R. Lindo Vale, 464 – 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 – 1750-146 LISBOA [email protected] Quelhas ontem Arsenal ‘Quelhas’ hoje (ISEG) Romagem ao Quelhas e ao Arsenal da Marinha Dia 17 de Maio Imagem de Nossa Senhora peregrina Vilar (Porto) Residência do Lumiar Lisboa Colégio de Nª Sª da Paz Aconteceu... Acontece... Bodas de Ouro Página de Arquivo Celebração do Centenário da Dispersão A 5 de Outubro de 1910 implantava-se a República em Portugal, com a consequente expulsão das Ordens e Congregações Religiosas do nosso país. Na Celebração do Centenário deste acontecimento, as Doroteias de 2010 quiseram recordá-lo com duas iniciativas muito oportunas: - Visita ao seu antigo Colégio do Quelhas – hoje Instituto Superior de Economia e Gestão – e ao Arsenal da Marinha, onde estiveram presas; - Peregrinação a Vila do Conde e a Tuy (Espanha), que acolheu prioritariamente, nesse momento difícil, as Irmãs mais idosas e doentes. (A notícia relativa a esta segunda iniciativa virá no próximo Boletim). Colégio do Quelhas e Arsenal da Marinha Preparando um dia grande... Irmã Maria da Conceição Reis Reler, reflectindo, a História da Dispersão de 1910, foi para nós uma redescoberta - uma confirmação da solidez da fé revelada pelas nossas Irmãs em Portugal. A disponibilidade e fortaleza para o momento da dispersão numa entrega incondicional, o “deixar tudo”, abalou-nos por dentro. Sair do Quelhas, submeterem-se à dura prova do Arsenal e suas consequências, foram para nós interpelações muito fortes, que revivemos na evocação feita a 17 de Maio p.p. Na preparação, ao longo do ano, um grande desejo nos ardia cá dentro: observar, saboreando interiormente, nos próprios locais, esses momentos vividos. E isso aconteceu, e com grande entusiasmo, graças à preciosa ajuda e disponibilidade de ‘peritos’ da Marinha e Guias conhecedores da História do Arsenal, que nos mostraram os espaços utilizados pelas Irmãs em 1910, hoje já bastante modificados. O mesmo nos aconteceu no Quelhas, agora Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). Com a explicação de toda a transformação dos antigos espaços e visita à parte do “nosso” Colégio, cujos azulejos, escadaria, claustro e frontaria da Capela se encontram intactos. Graças à grande motivação das Províncias, à dedicação da Equipa das Irmãs da 3ª idade, tão disponível e criativa, assistimos a uma encenação que nos surpreendeu, fazendo-nos participar nesse PEDAÇO DE HISTÓRIA, com enorme emoção… (Nota: O ‘perito’ da Marinha desconhecia a situação das Religiosas após a Revolução de 1910. De facto, ao contactar o nosso grupo, perguntou: «Que vieram cá fazer aquelas religiosas?». Então, a Irmã Maria Leonor, apontando para mim, disse-lhe: «Chame aquela Irmã pequenina, que saberá explicar tudo»... Depois de algumas palavras explicativas, comecei a ler-lhe um trecho de uma página da História da Dispersão, relativa a Lisboa, a qual, à cautela, tinha levado comigo. O ‘perito’ começou então a entrar na situação, se bem que tenha acrescentado: «As Irmãs devem ter passado bem aqui no Arsenal»... O certo é que, depois de se inteirar dos factos, foi de uma grande simpatia durante todo o tempo da visita. Irmã Diana Barbosa) 2 Uma ‘aparição’ 100 anos depois... Uma ‘Doroteia celeste’ (Manuela Mendonça) De há muito que, no céu, tínhamos pensado na surpresa! Sabíamos que um grupo de Irmãs preparava, na terra, uma evocação dos momentos difíceis que vivemos na sequência da Revolução do 5 de Outubro de 1910! E na assembleia dos que comungam, em Deus, a continuação da missão que Paula vos deixou, foi deliberado que algumas de nós acompanharíamos esse dia de celebração. Decidiu-se então que a Madre Monfalim [Irmã Maria Leonor Campos Matos] se dirigiria directamente ao Colégio do Quelhas, onde sabemos que agora funciona uma Instituição de Ensino Superior. E três de nós [Manuela Mendonça, Gina Pau Preto e Tuxa], em representação de todas as outras, marcaríamos presença desde o encontro de todo o grupo, no antigo campos de jogos do Colégio das Calvanas. Chegámos bem cedinho. Todas nos olharam com admiração, num sorriso incrédulo! Ali estávamos, sem nome próprio, mas com a transparência e Amor que do céu emana! Conversando, brincando e comungando o objectivo da “festa” preparada, acompanhámos cada uma das Irmãs. Porque de uma “festa” se tratava! Que poderemos chamar a um dia lindo de encontro e evocação? Que poderemos chamar ao “tornar presente” momentos fortes de tribulação, transformados noutros tantos sentimentos de entrega e confiança? Descobrimos este espírito em cada uma das Irmãs que acompanhámos e que, ao chegar ao velho Colégio do Quelhas, foram recebidas pela Madre Monfalim. Ali apreciámos a simpatia de uns importantes professores que nos receberam, mas