informa
Carlos Espí
ndola
Boleti m dos estudantes de Geografia da Unicamp | n.7 | set ’12
Acervo pess
oal de Virn
a David
Os marcos: a ocupação do primeiro espaço do CACT, em
2001, com alguns de seus precursores (da esq. para a dir.:
Luis Henrique Ribeiro, Shanti Marengo, Lise Mielnik e seu
filho Cauã, Pablo Ibanez, Virna David, José “Z” de Barros e
Ricardo de Alencar) e a mudança em 2012, quando estudantes levam a mesa de bilhar para a nova sede
U
Um ano depois, a mudança
m dos principais pontos de
pauta do CACT desde o
ano passado era a mudança da sede das entidades
estudantis. O NEPAM, que divide
conosco o prédio da Engenharia
Básica, necessitava da sala usada
pelo CACT para a instalação de laboratórios e, junto com a Diretoria
do IG, apresentou aos alunos uma
proposta de mudança para o prédio
anexo ao Instituto onde antes funcionavam laboratórios de geoquímica e preparo de amostras de rochas.
A mudança fora aprovada
em assembleia realizada em setembro de 2011, mas o acerto para as
novas instalações, que incluía uma
série de adaptações no prédio, foi
lento e se concluiu apenas no fim de
agosto deste ano. O mutirão para
ocupar o novo recinto aconteceu no
dia 3/set.
A partir de agora, as três
entidades estudantis do IG — além
do CACT, também o CAGEAC e a
Atlética — dividem o mesmo teto,
marcando o diálogo com a Geologia.
O endereço é provisório, é certo:
esperamos que em breve possamos
nos mudar definitivamente para a
rua Cora Coralina.
De qualquer forma, a nova
sede pode ser usada agora fora dos
horários de funcionamento da EB,
depois das 23h e aos fins de semana.
Além de ser maior, possui três ambientes, além de copa e arcondicionado. A esperada mudança
veio acompanhada da reforma da
mesa de bilhar, adquirida em 2007, e
de uma confraternização.
CENTRO ACADÊMICO DE GEOGRAFIA E CIÊNCIAS DA TERRA — GESTÃO LEVANTA, CACT!
Anderson Cordeiro Sabino (101466), Anderson Sirini dos Santos (116106), André Lopes de Souza (080674), Carolina Leardine Zechinatto (090698),
Diego Luciano do Nascimento (102018), Diogo Ronchi Negrão (081170), Everton Vinicius Valezio (091055), Frederico Zilioti Amorim (104955),
Guilherme Henrique Gabriel (081542), Gustavo Henrique Beraldino Teramatsu (081566), Guilherme Rodrigues Ramos (091433), Jéssica Cecim
(117337), João Paulo Marçola (081744), Luciano Pereira Duarte Silva (106127), Maico Diego Machado (083826), Rolver Bernardes Costa (120130),
Stéphanie Rodrigues Panutto (092994), Thais Moreno de Barros (104166), Valderson Salomão da Silva (104238).
ige.unicamp.br/cact
fb.com/geocact
[email protected]
2 | CACT informa | n.7, set ’12
CACTadas
do
guaxinim
Carro novo
O IG vai dedicar verba de até R$ 100
mil para a compra de um novo veículo.
A comissão para decidir as especificaçôes do carro foi composta os
professores Lindon e Frésia. Será um
4x4 a diesel, que deve ter peças para
reposição facilmente encontradas no
mercado. A aquisição incrementará a
frota do instituto, que possui
atualmente duas Toyota Bandeirante,
uma Mitsubishi e uma Parati.
Carro velho
Uma colega de curso passou por apuros quando seu carro quase foi furtado no estacionamento do novo
bandejão. Ela flagrou e frustou a ação
do bandido, que ficou preso no veículo e foi detido em flagrante. O caso
virou manchete do tabloide Notícia Já
— “Ladrão trapalhão fica trancado em
ximbica e é preso” — e serve de alerta
para a comunidade da Unicamp, pois
parece se tratar de integrante de
quadrilha que atua dentro do campus.
“Vai, Carlos!”
