A diversidade da paisagem: as tentativas de renovação do conceito

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A diversidade da paisagem: as tentativas de renovação do conceito, em
meados do século XX.
Breno Viotto Pedrosa1
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo
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1. Objetivos
Discutir e analisar as diferentes formas de
tentativas de renovação ou crítica, do
conceito de paisagem, em geografia. Para
isto, escolhemos quatro geógrafos que são
contemporâneos, de meados do século XX.
Estes pensadores estão inseridos no período
de debates da New Geography, mas optaram
pelo desenvolvimento de uma geografia que
não rompe drasticamente com a tradição
geográfica. Os autores, remontando aos seus
mestres e suas escolas nacionais, realizaram
um esforço para atualizar o conceito
paisagem frente a novos fenômenos e
demandas que surgem. Portanto, se quer
neste trabalho fazer um panorama do debate
destes pensadores em torno do conceito de
paisagem. Os autores escolhidos são: Sauer,
Hartshone, Sorre e Monbeig.
2. Materiais e Métodos
Obras
bibliográficas
dos
autores
selecionados, bem como material sobre
história da geografia, além de resenhas e
trabalhos de comentadores. O material foi
pesquisado nas bibliotecas da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências humanas
(FFLCH), Faculdade de Economia e
Administração (FEA) e no Museu de
Arqueologia e Etnografia (MAE) da
Universidade de São Paulo.
3. Resultados e Discussão
Pudemos notar que Sauer propõe a idéia de
paisagem natural e cultural, que é adotada
por Monbeig e Sorre. Todos estes autores
utilizam as idéias de paisagem e de técnica
como forma de se contrapor ao determinismo
geográfico. Hartshorne, ao contrário, faz uma
crítica profunda ao conceito de paisagem,
principalmente acerca da falta de precisão e
a tendência existente de se confundir
paisagem e região [1]. Cabe ressaltar ainda a
idéia de paisagens derivadas [2], de Sorre,
que tratou de maneira original o processo de
colonização. Outra contribuição importante é
a de Monbeig com a recuperação da noção
tradicional de complexo geográfico [3].
4. Conclusões Parciais
De uma maneira geral, pudemos notar que a
maioria dos autores analisados, pensam a
paisagem sob a óptica da ecologia, mesmo
quanto tratam das sociedades. Este fato nos
mostra que há uma certa persistência dos
métodos das ciências naturais para se
compreender as sociedades. O binômio
paisagem cultural e natural está presente até
os dias de hoje na geografia. Entretanto esta
dualidade nos faz dividir a realidade,
segundo Hartshorne, separando elementos
que só podem ser entendidos em sua
unidade [3]. O conceito de paisagem nos faz
pensar ainda, na questão das variáveis:
devemos fazer uma geografia que seleciona
e reflete acerca de suas variáveis ou
devemos estudar a paisagem como um
fenômeno total, buscando compreendê-la em
sua integridade e em relação com outras
paisagens?
5. Referências Bibliográficas.
[1] HARTSHORNE Propósitos e Natureza da
Geografia. São Paulo: Hucitec (1978).
[2] MONBEIG, P. Ensaios de Geografia
Humana Brasileira. São Paulo: Livraria
Martins (1940).
SAUER C. O. “Morphology of Landscape” in
LEIGHTY, J. (ed.) Land and life. Berkeley:
University of California Press (1963).
[3] SORRE, Max. El hombre en la tierra.
Barcelona: Editorial Labor (1967)
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