julho a setembro Verão 2014 | N.º 9 jornal astrológico Um Modelo Astro-Psicológico para o Amor Jorge Lancinha Um Universo em Equilíbrio, sob as ordens do Amor Ana González A Arte de Amar Patrícia Azenha Henriques Amor Além de Vênus e Marte Titi Vidal Da Paixão pelo Abismo à Ilusão da Dependência Narciso Saramago O Amor e o Mapa Natal - 3 Momentos a 2 Isabel Figueiras O Amor unindo Campos do Saber Patrícia Ungarelli Pergunte ao Astrólogo Paulo Alexandre Silva Arquétipos Vivos Ivo Miguel Silva Efemérides Inês Miranda Propriedade da ASPAS Diretora Isabel Guimarães Diretora Editorial Luiza Azancot Edição Isabel Guimarães Conselheiros Astrológicos Realização Gráca Ana Cláudia http://www.on-marketing.pt/ Redação e Administração Av.da República-1226-6ºFrente Mafamude - V.N. deGaia t. 223 216 562 Email: [email protected] Website: http://www.associacaoportuguesadeastrologia.com Blog: http://associacaoportuguesastrologia. blogspot.pt Facebook: https://www.facebook.com/AspasAssociacaoPortuguesaD eAstrologia Periodicidade Trimestral Distribuição: Gratuita via link no site da Aspas Orgãos Sociais da ASPAS Direção Isabel Guimarães (Presidente) Inês Miranda (Secretária) Susana Oliveira (Tesoureira) Assembleia Geral Miguel Soares (Presidente) Vânia Rodrigues (Vogal) Ivo Silva (Secretária) Conselho Fiscal Pedro Torres (Presidente) João Soares (Vogal) Marta Castro (Tesoureira) Conselheiros Astrológicos João Medeiros Luís Resina Luiza Azancot Direitos Este jornal em formato digital não pode ser reproduzido, no todo ou em parte, por qualquer processo mecânico, fotográfico ou electrónico, nem ser introduzido numa base de dados, difundido ou de qualquer forma copiado para uso público ou privado – além do uso legal como breve citação em artigos e críticas – sem prévia autorização dos autores. Decreto Lei nº 334/97 EDITORIAL Uma vez por ano dedicamos um número do jornal 4 Estações a um único assunto. Em 2013 foi o Cinema. Em 2014 e concretamente neste número falamos de Amor. Grande parte das preocupações dos nossos clientes centram-se à volta de questões amorosas. Não deixa de ser irónico o facto de ser muito difícil ou talvez impossível de analisar o amor astrologicamente. Outras emoções são mais claras no mundo da interpretação astrológica. Quando nos falam em raiva olhamos para a dupla Marte/Carneiro, em pessimismo e medo para Saturno/Capricórnio, em euforia para Júpiter / Sagitário. Mas amor? A wikipedia define-o assim: “A palavra amor (do latim amor) presta-se a múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação. É tido por muitos como a maior de todas as conquistas do ser.” Não é fácil dar uma visão astrológica sobre este difícil e palpitante assunto, por isso, escolhemos uma abordagem eclética com 8 perspetivas diferentes: ◘ Abrimos com Jorge Lancinha, que através de mitologias greco-romanas e arte dos seculos XVII, XVIII e XIX aborda vários tipos de amor ligados à Lua, Vénus e Neptuno. ◘ Seguidamente Ana González usa o filme “Café Bagdad” para nos falar da Ordem do Amor, a única forma do Universo estar em equilíbrio. ◘ A Literatura está presente com Patrícia Azenha Henriques que escolhe como foco do seu artigo Ovídio, o autor de “A Arte de Amar”. Mas a maioria dos astrólogos membros da Aspas que aceitaram o desafio de escrever sobre o Amor, centram-se no amor relacional, aquele que todos nós vivemos ou queremos viver, aquele que inspirou Luís de Camões, quando escreve: Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. ◘ Titi Vidal vai para além de Vénus e Marte integrando o Sol e Lua na sua abordagem. ◘ Por outro lado Narciso Saramago mostra bem a sua Lua em Escorpião com uma análise muito profunda sobre as trocas psicológicas do mundo a dois. ◘ O artigo de Isabel Figueiras entra na mecânica da consulta de relacionamentos e aconselha o auto conhecimento e a consulta individual de ambos os parceiros, antes da consulta a dois. ◘ Conselhos muito práticos são dados pela Patrícia Ungarelli que mostra como unindo a astrologia, nomeadamente o elemento em que se encontra Vénus, aos ensinamentos do Feng Shui, o quarto do casal pode ficar com uma energia mais harmónica. ◘ Fechamos com a pergunta de uma Mãe sobre o futuro do casamento da sua filha. Paulo Alexandre Silva usa técnicas de astrologia horária para responder a uma questão provocada por uma preocupação lunar (da Mãe) sobre um assunto da casa 5 (filha) e casa 7 (relacionamentos). A coluna “Pergunte ao Astrólogo” esteve a cargo de Paulo Alexandre Silva durante um ano. Aproveitamos para agradecer a sua colaboração e desejar que recarregue as suas baterias e inspiração. Uma outra forma de abordar o amor foi utilizada pelo psicólogo John Alan Lee que, nos anos 70, desenvolveu a teoria dos 6 Estilos de Amor. Encontraríamos aqui grandes correspondências com as energias zodiacais. Assim: Tipo Baseado Energias Zodiacais Eros Ludos Storge Pragma Mania Agape Romance Conquista Amizade Praticalidade Obsessão Amor incondicional Vénus / Balança, Marte/Carneiro, Casa 5 Marte/Carneiro e um pouco de Mercúrio Vénus/Touro e Balança, Sol como regente da Casa 5 Vénus/ Touro, Marte e Mercúrio Marte/Escorpião Lua, Neptuno, Casa 12 Muito mais haveria a comentar e escrever sobre o Amor, mas independentemente do estilo de amor ou combinação de estilos próprios de cada um desejamos que AMEM muito, perdidamente, com paixão porque “quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada não” … palavra de Vinícius de Moraes e Toquinho. Como dizia o poeta “Quem já passou por essa vida e não viveu Pode ser mais, mas sabe menos do que eu Porque a vida só se dá pra quem se deu Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não Não há mal pior do que a descrença Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair Pra quê somar se a gente pode dividir Eu francamente já não quero nem saber De quem não vai porque tem medo de sofrer Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não” Luiza Azancot, 21 de Junho 9 Um Modelo Astro- psicológico para o Amor 17 Um Universo em Equilíbrio, sob as Ordens do Amor 29 A Arte de Amar 35 Amor além de Vênus e Marte 41 Da Paixão pelo Abismo à Ilusão pela Dependência 53 O Amor e o Mapa Natal - 3 Momentos para 2 61 O Amor unindo Campos do Saber 69 Pergunte ao Astrólogo 77 Arquétipos Vivos 93 Efemérides 7 13 25 35 43 51 57 67 77 87 9 Nasceu em 1975 na cidade de Évora e é formado em Pintura pela FBAUL. Estuda Astrologia e Esoterismo desde 2000. No presente dedica-se prossionalmente à Astrologia na vertente de consultoria de desenvolvimento pessoal e à investigação e formação na área da simbologia astrológica, e da psicologia analítica. Por: Jorge Lancinha Membro N.º56 www.astrologia.jorgelancinha.com UM MODELO ASTRO-PSICOLÓGICO PARA O AMOR Falar de amor é uma tarefa complexa, desde logo porque designamos com esta palavra variados sentimentos e níveis de envolvimento. O amor que um pai sente por um filho é distinto do amor que um amante tem pela sua amada. Podemos também falar de amor relativamente a um ideal, a uma nação, a uma divindade. Utilizando a linguagem astrológica, aplicada numa perspectiva psicológica, podemos estabelecer uma base para o entendimento das várias manifestações do amor no contexto das relações e o papel que este tem no desenvolvimento humano. Tomando à partida que os planetas em astrologia representam as diversas funções psicológicas que constituem a nossa psique, a vivência do amor vai-se desenvolvendo paralelamente à medida que essas funções vão sendo activadas e integradas. Vamos então fazer uma viagem através dos vários arquétipos planetários e construir um modelo astro-psicológico para o amor. Começamos pela Lua, que é o ponteiro mais rápido do nosso relógio astrológico, completando uma volta ao zodíaco a cada 28 dias. Este ponteiro marca o ritmo dos primeiros meses de vida, imprimindo com a sua influência um registo consistente que serve de suporte a todo o desenvolvimento da personalidade. E o que é vital nesses primeiros tempos de vida é assegurar o amor dos pais, ou daqueles que cumprem o papel de nos alimentar e proteger. Disso depende a sobrevivência e o bem-estar do recém-nascido. Este é um tipo de amor instintivo, visceral, nascido da necessidade de segurança e de estabelecer uma ligação vinculativa entre criança e progenitor. No mito grego que descreve o amor da 11 Deusa Selene (a personificação da Lua) pelo jovem pastor Endimião, vemos um perfeito retrato deste amor lunar. Selene tomada pela extrema beleza de Endimião, pede a Zeus que o conserve para sempre jovem, num sono perpétuo, visitando-o todas as noites numa caverna e engendrando com ele 50 filhos. Noutra versão do mito, é Endimião que escolhe perante Zeus ficar para sempre a dormir em troca de conservar a sua beleza juvenil. Ainda numa outra é Zeus que castiga Endimião ao sono eterno por este ter tentado uma aproximação sexual a Hera, sua esposa. Nas várias versões deste mito vemos claramente o carácter do amor lunar: o sono de Endimião é símbolo do desejo de permanecer na segurança do útero materno (a caverna); no amor de Selene temos um sentimento voltado para a satisfação das necessidades de perpetuação, negando a possibilidade de uma maturação individual; no castigo de Zeus vemos a consequência de falhar a prova iniciática da adolescênSelene e Endimião, Ubaldo Gandolfi, 1770 cia, que quebra o vínculo lunar e faz a passagem para o reino do amor sexuMesmo após a infância, e de resto até alizado. E aqui entramos no território de ao fim da vida, este compasso rítmico da Vénus! Lua permanece imprimindo a sua cadência. Ainda que aparentemente se possa perder na complexidade da melodia que formos compondo ao longo da vida com as nossas experiências, este pulsar primordial subsiste em pano de fundo. Quer isto dizer que as necessidades emocionais lunares continuarão sempre a fazer parte do repertório, mesmo ao longo da vida adulta. Assim, o amor que a Lua representa assenta na necessidade que permanece em nós de estarmos ligados vinculativamente a um outro, em busca de segurança, conforto e sentido de pertença. É um amor não individualizado. O amor como emancipação e auto-descoberta é simbolizado por Vénus. Neste plano amoroso o que se procura através da relação com o outro é uma imagem reflectida da nossa essência, um espelho no qual buscamos reconhecer-nos. Podemos dizer que Vénus, no mapa natal, serve o Sol, na medida em que nos ajuda a definir e a refinar uma identidade própria, desenvolvendo um conjunto de preferências, seleccionando experiências, promovendo escolhas. O Nascimento de Vénus, William Bouguereau, 1879 13 Inversamente ao amor lunar, que procura a coesão na unidade familiar, o amor venusiano move-se em direcção à separação e à autonomização do individuo. As relações venusianas são movidas pela paixão e pelo erotismo da descoberta. O outro é uma fonte de entusiasmo e excitação que nos atraí, levando-nos a explorar territórios fora da zona de conforto e para lá do domínio dos padrões instintivos de segurança e protecção. Fora de pé, somos obrigados a convocar os nossos recursos pessoais e a desenvolver mecanismos de auto-suficiência, daí que o processo do amor venusiano esteja intimamente ligado a questões de auto-estima. Como vemos simbolizado na mitologia através do intenso envolvimento entre Vénus e Marte, este amor venusiano desperta e catalisa o impulso de afirmação marciano. É Marte que, excitado por Vénus, corta o cordão umbilical lunar e efectiva a separação. Na adolescência esta dinâmica reflecte-se claramente nas escolhas amorosas que nos afastam da influência familiar, na procura de privacidade e independência. Mesmo quando essas escolhas são aprovadas pela família há a necessidade de manter uma separação entre estes dois universos, para que o jovem possa construir a sua identidade. Após este processo de descoberta e afirmação, proporcionado pela activação do amor venusiano, é fundamental integrar nas dinâmicas relacionais o conjunto de necessidades emocionais simbolizado pela Lua. E aqui temos outro momento chave no desenvolvimento da psique. Se até aqui, idealmente, tiver havido um desligar construtivo da matriz parental e uma exploração saudável do universo amoroso venusiano, que possibilitou a construção de uma riqueza emocional própria, então a personalidade, em virtude da sua ignição solar, poderá agora integrar a herança lunar de forma equilibrada. E o amor entra noutra fase, a de Júpiter. Júpiter e Juno no Monte Ida, Antoine Coypel, 1699 Este plano de vivência amorosa que associo a Júpiter, neste modelo que aqui estamos a desenhar, pode ser visto como um amor “maduro”, no sentido em que aponta o seu foco para o “fruto”. Ou seja, aqui o importante é o produto da interacção com o outro, seja o desenvolvimento de um projecto partilhado ou a construção de uma família. Aqui combinam-se as capacidades nutridoras da lua com a experiência da partilha venusiana. Surgem valores e princípios que estruturam as relações e as enquadram numa perspectiva comunitária, mais social, mais abrangente. Um maior desapego e um alargado espaço de liberdade também caracterizam este plano. Saturno é também activado trazendo uma consciencialização dos limites e responsabilidades que estão implícitos nas nossas escolhas. O amor jupiteriano é um amor fraternal que reconhece no outro um seu semelhante. Também aqui não se trata de deixar para trás as dimensões lunares e venusianas mas enquadrá-las numa consciência mais vasta. E também como nas fases anteriores do processo, esta integração faz despontar outra esfera de manifestação amorosa: o amor neptuniano. 15 O processo do amor neptuniano é interno e tem como finalidade o casamento da psique com a alma. O foco deixa de estar centrado no desenvolvimento psicológico, com a sua busca incessante de experiências e complexidades, deixando cair o fruto e concentrando a atenção na semente – a essência. União da Terra e da Água (Gaia e Poseidon), Peter Paul Rubens, 1618 Neptuno traz consigo a dissolução das fronteiras do eu, abrindo o contacto à vastidão da totalidade cósmica. Este arquétipo representa a transcendência e o mergulho de volta à fonte. Neste sentido, com Neptuno completa-se o ciclo. O amor neptuniano não conhece limites, é dirigido a toda a criação, incondicionalmente. Aqui já não se trata do individuo, nem da sua relação pessoal com outro individuo particular, mas sim do ser como reflexo da essência divina presente em todas as coisas. É um amor totalmente espiritualizado que nos eleva ao êxtase divino e se revela externamente como absoluta compaixão. É interessante notar que a expectativa média de vida, nos países mais desenvolvidos (80 a 85 anos), corresponde actualmente a meio ciclo de Neptuno (82 anos). Este indicador revela-nos que, por um lado, estamos ainda longe de entender totalmente o alcance deste arquétipo, mas por outro, marca claramente um ponto de viragem naquilo que será o próximo passo na evolução interna da humanidade. O amor neptuniano é o novo continente onde já assentamos o pé mas que ainda se nos apresenta como um vasto mistério por explorar. Este modelo, que aqui sucintamente delineámos, pode ser aplicado à compreensão do mapa individual de cada um. A análise da posição dos planetas por signo e por casa e dos aspectos que estabelecem entre si, pode facultar-nos grandes insights sobre a forma como vivemos o amor e como projectamos estes processos arquetípicos nas nossas relações interpessoais. 17 Astróloga brasileira há cerca de trinta anos, pesquisadora e educadora. Leitura do mapa astrológico com ênfase nos ciclos de experiência e na consciência corporal. Coordenadora do Departamento de Pesquisas da Gaia por duas temporadas, no Brasil. Por: Ana González Membro N.º111 www.agonzalez.com.br UM UNIVERSO EM EQUILÍBRIO, SOB AS ORDENS DO AMOR Antes de mais nada, devemos saber de que amor estamos falando. Do amor cortês medieval, das cantigas de amor e de amigo? Do amor romântico do século XIX, de José de Alencar e Camilo Castelo Branco? Ou desse amor tão difícil de hoje em dia em que as mudanças sócio-culturais se efetivam tão profundamente? Difícil tarefa. Também difícil, será fugir desses conceitos históricos e por isso parciais, e atingir um conceito mais amplo de amor. Para tanto, escolhemos um filme que poderá servir como exemplo das ideias que desejamos desenvolver fora de contextos históricos. Será possível? As teorias astrológicas serão de grande apoio, pois nelas podemos detectar ideias em seu estado puro ou essencial. 19 Nosso foco será essa experiência de encontros. O que ocorre com aquelas pessoas a partir da chegada da estrangeira? E o que ocorre com ela mesma depois de um tempo? Se for amor, de que tipo é ele? Essa análise levará em conta a teoria astrológica relacionada ao planeta Vênus e aos signos de Touro e de Libra. Out of Rosenheim (em tradução brasileira Bagdad Café e em Portugal, Café Bagdad) é uma produção de 1987, dirigido por Percy Adlon e com música de Bob Telson (premiação de melhor música no Oscar de 1988). A ação se passa no deserto de Mojave na Califórnia. Em síntese, um casal alemão a caminho de Las Vegas, briga no meio desse deserto. A mulher abandona o marido, toma de sua mala e segue a pé até o motel-posto de combustível Bagdad Café, onde transcorre a história. O contato dessa personagem feminina com as pessoas que habitam essa pequena comunidade promove encontros e transformações em todos. Na primeira parte do artigo, iremos descrever a narrativa do filme em seus aspectos básicos. Na segunda iremos desenvolver uma observação mais detalhada, procurando estabelecer a relação entre a teoria astrológica e os aspectos que nos interessam do filme. A parte final tentará responder às perguntas que nos propomos nesta introdução. I - CONTANDO A HISTÓRIA A primeira cena do filme nos mostra a briga do casal alemão em clima de agressividade. Após a decisão de abandonar o marido, vemos a personagem andando pela estrada carregando sua bagagem. A caminhada sem destino determinado é arrastada sob o sol de deserto, com roupas pouco adequadas para esse clima. O sapato é social, os pés afundam nas areias e a mala pesa. O alívio não parece estar perto de ser alcançado. É o deserto que a acolhe, enquanto o vento levantando poeira. A secura e a falta de sombra escaldam o corpo e a alma. Ao chegar a um motel e posto de gasolina, ela não tem muito consolo. A pessoa que a recebe não lhe dá muita atenção. A responsável pelo estabelecimento estranha a forasteira. Trata-se de uma cliente diferente do habitual. O quarto é simples e o conforto mínimo. Ainda faltam novidades desagradáveis, como se estas não bastassem. A mala veio trocada. Ela só tem as roupas do companheiro à sua disposição. A dificuldade com a língua inglesa não facilita a convivência. Com poucos clientes, há ócio, individualismo e consequente desconexão entre os habitantes da comunidade. O garçom é paciente, observa quieto e passa o tempo que pode na rede. O filho toca o piano quando a mãe permite. A presença de nova cliente, apresentada pelo sobrenome alemão impronunciável, impede o estudante de se exercitar. O marido, preguiçoso, parece não agradar em nada. A dona do posto-café, Brenda, apresenta um humor irascível e uma imagem pouco simpática com tudo e todos. A única que parece ter o dom de se aproximar de Brenda sem perigo é a filha mimada que aparece de vez em quando para lhe pedir dinheiro e logo em seguida, ir-se a outras paragens. Há outros dois hóspedes: um senhor mais velho e uma jovem que faz tatuagens nos motoristas de caminhão que chegam para abastecer. Pouco depois, soma-se a este grupo um jovem mochileiro que pede para acampar. Nesse conjunto pequeno e pouco homogêneo de integrantes sucede, então, a partir da chegada de Jasmin uma crescente sintonia. Inventa-se um show. Bagdad Café, torna-se uma referência para os motoristas dessa estrada. Ele se tornará um divertido ponto de encontro e acolhimento para todos. Um dia, Jasmim tem que ir embora por questões legais de documentação por ser estrangeira. Todos se ressentem de sua partida. Um tempo depois, seu retorno traz de novo a harmonia. Essa história não tem nada de muito original quando é lida dessa forma. Mas esconde outras leituras. Nelas podemos exercitar o pensamento a partir dos símbolos astrológicos. 21 II - LINGUAGENS SE ENCONTRAM : CINEMA E ASTROLOGIA Recontemos a história acrescentando a leitura dos elementos astrológicos. Tomamos de empréstimo a teoria dos signos (Touro e Libra) de Gregório Pereira Queiróz . Segundo ele, signos são “campo de forças” que é “a base para as dinâmicas da carta astrológica”. Isto é, “a base da interpretação astrológica consistente.” Além dessa perspectiva da importância dos signos no sistema de compreensão astrológica, Gregório parte das qualidades elementares para seu estudo o que me pareceu elucidativo para a análise dos comportamentos da personagem e do seu contexto. Robert Hand nos emprestará sua compreensão do planeta Vênus. Segundo ele, planetas são “esses fatores, que variam no tempo e que, portanto, se relacionam com os componentes dinâmicos da vida da pessoa.” E ainda diz, “representam as energias da personalidade, todo o dinamismo e processo dentro da psique, corpo e ambiente.” Ainda contaremos com o conceito de Glenn Perry a respeito de planetas e signos, segundo o qual eles formam pares inseparáveis, os planetas sendo os realizadores das necessidades dos signos. A partir dessas ideias teóricas, voltamos à narrativa do filme na busca do tema Amor. RECONTANDO A HISTÓRIA, OUTRA HISTÓRIA O sol a pino incendeia o horizonte desértico. O vento sopra levantando poeira. Há falta de verde e de sombra. É a partir da rudeza desse contexto que a personagem chega ao café-motel onde a história se desenrola. Tendo abandonado o marido, desliga-se também de uma forma de vida estabelecida. Talvez ela não tenha plano definido, além do desejo de se safar de agressividade e de maus tratos. Poderá iniciar nova vida? Leva consigo elementos mínimos para a sobrevivência: dinheiro, a roupa do corpo e poucos recursos linguísticos de comunicação. Leva consigo uma determinação concentrada que tem características taurinas. A personagem não tem como se expandir no contexto em que se encontra e desconhece o que vai encontrar adiante. As condições naturais com as quais se depara são adversas e pouco facilitadoras. Então é natural que ela se contraia em movimento de defesa. Isso é necessário para lhe dar a estrutura suficiente para esse começo. Segundo Gregório, o signo de Touro se caracteriza pelas qualidades elementares de Frio e Seco: “a pressão de fora para dentro (frio) força a coesão interna (seco) a se tencionar ainda mais, gerando a dinâmica de condensação e concentração.” Observamos um “movimento de consolidação de si mesmo”. Compreendemos neste contexto o Frio, como oposto a expansão, ou seja, a situação que impede o calor se efetivar naquilo que lhe é mais característico. Jasmin não pode se expandir nesse primeiro momento de observação e de defesa. Ela tem que se guardar e observar. Saiu de uma situação áspera. Não pode facilitar. Visto que “Touro é o processo de conservação em sua interioridade de algo que lhe tocou desde o ambiente”, ela aproveita como pode os elementos com os quais entra em contato. Sem outras alternativas, a partir de agora, seu compromisso deve ser tornar sua nova vida viável. 23 Pode ser cruel, mas ela encontra uma situação semelhante àquela que acabou de abandonar, pois percebe agressividade, maus tratos, rupturas e desconexão entre os que dela participam. Seria seu destino lidar com esse tipo de situação. Dessa forma, apesar da escassez inicial, ou melhor, a partir dela, a personagem vai descobrir maneiras de lidar com o novo contexto. Preocupa-se então com as questões de ordem, tem desejo de tornar seu mundo mais eficaz . Daí, ocupa o espaço de seu quarto, ajuda o garçom, limpa o escritório. É isso o que lhe tocou. Faz o melhor que pode, dispondo de determinação e preocupação taurinas. Mas, lida também com traços do signo de Libra. Transita entre os parceiros, exercendo uma atração espontânea e possibilitando a criação de uma nova ordem de funcionamento mais perfeito onde havia caos e separação. Segundo a teoria desenvolvida por Gregório esse signo nos traz as qualidades Úmido o Quente (mais o primeiro que o segundo). Ou seja, temos a umidade necessária para estabelecer ligações com as pessoas, o que se realiza de forma sutil. Há pouca expressão de uma vontade pessoal e explícita, por causa da menor presença da qualidade elementar quente. A personagem passa ao largo da linguagem o que poderia significar uma manifestação consciente por causa do uso da razão e da mente. Entretanto, Jasmin estabelece comunicação por outros meios: pelo olhar (com o garçom), pelos risos (com a adolescente e nova amiga), pela escuta musical (com o pianista), pela sensibilidade estética (com Rudi Coxx). Há comunicação muda. Há ligação e gentileza nesses encontros librianos. Ela entra na vida das pessoas, tais como elas se manifestam no desenho de suas ações. Então, joga boomerang com os jovens. Assim também, após a cumplicidade com o quadro de dois sóis, ela se entrega à pintura de Rudi Coxx. De uma forma feminina e delicada (a qualidade do úmido de Libra), ela se propõe aceitar a realidade, exercendo uma atração natural e simples. Ela entra nos contatos sem revolta ou questionamento, mesmo quando acontece alguma frustração como quando o bebê lhe é retirado do colo. Vai lidando com os dados acessíveis de uma realidade objetiva (Touro) de forma gentil (Libra). Paralelamente, ocorrem transformações a sua volta. As pessoas vão encontrando novas expressões de si mesmas e, aos poucos, formando um novo desenho do conjunto inicialmente desconexo. Assim, assistimos à cena em que brota o talento do pianista . Com a parceria estimuladora de Jasmin, ele desenvolve uma atuação de qualidade superior, sob as bençãos de Joahnn Sebastian Bach, cujo retrato paira na parede. A juventude se expande e Jasmin conquista a leveza na corrida pelo boomerang, enquanto a adolescente se fixa no grupo. O talento de pintor de Rudi Coxx se amplia desde que ele se propõe a pintar Jasmin, compondo cenas criativas e inusitadas de uma mulher que vai se expondo cada vez mais bela e exuberante. E nos surpreendemos quando Brenda entra em contato com a ausência da maternidade de Jasmin. Nesse momento, elas se encontram em um espaço da feminilidade. Só elas, como mulheres, poderiam viver esse momento de abertura. Há um movimento de atração nesses encontros improváveis: pela estética e pela afinidade de consciência (com Rudi Coxx), pela maternidade e pelo feminino (com Brenda), pela herança musical (com o pianista), pela alegria (com os jovens). Enquanto todos da comunidade se transformam também Jasmin passa por mudanças importantes. Ao final, veste roupas claras e solta o cabelo. O processo de posar para o trabalho artístico de Rudi propiciou a ela um desnudar-se que pode significar a desmontagem de uma identidade em favor de outra que está surgindo naquele ambiente. Cada vez com menos roupa mas sempre com algo na mão a oferecer (uma flor, um fruto) vai-se desvelando metaforicamente uma mulher cada vez mais essencial e até sensual. Será talvez o renascer de uma mulher pronta novamente para a relação com um homem, mediada por outros valores. Talvez possamos chamar de amor a todos esses relacionamentos. Um tipo diferente de amor que surge quando as diferenças já não se fazem presentes e não há críticas. Quando o poder da terra se alia à água benfajeza da umidificação, resultando tudo isso no processo de semear. Jasmim desmancha as barreiras com o poder coesivo que vem de dentro de si mesma. E nessa função, ela incorpora o próprio planeta Vênus, cujos mecanismos de aproximação são expressos em seu comportamento. Segundo Robert Hand, Vênus “é o planeta em que os elementos Yin , terra e água, predominam”. E também por isso “a percepção da terra é menos influenciada pelos desejos pessoais do fogo. É mais preocupada com a realidade objetiva.” Ele ainda diz que Vênus não é “especialmente preocupado com abstrações, ele pode até ser impaciente com elas. Por outro lado, é grandemente preocupado com a percepção do ordem no mundo e fazer essa ordem mais eficaz e aparente.” Tais características do planeta são visíveis em Jasmin, que se preocupa com a arrumação do seu contexto e com a aceitação do outro da maneira como ele é. Sua observação da realidade material e da natureza individual de seus novos parceiros, despertou o melhor em cada um deles. Há semelhanças entre estas características do planeta Vênus e as que identificamos nos signos de Touro e de Libra dos quais ele é regente. Essa semelhança talvez torne difícil estabelecer os limites de signos e do planeta na manifestação da linguagem cinematográfica. Há diferenças sutis e elas são muitas vezes difíceis de serem definidas. O que pode resolver essa questão é a perspectiva teórica de Glenn Perry. Segundo ele, “planetas simbolizam funções que são orientadas para a satisfação das necessidades dos signos que eles governam. Os signos são motivações; planetas são seus agentes ativos.” Esse conceito pode justificar que Jasmin seja a representação do planeta Vênus em seu funcionamento dentro das dinâmicas dos signos: “Isto implica que a motivação e função são inseparáveis como um foguete e seu tanque de combustível. Cada pareamento signo/planeta pode ser considerado como um sistema.” Como agente ativo, a personagem age de acordo com as motivações de seu momento e que se aplicam às necessidades de ambos os signos. Ela comporta as duas possibilidades. A personagem funciona na representação de Vênus e na dinâmica dos signos de Touro e Libra, mobilizando as características desses signos e dando oportunidade de manifestação para suas necessidades: segurança e estabilidade em Touro e a experiência equilibrada nos relacionamentos e de padrão estético em Libra. Essa perspectiva resolve nossa dificuldade de separar os recursos e imagens da linguagem cinematográfica relacionadas ao planeta Vênus e aos signos visto serem um sistema integrado de manifestação. Ela dá fundamentos para nossa interpretação da personagem como mensageira dos dois signos. 25 De acordo com Robert Hand, “Marte ajuda a estabelecer uma identidade separada. A não ser que você tenha se estabelecido como um indivíduo, Vênus não poderá funcionar corretamente em sua vida.” Jasmin primeiramente teve que se afirmar independentemente para depois desenvolver relações de amor saudáveis, fundadas no respeito mútuo. III - ALGUMAS OBSERVAÇÕES FINAIS Percebemos que o embate entre as duas personagens femininas forma o eixo mais importante da narrativa. Como resolução de seu encontro, elas conversam ao final da narrativa se olhando nos olhos, irmanadas. As arestas foram aparadas. Deu-se o encontro de amor e compreensão mútua. Jasmin, liberando-se no ambiente estranho, foi-se soltando e ampliando sua manifestação pessoal. Tentando tirar partido das situações objetivas que encontrou, foi abrindo espaço e eliminando os obstáculos. Ao mesmo tempo, Brenda perdeu a agressividade, adoçou o temperamento enquanto foi encontrando a confiança para se sentir com apoio e para lidar com a posição difícil de responsável por todo o estabelecimento. Mas talvez haja ainda alguns dados astrológicos complementares a serem observados. A primeira cena do filme nos trouxe Jasmin tomando a decisão de deixar o marido inadequado. Tal atitude marca a afirmação de uma autoridade, o que proporcionou a ela a competência para tentar sua vida de outra forma. Esse movimento característico de Marte foi essencial para o bom desenvolvimento das características do planeta Vênus, ou seja, do que sucedeu depois. A partir dessa conquista nos relacionamentos pessoais, ela conseguiu também que se construísse harmonia no grupo como um todo. Seguiu-se então a recolocação de ordem nas funções devidamente restabelecidas entre seus participantes. Tal evento é da competência de Saturno em Libra, ou seja, expressão de excelência e da exaltação desse planeta. Essa é a manifestação da exaltação de Saturno como a lei, o respeito e a harmonia nos relacionamentos de um grupo. Seria o destino da personagem sair de Roseheim (em inglês, Out of Roseheim) para estabelecer nova ordem de amor no Café Bagdad? Na verdade, sobram perguntas sem respostas. Brenda não saberá como uma cafeteira pôde chegar a seu estabelecimento com o nome do local de origem da estrangeira que veio se hospedar com ela. A trilha sonora e os efeitos da fotografia são apenas dois aspectos, entre muitos outros que nos oferecem imagens que permanecem e ainda nos fazem pensar. Uma flor ou fruto na mão de Jasmin,a auréola em sua cabeça na pintura de Rudi Coxx, o ciciar de cobra. A câmera focalizando o livro Morte em Veneza, a chegada do mochileiro. Todos esses eventos não são aleatórios. Os mistérios pairam em meio ao nada, em meio ao deserto. Nele um pequeno oásis começou a funcionar. O café-posto de combustível funcionaria daí em diante como um pequeno oásis de idealismo, onde tudo funciona como deveria ser. São felizes as consequências do relacionamento entre a personagem feminina e as pessoas do Café Bagdad. Houve a construção da harmonia nessa pequena comunidade exemplar. A confissão da tatuadora dizendo que vai embora por haver harmonia demais no lugar é mais uma cena meio absurda entre outras. Às vezes realista, muitas vezes surrealista, o diretor do filme nos desafia o tempo todo. Essa personagem não cabe mais no grupo ausente de conflitos. Ela se torna nesse momento a metáfora da realidade dura e perversa que foi eliminada do Café Bagdad pela mágica amorosa de Jasmin. A caixa de mágicas encontrada por ela na mala do marido, é um presente inesperado em situação surpreendente. Um sinal do destino a lhe dar condições imprevistas de ação. Trata-se de um final feliz. De forma atemporal, entramos em contato com um tipo de amor puro e essencial. Notamos que sutilmente a cultura americana e a alemã estão presentes de forma a não nos obrigar à contextualização e à historicidade. Há muitas imagens que continuam a alimentar nossa imaginação. São elas outras possibilidades dentro do universo dos símbolos astrológicos ligados a Vênus, Touro e Libra. Há muita beleza, refinamento estético e poesia, muita harmonia dando sentido a tudo e para todas as personagens. O diretor nos diz “Sim, no meio do deserto, com mínimos recursos, é possível construir harmonia”. Isso é da ordem do mundo, é da ordem do amor. BIBLIOGRAFIA ◘ HAND, Robert. Horoscope Symbols. Atglen: Whitford Press, sem data. ◘ ORNELL, Howard Leslie. Encyclopaedia of Medical Astrology. New York: Samuel Weiser inc, 1972. ◘ PERRY, Glenn. Planets as faculties and functions. ISAR International Astrologer , Vol 43 no 1, April 2014. p.65-66. ◘ QUEIRÓZ, Gregório Pereira . Astrologia, constelação de forças dinâmicas. Quente, Frio, Úmido, Seco. (em processo de publicação). 27 29 Nasceu em Coimbra em 1972 e reside no Funchal, ilha da Madeira. Depois de um longo flirt, rendeu-se à astrologia em 1998 e mantem com esta uma relação permanente e apaixonada. Fundadora da empresa “Estudante de Astrologia”, exerce a sua actividade nas áreas do ensino, investigação, divulgação e consultoria em astrologia. Por: Patrícia Azenha Henriques Membro N.º12 www.estudantedeastrologia.com A ARTE DE AMAR “Quem é o homem sensato que não mistura beijos com palavras meigas? Ainda que tos não dê, rouba, mesmo assim, os que não te são dados. Resistirá, talvez, ao princípio, e há-de exclamar: “malandro!” Enquanto resiste, porém, o que ela quer é ser vencida. Acautela-te, apenas, de que não magoem seus lábios delicados os beijos roubados e de que não possa queixar-se de terem sido grosseiros.” 31 O amor não é exclusivo de um país nem de uma raça, é universal, seja amor ao próximo, amor aos filhos, amor aos pais, amor a Deus, amor romântico, principalmente este último, deve ser o tema que mais livros escreveu, que mais filmes realizou, que mais canções compôs, toda a gente fala de amor, quer saber de amor, todos desejam amar e ser amados. Alguns planetas podem falar parcialmente de amor, mas o planeta do amor por excelência é Vénus que, de acordo com o signo em que está, expressa diferentes formas de amar. Vénus revela as suas qualidades máximas para amar nos seus signos de regência, Touro e Balança e no seu signo de exaltação, Peixes. É nestes signos que Vénus apresenta maior estabilidade para amar e ser amado, e sabemos como a estabilidade é importante para Vénus. Mas nem todas as pessoas têm uma Vénus dignificada, muitas têm uma Vénus debilitada, e não amam? Amam muito também, a vontade de amar e ser amado é tão grande e intensa como se Vénus estivesse num signo dignificado, simplesmente não têm as condições ideais, que podem ser de ordem diversa de acordo com o signo em que se encontra. Vénus em Virgem está no signo oposto ao da sua exaltação e por isso no signo da sua queda. O amor – Vénus - é dominado pelas qualidades do signo e pelo regente Mercúrio, tornando o ato de amar mais racional, prático, planeado, minucioso, servil, as emoções são filtradas pelo lado racional e menos pelos impulsos do coração. É uma Vénus cheia de regras para amar e ser amada e busca a perfeição, estado difícil, se não impossível, de ser alcançado, por tudo isto a sua queda. Públio Ovídio Nasão, no Século I a.c., escreveu sobre o amor. Uma das suas obras foi a coletânea “Arte de Amar” 1, composta por três livros. No primeiro livro ensinava o homem a seduzir a mulher; no segundo a conservar o amor, depois de concluído com êxito o processo de sedução; no terceiro englobava o mesmo conjunto de ensinamentos, mas dirigidos à mulher. “Era hábil Automedonte nas corridas e no manejo das rédeas; Tífis, na proa hemónia, era um mestre; A mim, Vénus me designou o artesão do Amor; O Tífis e o Automedonte do Amor, assim me hão-de chamar.” Ovídio acreditava que o amor podia ser ensinado, que se podiam educar os amantes, ele que conhecia de perto o amor, ousou ensiná-lo. Acreditava, por convicção e experiência, que o amor, como tudo na vida, obedece a uma técnica e que essa técnica, como todas as técnicas, pode ser ensinada e aprendida, com proveito. Aprendido o amor, a única paga que ambicionava era que os amantes reconhecessem que foi Nasão o seu mestre. Podemos encontrar numa das suas obras – Tristia – Vol. IV - informações precisas sobre a data do seu nascimento, mas sem a hora. 1“Arte de Amar” – Ovídio, tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André, Livros Cotovia Fonte da Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ars_Amatoria#mediaviewer/Ficheiro:Ovid_Ars_Amatoria_1644.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ars_Amatoria#mediaviewer/Ficheiro:Ovide_auteur.jpg 33 Vemos que tinha Vénus em Aquário. A sua postura no amor era liberal, baseada em ideias e ideais muito próprios, com uma atitude progressista, original e inovadora, e como muitos, incompreendido no seu tempo, mas admirado até hoje pela sua audácia. O sextil de Vénus e Mercúrio em Carneiro permitiu que nos transmitisse a sua arte de amar através da sua escrita, mas a oposição de Vénus à Lua e Neptuno em Leão, apesar de grande imaginação e inspiração somadas a um enorme desejo de brilho e reconhecimento, trouxeram também as grandes desilusões que sofreu por ser incompreendido e banido da sua terra. Alegadamente, foi por amores que teve, e por ter escrito “Arte de Amar”, uma obra considerada imoral, que foi banido de Roma pelo imperador Augusto, um duro golpe para este amante liberal que ansiava por reconhecimento dos amantes a quem ensinou a amar. A morte e o tempo trouxeram esse reconhecimento. “(…)se em alguma coisa confiais, acreditai na minha arte, que em longa experiência foi construindo; os meus versos hão-de ser o garante da vossa confiança. Solte-se, do fundo das suas entranhas, a mulher e sinta os prazeres de Vénus, e a coisa há-de ser aprazível, ao mesmo tempo, aos dois; E não deixem de se ouvir falas meigas e murmúrios de delícias, nem fiquem em silêncio, em pleno prazer, palavras menos próprias.” 35 Astróloga, taróloga e terapeuta. Atende e ministra cursos. Formada em Astrologia pela Gaia. Foi Vice-Presidente da CNA. Membro da Astrobrasil, do Sinarj e da ASPAS. Autora do Caderno Brasileiro de Astrologia 19: Amor e Astrologia: em busca de relacionamentos melhores. Co-autora dos Livros Comunicação em Cena volumes 2 e 4, com artigos que relacionam Astrologia e Comunicação. Colunista de sites, revistas, jornais e televisão. Já atuou como advogada especialista em Direito da Família e das Sucessões. Pós graduada em Jornalismo. Mestranda em Comunicação. Por: Titi Vidal Membro N.º21 www.titividal.com.br AMOR ALÉM DE VÊNUS E MARTE Somos nosso Sol, reagimos emocionalmente com nossa Lua, pensamos com Mercúrio, nos relacionamos com Vênus, agimos com Marte, e assim por diante. Cada planeta, assim como cada casa astrológica, tem sua função específica. Apesar disso, somos todo nosso mapa, o que reforça a complexidade do ser humano que é tudo ao mesmo tempo. Ou seja, todo nosso mapa está presente em tudo que fazemos e nas diversas áreas da nossa vida, ao mesmo tempo. Assim, quando falamos sobre relacionamentos, os primeiros pontos a serem observados são Sol e Lua, o “eu” e “suas emoções”, o pai e a mãe, a origem da vida. Cada um deles precisa ser interpretado e compreendido se desejamos saber como é uma pessoa, quais suas buscas, necessidades e reações emocionais. Além disso, a relação entre ambos influencia muito na personalidade da pessoa, especialmente quando pensamos nos relacionamentos. Até porque Sol é o princípio masculino e a Lua o feminino e para que possamos ter um bom relacionamento, temos que ter ambos os lados bem integrados e compreendidos. Além disso, a relação entre Lua e Vênus é uma grande indicadora do potencial de relacionamento, já que ambas são os princípios femininos que, se não estiverem bem integrados, podem trazer dificuldades numa relação. Por exemplo, mulheres que tenham Lua e Vênus em conflito em seu mapa natal, podem ter dificuldade com seu próprio feminino e, consequentemente, ter algum tipo de dificuldade para se relacionar ou dentro de um relacionamento. Isso não significa que a dificuldade precisa existir para sempre e esta é uma das importâncias da Astrologia, que ajuda a compreender onde estão nossos desafios e como podemos lidar melhor com cada um deles. A relação entre Lua e Vênus no mapa dos homens também deve ser avaliada para saber como esses femininos se combinam. Isso é importante porque alguns homens com Vênus e Lua em conflito podem ter dificuldade para enxergar a mulher-mãe e a mulher-amante na mesma mulher e, sabendo disso, a Astrologia ajuda a integrar essas duas partes internas e a conviver melhor com essa dificuldade. As casas astrológicas também têm extrema importância para a melhor compreensão da dinâmica das relações. Elas seguem uma sequência lógica e estão totalmente interligadas. É a nossa jornada de vida, que tem início na casa um com o nascimento (representado pelo Ascendente). Assim, na primeira casa temos o próprio “eu”. Na segunda casa os “meus valores”. Na terceira o “meu ambiente próximo”. Na quarta casa a “minha família”. Isso significa que nascemos num determinado momento e pertencemos a uma determinada família, que além de estar representada pela Lua, que também tem a ver com as emoções, está na casa 4, a base do mapa que, assim como a Lua, mostra o quanto temos e/ou buscamos segurança na vida e nas relações. Ou seja, compreender a própria família e sua história, ajuda a viver melhor as relações afetivas. 37 Na casa cinco nos apaixonamos. É a casa dos prazeres, do namoro. É nela que uma relação começa e enquanto vivemos a casa cinco tudo é muito divertido, prazeroso. Conforme vamos nos relacionando, vivendo essa paixão, o amor, a diversão e o prazer, vamos criando uma rotina. A outra pessoa e o namoro entram em nosso dia a dia. O outro passa a fazer parte da nossa vida, do cotidiano. E conforme isso acontece, estamos vivendo a casa seis. Ou seja, a relação vai ganhando forma, rotina, repetição. Quando já temos uma certa rotina, um tempo juntos e alguma segurança, começamos a estabelecer contratos, ainda que tácitos. Existe um respeito ao outro e determinadas regras (coisas de casa seis) se instalam. Nesse momento em que o contrato é formalizado, por exemplo, com o casamento, estamos na casa sete, a casa do casamento, a casa do outro. Aqui a relação não é apenas o prazer, mas sim uma série de regras combinadas ou não e toda a vida de cada um interferindo no relacionamento. Uma boa relação, portanto, depende muito da capacidade que um casal tem de integrar casa cinco e casa sete: o amor e o contrato. E o que está entre elas é justamente a casa seis, a casa da rotina, o que aproxima ou afasta as pessoas. A rotina é a grande construtora de um relacionamento. É no dia a dia e nos pequenos detalhes que vamos nos entregando, conhecendo o outro e convivendo com alguém. A vida é construída nesse dia a dia representado pela casa seis e cada detalhe pode ser decisivo quando criamos vínculos com alguém. Essa mesma rotina que constrói é capaz de destruí um relacionamento, já que as coisas do dia a dia podem nos afastar de quem amamos e criar uma série de obstáculos à uma união. Sem falar que os assuntos de casa seis estão presentes em muitas separações: o excesso de trabalho, os problemas de saúde, a falta de higiene, os hábitos e manias que podem incomodar. Por isso a casa seis pode ser a grande ponte que liga a cinco à sete e mantém o amor e o prazer dentro da relação, assim como pode ser um grande muro que se constrói e afasta o lado prazeroso e feliz, fazendo a relação ficar difícil, chata, apenas pautada nos contratos, nas obrigações e assuntos burocráticos. Isso significa que o sucesso de uma relação também depende muito do dia a dia e dos detalhes. Ou seja, um relacionamento é como uma flor que precisa ser cuidado todos os dias, com atenção a todos os detalhes. Quando as casas cinco e sete estão bem integradas, com a ajuda da seis, a casa oito tende a ser vivida de forma mais positiva. Esta é a casa da intimidade e de tudo que compartilhamos com o outro num relacionamento. Por isso é chamada a casa dos valores do outro e da sexualidade. Na casa oito mergulhamos intensamente na relação e nos fundimos com o outro. Por isso ela traz transformações, já o equilíbrio de uma relação também depende da nossa capacidade de abri mão de algumas coisas, de ceder . Além disso, também depende de aceitarmos o outro exatamente do jeito que ele é, com tudo que lhe pertence, e isso também está nessa casa oito, que fala, ainda, da sexualidade vivida entre o casal, do dinheiro conjunto, dos detalhes íntimos. Uma relação bem vivida terá uma boa intimidade, sexualidade positiva, um bom compartilhamento. Mas na casa oito também temos a violência, a traição, a separação. Curiosamente as duas casas – seis e oito – que cercam a casa sete precisam ser muito bem cuidadas se desejamos uma relação saudável e duradoura. Além dessas casas, os valores e crenças da casa nove, a carreira e os objetivos de vida, da casa dez, os amigos e ideias, da casa onze e todo nosso mundo interno e oculto da casa doze também fazem parte de nós e podem influenciar qualquer relação. Por isso tudo, é fundamental o autoconhecimento e a boa compreensão de toda nossa complexidade, pois quando nos relacionamos, tudo que nos pertence está junto, assim como tudo que pertence ao outro também faz parte da relação. Isso também inclui o passado de cada um, que quando não respeitado e inte- 39 grado pode influenciar negativamente uma relação atual. Não apenas os relacionamentos anteriores como toda nossa história precisa estar bem resolvida dentro de nós mesmos para que isso nos fortaleça e para que não se criem ganchos que atuam em nós, atrapalhando a vida e as relações. Portanto, se compreender uma pessoa já é uma tarefa complexa – que felizmente a Astrologia, assim como outras áreas do conhecimento nos ajuda – compreender a dinâmica que se forma entre duas pessoas é algo ainda mais complexo e profundo e, astrologicamente falando, depende de tudo que faz parte de nosso mapa astrológico e da combinação que se cria entre os mapas de um casal. Ou seja, a dinâmica da relação vai muito além de Vênus e Marte que, certamente, também são uma parte bem importante dos nossos relacionamentos. As imagens criadas especialmente para esta apresentação são da autoria de Paulo Tripitelli. 41 Nascido em Estremoz, Abril de 1949. Astrologia, Teosoa, Espiritismo, Simbologia dos Números, Geometria Sagrada, Extraterrestres, a Face Oculta da Vida. Estes são alguns dos temas que merecem a minha atenção e estudo, procurando sempre interligá-los através de actividades que venho a desenvolver, com o empenho que a minha capacidade e consciência me permitem. Por: Narciso Saramago Membro N.º83 www.astrovida.com 43 DA PAIXÃO PELO ABISMO À ILUSÃO PELA DEPENDÊNCIA Tenho por hábito dizer, repetindo, que a formidável e mais difícil “disciplina” da “escola da vida” é a do relacionamento humano. A minha teimosa persistência nesta atitude serve para me lembrar, com a maior frequência possível, o quanta atenção esta área de vida requer. Quando alguém resolve empreender uma experiência de relacionamento a dois, e se diz que duas alminhas decidiram viver juntas, costumo perguntar em jeito de comentário irónico – “sim? Fulano ou fulana casou? CONTRA QUEM?” – Se duas pessoas se deparam com o desafio de um relacionamento íntimo activam de imediato uma estranha aritmética que diz que 1+1 é igual a 4. Os envolvidos na experiência vêem-se na empolgante condição do encantamento um pelo outro, isso é verdade, mas com o tempo terão forçosamente de enfrentar o lado sombra da natureza de cada um, aquela contraparte que no início de um relacionamento amoroso se esconde atrás das atitudes do querer agradar para alcançar os objectivos, sejam eles quais forem. Muitas vezes pode não parecer. Mas de uma ou outra forma, no começo de um relacionamento, a pessoa que temos pela frente é ainda algo estranha numa ou outra área da interacção a dois. Raro é o caso de duas “almas” que partem para a experiência de um relacionamento íntimo que levam no enxoval alguma consciência das controvérsias dos seus próprios mecanismos internos, para mais tarde poderem mostrar maturidade e abertura perante o parceiro/a, e tentarem gerir os naturais avanços que sempre invadem o espaço interno de cada um. De uma maneira ou outra a maioria acaba por inconscientemente levantar as suas defesas pessoais. Nesta atitude e com o tempo, quando tudo parecia dar a entender que reinava um certo equilíbrio entre ambos, um deles começa a dar sinais de perda de interesse e desilusão amorosa. O fogo de queima rápida da paixão já não encontra alimento no objecto da sua fascinação, ou o que parecia deixou de ser o que aparentava ser. Porém, o que foi, sempre foi como é, apenas com a diferença que já não se faz uso da cautela necessária para não se cair em desagrado perante o outro. Terminado o tempo que parecia garantir a posse e o controlo da situação, já não há mais justificação para se esconder a face oculta do ego pessoal, que ao revelar-se em todos os seus aspectos faz muitas vezes com que um se apresente ao outro como se fosse um estranho. Tudo o que tem uma frente inevitavelmente tem um verso. E não há como mudar esta realidade. Assim, quando duas faces de alguém se somam com as duas faces de outra pessoa surge de imediato a fórmula: 1 (1) + 1 (1) = 4. E esta estranha aritmética não funciona apenas nos relacionamentos a dois. De uma maneira menos intensa o fenómeno opera de igual modo quando se trata de um relacionamento de amizade, trabalho, grupo de pessoas interagindo entre si, etc. O certo é que quanto mais íntima é a proximidade entre os envolvidos e maior é a interacção entre eles, maiores são também as possibilidades de vir a sobressair de uma forma mais intensa o que de mais oculto jaz na personalidade de cada um. De acordo com o psicólogo Carl Gustav Jung este fenómeno é conhecido como “mecanismo da projecção do lado sombra da personalidade”. A palavra “personalidade” tem como raiz o termo latino, persona, significando o mesmo que a palavra grega, prósopon, e quer dizer – máscara. A “máscara” (a persona – a Lua astrológica) simboliza o lado escuro da natureza humana revelando-se nas atitudes e comportamentos quando na busca de adaptação às mais diversas situações do quotidiano. Este mecanismo dá por vezes lugar a um quadro pródigo em dissimulações e equívocos colocando-se com muita veemência nos relacionamentos. Mas por mais controverso e desconcertante que se mostre, é neste mesmo lado sombrio da natureza humana que habita a semente para a integração dos opostos nela mesma, mostrando que no mundo da dualidade a sombra não pode existir sem a sua contraparte – a LUZ, a consciência solar. Numa outra dupla da simbologia astrológica, o Sol interno vêse também ensombrado pela natureza da expressão de Saturno, energia sentida por uns como um sinónimo de provações e limitações, e por outros como uma via de orientação e propósito. Ainda relativamente à anterior alusão sobre a frase “contra quem”, esta surgiu como uma forma de lembrete à antiga premissa filosófica que expressa a dialéctica entre os opostos e a sua respectiva solução ao dizer que – “No princípio era a Tese e depois veio a Antítese, e em seguida a Síntese”. Esta última aparece como resultado da integração dos dois factores anteriormente numa relação de oposição. No tríptico Tese/Antítese/Síntese o primeiro factor projecta-se dando lugar ao segundo, originando-se em seguida um terceiro – a Síntese – que acrescenta aos dois anteriores algo que eles próprios desconheciam deles mesmo. Na prática de um relacionamento, a “Síntese” transmite a mensagem como um terceiro factor para se chegar a possíveis soluções para as divergências entre os “oponentes”, mas tudo depende do nível da síntese interna conseguida por cada um deles até ao momento. De outro modo embrulham-se numa infinidade de equívocos alimentados pelos fantasmas da personalidade de cada um, num cenário de “faz de conta” até à próxima fase de tensão no relacionamento… se lá chegarem. E assim fica adiada para uma futura oportunidade a possível manifestação da mediadora e pacificadora “Síntese”. 45 Todo aquele que vive em estado de cisão interna ignorando os opostos em si mesmo, tende sempre a esperar que os outros ou o ambiente exterior lhe providencie o alimento emocional e afectivo que lhe possa vir faltar. Interpreta assim como inexistente o que nele mesmo já possa existir em potencial. Ironicamente, podemos chamar a este estado de ser de – “síndrome de auto-insuficiência”. Considerando ainda algumas variantes possíveis e a título de exemplo, sabemos bem como são afectados os anseios pessoais daqueles que em seu mapa natal têm a Lua ou Vénus (ou ambas) em tensão com Saturno, Neptuno ou Plutão. O pessimismo e a falta de auto-estima, o fascínio pelo encantamento e a paixão obsessiva, tarde ou cedo acabam por se converter em provações e desilusões no relacionamento. Mas o acima exposto não é algo de novo. Os dramas nos relacionamentos amorosos ondulam pelas Eras, assim como as dissertações a eles relativas perduram fixadas na tónica de quem as escreveu em páginas cujo papel já amareleceu com o tempo. No entanto, podemos dizer que as dificuldades nos relacionamentos não é uma causa perdida e sem solução. Referindo-se a estas questões alguém se expressou da seguinte forma: “A guerra dos sexos jamais será resolvida, ou ganha, porque há demasiada confraternização com o inimigo!” De uma forma superficial esta frase não acrescenta grande coisa. Mas reflectindo um pouco sobre o seu possível significado no que se refere ao “inimigo”, atenta para aquela parte interna em cada um de nós – o lado sombra da personalidade – que quando não consciencializada e deixada à revelia na expressão dos seus conteúdos, acaba por se transformar em um verdadeiro inimigo para a própria pessoa. Mas na medida em que a consciência humana se vai desenvolvendo estes problemas tendem a minimizar-se. Quando o ego pessoal começa a entender que o seu verdadeiro papel nesta 47 existência passa por se colocar ao serviço do desenvolvimento espiritual, quando essa parte em nós parar de tentar assumir o comando das “operações”, o problema da cisão interna passa a ser uma questão menor e o problema dos relacionamentos já não se colocará de um modo tão dramático. Porque a capacidade das partes colaborarem entre si já não é algo estranho e inatingível, não se manifestando a necessidade de conquista de território de um perante o outro. Neste ponto gostaria de acrescentar ainda outras questões: quando se trata de relacionamentos a uma escala maior esta não é uma condição à qual coisa alguma no universo da dualidade não pode escapar? E não é através da interacção que se estabelece nos relacionamentos que temos a grata oportunidade de nos “aproximarmos” um pouco mais de nós mesmos? Parece então que estamos perante algo impossível de evitar e que, de uma forma ou outra, no que diz respeito a relacionamentos, acabamos por nada mais fazer do que reproduzir imitando o modelo original do Universo, no qual mundos incomensuráveis vivem em permanente estado de relação entre si. Pode não parecer, mas a distância entre os organismos seja ela de que dimensão for não os impede de agir em permanente sincronia, em que os menos evoluídos sempre vivem em fase de preparação para futuramente poderem comunicar com os mais adiantados, sujeitos ao mesmo propósito definido por – vida, acção, comunicação, porque essa é a base da “Lei Cósmica” – comunicação, interacção, relacionamento. Em sua essência primordial, o Espírito surge da Unidade e mergulha nos mundos da diversidade. Isto conduz ao pressuposto imediato que envolve a lei da “acção/reacção, “causa/efeito” – KARMA – como se diz vulgarmente. Tão vulgarmente como é hábito no ser humano, que ao vulgarizar as expressões que utiliza deixa escapar a profundidade do seu significado. Por conseguinte, o comunicar, o interagir e o relacionar são verbos que estão na base da expressão da vida e que conduzem a experiências tenham elas as consequências que tiverem. E o classificar uma experiência de “má” ou “boa” depende apenas se estamos a avaliar a situação por uma perspectiva quantitativa ou qualitativa. Mas se em nós estiver entendido que o processo de desenvolvimento da consciência passa inevitavelmente por consecutivos mergulhos no desconhecido, então os relacionamentos amorosos, como parte desse processo, passam a assumir um papel não de gratificação do desejo pessoal tresmalhado, mas de uma tarefa de integração que conduz ao cultivo da dignidade e respeito pelo outro. Em língua espanhola, “tarefa” diz-se “tarea”. Mas face à possível dupla interpretação da palavra, fica a nosso cargo o encarar o desafio de um relacionamento como uma verdadeira “tareia” no sentido vulgar do termo, ou, pelo contrário, encarar esse desafio como uma “tarefa” em que o equívoco e a desilusão já não são a tónica dominante, não nos deixando enganar assim pela “cereja no topo do bolo”. Mas quando se trata de relacionamentos Deus também tem “problemas”. Quando a “Mente Universal” ou “Mente Divina”, um ponto algures no infinito e em parte indefinida, Se projectou a partir de Si mesmo criando uma imensidão de universos menores, iniciou-se de imediato um processo de relacionamento e intercâmbio entre o centro e a periferia no hiperespaço, gerando-se um campo de múltiplas e infinitas experiências. Desta maneira manifestou-se a multi-diversidade e a dinâmica interactiva entre as partes. “Deus”, provavelmente “não satisfeito” com a Sua condição, projectou-Se a partir de Si mesmo através da experiência da diferenciação, criando algo de novo que lhe conferiu uma nova noção de Si Mesmo. Em termos microcósmicos e em nós, humanos, o processo passa-se do mesmo modo. Sem divagações ou delírios filosóficos, o certo é que Algo teve um indubitável começo do qual somos parte integrante e um modelo em sequência fractal. E não importando nesta análise a fase do desdobramento em que as Hierarquias se estabeleceram e envolveram, o certo é que de um Universo indiferenciado (universo/versus uno) teve início o “Princípio Activo”, que ao projectar-se deu lugar à manifestação das diferenças. Aconteceu assim o primeiro conflito que gerou as infinitas faces com seus ângulos e arestas, colocando as mais elementares formas de vida numa dinâmica de relacionamento entre si, por caminhos, obstáculos e abismos numa misteriosa senda em busca da essência que os originou. Pela lei da evolução, este mecanismo é conduzido a organizar-se em estruturas cada vez mais e mais complexas, congregando-se em organismos também cada vez mais e mais complexos, e por seu turno também cada vez mais capazes de se sobreporem às limitações características das formas elementares. Podemos, vá lá, dizer, que esta foi a dinâmica que provocou as futuras e contíguas crises de identidade. Daqui nasce o “velho herói” na senda para tentar descobrir a sua “Essência Original”. E como consequência vemo-nos chegados ao paradigma humano. Embora numa arrojadíssima comparação e a uma ínfima escala, à semelhança da Fonte Original, cada um de nós reproduz o modelo do mecanismo da projecção, não como seres inteiros criadores em plena consciência, mas desencadeando trôpegos gestos em busca da outra parte em nós mesmos, numa primeira e longa fase impossível de alcançar senão através da interacção com outros. O drama humano acresce em dificuldade na inabilidade de lidar com a dualidade em si próprio. A dinâmica consciente/inconsciente, como duas faces da mesma moeda, é um colossal desafio para se tentar manter a sintonia entre as partes. Mas nos primeiros passos do percurso da alma, para a auto-descoberta é mesmo necessário a presença do “outro” em várias vertentes e facetas. Na minha maneira de entender a Ordem do Universo este é um “jogo” que não podemos recusar, restando-nos apenas tentar entender o seu funcionamento e objectivo, procurando assim agir em conformidade com vista à harmonia interna pessoal. Ao nível da psicologia humana e em boa verdade, o “mecanismo da projecção” é uma ferramenta de extrema utilidade para se chegar à consciência de quem somos. Embora numa primeira fase tentemos ir ao encontro da harmonia, é um facto, porém ainda através do conflito. Mas na “Causa Primeira”, quiçá surgida de uma outra “Causa Primeiríssima”, quando o que com arrojo chamamos de “a Fonte”, se projectou e criou o primeiro impulso para a dualidade em Si mesma, ficou estabelecida a “primeira regra do jogo”, a polaridade como dois princípios do mesmo modelo, que passam a relacionar-se entre si. Se o exemplo exposto for suficientemente claro para que possamos usufruir de alguma luz sobre o que poderá ter sido o “primeiríssimo relacionamento”, então parece que a nós, humanos, produtos do mesmo modelo, só nos resta mesmo procurar entender os desafios que surgem em um relacionamento temporal, como espelho e ajuda para chegarmos ao âmago intemporal de nós mesmos. Certo ou não, porque há controvérsia, atribui-se a Abert Einstein a famosa frase – “Tudo é relativo!” Não importando quem disse o quê e a abrangência do significado da frase, o importante é termos a noção de que de facto tudo é relativo a algo, e pelo relacionamento tudo se liga a tudo, seja por que maneira for. E como todas as experiências são válidas e não existem boas ou más escolhas mas simplesmente escolhas, é por este meio que chegamos à possibilidade de integrar o resultado daquilo que se experimenta num relacionamento seja com quem ou o que for. Assim, um dia, num futuro ainda difícil de vislumbrar, com o corpo físico vivendo no tempo linear mas em consciência multidimensional, muito para além do que o simbolismo do Sol astrológico a um nível mais básico possa expressar, chegaremos ao âmago do nosso Sol Espiritual, a consciência máxima, aquela concepção superior em nós, aquele ponto central unificador que faz de cada ser humano um criador à semelhança do “Criador”, que ao projectar-se a partir de um Ponto Central indefinido, algures no espaço indefinido e sem espaço definido, criou a circunferência limítrofe de um campo organizado de infinitas experiências e possibilidades. 49 Na condição humana, sublimando a energia do Sol que se expressa através do Plexo Solar, o Sol Espiritual passa a brilhar intensificando a energia associada ao chacra do Coração, expressando-se assim a benevolência e o amor altruísta, a tolerância e a humildade. Desta maneira como poderão os relacionamentos falhar? Fica aqui ainda uma outra questão: qual o real valor que deveríamos atribuir ao drama ilusório dos relacionamentos interpessoais, quando o mais importante é o relacionamento último que temos de estabelecer com o lado mais íntimo da nossa própria natureza de ser, chegando um dia ao chamado Casamento Interior? De acordo com o Mestre S. Germain, “não devemos esquecer que no altar do coração humano existe uma câmara secreta que abriga o holograma da centelha divina, a Chama Trina”, esse Cálice Sagrado de onde todo o ser humano deve “beber”, ligando-se ao mais sublime da sua natureza, para um dia se poder livrar da paixão pelo abismo e da ilusão da dependência. Bom! Esta é a visão de alguém que em seu mapa lida com uma Lua de Escorpião quadratura crescente e aplicativa a Saturno – “Ou te ergues em consciência ou te tornas vítima de ti próprio!” 51 53 Ao trilhar caminhos no Ensino, Publicidade, Jornalismo, Marketing Editorial, Produção Editorial e Coaching em paralelo foi surgindo e instalando-se a Astrologia. A sua utilidade é cada vez mais consciente e clara: primeiro como auto-conhecimento, depois como conhecimento humano e promotor de uma maior compreensão na interação com o outro. Por: Isabel Figueiras Membro N.º31 www.astrocoachingblog.wordpress.com O AMOR E O MAPA NATAL 3 MOMENTOS PARA 2 Na vida queremos ser felizes. Para atingir a felicidade há tantos caminhos ou mais quantos os seres humanos existentes na terra. Para entrarmos nos trilhos da nossa felicidade precisamos de nos conhecermos e querermos o melhor para nós. Para nos relacionarmos precisamos também de conhecer o outro e amá-lo. Através de uma consulta de astrologia é possível conquistar uma maior consciência de nós e conhecer melhor as pessoas e os ambientes com os quais interagimos. Desse conhecimento é comum nascer um objetivo a partir do qual traçamos um plano de ação e avançamos na sua concretização. E esta abordagem é válida para qualquer assunto que queiramos tratar, tendo como ponto de partida o mapa natal. Para muitos de nós a felicidade passa por um relacionamento feliz, sermos felizes no amor. Mas o amor não é visível num mapa. Então, qual a pertinência de uma consulta sobre o amor? Supondo que temos um casal que quer verificar se se ama e se vale a pena continuarem juntos, se não podemos ver o amor nos mapas valerá a pena dar-lhes uma consulta? O que podemos fazer para os ajudar? “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás todo o universo e os deuses, porque se o que procuras não achares primeiro dentro de ti mesmo, não acharás em lugar algum.” Oráculo de Delfos O autoconhecimento é o primeiro passo para uma vida mais feliz. O autoconhecimento é promovido e facilitado pela astrologia através do mapa natal. É o nosso instrumento de trabalho e é através da sua leitura que damos a conhecer as motivações, o temperamento, o comportamento, enfim, descrevemos a pessoa que está à nossa frente. É no conhecimento da nossa natureza, do nosso temperamento, daquilo que nos motiva e o que nos caracteriza que temos a porta aberta para nos aceitarmos e para sermos tolerantes em relação ao outro. O facto de nos conhecermos é a chave que nos vai permitir conhecer o outro. E o facto de nos aceitarmos facilitanos a aceitação do outro, tanto no que consideramos qualidades como no que consideramos defeitos. 55 Daí que uma consulta astrológica de relacionamentos deva ter três momentos distintos: uma consulta individual para cada um e só depois uma consulta em conjunto. A primeira consulta relacional que dei, ainda estava a tirar o curso de astrologia. Foi uma experiência muito caseira pois os supostos clientes eram pessoas conhecidas e devidamente informadas sobre a minha inexperiência. Numa das consultas tinha diante de mim um casal. Pediram-me que eu visse como estava a relação deles e se se amavam o suficiente para continuarem juntos. Se valia a pena investirem um no outro. Comecei por descrever o mapa de um deles de forma breve e seguidamente o do outro. Pouco tempo depois estavam a discutir usando as minhas palavras como armas de arremesso. Um desastre! Se por um lado a primeira consulta deveria ter sido separada, como referi, por outro onde está o amor retratado num mapa natal e na relação entre os dois mapas? Uma consulta individual teria permitido tomarem conhecimento do seu próprio mapa. Haveria oportunidade para esclarecer as características que a pessoa não consegue ver em si. Nem sempre nos reconhecemos na descrição do ascendente, por exemplo. Normalmente as características do nosso ascendente e planeta ou planetas na primeira casa são mais visíveis aos outros. Há as características que não reconhecemos à primeira mas até não achamos nada de mal, às vezes até têm alguma graça. E o que dizer daquelas características que o astrólogo até descreve com a melhor das intenções mas que detestamos, abominamos e desconhecemos em nós ou não queremos ver? Para aumentar as variantes e complexificar tudo isto, ao longo da vida vamos criando crenças sobre nós, sobre os outros e o mundo em geral. E essas crenças podem ser contrastantes com o que somos e como agimos.. Se essa característica, com a qual não nos identificamos ou não quer ver e entra em conflito com as nossas crenças, é exposta perante outra pessoa, a nossa reação não pode ser suave. Por isso, é de enorme importância que esse trabalho seja feito entre o astrólogo e cada um dos elementos do casal em separado. E só depois de ambos se sentirem preparados para a sessão a dois é que se deve avançar. É muito importante ter essa perceção, de facto, a sessão a dois só deverá acontecer quando os dois já se sentem preparados. É nesta autodescoberta que cada um faz individualmente, que nasce a autoestima, a autoconfiança, no fundo, o amor-próprio. E é com o amor-próprio, com o conhecimento de quem somos que podemos partir para a consulta a dois. A nossa ambição no amor deverá começar por conhecermo-nos e amarmo-nos. O Amor é inteiro. Os amores fragmentados procuram no outro o que carecemos em nós. «Nenhum homem é uma ilha» mas quanto mais inteiros maior possibilidade de partilhar o Amor. 57 Na consulta individual com o fim relacional, analisamos a forma como a pessoa exprime o afeto (Vénus), como se relaciona sexualmente (sobretudo relações de Vénus e Marte) , que dinâmica procura num relacionamento (protocolo da casa sete); a tendência de durabilidade dos relacionamentos (modo do signo e relação sol e lua); o tipo de parceiro que procura (tipo de significadores) entre outros. Toda esta informação recolhida individualmente, é posta em interação na consulta a dois para destacar as compatibilidades e incompatibilidades entre os dois mapas. Para além disto, são analisadas as afinidades entre os pontos hylégicos (o sol, a lua, o ascendente, a parte da fortuna e a sizigia.) E a partir desta análise destacamos os aspetos difíceis ou seja, as zonas de tensão entre os dois mapas; e os bons aspetos elementos facilitadores na compreensão entre as pessoas. Ao fazermos a análise dos dois mapas recebemos informações importantes: as incompatibilidades e compatibilidades. É preciso desmistificar. O que é bom não garante sucesso e o que é difícil não indica rutura. E se há mais incompatibilidades do que compatibilidades quer dizer que não vai dar certo? O nosso mapa individual também tem questões difíceis, quer dizer que não podemos ser felizes? A consciência de nós e do outro, neste caso através da análise dos mapas, a vontade e as ações certas, permitem que duas pessoas que se amem possam ultrapassar as questões apresentadas pelos mapas. No confronto com o outro aprendemos muito sobre nós.. Es se eu «não consigo aproximar-me da outra pessoa(…) é porque ainda não dialoguei o suficiente com o que aquela realidade revela em mim», diz-nos o arquiteto, teólogo e filósofo João Delicado. E é nessa interação comigo, no reconhecimento daquilo que me quer obrigar a sair da minha zona de conforto e com a qual travo lutas ferozes e resisto, que encontro a oportunidade valiosa de «visitar partes da minha interioridade que de outra forma me seriam inacessíveis», acrescenta o filósofo. Temos de estar dispostos a trabalhar o que somos e a relação. Havendo a semente do amor entre duas pessoas, é preciso fazê-la germinar, dar flor e fruto. E é mesmo como uma planta. Se deixarmos de a regar, de a pôr ao sol, enfim, de reparar nela e cuidar dela, ela morre, tal como a canção do Caetano Veloso «Quando a gente gosta é claro que a gente cuida». Para manter e fazer crescer uma relação de amor é importante ter presente se queremos mesmo essa relação e fomentar a comunicação. 