REPÚPLICA FEDERATIVA MINISTÉRIO DOS DO BRASIL TRANSPORTES DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES – DNIT SUPERINTENDENCIA REGIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES DA RODOVIA BR-101/SPRIO/SANTOS Rodovia: BR-101/SP – Rio/Santos Trecho: Divisa RJ/SP – Divisa SP/PR Subtrecho: Divisa RJ/SP (km 0,0) – Ubatuba/SP (km 53,6) Segmento: km 0,0 ao km 41,5 Extensão: 41,5 km Código PNV: 101BSP3450 / Divisa RJ/SP – 101BSP3480 / Praia Grande (Ubatuba/SP) VOLUME 3A: ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ABRIL/2011 REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES – DNIT SUPERINTENDENCIA REGIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES DA RODOVIA BR-101/SPRIO/SANTOS Rodovia: BR-101/SP – Rio/Santos Trecho: Divisa RJ/SP – Divisa SP/PR Subtrecho: Divisa RJ/SP (km 0,0) – Ubatuba/SP (km 53,6) Segmento: km 0,0 ao km 41,5 Extensão: 41,5 km Código PNV: 101BSP3450 / Divisa RJ/SP – 101BSP3480 / Praia Grande (Ubatuba/SP) Lote: Único Supervisão e Coordenação Geral de Desenvolvimento e Projetos/DPP/DNIT Fiscalização: Superintendência Regional no Estado de São Paulo Contrato: 08.1.0.00.00125/2010 Processo: 50608.000858/2008-79 Edital: 0113/2009-08 VOLUME 3A: ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉNCNICOS ABRIL/2011 Sumário 1. APRESENTAÇÃO ...........................................................................................................................4 2. ESTUDOS GEOLÓGICOS ........................................................................................................... 10 2.1. 3. Províncias geológicas ....................................................................................................... 10 2.1.1. Formação Ubatuba ............................................................................................. 13 2.1.2. Formação Paraty ................................................................................................ 14 2.1.3. Formação Parati-Mirim ....................................................................................... 14 2.1.4. Complexo Rio Negro .......................................................................................... 14 2.1.5. Formação Pico do Papagaio .............................................................................. 14 2.1.6. Estruturas tectônicas e deformações dúcteis .................................................... 14 ESTUDOS GEOTÉCNICOS ......................................................................................................... 19 3.1. 3.2. Aspectos geotécnicos relevantes no trecho ..................................................................... 19 3.1.1. Solos residuais e coluviais ................................................................................. 19 3.1.2. Influência das estruturas reliquiares................................................................... 20 3.1.3. Produto do intemperismo e pedogênese ........................................................... 21 3.1.4. Anisotropia e perda de sucção ........................................................................... 22 3.1.5. Escorregamentos recorrentes ............................................................................ 23 Avaliações geológicas e geotécnicas específicas ............................................................ 23 3.2.1. Ponto 1 ............................................................................................................... 24 3.2.2. Ponto 2 ............................................................................................................... 28 3.2.3. Ponto 3 ............................................................................................................... 29 3.2.4. Ponto 4 ............................................................................................................... 32 3.2.5. Ponto 5 ............................................................................................................... 36 3.2.6. Ponto 6 ............................................................................................................... 39 3.2.7. Ponto 8 ............................................................................................................... 42 3.2.8. Ponto 9 ............................................................................................................... 49 3.2.9. Ponto 10 ............................................................................................................. 51 VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 1 3.3. 3.4. Estudos Geotécnicos Complementares ........................................................................... 56 3.3.1. Ponto 1 ............................................................................................................... 58 3.3.2. Ponto 5 ............................................................................................................... 60 3.3.3. Ponto 8 ............................................................................................................... 63 3.3.4. Ponto 10 ............................................................................................................. 66 Referências Bibliográficas ................................................................................................ 70 4. FISCALIZAÇÃO ............................................................................................................................ 71 5. TERMO DE ENCERRAMENTO ................................................................................................... 72 VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 2 APRESENTAÇÃO VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 3 1. APRESENTAÇÃO Este volume 3A contempla os Estudos Geológicos e Geotécnicos do Projeto Executivo de Engenharia para estabilização de taludes em 10 acidentes geotécnicos na rodovia BR-101/SP, trecho Divisa RJ/SP – Divisa SP/PR, referente ao Processo nº 50608.000858/2008-79. O termo de referência do edital deste projeto apresenta a seguinte divisão para o relatório final: Volume 1 – Relatório de Projeto e Documentos para concorrência; Volume 2 – Projeto de Execução; Volume 3 – Memória Justificativa; Volume 3A – Estudos Geotécnicos; Volume 3B – Notas de Serviço e Cálculo de Volumes; 3C – Relatório de Avaliação Ambiental – RAA; Volume 4 – Orçamento e Plano de Execução da Obra. Por julgamento em acordo com a fiscalização na Superintendência Regional no Estado de São Paulo (SRESP) as discriminações dos volumes 3A e 3B, em tempo, foram modificadas para que se melhor enquadrem na realidade dos projetos de estabilização de encostas e no âmbito destes projetos. Sendo assim, o conjunto de documentos do referido Relatório Final do Projeto é o seguinte: • Volume 1 – Relatório de Projeto e Documentos para Concorrência • Volume 2 – Projeto de Execução • Volume 3 – Memória Justificativa • Volume 3A – Estudos Geológicos e Geotécnicos • Volume 3B – Memória de Cálculo das Estruturas • Volume 3C – Relatório de Avaliação Ambiental – RAA • Volume 4 – Orçamento e Plano de Execução da Obra Cabe ainda salientar que o relatório do Ponto 7 do km 27+300, constante neste contrato, a pedido da Superintendência no Estado de São Paulo, foi apresentado separadamente do restante dos pontos de instabilidade descritos no Termo de Referência do Processo nº 50608.000858/2008-79 devido a necessidade emergencial da obra. A Tabela 1.1 mostra a descrição e os problemas de todos locais apresentados no edital de licitação e em contrato já com as devidas correções de descrição e localização que foram apresentadas a partir do RA-01 (Relatório de Andamento) e avalizadas pela fiscalização. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 4 Tabela 1.1 – Descrição e identificação dos pontos que são objeto de projeto de estabilização deste relatório, conforme contrato. Ponto Localização (km) DESCRIÇÃO DO PROBLEMA 01 0+600 E 02 1+100 D/E 03 4+700 E Erosão de Corte (80 metros). 04 5+600 E Erosão de Aterro (50 metros). 05 18+000 E/D 06 21+500 E Escorregamento de talude de corte. 08 31+100 E Abatimento de aterro c/trincas (cortina – 120 metros). 09 32+900 E Afundamento de pista/linha de bueiro. 10 33+800 E Abatimento de aterro c/trincas (100 metros). Ltda. Abatimento de Aterro com trincas (90 metros). Erosão de Aterro (20 metros), apenas avaliação. Deslocamento de muro com levantamento da pista. Os estudos foram desenvolvidos pela Azambuja Engenharia e Geotecnia Os principais elementos e datas de referência do referido contrato são os seguintes: • Circunscrição: SRESP • Contrato nº: 08.1.0.00.00125/2010 • Data da Assinatura: 02/02/2010 • Data da publicação no DOU: 25/02/2010 • Objeto do contrato: Projeto Executivo de Engenharia para estabilização de taludes em 10 acidentes geotécnicos na rodovia BR-101/SP, trecho Divisa RJ/SP – Divisa SP/PR. • Prazo de execução: 180 dias • Data de ordem do início do serviço: 01/03/2010 • Data de paralisação: 01/04/2010 • Data de ordem de reinício: 31/08/2010 • Data da licitação: 12/03/2009 • Coordenador do projeto: Eduardo Azambuja CREA\RS: 79032-D VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 5 • Período abrangência do relatório: 30 dias Porto Alegre, abril de 2011. Eng. Eduardo Azambuja Coordenador Geral CREA\RS: 79032-D Azambuja Engenharia e Geotecnia VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 6 MAPA DE SITUAÇÃO VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 7 VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 8 ESTUDOS GEOLÓGICOS VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 9 2. ESTUDOS GEOLÓGICOS 2.1. Províncias geológicas O território do Estado de São Paulo pode ser dividido em cinco grandes regiões ou províncias geológicas, conforme aparece no Esboço da Figura 2.1: Planalto Ocidental, Cuestas Basálticas, Depressão Periférica, Planalto Atlântico e Província Costeira. As províncias geológicas