o ponto alto vivemo-lo quando, em jeito de representação, evocámos as últimas horas ali passadas. Tivemos então ocasião de transmitir a todos os presentes (que os professores também quiseram ouvir…) esses momentos grandes de terror que agigantaram a nossa fé! Do Quelhas partiu-se para um parque de merendas, em Monsanto. Era hora de almoço! Embora as necessidades materiais ou biológicas já não nos afectem, não deixámos de acompanhar o grupo. Viemos para isso! E foi óptimo, porque pudemos recordar os “petiscos” terrenos que as Irmãs prepararam com muito amor! E o dia continuou! Tal como, em 1910, do Quelhas partimos para o Arsenal da Marinha, assim o autocarro nos conduziu hoje a partir de Monsanto! Olhávamos agora com outros olhos aquele lugar que, há cem anos, nos pareceu terrível e sombrio. Talvez por isso, lemos alguma insolência no Almirante que ali nos recebeu. Mas os nossos receios eram infundados, porque logo esse sentimento se transformou e, com simpatia, fomos conduzidas à “Sala do Risco”. Ali pudemos mostrar às Irmãs e explicar também a alguns dos presentes a zona onde nos acolhemos e rezámos. Está tudo muito diferente, mas foi ainda possível identificar esse espaço imenso onde nos entregámos à vontade divina! Esses momentos de ansiedade e terror foram, minutos depois, evocados numa sala para o efeito preparada pelos marinheiros. E se, há cem anos, apenas nos ofereceram uns bocados de pão duro, desta fez surpreenderam-nos com refrescos e bolos! O dia estava a terminar! Mas chegaria ainda o momento alto da confraternização – aquele em que, no altar do Amor, comungámos o mesmo Pão! Nele encontrámos a força que vos faz continuar. Nele sentimos como a vida de Paula, traduzida em Amor e Serviço, continua a nortear a missão das Doroteias. Com esta certeza rodeámos a Madre Monfalim e voltámos tranquilas para a Casa do Pai! Tudo partiu do coração... Irmã Maria Angélica Silva Não sei se fui eu que subi ao céu, se foi o céu que desceu naquele dia 17 de MAIO. Não foram as paredes do Quelhas nem a Sala do Risco do Arsenal. Foi a vida daqueles longínquos dias de Outubro de 1910, ali representada. 3 Não, não era possível, mas eu estive lá, recuando vertiginosamente no tempo, a viver, com a Madre Monfalim e as suas companheiras, o êxodo, a serenidade e o dinamismo da fé daquela hora da dispersão. A aparição, de todo inesperada, de ‘celestes doroteias’ (Manuela Mendonça, Tuxa, Gina), vestidas com uma perfeição histórica, foi um momento imparável de comoção, riso e ternura. O acolhimento no Quelhas, feito por doroteias ao rigor da época... emocionante. Aquele pão partilhado no Arsenal, entre a súplica maternal da Madre Monfalim e a rudeza de um marujo a rigor... A exigência de vida nas flores distribuídas a cada uma de nós, com uma virtude a ser vivida... Enfim, tudo provocava a continuidade, no hoje, da santidade do ontem. Quantas surpresas semearam este dia, quanta alegria entre Irmãs geograficamente distantes, quanta paz e partilha na refeição em Monsanto... Ao relembrar o acolhimento feliz dos anfitriões do Quelhas e do Arsenal, não duvido do impacto apostólico que neles teve o reviver desta página da nossa história. Perguntei à Irmã Maria Leonor como fora possível comunicar-nos tanta intensidade de vida, com um tempo tão reduzido de preparação. Respondeu-me: TUDO PARTIU DO CORAÇÃO! A concluir esta evocação histórica, a Eucaristia, celebrada pelo Padre Manuel Morujão na pequena capela do Arsenal da Marinha, impulsionou-me a viver a radicalidade da fé nas exigências do hoje! Parabéns à Equipa que nos ofereceu a todas um dia de Céu com os pés na terra! O Noviciado em Peregrinação Irmã Maria Margarida Furtado Martins Iniciado em Lisboa (Quelhas) a 8 de Dezembro de 1866, o Noviciado «emigrou» para Vila do Conde em 1903, atendendo à situação política e outros motivos. Após a Revolução de 5 de Outubro de 1910, o Noviciado iniciou a grande peregrinação: Liverpool, Brookland - 1911 Aerscot (Bélgica) – 1913 Liverpool, de novo.- 1914 Tuy (Espanha) - 1917. Espanha acolhe o Noviciado, sucessivamente em várias casas de diversas “calles”: Corredera, Ordoñez, e, finalmente, a Calle Martínez Padin, n.10, onde permaneceu até ao regresso a Vila do Conde - 1936. Linhó – 1949, onde o Noviciado esteve florescente, ultrapassando 80 o número de Noviças. Ao terminar as «Visitas históricas», convém recordar: De 1866 até 1875 (até à Visita da Madre Fundadora), as Superioras Centrais desempenhavam também o ofício de Mestras de Noviças. De 5 de Agosto de 1875 a 1876 - Giuseppina Pingiani. Sucedeu-lhe Carlota Castelo, primeira Mestra de Noviças portuguesa. Seguiu-se Ana do Espírito Santo Morais. Depois, a italiana Maria do Carmo Cabras. A seguir, tomou conta do cargo Maria Augusta Alves. À Madre Alves sucedeu Maria da Penha Lemos. Seguiu-se, durante oito anos, Mariana Cezimbra. Novamente desempenhou este ofício Maria da Penha Lemos, à qual ficou sempre ligado o nome de ‘Madre Mestra Lemos’. Sucedeu-lhe, durante seis anos, Maria do Carmo Corte Real. A esta seguiram-se: Maria Luísa Lemos Moller, Maria do Carmo Refojo, Albertina Araújo, Maria Lúcia Soveral, Maria Margarida Furtado Martins, Maria de Lourdes Magalhães, Maria Hermínia Paulo e Fernanda Nogueira. Fazemos neste ponto uma paragem, guardando o futuro para as vindouras... 