59 Anthony Robbins escreveu: «To effectively communicate, we must realize that we are all different in the way we perceive the world and use this understanding as a guide to our communication with others»1. Para comunicar com o outro não basta falar de tudo sem ter em conta as diferenças entre os dois. E esta consulta a dois ajuda o casal a ter uma comunicação mais construtiva. Se ambos querem estar juntos, ambos têm de trabalhar a comunicação entre os dois e respeitar o que cada um é. É útil lembrar que não conseguimos não comunicar. E o que dizemos que não é comunicação, o silêncio, pode ser o sinal mais evidente que comunica a rutura, por exemplo. É preciso lembrar que ambos estão a comunicar em nome do amor. E se assim é, a resposta que procuram quando comunicam um com o outro é crescer em amor. E que o facto de nem sempre agirem da melhor maneira, nem sempre estarem no vosso melhor para poderem utilizar em pleno os vossos recursos, não implica que não se amem. Se querem mesmo essa relação é essencial ter esse pensamento presente e focar no amor. Onde têm o vosso foco? No ciúme? Ele vai crescer. Nos defeitos de cada um? Eles vão ficar gigantes. Numa terceira pessoa ? Ele vai ganhar demasiado poder. ..Onde puserem a vossa atenção, vai ganhar vida; onde não estiver a vossa atenção; vai morrer. Então onde querem pôr o vosso foco? Posso sugerir? Que tal no amor? 1 Tradução “Para comunicar de forma eficaz, devemos perceber que somos todos diferentes na forma como percebemos o mundo e usar esse entendimento como guia para nossa comunicação com os outros.” 61 Astróloga, arquiteta e consultora em harmonização ambiental e pessoal há mais de 20 anos. Diretora do Harmonizarescritório de consultoria holística, agora também em Portugal. Desde 2008 desenvolve seu trabalho em solo português. Faz atendimentos e ministra formações em Astrologia e Feng Shui. Membro da CNA (Central Nacional de Astrologia), da ASPAS e também consultora empresarial da Astrobrasil. Por: Patrícia Ungarelli Membro N.º14 www.harmonizar.com.br O AMOR UNINDO CAMPOS DO SABER Quando recebi o convite carinhoso da Diretora Editorial do jornal para escrever sobre o Amor explorando o tema com as minhas especialidades profissionais fiquei muito feliz, pois é realmente um tema que muito me agrada, fonte inspiradora da minha trajetória profissional unindo campos de saberes, e muito procurado em meu trabalho de consultoria, principalmente na área que chamo de Harmonização ambiental e pessoal. Quando desenvolvi o produto de harmonização ambiental, a principio dentro da área de Arquitetura de Interiores e depois mais especificamente na área holística tive dificuldades em explicar o principio de integração multidisciplinar, pois aparentemente estaríamos falando de universos que não conversam entre si. Defino hoje a Harmonização Ambiental e Pessoal ou Arquituterua Holística como um processo que tem como objetivo a integração do ser humano com o espaço físico que o cerca, utilizando técnicas alternativas para isso, mais especificamente na atualidade a Astrologia, técnicas de Feng Shui intuitivo e limpezas energéticas. Mais do que seguir uma escola específica de Feng Shui, o que não é o caso, realmente compreendo ser uma competência de Arquitetura Holística, se pudesse existir como cadeira acadêmica. 63 A Arquitetura Holística procura conscientizar as pessoas a perceberem melhor os espaços físicos em que vivem e trabalham, do ponto de vista energético e sensorial. Aproveitando assim a boa energia presente em toda a Natureza, à qual no Feng Shui chamamos de Ch´i para manter e trazer prosperidade, felicidade e harmonia em nossa vida. Estamos constantemente recebendo influências de energias que permeiam os ambientes, e muitas vezes não nos damos conta disso. Podemos utilizar o Feng Shui com muita objetividade, buscando o equilíbrio com as forças positivas e benéficas da Natureza, e trazer mais saúde, boa sorte e prosperidade em todos os sentidos de nossa vida. Entendendo que existe uma íntima ligação entre nós e os espaços físicos ao nosso redor podemos utilizar procedimentos muito simples para resgatar os significados e sentidos de nossas próprias essências, como seres humanos, e aumentar consideravelmente nossa qualidade de vida e bem estar. E não seria diferente para as questões do amor e do coração. Assim como a Astrologia enquanto ferramenta de autoconhecimento e autodesenvolvimento, a harmonização ambiental e pessoal entende o ser humano como um Ser Holístico, um verdadeiro microcosmo em conformidade com o macrocosmo. O Feng Shui enquanto corrente de pensamento analítico tem um história de aproximadamente 4000 anos, e como a Astrologia são saberes milenares com tradição na observação e constatação, postulando assim um conhecimento complexo e profundo sobre a natureza humana e suas relações com as forças do universo que o cerca; tanto do ponto de vista visível e tangível como a matéria, quanto do ponto de vista invisível e intangível como o espírito e as energias. Na tradução da palavra Feng Shui vemos esse ponto de vista bem claro, Feng = vento ( invisível e intangível) e Shui = água ( observável e visível). Os ambientes possuem sua vibração própria, sua marca e são influenciados pela presença do Ch´i. Mas essa energia observada e postulada pelos chineses há tantos anos atrás também está presente nos seres humanos, mostrando que tanto somos influenciados pelos ambientes quanto podemos intervir neles influenciando-os também: motivar ou desmotivar, estimular ou desestimular, e assim por diante. Quantos de nós já não tiveram a experiência de entrar em uma loja cheio de vontade e desejo de comprar e simplesmente após uns minutos lá dentro perdermos completamente essa vontade? E mais ainda, sair de lá meio desanimado, sentindo-se esgotado? E assim com inúmeros ambientes que nos circundam, por exemplo: ambientes de trabalho que não nos ajudam a produzir e apenas nos desgasta, ambientes acadêmicos e escolares que não estimulam o aprendizado, casas que nos adoecem ao invés de serem “lares sagrados” para recarregar as baterias, etc.etc. A lista seria infinita. O que acontece então nesses ambientes? Segundo o Feng Shui são influências nocivas de energias que não são combatidas, limpas, equilibradas ou harmonizadas que prejudicam esses ambientes e não colaboram para nos trazer o bom Ch´i e assim melhorar nossas condições de vida. Ora, o que teria tudo isso a ver com o Amor e nossas relações interpessoais? Eu diria, tudo! Como trazer essa boa energia para nossos lares, e principalmente para o nosso quarto de dormir, o lugar mais importante ao falar de relacionamento do casal, e à própria qualidade e durabilidade de um casamento? Em Astrologia temos a Vênus como uma importante referência para os assuntos afetivos e amorosos. Vênus, a Deusa do amor e da beleza, um astro muito benéfico que rege sobre os valores e tudo aquilo que gostamos e nos dá prazer. Representa a maneira como expressamos a afetividade, e lógico, é o motor que faz as relações interpessoais acontecerem. “Representa o mundo no qual o indivíduo exprime amor e afeto, e faz dádivas dos próprios sentimentos. Representa o tipo de experiência e de expressões que nutrem a nossa necessidade de intimidade com os outros e nos ajuda a sentir que somos amados e apreciados” (Stephen Arroyo). Para a mulher está diretamente ligado à sua feminilidade, ao tipo de papel feminino que gosta mais de desempenhar, para o homem é a simbologia do tipo de mulher que atrai para suas relaçoes, no que tange à propria sensualidade, erotismo e fantasia. 65 Dessa forma o signo onde Vênus se encontra no mapa vai nos dar a qualidade dessa energia, e o elemento a essência dessa manifestação energética. ◘ Vênus em signos de fogo valoriza a conquista, a competitividade, o brilho pessoal e o do outro, a necessidade de aventura e idealismo. É uma Vênus “energética” que valoriza o livre arbítrio, as escolhas e a capacidade de desejar mais do que ser desejada. ◘ Vênus em signos de terra valoriza os aspectos práticos da relação, o concreto, a estabilidade e durabilidade são pontos muito importantes. Vênus nesse elemento busca conceitos “aceitos como normal” pela sociedade, tradicionais e mais conservadores do que os demais. ◘ Vênus em signos de ar valoriza a idéia de se relacionar, o próprio conceito inserido nas trocas faz parte desse universo mental do ar. Portanto a comunicação, diversidade, estética e beleza e principios humanitários são parte das características da Vênus em ar. ◘ Vênus em signos de água valoriza os sentimentos e a partilha das emoções. A valorização acontece na empatia, capacidade de nutrir, alimentar, cuidar e proteger o outro. Nesse elemento há mais tendência à intensidade, profundidade, entrega e fusão espiritual. Como podemos aplicar os elementos do Feng Shui no quarto do casal para ativar a energia de Vênus em nossa vida e trazer benefícios energéticos para essa área? Antes de mais nada é necessário nos conscientizar da importância da limpeza de espaço, pois o quarto é o local onde mais ficamos, passamos quase 2/3 da nossa vida dormindo, e no caso das relações é fundamental que esse ambiente esteja sempre com uma excelente energia. Não adianta apenas “atrair” o Ch´i com elementos, objetos de decoração, cores, disposição de móveis, é antes de tudo necessário limpar e manter essa limpeza energética e física no quarto. Começamos por abrir janelas para que o ar circule dentro do ambiente. É péssima a ídéia das janelas permanecerem fechadas em função do ar condicionado ou do aquecimento no inverno, pois nada se compara à força do sol e do ar entrando no ambiente para higienizar, limpar e purificar as energias básicos do quarto. Em seguida devemos proceder à algum tipo de limpeza energética, seja através de incensos, aromatização, defumações, ou procedimentos magísticos e religiosos. Existem infinitas técnicas disponíveis para que essas limpezas sejam feitas, normalmente adapto as técnicas em conformidade com as crenças e filosofia do cliente, para que não haja desarmonia e sempre prevaleça o respeito às crenças e individualidade da pessoa. Somente depois disso, lembrando que são procedimentos que devem ser repetidos ao menos 1 vez por mês para que se mantenha; é que podemos então trabalhar no sentido de “atrair o Ch´i”. O ideal é que a posição desse quarto esteja inserido na área de relacionamentos do Baguá, a ferramenta que utilizamos para dividir toda a casa em 9 áreas com significados específicos. Nem sempre isso é possivel, já que as habitações não costumam ser projetadas seguindo os princípios do Feng Shui. Dessa forma podemos trabalhar diretamente no quarto do casal, e para isso podemos usar símbolos e objetos relacionados à Vênus, como cristais de quartzo rosa, a pedra de Vênus, em formato de coração simbolizando o amor e os afetos. Podemos usar de forma harmoniosa e estética objetos em pares nas mesas de cabeceira, colocarmos ali uma fotografia do casal, utilizar as cores de Vênus como o cor de rosa e o verde. Vamos lembrar também que podemos ativar essa energia venusiana mesmo que a pessoa ainda não esteja casada. É possível utilizar esses mesmos procedimentos para atrair um bom relacionamento para a sua vida, lembre-se que ao invés da fotografia do casal, é possível colocar uma imagem daquilo que entende por “amor ou casamento”. Um quadro, almofada ou objetos em formato de coração, as rosas vermelhas 67 – símbolo máximo da paixão, os cristais de quartzo rosa, ou pedras rosadas, os cortinados mais leves, claros e esvoaçantes que tragam sensualidade e feminilidade para a decoração. Roupa de cama macia, que prime pela beleza e a estética, que tenham texturas agradáveis, e principalmente lembrar que o quarto do casal é naturalmente um ambiente que deve proporcionar a entrega, a confiança e a comunicação na relação, e portanto deve agradar aos dois sempre. E ao meu ver o ponto mais importante é sempre a aromatização ambiental. É importantíssimo um cheiro agradável que traga na nossa memória olfativa simbolos de afetos, paixão, união e amor, mas antes de qualquer coisa é importante entender que como universos individuais que somos nem sempre aquilo que está pré-estabelecido como simbolos de paixão e amor servem para todos. Então primeiro sinta, traga na sua mente esses simbolos e aromas que façam uma referência ao tema e utilize-os para harmonizar seu quarto e sua vida. Rosa, jasmim, violeta, lavanda, lírio e dama-da-noite são alguns exemplos de aromas para essa finalidade. Na análise energética do ambiente, é possível detectar também bloqueios, problemas e pontos a serem curados , e nesse caso o uso de cores específicas podem ser diferente dos rosados e verdes de Vênus. Essa análise pode ser feita conforme o estudo do momento astrológico do casal, informações sobre as coisas que estão ocorrendo na individualidade e no decorrer da vida a dois. Quartos de dormir precisam ser lugares “sagrados” onde uma boa noite de sono aconteça de verdade, e onde o “amor” do casal possa ser renovado, energizado, estimulado e vitalizado trazendo uma vida sexual plena e positiva. Uma oração sincera, com fé e intensidade à Vênus pode também ajudar a estabelecer a conexão com o fluxo de energia amorosa abundante no Universo. Feche seus olhos, respire profundamente e peça de coração que Vênus, a deusa do amor e da beleza harmonize sua vida amorosa, potencialize sua relação, traga felicidade e prosperidade para sua vida, e encha o seu quarto com a mais auspiciosa das energias- o Amor em todas as suas formas e manifestações! 69 Nasceu em Setúbal no ano de 1975. Deu início aos estudos em Astrologia Moderna nos anos 90, passan¬do depois para um estudo da mesma numa vertente mais clássica, frequentando cursos e workshops cuja temática se aproximava mais da Astrologia que viria a exercer. Quando entrou em contacto com a Astrologia Medieval deu início ao estudo da mesma, acabando o nível de Certificado e Diploma do curso de Robert Zoller pela Academy of Predictive Astrology London. Por: Paulo Alexandre Silva, DMA Membro Efetivo N.º57 www.astrologiamedieval.com ao PERGUNTE ASTRÓLOGO astrologia horária - caso n.