MINAS GERAIS SEXTA-FEIRA, 27 DE DEZEMBRO DE 2013 - 3 JUSTIÇA Coral e orquestra fazem apresentação natalina em nova sede qEncerramento das atividades de 2013 é marcado por risos, emoção e promessa de turnê “É MARCELO ALBERT preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossas fantasias. Sonhos, acredite neles”. Com a citação do revolucionário Lênin, o desembargador superintendente da Coordenadoria da Infância e da Juventude (Coinj), do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Wagner Wilson, manifestou seu desejo de ver concretizada a ida à Europa das crianças e adolescentes do Coral infantojuvenil e da Orquestra, ambos da instituição. Eles foram convidados pelo reitor do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, padre João Roque Rohr, a se apresentar em outubro de 2014 em Roma, estendendo a turnê a outros países. Para viver bem é necessário crer nas crianças, que não são apenas o futuro, mas o presente Essa intenção foi revelada em 17 de dezembro, durante a comemoração natalina do TJMG, com apresentação musical do coral e orquestra, realizada na nova sede da instituição, na avenida Afonso Pena, 4001 . Na ocasião, foi lançada a campanha “Justiça e Paz se abraçarão”, que busca encontrar parceiros que “sonhem este sonho”, a fim de garantir meios necessários para levar o grupo em viagem. São 23 crianças, de 9 a 12 anos, moradoras do Morro do Papagaio, e 60 do coral, formado por adolescentes institucionalizados. CRER E INVESTIR NAS CRIANÇAS - Para o presidente em exercício, desembargador Almeida Melo, “é uma emoção muito grande ver que a nova sede tenha, como primeiros convidados, as crianças e suas famílias; que o projeto do Tribunal levou para a música, ativida- Grupo se apresentou no Edifício Tancredo Neves e sonha com viagem à Europa, em 2014 des lúdicas, amistosas e de solidariedade. Crianças da parte mais carente e ampla da população. O longo prazo do Brasil, que não é apenas projeto, ideia ou boa vontade. O coral e a orquestra são laços divinos que vêm aos homens em fatos e atitudes.” Descontraído, mencionou que para viver bem é necessário crer nas crianças, que não são apenas o futuro, mas o presente. “Essas são as dádivas de Natal e os duradouros protagonistas do tempo real. A Justiça faz parte do sacerdócio universal de educar, acolher e conduzir e por essa razão agradece a todos os homens e mulheres de boa vontade que lhe deram as mãos em seus atos de fé e de amor à criança do nosso Brasil”, finalizou. Representando o governador Antonio Anastasia, o secretário de Turismo, Agostinho Patrus Filho, cumprimentou o TJMG pela “bela iniciativa de formação do coral e da orquestra, com jovens em situação de vulnerabilidade social”. Segundo ele, o Tribunal apresenta mais uma proposta de esperança para um futuro melhor. O padre Alexandre Fernandes de Oliveira, da Paróquia Nossa Senhora Rainha, refletiu: “Qual é a pessoa de boa vontade que não aspira à paz? Paz é bem mais que a simples ausência de guerra”. Ele lembrou que a paz pode estar ame- açada quando as pessoas vivem em condição de miséria. “Quem é vítima da estrutura que não os acolhe age com violência”, afirmou. Por isso, ele se disse feliz com a iniciativa do Tribunal de ajudar a inseri-los na sociedade. Feliz também se diz Gabriela Márcia Batista Rocha, da orquestra. “Dá uma felicidade só de saber que vou tocar. A primeira vez que fiquei sabendo que ia pegar num violoncelo, fiquei muito contente. É ótimo a gente saber que vai tocar um instrumento que gosta”. O parceiro padre Mauro Silva, da Paróquia Nossa Senhora do Morro e curador do Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos (Muquifu), afirmou que “justiça e paz já se abraçam”. De acordo com ele, a viagem vai proporcionar aos garotos e garotas um ganho cultural. “É uma viagem só de ida. Eles vão voltar como pessoas diferentes”, garantiu. AUTOESTIMA - A autoestima foi lembrada pelos apoiadores da causa quando perguntados como a música contribuiu no desenvolvimento daqueles jovens. “Vejo principalmente a mudança na autoestima. Eles se sentem visíveis. A música é uma forma de trabalhar a não exclusão”, afirmou a juíza da Vara Infracional da Infância e da Juventude, Valéria Rodrigues, idealiza- dora da orquestra. Ela recebeu das mãos do jovem Abimael uma placa de agradecimento pelo apoio e incentivo. O maestro Marco Antônio concordou com o depoimento da juíza e acrescentou que soube ter havido uma melhora no rendimento escolar deles, como também aconteceu com outras crianças para quem ele deu aulas. Ao final, a cantiga “Noite Feliz” foi entoada não só pelos pequenos, mas por toda a plateia ali presente, a convite do maestro Marco Antônio Drumond. Para o presidente em exercício, a apresentação teve um significado: “Vejo que a Justiça está junto com o povo”. PRESENÇAS - Estiveram ainda presentes ao evento, entre outras autoridades, o corregedor-geral de Justiça, desembargador Audebert Delage; o presidente do Conselho de Supervisão e Gestão dos Juizados Especiais e ex presidente do TJMG, desembargador José Fernandes Filho; a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Márcia Cristina Alves, representando o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda; o coordenador do Projeto Libertas, defensor público Nikolas Katopodis; representando a defensora pública geral do Estado, Andréa Abritta Garzon; o bispo auxiliar de Belo Horizonte, Dom Luiz Gonzaga. Justiça obriga paciente a pagar tratamento a plano de saúde A comprovação da existência de uma doença antes da assinatura de contrato com um plano de saúde foi determinante para que a Justiça obrigasse a paciente Y.A. a pagar um tratamento hospitalar. Ela realizou cirurgia ortopédica três meses após ter firmado contrato com a Golden Cross Assistência Saúde. O relatório médico, no entanto, comprovou que a paciente tinha doença congênita no pé direito que evoluiu para artrose. A decisão da juíza da 34ª Vara Cível de Belo Horizonte, Maria Aparecida Consentino Agostini, impôs o ressarcimento de todas as despesas decorrentes do tratamento médico relacionado à doença congênita não declarada. Na Justiça, a empresa alegou que a paciente omitiu seu real estado de saúde e cometeu fraude, pois o valor do contrato foi calculado com base nas informações prestadas por ela. Segundo a Golden Cross, a mulher tinha conhecimento de que a prestação de informações inverídicas caracterizaria fraude e resultaria em rescisão contratual. A paciente não contestou a ação e foi julgada à revelia. A juíza Maria Aparecida Consentino Agostini destacou a existência de provas da preexistência da doença da segurada e a má-fé da contratação do plano de saúde para a cobertura do tratamento médico. “Como relatado pelo médico, a doença evoluiu ao longo de anos”, destacou. Além de obrigar a paciente a pagar as despesas do tratamento, a Justiça determinou a rescisão do contrato. PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS