atuação do enfermeiro na prevenção da transmissão vertical do hiv

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ATUALIZA
LUANA MARIA VITAL CHAVES
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA
TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV/AIDS: REALIDADES DO
TRABALHO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
SALVADOR- BAHIA
2010
LUANA MARIA VITAL CHAVES
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA
TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV/AIDS: REALIDADES DO
TRABALHO EM SAÚDE DA FAMÍLIA.
Monografia apresentada à Universidade Castelo
Branco/Atualiza Associação Cultural, como
requisito parcial para obtenção do título de
Especialista em Saúde Pública com Ênfase em
PSF, sob orientação do Prof. Fernando Reis do
Espírito Santo.
SALVADOR-BAHIA
2010
LUANA MARIA VITAL CHAVES
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA
TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV/AIDS: REALIDADES DO
TRABALHO EM SAÚDE DA FAMÍLIA.
Monografia para obtenção do grau de Pós – Graduada em Saúde Pública com Ênfase em PSF.
Salvador, Abril 2010.
EXAMINADOR:
Nome:
Titulação:
____________________________________
____________________________________
PARECER FINAL:
___________________________________________________________________________
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RESUMO
Este estudo trata de identificar a atuação do Enfermeiro na prevenção da transmissão vertical
do HIV/AIDS tendo como base as realidades do trabalho em Saúde da Família. O objetivo da
pesquisa é: identificar a atuação do Enfermeiro da Unidade de Saúde da Família na prevenção
da transmissão vertical do HIV/AIDS. Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória com
abordagem qualitativa. Foi realizada no município de Salvador, estado da Bahia, no período
de março a setembro de 2008, tendo como cenário pesquisado uma Unidade de Saúde da
Família (USF), situada no bairro de Pituaçu, composta por quatro equipes. Os sujeitos de
estudo foram quatro enfermeiras que atuam na assistência pré-natal. A técnica de coleta de
dados foi através de uma entrevista estruturada realizada entre agosto e setembro de 2008. Os
resultados foram divididos em duas categorias de análise, sendo categoria 1: concepção dos
enfermeiros acerca da transmissão vertical do HIV/AIDS e categoria 2: atuação do enfermeiro
frente à transmissão vertical do HIV/AIDS. Após a avaliação dos resultados obtidos a partir
da distribuição de formulários entre as quatro equipes do PSF, pude perceber o quanto ainda é
deficiente o programa de pré-natal realizado com gestantes soropositivas nas Unidades de
Saúde da Família.
A participação da equipe de saúde no PSF, em especial da Enfermagem é de suma
importância na prevenção da transmissão vertical do HIV/AIDS por meio de um pré-natal
bem estruturado, voltado para a gestante soropositiva, acompanhando-a e orientando-a em
todos os aspectos: antes, durante e após o parto. A educação em saúde é considerada por mim
um meio importante para os profissionais obterem maior envolvimento com a clientela. O
enfermeiro do PSF pela sua formação deve estar capacitado para atuar nesse processo, através
de sua função de também educador, considero seu trabalho de alta relevância para prevenção
da transmissão vertical do HIV/AIDS.
Palavras-chave: enfermeiro, prevenção, transmissão vertical, HIV/AIDS, PSF.
ABSTRACT
This study tries to identify the role of the nurse in prevention of vertical transmission of HIV /
AIDS based on the realities of working in Family Health. The research objectives are to
identify the role of the Nurse Family Health Units in the prevention of vertical transmission of
HIV / AIDS, to identify nurses' knowledge of the Family Health Units on the vertical
transmission of HIV / AIDS and to describe practical Nurses of the Family Health Units in the
face of actions for prevention of vertical transmission of HIV / AIDS. This is a field research.
Was held in Salvador, Bahia, in the period from March to September 2008, against the
backdrop researched a Family Health Unit (FHU), located in the neighborhood of Pituaçu,
consisting of four teams. The study subjects were four nurses working in prenatal care. The
technique of data collection was through a structured interview conducted between August
and September 2008. The results were divided into two categories of analysis, being a
category: design of the nurses about the vertical transmission of HIV / AIDS and 2 category:
the role of nurses face the vertical transmission of HIV / AIDS. The participation of health
staff in the PSF, especially in Nursing is of paramount importance in the prevention of
vertical transmission of HIV / AIDS through a pre-natal well-structured, focused on the
positive pregnant women, accompanying and guiding it into all aspects: before, during and
after childbirth. Health education is considered an important way for me to achieve greater
professional involvement with clients. The nurses of the PSF for their training must be
qualified to act in this process through its role as an educator also, I believe his work of high
relevance for the prevention of vertical transmission of HIV / AIDS.
Keywords: nurses, prevention, transmission, HIV / AIDS Program.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
07
2. REVISÃO DA LITERATURA
11
3. METODOLOGIA
23
3.1 TIPO DE ESTUDO
23
3.2 LOCAL DA PESQUISA
23
3.3 SUJEITOS DO ESTUDO
24
3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DOS DADOS
24
3.5 ASPECTOS ÉTICOS
24
3.6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
25
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
30
REFERÊNCIAS
32
APÊNDICES
35
APÊNDICE A
35
APENDICE B
37
7
1. INTRODUÇÃO
O Programa Saúde da Família (PSF) foi implantado no Brasil pelo Ministério da Saúde em 1994,
tem como principal propósito reorganizar a prática da atenção à saúde e substituir o modelo
tradicional - médico curativista - levando a saúde para mais perto da família e, com isso,
melhorando a qualidade de vida dos brasileiros. A estratégia do PSF busca priorizar as ações de
prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas de forma integral e contínua,
incorporando e reafirmando os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Tendo em vista que a Unidade de Saúde da Família (USF) fora instituída a partir do PSF e
sabendo-se que este visa à melhoria da qualidade de vida da população, são então oferecidos
neste ambiente, serviços de atenção a saúde voltada à população abrangida, a partir de uma
complexa tarefa de cuidar e assistir coletivamente e individualmente.
Nesta pesquisa darei ênfase ao programa do pré-natal, voltado especificamente para as gestantes
soropositivas no contexto da Unidade de Saúde da Família, centrado em atuações de prevenção
da transmissão vertical da Aids, promovidos por profissionais de Enfermagem.
A assistência à mulher soropositiva traz para o enfermeiro a responsabilidade de efetuar um
cuidado livre de julgamentos e de avaliações sobre o seu estilo de vida e suas decisões, visto que
condutas deste tipo, não trarão benefício algum para a gestante. É preciso que o enfermeiro tenha
consciência de que seu dever não é o de julgar, e sim, o de cuidar e orientar. Trabalhando seus
valores e crenças, o enfermeiro pode proporcionar à mulher um ambiente acolhedor e protetor ou
um ambiente ameaçador e constrangedor.
A participação da equipe de saúde no PSF, em especial da Enfermagem é de suma importância na
prevenção da transmissão vertical do HIV/AIDS através de um pré-natal bem estruturado,
voltado para a gestante soropositiva, acompanhando-a e orientando-a em todos os aspectos: antes,
durante e após o parto. É válido ressaltar que a gestação normalmente enfraquece o sistema
imunológico da mulher, tornando-a vulnerável às complicações causadas por bactérias e vírus,
porém não é uma condição contra indicada para as soropositivas, uma vez que esta seja planejada
8
e/ou acompanhada adequadamente afim de que a gravidez não ocorra em um período crítico da
doença, tornado-se dessa forma um fator de maior risco para a gestante e seu concepto. Portanto,
faz-se notadamente essencial um programa de atenção à saúde voltada especificamente para esta
mulher, já que a presença de sintomas inerentes à doença aumenta a probabilidade de
contaminação da criança (O’LEARY, 1993).
A infecção pelo HIV é atualmente um grave problema no contexto da Saúde Pública, de caráter
pandêmico, com evolução letal e para a qual não existe ainda tratamento curativo ou vacina.
Além disso, é uma doença cercada de mitos e preconceitos morais e sociais que podem afetar o
aspecto psicológico, as relações familiares, afetivas, sociais e profissionais do portador (VAZ,
2000).
A transmissão perinatal foi relatada pela primeira vez no ano de 1982, nos Estados Unidos e três
anos mais tarde no Brasil, no estado de São Paulo (MS, Brasil, 1995). Teoricamente, a
transmissão intra-uterina do HIV é possível ao longo de toda a gestação, porém o risco de
transmissão seria maior no final da gestação e no período intra-parto. O HIV já foi identificado
através de cultura e PCR-DNA na placenta, na oitava semana de gravidez e no tecido fetal, na
décima semana em material oriundo de abortamentos terapêuticos. Outro mecanismo potencial é
a transmissão decorrente de lesões na membrana placentária no nível do colo uterino, podendo
expor as membranas fetais e o líquido amniótico a vírus presentes no trato genital materno (VAZ,
2000).
A placenta pode atuar como uma barreira eficiente entre circulação materna e fetal contra a
transmissão do HIV para o feto na maioria dos casos, porém processos inflamatórios e
infecciosos e uso de drogas ilícitas podem promover o rompimento dessa barreira favorecendo a
transmissão vertical. (WONG, 1999).
Outra via potencial de transmissão do HIV durante o parto é por meio de procedimentos
obstétricos invasivos que podem resultar em lesões de continuidade na pele do feto, favorecendo
o acesso do HIV à circulação fetal. (WONG, 1999).
9
Os fatores de risco são aspectos que produzem uma maior probabilidade de exposição às doenças.
Índices elevados de infecção para transmissão de mãe para filho do HIV são: fatores maternos,
placentários, fetais, intra-parto e do leite materno. Os fatores maternos incluem as relações
sexuais sem preservativos e múltiplas parcerias sexuais favorecendo o trauma físico, aquisição de
doenças sexualmente transmissíveis (DST) e inflamação genital, ativação imunológica, aumento
da replicação local do HIV e exposição às diferentes cepas do HIV. O leite materno pode
influenciar por uma série de fatores que inclui o momento da exposição, a duração da exposição,
a infectividade do leite e a suscetibilidade do recém nascido (RN) ou lactente. Entre os fatores
que desempenham a infectividade do leite destacam-se a carga viral, a presença de mastite e as
lesões em mamilo. A transmissão do HIV pelo aleitamento materno constitui-se como um
agravante na transmissão vertical da AIDS em países subdesenvolvidos. No Brasil é
recomendado o não aleitamento materno por mães soro positivas e o fim do aleitamento cruzado
(REZENDE, 2002).
A sorologia para HIV é recomendada como exame de rotina durante o pré-natal, devendo ser
voluntária e explicando-se a gestante os benefícios de uma precoce intervenção da transmissão
perinatal, caso se faça necessário (MINKOFF, 1995).
O aconselhamento é um processo de escuta do cliente por parte do profissional de saúde, criandose uma relação de confiança, objetivando a troca de informações entre eles. Esta comunicação irá
corroborar para a detecção de possibilidades ou não de possível infecção pelo HIV ou outras
DSTs de acordo com o comportamento da mulher e do seu parceiro (BRASIL, 2001).
O tratamento com a Zidovudina (AZT) é oferecido às gestantes soropositivas durante o pré-natal
a partir da 14ª semana de gestação, para uma melhor eficácia na redução da transmissão vertical.
Porém se caso isso não seja possível, é orientado que o tratamento pode ser iniciado em qualquer
idade gestacional ou até mesmo na hora do parto. Este deve ser continuado durante trabalho de
parto e no parto até que haja o clampeamento do cordão umbilical (BRASIL, 2001).
Em 2000, o Ministério da Saúde tornou compulsória a notificação de gestantes infectadas pelo
HIV e crianças expostas à transmissão vertical do vírus através da Portaria 993/2000 De acordo
10
com esta mesma Portaria, todas as gestantes, parturientes e mães de crianças expostas com
resultado laboratorial para HIV reativo e também as crianças filhas destas mães ou que tenham
sido amamentadas por mulheres infectadas deverão ser notificadas através do Sistema de
Notificação de Agravos (SINAN). (BRASIL, 2002).

Justificativa
O grande número de crianças com AIDS observado durante uma visita realizada a uma
instituição, Creaids, inaugurada pela Sesab, em 2001, situada na cidade de Salvador (Estado da
Bahia), de referência na prevenção e tratamento do HIV/Aids, me levou a escolha do tema
“Atuação do Enfermeiro na prevenção da transmissão vertical do HIV/AIDS: Realidades do
trabalho em Saúde da Família”. Percebi o quanto um assunto de extrema importância é tão
resumido, talvez tudo se dê pela falta da informação, do conhecimento a cerca da doença, pelo
estigma que pode se traduzir em preconceito e descriminação para o doente.
Entendo que as mulheres grávidas soropositivas necessitam de um acompanhamento e
orientações adequadas sobre o risco de transmissão vertical do HIV, bem como, do benefício da
implementação de intervenções para redução da transmissão vertical.

Problema
Qual a atuação do enfermeiro da Unidade de Saúde da Família na prevenção da transmissão
vertical do HIV/AIDS?

Objetivo
O objetivo da pesquisa é identificar a atuação do Enfermeiro da Unidade de Saúde da Família na
prevenção da transmissão vertical do HIV/AIDS, dando ênfase no programa de pré-natal.
11
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Atuação do Enfermeiro
A atuação do enfermeiro na unidade saúde da família frente às gestantes HIV positivo se
fundamenta na interação e na relação de confiança. O papel do profissional sempre é o da
orientação, escuta sobre as preocupações e as dúvidas das usuárias, respeitando suas
especificidades biológicas, psicossociais e culturais, suas circunstâncias de ser, viver e sentir.
Para tanto é necessário que haja, por parte do profissional, o desenvolvimento de habilidade para
a realização de perguntas sobre a vida íntima, com a finalidade de propor questões que facilitem a
reflexão e a superação de dificuldades, a adoção de práticas seguras e a promoção da qualidade
de vida. Para que todos esses objetivos sejam alcançados, é fundamental que, durante o
atendimento, a linguagem utilizada seja acessível às usuárias. O profissional deve estar apto para
realizar um acolhimento às necessidades especificas da mulher na circunstância de pré-natal,
parto e puerpério, e de promoção da sua saúde integral. No contexto dos serviços de pré-natal e
das maternidades, essas ações devem ser estruturadas como um conjunto de intervenções da
equipe, adequando-se às possibilidades reais de cada serviço, dispondo de profissionais
capacitados, para assegurar tais condutas durante todo o pré-natal, no momento do parto e no pósparto (BRASIL, 2007).
2.2 Transmissão Vertical (TV)
O aumento no número de mulheres com Aids trouxe como conseqüência o crescimento nas taxas
de transmissão vertical (TV) do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Essa situação
provocou a infecção de percentual considerável de crianças em todo o mundo com o vírus HIV,
devido ao fato de que muitas das mulheres com Aids encontram-se em idade reprodutiva.
(ARAÚJO, 2008).
A transmissão vertical, também denominada materno-infantil, é a principal via de infecção pelo
HIV em crianças, ocorre através da passagem do vírus da mãe para o bebê durante a gestação, o
12
trabalho de parto, o parto propriamente dito (contato com as secreções cérvico-vaginais e sangue
materno) ou a amamentação, pelo leite materno (BRASIL, 2007).
Desde 1995, o Brasil tem implementado ações para prevenção da TV do HIV e, em 1996, através
da Lei Federal nº 9. 313/96 o governo brasileiro tem disponibilizado às gestantes infectadas pelo
HIV e seus filhos o protocolo de profilaxia da TV gratuitamente (SANT’ ANNA, 2007).
Oferecer a sorologia anti-HIV para as gestantes é dever do profissional e direito da paciente,
conforme determinado pelas recomendações do Ministério da Saúde através do Projeto Nascer e
do Programa de Humanização no Pré- Natal e Nascimento. Sendo importante considerar que as
recomendações para profilaxia da TV do HIV e terapia anti- retroviral (ARV) em gestantes têm
como objetivo principal a redução da transmissão vertical do vírus, sendo o pré-natal uma
oportunidade para o diagnóstico dessas mulheres (ROMANELLI et.al., 2006).
Em novembro de 2002, por meio da publicação da Portaria número 2 104/02, foi instituída mais
uma recomendação para prevenir a transmissão vertical do HIV, a "oferta do teste rápido antiHIV, com aconselhamento pré e pós-teste para todas as parturientes não aconselhadas e testadas
durante o pré-natal, ou sem pré-natal, devendo a testagem ser igualmente sempre voluntária e
confidencial”. (BRASIL, 2007).
É crucial para a saúde dessas crianças a identificação precoce do HIV nas gestantes ainda durante
o pré-natal, para que haja tempo hábil de realizar a quimioprofilaxia para prevenção da TV e
diminuição drástica da possibilidade de transmissão para o bebê.
A transmissão vertical do HIV, quando não são realizadas intervenções de profilaxia, ocorre em
cerca de 25% das gestações de mulheres infectadas. Entretanto, a administração da Zidovudina
(AZT) na gestação e o uso de AZT no parto e no recém-nascido, reduz a taxa de TV para 8,3%,
segundo um estudo multicêntrico realizado nos Estados Unidos e na França (Protocolo ACTG
076). A literatura mostra uma redução dessa taxa para níveis entre 1 a 2% com a aplicação de
todas as intervenções preconizadas pelo Programa Nacional de DST e Aids. Essas intervenções,
atualmente, são: o uso de anti- retrovirais a partir da 14ª semana de gestação, com possibilidade
13
de indicação de AZT tríplice; utilização de AZT injetável durante o trabalho de parto; realização
de parto Cesário eletivo em gestantes com cargas virais elevadas ou desconhecidas, ou por
indicação obstétrica; AZT oral para recém-nascido exposto, do nascimento até 42 dias de vida e
inibição de lactação associada ao fornecimento de fórmula infantil até os seis meses de idade.
(BRASIL, 2007).
Também chamada de aderência ou observância terapêutica, a adesão ao tratamento com ARV é
definida como a efetiva tomada da medicação ARV, segundo o prescrito pelo profissional
assistente (CARVAHO; MERCHÁN- HAMANN; MATSUSHITA, 2007). A efetividade da
terapia ARV requer um alto nível de adesão ao tratamento devendo ficar em torno de 95% a
100%. (CECCATO et al., 2008 apud PATERSON et al.,2000)
Considerando uma abordagem completa e adequada à mulher HIV positivo durante o pré-natal, o
parto e puerpério é capaz de reduzir os riscos materno- infantis a níveis muito próximos aos de
gestantes não infectadas, a freqüência da condição, a possibilidade de intervenções efetivas e a
necessidade de reverter a discriminação sofrida por estas mulheres, justificam esta decisão. As
mulheres com HIV merecem, como todas as mulheres, um tratamento humanizado e
tecnicamente correto. (Brasil, 2001)
2.3. HIV/ AIDS
No início dos anos 1980, surge para a humanidade uma doença que não fora previsto pela
ciência. Situa-se no campo da saúde, mas logo depois da sua notoriedade, constata-se que
ultrapassa os limites do processo saúde doença, ocasionando um dos maiores problemas no
contexto da saúde pública. Surge a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida AIDS - e o seu
agente causador - o Vírus da Imunodeficiência Humana HIV 1.
A Aids pode ocorrer quando o sistema imune foi significativamente enfraquecido pelo vírus HIV.
A definição de Aids, conforme determinado pelo CDC (Center for Disease Control and
1
Sinonímia: Sida, aids, doença causada pelo HIV, síndrome da imunodeficiência adquirida.
14
Prevention), mudou várias vezes desde que a síndrome foi reconhecida em 1981. Em geral, a
definição determina um ponto contínuo da deterioração do HIV em que o hospedeiro demonstrou
clinicamente a profunda disfunção imune. Um grande número de infecções oportunistas e
neoplasia servem como marcadores para a gravidade da imunossupressão. Desde 1993, a
definição de Aids também incluiu uma contagem de CD4+, esta célula é um subgrupo de
linfócitos e uma das células-alvo da infecção por HIV (SMELTZER E BARE, 2000).
Passadas mais de duas décadas do aparecimento da AIDS, podemos afirmar que sua trajetória
ainda está marcada pelo desconhecimento em relação à doença, pelo preconceito e pela
discriminação aos portadores. Isso ocorre porque se trata de uma doença altamente letal,
principalmente no início de sua descoberta. Atualmente, encontra-se como uma doença crônica,
mas que avança drasticamente pela população feminina e especialmente em mulheres em idade
reprodutiva. (BRASIL, 2007).
O número de mulheres infectadas pelo HIV vem crescendo a cada dia, sendo considerado como
um importante fenômeno da epidemia no Brasil. A maior taxa de crescimento da incidência em
mulheres está em idade fértil, o que torna este crescimento mais preocupante devido à
transmissão do vírus de mãe para filho, que pode ocorrer a uma taxa de 20 a 25% durante a
gravidez e o parto (BRASIL, 2001)
A incidência de casos de Aids em mulheres, na faixa etária de 13 à 49 anos, entre os anos de
1995 à 2006, aumentou de 1.1% para 10.6%. Com a contaminação de mulheres jovens, em idade
fértil, aumenta o risco da transmissão vertical, crescendo a participação de crianças na
contaminação do HIV/Aids (BRASIL, 2006).
2.4 Diagnóstico da infecção pelo HIV
O diagnóstico da infecção pelo HIV no Brasil pode ser feito por meio da realização de ensaios
denominados Elisa, imunofluorescência indireta, imunoblot, western blot e mais recentemente, a
partir de julho de 2005, por meio da realização dos testes rápidos. Todos os laboratórios públicos,
15
privados e conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) devem seguir o disposto na Portaria
59/GM/MS, de 28 de janeiro de 2003
O conjunto de procedimentos seqüenciados utilizados para a realização e conclusão do
diagnóstico é denominado algoritmo ou fluxograma de testes.
O diagnóstico da infecção pelo HIV utilizando-se testes rápidos pode ser feito em algumas
maternidades selecionadas pelo Ministério da Saúde (MS), são fundamentais para a indicação de
quimioprofilaxia da transmissão vertical do HIV em gestantes no final do terceiro trimestre de
gestação, em parturientes e em mulheres no pós-parto imediato, que não tenham sido testadas
para o anti-HIV no pré-natal. Para isto, o MS capacita à equipe de profissionais de saúde
envolvidos com esta atividade e fornece os insumos.
A testagem rápida, portanto, não se constitui exame com finalidade de diagnóstico da mulher.
Seu resultado deverá ser sempre considerado provisório, sendo imprescindível encaminhar a
amostra reagente, ou a mulher, o mais rápido possível, após o parto, e em caráter prioritário, para
a realização de testes confirmatórios. .(BRASIL, 2007).
2.5 Tipos de HIV
O HIV apresenta dois tipos virais identificados que são: HIV-1 e HIV-2, retrovírus com genoma
RNA, da família Lentiviridae. Quase todos os casos de infecção reconhecida por HIV nos
Estados Unidos são atribuídos ao HIV-1. O HIV-2, um vírus similar com vias de transmissão e
evoluções clínicas idênticas, também possui a capacidade de causar a Aids. Desde 1992, todos os
componentes ou produtos sanguíneos e o sangue doados têm sido avaliados para esse vírus raro
(HIV-2). Quando eu me refiro “HIV” é o HIV-1 (SMELTZER; BARE, 2000).
2.6 Modo de transmissão vertical
16
A transmissão vertical do HIV ocorre durante a gestação, intra-útero, cerca de 35%, no periparto, a maior parte que é 65%, há um risco acrescido de transmissão através da amamentação
entre 7% e 22% por exposição (mamada). Com uma prevalência de 0,41% de infecção pelo HIV
em gestantes, estima-se que 12.456 (doze mil quatrocentos e cinqüenta e seis) recém nascidos
sejam expostos ao HIV por ano.
O número de mulheres infectadas com o vírus da imunodeficiênicia humana vem aumentando
nos últimos anos em conseqüência do uso de drogas injetáveis, múltiplos parceiros sexuais ou
parceiros único HIV positivo ou em situações de risco.
2.7 Medidas profiláticas para prevenção TV do HIV

Oferecer teste anti-HIV, com aconselhamento pré e pós-teste, para todas as gestantes nos
serviços de pré-natal, devendo a testagem ser sempre voluntária e confidencial;

Ministrar nas gestantes HIV positivo o AZT oral (a partir da 14ª sem.); o AZT
endovenoso nas parturientes, durante o trabalho de parto e parto até o clampeamento do cordão
umbilical; e o AZT oral por seis semanas ao recém-nascido (segundo diretrizes do Protocolo 076
do ACTG);

Escolher a via de parto de acordo com os critérios de carga viral;

Orientar a gestante/puérpera a substituição da amamentação com a introdução de leite
artificial e outros alimentos, de acordo com a idade da criança, garantindo seu adequado
crescimento e desenvolvimento.
A história natural da Aids vem sendo alterada, consideravelmente, pela terapia anti-retroviral
(ARV) que retarda a evolução da infecção, até seu estádio final, em que surgem as manifestações
definidoras da Aids. Juntamente com as campanhas de prevenção, os ARV parecem estar
contribuindo para a estabilização do crescimento da epidemia de Aids no Brasil.
17
2.8 Aconselhamento para AIDS nos serviços de pré natal e parto
A prática do aconselhamento desempenha um papel importante no diagnóstico da infecção pelo
HIV, bem como na qualidade da atenção a saúde. Contribui para a promoção da atenção integral,
possibilitando avaliar vulnerabilidades e riscos com a consideração das especificidades de cada
usuário ou segmento populacional. O aconselhamento necessita cuidar dos aspectos emocionais,
tendo como foco a saúde sexual, a saúde reprodutiva, avaliação das vulnerabilidades e Direitos
Humanos.
O teste anti-HIV obrigatoriamente deve ser oferecido, com aconselhamento pré e pós teste para
todas as gestantes na primeira consulta pré-natal e repetido próximo a 30ª semana gestacional.
No que se refere ao aconselhamento pré-teste o profissional deve avaliar os conhecimentos da
gestante sobre infecção pelo HIV e informa - lá sobre o que ela não sabe, especialmente acerca de
seu agente etiológico, meios de transmissão, sobre a diferença entre ser portador da infecção e
desenvolver a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, explicar sobre o que é teste anti-HIV,
como é feito, o que mede e o significado dos resultados negativo, indeterminado e positivo,
explicar os benefícios do diagnostico precoce na gravidez para mulher e para o concepto, reforçar
chances de reduzir a transmissão vertical pelo acompanhamento especializado e garantir o caráter
confidencial e voluntário do teste anti-HIV (BRASIL, 2006).
Nos casos de gestantes prestes a entrar em trabalho em trabalho de parto, ou já em trabalho de
parto, ou mesmo no puerpério imediato, e que não tenham sido aconselhadas e testadas para HIV
no pré-natal, o aconselhamento poderá ser realizado nessa oportunidade, devendo especialmente
nesses casos, ser levado em consideração o perfil psicológico e emocional da mulher,
proporcionando-lhe apoio adequado. Mostra-se conveniente nessas situações o uso de testes
rápidos, por permitir a indicação de tratamento profilático em tempo hábil para o recém-nascido.
É essa ima decisão terapêutica de emergência, com boa relação de custo-efetividade, justificando
seu uso.
18
O significado da maternidade para a mulher soropositiva para HIV/Aids é acrescido de
peculiaridades, pois as mesmas sofrem diante do imaginário social associado à Aids e da
possibilidade de transmissão vertical, passando por sentimentos de: dor, tristeza, medo, culpa,
sofrimento, porém, para muita dessas mulheres a maternidade as impelem a encarar a vida de
uma forma diferente, em função de uma “nova vida”, o filho (MOURA e PRAÇA, 2007).
2.9 O PSF
Em 1991 o Ministério da Saúde lançou o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS),
com o objetivo de contribuir para o enfrentamento dos alarmantes indicadores de
morbimortalidade infantil e materna na região Nordeste do Brasil.
Esse programa já estava pautado em princípios indutores de mudança de modelo, e pretendia a
vinculação dos indivíduos e famílias com as unidades básicas de saúde (REBEN, 2000).
O Programa Saúde da Família (PSF) foi implantado no Brasil pelo Ministério da Saúde em 1994
e tem como principal propósito reorganizar a prática da atenção à saúde e substituir o modelo
tradicional - médico curativista - levando a saúde para mais perto da família e, com isso,
melhorando a qualidade de vida dos brasileiros. A estratégia do PSF busca priorizar as ações de
prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas de forma integral e contínua,
incorporando e reafirmando os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com o fortalecimento do PACS e dando continuidade a esse processo, o Programa de Saúde da
Família (PSF), valoriza os princípios da territorialização, de vinculação com a população, de
garantia de integralidade na atenção, de trabalho em equipe com enfoque multidisciplinar, de
ênfase na promoção da saúde com o fortalecimento das ações intersetoriais e de estímulo à
participação da comunidade, entre outros (REBEN, 2000).
Esse programa vem reorientando o modelo assistencial, tomando como foco a família no seu
espaço físico e social, proporcionando à equipe de saúde uma compreensão ampliada do processo
saúde – doença, que permite intervenções para além das práticas curativas (REBEN, 2000).
19
As ações no PSF são realizadas por equipes multiprofissionais formadas, geralmente, por um
enfermeiro, um médico, um técnico de enfermagem e quatro a seis agentes comunitários de
Saúde – ACS. Essas equipes multiprofissionais desenvolvem atividades de promoção, proteção e
recuperação da saúde dos indivíduos e da família, do recém-nascido ao idoso, de forma integral e
contínua.
Cada uma dessas equipes fica vinculada a uma Unidade de Saúde da Família, cujas atividades são
realizadas numa área adstrita à mesma, compreendendo a atenção entre 600 e 1000 famílias, com
o limite máximo de 4.500 habitantes, cadastrados através de visitas domiciliares. (BRASIL,
2002)
O enfermeiro detém o papel de coordenador, acumulando várias funções na unidade de saúde,
junto à equipe de profissionais, e na comunidade, apoiando e supervisionando o trabalho de
agentes comunitários de saúde, bem como assistindo às pessoas que necessitem de atenção de
enfermagem.
Suas atribuições básicas são: executar, no nível de suas competências, ações de assistência básica
de vigilância epidemiológica e sanitária nas áreas de atenção à criança, ao adolescente, à mulher,
ao trabalhador e ao idoso; desenvolver ações para capacitação dos ACS e técnicos de
enfermagem, com vistas ao desempenho de suas funções junto ao serviço de saúde; oportunizar
os contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando promover e abordar os aspectos de
educação sanitária; promover a qualidade de vida e contribuir para que o meio ambiente torne-se
mais saudável; discutir de forma permanente, junto à equipe de trabalho e comunidade, o
conceito de cidadania, enfatizando os direitos de saúde e as bases legais que os legitimam;
participar do processo de programação e planejamento das ações e da organização do processo de
trabalho das Unidades de Saúde da Família (BRASIL, 2000).
Um caráter inovador do PSF é trabalhar com o princípio da Vigilância à Saúde, atuando de forma
inter e multidisciplinar com responsabilidade integral sobre a população que reside na área de
abrangência de suas unidades de saúde (BRASIL, 2002).
20
A Vigilância da Saúde desenvolve-se a partir de problemas concretos em territórios definidos e
em busca de uma perspectiva intersetorial, realizando o que é necessário para solução dos
problemas existentes na população de um determinado território. Nessa perspectiva as ações e
serviços a serem desenvolvidas para solução dos problemas não se restringem às ofertadas pelas
Unidades de Saúde, envolve um esforço de articulação e mobilização de órgãos locais e da
própria comunidade, para tanto é necessário um conhecimento por parte da Equipe de Saúde da
Família, das condições de vida da população da área adstrita.
Propõe-se ainda através dessa estratégia a humanização das práticas de saúde, buscando a
satisfação do usuário através do estreito relacionamento dos profissionais com a comunidade e
estimulando-a ao reconhecimento da saúde como direito de cidadania e, portanto, expressão de
qualidade de vida. Este vínculo com a comunidade proporciona à enfermagem retornar a visão
sistêmica e integral do individuo em seu contexto familiar e social, desenvolvendo ações de
promoção, de proteção especifica, de diagnóstico precoce, de rápida limitação do dano, de
recuperação da saúde e de reabilitação (SOUSA, 2000).
Para que esta nova proposta de atenção à saúde se concretize, é necessária a atuação de um
profissional capacitado com um perfil que atenda as necessidades da população que irá assistir,
voltando-se para a realidade local e desempenhando uma prática humanizada, utilizando sempre
que possível os conhecimentos populares e científicos (BRASIL, 2000).
Dessa forma, espera-se que o perfil do enfermeiro englobe as seguintes propostas: trabalhar
voltado à realidade local, com uma prática humanizada, associada à competência técnica,
sincronizando sempre que possível, os conhecimentos popular e científico; participar dos
interesses, da cultura, das condições de vida e da forma de atuação da comunidade com a qual
trabalha; compreender o indivíduo como sujeito do processo de promoção, manutenção e
recuperação de sua saúde e visualizá-lo como agentes co-responsáveis pelo processo de equilíbrio
entre a relação saúde – doença; identificar, conhecer, analisar e propor alternativas de ação
apropriadas à realidade trabalhada, através da leitura e da análise do cotidiano, tendo este como o
verdadeiro espaço para a melhoria constante da qualidade de saúde da população; conhecer a rede
institucional e possíveis alternativas de recursos sociais, articulando e promovendo,
21
permanentemente, possíveis propostas de ações integradas para a melhoria constante da
qualidade de saúde da população; coordenar, participar e/ou nuclear grupos de educação para a
saúde, priorizando suas áreas geográficas de atendimento, segundo o perfil cultural e
epidemiológico da comunidade; identificar, permanentemente, grupos de risco na comunidade,
programando suas ações segundo esse perfil epidemiológico, tendo como base o processo de
planejamento estratégico; participar da formação e do treinamento de pessoal auxiliar,
voluntários e estagiários de outros serviços, com vistas a prepará-los a identificar e utilizar, de
forma efetiva, seus recursos pessoais como instrumentos de compreensão dos principais
problemas biológicos, mentais e sociais que incidam nos indivíduos, suas famílias e na
comunidade.
3.0 Consulta de Enfermagem
A consulta de enfermagem foi legalizada segundo a Lei número 7498/86 de regulamentação do
exercício profissional da enfermagem determinando como uma atividade que cabe
exclusivamente ao enfermeiro (COREN-BA)
A consulta de enfermagem vem se destacando como uma das atividades mais desenvolvidas
pelos enfermeiros em todas as áreas de assistência a saúde (MELLEIROS, 2001). É uma
atividade privativa do enfermeiro que tem como objetivo prestar uma assistência sistematizada de
enfermagem de forma global e individualizada. Compreende um conjunto de ações que certifica
ao enfermeiro sua autonomia profissional, proporcionando condições de atuar de forma direta e
independente com o cliente. É um momento propício para uma maior interação
enfermeiro/paciente.
A consulta de enfermagem é formada de uma sucessão de etapas organizadas, identificadas
como: levantamento de dados, diagnóstico, planejamento, implementação dos cuidados e
avaliação visando promover uma assistência de enfermagem eficiente (TIMBY, 2002). Essas
etapas são inter-relacionadas e oferecem direcionamento das ações de enfermagem para atender
às necessidades de saúde do individuo e coletividade (MELLEIROS, 2001).
22
3.1 O Pré-natal
A proporção de mulheres que morrem pela falta de assistência durante a gravidez, o parto e
puerpério ainda é bastante importante e expressiva no Brasil. As mulheres grávidas correm o
risco de sofrer complicações no decorrer da gestação, sendo então um período crítico de suas
vidas. Além disso, as mulheres representam atualmente 49% dos adultos infectados pelo HIV em
todo o mundo. (FERNANDES, 2007)
O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento instituído pelo Ministério da Saúde em
2000 basearam-se na análise das necessidades de melhorar a saúde das mulheres durante o
período crítico de gravidez, parto e puerpério,bem como a saúde da criança, aperfeiçoando o
acesso, a cobertura e a qualidade do acompanhamento. Na região adscrita do PSF, todas as
gestantes deverão ter acompanhamento pré-natal o quanto antes. A gestante deverá ter
participado, no mínimo, de seis consultas de pré-natal, sendo uma no primeiro trimestre, duas no
segundo trimestre e três no terceiro trimestre de gestação, com a garantia de acompanhamento
médico e da enfermeira e realização de exames laboratoriais.
A primeira consulta deve contemplar o acolhimento da mulher, com respeito às condições
emocionais referentes aquela gestação e abordagem que venha a esclarecer dúvidas e
curiosidades daquele momento de vida da mulher. Além desses primeiros cuidados, deverá ser
realizado o teste de diagnóstico da gravidez, os primeiros cuidados educativos com vistas à
geração de autocuidado e adesão ao pré-natal.
Os exames laboratoriais preconizados são ABO-RH, VDRL, hemograma completo, urina,
glicemia de jejum, sorologias para toxoplasmose, HIV, hepatite B e rubéola, devem ser
solicitados desde a primeira consulta. (FERNANDES, 2007)
23
3. METODOLOGIA
3.1 Tipo de Estudo
Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, com abordagem qualitativa, onde foi
identificada a atuação e a conduta do enfermeiro frente às gestantes soropositivas.
A pesquisa de campo consiste na observação dos fatos tal como ocorreu espontaneamente, na
coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente relevantes ulteriores análises (RUIZ
2010).
De acordo com Gil (2006), as pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de
proporcionar visão geral, de tipo aproximativo acerca de determinado fato pouco explorado e que
torna difícil a formulação de hipóteses precisas e operacionalizáveis.
Já a abordagem qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos,
descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornecendo análise mais detalhada
sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento, etc. (MARCONI;
LAKATOS, 2006).
Para Minayo (2000), as pesquisas qualitativas incorporam o significado e a intencionalidade
como fatores inerentes aos atos, relações e estruturas sociais, encarando esta última, como
construções humanas significativas. Nos estudos qualitativos não há uma preocupação em
quantificar os dados ou em operacionalizar as variáveis havendo sim, uma preocupação no
entendimento das relações sociais, através das quais os significados são continuamente
construídos e desconstruídos. Estas relações podem ser apreendidas no cotidiano, na vivência, e
na explicação do senso comum e são entendidas como frutos da atividade humana criadora,
efetiva e racional.
3.2 Local da pesquisa
24
O trabalho foi realizado na Unidade de Saúde da Família de Pituaçu, situada no bairro de Pituaçu,
município de Salvador, estado da Bahia, no período de março a setembro de 2008. A Unidade foi
inaugurada no ano de 2006, composta por quatro equipes, onde tem capacidade para assistir até
quatro mil famílias, composta por dezoito mil pessoas. A UFS conta com sete consultórios,
farmácia, sala de espera, sala de vacina, de curativo, de esterilização e instalações
administrativas.
3.3 Sujeitos do estudo
Os sujeitos de estudo foram quatro enfermeiras que atuam na assistência pré-natal, da Unidade
de Saúde da Família de Pituaçu.O critério de escolha tanto da USF quanto das profissionais foi a
facilidade na acessibilidade.
3.4 Instrumento de coleta de dados
A técnica de coleta de dados se deu por meio de entrevistas previamente estruturadas, as quais
apresentavam uma relação padronizada e fixa de perguntas, cuja ordem e redação permaneceram
invariável para todos os sujeitos, realizada entre agosto e setembro de 2008.
Por questões didáticas, utilizei um questionário, que pode ser definido, segundo Rampazzo
(2002), como um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.
3.5 Aspectos éticos
Por se tratar de um estudo que envolve seres humanos, ressalto que em todas as etapas o projeto
atendeu aos requisitos da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, relativos à ética na
pesquisa com seres humanos.
25
3.6 Apresentação e análise dos dados
A análise dos dados foi feita através da avaliação dos resultados obtidos com as entrevistas
realizadas e discursos dos sujeitos. Os resultados foram divididos em duas categorias de análise:
1-Concepção dos Enfermeiros acerca da transmissão vertical do HIV/AIDS; 2-Atuação do
Enfermeiro frente à transmissão vertical do HIV/AIDS.
Buscando preservar a identidade das entrevistadas, irei identificá-las, como: Sujeito 1, Sujeito 2,
Sujeito 3 e Sujeito 4.
CATEGORIA 1: CONCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ACERCA DA TRANSMISSÃO
VERTICAL DO HIV/AIDS
Ao perguntar o conceito da transmissão vertical do HIV/AIDS observo que as quatro enfermeiras
possuem conhecimento sobre o tema ao afirmarem que se trata de uma transmissão de mãe para
filho podendo acontecer intra-útero, parto ou através do aleitamento materno. É importante
destacar que o conhecimento do conceito da transmissão vertical é imprescindível para que se
possam fazer intervenções e orientações eficazes a fim de reduzir os riscos de contaminação de
mães soropositivas ao seu concepto, ressaltando-se assim a necessidade de atuação destas antes,
durante e após o parto.