4 Comunidade e Colégio da Paz Ecos do Maio 2010 na Comunidade da Paz Irmã Maria Antónia Marques Guerreiro A Diocese do Porto tem vivido, neste ANO DA MISSÃO proposto pelo nosso Bispo, momentos muito belos e interpeladores. Nestes últimos tempos, vários acontecimentos se conjugaram, numa “felicíssima coincidência” (D. Manuel Clemente – Eucaristia do Corpo de Deus). A vinda até à ‘cidade invicta’ de Bento XVI mobilizou, além da Comunidade, todas as forças vivas do Colégio, em união com a Paróquia. Os nossos canais da televisão proporcionaram que a sala da comunidade fosse uma ‘praça de encontro’ para todos os que podiam vir assistir a “um bocadinho” das transmissões… Os nossos diálogos à mesa tornaram-se mais ricos: cada uma ia ‘actualizando’ o que estava a acontecer em Portugal… Uma bela ocasião de “aprender da vida” com esta experiência! Algumas Irmãs participaram nas celebrações em Fátima. Mas o dia 14 ultrapassou tudo, porque vivido “em directo”: a partilha das várias experiências, a emoção e a alegria muito sentidas, os pormenores saborosos captados por cada uma… Para a vibração ser ainda mais intensa, contribuiu também a presença da Adelaide, uma simpática catequista de Sintra que acolhemos na nossa casa, a pedido da Irmã Mª Leonor. Se o Santo Padre partiu, as ‘novidades’, os ecos e reflexões não acabaram ainda… sempre polarizadas pela missão que Bento XVI nos confiou, na Eucaristia celebrada no coração do nosso Porto! Depois, a ‘MISSÃO 2010’ proporcionou-nos outras experiências muito ricas. A “Peregrinação dos Frágeis”, que trouxe ao Pavilhão Rosa Mota milhares de “rostos de Deus sem moldura”, irradiando a fé num testemunho extraordinário de caridade, solidariedade, fraternidade, e revelando quantas potencialidades têm e sabem pôr ao serviço! A Senhora Peregrina lá os acolheu e abençoou, seguindo, depois, para a Casa de Vilar, levada pelos nossos Bispos, Sacerdotes e demais Povo de Deus! Congregou-nos de todas as Casas, rezando o Terço por mil e uma intenções que iam sendo lembradas. Finalmente, o dia 31 de Maio: “ficará para a história como o dia em que se realizou a maior Procissão de Velas na Cidade do Porto. A dinâmica seguida neste ano de Missão quis cultivar uma atitude de diálogo com a Cidade, convidando, figuras de destaque do Porto, a meditar à passagem do Andor com a Imagem Peregrina” – lê-se no site da paróquia do Amial. Os muitos milhares de pessoas de todas as idades, a diversidade/complementaridade dos testemunhos de um Padre do Gaiato, de Artur Santos Silva, de Zita Seabra e de Carlos Magno, os poemas de Mário Cláudio e Jorge de Sena e, a finalizar, a palavra simples, entusiasta e interpeladora de D. Manuel Clemente… Que expressão de rara beleza, de abraço da fé e da cidadania, de alegria e serena emoção, em que se “tocava” que o Senhor estava no meio de nós porque reunidos em seu nome e no amor a sua e nossa Mãe! Foi uma vivência única, indescritível: a noite da nossa cidade foi verdadeiramente inundada de luz! Todas, todos ficámos mais responsáveis por que essa LUZ não se apague, sendo ‘visitação’ junto dos mais fracos e sozinhos… O apelo do nosso Bispo ecoou bem dentro: A missão da Igreja não é de ficar à espera, mas de sair ao encontro, em permanente ‘visitação’ aos recantos da cidade. Que Maria Mãe nos ajude nesta missão! A rematar estes dias tão assinalados, a Festa do Corpo de Deus, Pão para ser partilhado… A Eucaristia foi um momento festivo e interpelador, para darmos “frutos de Vida, frutos de Amor novo”! De tarde, apesar do calor, quase todas as Irmãs, corajosas, participaram na procissão. E regressaram com uma ‘boa notícia’ – na procissão deste Dia, não há imagens: cada um, cada uma é a imagem de Deus com rosto humano. Por isso, a procissão não acabou no Terreiro da Sé, mas começou ali, com a partida de todos os que participaram nesta experiência de fé na Eucaristia: vamos ser todos, ao regressar a casa, a ser, pelas ruas da cidade, o Corpo de Cristo para a Vida do mundo. Que a imensa graça e riqueza deste Maio de 2010 nos fortaleça a todos. A nós, Doroteias, para irmos sendo sempre mais, humilde mas empenhadamente, mulheres de fé a fazer o que Jesus nos disser! 