Curso de Técnicas Administrativas STC7 Dr1: O elemento PC ADN Propriedades físicas e químicas Fig. 1 - Estrutura química do ADN O ADN é um longo polímero formado por unidades repetidas chamadas nucleotídeos. A cadeia de ADN tem 2,2 a 2,4 nanómetros de largura, e um nucleotídeo possui aproximadamente 0,33 nanómetros de comprimento. Embora os monômeros (nucleotídeos) que constituem o ADN sejam muito pequenos, os polímeros de ADN podem ser moléculas enormes, com milhões de nucleotídeos. Por exemplo, o maior cromossoma humano (cromossoma 1) possui 220 milhões de pares de bases de comprimento. Uma molécula de ADN do ser humano possui aproximadamente dois metros de comprimento, encapsulada em um núcleo celular de 6m, o equivalente a acomodar uma linha de 40 km de comprimento numa bola de ténis. Em organismos vivos, o ADN não existe como uma molécula única (cadeia simples), mas sim como um par de moléculas firmemente associadas. As duas longas cadeias de ADN enrolam-se como uma Formanda: Anabela Ramos 25-08-2010 Página 1 Curso de Técnicas Administrativas STC7 Dr1: O elemento PC trepadeira formando uma dupla hélice. Os nucleotídeos estão presentes em ambas as cadeias da dupla hélice, unidos com nucleótidos da mesma cadeia por ligações fosfodiéster e à cadeia complementar através de pontes de hidrogénio formadas pelas suas bases. Em geral, uma base ligada a um açúcar é chamada nucleosídeo e uma base ligada a um açúcar e um ou mais fosfatos é chamada nucleotídeo. Portanto, o ADN pode ser referido como um polinucleotídeo. O cerne (backbone) da cadeia de ADN é formado por fosfato e resíduos de açúcar, dispostos alternadamente. O açúcar no ADN é 2-desoxirribose, uma pentose (açúcar com cinco carbonos). Os açúcares são unidos por grupos fosfato que formam ligações fosfodiéster entre o terceiro e quinto átomos de carbono dos anéis de açúcar adjacentes. Estas ligações assimétricas significam que uma cadeia de ADN tem uma direcção. Numa dupla hélice, a direcção dos nucleotídeos de uma cadeia é oposta à direcção dos nucleotídeos da outra cadeia. O formato das cadeias do ADN é designado antiparalelo. As terminações assimétricas das cadeias de ADN são designadas terminais 5’ (cinco linhas) e 3’ (três linhas). Uma das diferenças principais entre o ADN e o ARN encontra-se no açúcar, com a substituição da 2-desoxirribose no ADN pela ribose no ARN. Fig. 2 - Uma cadeia de ADN A dupla hélice do ADN é estabilizada por pontes de hidrogénio entre as bases presas às duas cadeias. As quatro bases encontradas no ADN são a adenina (A), citosina (C), guanina (G) e timina (T). Estas quatro bases estão representadas na figura ao lado e ligam-se ao Formanda: Anabela Ramos 25-08-2010 Página 2 Curso de Técnicas Administrativas STC7 Dr1: O elemento PC açúcar/fosfato para formar o nucleotídeo completo, que na figura é mostrado como adenosina monofosfato. Estas bases são classificadas em dois tipos; a adenina e guanina são compostos heterocíclicos chamados purinas, enquanto que a citosina e timina são pirimidinas. Uma quinta base (uma pirimidina) chamada uracila (U) aparece no ARN e substitui a timina, a uracila difere da timina pela falta de um grupo de metila no seu anel. A uracila normalmente não está presente no ADN, só ocorrendo como um produto da decomposição da citosina. Uma raríssima excepção para esta regra é um vírus bacteriano chamado PBS1 que contém uracila no seu ADN. Em contraste, após a síntese de certas moléculas de ARN, um número significante de uracilas são convertidas a timinas pela adição enzimática do grupo de metila. Isto acontece principalmente em RNAs estruturais e enzimáticos como o ARN mensageiro e o ARN ribossomal. A dupla hélice é uma espiral dextra. Como as cadeias de ADN giram uma ao redor da outra, elas deixam espaços entre cada cerne de fosfato, revelando os sítios das bases que estão localizadas na parte interna (espaços com 22 e 12 Å). Proteínas como factores de transcrição podem ligar-se a sequências específicas do ADN de dupla cadeia, normalmente estabelecendo contacto com os sítios das bases expostos no espaço maior. Formanda: Anabela Ramos 25-08-2010 Página 3 Curso de Técnicas Administrativas STC7 Dr1: O elemento PC Fig. 3 - No topo, pares GC com três pontes de hidrogénio. Em baixo, AT com duas pontes de hidrogénio. Emparelhamento de bases: Cada tipo de base numa cadeia forma uma ligação com apenas um tipo de base na outra cadeia. Este comportamento é designado de complementaridade de bases. Assim, as purinas formam pontes de hidrogénio com pirimidinas, por exemplo, A liga-se com T e C com G. Este arranjo de dois nucleotídeos complementares na dupla hélice é chamado par de bases. Além das pontes de hidrogénio entre as bases, as duas cadeias são mantidas juntas devido a forças geradas por interacções hidrofóbicas entre as bases empilhadas, a qual não é influenciada pela sequência do DNA. Como as pontes de hidrogénio não são ligações covalentes, podem ser quebradas e reunidas com relativa facilidade. Desta forma, as duas fitas da dupla hélice de ADN podem ser separadas como um "zíper" (fecho) por força mecânica ou altas temperaturas. Como resultado desta complementaridade, toda a informação contida numa das cadeias de ADN está também contida na outra, o que é fundamental para a replicação do ADN. Os dois tipos de pares de base formam diferentes números de pontes de hidrogénio: AT forma duas pontes de hidrogénio, enquanto GC formam três pontes de hidrogénio. Desta forma a interacção entre GC é mais forte que AT. Como resultado, a percentagem de GC numa dupla fita de ADN determina a força de interacção entre as duas cadeias. Uma parte da dupla cadeia de ADN que precisa de ser separada facilmente, tal como a TATAAT Caixa de Pribnow nos promotores bacterianos, tende a ter sequências com maior predomínio de AT, para facilitar a abertura da dupla cadeia aquando da transcrição. No laboratório, a força desta interacção pode ser medida encontrando a temperatura necessária para quebrar as pontes de hidrogénio, a temperatura de desnaturação (também chamado T). Quando todos os pares de base numa dupla hélice de ADN quebram as suas ligações, as duas cadeias separam-se e existem em solução como duas moléculas completamente independentes. Estas moléculas de ADN de cadeia simples não têm uma única forma comum, mas algumas conformações são mais estáveis do que outras. Formanda: Anabela Ramos 25-08-2010 Página 4 Curso de Técnicas Administrativas STC7 Dr1: O elemento PC Formanda: Anabela Ramos 25-08-2010 Página 5