percepção das mulheres em relação ao comportamento

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PERCEPÇÃO DAS MULHERES EM RELAÇÃO AO COMPORTAMENTO DO
PARCEIRO APÓS A MASTECTOMIA
PERCEPTION OF WOMEN WITH REGARD TO THE BEHAVIOR OF PARTNER
AFTER MASTECTOMY
Gabriela Rodrigues Pedrosa
Discente do curso de Enfermagem no Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – UnilesteMG.
[email protected]
Kenia Carvalho Miranda
Discente do curso de Enfermagem no Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – UnilesteMG.
[email protected]
Fernanda Nunes Gama
Docente do curso de Enfermagem do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – UnilesteMG.
Pós-graduada em Administração Hospitalar. [email protected]
RESUMO
O câncer de mama é a maior causa de morte entre as mulheres no Brasil. A mastectomia representa
um tratamento largamente utilizado para esse tipo de câncer. Realizou-se uma pesquisa qualitativa
do tipo exploratória a fim de identificar a percepção do comportamento dos parceiros de pacientes
submetidas à mastectomia. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e submetidos à análise
de conteúdo. As pacientes perceberam seus parceiros como ponto de apoio e revelaram que o
comportamento deles favoreceu sua auto-estima e recuperação. Sentiram-se amadas e importantes,
pois compreenderam que não é apenas o fator estético o mais relevante em um relacionamento, mas
também os aspectos emocionais associados à cumplicidade do parceiro.
PALAVRAS-CHAVE: Mastectomia. Enfermeiro. Parceiro. Comportamento.
ABSTRACT
The breast cancer is the biggest death cause among the women in Brazil. The mastectomy represents
a treatment largely used for that cancer type. One qualitative research of the exploratory type was
conducted in order to identify the perception of the patients' partners' behavior submitted to the
mastectomy. The data were collected by means of interviews and submitted to the content analysis.
The patients perceived their partners as a support point, and they revealed that the partners’ behavior
favored their self-esteem and recovery. They felt beloved and important, because they understood
that it is not just the aesthetic factor the most important in a relationship, but also the emotional
aspects associated to the partner's complicity.
KEY-WORD: Mastectomy. Nurse. Partner. Behavior.
INTRODUÇÃO
O câncer de mama é a maior causa de morte entre as mulheres no Brasil.
Dados do Ministério da Saúde estimam que Minas Gerais apresenta uma taxa de
42,46 novos casos para cada 100.000 mulheres. Esse tipo de câncer é um dos mais
temidos entre as mulheres, uma vez que a mama apresenta importante significado
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estético, sexual e social em nossa sociedade. O câncer de mama pode ocorrer em
qualquer parte da mama, mas é mais comum no quadrante superior externo, onde
há mais tecido mamário. Em geral as lesões são insensíveis, fixas, rígidas e com
bordas irregulares (PEREIRA et al, 2006).
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100
doenças que têm em comum o crescimento
desordenado (maligno) de células que invadem os
tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase)
para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente,
estas células tendem a ser muito agressivas e
incontroláveis, determinando a formação de tumores
(acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias
malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa
simplesmente uma massa localizada de células que se
multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu
tecido original, raramente constituindo um risco de vida
(INCA, 1996).
As mamas são glândulas, sua função principal é a produção de leite e
encontram-se nas mesmas vasos sanguíneos que a irrigam com sangue. Os vasos
linfáticos por onde circula a linfa, se agrupam no que chamamos de gânglios
linfáticos, ou ínguas. Estes vasos têm como função a drenagem de líquidos para
gânglios nas axilas, na região do pescoço e no tórax. O câncer de mama ocorre
quando as células deste órgão passam a se dividir e se reproduzir rapidamente e de
forma desordenada (ABC DA SAUDE, 2009).
O diagnóstico de câncer de mama provoca medo e ansiedade nas mulheres,
pois com ele vem a possibilidade da mastectomia. Mastectomia é a cirurgia feita
para retirada parcial (quadrantectomia), retirada total (mastectomia total), ou
mastectomia radical, que retira, além da mama, os linfonodos da axila do mesmo
lado onde é feita a retirada da mama. O aspecto emocional da mulher deve ser
relevado e pode ser até mais afetado do que a deformidade da mutilação causada
pela mastectomia. O assunto câncer de mama provoca sentimentos variados,
principalmente quando acontece com pessoas próximas de nós (ALMEIDA, 2006).
Após a mastectomia há momentos temíveis entre as mulheres. Apesar de
terem superado a cirurgia e existir a esperança de um tempo de sobrevida, existem
outros medos como a dor, os curativos, a preocupação com a auto-imagem, o
impacto na vida conjugal e a possibilidade de metástase, uma vez que ainda podem
existir algumas células cancerígenas, mesmo sendo removido o tumor (TURNS,
1988).
Na maioria das vezes as mulheres enfrentam o problema sem transtornos
psicológicos e sexuais graves (CARLSSON, 2004). Percebe-se que a assistência de
enfermagem é de extrema importância para essas mulheres, uma vez que, com a
rotina de idas e vindas aos serviços de saúde, essas pacientes, começam a desejar
compartilhar suas dúvidas, medos, tristezas, desesperança e angústias, esperando
que os enfermeiros possam ajudá-las no tratamento e a enfrentar a doença
(AMORIM, 1999).
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Cuidar é a essência da enfermagem e implica envolvimento, zelo,
amor, compaixão, ética. Cuidar não é tratar apenas de uma doença,
mas é também vê-la como possibilidade do ser de quem cuidamos.
Portanto, ouvir, tocar, estar disponível é uma forma de humanizar a
assistência e resgatar o cuidado que, em nossa cultura científica, foi
relegado e colocado em suspeição por ser de natureza subjetiva.
(CAMARGO; SOUZA, 2003).
No que tange a assistência, podem-se ajudar as mulheres de várias formas:
deixando-as informadas sobre as rotinas hospitalares e os procedimentos
realizados; facilitando a recuperação física, emocional e social, preparando-a para o
auto-cuidado (realização de curativos, cuidados com o dreno e exercícios a serem
realizados); permitir que se sintam à vontade para relatar ao enfermeiro suas
angústias, dores, medos e identificar se é possível intervir no que for prejudicial e no
que irá auxiliar no tratamento; buscar ajuda de outros profissionais da equipe;
permitir que, juntamente com seus familiares, adote decisões sobre o tratamento;
discutir e orientar sobre as mudanças que irão ocorrer após a cirurgia como a
mutilação, limitações de movimento e auto-imagem; explicar e enfatizar a
possibilidade da reconstituição mamária (CAMARGO; SOUZA, 2003).
Em meados do ano de 1999, o então presidente da república Fernando
Henrique Cardoso, decretou e assinou a Lei n° 9.797 que dispõe sobre a
obrigatoriedade da cirurgia plástica reparadora da mama pela rede de unidades
integrantes do Sistema Único de Saúde - SUS nos casos de mutilação decorrente de
tratamento de câncer.
o
Art. 1 As mulheres que sofrerem mutilação total ou parcial de mama,
decorrente de utilização de técnica de tratamento de câncer, têm
direito a cirurgia plástica reconstrutiva.
o
Art. 2 Cabe ao Sistema Único de Saúde - SUS, por meio de sua
rede de unidades públicas ou conveniadas, prestar serviço de cirurgia
o
plástica reconstrutiva de mama prevista no art. 1 , utilizando-se de
todos os meios e técnicas necessárias (BRASIL,1999).
O estudo permite aos enfermeiros uma reflexão sobre os problemas e
dificuldades enfrentadas pelas pacientes que foram submetidas à mastectomia,
juntamente com seus parceiros, no âmbito social, emocional, sexual e na sua autoestima. A equipe multiprofissional tem papel importante na recuperação das
pacientes, trabalhando conjuntamente com seus parceiros, esclarecendo dúvidas
sobre o tratamento e sobre o comportamento dos mesmos. Este estudo beneficia a
inter-relação enfermeiro/paciente/parceiro, favorecendo uma recuperação saudável
à paciente. O enfermeiro é o elo entre a paciente/parceiro e seu tratamento, pois
atuará diretamente em sua recuperação.
O objetivo deste estudo foi analisar a percepção das mulheres
mastectomizadas em relação ao comportamento de seus parceiros e as possíveis
repercussões da cirurgia na vida sexual, auto-imagem e vida emocional dessas
pacientes.
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METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste estudo, optou-se por uma pesquisa qualitativa
do tipo exploratória.
Segundo Oliveira (2002), é uma pesquisa qualitativa, pois, por não ter
intenção de numerar, mas ter a facilidade de descrever a complexidade de uma
hipótese ou problema pode contribuir para mudanças ou formações de opinião de
determinados grupos.
Segundo Gil (2007), pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar
maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou constituir
hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o
aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é bastante
flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos
relativos ao ato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem:
levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências
práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulam a
compreensão.
Fizeram parte desta pesquisa oito mulheres na faixa etária de 35 a 60 anos
que se submeteram à mastectomia, com um relacionamento estável com seu
parceiro e que frequentavam o grupo de apoio e prevenção do câncer de mama “Se
Toque”, no município de Ipatinga-MG. Fizeram ainda parte do estudo outras seis
mulheres, que foram voluntárias e que não participavam do grupo mencionado, mas
que foram submetidas à mastectomia e indicadas por outras mulheres que faziam
parte da amostra.
Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevista
semi-estruturado elaborado pelas pesquisadoras, contendo questões abertas
relacionadas ao conteúdo e um gravador de voz da marca Sony. O estudo ocorreu
nos meses de fevereiro, março e abril do ano de 2009.
De acordo com Cervo e Bervian (2002), a entrevista é um método de
pesquisa utilizado para achar dados que não seriam encontrados em livros, podendo
o entrevistador manter um clima de confiança com o entrevistado, permitindo uma
observação do comportamento de cada indivíduo que participa da pesquisa. De
acordo com Lakatos e Marconi (1991) a entrevista é feita no contato de duas
pessoas frente a frente, o que difere do questionário onde é a pessoa que irá
responder as perguntas.
Inicialmente foi encaminhada uma carta de solicitação para autorização de
entrada no campo para coleta de dados, em duas vias, sendo autorizado e assinado
pelo responsável da instituição.
Foi realizado um contato prévio com as mulheres mastectomizadas do Grupo
Se Toque, e, com as que aceitaram participar da pesquisa, agendamos um horário
no domicílio das mesmas. As entrevistas tiveram duração de aproximadamente 30
minutos.
Todas as participantes foram informadas quanto aos objetivos da pesquisa,
uso do gravador, bem como da participação voluntária, e as que concordaram
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), garantindo-lhes
sigilo quanto à sua identificação. A fim de preservar a identificação das entrevistadas
foram utilizadas letras, como E1, E2 e assim sucessivamente, e enumeradas de
acordo com a ordem de coleta dos dados.
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Os dados foram analisados e consolidados com o auxílio de estatística
descritiva simples e comparados com outros existentes sobre o tema na literatura.
Foram apresentados através de falas destacadas, analisadas e elaboradas de
acordo com afinidade dos temas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com Pereira et al., (2006) os sentimentos despertados em uma
mulher que se submete à mastectomia são: o medo, a rejeição, a culpa e a perda.
Esses sentimentos surgem em decorrência de várias preocupações, contudo, o
maior medo da mulher origina-se do medo de morrer. Outro medo que essas
mulheres expressam ao serem submetidas à mastectomia é o da rejeição sexual e
social. Esse medo contribui para que a mulher rejeite seu próprio corpo após a
mastectomia.
Analisando os resultados das entrevistas, entendemos que o parceiro tem
grande importância na recuperação da mulher. Quando perguntadas sobre como
seu parceiro reagiu quando recebeu o diagnóstico de câncer e a notícia de que
passariam por uma mastectomia, obtivemos as seguintes respostas:
Chorou muito. Depois percebi que tentava se manter forte por minha causa.