5 14 de Maio – Visita Papal Carla Paquete e Isabel Noval No dia 14 de Maio, pelas 8h da manhã, reunimo-nos todos, bem-dispostos e com muita ansiedade, na portaria do colégio. Estes sentimentos foram aumentando à medida que prosseguíamos o caminho em direcção à Av. dos Aliados. As ruas ainda estavam desertas, apenas polícias se organizavam… e de repente… vindas de todos os sentidos, pessoas começavam a juntar-se ao nosso grupo. Todos estávamos em unidade para finalmente recebermos S. Santidade, o Papa Bento XVI. Constatámos que muitos dos que já estavam na avenida pernoitaram no local aguardando a sua chegada. Durante o tempo de “espera” algumas canções fomos escutando, bem como palavras amigas. Muitos helicópteros sobrevoavam os céus, e a todos acenávamos na expectativa de ser S. Santidade. Entretanto, através dos ecrãs, na serra do Pilar, vimos a sua saída e o entusiasmo aumentou. Pouco tempo depois, quando o Papamóvel deu a volta à avenida, todos nos sentimos abençoados, serenos (apesar da alegria) e em paz. Estes sentimentos permaneceram no decorrer de toda esta celebração. Foi um momento único e magnífico, ter a oportunidade de escutar “ao vivo” todas as palavras proferidas pelo Papa Bento XVI no momento da homília e na palavra dirigida aos jovens. Quisemos prolongar este ambiente de unidade, e o grupo que se encontrava na Av. dos Aliados subiu em passo apressado até à rua de Camões para, juntamente com o outro grupo, poder mais uma vez desfrutar deste momento maravilhoso e único. Texto colectivo - 2ºano A O Santo Padre, o Papa Bento XVI, visitou Portugal nos dias 11, 12,13 e 14 de Maio. Este foi um mês muito especial para toda a família Católica e, em particular, para nós alunos do 2º ano do Colégio da Paz, uma vez que tivemos a oportunidade de participar na cerimónia de despedida a Sua Santidade. No dia 14 de Maio, alguns alunos e seus familiares, professores e funcionários juntaram-se à Paroquia da Senhora da Conceição e, em conjunto, desceram à Rua de Camões para, com entusiasmo, saudarem e agradecerem a visita de Bento XVI ao nosso país. A cidade do Porto vestiu-se de festa para a despedida de Portugal ao Santo Padre. As ruas estavam cheias de pessoas que acenavam com bandeiras, as janelas estavam enfeitadas com flores e colchas e no céu havia muitos helicópteros. Ouviram-se cânticos e palavras de agradecimento, e nós, aquando da sua passagem, também cantámos e lançámos balões brancos e amarelos. Imagem de Nossa Senhora de Fátima peregrina em Vilar A imagem de Nossa Senhora de Fátima peregrina tem andado a percorrer as Vigararias e Santuários marianos da Diocese do Porto. É uma bonita iniciativa do projecto diocesano da “Missão 2010”. No Domingo de Pentecostes, dia 23 de Maio, trouxeram-na ao Palácio de Cristal para a “Peregrinação dos Frágeis”: “O grande objectivo foi congregar numa grande celebração, no Pavilhão Rosa Mota, todos aqueles que não se deslocam às acções pastorais e eclesiais ao longo do ano, por incapacidade física e/ou demais dificuldades e fragilidades humanas. E foram mais de cinco mil! D. Manuel Clemente presidiu à Eucaristia, concelebrada por dezenas de presbíteros da Diocese (alguns deles também em cadeiras de rodas e/ou com canadianas), reforçando que a grande acção do Espírito é fazer-nos reviver as cenas evangélicas na nossa própria vida e na nossa própria cidade, acrescentando que se há cena habitual do Evangelho é aquela que Jesus Cristo protagoniza com os frágeis. O Bispo do Porto expressou a sua comoção pela intensa generosidade e solidariedade das pessoas, em geral, ao oferecerem transporte e assistência aos mais necessitados que, por sua vez, demonstraram grande entusiasmo em participar na iniciativa que o Prelado qualificou de magnífica e transbordante… Na concelebração eucarística, D. Manuel Clemente inseriu na base da coroa da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima um diadema com sete línguas de fogo, alusivas à efusão dos sete dons do Espírito Santo. A peça de filigrana foi feita com ouro oferecido ao longo das décadas pelos doentes que, em situações muito angustiantes, o foram prometendo e oferecendo à Senhora de Fátima Caminhante, conforme explicou o Padre José Nuno, director do Secretariado Diocesano da Pastoral da Saúde. (Jornal VOZ PORTUCALENSE, 26.05) 6 No fim da celebração, Nossa Senhora foi trazida em procissão para a nossa Comunidade de Vilar. Os Sacerdotes transportavam o andor, por ser o Ano Sacerdotal, acompanhado pelos três Bispos do Porto. À frente a polícia, a segurança e muito povo. Junto da porta voltaram a imagem para trás, como a despedir-se de tanta gente. Apenas entraram os Bispos com alguns Sacerdotes, acólitos e servitas, a quem oferecemos um lanche, com um saboroso refresco, na sala de visitas. D. Manuel Clemente pediu para visitar