia-adia. A primeira utilidade básica era para cozer os alimentos e na verdade ele mesmo é um alimento. No mesmo princípio nós precisamos receber uma porção da unção de azeite do céu como alimento periodicamente. Quando deixamos de alimentar-nos dessa unção, somos enfraquecidos e nos sentimos incapazes de fazer a vontade de Deus. A unção, portanto, é alimento. A segunda função vital do azeite nos dias antigos era para fazer sabão. A unção do azeite também tem a função de limpar e purificar as nossas vidas. Quando digo purificar não me refiro propriamente a purificação do pecado, mas a purificação da sujeira do mundo. A morte do mundo nos contamina e nos faz ficar insensíveis a Deus. A unção então nos purifica dessa poeira da carne que nos contamina. Em terceiro lugar a unção era combustível. As lamparinas do mundo bíblico eram mantidas acessas usando o azeite como combustível. No mesmo principio nossa luz somente pode brilhar diante do mundo se houver o azeite do céu em combustão dentro do nosso espírito. A quarta finalidade do azeite era ser usado pelo sacerdote para ungir e consagrar pessoas e coisas a Deus como também pelo medico como remédio. A unção é para a cura e é também para consagração. O propósito de Deus somente pode ser cumprido por meio da unção. O suprimento de Deus para as nossas vidas vem somente através dela e todo jugo do pecado, só quebrado e destruído pelo poder da unção. Não tente fazer coisas para Deus no combustível humano, mas permita que a unção mova você de forma sobrenatural a fazer a vontade dEle. Se estivermos na unção, não haverá jugo, estresse, medo ou insegurança. A unção é o alimento, o combustível que nos limpa e cumpre em nós a vontade do Pai. A provisão completa de Deus é a unção. Mas além do azeite o fogo também é uma ilustração do Espírito Santo, assim como a água. Gostaria de compartilhar alguns princípios associados com o símbolo da água. Na palavra de Deus água parada é morte, como lagos e mares, mas a água que flui, ou o rio corrente, é símbolo do Espírito Santo. No ultimo dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha mim e beba. Quem crer em mim, como diz a escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. (Jo7.37.38). Nós somos aqueles que creram e aceitaram o convite de Jesus, portanto temos ido até ele e bebido dEle. E porque fazemos isso, essa água em nós se torna uma fonte. E assim nos tornamos um canal pelo qual o rio flui para matar a sede dos outros. Antes você era alguém apenas sedento, mas, depois que bebeu da água de Deus, além de matar a sua sede, você virou uma fonte de água viva. Aonde essa água chega, uma fonte começa a jorrar, porque essa não é uma mera água viva, mas é uma pessoa, a pessoa do Espírito Santo de Deus! Você tem fome do mover de Deus e do toque do Espírito? Você tem fome da presença dEle? Esse é o mover de Deus. Quando muitos filhos se tornam essa fonte de água viva, ao passarem pelo vale árido, este se transforma em um manancial. E por que nós fazemos do deserto um manancial? Porque do nosso interior fluem rios de águas vivas! Não há sequidão para aquele que tem o rio fluindo. Mas, para que possamos ter esse rio fluindo, nós precisamos ter acesso a essa fonte. Segundo a palavra de Deus, o rio só flui em certas circunstâncias. Nela podemos encontrar pelo menos quatro situações ou lugares de onde o rio flui. Esses lugares são símbolos da realidade espiritual que hoje temos acesso em nosso espírito. 1 - O RIO SAI DO ÉDEN - Em Gênesis lemos que no Éden havia a árvore da vida e também um rio que fluía. Não se menciona, todavia, que esse rio era o rio da vida. Mas em Apocalipse 22 lemos que a árvore da vida cresce junto ao rio da vida. Portanto, é justo supor que se a árvore da vida está aqui em Gênesis é porque esse rio também é o rio da vida. E de onde flui o rio da vida? Do Éden. E o que era o Éden? O Éden era o lugar onde estavam o homem e a mulher antes de comerem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, antes de pecarem contra o senhor. Certamente o Éden é caracterizado por muitas coisas, mas quero enfatizar apenas uma característica. Antes do pecado o homem e a sua mulher viviam nus e não se envergonhavam. A principal característica do Éden é que ele é um lugar de nudez. Isso certamente possui um significado espiritual e simbólico. A ausência de roupa nos fala de transparência. Adão e Eva estavam nus, ou seja, eram transparente um para com o outro. Não tinham nada para esconder, nem do que se envergonhar. No dia em que o pecado veio, eles foram expulsos do Éden, perderam o acesso a árvore e também ao rio da vida. E o primeiro sinal do pecado foi a percepção de estavam nus. A partir daí, por causa do pecado, nós não conseguimos mais ser completamente transparentes uns com os outros. Depois do pecado não há mais transparência absoluta. Você não pode mostrar tudo o que está dentro de você aos outros, e na verdade nem os outros querem ver. Nudez é algo que incomoda. Como você se sentiria se alguém completamente nu se sentasse ao seu lado? A sensação é de desconforto. Entenda, porém, que não estou falando de nudez física, mas de transparência da alma. Você só pode estar nu diante daquele com quem você tem aliança. A nudez só acontece no casamento, porque no casamento existe a aliança. Você só pode se mostrar completamente para aquele com quem você tem uma aliança. Mas mesmo assim há limites. Os filhos não deveriam ver a nudez de seus pais, assim como o discípulo não está preparado para ver a alma de seu líder diante dele. Ver a nudez é atentar para o defeito do outro. Irmãos de aliança não expõem a nudez um do outro, antes a encobre. Aos homens não precisamos mostrar tudo. Já observou como é chato aquele irmão que abre toda sua vida com cada pessoa que encontra? Talvez isso não seja verdadeira transparência, porque algumas vezes o melhor lugar para se esconder é na frente do holofote. Diante de uma luz muito intensa nossos olhos