são ambientes onde há predominância de uma determinada característica geomorfológica e os afloramentos predominantes de determinadas formações rochosas. As feições subordinadas do relevo constituem-se nas “Unidades Litoestratigráficas”. A Rodovia BR/101 no litoral norte do Estado de São Paulo percorre sobretudo a Província Costeira. A Província Costeira corresponde à área drenada diretamente para o mar e se constitui basicamente na Serrania Costeira onde se destacam as escarpas da Serra do Mar e na Baixada Litorânea com suas planícies separadas por esporões da serra e ponteadas por pequenas elevações que variam de colinas a morros. Já que o trecho rodoviário, onde se inserem os problemas de encosta que são o mérito deste trabalho, está relacionado apenas com essa província, a abordagem da Geologia Regional estará focada nas Unidades Litoestratigráficas que habitam essa região. Figura 2.1 – Esboço das províncias geológicas de São Paulo (adaptada de Carvalho et al, 1991). VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 10 Os problemas de encosta da Rodovia Rio-Santos (Rodovia Governador Mario Covas), em senso lato, estão relacionados com os relevos mais íngremes e estes, por sua vez, são constituídos por Unidades Litoestratigráficas do Proterozóico (ou Pré-Cambrianas). A unificação desse embasamento cristalino (que foi apresentado por Fúlfaro e Bjomberg, 1993) é mais útil para abordar a geologia da região. Cabe destacar que essa classificação proposta pelos autores é mais simplificada do que as propostas por Hasui et al (1994) e serve melhor aos propósitos da Geologia de Engenharia de Encostas. O arranjo das Unidades Litoestratigráficas do Proterozóico é ilustrado na Figura 2.2. O trecho da rodovia BR/101 em questão percorre a unidade litoestratigráfica do Complexo Costeiro. Além dessa unidade, são observados sedimentos recentes associados aos depósitos gravitacionais, fluviais e marinhos. As questões relevantes sobre a petrologia e aspectos geológico-geotécnicos desses ambientes são a seguir discutidos. Figura 2.2 – Unidades Litoestratigráficas do Embasamento Proterozóico (adaptado de IPT,1981). VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 11 Complexo Costeiro O Domínio Costeiro é composto por rochas metamórficas de alto grau (gnaisses, migmatitos) e expressivos volumes de rochas graníticas, em boa parte intensamente deformadas. O caráter foliado desses granitos e a falta de estudos de maior detalhe fazem que, em áreas expressivas do Domínio Costeiro elas não se encontrem ainda discriminadas em mapa das suas rochas encaixantes. De qualquer forma, reconhece-se uma grande diversidade de associações de rochas graníticas, das quais as mais importantes são: • Granitóides porfiríticos metaluminosos (com hornblenda e biotita como máficos principais), de afinidades cálcioalcalinas, geralmente transformados em ortognaisses, e formando corpos extensos, mas ainda não delimitados em mapas regionais; • Granitos peraluminosos (biotita granitos porfiríticos, biotita-muscovita granitos e granada-turmalina leucogranitos), em diversas ocorrências menores associadas a migmatitos na orla costeira (regiões de São Sebastião e Guarujá); • Os charnockitos e rochas associadas (mangeritos, hornblenda-granitos róseos), que constituem um extenso batólito (“charnockito de Ubatuba”) e ocorrências menores de granitos gnáissicos róseos, todos com afinidades com granitos de tipo A; corpos menores de granitos róseos isótropos, intrusivos nos ortognaisses. As rochas deste complexo se distribuem por toda a faixa costeira do Estado sendo os seus afloramentos interrompidos por coberturas dos sedimentos cenozóicos. Constituem-se dominantemente de migmatitos, gnaisses, granitóides, granulitos e xistos com metamorfismo variando de fácies granulito a anfibolito, tendo sofrido, migmatização e granitização, em diversos graus. As datações disponíveis para o Estado de São Paulo são na maioria brasilianas (1.000Ma a 500Ma.), segundo Hasui & Oliveira (1984). Na região de influência do trecho (embora não relacionadas diretamente com o corpo estradal) aparecem suítes graníticas pós-tectônicas (tardiorogênica). Estas são compostas por corpos graníticos epizonais, de natureza intrusiva e discordante, com o desenvolvimento de auréolas termometarmórficas, associadas a freqüentes veios de diques aplíticos e micrograníticos. Em linhas gerais, pode-se agrupar as ocorrências litológicas através de um mapa simplificado que é apresentado na Figura 2.3. As formações rochosas ali descritas não têm como objetivo uma proposta de classificação, mas orientar o entendimento do arcabouço geológico e geomorfológico para cada uma das encostas tratadas neste projeto. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 12 Figura 2.3 – Mapa geológico simplificado do trecho 2.1.1. Formação Ubatuba A formação Ubatuba é uma associação de granitos charnockitóides típicos do Neoproterozóico superior. Charnockitóide um termo aplicado para o hiperstênio granito (ou granitóides com presença de piroxênios). Os charnockitos são rochas muitas vezes de granulação grosseira e com feldspatos escuros. Ocorrem como corpos de dimensões variadas, desde decimétricas até quilométricas, podendo mostrar contatos desde intrusivos até transicionais, anatéxicos ou migmáticos, com as encaixantes geralmente granulíticas nos terrenos granulíticos a migmatíticos. No trecho, os afloramentos mais marcantes de charnockitóides correspondem ao “granito verde Ubatuba”, geralmente como infiltrações de espessuras moderadas em meio a um paragnaisse. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 13 2.1.2. Formação Paraty São granitóides calcialcalinos mais jovens do que a formação Ubatuba. No trecho, os afloramentos se encontram em região fortemente perturbada pelas falhas de transcorrência dextrais. Também ocorrem associados aos gnaisses e migmatitos típicos da região. 2.1.3. Formação Parati-Mirim São afloramentos de granitóides peraluminosos semelhantes às intrusões da Suíte Serra das Araras, também são atrelados à transcorrência dextral próxima à divisa com o Rio de Janeiro. 2.1.4. Complexo Rio Negro As rochas são bastante heterogêneas, com ortognaisses predominantemente tonalíticos, com metaquartzodiorito, metagabros, anfibolitos, ganisses granulíticos, todas as ocorrências relacionadas com o neoproterozóico inferior (entre 630 e 790Ma). 2.1.5. Formação Pico do Papagaio Tratam-se de granitóides foliados calcialcalinos com as seguintes associações: biotita-hornblenda-gnaisse com textura facoidal; biotita-gnaisse; biotitagranito de textura porfirítica, todos com fácies entre granada e biotita. 2.1.6. Estruturas tectônicas e deformações dúcteis Hasui & Oliveira (1984) sintetizaram a organização e evolução geotectônica do Estado de São Paulo. Os eventos (ciclos) tectônicos Jequié (> 3.300 a 2.500 Ma.), Transamazônico (2.500 a 1.800 Ma.), Uruaçuano (1.800 a 1.000 Ma.) e Brasiliano (1.000 a 450 Ma.) se superpuseram em um padrão de desenvolvimento policíclico. No Proterozóico Superior o evento Brasiliano é precedido pela deposição dos sedimentos detríticos e químicos dos grupos São Roque e Açungui, com intrusivas máficas e ultramáficas e vulcânicas félsicas e máficas associadas. O evento Brasiliano estende-se até o Eopaleozóico (Cambro-Ordoviciano), iniciando-se com dobramentos precoces do Grupo Açungui e seu metamorfismo regional e migmatização parcial. Segue-se dobramento e metamorfísmo regional do Grupo São Roque e formação de granitóides sintectônicos (batólitos). Associados a essa etapa, encontram-se, além da deformação, migmatização, retrometamorfismo e VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 14 rejuvenescimento isotópico das unidades mais velhas. No limite superior do Proterozóico ocorrem falhamentos transcorrentes com a formação das faixas de cisalhamento (grandes falhas regionais) e falhamentos de empurrão na região leste. Dobras antigas e falhas recentes são os principais componentes estruturais das rochas no trecho. São essas estruturas que influenciam sobremaneira o perfil geotécnico dos solos resultantes das rochas, não só como facilitadores de processos de intemperismo, mas também como condicionantes geomorfológicos. O Mapa estrutural da região de estudo é ilustrado nas Figura 2.4 e Figura 2.5, onde se destaca a intensa foliação entrecortadas por falhas de caráter regional. Os taludes de corte viário ou as encostas naturais no trecho entre Ubatuba e Paraty são notavelmente influenciados pelas deformações dúcteis e rúpteis, portanto condicionados pela tectônica. Na Figura 2.4 aparecem os falhamentos que são paralelos às principais deformações transcorrentes da região e que se prolongam até a Falha de cisalhamento de Cubatão. Já na Figura 2.5, aparecem os lineamentos com direções discordantes das falhas de transcorrência. Figura 2.4 – Mapa Estrutural indicando os principais lineamentos tectônicos da Família F1. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 15 Figura 2.5 – Mapa Estrutural indicando os principais lineamentos tectônicos das Famílias Secundárias. Os resultados das avaliações das orientações desses lineamentos são apresentados a seguir na Tabela 2.1. Tabela 2.1 – Orientação dos lineamenros tectônicos identificados pela imagem de satélite na área de influência do trecho. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 16 Como média do trecho, podemos resumir uma tendência para as deformações de natureza frágil na área e que pode ser assim apresentada: • Família F1 – são falhas associadas preponderantemente às zonas de cisalhamento transcorrente e marcam lineamentos muito extensos e paralelos à orla, com orientação de 45°; • Famílias F2 e F3 – são lineamentos que parecem estar associados às foliações das rochas metamórficas mais antigas e condicionam com freqüência o relevo, com orientação de 168° e 153°, respectivamente. • Famílias F4 e F5 – são lineamentos que se distribuem em toda a região e são acessórios no condicionamento do relevo, com orientação de 123° e 97°, respectivamente. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 17 ESTUDOS GEOTÉCNICOS VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 18 3. ESTUDOS GEOTÉCNICOS 3.1. Aspectos geotécnicos relevantes no trecho 3.1.1. Solos residuais e coluviais Como nas rochas metamórficas os solos costumam ser espessos a maioria dos problemas de encosta na região está diretamente relacionada com solos saprolíticos ou saprólitos. Embora exista uma tendência de se considerar saprólitos como rocha alterada e não como solo, no âmbito desta proposta esses materiais serão agrupados como “solos residuais”. Nas rochas de textura granular como granitóides e ortognaisses, os solos residuais são predominantemente arenosos, podendo apresentar perfis de solo com espessuras pequenas até mais de dez metros, sendo mais espesso conforme a maior influência da tectônica e do grau de metamorfismo na rocha, sendo comum a ocorrência de matacões imersos. Nas rochas com estrutura xistosa como os paragnaisses bandeados (estromatíticos), xistos migmatizados e assemelhados, os solos são predominantemente argilo-siltosos ou silto-argilosos, em geral com grandes espessuras (são conhecidos casos com mais de 50 metros) e apresentando a foliação bem preservada. As diferenças dos perfis de solos residuais nas encostas dessas duas características litoestratigráficas são ilustradas na Erro! Fonte de referência não encontrada.. As características mecânicas dos solos residuais de rochas metamórficas dessa região foram sistematizadas por Souza Pinto et al (1993) em um conjunto de ensaios de laboratório em cerca de 40 amostras, cujos resultados são sistematizados na Erro! Fonte de referência não encontrada.. Porém cabe destacar que esses estudos estatísticos devem ser empregados com cautela porque as propriedades dos solos residuais de rochas metamórficas possuem uma heterogeneidade muito grande e são fortemente condicionados pela estrutura e composição mineralógica da rocha-mãe. Os corpos de tálus ocorrem comumente nessas regiões acidentadas dos Complexos Costeiros e Planalto Atlântico, desde o sopé até as partes médias das vertentes. Geralmente tálus e colúvios aparecem intercalados com depósitos de leques aluviais e podem exibir artesianismo quando soterram falhas de recarga regional. Colúvios no trecho costumam manifestar rastejo por escoamento. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 19 (A) (B) Figura 3.1 – Comparação dos perfis dos solos residuais nas encostas: (A) de rochas com fácies granulíticas; (B) de rochas com fácies xistosas (adaptado de Carvalho, 1991). A tabela abaixo resume as propriedades mecânicas dos solos residuais existentes na região. Tabela 3.1 – Síntese dos resultados de propriedades mecânicas dos solos residuais (extraído de Souza Pinto, et al, 1993). Rocha parental LL(%) IP(%) Argila e kv(m/s) kh(m/s) c(kPa) Micaxisto 43 18 15% 0,79 2,0E-5 1,1E-6 20 40 30 31 - - 14.300 48 22 28% 1,21 5,7E-5 3,9E-6 14 30 - - 6.740 NP NP 7% - - - 0 32 - - - 46 19 20% 1,09 1,1E-6 2,6E-6 18 28 10 16 10.000 NP NP 13% 0,9 - - 32 19 22 30 31 26 10 19 - 67 32 50% 1,59 6,4E-6 2,9E-5 - - 14.570 10 33 Gnaisse Xistoso Gnaisse Granulítico Migmatito Xistoso Migmatito Granulítico Metabasito φ° cr(kPa) φr° D(kPa) 3.1.2. Influência das estruturas reliquiares A Estrutura Reliquiar ou também denominada de Estrutura Residual está relacionada com os solos residuais cujo comportamento mecânico é comando pela estrutura da rocha parental (rocha–mãe). A tectônica rúptil possui influência marcante na estrutura reliquiar de todos os tipos de solos residuais. No caso de rochas metamórficas, a xistosidade promove estruturas reliquiares tão importantes quanto àquelas devidas às falhas ou fraturas. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 20 A Estrutura Xistosa é própria das rochas metamórficas e é caracterizada pela orientação mais ou menos paralela dos seus minerais, especialmente aqueles de hábito lamelar (como as micas, cloritas e sericitas) e prismático (anfibólios e piroxênios). Tal disposição orientada define um plano de descontinuidade que facilita a divisibilidade ou foliação da rocha segundo planos paralelos ou subparalelos. A influência das estruturas reliquiares nos problemas de instabilidades de taludes de corte e nas encostas naturais na BR/101 no norte do Estado de São Paulo é notável, conforme será discutido neste capítulo. Uma representação esquemática dessas ocorrências consta na Erro! Fonte de referência não encontrada.. Também é importante destacar que nas proximidades da divisa com Paraty, a rodovia percorre uma região que é fortemente influenciada pelos grandes falhamentos regionais (cisalhamento transcorrente) onde o metamorfismo cataclástico produz milonitos. Figura 3.2 – Instabilidades típicas que são condicionadas por estruturas de descontinuidades: (A) erosões e escorregamento em cunhas, (B) escorregamentos planares segundo xistosidade mergulhante ou junta de alívio (adaptado de Carvalho, 1991). 3.1.3. Produto do intemperismo e pedogênese Gnaisses xistosos de estrutura bandeada (estromatítica) ou migmatizados geram produtos de intemperismo muito heterogêneos. A razão dessa heterogeneidade está nessa alternância de camadas de minerais diferentes na rocha parental, uma vez que o intemperismo terá velocidade diferente nas camadas e gerando também produtos distintos. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 21 Os neossomas granulíticos (ou bandas claras da rocha) são ricos em feldspato potássico e quartzo, o que torna seu intemperismo mais lento. O produto são solos com argilo-minerais mais estáveis como as ilitas e caulinitas, além de possuírem areia com granulometria mais grosseira. Os paleossomas xistosos micáceos ou anfibolíticos (bandas escuras da rocha) são ricos em minerais ferro-magnesianos e feldspatos calco-sódicos, o que torna seu intemperismo mais rápido. O produto são solos siltosos ou argilosos, com pouca ou nenhuma areia e com argilominerais de comportamento expansivos do grupo das esmectitas (nontronitas, cloritas, montmorilonitas, serpentinas, etc). O solo residual de gnaisses, xistos e suas variações (gnaisses xistosos, migmatitos, etc) é caracterizado pela alternância de camadas com propriedades diferentes. Isso porque as bandas mais claras da rocha primitiva exibem solos mais resistentes ou até pouco alterados, enquanto que as bandas mais escuras exibem solos muito sensíveis à umidade, muitas vezes devido à presença de argilominerais expansivos. Outros aspectos devem ser considerados nos solos de alteração de rochas metamórficas: o hidrotermalismo e a iluviação de argilas. O primeiro fenômeno é causador de intemperismos mais acelerados em regiões de fluxo ascendente de vapor, da mesma forma que pode ser promotor de veios de quartzo muito resistentes que são freqüentes na área. Já o segundo fenômeno permite que argilominerais gerados nos horizontes superiores sejam conduzidos para porções inferiores, preenchendo fraturas preexistentes e reduzindo a resistência dessas juntas. 3.1.4. Anisotropia e perda de sucção Outro aspecto relevante que por vezes condiciona os movimentos, especialmente os planares, são a perda de sucção por saturação e a concordância do movimento com as foliações reliquiares. A Erro! Fonte de referência não encontrada. mostra essas variações registradas em dois taludes de solo residual de gnaisse migmatizado, nos quais foram realizados ensaios de cisalhamento direto, variando-se a orientação e a saturação. A variação da sucção, que é determinada pela relação entre a coesão inundada e a coesão na umidade natural, pode se apresentar com valores da ordem de 30%. A anisotropia da resistência ao cisalhamento, medida como a resistência ao cisalhamento paralelo e ortogonal às foliações, mostrou-se maior na coesão do que no ângulo de atrito interno. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 22 Tabela 3.2 – Perda de sucção e anisotropia identificada em ensaios de laboratório realizados com amostras de solos saprolíticos de gnaisses. Ensaio Perpendicular à Foliação (Umidade Natural) Perpendicular à Foliação (Inundado) Paralelo à Foliação (Umidade Natural) Paralelo à Foliação (Inundado) Perda de sucção Anisotropia Caso 1 c (kPa) 43 14 30 4 23% 49% φ (°) 33 31 33 30 98% Caso 2 c (kPa) φ (°) 39 33 26 30 34 32 10 29 48% 63% 97% 3.1.5. Escorregamentos recorrentes Os principais problemas nos taludes e encostas naturais no ambiente geológico-geotécnico descrito são os seguintes: Degradação e estufamento de taludes de corte onde estão presentes saprólitos com argilominerais expansivos, em decorrência de ciclos de saturação e secagem; Erosão em sulcos ou diferenciada em função da heterogeneidade do material e da textura siltosa dos solos resultantes, na grande maioria dos casos condicionada por estruturas reliquiares de fraturas ou falhas; Escorregamento de solo residual pouco espesso sobre rocha (escorregamento planar) em regiões de manifestação de rochas granitognáissicas; Escorregamento de grandes massas ou cunhas de solo ou de saprólito de rochas com estrutura xistosa migmatizadas ou milonitizadas, fortemente condicionadas por atitudes desfavoráveis das estruturas reliquiares; Escorregamento de massas coluviais cujo pé foi removido por escavações ou por erosão; Queda de blocos de rocha ou de litólitos de rochas granito-gnáissicas em cortes rochosos onde as descontinuidades apresentam-se com atitude desfavorável. É importante salientar que os processos de degradação e de erosão geralmente alteram a geometria do terreno natural ou dos taludes viários. Essa alteração prepara o terreno para escorregamentos planares, em cunhas. As erosões e as rupturas planares ou em cunha, por sua vez, preparam o terreno para escorregamentos maiores que podem ser retrogressivos. 