E2
Olha, eu custei a falar pra ele, porque ele sofreu um acidente em Belo
Horizonte, então ele não tava muito bom pra receber essa noticia, então eu
tive que falar com um vizinho, a vizinha que me ajudou, né? E ele só veio a
saber quando eu já ia fazer a cirurgia. E4
Preocupado, mas me deu toda a força em todos os momentos. E5
Duas das entrevistadas relataram não ter recebido apoio de seu parceiro
quando receberam o diagnóstico de câncer:
A pessoa com quem me relacionava, na época, ao saber da suspeita do
câncer simplesmente desapareceu como se eu estivesse com uma doença
contagiosa. Em contrapartida, um amigo que estava próximo me
acompanhou em todos os momentos, a ponto de começarmos a namorar
após o término da radioterapia. E1
Ah, ele não reagiu muito bem, ficou preocupado, não foi muito boa a notícia
não. E7
De acordo com Biffi e Mamede (2004), as mulheres com câncer de mama
enfrentam problemas com a cirurgia e os tratamentos a que são submetidas,
podendo apresentar dificuldade para se adaptar às novas limitações, quando
retornam ao convívio do lar. Compreendemos que é importante que a mulher se
sinta amada e desejada por seu parceiro, para uma melhor recuperação física,
emocional, psicológica e sexual. Perguntamos às entrevistadas se em algum
momento durante o tratamento e após a mastectomia elas se sentiram rejeitadas por
seus parceiros:
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Nunca. Pelo contrário, se desdobrou para me mostrar que eu era muito
importante para ele. E2
Não, graças a Deus não, é... eu falo que é evidente que há exceções, né?
Como foi o caso do meu marido... E3
Não. Ele esteve sempre presente, me ajudando no possível. E5
Infelizmente, às vezes sim. Tive todo o acompanhamento e apoio dele, mas
na intimidade eu senti. E7
É importante ressaltar que as mulheres que tinham um bom relacionamento
conjugal com seus parceiros antes do diagnóstico de câncer, conseguiram lidar com
mais facilidade em relação ao tratamento e a mastectomia. O parceiro é essencial
para a recuperação da mulher, em conseqüência de sua fragilidade pela perda da
mama, que faz parte de sua sexualidade e sensualidade, correspondendo ao que
Biffi e Mamede (2004) afirmam em seu artigo sobre como o relacionamento conjugal
com os mesmos antes do diagnóstico interfere diretamente no apoio pós-diagnóstico
e durante todo o tratamento. Quando perguntadas se perceberam alguma mudança
no relacionamento com seu parceiro após a mastectomia, responderam da seguinte
forma:
No início sim, mas da minha parte. Me sentia um pouco constrangida em
me despir. Mas, só isso. E2
Não, não mudou nada, pra ele não mudou. Nós mulheres, né, eu com
minha alma de mulher, com meu desejo feminino de estar bonita, estar
bem, a gente fica ferida, é uma alma ferida com certeza... E3
Não, porque logo quando eu fiz, eu fiz um tipo diferente assim, pra não
esvaziar toda, assim e logo depois eu fiz implante de silicone. E4
Não. Para ele não houve diferença no nosso relacionamento. Nada mudou.
E5
Corroborando com o que diz Almeida (2006), a mulher começa a se sentir
estranha, manifestações de sentimentos como vergonha e embaraço apresentam-se
frequentemente, deparando-se com dificuldade para se relacionar com o parceiro, se
sentindo sexualmente repulsiva e terminando por evitar contatos sexuais. Um dos
medos freqüentes entre as mulheres mastectomizadas é o de não ser igualmente
atraente sexualmente. Esses conflitos são mais facilmente resolvidos se a mulher é
capaz de se reconhecer e se aceitar nessa nova imagem. Para que isso aconteça, é
fundamental que se viva um processo de luto para superar essa perda.