O novo docente do IG é o professor
Carlos de Almeida Toledo, que lecionava na Facamp. Formado em Economia pela USP, fez mestrado e doutorado em Geografia Humana na mesma
Universidade. Fica entre nós até abril
próximo. Detentor de uma carga horá-
!?
ria invejável — são 90 matriculados
em Geografia Política e Geografia
Econômica —, ele já iniciou as atividades ao lado dos competentes PEDs
Ana Paula Mestre e Luis Henrique
Ribeiro.
ção da nova biblioteca e auditório vai
demorar ainda mais: a Construtora
Clark, que venceu a licitação, desistiu
do processo. As outras concorrentes
foram a Esteto, a Vão Livre e a Ohana. Deve ser aberta nova licitação.
Do IG para o mundo
Nos últimos dias, vários alunos da
Geografia embaracaram para intercâmbio e vão passar uma temporada
fora. Três deles, coordenadores da
atual gestão do CACT, estão na Espanha. Há também colegas nos Estados Unidos e na Holanda.
Eles eram muitos cavalos
O livro do escritor mineiro Luiz
Ruffato cujo título está acima
(Boitempo, 2011) está exposto num
varal na EB. São 69 pequenos contos
que ocorrem durante o dia 9 de maio
de 2000 em São Paulo.
Concurso do DPCT
O concurso para o novo docente do
DPCT é nas areas de Mudança Tecnológica, Transformações Sociais e
Meio Ambiente e Ciências da Terra
nas disciplinas CT147 — Meio Ambiente, Tecnologia e Desenvolvimento
e GN101 — Ciência, Tecnologia e
De novo, não
Sociedade. Aconterá entre os dias 22
O ex-reitor José Tadeu Jorge, da e 25 de outubro. São 12 candidatos.
Feagri, não é a primeira vez e não
será a última, reuniu diversos profesPhillip Macnaghten
sores da Unicamp na MD02. Preten- A plaquinha a porta da sala indica
de voltar à Reitoria com a chapa que o professor visitante do IG já
“Unicamp de todos os saberes”. Ao está em atividade. O geógrafo
seu lado, à mesa, sentou-se o profes- britânico é professor na Durham Unisor Álvaro Crósta, que já foi diretor versity. Phil trabalha com governando IG e pode se tornar coordenador ça de ciência e tecnologia, inovação
geral da Unicamp. A consulta para o e sociologia do ambiente.
novo reitor acontece no início do
próximo semestre. Os votos dos aluOya lá
nos valem 20%, bem como os votos Curiosidades dos vereadores: o edil
dos funcionários; os dos docentes, Paulo Oya, que busca a reeleição,
alvos da pré-campanha, 60%.
“criou”, em 1999, o dia do geográfo
em Campinas no dia 30 de junho. Em
Biblioteca
2010, ele voltou atrás e fez outra lei,
Embora os recursos financeiros, cer- desta vez passando a data para o dia
ca de R$ 1,6 milhão, já estejam dis- 29 de maio (leis 10334/1999 e
poníveis há muito tempo, a constru- 13825/2010). Sem comentários.
Café com os RDs
Depois de um longo recesso, as reuniões com os novos representantes
discentes de graduação foram retomadas no dia 12/set na nova sede
e voltam a ser mensais.
Como ler os vetores das disciplinas
(SL);
Os vetores da carga horária das disci• PRÉ-REQUISITO (Pré-Req.): disciplinas que
plinas estão em discussão permamente • CRÉDITO (C): vale 15 horas de atividades. É
já devem ter sido cursadas para validar a
na Comissão de Graduação em Ciências
expresso por C = NS x (T+L+P+O) / 15, em
matrícula. AA200 é a autorização da Coorda Terra (CGCT) do IG. Mas o que eles
que NS é o número de semanas;
denação de Curso da Unidade, AA4nn exige
significam, entre outros códigos?
coeficiente de progressão (CP) ≥ 0,nn.