3.2. Avaliações geológicas e geotécnicas específicas À luz das características regionais, é possível avaliar os aspectos geológicos, estruturais e geotécnicos em cada um dos casos. Para cada um dos pontos onde serão investigadas as instabilidades, apresentam-se: uma discussão das VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 23 características gerais do mecanismo de instabilidade, uma avaliação estrutural “lato e stricto sensu” e os condicionantes geotécnicos. Como essas informações são importantes apenas nos locais onde existem movimentos de massa, identificados em vistoria, não foram realizadas avaliações nos pontos 7 e 9, porque tratam especificamente de correções de erosão das estruturas de deságüe ou de condução das drenagens. 3.2.1. Ponto 1 a) Descrição do fenômeno de instabilidade Trata-se de um problema de estabilidade de aterro muito discreto que atualmente não é percebido devido ao rejuvenescimento recente da pavimentação, mas que em vistorias pregressas se manifestava de forma mais notável, conforme ilustra a Figura 3.3. Figura 3.3 – Vista do abatimento do aterro no Km 0+600. À esquerda as trincas no pavimento em 2009 e à direita observa-se que o principal abatimento na pista corresponde a posição do rápido mais extenso do aterro. As deformações parecem muito lentas para serem causadas por movimento de massa. Existe uma importante vegetação no pé do talude, embora de regeneração. Observa-se também uma quantidade expressiva de blocos e matacões de pequeno porte no aterro, sugerindo que um material pétreo não classificado tenha sido usado na construção do aterro. Destaca-se que problemas de abatimento de aterros com aproveitamento não selecionado dos materiais de corte são freqüentes quando empregados em meia encosta, como é o caso. Isto porque podem ocorrer fluxos d’água do terreno para fora dos taludes, seja por contribuição freática, seja por infiltração pluvial. Como os materiais não classificados não atendem quesitos de filtração (transição granulométrica), então a fuga de finos do aterro pode ocorrer ao longo do tempo. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 24 De fato, no segmento em questão, existe a lixiviação dos finos do enrocamento em todas as saídas de drenagem no pé do talude. Também existe uma área expressiva de infiltração pluvial à montante (lado direito da rodovia) que percola pelo aterro viário, contribuindo para a evolução do processo. Embora existam evidências fortes de que o problema de trincamento na pista decorra de erosão interna da saia do aterro, causada pela característica do aterro e a desorganização da drenagem, também é fato que o problema não é de fácil solução. Figura 3.4 – Vista dos rápidos de deságüe da drenagem do aterro no Km 0+600. À direita observa-se um dos rápidos e a vegetação expressiva no pé do talude. À esquerda, a descida de outro rápido mistrando o aterro de solo e enrocamento lixiviado junto à descarga. b) Avaliação geoestrutural A estrada encontra-se com azimute de 61,48° graus na região da contenção. A encosta mostra-se branda, possivelmente porque a região, como um todo, mostrase bastante afetada pelo cisalhamento transcorrente e que no ponto aparece com orientação semelhante à média da Família F1. As foliações, bem como as principais drenagens do local se relacionam com a família F4, conforme ilustra a Figura 3.5. Neste local, a geologia deixa de ser específica da Formação Ubatuba, como na maioria dos pontos, para se enquadrar em rochas do Complexo Rio Negro. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 25 Figura 3.5 – Lineamentos regionais que interferem na morfologia da encosta: a família de falhas F1 encontra-se pontilhada porque se distingue da média na região; a Família F4 parece condicionar a drenagem na Castata da Escada no lado esquerdo da imagem de satélite. Figura 3.6 – Vista do problema em 2001, onde não são evidenciados problemas de estabilidade aparentes, reforçando a tese de abatimento do aterro por fuga de finos. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 26 c) Aspectos geotécnicos O aterro de enrocamento original da estrada oferece, apesar da sua contaminação com solos argilosos, propriedades favoráveis de resistência ao cisalhamento. Para esses materiais, esperam-se valores elevados de ângulo de atrito interno. Todavia, o substrato desse aterro deve compreender solos residuais e coluviais típicos da encosta. Figura 3.7 – Esquema básico do talude de aterro misto no Ponto 1: deformações associadas à fuga de finos pelo enrocamento. Pela experiência regional, admitem-se em um primeiro momento os seguintes valores de partida apresentados na Tabela 3.3. Tabela 3.3 – Estimativa de propriedades mecânicas dos solos envolvidos no ponto 1. Material Enrocamento Aterro argiloso Solo residual VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS γ (kN/m3) 19,0 21,0 18,0 φ° 45 30 29 c(kPa) 1,0 6,0 12,0 ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 27 3.2.2. Ponto 2 a) Descrição do fenômeno de instabilidade Durante vistoria técnica, constatou-se que o Ponto 02 estava atrelado a antigos problemas de drenagem superficial no pavimento que provocaram erosões no Aterro Rodoviário em uma extensão menor que 20 metros. Este antigo problema de erosão foi corrigido por ações de manutenção e conservação viária conduzida pelo próprio DNIT (ver Figura 3.8). Atualmente o aterro rodoviário encontra-se estável, sem alguma evidência de problemas geotécnicos. Também, o trecho apresenta boa distribuição da drenagem o os dispositivos não necessitam, atualmente, de restauração. Figura 3.8 – Vista da manutenção do pavimento no Km 1+100 no lado doaterro rodoviário com pista dupla no sentido Ubatuba/Paraty. Para este ponto, portanto, não é necessária a elaboração de um projeto formal de estabilização, prescindindo, portanto de: ensaios, levantamentos topográficos e análises complexas, pois não apresenta evidências para isso. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 28 3.2.3. Ponto 3 a) Descrição do fenômeno de instabilidade Trata-se de um problema de estabilidade de talude de corte por degradação superficial que vêm se agravando recentemente. Essa degradação está provocando o fluxo de lamas e solos para o sistema de drenagem, galgando para a pista durante as precipitações, mesmo que moderadas. Embora o problema não esteja relacionado com movimentos de massas volumosos, a intervenção se justifica pela interferência das erosões sobre o comportamento das drenagens da pista, o que repercute na segurança do tráfego. Figura 3.9 – Vista das rupturas superficiais no ponto 3 durante período de chuva, mostrando o escoamento da água e lama para a pista. Figura 3.10 – Montagem fotográfica panorâmica da extensão da erosão no ponto 3: destacam-se matacões ocasionais no pé e no corpo do talude. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 29 b) Avaliação geoestrutural A estrada encontra-se com azimute de 114,06° graus na região da contenção. Os lineamentos que condicionam o relevo poço parecem se relacionar com o problema de degradação da encosta e reforçam a tese de que se tratam de mecanismos de degradação superficial. As rochas pertencem ao Complexo Rio Negro e possivelmente o grau de alteração dos materiais na encosta devem-se em parte às influências da zona de cisalhamento transcorrente que se alinha com a estrada nesse trecho, como mostra a orientação da Família F1 na imagem de satélite apresentada na Figura 3.11. Figura 3.11 – Lineamentos tectônicos no Ponto 3: não existe relação aparente entre as estrfuturas principais e os fenômenos de degradação do talude. c) Aspectos geotécnicos O fenômeno de degradação da encosta pode ser correlacionado com um escorregamento planar de pequena espessura. Avaliando-se as condições de campo é observado que a espessura dos materiais escorregados não são superiores a 50cm. Utilizando-se a expressão do equilíbrio local, tem-se: Onde o valor de ru deve variar de 0,2 a 0,0, dependendo da direção do fluxo freático. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 30 Assumindo que a coesão deve ser bastante reduzida durante os períodos de maior pluviosidade, podemos realizar uma retroanálise para avaliar a magnitude do ângulo de atrito interno: VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 31 3.2.4. Ponto 4 a) Descrição do fenômeno de instabilidade O problema consiste em uma encosta de jusante ao corpo estradal onde existe uma declividade expressiva do talude, além de sobrecargas na crista devido ao acúmulo de bota-fora. Figura 3.12 – Seção transversal esquemática do problema do ponto 4. O problema de erosão não ocorre exclusivamente no local solicitado, mas nas imediações também. Em ambos, as erosões não foram causadas apenas pelo escoamento d’água, mas sobretudo pelo escorregamento de solos à montante que galgaram a estrada e percorreram o relevo declivoso até a linha de praia, conforme ilustra a imagem de satélite da Figura 3.14. Cabe destacar que o escorregamento mais recente no local resultou na necessidade de construção de uma contenção em gabiões no pé do talude de montante da rodovia, obra que se encontra em bom estado de conservação, conforme ilustra a Figura 3.13. A imagem de satélite mostra a cicatriz em maio de 2003 já com parte da vegetação regenerada. Atualmente essa vegetação encontra-se mais vultosa, denotando que o talude parece estar com estabilidade, pelo menos quanto aos processos erosivos superficiais nos últimos 10 anos. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 32 Figura 3.13 – Vista da cicatriz do escorregamento pregresso à montante do ponto em estudo e onde foi construído um muro de gabiões para controle de fluxo de solos superficiais para a pista. Figura 3.14 – Ilustração dos dois escorregamentos antigos identificados no Ponto 4: o escorregamento 2 em laranja é mais antigo e o escorregamento 1 em amarelo foi o responsável pela erosão causadora do talude íngreme no lado esquerdo da pista. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 33 b) Avaliação geoestrutural As rupturas pregressas na área estão condicionadas lateralmente pelas foliações que são coincidentes com a família de falhas F3. Entretanto, a fragilidade das encostas, possivelmente muito intemperizada em decorrência das alterações típicas que as rochas sofrem pela presença da zona de cisalhamento transcorrente que perpassa nas vizinhanças do ponto 4, conforme ilustra a Figura 3.15. Essa conjunção de fatores deverá ser responsável por nos e semelhantes escorregamentos no futuro, mesmo que a cobertura vegetal não seja removida. Figura 3.15 – Lineamentos tectônicos no Ponto 4: a falha transcorrente regional parece ser a responsável pela degradações principais e os fenômenos de degradação do talude. c) Aspectos geotécnicos A cobertura vegetal existente sobre o talude declivoso está muito desenvolvida, de sorte que ações de reconformação ou contenções pelo pé da encosta seriam pouco defensáveis. A solução de estabilização pela crista da encosta seria mais aconselhável, preferencialmente empregando sistemas de contenção junto à crista, pois não movimentariam volumes de terra expressivos, nem alterariam a cobertura vegetal. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 34 Desta forma, a análise da estabilidade deve envolver dois materiais: o botafora que foi depositado junto à crista e o saprólito que constitui a encosta. As propriedades do bota-fora são conservadoramente adotadas em função da experiência pessoal, enquanto que os saprólitos podem ter suas propriedades estimadas a partir da retroanálise do talude atual. Como é peculiar aos projetos que partem de retroanálise, a segurança da encosta deverá ser ampliada em 30%, considerando as ações de forma conservadora (sobrecarga de veículos e condições de poro-pressão). As propriedades dos materiais são então apresentadas na Tabela 3.4 a seguir. Tabela 3.4 – Estimativa de propriedades mecânicas dos solos envolvidos no ponto 1. Material Bota-fora Aterro estradal Saprólito VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS γ (kN/m3) 20,0 20,0 20,0 φ° 25 32 29 c(kPa) 5,0 2,0 10 ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 35 3.2.5. Ponto 5 a) Descrição do fenômeno de instabilidade Trata-se de um problema típico de rastejo de depósito gravitacional de encosta, comum e recorrente na região da Serra do Mar, especialmente nas províncias de rochas metamórficas. O rastejo vem movimentando lentamente um muro de contenção em concreto, além de modificar o greide. O movimento do colúvio pode estar associado a um artesianismo surgente possivelmente por descontinuidades (falhas ou disjunções) que estão soterradas e também está abastecido regionalmente pelas falhas à montante. A contenção é de concreto-massa e existem duas linhas de barbacãs (espaçados a cada 2 metros) pouco operacionais. Em uma intervenção posterior à construção, presumivelmente de reforço, foram implantados drenos sub-horizontais em profundidade (DHP’s) espaçados de 10 metros, muitos com carga permanente e excessiva. Figura 3.16 – Vista do muro de concreto deformado pelo rastejo de colúvio à esquerda. No muro existem DHP’s com boa vazão, denotando que existe muita água acumulada sob o tálus existente no Km 18+500. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 36 Figura 3.17 – Seção transversal típica para o movimento no muro de contenção no km18+500: rastejo de colúvio com risco de ruptura rotacional. b) Avaliação geoestrutural A estrada encontra-se com azimute de 94 graus na região da contenção. A encosta rochosa que foi a matriz dos colúvios, parece estar associada a uma compartimentação gerada pela família F5 e secundariamente pela família F1, enquanto as drenagens parecem se associar predominantemente com a família F4. A conjunção dos três sistemas pode ser responsável por artesianismo na base do colúvio. Figura 3.18 – Repercussão dos lineamentos regionais na morfologia da encosta do ponto 5: o cruzamento dos lineamentos na região do colúvio pode ser responsável pelo abastecimento de água na base do depósito. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 37 c) Aspectos geotécnicos A encosta vem se movimentando em virtude das escavações para implantação da estrada, mas aparentemente essas movimentações têm sido lentas, com intensificação em períodos de pluviosidade prolongada. A hidrogeologia, que é atrelada à tectônica, deve se comportar de forma tardia em relação às chuvas, razão pela qual as drenagens profundas vêm surtindo resultado, pelo menos parcialmente. A massa coluvial deve ser, em verdade, um sistema colúvio-alúvio, resultado de muitos depósitos gravitacionais mediados por depósitos de enxurrada. Com isso, é esperada uma substancial anisotropia com respeito à permeabilidade, sendo possível a formação de freáticos transientes suspensos. A cota da estrada sugere que a base desse depósito deve estar relativamente próxima dos sedimentos marinhos antigos ou do próprio embasamento. Pela declividade da encosta e natureza dos movimentos, pode-se inferir que na zona de rastejo (deformação viscosa) os parâmetros de resistência ao cisalhamento devem estar próximos aos valores residuais. Pela experiência regional, admite-se em um primeiro momento, os seguintes valores de partida: • • • • • • • Peso específico natural Peso específico saturado Ângulo de atrito interno Ângulo de atrito interno residual Coesão natural Coesão em condição de saturação Coesão residual VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS γn = 16,5 kN/m3 γsat = 20,0 kN/m3 φ = 22° φr = 11° cn = 10 kPa csat= 4 kPa cr = 0 ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 38 3.2.6. Ponto 6 a) Aspectos Geológicos Gerais A encosta deste local é formada por rochas granito-gnaissicas da Formação Ubatuba. Na maior extensão, são observados gnaisses bandeados com forte foliação, mas também afloram corpos menores de granitos gnáissicos róseos com afinidades com granitos de tipo A. As foliações verticais a subverticais revelam bandas escuras decimétricas, por vezes migrando para migmatitos. b) Descrição do fenômeno de instabilidade Trata-se de um talude de corte com terraceamento originalmente em bancadas, altura total variando de 15 a 70 metros e com extensão de quase 500 metros. Existem vários movimentos de blocos associados a processo erosivos. Esses movimentos são, na quase totalidade, comandados por estruturas reliquiares da rocha ou saprólito. Ou seja, são movimentos condicionados pelo fraturamento da rocha parental, eventualmente pelas suas foliações. Figura 3.19 - Vista do talude de corte com vários escorregamentos de blocos segundo estruturas reliquiares da rocha no km 21+500. A princípio, é um talude sensível à degradação, o que dificulta a fixação da vegetação. Destaca-se que em virtude da altura e das condições de topo, a solução de estabilização superficial se sobrepõe às alternativas de soluções por terracemento ou retaludamento. Não existem drenagens de transposição no local porque a encosta não possui um talvegue que concentre as drenagens. A coleção do escoamento superficial na VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 39 encosta é realizada por uma canaleta no pé que, por sua vez, está interrompida em alguns segmentos. Figura 3.20 – À esquerda, vista de escorregamento antigo e única concentração de escoamento superficial em toda a extensão da encosta; à direita, a obstrução da canaleta de drenagem no pé da encosta. c) Avaliação geoestrutural A estrada tem seu eixo com um azimute de 68°, aproximadamente. O local mostra várias cicatrizes de escorregamentos rasos, planares e encaixados, com dimensões regulares e que parecem estar associados à decomposição do saprólito, na porção mediana do talude, prioritariamente. Os escorregamentos são limitados lateralmente pela estrutura estromatítica do migmatito, fortemente bandeado subverticalmente. A base do escorregamento parece estar associada a fraturas de alívio que são mais visíveis na fácie granulítica da rocha. Do ponto de vista estrutural e segundo uma ótica mais abrangente da encosta, pode-se dizer que as foliações estão relacionadas à Família de Lineamentos F3. O condicionamento do relevo parece estar associado à conjunção dos lineamentos F1 e F5, sendo que disjunções muito antigas e com alteração hidrotermal, veios de quartzo e outras semelhantes concordam com tais orientações nas encostas. A Figura 3.21 ilustra essa condição geral. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 40 Figura 3.21 - Repercussão dos lineamentos regionais na morfologia da encosta do ponto 6: a família F3 se associa às foliações dos paleossomas. Para compreender a distribuição das estruturas geológicas e, evidentemente, definir elencos de soluções de estabilização, a encosta foi dividida em sete setores que estão demarcados na Figura 3.22. Figura 3.22 - Zonas de comportamento estrutural semelhante ao longo da encosta do Ponto 6. O mapeamento das estruturas em campo indicou as atitudes apresentadas na Tabela 3.5. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 41 Tabela 3.5 – Avaliação estrutural realizada no Ponto 6. Local Setor 1 Setor 2 Setor 3 Setor 4 Setor 5 Setor 6 Setor 7 Natureza Foliação Junta de alívio Foliação Junta de alívio Foliação Junta de alívio Juntas c/ hidrot. Foliação Foliação Foliação Veio de quartzo Junta de alívio Junta de alívio Foliação Foliação Junta de alívio Foliação Foliação Orientação 152° 135° 147° 127° 139° 107° 109° 80° 32° 4° 150° 125° 90° 154° 152° 90° 135° 142° Mergulho 86° 54° 66° 44° 72° 39° 39° 5° 88° 88° 86° 40° 39° 80° 85° 40° 78° 80° Rumo 332° 45° 327° 37° 319° 17° 19° 170° 122° 94° 240° 36° 0° 244° 242° 0° 45° 52° d) Aspectos geotécnicos As rupturas planares encaixadas e amplas que ocorreram pregressamente no talude foram retroanalisadas para determinar os parâmetros de resistência ao cisalhamento dos materiais superficiais da encosta, o que é apresentado na Tabela 3.6. Tabela 3.6 – Retroanálises dos escorregamentos planares rasos amplos e encaixados. Local Setor 1 Setor 2 Setor 3 Setor 4 Setor 5 Setor 6 β (°) 32,6 29,7 39,5 40,0 34,2 40 hs(m) 0,5 1,5 4,5 1,4 3 5 ru 0,5 0,2 0,3 0,3 0,3 0,2 B (m) amplo amplo 15 amplo amplo amplo γ (kN/m3) 20 20 20 20 20 20 φ° c’(kPa) 28 2,65 28 3,28 28 13,21 28 7,67 28 12,62 28 24,28 3.2.7. Ponto 8 a) Descrição do fenômeno de instabilidade Trata-se de uma cortina atirantada com extensão de 109 metros e altura máxima de 6,8 metros. Nos pontos mais altos existem 5 níveis de tirantes, que são inclinadas a 15° e possuem espaçamento entre ancoragens de 2,7m na horizontal e 1,35m na vertical, mediadas por barbacãs em toda a sua extensão. Segundo VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 42 informações, a cortina foi construída como medida de recomposição do aterro rodoviário no começo da década de 1980 após a ocorrência de chuvas intensas que ocasionaram, não somente a ruptura deste aterro, mas também de diversos taludes e encostas ao longo deste segmento. Os tirantes são monobarras com Ø32mm fixados por um sistema de: placa metálica de 20x20x3/4” cortada com bico de maçarico, compensador metálico e duas porcas. Foi possível observar o conjunto de elementos de ancoragem da cabeça através de uma exumação de um dos capacetes de concreto realizada em campo durante vistoria técnica. A Figura 3.23 mostra a aparência da cabeça dos tirantes. Figura 3.23 – Na esquerda mostra uma cabeça de tirante do ponto 8 protegida com cocreto, enquanto que na direta mostra uma cabeça com a proteção removida, onde observa-se os elementos constituintes da ancoragem externa. O estado geral do paramento da cortina é muito bom, se considerarmos a idade da estrutura. As cabeças de ancoragem estão firmes, não existem trincas ou evidências de corrosão, exceto em algumas cabeças de ancoragem onde é possível identificar ligeira eflorescência, mas possivelmente decorrem da exposição da placa de ancoragem. A região parece ser sensível a movimentos, pois existem cicatrizes de escorregamentos pregressos tanto a montante da estrutura, como a jusante da mesma. Após a sua construção, sabe-se apenas por depoimentos que escorregamentos rasos de montante já galgaram a cortina. Sabe-se, também que na época da construção da mesma já havia essa recorrência de movimentos, conforme se observa na topografia do projeto original representada na Figura 3.24. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 43 Figura 3.24 – Topografia original da obra mostrando que já naquela época a morfologia da encosta indicava os movimentos planares de montante e as erosões à jusante. Considerando que a cortina tenha sido necessária para perpassar a fossa de erosão causada pelos escorregamentos de montante naquele local, somando-se à inexistência de juntas construtivas na face do concreto, então é de se esperar que o método construtivo tenha sido ascensional. Cortinas ascensionais têm a vantagem de reduzir o número de juntas construtivas, o que melhora a durabilidade dessas obras. Todavia, exige cuidado maior no retroaterro para evitar que deformações transversais ocorram nos tirantes. Apesar das boas condições estruturais da obras, são percebidos abatimentos e trincas na pista, possivelmente resultado do deslocamento da cortina. Também foram identificados descontroles de erosão e degradação do sistema de drenagem. Os recalques e trincas da pista e a abertura dos painéis devem-se a uma soma de efeitos: • Drenagem inadequada na crista gerando fuga de material atrás da cortina; • Perda de protensão devido ao deficiente funcionamento dos tirantes (atrito excessivo no trecho livre, perda de solo no tardoz da cortina ou relaxação da ancoragem); • Recalque da parede devido à concentração de tensões ou a erosões no pé da estrutura; • Sobrecarga temporária decorrente do acúmulo de material escorregado sobre a pista após a construção da obra. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 44 Figura 3.25 – Vista da cortina de comportamento insatisfatório e as condições precárias de drenagem da crista no Km31+100. b) Avaliação geoestrutural A estrada tem seu eixo com um azimute de 81,22°, aproximadamente. Os lineamentos da família F1 condicionam o relevo, determinando a linha de praia (Praia do Félix). Os lineamentos da família F3 são os responsáveis pelo encaixe da praia e parecem delimitar um dos flancos da ruptura planar encaixada à montante da cortina, juntamente com os lineamentos da família F2. Esses lineamentos concordam localmente com as foliações dos paleossomas ali existentes. As juntas de alívio de pressão parecem ser o soalho do escorregamento planar encaixado, cuja atitude pode ser descrita com mergulho de 26,6° e rumo de 157,5° Existe um degrau no relevo que sustenta a estrada e que é interrompido pela ruptura planar encaixada de montante. Este relevo aparentemente é condicionado por uma falha de tração com orientação ligeiramente distinta dos lineamentos da Família F5, conforme indica a Figura 3.26. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 45 Figura 3.26 – Repercussão dos lineamentos regionais na morfologia da encosta do ponto 8: a linha vermelha pontilhada se assemelha aos lineamentos F5. c) Aspectos geotécnicos A cortina é uma obra que sustenta um aterro e provavelmente a base desse aterro seja constituído por resquícios do solo residual da encosta, uma vez que a maior parte do que havia originalmente tenha sido mobilizado em uma sucessão de escorregamentos planares. Considerando a geometria do material remanescente, pode ser realizada uma retroanálise do escorregamento planar encaixado, de sorte que se obtenha um conjunto de parâmetros aproximados para os solos capeadores da encosta. Para tanto, tomou-se como referência uma geometria de escorregamento como indicada na Figura 3.27. Figura 3.27– Representação esquemática de um escorregamento planar encaixado. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 46 A hipótese de análise pressupõe que o substrato é suficientemente impermeável para condicionar o fluxo paralelo à superfície do relevo, conforme indica a Figura 3.28. Figura 3.28 – Representação da forma de fluxo na encosta. No caso de massas planares encaixadas, o fator de segurança pode ser calculado com a seguinte expressão Onde: FSo é o fator de segurança calculado para encostas amplas e ∆FS é o acréscimo de fator de segurança devido à forma encaixada. onde B é a largura média da massa ou ainda Onde: VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 47 Inicialmente pode-se estimar a coesão tomando-se como base que a trinca de tração existente na crista da ruptura revela um talude subvertical com 3,5 metros de altura. Como esse talude sobreviveu a condições freáticas adversas, pode-se, pelo menos, admitir que: Estimando inicialmente o ângulo de atrito interno como 30° e o peso específico aparente saturado como 20 kN/m3, então o valor da coesão será, pelo menos, de: Considerando as condições de fluxo já justificadas anteriormente, tem-se: que: Na avaliação do estado crítico teremos FS=1, de onde pode ser determinado VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 48 Com a igualdade, tem-se: 3.2.8. Ponto 9 a) Descrição do fenômeno de instabilidade O ponto 9, situado no km 32+900m da rodovia BR-101/SP, foi originalmente tratado no edital e no contrato como um problema de afundamento de pista na linha do bueiro no Lado Esquerdo da rodovia. O problema pode ser observado na Figura 3.29. Aparentemente as patologias estão ligadas ao mau funcionamento do sistema de drenagem que é composto pelos seguintes dispositivos: • • • • • Sarjeta com meio-fio de concreto; Descida d’água suave que deságua diretamente na caixa coletora; Caixa coletora; Bueiro BDTC Ø1,00; Drenagem do pavimento. Também, o material mal selecionado, tanto do aterro como da drenagem subsuperficial atual, associado às chuvas de grande intensidade, que ocorrem frequentemente na região, fazendo com que os dispositivos de drenagem passem a trabalhar com suas máximas capacidades hidráulicas, se torna bastante proeminente a ocorrência de ruptura hidráulica. Figura 3.29 – A esquerda um vista do problema corrigido provisoriamente através de ação tapa-buraco. A direta o problema encontra-se aparente na sarjeta com o meio-fio. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 49 Ainda, a ocupação urbana a montante da bacia de contribuição altera o processo natural de drenagem ao redirecionar o fluxo de água de montante e modificar a capacidade de escoamento. Isto pode ser observado com o acúmulo de material inerte e orgânico a monte deste sistema de descarga (ver Figura 3.30) Figura 3.30 – Material acumulado a montante do sistema de drenagem. Esta soma de fatores ativa um mecanismo conhecido como piping, que é ocasionado pela presença de elevada carga hidráulica no interior do solo fazendo com que as partículas percam parcialmente coesão provocando concentração de fluxo com fuga de material fino. Uma avaliação geoestrutural, bem como a descrição dos aspectos geotécnicos se tornam irrelevantes no caso do ponto 9, pois, o problema não envolve mecanismos de ruptura de massa condicionantes. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 50 3.2.9. Ponto 10 a) Descrição do fenômeno de instabilidade O ponto 10, situado no Km 33+800m, foi originalmente tratado no Edital e no Contrato como um problema de deformação de aterro de terceira pista no Lado Esquerdo da rodovia. Esse problema é facilmente constatado na Figura 3.31. Quando do início do contrato, observou-se que um novo problema ocorreu no mesmo segmento, porém pelo lado Direito e relacionado com a instabilidade do talude de montante da rodovia, conforme ilustra a Figura 3.32. Para melhor esclarecimento da situação, apresenta-se a imagem de satélite na Figura 3.33, exibindo as duas instabilidades e a extensão dos problemas que são de naturezas absolutamente distintas. Figura 3.31 – Vista das trincas de pavimento no aterro de terceira pista após período chuvoso no Km33+800, Lado Esquerdo. Figura 3.32 – Escorregamento novo pelo Lado Direito da pista: à esquerda uma vista panorâmica do movimento e, à direita, um detalhe das estruturas remanescentes na crista o escorregamento. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 51 A instabilidade do lado esquerdo (referente ao contrato) é justificada por uma soma de fatores e que são apresentados a seguir: • O aterro da pista adicional foi construído em etapa posterior à implantação da rodovia, desconhecendo-se as suas propriedades e a forma de encaixe no aterro antigo; • A fundação do aterro para a pista adicional é constituído por blocos de rocha e solos argilosos cuja origem é um bota-fora ou uma massa gravitacional proveniente das encostas lindeiras, ou seja, um material com comportamento muito plástico ou até viscoso sob saturação; • A vegetação de maior porte que poderia auxiliar na estabilização desse aterro não se desenvolve porque o talude está sob a faixa não edificável sob a rede de distribuição em média tensão (rotineiramente roçada); • A declividade natural da encosta é bastante acentuada, com deficiências de drenagem. Já a instabilidade do lado direito é justificada por outros fatores que estão relacionados exclusivamente às chuvas intensas e à dinâmica natural de evolução das encostas da região e, conseqüentemente, subordinadas à estrutura geológica do local. O acidente ocorrido pode ser reativado com quedas de novos blocos e corrida de detritos na direção do bueiro de transposição da drenagem sob a pista. Assim sendo, as obras de estabilização dessa encosta deverão ser muito mais direcionadas à preservação da drenagem do que uma contenção propriamente dita. Figura 3.33 – Imagem de satélite dos dois fenômenos de instabilidade (adquirida em 2003 antes dos movimentos de encosta). VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 52 b) Avaliação geoestrutural A avaliação geoestrutural é irrelevante para o projeto da estabilização do aterro da pista adicional, uma vez que se trata de aterros sobre bota-fora ou sobre tálus. Entretanto, os lineamentos regionais parecem estar intimamente relacionados com os movimentos ocorridos à montante da rodovia pelo lado direito. O escorregamento teve origem na translação de um conjunto de blocos condicionados pelas famílias de descontinuidades F1 e F2. Inspeções no local mostraram que os blocos movimentados integram uma fácie granulítica dos migmatitos regionais, na verdade um charnockito verde (granito Ubatuba). Entretanto abaixo desse neossoma, o gnaisse é quase xistoso, muito alterado, sendo incapaz de oferecer competente sustentação. As fraturas que condicionam a compartimentação e os movimentos dos blocos são apresentadas na Tabela 3.7. Tabela 3.7 – Avaliação estrutural realizada no neossoma do Ponto 10. Descontinuidade F1 – Flanco direito F2 – Flanco esquerdo F5 – face frontal e trincas de tração VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS Orientação 14° 90° 80° Mergulho 89° 74° 88° Rumo 104° 180° 260° ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 53 Figura 3.34 – Influência dos lineamentos tectônicos na conformação do relevo e nos problemas de estabilidade identificados no Ponto 10. c) Aspectos geotécnicos Os aterros rodoviários parecem ter sido construídos com materiais provenientes de cortes, pois são constituídas por solos com muitos blocos angulosos. Os tálus ou bota-foras que perfazem a base dos aterros devem possuir materiais semelhantes aos resultantes do escorregamento da encosta e possuem as propriedades geomecânicas estimadas na Tabela 3.8. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 54 Tabela 3.8 – Estimativa de propriedades mecânicas dos solos envolvidos no ponto 10. Material Bota-fora Aterro estradal Tálus γ (kN/m3) 19,0 20,0 19,0 φ° 25 32 29 c(kPa) 5,0 2,0 10 Para a identificação das espessuras desses materiais e a elaboração do perfil geotécnico, foram programadas quatro prospecções em sondagem mista, conforme aparece na Figura 3.35. Figura 3.35– Arranjo geral das instabilidades no Ponto 10 e locação das investigações. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 55 3.3. Estudos Geotécnicos Complementares Estes estudos contemplam a investigação do subsolo, através de sondagens de simples reconhecimento completando os estudos geológicos/geotécnicos e as investigações de campo. Foram executados 12 furos de sondagem de reconhecimento, (SM1 e SM2 no km 0+600, SM1 à SM3 no km 18+000, SM1 à SM3 no km 31+100, SM1 à SM4 no km 33+800), totalizando 162,00 m de perfuração, dos quais 29,55 foram de sondagens mistas em solo e 132,45 m foram de sondagens rotativas em rocha. As locações das sondagens estão indicadas no Volume 2. A tabela a seguir resume as atividades de sondagem que foram realizadas no trecho em questão. Tabela 3.9 – Resumo das sondagens realizadas. N° Localização(km) 01 0+600 E 05 18+000 E/D 08 31+100 10 33+850 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA Abatimento de Aterro com trincas . Sondagem mista 2x13m Deslocamento de muro com levantamento da pista. 2x15m+1x14m E Abatimento de aterro c/trincas . 2x12m+1x13m E Abatimento de aterro c/trincas 2x16m+1x12m+1x11m TOTAL 12 furos 162 metros O procedimento da investigação foi realizado através de sondagens mistas, isto é, executadas pelo método de percussão com registro de penetração do amostrador padrão de 34,9mm (1 3/8”) e 50,8,mm (2”) de diâmetro interno e externo, respectivamente, em todos os terrenos penetráveis a este tipo de sondagem e executadas por meio de sonda rotativa usando-se coroas de diâmetro BW ou NW, nos terrenos impenetráveis ao trépano. Os ensaios de penetração SPT para a determinação dos números de golpes foram realizados a cada metro de perfuração nas camadas de solo atravessadas. Naqueles ensaios foi empregado um soquete de 65kg, caindo por gravidade de uma altura de 15cm, para penetrar cada um dos 15cm do comprimento interno de 45cm do amostrador. Os números fracionários dos boletins indicam: no numerador, o número de golpes e no denominador, a penetração correspondente em centímetros. Esta indicação será usada sempre que a penetração for diferente de 30cm. Nas camadas impenetráveis ao SPT, ou seja, onde há ocorrência de material rochoso foi determinada a recuperação da mesma, ou seja, a relação expressa em porcentagem entre o comprimento da amostra recuperada e a altura da manobra, VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 56 assim como o número de fragmentos por metro, sendo considerados como fragmentos apenas aqueles compreendidos entre dois prováveis planos de fraturamento natural da rocha, identificados através do testemunho. Nos trechos de rotativa, onde não se obteve recuperação do barrilete, procedeu-se a cravação do amostrador de percussão referido, a fim de tentar-se a coleta de amostras, determinando ainda o índice de penetração do terreno. Durante as perfurações determinou-se visualmente o tipo e a cor dos solos amostrados. Para a execução das sondagens foram obedecidos os métodos preconizados na NBR 6484/2001 - Sondagens De Simples Reconhecimento Com Spt - Método De Ensaio. A cada furo de sondagem corresponde um perfil individual indicando: recuperação da rocha em percentagem, com o número de fragmentos por metro, diâmetro das coroas utilizadas na perfuração; números de golpes necessários à cravação do amostrador, quando se trata de terrenos penetráveis a percussão; profundidade do nível d’água e das diversas camadas atravessadas de acordo com a nomenclatura da NBR 7250/1982 – Identificação e descrição de amostras de solos obtidas em sondagens de simples reconhecimento dos solos. Os perfis individualizados de cada furo estão nos boletins de sondagem apresentados nos item subseqüentes ponto a ponto. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 57 3.3.1. Ponto 1 SONDAGENS ENSAIOS GEOTECNICOS AZAMBUJA ENGENHARIA E GEOTECNIA Ltda. BR 101 KM 00+600 - UBATUBA - SP / PARATI - RJ 255 F5 F5 3 3 F5 2 13,00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 F5 Matacões de granito com saibro, muito fraturada e fragmentada, amarela. F5 F5 4 0 2 F5 6,00 F5 260 F5 2 0 Matacões com saibro e basalto, muito fraturada e fragmentada, cinza e amarela. F5 F5 3 0 F5 2 F5 Camada vegetal 3 1,00 265,50m 1,00 1,00 1,00 1,00 0,25 COTA: 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 265 SM - 01 1,00 1,00 1,00 SONDAGEM: LIMITE DE SONDAGEM (ORDEM DO CLIENTE) * VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 58 SONDAGENS ENSAIOS GEOTECNICOS AZAMBUJA ENGENHARIA E GEOTECNIA Ltda. BR 101 KM 00+600 - UBATUBA - SP / PARATI - RJ Matacões de granito com saibro, muito fraturada e fragmentada, amarela. 5 F5 F5 4 F5 4 250 F5 5 F5 3 13,00 0 0 0 0 0 0 0 0 F5 255 0 F5 F5 2 0 F5 3 5,00 0 F5 Matacões de granito com saibro, muito fraturada e fragmentada, marrom. 0 260 0 F5 F5 5 1,00 Camda vegetal. * F5 0,30 262,50m 1,00 1,00 1,00 1,00 COTA: 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 SM - 02 1,00 1,00 1,00 SONDAGEM: LIMITE DE SONDAGEM (ORDEM DO CLIENTE) * VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 59 3.3.2. Ponto 5 SONDAGENS ENSAIOS GEOTECNICOS AZAMBUJA ENGENHARIA E GEOTECNIA Ltda. BR 101 KM 18+000 - UBATUBA - SP / PARATI - RJ CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL 0,15 Camada vegetal. 3 6 10 4 15 17 5 16 19 Areia de textura variada, amarel a, pouco compacta à compacta. 