se ofuscam e não enxergamos nada. Diante de homens precisamos de nossas roupas. Roupas simbolizam atitude. A bíblia nos fala de vestes de louvor, mas, também nos fala de vestes de espírito angustiado, fala para tirar roupas pesadas e colocar vestes de alegria. Eu escolho com que roupa vou me apresentar diante dos irmãos. Eu posso estar passando por uma grande luta, eu chego diante da igreja com vestes de louvor. Não seria apropriado se eu, como pastor, chegasse diante dos irmãos mostrando todas as minhas lutas. Ninguém quer ver a nudez do pastor! Isso não é hipocrisia. Para aqueles com quem tenho a aliança da intimidade eu vou mostrar e me abrir. Use roupas diante dos homens, mas seja completamente transparente diante de Deus. Mas, se com as pessoas não temos mais como sermos completamente transparentes, o mesmo não se pode dizer com a respeito ao Senhor. Com Deus nós devemos ser totalmente transparentes. Só estando completamente desnudado na presença de Deus você assume a posição onde tem acesso ao rio da vida, a vida que sai do Éden. O rio não flui se a sua vida e o seu pecado está encoberto diante dEle. Abra completamente o coração para Deus, diga tudo a Ele. Não seja pretensioso diante dos olhos que tudo vê. Não tente parecer ser coisa alguma, mas retire as folhas secas de figueira e mostre o seu coração. Não teremos avivamento enquanto ficarmos nos maquiando diante de Deus. Nada mais patético que um morto maquiado. Uma das características mais marcantes dos Salmos é a completa honestidade diante de Deus, ainda que nos seja ate tocante. Não é fácil para alguns dizerem a Deus todas as tentações mesquinhas que lhes passa pela alma, mas o salmista o fez. Veja o exemplo dos salmos 109 e 137.9. Enquanto tentarmos parecer para Deus o que não somos não teremos avivamento. É melhor reconhecer diante do Senhor: “Estou com uma vontade de pegar aquela pessoa e fazer dela picadinho! Mas não quero isso não combina comigo, eu tenho a Sua natureza, eu sou Seu filho! Jesus ajude-me!”. Mas há irmãos achando que é pecado mostrar tudo para Deus. O rio só flui onde há uma completa nudez na presença de Deus. Diante dEle você pode se despir completamente e mostrar a sua alma, sua dor, seu pecado e equívocos. Não pense que Deus lhe ama porque você é bonzinho. Ele já lhe amava muito antes de sua conversão. Antes de se tornar ovelha, Ele já amava a cobra que você era. E Ele morreu por você! Muito mais agora que você se tornou filho, não vai ele transformá-LO com o amor? O amor de Deus não se altera! Não há nada que você conte a ele, que ele já não saiba!Mas, Deus quer que você se desnude diante dEle. Ele quer que você mostre que tem uma aliança com Ele:”Senhor, é isso que eu sou, é isso que eu tenho sido e feito, essa é a minha realidade! Mas, o senhor tem o poder de me mudar, mude-me! Mude a minha história!” Aí então o rio começa a fluir do seu interior. 2. A ÁGUA FLUI DO TRONO. Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. (Ap 22.1). O rio só sai de onde o trono está estabelecido. O trono de Deus é um símbolo espiritual. Ele nos fala do Seu governo, soberania e senhorio. O trono, portanto, não é uma cadeira onde Deus se assenta. O Senhor não se cansa, Ele não precisa de uma cadeira para sentar. Essa é apenas uma linguagem humana para dizer que Ele é o rei. E o trono simboliza sua majestade e realeza. Sendo rei, ele é soberano e a vontade dEle é que deve ser feita. Assim, o rio sai do trono. O trono de Deus está no seu coração? Se o trono de Deus está aí, daí sairão rios de água viva. O trono de Deus está no seu trabalho ou na sua casa? Se ele estiver nesses lugares, de lá fluirão rios de águas vivas! O que é trono? O trono é a submissão a vontade de Deus. Em outras palavras, se o seu coração é submisso a vontade de Deus, então, o rio fluirá de lá. Mas, no lugar onde o trono não foi estabelecido, o io não flui e o resultado é deserto, sequidão e aridez. Já observou uma pessoa que você sabe ser um convertido, mas você não percebe água alguma fluindo dele? Sabe por que a água não é percebida? É porque não tem trono. São pessoas que fazem o que bem entendem e depois pedem para que Deus abençoe o que fizeram de forma independente. São pessoas que dizem a Deus: “Se o senhor não quer que eu vá, coloque um anjo no meu caminho ou mande o jumento falar comigo”. Simplesmente não são submissos. Algumas vezes encontro irmãos chegando a nossa igreja e sempre lhes pergunto: Você veio por uma direção de Deus? Às vezes respondem coisas do tipo: “Tive muitos problemas por lá”. Mas isso não é importante, a grande questão é: “Foi Deus quem mandou você pra cá?”. Se você não tem certeza, vá orar, porque eu não quero aqui nenhum Jonas. Porque aonde Jonas chega o navio afunda. Depois temos que jogar Jonas lá fora, senão afundamos junto com ele. Onde não tem trono não tem água. Onde não tem governo não tem rio. Há governo em sua vida? Quem lhe governa, você mesmo? Será que ainda precisamos de cabresto – como precisam os jumentos – para obedecer a Deus? (SL 32.9), ou há em nosso coração uma submissão espontânea? Essa deve ser a nossa oração: “Senhor Jesus, faça a tua vontade em minha vida como ela é feita no céu. Venha o teu governo, o Teu reino, faça a tua vontade em minha vida! Eu vou até o fim com o Senhor!”. Quando isso acontece o trono é estabelecido e naturalmente haverá um rio de vida fluindo, pois ele flui de onde está o trono de Deus. 3. O RIO FLUI DO TEMPLO. Depois disto, o homem me fez voltar a entrada do templo, e eis que saíam águas de debaixo do limiar do templo, para o oriente;porque a face da casa dava para o oriente, e as águas vinham de baixo, do lado direito da casa, do lado sul do altar.