Sociedade e natureza: a inter-relação entre ocupação, relevo e os

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Texto complementar
Sociedade e natureza:
a inter-relação entre
ocupação, relevo e os
impactos ambientais gerados
Leda Correia Pedro
GEOGRAFIA
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Geografia
Assunto: Geomorfologia
Sociedade e natureza: inter-relação entre ocupação,
relevo e os impactos ambientais gerados
A Geomorfologia tem um papel muito importante nos estudos geográficos, no qual contribui na compreensão das formas atuais do relevo e na investigação da atuação dos agentes endógenos (tectonismo, vulcanismo e
abalos sísmicos) e os exógenos (águas correntes, ventos, geleiras) no modelado terrestre. No entanto, a Geomorfologia não explica apenas as morfologias (formas) e a fisiologia (função) do relevo. Na atualidade ela incorporou
em sua análise, um enfoque histórico, no qual passou a considerar em seus estudos a dinâmica social, ou seja, a
intervenção da sociedade no equilíbrio dinâmico da natureza. Assim, o pesquisador realiza a observação e análise
das formas de relevo, considerando o fator tempo histórico, ou seja, aceleração dos processos geomorfológicos
que interferem na esculturação natural das vertentes e podem ocasionar impactos no ambiente.
[...] Ao estudar o relevo no ambiente urbano, deparamos com uma paisagem construída e marcada por
dinâmicas que envolvem a sociedade e a natureza ao longo de um tempo histórico. Nesta perspectiva, os
estudos da morfogênese e da morfodinâmica ganham um novo ritmo em um tempo histórico, no qual os
processos são acelerados dando origem a novas formações geomorfológicas (relevos tecnogênicos).
As áreas urbanas são reflexos desses acontecimentos e os estudos que envolvem o relevo e a cidade
tornam-se relevantes. [...]
A análise empírica da morfologia do relevo, atrelado ao histórico de apropriação e ocupação do espaço, cria
a possibilidade de compreender como ocorreu o processo de produção do espaço urbano em determinados
compartimentos geomorfológicos.
Essa análise realiza-se com levantamento histórico da ocupação do relevo, com a investigação de campo que
envolve observação dos compartimentos geomorfológicos, incluem também outros procedimentos como as
entrevistas. Estes princípios ajudam a desenvolver um estudo da paisagem, no qual se resgata o passado para
entender as marcas e a configuração do espaço no presente. [...]
A título de exemplo, pode-se citar a edificação de grandes obras de engenharia, tais como a construção de
rodovias, no qual o relevo é modelado com cortes (taludes) criando novas formas, novos usos e novas dinâmicas.
Outro exemplo refere-se à canalização de rios, que passam a escoar por meio de tubos e canais, alterando não
só a dinâmica natural, mas também a social. A sociedade idealiza e concretiza seus pensamentos por meio da
produção, que deixa marcas na paisagem. Lembrando que os exemplos citados referem-se apenas às formas
do espaço, que constituem a paisagem.
Na tentativa de aproximação desta discussão com a Geomorfologia, vale lembrar que a produção se
materializa amparada também no relevo. Neste contexto, a cidade é o resultado da dinâmica social por meio
da produção que abrange também a dinâmica ambiental. […]
A urbanização constitui-se no processo e, por meio dele, é possível analisar a dinâmica da sociedade
interferindo diretamente ou indiretamente na esculturação do relevo. Isso decorre das decisões tomadas
pela sociedade, por exemplo, quando os compartimentos geomorfológicos são apropriados recebendo
diferentes finalidades.
Esta interferência ocorre pelo fato de que os agentes de produção do espaço apropriam-se dos compartimentos geomorfológicos destinados às diversas funções (seja residencial, comercial, lazer etc.).
PEDRO, Leda Correia. Sociedade e natureza: a inter-relação entre ocupação, relevo e os impactos ambientais gerados.
Disponível em: ‹www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/eixo11/057.pdf›.
Acesso em: mar. 2012.
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