6,00 F5 8 F5 F5 4 F5 6 Matacões de granito com argila s iltosa, muito fraturada e fragmentada, amarela . F5 BW F5 F5 F5 5 F5 2 0 15,00 0 8 0 7 0 2 0 6 0 6 0 1 4,80 (M) Gráfico 2ªe3ª RQD % Nº de golpes 1ªe2ª 0 15 Revestimento Ø 76,2mm Ø interno: 34,9mm Amostrador Ø externo: 50,8mm Peso 65Kg - Altura de queda: 75c m Penetração: (golpes/30cm) 1ª e 2ª penetrações 2ª e 3ª penetrações 0 Ø da coroa 143313-RS 18,82m 0 Amostra COTA: 1,00 1,00 1,00 Nível d'água Profundidade da camada (m) Alessandro S. de Lima Elton 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Cota em relação ao R.N. 14/10/10 SM - 01 Frat. 1/100 SONDAGEM: LIMITE DE SONDAGEM (ORDEM DO CLIENTE) * VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 60 SONDAGENS ENSAIOS GEOTECNICOS AZAMBUJA ENGENHARIA E GEOTECNIA Ltda. BR 101 KM 18+000 UBATUBA - SP / PARATI - RJ Nível d'água Amostra Ø da coroa Profundidade da camada (m) COTA: 18,16m Revestimento Ø 76,2mm Ø interno: 34,9mm Amostrador Ø externo: 50,8mm Peso 65Kg - Altura de queda: 75cm Penetração: (golpes/30cm) 1ª e 2ª penetrações 2ª e 3ª penetrações Nº de golpes 1ªe2ª 2ªe3ª 6 8 4 7 Gráfico CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL Camada vegetal. 0,15 0,50 1 1 143313-RS (M) Cota em relação ao R.N. SM - 02 Alessandro S. de Lima Elton RQD % SONDAGEM: 14/10/10 Frat. 1/100 Areia de textura variada, amarela, pouco compacta. 4 5 5 14,00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 F5 2 0 F5 F5 1,00 1,00 1,00 F5 1,00 F5 Matacões de granito com argila siltosa, muito fraturada e fragmentada, amarela. 0 F5 BW F5 10 1,00 F5 F5 F5 F5 7 1,00 1,00 3 1,00 1,00 1,00 2 1,30 2,70 LIMITE DE SONDAGEM (ORDEM DO CLIENTE) * VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 61 SONDAGENS ENSAIOS GEOTECNICOS AZAMBUJA ENGENHARIA E GEOTECNIA Ltda. BR 101 KM 18+000 - UBATUBA - SP / PARATI - RJ F5 3 F5 3 F5 BW Matacões de granito com argila s iltosa, muito fraturada e fragmentada,amarela. F5 15 F5 F5 3 10 F5 8 F5 6 15,00 0 0 0 F5 4 0 F5 8 20 0 21 3,60 0 8 3 Areia de textura variada, amarel a, pouco compacta e compacta. 0 6 0 6 0 2 2,00 0 7 0 6 CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL Camada vegetal. 0,15 (M) 1 Gráfico RQD % 2ªe3ª 1,40 Nº de golpes 1ªe2ª Frat. Revestimento Ø 76,2mm Ø interno: 34,9mm Amostrador Ø externo: 50,8mm Peso 65Kg - Altura de queda: 75c m Penetração: (golpes/30cm) 1ª e 2ª penetrações 2ª e 3ª penetrações 1,00 Ø da coroa 143313-RS 24,60m 1,00 1,00 1,00 Amostra COTA: F5 Nível d'água Profundidade da camada (m) Alessandro S. de Lima Elton 1,00 1,00 1,00 1,00 Cota em relação ao R.N. 14/10/10 SM - 03 1,00 1,00 1/100 SONDAGEM: LIMITE DE SONDAGEM (A locação deste furo, foi orien tado pelo Engº Eduardo Azambuja) * VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 62 3.3.3. Ponto 8 SONDAGENS ENSAIOS GEOTECNICOS AZAMBUJA ENGENHARIA E GEOTECNIA Ltda. BR 101 KM 31+100 - UBATUBA - SP / PARATI - RJ F5 1,00 F5 F5 2 55 1,00 1,00 F5 F5 3 2 12,00 0 0 0 0 0 0 0 F5 3 0 Matacões de granito com saibro, muito fraturada e fragmentada, amarela . 0 3 60 F5 F5 F5 5 0 F5 4 0 F5 4 0 Camada Vegetal. 6 F5 65 66,10m 1,00 1,00 0,20 COTA: 1,00 1,00 1,00 SM - 01 1,00 1,00 1,00 1,00 SONDAGEM: LIMITE DE SONDAGEM (ORDEM DO CLIENTE) * VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 63 SONDAGENS ENSAIOS GEOTECNICOS AZAMBUJA ENGENHARIA E GEOTECNIA Ltda. BR 101 KM 31+100 - UBATUBA - SP / PARATI - RJ Nº de golpes 1ªe2ª Gráfico 2ªe3ª CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL Concreto (Valeta D'Agua) 2 1,00 6 5 6 7 5 7 4 12 14 5 13 15 1 65 2 3 (M) Revestimento Ø 76,2mm Ø interno: 34,9mm Amostrador Ø externo: 50,8mm Peso 65Kg - Altura de queda: 75cm Penetração: (golpes/30cm) 1ª e 2ª penetrações 2ª e 3ª penetrações RQD % Ø da coroa 143313-RS 66,80m 0 Amostra COTA: Frat. Nível d'água Profundidade da camada (m) Alessandro S. de Lima Elton F5 Cota em relação ao R.N. 14/10/10 SM - 02 1,00 1/100 SONDAGEM: Argila siltosa com areia média, marrom, mole e média. 3,70 Areia de textura variada, amarela, medianamente compacta. F5 2 0 0 0 0 0 0 55 0 F5 F5 F5 F5 2 1,00 Matacões de granito com saibro, muito fraturada e fragmentada, amarela. F5 3 F5 3 BW 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 6 60 1,20 5,80 13,00 LIMITE DE SONDAGEM (ORDEM DO CLIENTE) * VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 64 SONDAGENS ENSAIOS GEOTECNICOS AZAMBUJA ENGENHARIA E GEOTECNIA Ltda. BR 101 KM 31+100 - UBATUBA - SP / PARATI - RJ 4 55 F5 4 F5 F5 2 12,00 0 0 0 0 0 0 0 0 F5 4 0 2 0 Matacões de granito com saibro, muito fraturada e fragmentada, amarela. F5 F5 2 0 2 0 F5 F5 3 60 F5 F5 F5 3 1,00 1,00 1,00 5 1,00 1,00 1,00 1,00 Camada Vegetal 4 1,00 1,00 65,30m 1,00 0,20 COTA: F5 65 SM - 03 1,00 1,00 SONDAGEM: LIMITE DE SONDAGEM (ORDEM DO CLIENTE) * VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 65 3.3.4. Ponto 10 SONDAGENS ENSAIOS GEOTECNICOS AZAMBUJA ENGENHARIA E GEOTECNIA Ltda. BR 101 KM 33+850 - UBATUBA - SP / PARATI - RJ Matacões de granito com argila siltosa, muito fraturada e fragmentada, marrom. 0 0 0 0 0 0 0 2 11,00 F5 4 1,00 100 F5 7 1,00 F5 F5 F5 * F5 F5 105 0 2 0 F5 F5 8 0 F5 4 0 Camada Vegetal 2 F5 109,50m 1,00 1,00 0,50 COTA: 1,00 1,00 1,00 SM - 01 1,00 1,00 1,00 1,00 SONDAGEM: LIMITE DE SONDAGEM (ORDEM DO CLIENTE) * VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 66 SONDAGENS ENSAIOS GEOTECNICOS AZAMBUJA ENGENHARIA E GEOTECNIA Ltda. BR 101 KM 33+850 - UBATUBA - SP / PARATI - RJ F5 Matacões de granito com argila s iltosa, muito fraturada e fragmentada, marrom e verde. F5 F5 7 1 19 16 1 18 20 4 6 F5 Matacões de granito com saibro, muito fraturada e fragmentada, amarel a. F5 13,00 BW (M) RQD % 0 0 0 0 Argila siltosa com areia de text ura variada, marrom e amarela, rija e dura. 105 16,00 100 0 22 F5 17 1,00 1 F5 3 9,70 1,00 1,00 1,00 F5 F5 110 0 BW 0 F5 F5 F5 3 115 0 3 0 CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL Camada vegetal. 0 0,30 0 Gráfico 2ªe3ª 0 Nº de golpes 1ªe2ª 0 Revestimento Ø 76,2mm Ø interno: 34,9mm Amostrador Ø externo: 50,8mm Peso 65Kg - Altura de queda: 75c m Penetração: (golpes/30cm) 1ª e 2ª penetrações 2ª e 3ª penetrações Frat. Ø da coroa 143313-RS 117,00m F5 Amostra Profundidade da camada (m) Alessandro S. de Lima COTA: 1,00 1,00 1,00 Nível d'água Elton 1,00 1,00 Cota em relação ao R.N. 14/10/10 SM - 02 1,00 1,00 1,00 1,00 1/100 SONDAGEM: LIMITE DE SONDAGEM (ORDEM DO CLIENTE) * VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 67 SONDAGENS ENSAIOS GEOTECNICOS AZAMBUJA ENGENHARIA E GEOTECNIA Ltda. BR 101 KM 33+850 - UBATUBA - SP / PARATI - RJ F5 * BW F5 Matacões de granito com argila siltosa, muito fraturada e fragmentada, amarela. F5 F5 * 110 F5 3 F5 105 F5 4 9,70 1 16 17 2 16 19 14 17 3 (M) RQD% 0 0 0 0 F5 F5 * 0 2 0,70 0 Camada vegetal com residúos asfalticos. 0 CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL 115 0 Gráfico 2ªe3ª 0 Nº de golpes 1ªe2ª 0 Ø da coroa 115,10m Revestimento Ø 76,2mm Ø interno: 34,9mm Amostrador Ø externo: 50,8mm Peso 65Kg - Altura de queda: 75cm Penetração: (golpes/30cm) 1ª e 2ª penetrações 2ª e 3ª penetrações Frat. Amostra Profundidade da camada (m) COTA: 143313-RS F5 Nível d'água SM - 03 Alessandro S. de Lima 1,00 1,00 1,00 1,00 Cota em relação ao R.N. Elton 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 SONDAGEM: 14/10/10 1,00 1/100 Argila siltosa com areia de textura variada, vermelha, rija. F5 4 16,00 0 0 0 100 F5 3 1,30 Matacões de granito com saibro, muito fraturada e fragmentada, amarela. BW F5 * 1,00 1,00 12,70 LIMITE DE SONDAGEM (ORDEM DO CLIENTE) * VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 68 SONDAGENS ENSAIOS GEOTECNICOS AZAMBUJA ENGENHARIA E GEOTECNIA Ltda. BR 101 KM 33+850 - UBATUBA - SP / PARATI - RJ 0,40 BW Argila siltosa com pedregulhos de granito, marrom e cinza. 115 F5 3 F5 2 BW F5 F5 3 5,00 1 16 18 2 10 12 3 13 17 17 18 RQD % CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL Camada vegetal. 0 Gráfico 2ªe3ª 0 Nº de golpes 1ªe2ª 0 Penetração: (golpes/30cm) 1ª e 2ª penetrações 2ª e 3ª penetrações 0 Ø da coroa 118,16m Revestimento Ø 76,2mm Ø interno: 34,9mm Amostrador Ø externo: 50,8mm Peso 65Kg - Altura de queda: 75cm 0 Amostra Profundidade da camada (m) COTA: 143313-RS (M) Nível d'água SM - 04 Alessandro S. de Lima 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Cota em relação ao R.N. Elton Frat. SONDAGEM: 14/10/10 F5 1/100 Argila siltosa, vermelha, rija. 3 BW Matacões de granito e saibro, amarelo. F5 2 F5 12,00 0 F5 1 0 9,00 0 4 1,00 1,00 1,00 110 LIMITE DE SONDAGEM (ORDEM DO CLIENTE) 105 * VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 69 3.4. Referências Bibliográficas Carvalho, P.A.S. (coord.) e outros. Manual de Geotecnia – Taludes de Rodovias: Orientação para diagnóstico e soluções de seus problemas. São Paulo: IPT, 1991, 400p. Gomes, C.L.R. Retroanálise em Estabilidade de Taludes em Solo: Metodologia para Obtenção dos Parâmetros de Resistência ao Cisalhamento. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas, Curso de Engenharia Civil, 2003, 167p. Hasui, Y., Mioto, J.A., Morales, N. Geologia do Pré-Cambriano. In: Solos do Litoral de São Paulo. ABMS, 1994, p.41-65. Fúlfaro, V.J.F., Bjomberg, A.J.S. Geologia. In: Solos do Interior de São Paulo. ABMS, 1993, p.1-42. Souza Pinto, C., Gabara, W. Peres, J.E.E., Nader, J.J. Propriedades dos Solos Residuais. In: Solos do Interior de São Paulo. ABMS, 1993, p.95-142. Silva, A.T.S.F., et al. Geologia Integrada do Vale do Ribeira (Relatório Final). Convênio DNPM-CPRM, São Paulo, 1981. Hasui, Y., Oliveira, M.A.F. Província da Mantiqueira – Setor Central. In: O PréCambriano da Brasil, Edgard Blücher, 1984, p. 308-344. Hasui, Y. Tectônica da área de São Roque e Pilar do Sul. Tese de livre-docência. USP, 1973. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 70 4. FISCALIZAÇÃO Os serviços de elaboração dos projetos serão fiscalizados, coordenados e supervisionados pela Superintendência Regional no Estado de São Paulo. VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 71 5. TERMO DE ENCERRAMENTO A Azambuja Engenharia e Geotecnia Ltda apresenta o Volume 3A – Estudos Geológicos e Geotécnicos do Projeto Executivo de Engenharia para estabilização de taludes em 10 acidentes geotécnicos na rodovia BR-101/SP, trecho Divisa RJ/SP – Divisa SP/PR, de Processo nº 50608.000858/2008-79. Este volume contém 72 páginas numeradas sequencialmente. Eng. Eduardo Azambuja Coordenador Geral CREA\RS: 79032-D Azambuja Engenharia e Geotecnia VOLUME 3A - ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES, DA RODOVIA BR – 101/SP – RIO/SANTOS 72