(Ez 47.1) O templo é lugar da habitação de Deus. No novo testamento o templo não se refere ao prédio da igreja, como alguns imaginam. Deus não habita em lugares feitos por mãos humanas, mas ele fez da igreja a sua habitação eterna. Nós somos o templo de Deus. Dessa forma o templo nos fala de comunhão. Ezequiel diz que rio sai de onde o templo está. O rio sai de onde a igreja é edificada, onde há comunhão com Deus. Não espere rio de água viva se você não estiver investindo tempo em comunhão com Deus. Quantas vezes oro, até não ter mais nada para dizer. Mas, depois disso ainda posso perceber uma voz suave dizendo: “Você acabou de falar, mas eu ainda tenho mais para compartilhar contigo”. Somos indevidamente apressados com Deus. Ele não tem pressa conosco. Não pense que você deve orar apenas quando tiver algo a dizer. É preciso aprender a ficar apenas quieto diante dEle como quem diz: “Eu estou aqui de joelho diante do Senhor apenas para te ouvir e ter comunhão com o Senhor”. Quando fazemos isso a comunhão começa a brotar dentro de nós. O tempo gasto com Deus é muito importante. É necessário gastarmos tempo com Ele para fluirmos em Seu rio. Não adianta jejuarmos se não há um desejo de estar no templo, porque é lá que as águas fluem. 4. O RIO FLUI DA ROCHA FERIDA. Eis que estarei ali diante de ti sobre a rocha em Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá água, e o povo beberá. Moisés assim o fez na presença dos anciões de Israel. (Êx 17.6). De onde a água saiu? Da rocha. Em sua Primeira Carta aos Coríntios, Paulo explica que a rocha é Cristo (1 Co 10.4). Mas nós também somos pedras vivas de acordo com a Primeira Carta de Pedro (1Pe 2). Nós também fomos transformados em pedras que vivem, e, à semelhança de Jesus que é rocha, nós também somos pedras. As pessoas podem olhar e pensar o que vai sair deles? Mas, pode ter certeza que dessa rocha sairá água. Mas, como é que vai sair da rocha? Basta que a rocha seja ferida pela vara de Deus, ou seja, a rocha precisa ser quebrada. Aqui nós temos o quarto principio: a água só flui se a pedra estiver quebrada, só flui se houver quebrantamento. Há pessoas que virtualmente não são tocadas por coisa alguma! Nem a palavra mais inspirada, a unção mais impactante, música, louvor ou testemunho mais tocante. Nada toca seu coração. Isso acontece porque a sua alma é um invólucro envolvendo o seu espírito. A vide de Deus em nosso espírito é como o centro de uma semente, mas a alma é como a casca que precisa ser rompida para que a semente possa germinar. Para que a água possa fluir do interior o Senhor terá que quebrar a pedra. Por isso, não estranhe se Deus permitir uma situação que lha faça abalar e estremecer por dentro. Depois que você for quebrantado por Deus a sensibilidade será uma marca no seu coração. Apenas a menção do nome do Senhor o seu coração entrará em ebulição dentro de você. Homens quebrantados são homens que fluem a água do Espírito de Deus, por causa disso é bom ficar perto deles. A palavra do Senhor nos diz no Salmo 34.18, que perto está o Senhor dos quem tem o coração quebrantado. O Salmo 51.17 também diz: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito não o desprezará, ó Deus”. Só uma Igreja quebrantada, que chora pelo que está no coração de Deus experimentará avivamento. Da rocha sairá água. Muitos não atribuem qualquer valor às lágrimas, sempre supondo que é mero sentimentalismo. É verdade que há pessoas simplesmente choronas cujas lágrimas não tem muito significado, mas existe o choro que é diferente. Há um choro que toca o céu, que faz brotar água viva dentro de você. Por isso, não tem como alguém dizer que é homem ou mulher de Deus e simplesmente não chorar. Se você não chora é porque ainda está endurecido, o seu coração é de pedra! Não tem água viva saindo de dentro de você. Evidentemente não me refiro àquelas que choram por causa de novelas. Isso é mero emocionalismo. Eu estou falando daquelas que choram na presença de Deus, tocados por seu Espírito, e que percebem a sua presença em um lugar. Eles possuem uma antena espiritual e percebem o Senhor onde Ele estiver presente. Há quanto tempo você não chora na presença de Deus? É impossível alguém ter um encontro com Deus e ficar inteiro. Se você teve um encontro com Deus, o seu coração de pedra foi removido. Você possui agora um coração de carne. Você pode ser firme como uma rocha, mas se ela for quebrada sairá água. 5. A ÁGUA FLUI PARA AQUELES QUE TÊM SEDE. Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de garça da fonte da água da vida.(Ap 21.6). A água é de graça. Mas, ela será dada apenas para quem tem sede. Se você não tem sede, então não está qualificado para recebê-la. É de graça, mas, só para o sedento. O Espírito e a Noiva dizem: Vem! Aquela que ouve, diga: Vem! Aquela que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida. (Ap 22.17). Quem quiser venha! Tem que vir! Saia do lugar da sequidão. Você pode ser uma fonte jorrando para a vida eterna. 6º DIA A REVELAÇÃO DO TRONO DE DEUS. Há um trono do centro do universo e ele representa o governo, a autoridade, a soberania e o senhorio de Deus sobre o universo. Todo mover de Deus na história aconteceu porque alguém viu o trono. Não há como servir a Deus sem temor e tremor, os quais, só teremos depois de contemplar o trono. João teve a revelação do trono de Deus em Apocalipse (Ap 4). Vejamos os elementos presentes sempre que o Senhor é entronizado no meio de Seu povo. 1. HÁ ALGUÉM SENTADO NO TRONO. Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado; e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda. (Ap 4.2,3) João não ousou definir Deus. Ele se refere ao Senhor como alguém sentado no trono. Se o trono de Deus é indefinível, muito mais indefinível é Deus. João diz que há “alguém no trono”, o que nos fala de uma pessoa, diferente de alguns que se referem a Deus como uma força espiritual, um ente, ou qualquer coisa impessoal. João também diz que Ele é “semelhante”. Tal é o temor de João que ele não ousa referir-se a Deus a não ser por comparações. Ele não pode ser explicado ou definido, só pode ser conhecido na intimidade do coração. Não tentamos definir Deus ou prová-lO aos homens. Nós desfrutamos dEle. Pela fé, nós O tomamos como a nossa vida e desfrutamos dEle como nossa satisfação e alegria. Tal trono nunca pode estar vazio. A grande questão, porém, é: quem está sentado ali? Se for o Senhor, as abas de Suas vestes encherão a sua vida e glória dEle se manifestará (Is 6.1). 