o quarto de Santa Paula, pois sabia que se conserva ali. Levámo-lo a esse lugar sagrado, transformado em Capela, onde se recolheu com devoção, rezou com as Irmãs que o acompanharam, observou tudo, examinando atentamente as informações expostas. Tínhamos dado conhecimento às Comunidades mais próximas da presença da imagem de Nossa Senhora na nossa Capela, e veio um bom grupo de Irmãs acolher Nossa Senhora e rezar o Terço connosco. Tivemos muito presente a nossa Província, a nossa Congregação e tantos problemas do mundo actual. Algumas Irmãs passaram toda a noite em oração junto de Nossa Senhora na Capela. A Irmã Clementina Pereira, nos seus 93 anos, ficou até às três da manhã, depois repousou um pouco mas voltou logo de madrugada. Cantava-se e rezava-se e não havia sono! Tivemos Missa às 8.15, e pelas 9.30h do dia 24 vieram buscar a imagem para Oliveira de Azeméis. Foi uma noite emocionante, feliz, inesquecível que muito agradecemos terem-nos proporcionado. E Nossa Senhora como se terá sentido nesta casa em que viveu alguns anos a sua pastorinha mais velha, que trouxeram para Vilar aos 14 anos, em 17 de Junho de 1921, depois da morte do Francisco e da Jacinta? Aqui deve ter aprendido a ler como Nossa Senhora tinha pedido em 13 de Junho de 1917. Lúcia de Jesus entrou depois no noviciado em Tuy, e em Outubro de 1928 fez os seus primeiros votos de Doroteia, e foi a nossa Irmã Dores… com um nome diferente do seu para não ser reconhecida pelo “povo”… Comunidade de Vilar Residência do Lumiar em notícia Irmã Fernanda Nogueira O acontecimento de duas das nossas jovens serem “Finalistas”, a emoção de suas famílias, a nossa… motivou o desejo de comunicar. A Catarina, de medicina, é uma descendente do Lar das Calvanas, onde se formou, também em medicina, a sua mãe. Esta sente-nos como família, e é sempre nesta casa que fica, quando vem a Lisboa. São madeirenses. A Ana Rita, de Direito, é natural de Torres Vedras. A mãe descobriu, pouco tempo depois de a Irmã Fernanda Nogueira estar aqui, que eram conterrâneas… Afinal as duas estão-nos “ligadas” por laços maternos… Às duas colocámos uma pergunta, a que responderam por escrito: “Nestes anos de caminhada connosco, o que significou para ti esta Residência?” A Catarina recorda, como, há 6 anos, veio parar às Irmãs Doroteias, um dos muitos “milagres” que enchem a sua vida, pois a opção nunca foi Lisboa… Recorda a experiência vivida pela mãe, como uma relação cheia de beleza, uma “bênção” que continuou nela: “num ambiente pleno de carinho, compreensão e ternura construiu-se um pilar importante na minha formação como pessoa e como médica”; “agradeço a Deus por esta bênção, por esta oportunidade única de crescimento em todos os níveis!”. E, descendo à vida do dia-a-dia, fixa-se numa pequena partilha-oração que habitualmente fazemos no final da refeição do jantar, para nos 7 agradecer: “…eis que nos é dado um postal com a ilustração de um poço num jardim, com a seguinte frase: ‘na simplicidade dos dias, cada gesto torna-se Oração’ …São incontáveis os gestos de amor que cada uma das “minhas” Irmãs teve para comigo! ‘Obrigada’ é uma palavra pequenina para reflectir o quão grata estou para com todas! Bem Hajam!” E, sensível como é, troca as canções que compõe e que sentidamente canta nos convívios e Celebrações do Lar, acompanhando à viola, por “beijinhos”: “Permitam-me a ousadia de querer de todo o coração mandar um beijinho e um sorriso de muito carinho e ternura para o coração da Irmã Milita, Irmã Ana, Irmã Zé Salaviza, Irmã Margarida, Irmã Judite e Irmã Fernanda Nogueira! Obrigada pela profunda amizade e por serem presença de corpo e alma na minha vida!” A Ana Rita, num curso de que gosta mas que é árido, foi sensível a tudo o que lhe deu ânimo, força, persistência… “A Residência das Irmãs Doroteias traz-me à memória amizade: todas as amigas que fiz sei que me vão acompanhar ao longo da minha vida… A entrada na Faculdade, o sair da casa dos pais, deixa-nos perto do abismo: se há uma felicidade que nos invade por dentro de realização pessoal, pelo início duma nova etapa, novos receios e desafios nos espreitam, e é muito bom ter sido acolhida nesta Residência onde, ao fim de um dia de aulas, somos “abraçadas” num seio familiar… É tão bom e importante ouvir: “Como correu o dia? Está tudo bem contigo?”