• AVALIAÇÃO (AV): por nota e frequência
• OFERECIMENTO (OF): semestre ímpar (S1), semestre par (S-2), em ambos (S-5) ou a
critério da Unidade (S-6);
• ATIVIDADES: horas semanais de atividades
teóricas (T), atividades práticas, incluindo
atividades de campo (P), atividades de laboratório (L), atividades orientadas, feitas de
maneira autônoma, sem o docente (O),
atividades à distância, não presenciais D);
• HORAS AULA-SEMANAIS (HS): T + L + P +
O + D. Deste total, é possível saber o número de horas-aula na sala de aula por semana
(N), por frequência (F) ou pelos conceitos
"suficiente e insuficiente" (C);
• EXAME (EX): indica se há (S) ou não há (N)
exame final;
• FREQUÊNCIA MÍNIMA (FM): não pode ser
inferior a 75% da carga horária da disciplina;
• EMENTA: descreve sucintamente o assunto
relacionado à disciplina. Algumas eletivas
podem ter a ementa variável, como as Tópicos Especiais e Tópicos Avançados em Geografia.
CACT informa | n.7, set ’12| 3
Gustavo Teramatsu
O IG também abriu suas portas
Estudantes do ensino básico visitaram o Instituto na UPA
Maquete
Nove folhas 1:50.000 — Limeira,
Cosmópolis, Amparo, Americana,
Campinas, Valinhos, Salto, Indaiatuba e Jundiaí — foram a base para a
maquete produzida para a UPA, coordenada pelo prof. Rafael Straforini. Idealizada para a realidade escolar
— portanto, produzida apenas com
isopor e materiais tão acessíveis
quanto tubos de caneta, agulhas,
velas e cola —, a maquete trazia temas como as áreas urbanas e as rodovias desta área de 11433 km² que
abrange boa parte da Região Metropolitana de Campinas. Produzida em
seis módulos, quando foi exposta,
tinha 2,2x2m. Sua dimensão chamou
a atenção durante o evento — figurou entre os destaques da UPA no
portal da Unicamp.
fotografias e uma maquete da região de Campinas (abaixo); os visitantes também puderam manipular
amostras de solos do campus, ver
imagens aéreas com um estereoscópio, conhecer livros e revistas editados pelo IG e ouvir dos monitores
detalhes do curso de Geografia. Houve também exibição de filmes no
CineGeo e apresentação de pôsteres
referentes à disciplina GN304 — Trabalho de Campo, e com temas diversos, como o projeto Radambrasil, o
Código Florestal e desastres naturais, sem falar nas atividades da Geologia.
Aludindo ao slogan da edição deste ano, centenas de estudantes do ensino médio fizeram-se presentes no IG. A imagem de satélite
em que espetavam alfinetes indicando sua origem é testemunha. Se vão
ganhar o futuro, não sabemos. Esperamos que sim, ainda mais aqueles
que se mostraram interessados pelo
curso de Geografia. Cabe dizer que
alunos do IG que já dão aulas trouxeram também seus alunos para conhecer a Unicamp.
A UPA
Realizado desde 2003, esta foi a oitava edição: em 2009, foi cancelada
em razão do surto de gripe suína.
Nestes dias, são dezenas de milhares
de estudantes que passam pela Unicamp, oriundos principalmente de
escolas paulistas, mas também do
sul de Minas e até de estados distantes, como Goiás, Sergipe e Bahia.
Lucas Guide
A
o menos um dia por ano,
os cartões não são necessários para acessar o novo
prédio do IG: durante a
Unicamp de Portas Abertas, a UPA.
Inclusive, uma equipe de alunos monitores foi designada para ficar na
portaria à la Dona Erani.
Neste ano, as atividades
ocorreram apenas no sábado (1/set)
e no novo prédio. O Ginásio Multidisciplinar, que tradicionalmente concentra a chegada dos alunos do ensino básico, está fechado para reforma.
O Instituto preparou uma
exposição que envolveu ambos os
cursos e todos os departamentos. Os
alunos do PIBID apresentaram a experiência do trabalho de campo com
Parte da equipe fez os ajustes finais na maquete na véspera do evento
4 | CACT informa | n.7, set ’12
Este CACT e esta Geografia têm história!
E
ntramos na Universidade e,
ainda calouros, vamos conhecendo os interstícios da
vida acadêmica, criamos
dezenas de amigos, vivemos intensamente cinco anos de IG e Unicamp —
no mínimo — e logo estamos diplomados. Alguns entram em crise. Aí,
tantas dezenas de outros colegas
mais jovens, que já não conhecemos
tanto, percorrem o mesmo caminho.