Vale reiterar que o estímulo afetivo do parceiro é fundamental, pois, mostra
que não é somente a parte estética e sexual que são importantes no relacionamento
do casal, mas também a parte emocional e psicológica, quando perguntadas se
receberam e recebem estímulos de seu parceiro, tanto afetivo, emocional, sexual,
que eleve a auto-estima após a mastectomia, obtiveram-se as seguintes respostas:
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Sim. E tenho certeza que toda a dedicação do meu marido foi o tratamento
mais eficiente que tive. Acredito que ele me mostrou que existe em mim
coisas mais bonitas que um par de seios. E2
É igual o que eu te falei, total e irrestrito, ele esteve o tempo todo ao meu
lado e não sei se tanto a presença dele fez com que nós ficássemos mais
próximos ate sexualmente, alimentasse mais ainda nosso amor e
conseqüentemente a atração. E3
Sim. Eu não senti rejeição em nenhum momento. E5
De acordo com Camargo e Souza (2003), enfermagem é a arte de cuidar. É
papel do enfermeiro não só tratar apenas da doença, mas também vê-la como
possibilidade de fortalecimento do ser que cuidamos. Assim sendo, ouvir, tocar,
estar disponível é uma forma de humanizar a assistência. Evidenciamos isso com as
respostas da seguinte pergunta: “você acha que o Enfermeiro pode favorecer
positivamente esclarecendo dúvidas e incentivando o apoio do parceiro, que pode
ajudar muito para uma melhor recuperação da paciente durante todo o tratamento?”:
O Enfermeiro é uma peça fundamental junto ao médico, pois, é ele quem
está do nosso lado na hora da recuperação pós cirúrgica, das seções de
quimio e de radio. Toda informação e apoio dadas pelo enfermeiro são de
extrema importância, principalmente para a família da paciente e, com isso,
ajuda muito na recuperação da mulher. E1
Sem dúvida. Vejo o câncer como uma doença emocional. Orientar o
parceiro e os familiares a oferecerem este estímulo afetivo, emocional e
sexual, vai ajudar muito todas elas a passarem por este processo, doença e
tratamento, e despertarem o desejo de lutar pela vida. A enfermagem
deveria estar mais próxima dessas famílias logo após o diagnóstico. E2
Sim. É eles que têm um conhecimento maior e podem nos ajudar na autoestima. E5
Segundo Biffi e Mamede (2004), as ações de enfermagem são de grande
importância para a mulher mastectomizada, contribuindo para uma melhor
recuperação, colaborando no possível para tentar diminuir o sofrimento, orientando
para o auto-cuidado e incentivando a mulher a se valorizar, melhorando sua
qualidade de vida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo demonstrou que o comportamento dos parceiros após a mulher
mastectomizada é de extrema importância. O parceiro tem papel fundamental na
recuperação física, emocional e sexual dessas mulheres, e com a ajuda dos
companheiros elas apresentaram uma recuperação menos traumática, aceitando
melhor o tratamento. Já as mulheres que não tiveram o apoio necessário do
parceiro, em suas falas, revelaram que sentiram falta deste companheirismo durante
o tratamento.
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Este fato reforça a necessidade da assistência de enfermagem, que pode
orientar os parceiros quanto à importância de seu apoio, porque é justamente no
momento em que a mulher está fragilizada que o papel do parceiro se torna
necessário para uma melhor recuperação. As mulheres muitas vezes acabam se
distanciando de seus parceiros, por medo de rejeição ou por vergonha da mutilação
da mama e das cicatrizes deixadas pela cirurgia.
O diagnóstico de câncer e a necessidade de submeter-se a uma mastectomia
causam sentimentos como: medo, ansiedade, culpa, impotência, insegurança,
dentre outros. Com o início do tratamento, é essencial a assistência do enfermeiro
para nortear a paciente, o parceiro e a família em como lidar com a nova situação, e
tentar minimizar os traumas sofridos pela mulher por consequência do câncer e da
mastectomia.
Ressalta-se que a qualidade do relacionamento das mulheres com seus
parceiros antes do diagnóstico de câncer interfere diretamente no desempenho dos
mesmos e na reestruturação da intimidade do casal.
Assim, o parceiro atua como minimizador dos sentimentos que dificultam o
restabelecimento físico, emocional e social da mulher, restaurando sua auto-estima.
O enfermeiro presta assistência à mulher nos curativos, nos cuidados com o
dreno e com a cirurgia, como também representando o elo da paciente com os
demais membros da equipe multiprofissional. Deve-se oferecer suporte emocional à
paciente, elevando sua auto-estima, ouvindo suas queixas e esclarecendo suas
dúvidas sobre o câncer, a cirurgia e a recuperação.
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