Dados: = Fechamento em 23/09/2016. Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 16/09/2016. SITUAÇÃO GLOBAL FED mantém taxa de juros O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), colegiado do Federal Reserve (Fed), decidiu, em 21/09, manter a taxa básica de juros da economia norte-americana entre 0,25% e 0,50% ao ano, seu patamar desde dezembro de 2015. Em nota à imprensa, foram destacados, como pontos positivos, o fortalecimento do mercado de trabalho e a aceleração da atividade econômica em relação ao primeiro semestre do ano; e, como negativos, o baixo crescimento dos investimentos não-residenciais e a baixa permanente da inflação. O Comitê avalia haver elementos para a elevação nos juros, mas decidiu esperar por mais evidências de progresso em seus objetivos (o Fed trabalha com o mandato estatutário de perseguir máximo nível de emprego, com estabilidade de preços e meta de inflação de 2%). A presidente do Fed, Janet Yellen, sublinhou a confiança nos fundamentos da economia norte-americana. Avaliou que os riscos de esperar mais e ter de lidar com futuro superaquecimento seriam menores dos que os de agir imediatamente e, eventualmente, prejudicar o crescimento em curso. As expectativas dos analistas apontam para a manutenção dos juros na próxima reunião, agendada para novembro, com possibilidades de elevação em dezembro. A mediana das projeções dos 17 membros do "Board" para os juros, ao final de 2016, 2017 e 2018, situa-se em 0,6%, 1,1% e 1,9%. Fim do câmbio fixo e flexibilização da política monetária em Angola Banco Nacional de Angola (BNA) avalia que a adoção de uma âncora cambial, apesar de positiva no curto prazo, acarretou altos custos econômicos e sociais para o país, compromentendo os instrumentos de política monetária. O BNA anunciou o fim do sistema de ancoragem cambial em Angola. Para o BNA, o modelo de ancoragem foi proveitoso enquanto o preço do petróleo esteve em alta, resultando em maior entrada de divisas e o consequente crescimento das reservas internacionais do país. A atual falta de divisas prejudica a importação de bens indispensáveis e tem pressionado a taxa de câmbio oficial, elevando o seu diferencial em relação ao mercado paralelo, além de gerar inflação de 38,18%, com previsão de se aproximar a 50% no final de 2016. Para mitigar a crise das divisas em Angola, o BNA pretende desvalorizar a moeda local em 24,2% até o final do ano e imprimir maior flexibilidade da política cambial no médio e no longo prazos. Recessão no Equador O Banco Central do Equador publicou o resultado do PIB equatoriano em 2015, com crescimento de 0,2%, e previsão de desempenho da economia equatoriana em 2016, que deverá apresentar contração de -1,7%, a primeira recessão em 17 anos. Em relatório preparado no contexto do empréstimo concedido ao Equador sob o "Rapid Financing Instrument" (RFI), divulgado no último dia 9 de setembro, o FMI revisou para cima sua previsão de variação do PIB equatoriano em 2016, de -4,5% a -2,3%. A nova projeção do Fundo para 2016 converge para as mais recentes da CEPAL (-2,5%) e do Banco Central do Equador (-1,7%), permanecendo desalinhada à do Banco Mundial, de -4,0%. O Presidente Rafael Correa criticou os dados do Fundo, revisados após apenas três meses, que ainda são muito mais pessimistas que os dados oficiais. O Governo equatoriano vem revisando progressivamente suas projeções para o PIB de 2016, apontando paulatina piora do quadro econômico. ECONOMIA INFORMAL DA COREIA DO SUL Foram publicados dados sobre a economia informal da Coreia do Sul, que equivale a 10,89% do PIB do país, percentual superior à média observada nos países do G-7 (6,65%) e da OCDE (8,06%). Adicionalmente, a evasão fiscal no país corresponde a 3,72% do PIB, cifra que também supera aquela dos países membros da OCDE (3,06%) e do G-7 (2,21%). Esses números são resultado de estudo realizado pela Universidade Nacional Chonbuk, com base em dados compilados pela OCDE entre 1995 e 2014. Em 2014, o PIB coreano foi estimado em 1,49 quatrilhões de wons (cerca de US$ 1,32 trilhões). De acordo com a análise recém-publicada, depreende-se que o mercado negro no país tenha atingido 161 trilhões de wons (aproximadamente US$ 142 bilhões), e a sonegação de impostos, 55 trilhões de wons (US$ 48,72 bilhões). O autor do estudo, professor Kim Jong-hee, alertou para os possíveis efeitos negativos dos fenômenos pesquisados, afirmando que "a economia informal pode induzir à sonegação, acarretando déficits fiscais e aumentos de impostos para os principais agentes econômicos como forma de compensar os impostos não cobrados". PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS "Interim Economic Outlook" (OCDE) A OCDE publicou, em 21/09, seu "Interim Economic Outlook", no qual projeta crescimento lento em 2016 (2,9%) e 2017 (3,2%), situação para a qual têm contribuido o fraco crescimento do comércio internacional e distorções financeiras. Alerta que pode ter-se formado uma "armadilha do baixo crescimento", em que baixas expectativas para o PIB colaboram para deprimir o comércio, o investimento, a produtividade e os salários. Houve redução de expectativas para o PIB das principais economias desenvolvidas, com as seguintes projeções para, respectivamente, 2016 e 2017: EUA, 1,4% e 2,1%; Zona do Euro, 1,5% e 1,4%; Japão, 0,6% e 0,7%; China, 6,5% e 6,2%; Índia, 7,4% e 7,5%; e Brasil, -3,3% e -0,3%. A OCDE apresenta, ainda, a seguinte avaliação de políticas econômicas: i) a política monetária estaria "sobrecarregada", distorcendo os mercados financeiros (valorização de ativos financeiros e imobiliários e deterioração da qualidade do crédito); ii) a política fiscal poderia beneficiar-se do "espaço" criado por baixas taxas de juros para estimular a demanda, em esforço coletivo; e iii) reformas estruturais deveriam ser intensificadas (com destaque a maior abertura do comércio de bens e serviços). <http://www.oecd.org/newsroom/oecd-warns-weak-trade-and-financial-distortions-damage-global-growthprospects.htm> UNCTAD: Comércio e Desenvolvimento – Relatório 2016 Diante de um crescimento global estagnado na faixa do 1,5%, baixo preço das commodities e crescente instabilidade financeira, a UNCTAD propõe alternativas para contornar processos de desendustrialização prematura. Para a UNCTAD, os processos atuais de desindustrialização prematura resultam de políticas macroeconômicas restritivas e redução do investimento público em infraestrutura e pesquisa. Abertura comercial unilateral com câmbio valorizado tem impacto negativo na indústria de transformação, agravado pela tendência regressiva nos programas de distribuição de renda que enfraquecem a demanda interna. Para reconectar o comércio ao crescimento, a UNCTAD indica: (a) criar espaço para política industrial adaptada aos novos modos de produção; (b) promover um conjunto de políticas coordenadas para comércio internacional, políticas de estímulo macroeconômico, taxas de câmbio competitivas e incentivos ao investimento; (c) conciliar governança coorporativa e recuperação do investimento público, com regras tributárias eficientes e garantia de liquidez para PMEs; (d) adotar política comercial estratégica e pragmática, com foco determinado em regiões/produtos e elos com GVCs; (e) desenvolver marco regulatório e institucional estável. <http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/tdr2016_en.pdf>