. É sentir que não fizemos este percurso académico de 4 anos, sozinhas. É saber que ao nosso lado temos alguém que nos apoia e nos dá a mão para seguirmos em frente. Foi isto que encontrei, é isto que levo na minha memória e no meu coração, um apoio incondicional, diário, e a experiência da amizade com tantas jovens diferentes que fui encontrando nesta casa. Posso caracterizar este tempo como uma fase de crescimento, de amizade, de ter alcançado uma meta”. E porque também Lisboa tem mais sentido na hora da despedida… ficam estes dois testemunhos a dizer Saudade e Gratidão. Na verdade, é significativa a presença de “antigas” nos momentos celebrativos, em aniversários, quando apetece… A comunicação connosco. E sente-se, na Simplicidade e no espírito de família em que tudo acontece, que Paula vive aqui… Um dia no Externato do Parque Irmã Maria Antónia Sequeira O DOROTEIAS visitou o Externato do Parque no dia Mundial da Criança. Como havia grande movimento não foi à procura de ninguém. Conversou com quem foi encontrando: A Ir. Ângela, que se definiu como o "faz tudo", abriu-nos a porta, e pouco mais pôde dizer porque a campainha estava sempre a tocar. Os pais vinham trazer as crianças para as várias actividades do dia. A animação era tanta que, a certa altura, irrompeu pela enfermaria um grupo de miúdos levando um "ferido" lavado em lágrimas. A Ir. Lourdes Alves, a "socorrista", acudiu-lhe prontamente. O caso não era grave e, muitos como este, sucedem-se ao longo do dia. A Ir. Encarnação, no refeitório da miudagem, costuma "ajudar a comer quem tem fome” e também cura muitas maleitas que vão aparecendo em procissão... Às vezes, a enfermaria dela é "pior do que o Banco do Hospital de S. José". A Ir. Maria de Jesus disse: “Sou como um polivalente, e o que faço é com alegria desde as aulas de catequese e de formação cristã às vigilâncias”. A Ir. Maria Augusta andava no jardim perto da criançada, mas confessou que às vezes tinha medo que algum a deitasse ao chão. Convidou-me amavelmente a tomar um cafezinho no refeitório das Irmãs. Aí a Ir. Rosa Oliveira disse-nos: "Tento que algum bem aconteça à minha volta..." A Ir. Maria Otília estava ao telefone. Demos-lhe os parabéns, porque fazia anos, e ela disse: "Vou sair para acompanhar uma Irmã ao médico". A Ir. São Reis e Silva definiu-se assim: "Sou um complemento na direcção. A nossa Missão é a Vida, a vida do Colégio que levamos por diante com os professores leigos e com os Pais”. Aproveitamos muito as Festas para atingir os Pais. Não conseguimos encontrar a Ir. Elvira, mas perguntámos a um grupo de miúdos: - Vocês sabem que é a Ir. Elvira? Resposta em coro: - Sabemos, é a Directora. 8 (...) Sentada num cantinho da capela, muito recolhida, estava a Ir. Clotilde Braula Reis, ali no local onde todos os dias rezam Vésperas ou outra oração em conjunto. - Como se vê dentro desta Comunidade? - Estou aqui, e sou aquilo que sou. Quando voltámos à portaria, para nos despedir, entrava muito apressada a Ir. Hall: "Eu sou o bombeiro cá do sítio". - Onde seria o incêndio?... NOTAS À MARGEM: A Comunidade Escolar é formada por 7 Irmãs. A Comunidade do 1º andar é constituída por 11. Quatro Irmãs trabalham no Colégio. Durante a semana a refeição do almoço é fornecida pelo Colégio para as duas Comunidades. Ao fim de semana as refeições são confeccionadas nas cozinhas das Comunidades. A Irmã mais velha tem 94 anos e desembaraça-se bem no seu dia-a-dia sem precisar de ajudas. Vila do Conde 1 de Junho – Dia Internacional da Criança Irmã Judite Mateus Se foi em cheio aquele dia !!! Era a nossa criançada toda, mais cerca de 50 da nossa Casa de Vilar, com a Irmã Sofia Guedes e as suas dedicadas Colaboradoras! Um grupão de quase cento e oitenta criancinhas, ‘doidinhas’ no sobe e desce dos mais variados insufláveis! Uma alegria hilariante naquele 1 de Junho, dia INTERNACIONAL DA CRIANÇA! Das dez da manhã às seis e meia da tarde, as pipocas, “quentinhas e boas”, acompanharam sem cessar a alegria, a princípio só das crianças, depois também dos Pais. Para pequenos e grandes, um dia a não esquecer, não só pela alegria como pelo simpático intercâmbio dos nossos dois Centros Educativos! Dias 10 a 12 de Junho – Reunião dos Governos Provinciais em Fátima. Dia 15 de Junho - A Irmã Rositta vai ser operada ao outro olho. Pede orações. Dia 13 de Junho – Chegam de Moçambique, de manhã, as Irmãs Alice Miranda e Lourdes Lima da Costa; ficam no Parque. Chegam de Angola, na tarde deste dia, a Irmã Roseta Mandeca, Mestra de Noviças, e a Anabela Viegas, Noviça. Dia 26 de Junho, em Fátima – Realiza-se um CPA, das duas Províncias, para uma primeira reflexão sobre as linhas fundamentais da planificação para o futuro. A Irmã Margarida Garcês antecipou a viagem à Madeira porque uma das irmãs, que tem um filho doente, foi internada no Hospital com um enfarte do miocárdio. Regressou já, depois de deixar em parte resolvido o problema da irmã e do sobrinho. Dia 14/15 de Junho – Seguem para Roma, respectivamente, as Irmãs Roseta e Maria Antónia Marques Guerreiro, onde vão participar no Encontro da Equipa Internacional de Formação. Regressam a 26/25 do mesmo mês. Faleceram as Irmãs: Maria Celeste Dias Ferreira, em Coimbra, 22 de Maio de 2010, Vigília de Pentecostes. Rosinda Flor Pereira, em Abrantes, a 5 de Junho. Maria Pereira Rodrigues, no Sardão, a 6 de Junho. 