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O GLOBO
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MORAR BEM
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PÁGINA 1 - Edição: 27/11/2011 - Impresso: 26/11/2011 — 00: 05 h
MORARBEM
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Onde Paulão Sete
Cordas guarda
seus 19 violões
DOMINGO, 27 DE NOVEMBRO DE 2011
Fabio Rossi
SONILZA FAZ a limpeza das unidades ainda durante as obras. O
MÃO NA MASSA, sim. Mas sem perder a vaidade, jamais. As unhas
FLÁVIA É TÉCNICA de segurança e estudante de engenharia civil:
capricho é uma característica elogiada por quem trabalha com ela
(e o cabelo) da pedreira Elen Cristina mantidas sempre impecáveis
respeito natural entre os peões dos canteiros que supervisiona
Vida de peoa
Setor aquecido e falta de pessoal injetam cada vez mais mulheres nos canteiros de obra
Fotos de Custodio Coimbra
Fabio Rossi
T
Karine Tavares
[email protected]
A GRUEIRA, e ex-babá, Paula, que diariamente sobe a 80 metros de altura
odo dia, elas fazem tudo
igual. Acordam bem antes das 6h da manhã.
Deixam para trás, ainda
na cama, maridos, filhos
e pais, e se preparam para encarar
mais um batente, erguendo paredes, preparando fôrmas de madeira, colocando pisos, revestimentos, acabamentos, supervisionando e comandando batalhões
de homens. Para essas mulheres,
não há piadinhas ou cantadas em
frente aos canteiros de obras. Mas
muito trabalho pesado lá dentro.
Atraídas pela vasta oferta de
empregos — só no Estado do Rio,
o déficit de operários estaria em
torno dos 30 mil —, por salários
melhores e pela oportunidade de
crescimento, elas estão vestindo
macacão e botas e assumindo as
mais diversas funções nos canteiros, da limpeza à gerência. E há
mulheres pedreiras, carpinteiras,
operadoras de máquinas, técnicas
de segurança — profissões antes
tipicamente masculinas.
Segundo a Câmara Brasileira da
Indústria da Construção (CBIC),
em 2010 as mulheres já somavam
mais de 200 mil trabalhadoras com
carteira assinada no país, quase o
dobro do registrado em 2006, e 8%
do total da construção civil. De
janeiro a setembro deste ano, foram contratadas outras 24.904. E
ainda há vagas. Continua na página 3.
A PEDREIRA Elen Cristina, já com as luvas: ela adora “subir” uma parede
Fabio Rossi
A GERENTE de obras Aline é a
autoridade máxima num canteiro
em que comanda até 500 homens
AS CARPINTEIRAS Telma e Flávia penduradas entre toras de madeira, em meio
a pregos e martelos: o trabalho delas é providenciar proteção diária aos homens
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O CONTROLE da obra é com a apontadora Vitória Régia,
que confere materiais e responde pelo ponto dos peões
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