Casais se juntam e se separam, surgem até novos professores, outros
se aposentam: é o tempo. São gerações de estudantes. Como nosso
curso foi criado em 1998, os primeiros já se formavam em 2001, há mais
de dez anos. Foi neste ano que o
CACT conquistou seu espaço: a salinha até então desocupada. Os estudantes de Geografia ocupavam o
prédio onde um dia havia funcionado
a Faculdade de Engenharia de Campinas.
Nestes anos, não foram poucas as discussões sobre a melhor forma de usar o espaço; observações a
episódios de sujeira e desorganização, desentendimentos com outras
instâncias do Instituto etc. Nada mais
esperado, considerando que se tratam de diversos pontos de vista e
visões de mundo.
Alguns casos são ilustrativos:
em 2008, pouco após a última reforma do espaço, ocorreu um caso emblemático: uma das portas do CACT,
que aparece em uma das fotos ao
lado, foi suprimida durante as férias
de julho para a colocada da grade no
primeiro corredor da EB. O furto de
um datashow justificou as grades e
as câmeras. Houve protestos, discussões sobre o uso do espaço público e
intervenções verticais no espaço de
convivência dos estudantes, que não
se calaram. Houve até punição.
Intervenções verticais, aliás,
foram o estopim da greve de 2007:
os decretos do Serra, que ainda hoje
causam calafrios aos que viveram
aquela época. O CACT deu lugar a
aulas públicas, realizadas no curso
Acervo pessoal de Virna David
Os alunos ocupam o espaço, em 2001...
igemgreve.blogspot.com
... em 2007, as aulas públicas durante a greve...
Marcio Salata
... em 2012, o último evento: o lançamento do livro O hip-hop está morto
CACT informa | n.7, set ’12| 5
Quem é quem?
Na foto da capa, vemos alguns dos
colegas que já passaram pelo CACT.
Luis Henrique Ribeiro hoje é doutorando no IG com o professor Marcio
Cataia e PED da disciplina Geografia
Política; Shanti Marengo fez mestrado na UFBA, onde atualmente é doutorando e foi professor substituto;
Lise Mielnik foi para Brasília e trabalha na CAPES; Pablo Ibanez fez mes-
cpo.unicamp.br
No limite da memória: a Engenharia Básica em construção, nos anos 1970
trado e doutorado na USP com Maria
Adélia de Souza e Wanderley Messias da Costa; Virna David fez mestrado na USP com María Laura Silveira;
José de Barros Pinto Filho, por sua
vez, cursa o doutorado na Universidade de Girona, na Catalunha, onde
também fez o mestrado.
Na UNILA, o encontro
Há muito mais colegas desta
época que caberia lembrar. Com o
tempo, a intenção é resgatar a memória do CACT por meio de registros
fotográficos, documentos e entrevistas.
Os antigos integrantes do CACT podem entrar
em contato! [email protected]
Gustavo Teramatsu
das paralisações. O IG parou. Sem
falar dos panelaços, das reuniões
ordinárias, das assembleias e até da
época da famosa Maratoma, quando
as equipes passavam pelo IG.
Vemos, pois, que o próprio
CACT é resultado do trabalho, esforço e luta de colegas que já passaram
e deixaram um pouco de sua marca,
ainda que anônima para quem hoje
ocupa as cadeiras do instituto. Uma
história que não deixa de existir com
a mudança para o novo espaço e está em permanente construção.
Durante o trabalho de campo, os alunos
reencontram o agora professor Fabricio
D
urante o trabalho de campo da disciplina Análise e
Gestão de Bacias Hidrográficas, na saída do restaurante do Polo Tecnológico Itaipu,
em Foz do Iguaçu, os estudantes
encontraram o colega Fabricio Gallo,
professor adjunto da UNILA — Universidade Federal da Integração Latino-americana —, que funciona provisoriamente no polo enquanto as instalações próprias, com projeto assi-
nado por Oscar Niemeyer em terreno doado pela Itaipu, são erguidas.