9 Irmã Maria Pereira Rodrigues - Gasta pelo rodar da vida Irmã Gracinda Humilde, simples e boa era a Irmã Rodrigues. Gastou a sua vida em doação, ao serviço das suas Irmãs, pelas várias Comunidades por onde passou. Eu e muitas outras Irmãs testemunhamos a sua vida simples, humilde, escondida, numa entrega generosa, desinteressada e fraterna. Muito amiga de Deus, a oração tinha um lugar especial na sua vida. Nela encontrava a força de viver numa entrega em gratuidade ao serviço de Deus e dos outros. Onde houvesse sacrifício aí estava a Irmã Rodrigues. Aparecia sempre em passo lento, cadenciado, silencioso… Nunca fazia de contas que… Empenhava-se em tudo o que estivesse ao seu alcance, numa atitude de inteira disponibilidade. Tinha uma grande ternura pelas crianças quando lhes prestava os seus serviços na hora de vigia. A família tinha um lugar muito importante no seu coração, e esta correspondia-lhe com gestos de carinho e amizade. Com frequência a visitavam, sobretudo as sobrinhas, durante o tempo da sua prolongada doença. Um dos seus grandes sofrimentos era não poder trabalhar, ajudar, colaborar, como sempre fora seu hábito fazer. Já acamada tentava levantar-se, a cada instante, pois tinha sempre muitas tarefas a realizar, no seu pensamento e no seu coração. Gostava muito de ter visitas, e recebia-nos com um sorriso de simpatia, apreciando muito os gestos de ternura e carinho que lhe manifestávamos. Sofreu sempre com calma e serenidade, numa atitude de aceitação da vontade de Deus. Gasta pelo rodar da vida, os seus passos começaram a ser cada vez mais miudinhos, ‘desapressados’, inseguros, lentos e raros. A noção de tempo e espaço foi desaparecendo devido aos sucessivos AVC. Por fim, problemas cardíacos e respiratórios levaram-na ao Hospital Santos Silva onde se foi lentamente apagando. Foi a entrega total da vida que, na sua infinita bondade e misericórdia, Deus veio acolher para a eternizar na plenitude do seu Amor. Faleceram familiares das nossas Irmãs: Dois irmãos da Irmã Cruz (Fátima). Um irmão da Irmã Alvim – José – ao fim de uma longa doença e várias intervenções cirúrgicas. O irmão da Irmã Emília Lourenço (Viseu). Uma cunhada das Irmãs Villasboas - a única que ainda tinham (a morada é Av. Com. Santos da Cunha, 432 - 1º 4700-026 BRAGA). Uma cunhada da Irmã Maria Cândida, Sardão. A prima da Orlanda para quem se tinha pedido notícias – 28 anos... dois filhos, com 5 anos e 1 ano... Bodas de Ouro: Irmã Maria Rodrigues Gonçalves, Vila do Conde Vila do Conde, 17 de Maio de 2010 Um dia de Bodas de Ouro muito simples, muito em recolhimento, passado em Fátima, se possível, era o grande desejo da nossa querida Irmã Maria Rodrigues. Mas no querer do Senhor estavam outros planos. O pai (99 anos!) adoeceu, e ela renunciou ao seu grande gosto. Como arranjar, de repente, um sacerdote para celebrar, a um sábado, na nossa casa? Quase impossível. Neste entretanto... acontece um “milagre”. Dois dias antes o P. Mário Garcia S.J. pede para vir, com um grupo de cinquenta ex-alunos de Braga, celebrar na nossa Capela e depois conviver num lanche. Era a Providência do nosso Bom Deus em acto! Assim, a nossa Irmã Maria, sem esperar, teve a surpresa de uma solene Eucaristia na companhia de todas nós e do grande grupo que manifestou também a sua alegria pela alegria que lhe deu. 10 E a Irmã Maria diz-nos: De Ouro é, sem dúvida, a Fidelidade e a Misericórdia de Senhor Jesus que me concedeu a grande graça de O servir nestes 50 anos de consagração! A quantas se fizeram presença em acção de graças, fazendo-me sentir o amor fraterno na nossa querida Família Religiosa, o meu profundo OBRIGADA! Próximas Bodas de Ouro: 24 de Junho - Maria Celeste Silva Gonçalves (Viseu) e Maria Emília Gomes da Silva (Montes Velhos) 31 de Julho - Maria Emília Marques Mesquita (Lichinga - Moçambique) Imobilismo do Idoso O imobilismo pode tomar-se uma fonte de perigos para o Idoso: Imobilismo físico: Acontece como consequência da inactividade a que se sujeita a maioria dos Idosos. É um descanso mal entendido, um viver a dormitar. Pode acarretar o perigo de descalcificação óssea e atrofias musculares. Para combater este tipo de imobilismo, é importante recorrer a actividades desportivas, reabilitadoras, assim como ao exercício físico, sempre que este não esteja contra-indicado. Imobilidade social: É o que sucede quando as pessoas querem romper com tudo após a reforma: “reformar-se da vida”. Pode produzir o perigo do isolamento social e a falta de entusiasmo de viver. Contra este imobilismo lutar-se-á com a informação e a formação. São extremamente úteis, nestas situações, as