2. HÁ UM ARCO-ÍRIS AO REDOR DO TRONO. O verso 3 do capitulo 4 de Apocalipse dez que o trono de Deus é rodeado por um arco-íris. Esse arco simboliza a aliança de Deus conosco. Porei nas nuvens o meu arco; Será por sinal da aliança entre mim e a terra (Gn 9.13). Depois que Noé saiu da arca Deus fez uma aliança com ele sua descendência dizendo que nunca mais destruiria a terra através de um dilúvio (Gn 9.13). Deus estabeleceu o arco-íris como sinal dessa aliança. A primeira coisa que se vê no trono, ao seu redor, é um grande arco-íris. Ele está ali para lembrá-lO que Seu trono é um lugar de graça e de fidelidade. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. (Hb 4.16). Quando contemplamos o trono e vemos o arco-íris, nos lembramos da saudação de Deus, pois Ele pactua com a redenção, não apenas do homem, mas de toda criação. Aqueles que possuem a revelação do trono do Senhor são também comprometidos com a salvação e redenção da humanidade. Aqueles que conhecem o trono de Deus são comprometidos com a sua salvação. Se alguém diz conhecê-lO, e ao Seu governo, ao Seu senhorio e trono, e não se compromete com a salvação das nações, nada viu ainda. Quem viu o Senhor, como Paulo, só pode dizer depois: “Ai de mim se não prega o evangelho!” (1Co 9.16). Após ver o trono do Senhor, a primeira coisa a acontecer é que um arco-íris fica impresso no nosso coração; começamos a ter compromisso pela salvação das vidas. 3. DO TRONO SAEM RELÂMPAGOS, VOZES E TROVÕES. Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os setes Espíritos de Deus. ( Ap 4.5). Se compararmos esse último verso, citado acima, como da passagem de Apocalipse (8.4,5), concluiremos que esses relâmpagos, vozes e trovões são liberados pela oração. Quando oramos em linha com o trono, há luz, voz e abalo dos fundamentos. Esses fenômenos também apontam para o juízo de Deus. Tal percepção nos assombra, produz temor e tremor diante do Pai. Diante do trono saem vozes altissonantes, relâmpagos brilham e trovões ressoam como explosões. O que significam relâmpagos e trovões? A princípio nos falam do juízo de Deus e de Seu poder julgador. Apocalipse 8, porém, diz que esses mesmos sinais acontecem quando nossas orações são lançadas na terra. Quando oramos, nossas orações sobem como incenso diante de Deus. Os anjos então as pegam e juntam-nas ao fogo do altar. Depois disso, como resposta as orações, os anjos com seus incensários jogam na Terra essa mistura de fogo com incenso, resultando em vozes, trovões e terremotos. Nossas orações são como vapor que sobe aos céus e se condensa diante do trono de Deus. Depois elas retornam em forma de uma grande tempestade com trovões, vozes, relâmpagos e terremotos. Às vezes pensamos que a obra do senhor seja feita por “Grandes homens de Deus”, mais a verdade é que o todo-poderoso está planejando e arquitetando ações através das orações de milhões de fiéis que estão abalando a terra. Quando oramos em linha com esse trono, coisas misteriosas acontecem: relâmpagos trazem luz no meio das trevas, terremotos abalam os poderes do inferno e vozes celestiais trazem a revelação do coração de Deus sobre a terra. A oração tem o poder de trazer a autoridade do trono de Deus para a terra. Por isso, ore! 4. DIANTE DO TRONO ARDE O FOGO DO ESPÍRITO Além de relâmpagos, vozes e trovões, diante do trono ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus (Ap 4.5). Não há nem poder sem o trono que representa o senhorio de Deus. Se você deseja o fogo de Deus em sua vida, precisa ir para diante do trono, é ali que arde o fogo de Deus, que depura e mata os germes do pecado (Sl 97.3; Dn 7.9). João não diz que o trono é de fogo, mais que diante dele existem sete tochas, que são os sete espíritos de Deus. Daniel, porém, afirma que o trono de Deus é feito de fogo. Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a pura lã; e seu trono era de chamas de fogo, e as suas rodas de fogo ardente. (Dn 7:9) Na verdade, o próprio Deus é fogo consumidor (Hb 12.29). Efésios nos diz que há somente um Espírito, que é o Espírito Santo de Deus (Ef 4.4). Qual é o sentido de mencionar sete espíritos de Deus? Sete é um número simbólico que significa perfeição e plenitude. Os sete espírito significam a plenitude da ação do Espírito de Deus. Existem vários símbolos do Espírito Santo na Palavra de Deus: O azeite, a pomba, a água viva, mas aqui Ele é fogo que consome, depura, purifica e nos transmite a natureza de Deus. Aqueles que se colocam diante do trono são confrontados com as sete tochas do Espírito. No capítulo cinco de Apocalipse, quando João tem a visão do Cordeiro, ele vê também que o Cordeiro tem sete olhos, que são também o sete espíritos de Deus. Ele sonda, conhece e vê. Ele é fogo. Não tente esconder nada de Deus, porque Ele vê tudo: Vê o íntimo; o coração e a motivação. Mesmo aquele pequeno sentimento lá no íntimo, Deus o conhece! Os homens não veem nada, são cegos, nada enxergam além da capa exterior. Deus, porém, vira a alma do avesso; por isso, tenha temor dEle. 5. DIANTE DO TRONO HÁ UM MAR DE VIDRO COMO CRISTAL E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal.(Ap 4:6) Diante do trono tem um mar de vidro límpido, cristalino e transparente. Diante do Senhor só há lugar para transparência e verdade. O salmo 89 diz que justiça e direito são fundamentos do trono de Deus. Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto.(Sl 89:14) Mas João diz que trono está sobre um mar de vidro. Isso significa que justiça e verdade são manifestas pela transparência do mar de vidro. Nada traduz melhor a transparência do que justiça e verdade. Diante do trono, não há lugar para dissimulação e fingimento, porque estamos pisando sobre algo muito limpo e transparente. Transparência é base do trono de Deus, justiça e verdade os seus caminhos. Quem se vê na luz de Deus nunca mais pode ser o mesmo. O grande sinal de quem contemplou o trono é o arrependimento e a contrição. João diz que precisamos andar na luz: Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.(I Jo 1:7) Em apocalipse o rio da água da vida sai do trono de Deus e ele é brilhante como cristal (Ap 22.1). Não poderia ser diferente porque ele sai do mar de vidro. O mar de vidro, porém, é mesclado como fogo (Ap 15.2) e Daniel diz que o rio que sai do trono também é de fogo: Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões assistiam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.(Dn 7:10) Juntando as descrições conclui-se que o rio da água da vida é, na verdade, um rio de fogo. Tudo que diz respeito a Deus, que se relaciona com Ele é fogo. O nosso Deus é fogo, Seu trono é fogo, Seus filhos são labaredas de fogo e o próprio mar de vidro é, na verdade, um lago de fogo. No final, todos terão de comparecer diante desse mar de fogo. Os que forem filhos terão a natureza de fogo do Pai, mas os demais serão condenados num mar de vidro que se tornará para eles o lago de fogo. O céu e o inferno, na verdade, se resumem na presença de Deus! Tudo depende do homem. Deus é mesmo! Se o homem não mudar de natureza, não poderá chegar diante de Deus que é fogo consumidor. Mas Deus faz de seus ministros labaredas de fogo (Hb 1.7). Porque Deus, que é fogo, faz de nós labaredas de fogo? Para que possamos ter comunhão com Ele. É por isso que carne e sangue não podem herdar o reino dos céus! Todo homem comparecerá diante de Deus um dia. O que será daqueles que não são labaredas de fogo que não foram feitos fogo semelhantes ao Altíssimo? Eles afundarão no mar de fogo, onde o próprio inferno será lançado. 6. DO TRONO SAI O RIO DA VIDA No capitulo 22 de apocalipse descobrimos que o rio da água da vida sai do trono de Deus. Nunca confunda a emoção com o verdadeiro fluir do Espírito. Em Daniel 7.10 o rio é também de fogo. Jesus disse em João 7.38 que esse fluir tem de vir do interior. Mas Apocalipse 22 diz que o rio sai do trono. E MOSTROU-ME o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. (Ap 22:1) O rio sempre sai do trono. Quando o trono está posto no nosso interior é dali que o rio fluirá. E tal rio é de fogo: “Um rio de fogo manava e saia diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele” (Dn 7.10). O rio da água da vida sai do trono de Deus. Ele só flui onde o trono está estabelecido. Se o trono divino estiver estabelecido em seu coração, esse rio fluirá do seu interior, justamente porque o trono está lá. O trono é só um símbolo do senhorio e do governo de Deus. Se o governo está em seu coração, o rio flui; entretanto, se você faz o que melhor lhe parece aos seus próprios olhos, se é você quem decide e determina as suas próprias circunstâncias, o fluir do rio cessa. Sequidão é a condição de quem está longe do trono, não é uma questão de orar muito ou de jejuar até morrer, é uma questão de submissão Àquele que está no trono. O rio só flui para baixo se ficarmos debaixo do trono, nos submetendo a Ele, o rio fluirá espontaneamente. Não fazemos mais o que achamos melhor, fazemos apenas o que o Rei, o que está no trono, determinou. 7. DIANTE DO TRONO HÁ UM ALTAR E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono. (Ap 8:3) Diante do trono de Deus há um altar onde as orações dos santos são oferecidas diante de Deus. Aqui descobrimos que não há como vivermos diante do trono sem vivermos uma vida de oração. Ao orarmos é que nos posicionamos diante do Seu trono para o servil-lO. Todos que tiveram a revelação do trono do Senhor tornaram-se homens e mulheres de oração. A oração e a entrega são as únicas respostas adequadas a um coração que se rende diante do senhorio do Seu trono. 7º DIA O MOVER DE DEUS No decorrer dos séculos o Espírito de Deus tem movido sobre a Terra para trazer à luz o propósito do coração de Deus. Nunca houve uma época em que o Senhor não movesse e, hoje mesmo, Ele está se movendo sobre a Terra. Participar de Seu mover deve ser o anseio do coração de Deus. Participar daquilo que o Senhor está fazendo e cooperar com Ele é a glória da nossa vida. Precisamos compreender o que Deus faz hoje, e estar inserido nesse mover. Ninguém produz o mover de Deus. É como a chuva, não fazemos chover, apenas entramos debaixo dela. É como a onda do mar, você não produz a onda, você apenas surfa sobre ela. Assim é o mover de Deus, você mesmo não produz esse mover, mas você se insere nele. Mas o maior mover de toda a história aconteceu no dia em que Deus se fez gente e veio habitar entre nós. Jamais algo foi ou será tão extraordinário e espantoso, quanto o fato do Deus Altíssimo ter se humilhado e nascido de uma virgem lá no interior da Judéia. Houve um tempo em que Deus era apenas Deus, mas naqueles dias Ele se tornou homem em Cristo Jesus. Há um Deus habitando em nós na Terra, e há um homem assentado à destra de Deus no céu. Em Cristo a humanidade foi divinizada e a divindade tornou-se homem. Nesse maior mover da história, poderíamos supor que multidões enormes participaram, e que toda a Terra se envolveu. Mas o surpreendente é que no maior mover da história poucas pessoas se envolveram. Saber quem foram elas, compreender como se envolveram e quais princípios levaram-nas a perceber esse mover é fundamental para nós, porque aquilo que as qualificou pode nos qualificar a participar do que Deus está fazendo em nossos dias também. E, TENDO nascido Jesus em Belém de Judéia no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém, Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no Oriente, e viemos a adorá-lo. E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele. E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo. E eles lhe disseram: Em Belém de Judéia; porque assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel. Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera. do tempo em que a estrela lhes aparecera. E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino, e, quando o achardes, avisai-me, para que também eu vá e o adore. E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, alegraram-se muito com grande alegria. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe, e prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra. E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho. (Mt 2.112). 1. OS MAGOS As primeiras pessoas que participaram desse mover de Deus foram os magos. Apesar de a tradição afirmar que eram três, não sabemos quantos eram e nem de onde vieram, exceto que vieram de algum lugar do oriente. Porém, mais importante do que saber quem eram os magos é entender o princípio aqui envolvido. As primeiras pessoas que participaram do mover de Deus não eram judias, mas vieram de uma terra distante do oriente. Eles não faziam parte do povo de Israel, não conheciam a Bíblia, pois claramente desconheciam as profecias do local do nascimento de Jesus, e nem moravam em Jerusalém, a cidade santa. Eles não vieram sacrificar a Deus no templo como os sacerdotes santos, nem participavam das festas santas. Eles eram gente de fora, pessoas que não entendiam das coisas espirituais, nem participavam do meio religioso. Esses homens improváveis foram os primeiros a perceber que estava acontecendo alguma coisa no mundo espiritual. Aqueles que perceberam que havia uma estrela diferente no firmamento não foram os religiosos nem os sacerdotes. Isso nos assusta, mas também nos deixa muito grato a Deus, porque Ele escolheu as coisas fracas e loucas para Se revelar nelas. Deus começa a Sua obra por aqueles que são desprezados e rejeitados. Se você é alguém que está fora dos círculos teológicos, se não é um doutor em divindade e nem conhece tudo da Palavra de Deus, não se preocupe. Você ainda assim pode participar do mover de Deus, porque aqueles magos eram exatamente assim e eles participaram. Esses magos eram um espécie de astrônomos, pessoas que olhavam para as estrelas, observavam os astros, mas que um dia perceberam alguma coisa acontecendo nos ares. De alguma forma eles entenderam que aquela estrela era algo sobrenatural, era a estrela do Rei dos judeus. Que coisa espantosa o mover de Deus! É como se nós, dentro da igreja, conhecendo a Bíblia, ouvindo a pregação, recebendo o ensino, ainda assim, estivéssemos completamente alheios ao que está acontecendo no mundo espiritual. Jesus disse em Mateus: - Mas ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e não conheceis os sinais dos tempos? (Mt 16.2-3) Aquela estrela que os magos viram era o sinal do mover de Deus. Em Jerusalém havia os escribas que entendiam tudo de profecia, todavia eles não perceberam o mover de Deus brilhando no céu. É certo que eles viram a estrela, mas não perceberam que era algo espiritual. Nós somos os escribas de hoje, nós que carregamos a Bíblia e supostamente conhecemos os caminhos de Deus. É possível que outros vejam primeiro o que tem estado sempre diante de nós. Os magos foram guiados pela estrela. Vamos imaginar que estamos naquela época e nós somos os escribas, os que conhecem a Bíblia. Agora imagine um grupo de pessoas que não fazem parte da Igreja, como aqueles magos, vindo até nós para falar a respeito de uma estrela no oriente. Dá para imaginar a nossa reação: “Quem é este povo místico e ignorante? Coitados, não conhecem a Palavra de Deus, por isso são guiados por estrelas”. Alguém diria que eles eram seguidores da estrela. Quem sabe um grupo herege. O problema é que do alto da nossa pretensão teológica estaríamos perdendo a oportunidade de participar do mover de Deus. Precisamos ser cuidadosos porque isso pode se repetir conosco. Aquela estrela apontava para a obra do Espírito, para uma visão espiritual, uma visão celestial. Existem duas maneiras básicas pelas quais Deus nos orienta: pela Palavra e pelo Espírito. Os escribas tinham a Palavra, mas os magos tinham a estrela. Eu pergunto para você: o que é melhor, ter a estrela ou a Palavra? O melhor é ter os dois. Deus quer que você tenha a Palavra e o Espírito. A orientação da Palavra de Deus é sempre geral. Os escribas citaram Miquéias: E tu, Belém-Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. (Mq 5.2). Assim eles sabiam que Belém era o lugar onde o Senhor deveria nascer, porque estava escrito na Palavra de Deus. O profeta Miquéias havia dito isso, mas veja bem, ali não diz em qual rua ou casa, para saber isso você precisa da estrela. A Palavra declara que é em Belém, mas a estrela veio e parou em cima da casa. O Espírito jamais contraria a Palavra, Ele sempre a confirma, mas ela é sempre geral. A Palavra não diz com quem você vai se casar, mas afirma que não há comunhão entre luz e trevas, isso é geral. Quem dirá a você quem será o seu cônjuge é o Espírito, simbolizado aqui pela estrela. Eu creio que esses magos nos mostram que o mover atual de Deus vai se revelar às pessoas fora do círculo religioso, onde estão os doutores em divindade, aqueles que supostamente já sabem tudo, que não tem mais o que aprender com ninguém. Aqueles a quem Deus levantará em Seu mover nesses dias serão como os magos daqueles dias Os primeiros a verem Jesus foram os magos. Eles eram pessoas estranhas de um país distante, não eram judeus e nem conheciam as escrituras. Contudo eles se alegraram muito porque sabiam que aquela era a estrela do Rei dos reis prometido aos judeus. Mas um ponto precisa ser salientado. Nesse processo de ser guiado pela estrela, os magos cometeram um erro, eles foram distraídos pelo seu conceito natural. Eles chegaram a um ponto da viagem em que talvez pensassem assim: “Essa estrela que temos seguido é a estrela do Rei dos judeus. Sendo o Rei, Ele certamente deve ter nascido em Jerusalém. Então vamos lá perguntar onde está o Rei”. Não foi a estrela quem os guiou a Jerusalém, foi o conceito natural deles. Esse é um problema sério. Muitas pessoas não provam o melhor de Deus, porque elas começam bem, no Espírito, mas logo passam a raciocinar de forma natural, sem depender mais do Espírito. Você pode pensar que isso é algo pequeno, mas, por causa do erro dos magos, muitas vidas foram mortas. Certamente não era a intenção deles, mas, por causa do pensamento natural deles, Herodes matou centenas de crianças que não precisavam morrer. Ao chegarem a Jerusalém, eles perguntaram: onde está o Rei dos judeus? A Bíblia diz que Herodes e todo o povo ficaram alarmados. Observe que eles começaram guiados pela estrela, por um momento se desviaram para Jerusalém, mas, chegando lá, alguém lhes falou a Palavra. Todas as vezes que nos desviamos do Espírito, precisamos da Palavra para nos colocar no trilho de novo. Depois de ouvirem que o Rei nasceria em Belém eles partiram. E então, o que aconteceu? Ao partirem, eis que a estrela que haviam visto no oriente apareceu de novo. Percebe isso? Depois que eles ouviram que era em Belém, resolveram obedecer a Palavra e então a estrela apareceu de novo. O Espírito pode ser apagado, mas a Palavra de Deus nos coloca no trilho novamente. Se você obedecê-la e entrar no trilho, a sensibilidade no espírito volta novamente. Sempre que você se desvia por algum conceito natural religioso tradicional, você pode apagar o Espírito, mas quando você se volta para a Palavra, ela põe você no trilho. No verso 10 lemos que quando eles viram a estrela novamente eles alegraramse com grande júbilo. Enquanto os escribas ficaram em Jerusalém indiferentes, Herodes com o povo estavam alarmados, aqueles homens gritaram e fizeram festa. Um coração correto é aporta para estarmos no mover de Deus. Precisamos nos alegrar com aquilo que Deus está fazendo. A segunda atitude dos magos foi uma busca obstinada. No verso sete lemos que Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inqueriu deles com precisão quanto ao tempo que a estrela aparecera. No verso dezesseis lemos que, vendo-se iludido pelos magos, Herodes enfureceu-se grandemente e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores com até dois anos. Porque Herodes quis matar os de dois anos para baixo? Porque os magos disseram a ele que a estrela aparecera havia dois anos. Os magos seguiram a estrela talvez por aproximadamente dois anos. Se você quer estar no mover de Deus tenha uma atitude de busca e perseverança. Mesmo caminhando por dois anos eles não desistiram, mas perseveraram até o dia em que encontraram o Messias. A terceira atitude dos magos foi adoração. No verso 11 lemos que entrando na casa viram o menino com Maria, Sua mãe, e prostrando-se O adoraram. Preste atenção! Não adoraram a Maria nem a José, eles adoraram a Jesus. Os magos adoraram aquele menino, porque eles perceberam que Ele era Deus. Isaías 9.6 diz: “Porque um menino nos nasceu e o seu nome será Deus forte”. Que coisa impressionante! Um menino nos nasceu, mas Ele será chamado de Deus forte. Aquele menino que estava ali deitado no berço não era um menino qualquer, era o Deus forte, o Deus conosco. Eles adoraram somente ao Senhor Jesus e a mais ninguém. Mas não fizeram apenas isso. Eles abriram os seus tesouros. Observe que não eram algumas gramas de ouro, mas eles abriram os tesouros. Eu acredito que José e Maria viveram muitos anos desse presente que eles receberam. Agente tem uma idéia de que Maria e José viviam na miséria pelo fato de Jesus ter nascido numa manjedoura. Mas isso aconteceu porque não havia vagas em nenhuma hospedaria. José e Maria fugiram para o Egito ficando ali muitos anos e certamente viveram dos tesouros que aqueles magos trouxeram. A maneira de você entrar no mover de Deus não é somente se alegrando e perseverando, é também dando. Ninguém pode servir a dois senhores. Você não poderá participar do mover de Deus a menos que a questão do dinheiro esteja resolvida em sua vida. Muitos, equivocadamente, imaginam que a relação deles com Jesus é uma relação só de receber. Mas isso é um equívoco, Deus espera que você dê. Esses magos não vieram receber algo de Jesus, eles vieram para ofertar. Eles deram ouro, incenso e mirra. Esses elementos também são simbólicos. O ouro aponta para a natureza de Deus. Isso nos mostra que aquele menino tinha a natureza de Deus nEle, Ele era ouro. O segundo elemento foi o incenso. Incenso nos fala de deleite, prazer, fragrância, o que nos mostra o quanto Jesus é doce, agradável e desejável. O terceiro elemento é a mirra. A mirra era usada para embalsamar mortos, então você pode pensar: mas trouxeram mirra para uma criança que acabou de nascer? É assim porque Jesus nasceu para morrer, e mesmo ali já era a ressurreição e a vida. Muito antes de morrer Ele disse para Marta e Maria: “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê e, mim ainda que morra viverá”. Ele disse isso antes de morrer e ressuscitar. Creio que foi por isso que trouxeram a Ele ouro, mirra e incenso. Você quer seguir o mover do Senhor nesses dias, então siga a estrela, siga o Espírito. Se você quer participar do mover de Deus comece também se dando, entregando algo precioso para você, oferendo ao Senhor Jesus coisas que são tesouros. A Bíblia fala que aqueles magos trouxeram tesouros para o Senhor Jesus. Mas os magos não foram os únicos que participaram deste mover. Quais foram os outros? 2. OS ESCRIBAS E O POVO Vamos considerar algo a respeito dos escribas. Podemos dizer que este segundo grupo de pessoas deveria ter participado mover, mas, lamentavelmente, o mover passou deles. Em Mateus lemos: - E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo. E eles lhe disseram: Em Belém de Judéia; porque assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, De modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; Porque de ti sairá o Guia Que há de apascentar o meu povo de Israel.