No campus sui generis da tríplice
fronteira, metade das vagas são destinadas a alunos estrangeiros de países vizinhos. Fabricio, que se graduou pela Unicamp, onde também fez
o mestrado, defendeu o doutorado
no IG ano passado, sob orientação
do professor Marcio Cataia. Atualmente, ministra as disciplinas "Espaço Geográfico e Técnica" para o cur-
so de Geografia: Território e Sociedade na América Latina, e "Fundamentos de América Latina una e diversa I" para os cursos de Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar
e Ciências Biológicas: Ecologia e biodiversidade, além de desenvolver o
projeto de pesquisa "Território usado e modernização seletiva nos territórios nacionais sul-americanos: a
ação do Estado brasileiro através de
convênios entre a ALADI e o BNDES".
6 | CACT informa | n.7, set ’12
Projeto do Parque Científico da Unicamp, que já está em construção
Foi lançado no dia 23/ago, durante a
feira Talento, o sistema online de recrutamento de estudantes da Extecamp, a
Escola de Extensão da Unicamp, entidade responsável pela “transferência de
conhecimentos disponíveis na Universidade para a comunidade”, embora a plataforma tenha sido criada “para atender
as necessidades das grandes empresas
de encontrarem profissionais capacitados no mercado de trabalho nacional”.
Desde 2009, a Unicamp trabalha para a
instalação de seu Parque Científico.
Para as empresas, há incentivos como
possibilidade de uso de incentivos fiscais
para a implantação de laboratórios de
pesquisa colaborativa universidadeempresa, parcerias técnico-científica e
condominial e interação facilitada com o
pessoal e instalações da Universidade.
S
e a universidade não formasse para o mercado deixaria
de cumprir parte de sua missão. Ou será que alguém imagina que um jovem dos dias de hoje
pode entrar no mundo e se autonomizar existencialmente sem pisar no
chão do mercado? Se lhe virasse as
costas, a universidade se desconectaria da vida. Mas a universidade não
pode formar somente para o mercado, sob pena de trair a si própria. Ela
forma essencialmente para a vida e,
ao fazer isso, cumpre a função de
preparar pessoas para conviver criticamente com o mercado, para entrar
nele não com o intuito de estimulálo a ser sempre mais irresponsável
ou de maximizar seus interesses nele, mas para ajudar a submetê-lo a
alguma regulação e a impedir que
ele nos colonize em definitivo. Mas
hoje o mercado é uma extraordinária
base de hegemonia, o que significa
que sua cultura tende a modelar
comportamentos e consciências e a
fornecer uma espécie de pauta para
as instituições, os governos, as decisões. Por ser assim, o mercado funciona efetivamente como uma fôrma
para tudo, portanto também para a
universidade. Ele invade o campus
A universidade forma
para o mercado ou o
mercado é a fôrma
para a universidade?
universitário de mil maneiras. Mostra
-se na expansão do ensino particular
em detrimento do ensino público e
na fixação de parâmetros mais concorrenciais e produtivistas para a
organização da vida acadêmica e a
avaliação do mérito científico. Muita
coisa na universidade vira então mercadoria e passa a ser calculada como
mercadoria: aulas, pesquisas, relacionamentos, currículos. No fundo, a
universidade está mais acossada que
formatada pelo mercado. Não está
ocupada nem sitiada por ele. Em decorrência, preserva importantes zonas de autonomia e reflexão em seu
interior. E é quando seus integrantes
ativam e expandem essas zonas que
a universidade diz a que veio. Seria
trágico imaginar que professores e
estudantes poderiam se deixar levar
pela mediocrização intelectual que
deriva inevitavelmente do mercado.
Marco Aurélio Nogueira (1949-) é professor de teoria política da Unesp. O
texto foi publicado originalmente na
coluna "Ioiô" da revista Caros Amigos e
era discutido na extinta disciplina
GN107 –- Ciência do Sistema Mundo I,
sob responsabilidade da professora
Adriana Bernardes, no primeiro semestre do curso
CACT informa — Boletim informativo dos estudantes de Geografia da Unicamp editado pelo CACT, de periodicidade mensal, publicado na primeira quinzena de cada
mês. Diagramação e edição: Gustavo Teramatsu. Textos: Gustavo Teramatsu