OPA feitas através de offshores

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SOL
Confidencial
05­04­2012
Periodicidade: Semanal
Temática:
Economia
Classe:
Informação Geral
Dimensão:
1247
Âmbito:
Nacional
Imagem:
S/Cor
Tiragem:
58246
Página (s):
1/4 e 5
OPA feitas
através
de offshores
O GRUPO José de Mello e a Camargo
Corrêa lançaram as Ofertas Públicas
de Aquisição OPA sobre as portu
guesas Brisa e Cimpor através do Lu
xemburgo Esta estratégia faz com
que o Estado luso não consiga tribu
tar juros dividendos e mais valias ge
radas nas operações
págs 4 5
e
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Estratégia impede Estado de taxar juros dividendos
e mais valias geradas com venda Veículo que lançou OPA
à cimenteira tem capital social de 35 mil euros
Camargo Corrêa S A que «de
FREDERICO PINHEIRO
frederico pinheiro@sol
tém 33 25
pt
dos direitos de
voto da Cimpor inerentes às
acções detidas pela sua subsi
diária integral Camargo Cor
rêa Cimentos Luxembourg
S à r L sociedade constituída
AS OFERTAS Públicas de Aqui
sição OPA sobre a Brisa e a
Cimpor não foram lançadas a
partir de Portugal Grupo José
de Mello nem a partir do Bra
de acordo com as leis do Lu
sil Camargo Corrêa respecti
xemburgo»
seno anúnciopreliminardelan
e aqui sedeada lê
vamente Quem está a tentar
çamento desta OPA O facto por
si isenta de tributação «dividen
dos juros mais valias e royal
ties» explica o sócio da Miran
da Advogados Samuel Almeida
comprar ambas as empresas
portuguesas são veículos fiscal
mente sedeados no offshore do
Luxemburgo o que prejudicará
a receita fiscal arrecada pelo Es
tado de Portugal O regulador do
mercado de capitais garante po
Estado sai a perder
rém que a «transparência das
operações está assegurada»
Vasco de Mello presidente da
Um regime fiscal mais suave e
uma maior facilidade na circula
José de Mello anunciou na se
ção de capitais atraem as empre
sas a efectuarem estas operações
no Luxemburgo «Tal pode re
mana passada uma OPA em
conjunto com o fundo de inves
timento Arcus para resgatar os
42 5
de acções que estão nas
co de Espana A Tagus é «detida
mãos de outros investidores
Para o efeito foi criada a «Tagus
Holdings S à r l uma socie
em 55 pela José de Mello e em
45 pelo fundo Arcus
Já a brasileira Camargo Cor
dade anónima domiciliada no
rêa está igualmente sedeada no
Luxemburgo com sede em 6
rue Jean Monnet L 2180 Lu
Grão ducado A OPA sobre a ci
directa ou indirectamente»
presentar uma vantagem fis
cal significativa a nível do fi
nanciamento»
esclarece ao SOL
Leonardo Marques dos Santos
associado da Abreu Advogados
«Por outro lado uma eventual
venda subsequente de acções
poderá resultar numa poupan
ça fiscal e na perda por parte
do Estado português
xemburgo» lê se no anúncio
preliminar de lançamento da
menteira portuguesa Cimpor foi
lançada pela Intercemente Áus
tria Holding GmbH empresa
OPA Nesta morada habitam
com sede em Viena e capital so
O facto de estar localizada
dezenas de fundos de investi
cial de 35 mil euros a OPA pode
mento de bancos internacionais
mobilizar 2 5 mil milhões
num outro país da União Euro
peia «inviabiliza a tributação
em Portugal de juros e divi
como o Crédit Suisse ou o Ban
A empresa é controlada pela
dendos» gerados em Portugal
refere ainda Samuel Almeida
Em termos regulatórios
«as
sociedades não têm qualquer
vantagem por lançarem as
operações a partir do Luxem
burgo» disse ao SOL fonte ofi
cial da Comissão do Mercado de
Valores Mobiliários CMVM
Além disso o regulador presidi
do por Carlos Tavares na foto ao
lado garante saber tudo sobre
quem está a lançar as ofertas de
aquisição «A CMVM tem toda
a informação sobre quem são
as entidades oferentes»
ou
seja o supervisor sabe quem
está detrás das operações lança
das no Luxemburgo
com Tânia Ferreira
Economia
S/Cor
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S/Cor
Bom ou
mau para
o país
AS DUAS ofertas de aquisição lan
çadas sobre a Brisa e sobre a Cim
por vão mobilizar no limite 3 2 mil
milhões de euros Mas será este
um factor positivo para o país
O director da Faculdade de Eco
nomia da Universidade de Coim
bra José Reis está céptico em re
lação a estes movimentos «São
basicamente operações de rees
truturação de capital das em
presas» diz ao SOL No caso da
Brisa continua «falamos de um
sector protegido e a operação
vai absorver recursos necessá
rios à economia Se fosse di
nheiro aplicado numa unidade
industrial por exemplo seria
positivo Mas não é»
A OPA lançada pelo Grupo Jo
sé de Mello e pelo fundo de inves
timento Arcus será financiada
em dois terços pela banca in
cluindo os nacionais CGD BPI e
BES Caso todos os investidores
aceitem vender serão gastos 685
milhões de euros
Já o presidente do ISEG João Du
que está mais optimista com os efei
tos destas operações na economia
nacional Duque admite ser adepto
das operações nos mercados de ca
pitais que «são sempre positivas
pois demonstram o interesse que
há pelos activos» Em relação ao
problema de liquidez Duque diz
que no conjunto «o saldo será po
sitivo pois a maioria do dinhei
ro mobilizado com a OPA sobre
a Cimpor n d r 2 5 mil milhões
de euros irá ficar em Portugal»
Em caso de venda a CGD irá encai
xar 354 8 milhões de euros Manuel
Fino ganha 395 5 milhões e o Fun
do dePensões doBCP fica com 365 6
milhões num total de 1 1 mil mi
lhões de euros Há ainda 576 6 mi
lhões nas mãos de pequenos accio
nistas nacionais e internacionais
No entanto o economista lamen
ta a venda da cimenteira uma das
maiores empresas do sector a nível
mundial
«É uma pena mas o
que pode fazer se os accionistas
querem vender Qualquer dia
não temos mais nada para ven
der» refere
No caso da OPA sobre a Brisa
Vasco de Mello presidente da em
presa e do Grupo José de Mello
anunciou que caso consiga captar
mais de 90 do capital 7 9 são
acções próprias irá retirar a con
cessionária rodoviária de bolsa O
economistas João César das Neves
diz que «os efeitos são míni
mos» pois «a bolsa em Portugal
é quase meramente simbólica»
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