A partir daí, questiono se durante a solicitação de exames do pré-natal havia um enfoque maior
para o de HIV e obtive unanimidade das enfermeiras ao responderem que a todos os exames é
dada a mesma importância, não havendo assim uma enfatização para a ELISA (Enzyme Linked
Immuno Sorbent Assay), que é o teste de primeira linha no diagnóstico da infecção pelo HIV.
Observe aqui que quando não é dada a devida importância a tais exames ou até quando existe o
desconhecimento dos mesmos poderá culminar em graves problemas para a mãe e filho.
Ao indagar quanto à conduta adotada por elas (enfermeiras entrevistadas) frente a uma situação
de soropositividade de uma gestante, todas informaram que encaminham-nas para o Centro de
26
Referência Estadual de AIDS (CREAIDS). De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde da
Bahia o centro atua na assistência e acompanhamento dos portadores do vírus HIV/AIDS,
garantindo também o fornecimento gratuito da medicação antiretroviral (coquetel), além de
manter parceria com diversas organizações governamentais e não governamentais, para o
desenvolvimento de ações conjuntas de prevenção da transmissão do vírus e de assistência aos
soropositivos .
A partir da afirmativa acerca da conduta, identifico como antagônica a postura da equipe, uma
vez que julgo necessário o sistema de Referência e Contra-referência especialmente em se
tratando de uma patologia como a AIDS. No entanto, foi evidenciada uma negatividade dos
profissionais em torno desse procedimento, pois ao encaminharem à paciente isentam-se da
responsabilidade com a saúde da gestante e acabam perdendo a oportunidade de acompanhá-la e
orientá-la durante todo o ciclo gravídico.
Entretanto, mesmo que a gestante esteja sendo amparada por um centro de referência, que é o
indicado, continua sendo de responsabilidade da Unidade de Saúde da Família e toda sua equipe,
assisti-la, com o objetivo de avaliar sua freqüência e seguimento das orientações recebidas pelo
serviço. Nesse caso, o aspecto negativo para a Enfermagem dentro deste contexto fica ainda mais
evidenciado uma vez que é sua atribuição a realização de um pré-natal completo e qualificado.
CATEGORIA 2: ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À TRANSMISSÃO VERTICAL
DO HIV/AIDS.
Coloco como ponto chave a questão da atuação do enfermeiro na prevenção da transmissão
vertical do HIV/AIDS, bem como o questionamento de qual trabalho é realizado com a gestante
soropositiva na Unidade de Saúde da Família.
Aproximo atuações diferentes, mas que em alguns momentos seguem a mesma linha de
raciocínio a citar:
27
Sujeito 1 relatou que ao receber uma gestante soropositiva realiza trabalhos de orientações sobre
o uso correto das medicações (coquetel) e quanto ao parto:
“Acho que a gestante tem que ter os cuidados necessários, fazer o tratamento disponibilizado,
tomando os medicamentos necessários e na hora do parto, que deve ser cesariano, também
tomar todos os cuidados”.
Apesar dela não ter relatado a realização de outras importantes formas de prevenção, estudos
clínicos e observacionais indicam que a transmissão vertical do HIV é muito pequena quando
utilizados esquemas anti-retrovirais potentes, que reduzem drasticamente a carga viral materna do
HIV. Estudos realizados no ano de 1998 destacam a redução de taxas de transmissão vertical
quando a gestante associa o uso adequado das medicações anti-retrovirais ao parto eletivo e
cesáreo, além de um manejo adequado durante o mesmo (MS, 2001).
A maioria dos casos de transmissão vertical do HIV (65%) ocorre na hora do parto, com a
minoria dos casos representativos por transmissão placentária (MS, 1998).
Sujeito 2, Sujeito 3 e Sujeito 4 utilizam-se de uma conduta semelhante e fundamental: contraindicam o aleitamento materno.
“Oriento que ela não amamente após o nascimento e mesmo quando vê-lo chorando por fome,
pensar que é para o bem dele.” (Sujeito 2);
“Ensino o enfaixamento das mamas com atadura a fim de reduzir a produção do leite, acho que
é uma das melhores maneiras para fazer com que a mãe não amamente.” (Sujeito 3);
“Oriento sempre que ela não deve nunca amamentar quando tiver o bebê.” (Sujeito 4).
Mesmo sendo uma condição liberada em alguns países em desenvolvimento por conta do difícil
acesso aos bancos de leite ou até mesmo aos leites artificiais e devido aos altos índices de
mortalidade infantil por desnutrição, esta não se aplica em nosso país por se tratar de uma
conduta de risco para o bebê, já foi cientificamente comprovada através de estudos.
28
É preconizado também o fim do aleitamento cruzado visando uma diminuição desta
infectividade. A amamentação dos recém-nascidos por mães portadoras do vírus HIV será sempre
contra indicada tenham ou não recebido antitoxinas. O aleitamento materno deixa de ser
vantajoso e passa a representar riscos reais para o bebê. Por isso, as mães devem ser aconselhadas
à supressão da lactação e substituí-la por outros leites. É importante que a puérpera durante sua
permanência na maternidade receba suporte por parte da equipe de saúde para não amamentar
sem se sentir discriminada (MS, 2001).
Sujeito 3 e Sujeito 4 seguem o mesmo raciocínio em relação às orientações oferecidas às
gestantes soropositivas: incentivam o uso de preservativos em todas as relações sexuais.
“Eu recomendo o uso de preservativos em todas as relações sexuais devido ao risco de
reinfecção por outras cepas virais, ainda mais quando sei que elas possuem mais de um parceiro
sexual” (Sujeito 4).
Sujeito 3 vai além das palavras de Sujeito 4 ao comentar:
“Ressalto sempre a necessidade do uso da camisinha, ainda mais em se tratando de gestantes
soropositivas. Dou esse esclarecimento a todas: as Doenças Sexualmente Transmissíveis só
podem ser evitadas com o uso contínuo do preservativo seja ele masculino ou feminino e quando
converso com uma gestante soropositiva, digo para que use, a fim de evitar uma nova infecção
por DSTs ou outras cepas do HIV” (Sujeito 3).
Atualmente, sabe-se que o não estabelecimento de práticas preventivas têm tornado as pessoas
HIV positivas vulneráveis à reinfecção. No entanto, a reinfecção para a gestante soropositiva
constitui-se num risco maior, uma vez que cada reinfecção é uma nova descarga viral no
organismo, o que vai significar um maior número de vírus HIV em ação para atacar e destruir as
células de defesa e, por conseqüência, maiores chances para o desenvolvimento da AIDS. As
gestantes soropositivas ao se relacionarem sexualmente sem preservativos aumentam a
probabilidade de transmissão vertical, uma vez que o ato pode lesar células do colo uterino, o que
pode culminar numa contaminação fetal (SANT’ANNA, 1997).
