UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - DEE LABORATÓRIO DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA Experimento 3 – Formação de um transformador trifásico 1. OBJETIVO Verificação experimental das diferentes conexões dos enrolamentos primários e secundários para formar um banco trifásico. 2. MATERIAIS UTILIZADO 3 transformadores monofásicos 1 reostato trifásico 1 motor de indução trifásico 2 voltímetros 2 amperímetros 2 wattímetros 1 carga resistiva trifásica de 135Ω/𝑓𝑎𝑠𝑒 3. Parte teórica a. Princípio de construção do transformador trifásico Para transformação dos sistemas trifásicos podem-se empregar três transformadores monofásicos iguais formando um banco de transformadores. Os enrolamentos primários destes transformadores são conectados na tensão trifásica primária utilizando um agrupamento do tipo estrela (Y) ou triângulo (Δ). A partir dos três enrolamentos trifásicos do secundário é obtida a tensão secundária trifásica. Em um transformador trifásico a relação de transformação é considerada como a relação entre as tensões de linha primária e secundária. O valor da tensão de linha primária e secundária irá variar conforme o agrupamento realizado em cada um dos lados do transformador (Figura 1). A ligação 𝑌 − Δ é comumente usada para transformar uma alta tensão em um tensão média ou baixa. Inversamente a conexão Δ − 𝑌 é utilizada para transformar uma tensão média ou baixa em uma tensão alta. A ligação Δ − Δ tem a vantagem de que um transformador pode ser removido para reparo ou manutenção enquanto os dois restantes continuam a funcionar como banco trifásico, porém com a potência nominal reduzida a 58% do valor original do banco trifásico, isto é conhecido como ligação delta aberto ou V-V. As vantagens de transformadores trifásicos são que eles custam menos, possuem menor massa, ocupam menos espaço e têm rendimento maior. Em contrapartida a utilização de um banco trifásico possibilita a utilização da ligação delta aberto, ou V. 1/5 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - DEE LABORATÓRIO DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA Figura 1 – Tipos de agrupamento dos enrolamentos dos transformadores trifásicos. b. Polaridade nos transformadores trifásicos Nos transformadores trifásicos, além da relação entre as tensões de linha, existe a relação de fase entre as tensões primárias e secundárias. Esta relação depende da polaridade das fases e também do esquema de ligação. No caso dos transformadores trifásicos, existe uma característica conhecida como deslocamento angular, como sendo a posição recíproca entre o triângulo das tensões concatenadas primárias e o triângulo das tensões concatenadas secundárias. 2/5 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - DEE LABORATÓRIO DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA A Figura 2 mostra dois exemplos de conexão com defasamento angular 0º. Ligação Y-Y Ligação Δ − Δ Figura 2 – Esquemas de ligação do transformador trifásico com defasagem angular nula. Na Figura 3 mostra dois exemplos de conexões que apresentam defasamento angula de 30º. Ligação Y-Δ Ligação Δ − 𝑌 Figura 3 – Esquemas de ligação do transformador trifásico com defasagem angular de 30º. Desejando considerar todas as combinações possíveis, mesmo as que são obtidas enrolando as fases de cada coluna em sentido contrário, será obtido descloamentos angulares de 0, 30, 180 e 210 graus. As normas brasileiras, entretanto estipulam que sejam utilizados unicamente os agrupamentos que proporcionam os deslocamentos angulares de 0º e 30º. Na Figura 4 são representados os principais esquemas de ligação utilizado em transformadores trifásicos. 3/5 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - DEE LABORATÓRIO DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA Figura 4 – Marcação dos terminais e suas ligações usuais em transformadores trifásicos. O conhecimento do grupo do transformador é fundamental para verificar a possibilidade de funcionamento em paralelo com outros transformadores. Para que dois transformadores alimentados pela mesma linha primária possam ser agrupados em paralelo sobre a mesma linha secundária, é necessário que as tensões secundárias fornecidas pelos dois transformadores sejam iguais e estejam em fase entre si. 4/5 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - DEE LABORATÓRIO DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA 4. Experimento Com as polaridades definidas no experimento nº 2, montar o banco de transformadores segundo as ligações da Tabela I. Calcule as tensões, correntes e potências antes de ligar os transformadores. A carga consiste numa conexão de 3 resistores em estrela (Y) de 135Ω. Tabela I – Dados experimentais de tensão, corrente e potência com diferentes ligações. Y-d VL1 Vf1 IL1 P1 VL2 Vf2 IL2 P2 Teor 380 220 110 110 Exp a) b) c) d) D-d Teor Exp VL1 220 Vf1 220 IL1 P1 VL2 110 Vf2 110 IL2 P2 V-V Teor Exp VL1 220 Vf1 220 IL1 P1 VL2 110 Vf2 110 IL2 P2 5. QUESTÕES Preencher a Tabela I com os dados teóricos e experimentais. Apresente os cálculos e comente sobre as diferenças entre os valores teóricos e experimentais. Calcule a relação de transformação para cada uma das configurações da Tabela I, lembrando que a relação de transformação para o transformador trifásico é a relação das tensões de linha. Pesquisar na literatura sobre as diferenças das ligações e VV. Qual a potência fornecida pelos dois transformadores no caso da ligação em delta aberto? Os terminais de alta tensão de um banco trifásico de três transformadores monofásicos são ligados a um sistema trifásico de três fios, 13800 V (de linha). Os terminais de baixa tensão são ligados a uma carga trifásica de três fios, com as especificações nominais de 1500 kVA e 230 V (de linha). Especificar as características nominais de tensão, corrente e potência aparente de cada transformador (para os enrolamentos de alta e baixa tensão) para as seguintes ligações: a. Enrolamentos de alta tensão em Y, enrolamentos de baixa em Δ b. Enrolamentos de alta tensão em Δ, enrolamentos de baixa em Y c. Enrolamentos de alta tensão em Y, enrolamentos de baixa em 𝑌 d. Enrolamentos de alta tensão em Δ, enrolamentos de baixa em Δ 6. a) b) c) d) AVALIAÇÃO (1,0) Presença (2,0) Experimento banco trifásico (6,0) Questões banco trifásico. (1,0) Relatório 5/5