( Mt 2.3-6). Vejam que os escribas eram inteiramente bíblicos. A resposta deles foi absolutamente correta. O que eles disseram estava em Miquéias 5.2. Eles eram bíblicos, corretos e fundamentalistas como nós somos, mas não participaram do mover de Deus. Se existe alguém que é parecido com fariseu hoje em dia, esse alguém somos nós. Nós, os evangélicos, somos os mais próximos dos fariseus. Somos nós que conhecemos a Bíblia, nos achamos mais santos que os demais e talvez, lá no fundo, pensamos que Deus é patrimônio nosso. Precisamos avaliar muito bem e tê-los como advertência, para não ficarmos fora daquilo que o Senhor quer realizar. Os escribas sabiam que Jesus iria nascer em Belém, mas nenhum deles foi lá pra ver. Ninguém foi lá checar, e sabe por quê? Eles conheciam muito da Bíblia, mas não tinham um coração para Deus. Assim acontece hoje em dia. Há muitos querendo conhecer a Bíblia, mas não querem a Deus e nem obedecer a Sua verdade. Eles buscam conhecimento, erudição, coisas profundas, mas não querem comprometer-se com Deus e ter um coração para Ele. Assim eram os escribas. Eu falo por mim, se eu vivesse naquela época, creio que me mudaria para Belém, e cada mulher que ficasse grávida eu perguntaria a ela após o parto se aquela criança não era o Messias. O meu coração é para o mover de Deus. Mas esse não era o caso dos escribas, pois eles não tinham o coração para Deus, não queriam na verdade o mover de Deus. Além deles, quais outros deixaram de participar desse mover? No verso três lemos que Jerusalém inteira e o rei Herodes se alarmaram quando ouviram falar a respeito do Messias. O rei Herodes ter ficado alarmado é compreensível, porque os príncipes deste mundo são contra Deus, mas o povo ficar alarmado é estranho. Era de supor que eles ansiassem pela vinda do Messias. Mas eram como os escribas, indiferentes a Deus. Naquela época Jerusalém era dominada pelos romanos e eles sabiam que falar de um rei era falar de complicação com o império e eles não queriam complicação. Eles ficaram alarmados porque tiveram medo. Não amavam a vinda do Senhor. O arrebatamento da igreja será para aqueles que amam a vinda do Senhor Jesus. Muitos falam de arrebatamento, mas será apenas para aqueles que amam a vinda do Senhor, que anseiam por Sua presença. Nem todos anseiam, antes ficam alarmados e assustados. O maior mover da história foi o dia em que Deus se fez gente. O segundo maior mover ainda não aconteceu, mas está para acontecer, e será o dia em que esse Jesus que se fez homem voltar para reinar sobre a Terra. Ele está voltando e você precisa participar deste mover. 3. SIMEÃO E ANA Além dos magos, ficamos sabendo de mais duas pessoas que participaram do mover de Deus; Simeão e Ana. O que os qualificou a participar do mover? A Palavra do Senhor nos revela em Lucas: Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E pelo Espírito foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei, Ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, Segundo a tua palavra; Pois já os meus olhos viram a tua salvação, A qual tu preparaste perante a face de todos os povos; Luz para iluminar as nações, E para glória de teu povo Israel. E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade; E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia. E sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus, e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém. (Lc 2.25-32; 35-38). A primeira característica de Simeão e Ana é que eles esperavam o mover de Deus. Havia neles um anseio profundo por ver a glória de Deus revelada na Terra. A respeito deles se diz que esperavam pela consolação de Israel. Um grande problema em nossos dias é a falta de uma santa expectativa em nossos corações pelo mover do Espírito de Deus. Muitos estão à procura de tantas bênçãos, mas quantos desejam participar do mover de Deus? Não é difícil levar alguém a fazer uma campanha por uma casa nova ou um carro novo, mas não há muitos jejuando para que venha a glória de Deus. Somente aqueles que possuem um coração sedento e faminto perceberão quando o poder de Deus vier. A segunda característica é que eram cheios do Espírito Santo. Muitos imaginam que o mover de Deus é o enchimento do Espírito, mas me parece claro que ser cheio do Espírito é, na verdade, uma condição para participar do mover. Que lamentável que muitos não tenham nem mesmo isso, algo que já nos foi dado há dois mil anos. Quando o Espírito vier sobre você, então você estará apto a ser parte desse mover. A terceira característica é que Simeão e Ana receberam revelação de Deus a respeito de Jesus. Quem poderia supor que aquele menino fosse o filho de Deus? Eles adoraram aquele menino por revelação. Não dava para perceber que aquela criança era Deus. Era uma criança como qualquer outra, fazendo tudo o que uma criança qualquer faz. Ela tinha que mamar e dependia da mãe. Era, enfim, uma criança como qualquer outra, mas eles enxergaram naquele menino algo que outros olhos não puderam enxergar. Eles tiveram a revelação de que Ele era o Deus forte. Era Deus mesmo, presente entre os homens. Todo mover de Deus possui uma pedra de tropeço para que somente possam participar desse mover aqueles que receberem a revelação de Deus. Como disse Simeão a respeito de Jesus, todo o mover de Deus está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos e para ser alvo de contradição (Lc2.34). O último item que qualificou Simeão e Ana foi a adoração com jejum e oração. É exatamente por isso que estamos jejuando, para sermos parte do mover de Deus em nossa geração. Outros jejuam por si mesmos, mas nós jejuamos pelo propósito de Deus. Não é só uma questão de ficar sem comer, é uma questão de ter mais fome pelas coisas do céu. Apesar de ter sido algo tão assombroso, poucas pessoas participaram daquele mover. Deus, ainda hoje, está se movendo sobre a Terra e, assim como naqueles dias, nem todos estão aptos a perceberem e participarem dele.