29
Sujeito 4 complementa as condutas das demais profissionais ao inferir que adota além de ações
interventivas, ações educativas:
“Eu considero importante a realização de palestras a fim de esclarecer dúvidas e promover
interação social entre soropositivas e não soropositivas, deixando-as livres para os
questionamentos. Não revelo que naquele local há HIV positivas, mas já percebi que as mesmas
ficam inibidas”.
A educação em saúde é de fato fundamental para oferecer informações à sociedade. Noto a
necessidade de se criar em Unidades de Saúde da Família momentos interativos entre
profissionais de saúde e comunidade, a fim de que se possa estabelecer uma relação de confiança
entre eles. Neste momento cabe às equipes abordar temas como AIDS, já que se trata de uma
realidade mundial.
No Brasil, os dados epidemiológicos mostram que, até junho de 2005, cerca de 83,7% de
soropositividade do HIV em crianças menores de 13 anos, que ocorreram pela transmissão
vertical, ou seja, dentre os 11.901 casos notificados da AIDS, 9.965 ocorreram por transmissão
vertical (MOURA e PRAÇA, 2006).
30
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a avaliação dos resultados obtidos a partir da distribuição de formulários entre as quatro
equipes do PSF, pude perceber o quanto ainda é deficiente o programa de pré-natal realizado com
gestantes soropositivas na Unidade de Saúde da Família.
Os programas da área da saúde da mulher, realizados em nosso país, devem dar ênfase à
vulnerabilidade destas e de sua família ao vírus da AIDS, além de discutir temas relacionados à
sexualidade, procurando envolver seus parceiros nessas atividades (MOURA et al, 2006). No
programa de pré-natal da UFS de Pituaçu ficou explicito que não é dada atenção diferenciada a
gestante soropositiva.
Ao concluir a pesquisa é possível afirmar que o trabalho do enfermeiro na Unidade de Saúde da
Família é de essencial importância, especialmente porque é um elemento multiplicador de
conhecimento através da promoção da saúde e desta forma contribui efetivamente na redução da
transmissão vertical da Aids.
A informação é a base para um futuro melhor. É necessário e importante haver informação
contínua sobre o HIV direcionada à população brasileira. Esta informação deve ser levada através
de programas que esclareçam dúvidas sobre “O que é? Como se transmite? Como se previne?”
Estas ações educativas devem objetivar a criação de uma consciência coletiva que resulte na
mudança de postura por parte das pessoas, com a finalidade de provocar uma diminuição nas
taxas de contaminação e a sensibilização das mesmas no uso corriqueiro de preservativos durante
todas as relações sexuais (SOUZA, 1994).
Acredito, dessa forma, na importância de ações educativas direcionadas à mulher, implementadas
juntamente com a assistência pré-natal, focando-se também em medidas de planejamento familiar
para diminuir o número de gestantes infectadas que, na grande maioria, encontra-se em fase fértil.
Apesar da existência de um sistema de referência e contra-referência voltado para as gestantes
HIV positivas nas citadas unidades, é notória a contraditoriedade com os princípios do SUS,
31
principalmente no que diz respeito à qualidade na assistência, pois, uma vez que existem
protocolos e estes muitas vezes não são seguidos, é preciso questionar a qualidade do cuidado.
É de responsabilidade dos gestores públicos aprimorarem os serviços de pré-natal, através de
investimentos na qualificação dos profissionais de saúde, já que se observam graves deficiências
neste tipo de assistência à gestante, permanecendo como uma das mais significativas barreiras
para pôr em prática intervenções eficazes no controle de tal patologia. Dessa forma poderá se
garantir a todas as gestantes a realização dos testes anti-HIV, obtendo-se o resultado em menor
tempo possível a fim de diminuir a angústia durante a espera e intervir de forma rápida e eficaz
(ISRAEL, 2002). É notória a necessidade de aprimoramento no serviço de pré- natal da USF
pesquisada.
32
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35
APÊNDICES
Apêndice A
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL
PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE PUBLICA COM ÊNFASE NO PSF.
QUESTIONÁRIO
1)
Qual das opções abaixo você define como transmissão vertical da AIDS?
a)
Transmissão que acontece de mãe para filho que depende da via de parto.
b)
Transmissão que acontece de mãe para filho.
c)
Transmissão de mãe para filho a que pode acontecer intra-útero, parto ou através do
aleitamento materno.
2)
Na primeira consulta de pré-natal é solicitado vários exames a gestantes dentre eles o de
HIV. Além das orientações sobre a importância dos outros exames há um enfoque maior para o
de HIV?
3)
Existem laboratórios específicos para realização desse exame? Quais laboratórios são
indicados?
4)
Que conduta é tomada quando a gestante é soro positiva?
5)
Existe o serviço de Referência e Contra- Referência? Em caso afirmativo como funciona?
6)
Quanto à promoção a saúde você realiza algum trabalho para evitar a transmissão
vertical?
Não
36
Sim
Especifique____________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
37
Apêndice B
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL
PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE PUBLICA COM ÊNFASE NO PSF.
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Solicito que você leia atentamente o texto abaixo para garantir seu conhecimento e sua
compreensão sobre esta atividade. Será muito importante sua participação sendo respeitada a sua
decisão em colaborar.
Trata-se de uma monografia, realizada pela enfermeira Luana M. V. Chaves, Coren 203720, que
elegi como tema “Atuação do Enfermeiro na Prevenção da Transmissão Vertical do HIV/ AIDS:
Realidades do Trabalho em Saúde da Família”.
O objetivo desse trabalho é identificar a atuação do Enfermeiro das Unidades de Saúde da
Família na prevenção da transmissão vertical do HIV/AIDS; identificar o conhecimento dos
Enfermeiros das Unidades de Saúde da Família sobre a transmissão vertical do HIV/ AIDS e
descrever as práticas dos Enfermeiros das Unidades de Saúde da Família frente às ações de
prevenção da transmissão vertical do HIV/AIDS. Para alcançar esse objetivo será feito um
levantamento de dados através de um questionário, que poderá ser respondido rapidamente por
cada um de vocês.
Sua participação é voluntária, não há necessidade de se identificar, portanto garanto seu
anonimato e a utilização dos dados para fins, exclusivamente, científicos. Sua identidade e
demais informações serão mantidas em sigilo. Este trabalho não afetara a sua rotina. Será
garantida a desistência da sua participação a qualquer momento. Caso deseje, você e todos os
participantes terão acesso aos resultados posteriormente.
Coloco-me a disposição para esclarecimento de eventuais dúvidas.
Diante destes dados, e sentindo-se suficientemente esclarecido (a) a respeito deste trabalho,
assine esse documento indicando sua participação.
38
Salvador,.................de
___________________________
Ass. da autora da pesquisa
de 2010.
_________________________
Ass. do participante
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