º4 Esta rubrica visa responder a questões reais usando técnicas de delineação astrológicas muito específicas, técnicas essas que se encontram num dos ramos da Astrologia - a Astrologia Horária. De salientar que as informações apresentadas ao longo destes casos têm a autorização prévia dos envolvidos, omitindo-se apenas os nomes reais. 71 “A minha filha P. vai fazer as pazes com o marido?” Pergunta colocada por cliente J. sobre a sua filha P. Alguma clarificação sobre as circunstâncias que envolvem a pergunta: A minha filha após diversas discussões com o marido está a pensar em sair de casa e pedir o divórcio, contudo eu creio que ela ainda gosta dele, encontrando-se muito confusa com a decisão a tomar acerca do futuro dela. FIGURA HORÁRIA Sistema de Casas: Regiomontanus DADOS 16 Janeiro 2014 AD GC 4:05:58 PM Amora / Portugal - GMD -01:00:00 9w07 00 / 38n37 00 Significador da querente / Mãe: Ascendente e Regente do Ascendente;Mercúrio Significador da filha: A Quinta Casa e o Regente da Quinta Casa; Vénus Significador do marido da filha: A Sétima Casa a partir da Quinta Casa e o Regente da Sétima Casa a partir da Quinta Casa; Marte “O querente é aquele ou aquela que faz a pergunta e deseja uma resolução ... O significador é não mais do que aquele planeta que rege a casa que significa a coisa perguntada ... De forma que, em primeiro lugar, quando qualquer pergunta é apresentada, o signo ascendente e o seu regente são sempre dados àquele ou àquela que faz a pergunta. Em segundo lugar, deve-se considerar o assunto apresentado e ver qual das doze casas ele pertence devidamente; quando se tiver encontrado a casa, considerar o signo e o regente desse signo ...”1 1 Astrologia Cristã, William Lilly, pág. 123. Tradução CMM, QHP - Edição Biblioteca Sadalsuud Quanto à radicalidade da figura horária (conjunto de regras que nos diz se a figura pode ou não ser julgada): ◘ A Lua não se encontra Vazia de Curso ◘ Marte, regente da hora, encontrase na mesma Triplicidade que Mercúrio, regente do Ascendente - ambos encontram-se num Signo de Ar; Balança/Libra e Aquário, respectivamente ◘ Não ascendem nem os primeiros nem os últimos graus do Signo Pode-se então dar início à delineação: Segundo o mestre astrólogo inglês do Século XVII, William Lilly, deve-se em questões horárias considerar o estado da Lua em geral, neste caso em concreto a Lua separa-se do Sol, significador natural dos homens, por uma oposição e aplica-se a Mercúrio também por uma oposição; esta configuração denuncia as discussões já relatadas pela mãe. Pode-se verificar que Vénus - o significador da filha - é recebido por Marte - o significador do marido da filha - por Exaltação, e que este mesmo Marte é recebido por Vénus, por Regência, havendo um aspecto de quadratura aplicativo entre ambos os significadores. A esta configuração dá-se o nome de Recepção Mista. “Recepção - É quando dois planetas que são significadores em qualquer pergunta ou assunto, estão nas dignidades um do outro, como o Sol em Carneiro e Marte em Leão; aqui há recepção destes dois planetas por domicílio, e esta é certamente a mais forte e a melhor de todas as recepções ... A utilidade disto [da Recepção]2 é grande, pois muitas vezes, quando a efectivação de um assunto é negada pelos aspectos, ou quando os significadores não fazem aspecto um ao outro, ou quando parece muito duvidoso o que é prometido por uma quadratura ou oposição dos significadores, se houver contudo uma recepção mútua entre os principais significadores, a coisa acontece, sem grande problema, e subitamente, a contento de ambas as partes.”3 2 3 Texto em parênteses rectos adicionado por mim. Astrologia Cristã, William Lilly, pág. 112. Tradução CMM, QHP - Edição Biblioteca Sadalsuud William Lilly no parágrafo acima está a falar de recepção mútua, contudo, em várias passagens na sua obra “Astrologia Cristã” depreende-se o uso de recepções mistas. De notar que Vénus, o significador da filha, encontra-se Combusto, podese então deduzir o estado debilitado, nervoso e inquieto em que se encontra a filha da cliente. Uma outra conclusão a tirar desta configuração é que a filha não vê, dada a combustão, o quanto o marido gosta dela, note-se que o significador do marido encontra-se na casa V, dispositado/ regido por Vénus, a casa e o significador da mulher, respectivamente. Toda esta configuração é um indicador astrológico do amor do marido pela mulher. 73 “Combustão: Diz-se que um planeta está combusto do Sol quando, no mesmo signo em que se encontra o Sol, não dista dele antes ou depois, mais do que 8° 30’; assim, se Júpiter estiver no décimo grau de Carneiro e o Sol estiver a dezoito de Carneiro, Júpiter está combusto ... e deve-se observar que um planeta está mais aflito quando o Sol se aproxima da sua conjunção do que quando o Sol se afasta dele, visto ser o corpo do Sol que aflige ...”4 4 Astrologia Cristã, William Lilly, págs. 113. Tradução CMM, QHP - Edição Biblioteca Sadalsuud 75 “A Sexta Consideração é verificar outro modo pelo qual os planetas estão debilitados ou enfraquecidos e afligidos ... a 3ª quando está combusto ...” 5 5 Anima Astrologiae, Guido Bonatus, pág. 4. Tradução CMM, QHP - Edição Biblioteca Sadalsuud Posso então, dados os testemunhos acima, concluir que a resposta mais correcta e apropriada seria de que com algum custo e demora a filha da cliente iria fazer as pazes com o marido, e tal veio a verificar-se. 77 “Nasci em Vila Nova de Gaia no ano de 1990. Em 2009 comecei a despertar para os assuntos da espiritualidade, tema que se tornou numa busca consciente em 2013 quando entrei para o Gabinete Isastros (agora Faces - Isabel Guimarães), iniciando-me no Reiki e na formação em Astrologia, a qual venho prosseguindo os meus estudos como estudante do 2ºnível. Nesse mesmo ano de 2013, licenciei-me em Geografia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.” Por: Ivo Miguel Silva Membro Estudante N.º70 ARQUÉTIPOS VIVOS Y DI LAD A M A B O K C A R A B N O S K C A J MICHAEL Este artigo descreve as qualidades e características de Caranguejo, Leão e Virgem através da vida de uma figura pública. Os signos contemplados correspondem aos meses que esta edição cobre: Julho, Agosto e Setembro. Não pretende ser uma análise exaustiva do tema astral de cada uma das figuras públicas, Lady Di, Barack Obama e Michael Jackson mas sim uma ilustração que por ser despretensiosa e divertida não perde em profundidade astrológica. 79 http://static6.businessinsider.com/image/521faf5fecad04a442ff5312/remembering-princess-diana-30-iconic-photos-of-the-princess-ofwales.jpg Princesa Diana | Caranguejo Dados de Nascimento: 1 de Julho de 1961; 19:45; Sandringham Palavras-Chave: Emoções; Proteção; Passado; Patriotismo; Tradições; Romantismo; Lar; Sonhador A Princesa Diana ou simplesmente Lady Di, ainda continua a ser uma das mulheres mais populares e acarinhadas na Inglaterra, mesmo já tendo passado mais de quinze anos após a sua morte. À sua imagem pública permanece impresso um ideal de beleza e elegância muito feminina, assim como a de uma mãe amorosa e preocupada. Contudo, os seus instintos maternais também foram reconhecidos além-fronteiras através dos seus vários trabalhos quase sempre relacionados com alguma forma de caridade, proteção e alimentação dos outros (material, emocional,…). A Lua, regente natural do signo de Caranguejo, encontra-se em Aquário, signo coletivo. Como a Lua na carta de uma personalidade pública rege a popularidade e as multidões, não será portanto de admirar a maneira e intensidade com que o povo amava a sua princesa, apelidando-a literalmente como a Princesa do Povo. “Em desfiles e eventos ao ar livre, o público tentava aproximar-se dela, não do marido [Príncipe Carlos]. Em sintonia com as massas, os fotógrafos buscavam a melhor imagem da bela princesa e quase ignoravam o príncipe orelhudo.” Mas voltemos atrás…voltemos ao passado…onde se depositam as memórias de infância…tão caras a esta princesa sonhadora. A sua infância foi algo sofrida devido aos problemas de relacionamento que assistiu entre os pais. Não obstante, ela não podia negar os seus ancestrais aristocráticos e as tradições que tanto valorizavam. Através delas viveu a sua juventude de uma forma recatada, descobrindo talentos nas artes mas, de forma particular, na dança e na música, evidenciando uma poderosa imaginação e entrega a um mundo de sonhos, do qual faria parte o ballet, provavelmente a sua maior paixão. Mais tarde mudou-se para Londres, cidade cosmopolita e ruidosa, mas que pouco interferiu na vida serena da princesa que então era professora num jardim-de-infância. Não frequentava discotecas, nem nenhum tipo de festas mais agitadas, preferindo locais mais modestos e calmos dos quais a intimidade do lar parecia ser o seu preferido. A sua personalidade era então descrita como “tímida, insegura e sensível” e vinculada a ela estava a promessa de permanecer “tidy” (relativo a virgindade) pois ela esperava ou intuía a chegada de alguém muito especial. Recolhida bem no interior de si mesma, 81 é fácil imaginar a então futura princesa idealizando um romance maravilhoso, um casamento de sonho…e a verdade é que, em 1980, quando tinha 19 anos de idade, as suas aspirações românticas materializaram-se num encontro com o Príncipe Carlos de Inglaterra que logo se transformou em casamento real, mas demasiado cedo, porém, o sonho se reverteu em pesadelo… Ora para a realeza britânica havia uns pré-requisitos que eram necessários cumprir para se avançar para um casamento e um deles fazia questão que a rapariga eleita fosse capaz de gerar herdeiros para a Coroa, mas tudo de acordo com as tradições, isto é, tinha efectivamente que ser virgem. Diana preenchia os requisitos e por isso foi favorecida na escolha. No entanto, nunca teve o apoio da família real da qual se veio a ressentir assim como em relação ao Príncipe Carlos que alimentava um romance com Camilla Parker-Bowles. Para além do mais, Diana queixava-se da sua indiferença, chegando inclusive a apelidá-lo de “carade-peixe” devido à forma como este a olhava. Como Diana chegou a dizer uma vez: “Não quero presentes caros; não quero ser comprada. (…) Só quero alguém que esteja lá por mim, que me faça sentir segura e protegida”. Ora o Príncipe Carlos e toda a família real, diga-se, não reuniam por sua vez os requisitos necessários, pelo que com obvia naturalidade os problemas começaram a surgir. A crise conjugal agravou-se e vieram a público as tentativas de suicídio por parte da princesa, assim como as suas constantes instabilidades emocionais. Para além disso, outros rumores davam conta de distúrbios alimentares que tomavam forma através de bulimia. Alguns biógrafos de Diana acreditavam que ela tinha desenvolvido uma doença mental decorrente da sua infância problemática. Sem surpresas, o divórcio aconteceu em 1992. Cinco anos depois haveria de morrer num acidente de automóvel. Contudo, foi nesses cinco anos que mais fortaleceu a faceta de Caranguejo mais voltada para o nutrir os outros, tornando-se madrinha de mais de cem instituições sociais. Esse amplo trabalho que desinteressadamente doou a favor dos outros ajudou a conquistar para sempre um lugar no coração do povo. Resumindo o seu Sol em Caranguejo na casa 7, a Princesa Diana sempre disse a forma como gostaria de ser lembrada - “Gostaria que as pessoas pensassem em mim como alguém que se importa com elas”. 83 Barack Obama | Leão Dados de Nascimento: 4 de Agosto 1961; 19h24; Honolulu, Hawai Palavras-Chave: Vivacidade; Auto-estima; Exuberância; Criatividade; Generosidade; Orgulho; Liderança; Identidade http://1.bp.blogspot.com/-EBpki73QgLw/UnAc72EXrpI/AAAAAAAAAeE/G3rYWwcuTfE/s1600/obama-barack.jpg Barack Obama surge-nos como representante do arquétipo de Leão. O seu papel na política mundial, como presidente de um dos países mais poderosos, ajusta-se perfeitamente aos princípios de prestígio e autoridade associados ao seu signo. Com a liderança natural surge a conquista de uma certa respeitabilidade internacional, pois em 2009 “Obama foi classificado como o líder mundial mais respeitado, bem como mais poderoso”, assim como também foi eleito o líder mundial mais popular. Os anos vão passando, mas Obama é ainda o político que reúne maior consenso no mundo. Ser leonino é ser distinto, é ser especial, daí que ele não podia ser apenas mais um presidente na história do país, sobretudo porque já 43 lhe tinham antecedido. Assim, Obama tratou de ser o primeiro afro-americano a ocupar a Casa Branca. Não há dúvida que Obama possui uma notável autoexpressão e parece sentir85 se bastante confortável nos grandes palcos. A sua imagem carismática assenta bem entre as molduras dos ecrãs de qualquer aparelho de filmagem… A relação com o público reveste-se de naturalidade, resultante de uma notável e descontraída presença física que transborda confiança e de uma maneira de ser e de estar bastante jovial. Os seus discursos denotam a sinceridade e clareza das suas intenções o que, claro está, serve para aquecer e abrir os corações das pessoas e, sem dúvida, o da sua mulher, Michelle Obama, que disse um dia: “One of the things that attracted me to Barack was his emotional honesty. (…) There are no games with him – he is who he appears to be.”1 Não será portanto de admirar que este Sol em Leão faça conjunção com o Descendente (os outros), enfatizando a necessidade de reconhecimento junto do público com quem ele pretende interagir de uma forma mais pessoal, tentando chegar mais próximo dos outros do qual ele igualmente dependente para obter aprovação. Decerto estaremos todos lembrados do seu famoso slogan de campanha “Yes, we can.” Uma curta e poderosa expressão que parece reunir em si o melhor de todos os seus outros planetas no signo de Leão. Urano (grupos, sociedade, actividades humanitárias, esperanças…) e Mercúrio (comunicação, expressividade…) em Leão (brilho, confiança, poder no crer e na vontade…) próximos ao descendente. Nos seus discursos está sempre subjacente um tom optimista, entusiasta, exaltando a vontade das pessoas na construção de uma sociedade melhor. Falar em Leão é falar no que de bom a vida pode oferecer e que, entre um vasto leque de escolhas, se incluem os romances e os momentos de lazer e divertimento. Michelle Obama, a grande mulher que surge ao lado do presidente, é reconhecida como um forte alicerce no seu sucesso. A relação entre os dois é marcada pela cumplicidade, pela espontaneidade da expressão dos sentimentos e por um vínculo de lealdade que fortalece a imagem do casal. O apoio de Michelle é vital para Obama pois lhe dá a confiança necessária nos momentos cruciais. Ele disse sobre ela num dos momentos mais importantes da sua vida “… And I would not be standing here tonight without the unyielding support of my best friend for the last 16 years (…)”2. Uma das coisas que me atraiu no Barack foi a sua honestidade emocional. (...) Não há jogos com ele - ele é quem parece ser. 2 “... E eu não estaria aqui esta noite sem o apoio incansável de minha melhor amiga durante os últimos 16 anos (...).” 