Amostra - Focus Concursos - Apostilas e livros para concurso público

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LÍNGUA
PORTUGUESA
Questões Comentadas
PROFESSOR
Pablo Jamilk
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O AUTOR
Pablo Jamilk é professor e escritor. O prof. Pablo, como ficou conhecido,
é natural de Cascavel, no estado do Paraná. É graduado em Letras, Mestre
em Letras, Doutorando em Letras. Trabalha com a preparação de candidatos para concursos públicos, vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio. Lecionou em diversos estados do Brasil, figurando como um dos
principais representantes da produção de textos de maneira fácil, intuitiva
e precisa.
Entre em contato:
Site: www.pjamilk.com
Instagram: @profpablojamilk
Facebook: fb.com/pablojamilkoficial
YouTube: Pablo Jamilk
PROFESSOR
Pablo Jamilk
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DEDICATÓRIA
Dedico esta obra a meus alunos, que – mal ou bem – criaram significativa
demanda para que esse tipo de iniciativa fosse trazido à luz.
PROFESSOR
Pablo Jamilk
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PALAVRAS
INICIAIS
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Palavras Iniciais
Não, este não é um livro extenso. Também não é um livro com foco em
uma banca examinadora específica. Trata-se – com efeito – de uma obra
voltada para quem está começando a estudar Língua Portuguesa para concursos públicos e pretende ampliar sua visão a respeito dessa matéria.
Selecionei alguns dos assuntos mais incidentes em provas de concurso
público, focalizando os tópicos mais recorrentes. De fato, eu não quis colocar exceções, complexidades e qualquer coisa que pudesse – já no início
– desmotivar você.
Se você disser: “cara, eu já sou profissional do concurso”, vou pedir que
aguarde os livros específicos, aqueles que atingirão o âmago dos conteúdos
de das bancas examinadoras – esses estão no forno!
Outro cuidado que tive foi o de preservar alguns textos nas questões. Fiz
isso, porque acho que é fundamental você ter contato com o que a banca
usa como fundamento para a elaboração das questões. Recomendo a todos
os alunos que leiam diversas tipologias textuais. Por isso, a compilação presente também pode auxiliar.
Em suma, peço que leia os comentários, busque compreender as questões aqui arroladas e siga firme os estudos!
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Força, guerreiro!
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SUMÁRIO
SUMÁRIO
Morfologia.............................................................................15
Emprego das classes de palavras...................................................................................................... 17
Adjetivo........................................................................................................................................................21
Conjunções................................................................................................................................................ 28
Preposições.................................................................................................................................................41
Pronomes.................................................................................................................................................... 48
Substantivos...............................................................................................................................................56
Vozes Verbais.......................................................................61
Sintaxe................................................................................... 73
Colocação Pronominal e Empregos dos Pronomes........ 107
Acentuação Gráfica......................................................... 143
13
Concordância.................................................................... 153
Emprego do Sinal Indicativo de Crase......................171
Pontuação........................................................................... 199
Interpretação de Textos................................................. 219
Redação de Correspondências Oficiais....................243
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Capítulo
01
LÍNGUA
PORTUGUESA
Morfologia
PROFESSOR
Pablo Jamilk
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CAPÍTULO 01 - Morfologia
Emprego das classes de palavras
Assunto: Artigo
Um embate entre instituições de ensino superior, editoras e autores é
travado há anos. Com o argumento de que livros são caros e muitas vezes
apenas um capítulo é necessário para o curso, alunos e professores lançam
mão de cópias de partes de publicações ou de apostilas para economizar.
O debate voltou à tona após policiais da Delegacia Antipirataria apreenderem, no mês passado, mais de duzentas pastas com textos para serem
reproduzidos em uma universidade do Rio de Janeiro, sob a alegação de
crime de direitos autorais. O operador da máquina foi detido, e a universidade, indignada, criou normas para regulamentar as cópias dentro de seus
estabelecimentos. Uma alternativa legal, porém, existe há quatro anos, mas
só agora começa a ser efetivada em algumas universidades: a venda de
capítulos avulsos.
Luciani Gomes. In: IstoÉ, 6/10/2010 (com adaptações)
17
(CESPE – Adaptada) A inserção do artigo definido plural os imediatamente antes da palavra “policiais” (l.5) não alteraria o sentido
original do período.
Resposta: Errado.
Comentário: como não havia artigo no texto original, o substantivo
“policiais” foi empregado de maneira genérica. Caso houvesse a inserção do
artigo definido plural, o entendimento seria de que o substantivo passaria à
determinação, ou seja, haveria um substantivo saliente (já mencionado) no
texto que passa a ser retomado pelo referente. A presença do artigo altera o
sentido original do período, que era de generalização do substantivo.
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em
sociedades de tipo capitalista, mas não necessariamente de mercado. De
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modo geral, a democratização das sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem para a fixação de
uma tradição democrática. Penso que temos de refletir um pouco a respeito
do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com
características fixas, mas de um processo que, apesar de constituir formas
institucionais, não se esgota nelas. É tempo de voltar ao filósofo Espinosa e
imaginar a democracia como uma potencialidade do social, que, se de um
lado exige a criação de formas e de configurações legais e institucionais,
por outro não permite parar. A democratização no século XX não se limitou
à extensão de direitos políticos e civis. O tema da igualdade atravessou, com
maior ou menor força, as chamadas sociedades ocidentais.
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).
(CESPE - Adaptada) Preservam-se a correção gramatical e a
coerência textual ao se optar pela determinação do substantivo
“respeito” (l.5), juntando-se o artigo definido à preposição “a”, escrevendo-se ao respeito.
18
Resposta: Errado.
Comentário:
a expressão “a respeito de” é uma locução prepo-
sitiva, formada por uma preposição, um substantivo e uma preposição. Ao
inserir um artigo antes do substantivo “respeito”, descaracteriza-se a locução
prepositiva, o que causa erro na construção do parágrafo.
Costumamos olhar pouco para fora do Brasil quando tentamos compreender o que estamos vivendo. Faz muito que a distância entre os países
desapareceu, no plano objetivo. Continuamos, porém, vivendo “isolados do
mundo”, como diz uma canção, ainda que apenas na subjetividade.
Se pensarmos no que está à nossa volta, na América do Sul, então, mais
ainda. Mesmo quando é bem informado, o brasileiro típico se mostra mais
capaz de dar notícia do que ocorre na Europa e nos Estados Unidos da América do que em qualquer de nossos vizinhos.
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CAPÍTULO 01 - Morfologia
É pena, pois estar mais informados sobre o que acontece além das fronteiras pode ajudar muito a que nos entendamos como país.
Marcos Coimbra. Olhando à nossa volta. In: Correio Braziliense, 23/9/2007 (com adaptações).
(CESPE - Adaptada) Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao se empregar o artigo o em lugar de “como” (l. 4).
Resposta: Errado.
Comentário:
haverá um prejuízo para a coerência da sentença,
pois o artigo surge em substituição do comparativo. Na construção da sentença, essa comparação é fundamental para entender ideia expressa pela
sentença, que é o autoentendimento como país.
O Jivaro (Rubem Braga)
19
Um Sr. Matter, que fez uma viagem de exploração à América do Sul,
conta a um jornal sua conversa com um índio jivaro,
desses que sabem reduzir a cabeça de um morto até ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma dessas operações, e o índio
lhe disse que exatamente ele tinha contas a acertar com um inimigo.
O Sr. Matter:
- Não, não! Um homem, não. Faça isso com a cabeça de
um macaco.
E o índio:
- Por que um macaco? Ele não me fez nenhum mal!
(IBFC - Adaptada) Assinale a alternativa em que o vocábulo “a”,
destacado nas opções abaixo, seja exclusivamente um artigo.
a.“conta a um jornal sua conversa com um índio jivaro,”
b.“desses que sabem reduzir a cabeça de um morto”
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c.“Queria assistir a uma dessas operações”
d.“ele tinha contas a acertar com um inimigo”
e.“uma viagem de exploração à América do Sul”
Resposta: B
Comentário:
o “a” que antecede o termo cabeça deve ser classifi-
cado como artigo, pois, se analisarmos o termo subsequente, perceberemos
que se trata de um substantivo. Nas demais alternativas, nota-se que há o
emprego da preposição “a” em razão da regência dos termos “contar” e “assistir”. A preposição nos outros casos, surge em razão de haver uma locução adverbial que, em sua formação, usualmente é introduzida por uma preposição.
20
Catar feijão (João Cabral de Melo Neto)
Catar feijão se limita com escrever
joga-se os grãos na água do alguidar1
E as palavras na folha do papel;
E depois, joga-se fora o que boiar. [...]
(João Cabral de Melo Neto)
(Makiyama - Adaptada) No trecho: “E as palavras na folha do
papel”, o termo destacado morfologicamente é um
a. adjetivo.
b.pronome.
c.artigo.
d.numeral.
e.verbo.
Resposta: C
Comentário: o termo destacado é um artigo, porque determina o
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CAPÍTULO 01 - Morfologia
substantivo “palavras”, com o qual estabelece uma relação de concordância,
isto é, está flexionado no feminino e no plural.
Adjetivo
Tornou-se sócio de um clube da Lagoa. Sozinho, porém, nunca punha os
pés lá, até que um dia se fez acompanhar pelo Lulu, bom atleta e péssimo
funcionário, que o apresentara como “velho servidor do Estado” às principais beldades do bairro. Como dialogar com elas? Não conhecia futebol
nem equitação, não sabia jogar baralho, não guardava nomes de artistas de
cinema, ignorava os escândalos da sociedade.
(CESPE – Adaptada) O termo “velho” (l. 3) constitui exemplo de
adjetivo cujo sentido é alterado conforme a posição em relação ao
substantivo que modifica no sintagma — velho servidor / servidor
velho.
21
Resposta: Certo.
Comentário: Considerando a alternativa, é preciso entender que a
posição do adjetivo restritivo é fundamental para o entendimento da sentença: quando se desloca o adjetivo, o sentido pode ser alterado. A diferença em
pleito é: velho servidor (servidor de longa data); servidor velho (um servidor
com idade avançada).
Rememoro os Natais da Rua da União, no Recife... A cozinha da casa de
meu avô, aquela cozinha que era todo o mundo da velha preta Tomásia... As
grandes tachas de cobre que deixavam o sono da despensa, o grande pilão
de madeira, que entrava a esmagar o milho verde cozido... [25.XII.1960]
BANDEIRA, Manuel. Andorinha, Andorinha. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1966. (Com adaptações)
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(CESGRANRIO – Adaptada) O adjetivo (entre parênteses) NÃO
corresponde à locução adjetiva (destacada) em
a.“Nos meses do verão,” (hibernais)
a.“...afastado do bulício da cidade,” (urbano)
a.“Às primeiras horas da tarde,” (vespertinas)
a.“...grandes tachas de cobre...” (cúpreas)
a.“o grande pilão de madeira,” (lígneo)
Resposta: A
Comentário: “Hibernal” é adjetivo que se refere à locução adjetiva
“de inverno”.
22
A polêmica sobre o porte de armas pela população não tem consenso
nem mesmo dentro da esfera jurídica, na qual há vários entendimentos
como: “o cidadão tem direito a reagir em legítima defesa e não pode ter
cerceado seu acesso aos instrumentos de defesa”, ou “a utilização da força
é direito exclusivo do Estado ”ou “o armamento da população mostra que o
Estado é incapaz de garantir a segurança pública”. Independente de quão
caloroso seja o debate, as estatísticas estão corretas: mais armas potencializam a ocorrência de crimes, sobretudo em um ambiente em que essas
sejam obtidas por meios clandestinos. A partir daí, qualquer fato corriqueiro pode tornar-se letal. O porte de arma pelo cidadão pode dar uma falsa
sensação de segurança, mas na realidade é o caminho mais curto para os
registros de assaltos com morte de seu portador.
Internet: <http://www.serasa.com.br/guiacontraviolencia>. Acesso em 28/9/2004 (com adaptações).
(CESPE - Adaptada) No período de que faz parte, o termo “Independente” (l.6) exerce a função de adjetivo e está no singular
porque se refere a “debate” (l.7).
Resposta: Errado.
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CAPÍTULO 01 - Morfologia
Comentário:
A palavra “independente” é, morfologicamente fa-
lando, um adjetivo. Apesar disso, na sentença, ele foi empregado com função
adverbial e, por essa razão, não há que se falar em concordância, afinal, o
advérbio é invariável.
O que nós conhecemos como vida é apenas a camada superficial de
um mundo desconhecido. A grande maioria dos seres vivos são bactérias e
microrganismos. Os cientistas estimam que as espécies que só podem ser
vistas com aparelhos especiais cheguem a 10 milhões. Ou, quem sabe, a
100 milhões. O biólogo norte-americano Craig Venter acredita que o código
genético de microrganismos pode se transformar num excelente negócio no
futuro. Esses seres microscópicos estão na base da cadeia alimentar e dão
forma aos ciclos de carbono, nitrogênio e outros nutrientes que sustentam
todo o ecossistema. Em teoria, o DNA deles pode conter a chave para gerar
energia barata, desenvolver remédios e acertar as bagunças da natureza
provocadas pelo avanço da civilização. Há bactérias que só vivem em locais
onde existe petróleo. Quem identificá-las terá o mapa da mina para explorar o produto.
23
Veja. 25/8/2004, p. 64-5 (com adaptações).
(CESPE - Adaptada) Com o emprego do adjetivo “superficial”
(l.1), em sentido conotativo, a argumentação do texto reforça a
ideia de que a ciência tem tratado de maneira muito pouco aprofundada os conhecimentos sobre a totalidade dos seres vivos do
planeta.
Resposta: Errado.
Comentário:
Em primeiro lugar, o adjetivo não foi empregado
conotativamente, mas sim denotativamente, pois faz alusão ao que é mais
externo, mais exterior, portanto, superficial. Em segundo lugar, o sentido pretendido é o de que ainda não há conhecimento suficiente, mas não que seja
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por negligência da ciência.
24
Em 1819, o poeta John Keats, um expoente do movimento romântico,
escreveu: “a verdade é bela e a beleza, verdade. Isso é tudo o que precisas
saber em vida; tudo o que precisas saber”. (Perdoem-me pela tradução
amadora.)
Aqui, podemos perguntar: qual a relação da matemática com a beleza?
Matemáticos e físicos atribuem beleza a teoremas e teorias, criando uma
estética da “verdade”. Os mais belos são aqueles que explicam muito com
pouco.
Quando possível, os teoremas e teorias mais belos são também os mais
simples: dadas duas ou mais explicações para o mesmo fenômeno, vence a
mais simples. Esse critério é conhecido como a lâmina de Ockham, atribuído a William de Ockham, um teólogo inglês do século XIV.
Para os que creem na matemática como linguagem universal, essa estética leva à existência de uma única verdade, o que parece guardar relação
com o monoteísmo judaico-cristão nas ciências. Melhor é defender a matemática como nossa invenção. Criamos uma linguagem para descrever o
mundo, que não podemos deixar de achar bela.
Marcelo Gleiser. Folha de S.Paulo (com adaptações)
(CESPE - Adaptada) No trecho “monoteísmo judaico-cristão nas
ciências” (l. 15), o adjetivo é grafado na sua forma mais conhecida,
embora também estejam corretas as formas judaicocristão e judaico cristão.
Resposta: Errado.
Comentário: Como é um adjetivo composto, é preciso inserir um
hífen na formação da palavra que, é preciso ressaltar, é feita por justaposição.
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CAPÍTULO 01 - Morfologia
Brasil. País do verde-amarelo. Terra do futebol, do samba amigo e das
mulatas sensuais. País da violência, das riquezas minerais e da política
corrupta. Terra de Ronaldinho e de Chico Buarque. Alguma mentira? Não.
Nosso país é de uma diversidade e de uma adversidade espantosas. De altos
e baixos e extremos radicais. Riqueza, exuberância e miséria. São tantas
coisas que falar sobre ele parece ser fácil. Ou não. São tantos extremos que
evitar estereótipos parece difícil. Ou não. Todos estão sujeitos aos estereótipos. A ignorância e a arrogância permeiam esse caminho. A questão não é
lutar para deletá-los, mas sim lutar para desmitificá-los.
(CESPE - Adaptada) O fato de a palavra “verde-amarelo” (L.1)
ser grafada com hífen mostra que se trata de uma composição vocabular em que o adjetivo verde passa a ser prefixo.
Resposta: Errado.
Comentário: Como a palavra é composta, não há que se pensar
25
em prefixação; afinal, esse procedimento ocorre apenas no processo de derivação. É preciso considerar que a palavra “verde” é um dos elementos da
composição que já possui um morfema lexical (raiz) por si só.
Eu não gosto de ninguém, ele quase respondeu, refreando-se a tempo;
faz sentido, ele mesmo concluía — é o pior momento da minha vida, sem a
mulher, sem o filho, sem dinheiro, e desgraçadamente sem literatura. Uma
letra de tango. Ou “um maneirista da própria sombra”, como escreveu Eusébio de Mattos no Suplemento de Arte, demolindo-o até a última linha com o
sadismo certeiro dos grandes críticos. Para um país sem crítica, aquele texto chegava a ser uma boa surpresa, ainda que deixasse entrever mais o prazer do ataque que o lamento sincero de um estudioso honesto, o tsc tsc tsc
diante de um escritor que nunca “chegou lá” na corrida de cavalos letrados
do panorama nacional — e Donetti sentiu a respiração opressa pelo rancor.
O célebre homem brasileiro cordial é cordial não porque seja polido, o que
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ele nunca foi, mas porque nada nunca passa pelo cérebro antes de chegar
à vida — é só um coração batendo forte no meio da rua, que é o seu lugar.
Cristovão Tezza. Um erro emocional. Rio de Janeiro: Record, 2010, p. 91 (com adaptações).
(CESPE - Adaptada) Se, em vez do adjetivo “célebre” (L.11), o
autor tivesse optado pela sua forma superlativa, teria de acrescentar-lhe o sufixo -érrimo, da seguinte forma: celebérrimo.
Resposta: Certo
Comentário: A formação do superlativo de um adjetivo pode ser
pela raiz vernácula ou pela raiz erudita. Com a vernácula, utiliza-se o sufixo
–íssimo; já, com a erudita, usa-se o sufixo -érrimo. A forma célebre ficará,
em seu superlativo absoluto sintético, como celebérrimo, porque a raiz latina
desse adjetivo é “celeber”.
26
Pesquisas constatam doses crescentes de pessimismo diante do que o
futuro esteja reservando aos que habitam este mundo, com a globalização
exacerbando a competitividade e colocando os Estados de bem-estar social
nos corredores de espera de cumprimento da pena de morte. É preciso
“investir no povo”, recomenda o Per Capita — um centro pensante, criado
recentemente na Austrália —, com seus dons progressistas. Configurar um
mercado no qual as empresas levem em consideração o interesse público,
sejam ampliados os compromissos de proteção ao meio ambiente e tenham
como objetivo o bem-estar dos indivíduos. A questão maior é saber como
colocar em prática essas belezas, num momento em que as lutas sociais
sofrem o assédio cada vez mais agressivo da globalização e as próprias
barreiras ideológicas caem por terra.
Newton Carlos. Má hora das esquerdas. In: Correio Braziliense, 20/11/2007 (com adaptações).
(CESPE - Adaptada) O adjetivo “agressivo” (l.11) está empregado
com valor de advérbio e corresponde, dessa forma, a agressiva-
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CAPÍTULO 01 - Morfologia
mente.
Resposta: Errado.
Comentário: O adjetivo “agressivo” está no masculino e no singular. Por isso, já é possível entender que ele estabelece um vínculo de concordância com o substantivo que lhe é correlato na sentença, a palavra “assédio”.
Não é possível dizer que se trata de um advérbio, porque não está vinculado
a um verbo a um adjetivo ou a outro advérbio.
Nicolau meteu-se na política. Em 1823, vamos achá-lo na Constituinte.
Não há que dizer ao modo por que ele cumpriu os deveres do cargo. Íntegro,
desinteressado, patriota, não exercia de graça essas virtudes públicas, mas
à custa de muita tempestade moral. Pode-se dizer, metaforicamente, que
a frequência da câmara custava-lhe sangue precioso. Não era só porque
os debates lhe pareciam insuportáveis, mas também porque lhe era difícil encarar certos homens, especialmente em certos dias. Montezuma, por
exemplo, parecia-lhe balofo, Vergueiro, maçudo, os Andradas, execráveis.
Cada discurso, não só dos principais oradores, mas dos secundários, era
para o Nicolau verdadeiro suplício. E, não obstante, firme, pontual. Nunca
a votação o achou ausente; nunca o nome dele soou sem eco pela augusta
sala. Qualquer que fosse o seu desespero, sabia conter-se e pôr a ideia da
pátria acima do alívio próprio. Talvez aplaudisse in petto o decreto de dissolução. Não afirmo; mas há bons fundamentos para crer que o Nicolau,
apesar das mostras exteriores, gostou de ver dissolvida a assembleia. E se
essa conjetura é verdadeira, não menos o será esta outra: que a deportação de alguns dos chefes constituintes, declarados inimigos públicos, veio
aguar-lhe aquele prazer. Nicolau, que padecera com os discursos deles,
não menos padeceu com o exílio, posto lhes desse um certo relevo. Se ele
também fosse exilado!
27
Machado de Assis. Verba testamentária. In: J. Gledson. 50 contos de Machado de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 168 (com adaptações).
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(CESPE - Adaptada) O termo “balofo” (l.8) expressa uma característica do sujeito da oração na qual esse adjetivo é empregado.
Resposta: Certo.
Comentário:
A oração em questão é “Montezuma, por exemplo,
parecia-lhe balofo, Vergueiro, maçudo, os Andradas, execráveis”. Considerando que o sujeito do verbo parecer é o substantivo Montezuma e o verbo
em pleito é um verbo relacional (de ligação), conclui-se que a função de predicativo do sujeito – atribuída ao adjetivo “balofo” – direciona-se ao sujeito
da oração.
Conjunções
28
Embora as conquistas obtidas a partir da Revolução Francesa tenham
possibilitado a consolidação da concepção de cidadania, elas não foram suficientes para que essa condição se verificasse na prática. A mera declaração
formal das liberdades nos documentos e nas legislações esboroava diante
da inexorável exclusão econômica da maioria da população. Em vista disso,
já no século XIX, buscaram-se os direitos sociais com ações estatais que
compensassem tais desigualdades, municiando os desvalidos com direitos
implantados e construídos de forma coletiva em prol da saúde, da educação,
da moradia, do trabalho, do lazer e da cultura para todos.
(CESPE - Adaptada) Dada a relação de concessão estabelecida
entre as duas primeiras orações do texto, a palavra “Embora” (l.1)
poderia, sem prejuízo do sentido ou da correção gramatical do texto, ser substituída por Conquanto.
Resposta: Certo.
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CAPÍTULO 01 - Morfologia
Comentário:
A palavra “embora” é uma conjunção subordinativa
adverbial concessiva, assim como a palavra “conquanto”. Como o verbo da
oração em que a conjunção surge foi conjugado no subjuntivo, é possível afirmar que não haverá prejuízo para a correção gramatical ou para o sentido
da sentença.
A impunidade de políticos não decorre de foro privilegiado, mas de justiça ineficiente. Abolir o referido mecanismo produzirá efeitos desfavoráveis. É compreensível a confusão. A designação mais conhecida, “foro privilegiado”, sem dúvida, sugere a existência de condenável regalia. Não é
estranho, portanto, que o Congresso tenha incluído em sua agenda positiva
um esforço para eliminar essa prerrogativa constitucional. Os parlamentares estariam, com isso, oferecendo o seu quinhão para o combate à impunidade que tradicionalmente beneficia políticos de todos os matizes.
Entretanto, há dois equívocos nesse raciocínio. O primeiro é imaginar
que o foro especial — assegurado a autoridades como o presidente da República, governadores, prefeitos, congressistas e ministros de Estado — seja
responsável pela ausência de punições na esfera jurídica. As numerosas
instâncias da justiça comum favorecem a interposição de recursos, o que
atrasa a caminhada processual e contribui para a impunidade. O segundo
equívoco do raciocínio é imaginar que a prerrogativa de foro constitua, de
fato, um privilégio. De um lado, porque não há benefício na supressão de
um ou de todos os graus de jurisdição. De outro, porque o mecanismo busca
assegurar um julgamento imparcial — em proveito não só do réu, mas também da sociedade.
29
(CESPE - Adaptada) Mantêm-se as relações sintáticas originais
ao se substituir o termo “Entretanto” (l. 9) por qualquer um dos
seguintes: Porém, Contudo, Todavia, No entanto.
Resposta: Certo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Comentário: A palavra destacada
é uma conjunção coordenativa
adversativa, ou seja, que exprime sentido de oposição. Todos os elementos
suscitados para a permuta a que a questão alude são da mesma natureza.
Isso quer dizer que na troca solicitada não haveria problemas para a correção ou para o sentido da sentença.
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Leio que a ciência deu agora mais um passo definitivo. É claro que o
definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (é Origem
ciência demais), que se supera a si mesma a cada dia... Não indaguemos
para que, já que a própria ciência não o faz — o que, aliás, é a mais moderna
forma de objetividade de que dispomos.
Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem
realmente construir agora a bomba limpa. Sabemos todos que as bombas
atômicas fabricadas até hoje são sujas (aliás, imundas) porque, depois que
explodem, deixam vagando pela atmosfera o já famoso e temido estrôncio
90. Ora, isso é desagradável: pode mesmo acontecer que o próprio país que
lançou a bomba venha a sofrer, a longo prazo, as consequências mortíferas
da proeza. O que é, sem dúvida, uma sujeira.
Pois bem, essas bombas indisciplinadas, mal-educadas, serão em breve
substituídas pelas bombas n, que cumprirão sua missão com lisura: destruirão o inimigo, sem riscos para o atacante. Trata-se, portanto, de uma
fabulosa conquista, não?
Ferreira Gullar. Maravilha. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989, p. 109.
(CESPE - Adaptada) Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e não por deficiência da
ciência” (l. 2), poderia ser substituída por mas.
Resposta: Certo.
Comentário:
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A conjunção “e”, na maior parte das vezes, indica
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uma soma, ou seja, é aditiva. Ocorre que, na sentença em questão, ela desempenha função adversativa, razão pela qual sua permuta pela palavra “mas”
(conjunção coordenativa adversativa) não prejudicaria a correção gramatical
da sentença, tampouco a coerência.
Todos nós, homens e mulheres, adultos e jovens, passamos boa parte
da vida tendo de optar entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Na
realidade, entre o que consideramos bem e o que consideramos mal. Apesar da longa permanência da questão, o que se considera certo e o que se
considera errado muda ao longo da história e ao redor do globo terrestre.
Ainda hoje, em certos lugares, a previsão da pena de morte autoriza o
Estado a matar em nome da justiça. Em outras sociedades, o direito à vida é
inviolável e nem o Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida alheia.
Tempos atrás era tido como legítimo espancarem-se mulheres e crianças,
escravizarem-se povos. Hoje em dia, embora ainda se saiba de casos de
espancamento de mulheres e crianças, de trabalho escravo, esses comportamentos são publicamente condenados na maior parte do mundo.
Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de
temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia. Muitas e muitas vezes
é na solidão da consciência de cada um de nós, homens e mulheres, pequenos e grandes, que certo e errado se enfrentam. E a ética é o domínio desse
enfrentamento.
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Marisa Lajolo. Entre o bem e o mal. In: Histórias sobre a ética. 5.ª ed. São Paulo: Ática, 2008 (com adaptações).
(CESPE - Adaptada) Dado o fato de que nem equivale a e não, a
supressão da conjunção “e”, empregada logo após “inviolável”, na
linha 8, manteria a correção gramatical do texto.
Resposta: Errado.
Comentário: Se houvesse a supressão do termo em questão, seria
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necessário inserir uma vírgula em seu lugar, a fim de manter a correção
gramatical da sentença, pois o termo precisaria ficar separado da sentença
como um elemento deslocado.
Durante o período de janeiro a março de 2013, foram recebidas 13.348
reclamações de beneficiários de planos de saúde referentes à garantia de
atendimento. Entre as operadoras médico-hospitalares, 480 tiveram pelo
menos uma reclamação e, entre as operadoras odontológicas, 29 tiveram
pelo menos uma reclamação de não cumprimento dos prazos máximos estabelecidos ou de negativa de cobertura.
A fiscalização do cumprimento das garantias de atendimento é uma forma eficaz de se certificar o beneficiário da assistência por ele contratada,
pois leva as operadoras a ampliarem o credenciamento de prestadores e a
melhorarem o seu relacionamento com o cliente. Para isso, a participação
dos consumidores é de fundamental importância.
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Internet: <www.ans.gov.br> (com adaptações).
(CESPE - Adaptada) Mantêm-se a correção gramatical do período e suas informações originais ao se substituir o termo “pois” (l.
9) por qualquer um dos seguintes: já que, uma vez que, porquanto.
Resposta: Certo.
Comentário:
A conjunção destacada é subordinativa adverbial
causal, assim como as conjunções e locuções conjuntivas destacadas para a
substituição na sentença. Por essa razão, não haveria prejuízo para a correção ou para o sentido da sentença, ao realizar a permuta mencionada.
As relações que as sociedades ocidentais industriais mantêm com os
temas da ciência e da tecnologia não se constituem numa constante. No
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transcorrer da história dessas sociedades, a ciência deixa de ser entendida apenas como um tipo de conhecimento tido como válido e passa a se
conjugar com as técnicas, conformando uma aplicação prática e útil desse
conhecimento.
Isso ocorre desde os desdobramentos da Revolução Industrial no século XIX, quando ciência e tecnologia passaram a constituir um binômio,
abreviadamente expresso por C&T, no qual, cada vez mais, conhecimento
científico e técnica se entrelaçam. A tecnologia vai-se tornando plena de
ciência e esta tende a incorporar crescentemente a técnica. Já no século
XX, o desenvolvimento de ciência e tecnologia passou a utilizar intensivamente grandes investimentos financeiros, tendo em vista o domínio tanto
da natureza quanto das sociedades.
A partir de então, e dada a intensificação dos processos técnico-científicos da contemporaneidade, surgem posicionamentos antagônicos em
relação à temática da aceleração tecnológica. Por um lado, estabelece-se
uma compreensão de que o incremento de ciência e tecnologia é algo determinante, ou até mesmo fundamental para um desenvolvimento econômico e social satisfatório, além de ser politicamente neutro e desprovido
de normatividade.
Desde outra perspectiva, desenvolvem-se reflexões sobre as incertezas e indeterminações acerca do destino das sociedades como consequência dos principais modelos e sistemas técnico-científicos contemporâneos.
Questiona-se o papel da ciência e da tecnologia como fator determinante e
como atividade neutra de valores.
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Raquel Folmer Corrêa. Tecnologia e sociedade : análise de tecnologias sociais no Brasil contemporâneo.
Porto Alegre: UFRGS, 2010. Dissertação de mestrado. In: Internet: <http://www.lume.ufrgs.br> (com adaptações)
(CESPE - Adaptada) Nas linhas 7 e 22, as ocorrências do vocábulo “desde” introduzem circunstâncias temporais.
Resposta: Errado.
Comentário:
Na primeira ocorrência, a palavra “desde” indica
uma circunstância de tempo; na segunda ocorrência, a palavra “desde” indica
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perspectiva (posição) e não circunstância temporal.
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Se considerarmos o panorama internacional, perceberemos que o Ministério Público brasileiro é singular. Em nenhum outro país, há um Ministério
Público que apresente perfil institucional semelhante ao nosso ou que ostente igual conjunto de atribuições.
Do ponto de vista da localização institucional, há grande diversidade de
situações no que se refere aos Ministérios Públicos dos demais países da
América Latina. Encontra-se, por exemplo, Ministério Público dependente
do Poder Judiciário na Costa Rica, na Colômbia e, no Paraguai, e ligado ao
Poder Executivo, no México e no Uruguai.
Constata-se, entretanto, que, apesar da maior extensão de obrigações do
Ministério Público brasileiro, a relação entre o número de integrantes da
instituição e a população é uma das mais desfavoráveis no quadro latino-americano. De fato, dados recentes indicam que, no Brasil, com 4,2 promotores para cada 100 mil habitantes, há uma situação de clara desvantagem no
que diz respeito ao número relativo de integrantes. No Panamá, por exemplo, o número é de 15,3 promotores para cada cem mil habitantes; na Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na Bolívia, de 4,5. Em situação semelhante
ou ainda mais crítica do que o Brasil, estão, por exemplo, o Peru, com 3,0;
a Argentina, com 2,9; e, por fim, o Equador, com a mais baixa relação: 2,4.
É correto dizer que há nações proporcionalmente com menos promotores
que o Brasil. No entanto, as atribuições do Ministério Público brasileiro são
muito mais extensas do que as dos Ministérios Públicos desses países.
Maria Tereza Sadek. A construção de um novo Ministério Público resolutivo. Internet: <https://aplicacao.
mp.mg.gov.br> (com adaptações).
(CESPE - Adaptada) Seriam mantidas a coerência e a correção
gramatical do texto se, feitos os devidos ajustes nas iniciais maiúsculas e minúsculas, o período “É correto (...) o Brasil” (l.20-21)
fosse iniciado com um vocábulo de valor conclusivo, como logo,
por conseguinte, assim ou porquanto, seguido de vírgula.
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