actividades artísticas e culturais. Há sempre muito para aprender... Imobilismo cerebral: Acontece perante a falta de estímulo. Na maioria das situações, rejeitam-se as preocupações de qualquer tipo, e a única pretensão é manter a mente em branco. Vivendo assim, corre-se o perigo de não encontrar sentido para a vida, de ter depressões e perda de memória, de ficar apático. Luta-se contra este imobilismo cerebral utilizando e promovendo actividades que fomentem o convívio e a integração social: actividades populares, recreativas e experiências em grupo. Imobilismo afectivo: Surge perante as sucessivas perdas a que se vêem submetidos os idosos. Os entes queridos, os companheiros de trabalho, a casa, os vizinhos... Estas perdas podem levar à falta de auto-estima, ao decréscimo de valorização pessoal e à solidão. É o momento de intensificar a participação e o compromisso. As actividades associativas, a participação em todas as dimensões da cidadania e o voluntariado são extremamente oportunos. (Adaptação de um texto da Caritas espanhola em “Manual básico para gerocultores”) ERRATA: No Boletim de Maio, por engano, veio o nome da Irmã Maria Emília Nabuco como autora do texto sobre o Encontro Inter-comunitário, quando a autora foi a «anfitriã», Irmã Judite Mateus. 11 Aconteceu em Junho... no Quelhas, segundo o Diário... Irmã Diana Barbosa 1867 Dia 13 – Santo António. Neste dia fizeram a sua Primeira Comunhão algumas das alunas externas [escola gratuita] e bem assim outras meninas que vinham aprender a Doutrina ao Colégio. Eram ao todo 16. Iam vestidas de branco. Deu-se-lhes de almoçar e bem assim medalhas, contas e estampas. 1868 Dia 19 – Festa do Sagrado Coração de Jesus. Houve a Primeira Comunhão das Meninas, sendo em número de 32. Foi feita com simplicidade, mas havia piedade e devoção nas Meninas e pessoas assistentes. Depois deu-se-lhes de almoçar, contas, medalhas, e estampas. 1869 Dia 13 – [Tudo como da primeira vez]. Algumas das nossa Irmãs cantaram o Anima Christi. Hoje mesmo recebeu-se a notícia de que o pai da Irmã Maria do Rosário Charato a intimava para que voltasse para casa. Dia 18 – Com efeito aquela Irmã saiu para casa de seus pais, não obstante a sua resistência, por todos os modos possíveis, a tal determinação. 1870 Dia 8 – O Ex.mo Sr. Núncio veio hoje crismar na nossa Capela algumas Meninas internas e externas, e outras pessoa, que ao todo fizeram o número 70. Dia 13 – Primeira Comunhão das Meninas. Foram 20. Foi tudo como no ano passado. Entrou para a Comunidade Clementina Maria Soares. Dia 21 – Fez a Profissão a Irmã Mª Catarina das Dores Correia, com as cerimónias do costume. Tomou o Hábito a Postulante Joaquina Mendes. Disse a Missa o Padre Ficarelli, e fez a prática o Padre Rademaker. 1871 Dia 1 – Veio o Padre Bernardino Monteiro examinar as Meninas pobres que se instruem em casa todos os dias, pelo espaço de uma hora e meia, para fazer a Primeira Comunhão. Dia 2 – Veio hoje a D. Maria Carlota Castelo passar o dia connosco, desejando ela unir-se à nossa Congregação. Dia 4 – Houve hoje, na Igreja dos Padres Jesuítas, a oferta do coração à Santíssima Virgem. As Irmãs saíram, como o costume, para ir ensinar o Catecismo. Dia 5 – Partiu com destino à Covilhã a Irmã Mª do Espírito Santo Borges, acompanhada do irmão. Dia 11 – Saíram as quatro Irmãs, como o costume, para ir ensinar a Doutrina. Dia 13 – Festa de Santo António de Lisboa. Houve a Primeira Comunhão das Meninas pobres; foram 21 [tudo como no ano passado]. Tríduo ao Coração de Jesus, na Igreja dos Padres Jesuítas, constando de Sermão, Coroinha, Ladainha e Tantum Ergo em música, tudo cantado pelas Irmãs no coro, como o costume. Dia 15 – As Irmãs Filomena Ordaz e M. Bastos foram acompanhar a educanda Mª Eugénia Monteiro ao Liceu para fazer exame, tendo ficado aprovada. Dia 16 – Festa do Sagrado Coração de Jesus. Houve Comunhão geral, na Igreja dos Padres Jesuítas. A Missa foi celebrada pelo Padre Vicente Ficarelli (...). Dia 21 – S. Luís Gonzaga. Festa da R.da Superiora. O Sr. Marquês de Valada mandou um altar e um quadro de Nª Sª da Conceição, já usado, para uma Capela que se desejava fazer. As educandas festejaram este dia com a récita de um diálogo em francês, uma carta em francês e outra em italiano, oferecendo à Superiora um sacrário para a mesma Capela. O jantar foi de sopa e três pratos de iguarias e frutas, doces, etc. A Irmã Mª da Luz Bastos leu uma carta de parabéns em francês, em nome de todas, no fim da mesa. À noite puseram-se luminárias a todas as janelas, por ser o 25º aniversário do Pontificado de Pio IX. Dia 25 – As Irmãs Mª Filomena Ordaz e Josefa Borges foram ensinar o Catecismo à Freguesia dos Anjos; e as Irmãs Amélia Rogeiro e Mª de Jesus Barbas, ao Convento do SS.mo Sacramento. 12