1 A criatividade é outra caracteristica muito importante em Leão, a criatividade como forma de construção da identidade, sendo que os filhos são tidos como a nossa expressão máxima de criatividade. Barack Obama não podia pois deixar de cuidar da sua família da qual irradia um forte sentido de clã. Tendo em conta a sua elevada responsabilidade como presidente, Obama tenta sempre estar o mais presente na vida das filhas. Michelle disse a propósito: “The thing that Barack does is that when he is there, he is a parent. He’s not like play dad. He´s the guy who has read through all of the Harry Potter books with Malia. Barack is very good about understanding that the kids and their structure and stability are important.”3 Essa é uma habilidade que se estende às gerações mais jovens que são aquelas que sustentam a grande base de apoio às políticas de Obama. Por último, a presença de um risco assumido. Há sempre um atrevimento em Leão que emerge com a sua elevada crença nas suas capacidades. A propósito da campanha para presidente, Obama enfatiza este lado leonino de querer vencer dizendo: “I tell myself all the time, we’re supposed to take the risk. In the end, I think we have an obligation to give it a shot. To do our best.”4 Barack Obama é um político que irradia uma áurea de magnificência sem demostrar opulência, é brilhante sem ofuscar, é generoso sem ser pomposo…e é por isso e muito mais que o mundo continua a depositar nele as esperanças para um futuro melhor. A coisa que Barack faz é que, quando ele está lá, é um pai. Ele não brinca aos pais. Ele leu todos os livros de Harry Potter com Malia. Barack compreende muito bem as crianças e a importância para elas da estrutura e 3 estabilidade. 4 Digo a mim mesmo constantemente, que nós deveríamos correr o risco. No final, acho que nós temos a obrigação de tentar. De fazer o nosso melhor. 87 Porém, o ambiente de trabalho e podemos dizer também familiar, era opressivo, pois o pai costumava bater em Michael e nos irmãos, muitas vezes com um cinto enquanto prosseguiam os ensaios musicais (Sol em conjunção Plutão na casa 6 – trabalho). Independentemente destas influências Michael sempre foi muito autocritico em relação ao seu trabalho, procurando a repetição exaustiva dos movimentos até atingir a perfeição, a exemplo da aprendizagem do seu famoso passo de dança conhecido como “moonwalk”. http://stonerdays.com/wp-content/uploads/2013/05/Kingof-Dancing.jpg Michael Jackson | Virgem Dados de Nascimento: 29 de Agosto de 1958; 19:33; Gary, Indiana Palavras-chave: Funcionalismo; Organização; Realismo; Trabalho; Aperfeiçoamento; Saúde; Detalhes; Adaptabilidade Michael Jackson é uma celebridade que dispensa apresentações. Ele é um ícone, uma singular e brilhante estrela musical que constantemente bateu recordes com os seus sucessos musicais. Naquilo que fez, ele tornou-se um mestre, mas um mestre não se faz sem haver um intenso trabalho de aperfeiçoamento, situação que nos remete para o signo de Virgem… Trabalho foi a palavra de ordem no início da vida de Michael Jackson. Aos 5 anos de idade ele começou a cantar e dançar, sendo que aos 11 já tinha iniciado a sua carreira profissional como vocalista dos Jackson 5. Mas Michael Jackson foi mais além, fazendo do seu corpo uma espécie de instrumento de trabalho. Ele dizia-se estar “viciado em trabalho”. A partir dos anos de 80 iniciou uma dieta de modo a perder peso e “afinar” o seu corpo para a dança. Tais obsessões, de acordo com um biógrafo não oficial, fizeram com que ele chegasse a ter 48kg. Nesse período, rumores não paravam de apontar uma anorexia nervosa. Porém, também não deixava de ser verdade que Michael Jackson deixava parte de si em palco, no seu esforço diligente de obter uma prestação de excelência que tanto o categorizava. E poder-se-ia falar inclusive num sentido literal para estas palavras se levarmos em conta o que ele disse: “Quando estou no palco, é como uma maratona de 2 horas. Eu peso-me antes e depois, e perco 4kg. O suor fica por todo o palco.” 89 http://www.billboard.com/bbcom/photos/stylus//502536-michael-jackson-617-409.jpg Exigência na prestação ao público, critico e perfeccionista nos ensaios “Jackson ensaiava intensamente sem fazer intervalos para comer ou descansar”. A repetição, o treinamento exaustivo dos detalhes para levar à maximização da sua performance eram levados tão a sério que um dia, no final de 1995, Jackson “foi levado às pressas para um hospital depois de desmaiar durantes os ensaios para um programa de televisão, o incidente [tinha sido] causado por um ataque de stress”. Em Jackson verifica-se a ligação corpo-mente que sustenta, ou não, uma mente sã em um corpo são. Normalmente, os seus espetáculos eram motivo de preocupação e era usual ficar sem comer e sem dormir por causa deles. As suas insônias eram muito frequentes. No entanto, fruto do trabalho também surgiam acidentes. Num ensaio, ele caiu e quebrou o nariz que depois teve de ser sujeito a várias operações o que lhe dificultou respirar. Noutro acidente, o seu cabelo foi incendiado por fogos-de-artifício, ficando com queimaduras de segundo grau e valendo um internamento no hospital. As questões sobre saúde, tema tão caro ao signo de Virgem, dominavam muito da vida de Michael Jackson. Em jovem, teve uma fase em que a sua pele passava por um alto grau de acne. Depois foram as muito badaladas mudanças de aparência e as cirurgias plásticas nomeadamente para mudar a cor da pele. Michael surpreendeu o mundo afirmando sofrer de uma doença chamada vitiligo e depois de uma outra chamada de Lúpus que, para além de estarem a causar a alteração da sua pele, deixavam-no com fortes dores. Este foi o ponto de partida para a entrada no mundo dos remédios e da auto-medicação, que lhe providenciaram alívio contra as dores mas que também provocaram o vício. Outras excentricidades para a época indicavam preferências pelo vegetarianismo e pelo seu horror a refrigerantes artificiais, reforçando sua tendência hipocondríaca. Na expressão do amor, Michael Jackson era uma pessoa calma e tímida, procurando ser prestável aos outros. Relembrando, porventura, situações desagradáveis vividas na infância, Michael sempre transmitiu uma impressão de pureza, assim como uma imagem algo assexuada. Num primeiro romance, O’Neal descreveuo como sendo muito tímido e uma das mais simpáticas e inocentes pessoas que ela conheceu. As suas relações, sobretudo no inicio, pareciam primar mais pelos vínculos de amizade do que por uma verdadeira atração sexual. Michael Jackson tornou-se um arquétipo vivo extraordinariamente presente na mente do público. Usando da técnica e da persistência, fez dos seus rituais diários de aperfeiçoamento a escada para o seu enorme sucesso, coroando-se a si mesmo como o “Rei do Pop”. Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Michael_Jackson http://en.wikipedia.org/wiki/Personal_relationships_of_Michael_Jackson 91 93 Nascida a 26 Junho de 1982, licenciada em Educação de Infância, é estudante do último ano do curso de Astrologia na FacesIsabelGuimarães. O seu interesse e enamoramento por esta área de conhecimento surgiu desde cedo e foi-se desenvolvendo de forma autodidata. A necessidade sempre presente, de aprofundar e alicerçar os seus estudos, conduziu-a em 2011 a uma procura de um centro de formação onde pudesse continuar a trilhar este caminho, agora escolhido como um propósito de vida. A convite de Isabel Guimarães, acabou por integrar o projeto embrionário da ASPAS, estando presente na sua fundação em 2012, fazendo atualmente parte dos órgãos sociais da Associação Portuguesa de Astrologia como Secretária da Direção. Por: Inês Miranda Membro N.º6 EFEMÉRIDES JULHO Dia 1 às 00:00 Hora Legal 18° 57’ Leão 20° 55’ Leão 24° 23’ Gémeos Rx 24° 23’ Gémeos Rx 08° 51’ Gémeos 08° 03’ Gémeos 09° 04’ Caranguejo 09° 13’ Caranguejo 18° 20’ Balança 18° 24’ Balança 26° 35’ Caranguejo 26° 37’ Caranguejo 16° 57’ Escorpião Rx 16° 57’ Escorpião Rx 16° 19’ Carneiro 16° 19’ Carneiro 07° 28’ Peixes Rx 07° 28’ Peixes Rx 12° 22’ Capricórnio Rx 12° 22’ Capricórnio Rx Principais Aspetos – Julho, Agosto e Setembro Tendências Facilitadoras 07/07 ◘ Vénus Sextil Urano – Intuição e criatividade em alta 09/07 ◘ Sol Trígono Saturno – Tendência a uma maior calma, autodisciplina e autocontrolo 13/07◘ Vénus Trígono Marte – Os relacionamentos com o sexo oposto encontramse favorecidos 19/07◘ Mercúrio Trígono Neptuno – Bom dia para utilizar a sua imaginação e criatividade nos processos de expressão oral e escrita 24/07◘ Vénus Trígono Neptuno – Dia de grande sensibilidade e perceção emocional e artística 25/07 ◘ Mercúrio Trígono Saturno – Marcada concentração e paciência. Aproveite para se organizar e esclarecer questões pendentes 01/08 ◘ Vénus Trígono Saturno – Reuniões de negócios com parceiros encontramse beneficiadas 07/08 ◘ Marte Trígono Neptuno – Poderá sentir-se motivado a agir de acordo com a sua fé e espiritualidade 08/08 ◘ Mercúrio Trígono Úrano – Dia propício ao processo criativo com a possibilidade de surgimento de ideias novas e originais 09/08 ◘ Sol Trígono Úrano – Poderá sentir uma identificação com ideias radicais ou diferentes da norma 21/08 ◘ Mercúrio Trígono Plutão – Conversas profundas e acesso ao inconsciente encontram-se favorecidos 25/08 ◘ Mercúrio Sextil Marte, Vénus Trígono Úrano e Mercúrio Sextil Saturno – Pensamento ágil e capacidade de tomar decisões de forma rápida e eficaz encontram-se em destaque. Aproveite a sua criatividade mental, disciplina e paciência para colocar em prática os seus objetivos 03/09 ◘ Sol Trígono Plutão – Poder pessoal e autoconfiança em destaque 10/09 ◘ Mercúrio Sextil Júpiter – Dia propenso a pensamentos positivos e ao processo de aprendizagem 11/09 ◘ Sol Sextil Saturno – Dia favorável à concretização de objetivos através da persistência, organização e autodisciplina 95 14/09 ◘ Vénus Trígono Plutão – Dia propício a aprofundar os seus relacionamentos 21/09 ◘ Vénus Sextil Saturno – Diplomacia e estabilidade nos relacionamentos encontram-se em destaque 25/09◘ Júpiter Trígono Úrano – Momentos de sorte inesperados encontram-se favorecidos Tendências desafiadoras 04/07 ◘ Sol Oposição Plutão – A sua ação poderá ser motivada por questões inconscientes. 08/07◘ Sol Quadratura Úrano – Esteja atento a possíveis mudanças bruscas de comportamento 19/07◘ Sol Quadratura Marte – Alguma agressividade e um certo descontrolo são expectáveis 22/07◘ Mercúrio Oposição Plutão – Evite defender as suas ideias e opiniões com violência e agressividade 24/07◘ Sol Conjunção Júpiter – Dia propício a sentir um extremo otimismo. Acautele-se nos processos de tomada de decisões 25/07◘ Mercúrio Quadratura Úrano – Possível inquietude e tensão mental 28/07◘ Vénus Oposição a Plutão – Poderá sentir necessidade de aprofundar as suas relações. Grande tensão sexual 97 01/08 ◘ Vénus Quadratura Úrano e Marte Quadratura Júpiter – Os seus valores poderão ser desafiados por novas ideias e correntes de pensamento originais. Tente ser moderado pois haverá tendência a agir com pouca cautela e racionalidade 02/08◘ Mercúrio Conjunção Júpiter – Excelente dia para todos os processos de ensino e aprendizagem 03/08 ◘ Mercúrio Quadratura Marte – Cuidado com atitudes impulsivas. Tente refletir antes de falar 08/08 ◘ Sol Conjunção Mercúrio – Evite ser intolerante às ideias dos outros 09/08 ◘ Mercúrio Quadratura Saturno e Sol Quadratura Saturno – Alguma rigidez e inflexibilidade poderá dificultar a sua comunicação. É provável que sinta alguma insatisfação e dificuldade em controlar a sua vida 18/08 ◘ Vénus Conjunção Júpiter – Cuidado com atos de generosidade impensados e insensatos 19/08◘ Mercúrio Oposição Neptuno – Dia propício a ilusões. Poderá sentir alguma desconcentração e confusão mental 25/08◘ Marte Conjunção Saturno – Ações responsáveis, cautelosas e estruturadas. Evite ser inflexível 26/08◘ Vénus Quadratura Saturno – Haverá alguma tendência ao recolhimento 27/08◘ Vénus Quadratura Marte – Tendência a atitudes agressivas e impulsivas que poderão criar tensões nos relacionamentos 29/08◘ Sol Oposição Neptuno – Dificuldade em ver as coisas com clareza e objetividade. Evite a tomada de decisões 09/09◘ Mercúrio Quadratura Plutão – Possível agitação mental provocada por pensamentos intensos 10/09◘ Vénus Oposição Neptuno – Os relacionamentos mais íntimos são vistos à luz de fantasias românticas e sonhadoras 13/09◘ Mercúrio Oposição Úrano – Esteja atento a uma possível inflexibilidade no processo de comunicação 22/09◘ Marte Quadratura Neptuno – Poderão surgir alguns conflitos dada a dificuldade de agir clara e objetivamente Movimentos Retrógrados e Diretos Hora Legal Data Movimento 02/07 Estação Direta Mercúrio 24º22’ Gémeos 20/07 Estação Direta de Saturno 24º22’ Escorpião 22/07 Estação Retrógrada de Úrano 13º34’ Carneiro 13:50 21:36 03:52 09:30 17:36 23:52 Ingressos Hora Legal Data Ingresso 13/07 16/07 18/07 22/07 26/07 31/07 12/08 15/08 23/08 02/09 05/09 13/09 23/09 27/09 29/09 Mercúrio em Caranguejo Júpiter em Leão Vénus em Caranguejo Sol em Leão Marte em Escorpião Mercúrio em Leão Vénus em Leão Mercúrio em Virgem Sol em Virgem Mercúrio em Virgem Vénus em Virgem Marte em Sagitário Sol em Balança Mercúrio em Escorpião Vénus em Balança 05:46 11:31 15:07 22:42 03:26 23:46 08:43 17:44 05:46 06:38 18:07 22:57 03:30 23:40 21:53 01:46 07:31 11:07 18:42 23:26 19:46 04:43 10:44 01:46 02:38 14:07 18:57 23:30 19:40 17:53 99 Luas Hora Legal Data Face da Lua 12/07 26/07 10/08 25/08 09/09 24/09 Lua Cheia 20º03´Capricórnio Lua Nova 03º51´Leão Lua Cheia 18º51’ Aquário Lua Nova 02º18´ Virgem Lua Cheia 16º19’ Peixes Lua Nova 01º07´Balança 08:24 18:51 14:09 10:12 21:37 04:13 11:24 22:41 18:09 14:12 01:37 06:13 PUBLICIDADE 20,21,22 de março 41 Astrológos Portugueses e Brasileiros 4 Salas 1 site a um clique http://simposioaspas2015.wix.com/aspas Antes de tudo, a Associação Portuguesa de Astrologia é um tributo ao trabalho do Astrólogo. Tentamos aperfeiçoar os ensinamentos e princípios, sabendo que nada é nosso mas sim de Todos. Uma associação é feita por todos aqueles que a constituem, é isso que a honra e é isso que nos faz dizer “Juntos fazemos a diferença”.